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SOCIEDADE MIDIATIZADA: AS

AFETAÇÕES DO CAMPO DOS MEDIA NA


CONTEMPORANEIDADE

EDTED CETY: THE  ECTT


  THE ELD 
ED 
C
TEP  Y

DAIANA  ASIA
elações Públicas, estre em Comunicação idiáca ( ); Doutoranda do
PPGCom da niversidade de Brasília (nB). Professora ssistente da aculdade
de Comunicação e Biblioteconomia ( CB) da niversidade ederal de Goiás
( G). daiastasiak@gmail.com

RU

ob o contexto da sociedade midiazada, advinda com as novas


tecnologias de comunicação e informação, o argo objeva ques-
onar o conceito de campo dos media construído por odrigues
(1990) que concebe os meios ainda como um subsistema repre-
sentacional e linear. s quesonamentos ocorrem a parr de uma
demanda atual que demonstra a afetação entre mídias tradicio-
nais (rádio, TV e impressos) e as possibilidades da internet que
ocasionam transformações capazes de delinear novas perspecvas
para os estudos da área da comunicação.
Palavras-chave: midiazação, campo dos media, convergência tec-
nológica

S RA

nder the context of mediated society, arising with the new


technologies of communicaon and informaon, the paper aims
to queson the concept of eld of the media constructed by o-
drigues (1990) which sees the media even as a linear subsystem
and representaonal. The quesons occur from a current demand
which shows the aecon between tradional media (radio, TV and
print) and the possibilies of the nternet that can cause changes
to outline new prospects for studies of the area of communicaon.
Keywords: mediasaon, eld of media, convergence technology

SUMN

Bajo el contexto de la sociedad mediazada, que surgen con las nue-


vas tecnologías de comunicación e información, el documento ene
por objeto cuesonar el concepto de campo de los medios de comu-
nicación construidos por odrigues (1990) que considera que los me-
dios de comunicación, incluso como un subsistema lineal y de repre-
sentación. Las preguntas se producen de una demanda actual, lo que
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demuestra el afecto entre los medios tradicionales (radio, televisión
y prensa escrita) y las posibilidades de la nternet que puede causar
cambios de esbozar nuevas perspecvas para los estudios del área
de comunicación.
Palabras clave: mediazación, campo de los medios; convergencia
tecnología

Introdução

A transformação do sistema tes sobre as transformações que


representacional de visibilida- os meios de comunicação prota-
de das mídias tradicionais para gonizaram na vida pessoal e so-
um sistema de interatividade cial dos indivíduos. Assim, uma
entre emissores e receptores é nova espécie de sociedade está
um fenômeno advindo com as surgindo e os meios de comuni-
possibilidades da convergência cação são questões cruciais nesse
tecnológica que modica cons- debate. Marc Augé (2006) dene
tantemente as lógicas de media- a sociedade atual como uma esfe-
ção da comunicação. Nesse con- ra na qual predominam o exces-
texto, o conceito de campo dos so de informações, o excesso de
media exposto por Rodrigues imagens e o excesso de individu-
(1990) pode ser alvo de algumas alismo. Fenômenos que, atrela-
indagações. Por isso, o presente dos às novas tecnologias da co-
artigo objetiva trazer subsídios municação, colocam os sujeitos
para compreender como as mí- diante da esfera do imediatismo
dias afetam-se em suas práticas e da instantaneidade e revelam a
na contemporaneidade. todos que o planeta, denitiva-
Rodrigues (1990) concebe mente, encolheu.
os meios como um subsistema Esta breve introdução visa
responsável por realizar certas demonstrar um contexto no qual
funções sociais (entretenimento os fenômenos estão cada vez
e vigilância, entre outras). Nes- mais líquidos e entrecruzados,
sa perspectiva o campo dos me- Bauman (2001). Nas questões
dia atuaria como mobilizador do pertinentes à mídia, as discussões
debate público e da produção de tornam-se fundamentais para a
sentidos entre os campos sociais, compreensão de certos fenôme-
nele sujeitos e instituições dispu- nos, para tanto, o artigo subdivi-
tariam a sua visibilidade através de-se em três partes principais, a
das representações veiculadas primeira aborda as características
nos meios de comunicação tra- do campo dos media a partir de
dicionais (rádio, televisão, re- Rodrigues (1990), a segunda tece
vistas e jornais impressos) para considerações teóricas a respei-
obter legitimidade diante dos de- to do processo de midiatização
mais campos. que permeia a sociedade e a ter-
Acompanhamos a migração ceira faz menção à convergên-
da palavra para a imagem, do cia tecnológica e elucida alguns
discurso para a representação exemplos de afetações entre os
que levam a reexões importan- meios de comunicação. Por m

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buscamos entender o perl midi- paço público, a convivência en-
ático contemporâneo que abarca tre regras internas e externas aos
mídias lineares e reticulares em campos era fundamental. Porém,
constante troca de informações com o passar dos anos, o avanço
e inuências entre suas práticas das tecnologias reetiu na esfera
cotidianas. dos meios de comunicação e trou-
xe algumas modicações a essas
lógicas. Conforme o Wolton:
1 Campo dos media
é claro que ainda hoje as regras
Antes da existência da mí- de legitimação continuam regi-
dia, a visibilidade de um ator ou das pelas diversas comunidades
instituição se dava no local dos parciais mas, o verdadeiro es-
acontecimentos, não ultrapas- paço de valorização se tornou o
sando certos limites geográcos. espaço público, ou seja, o espa-
Porém, o desenvolvimento dos ço gerado pela lei do indivíduo
meios de comunicação propor- e das mídias. A perda de auto-
cionou um outro tipo de visibi- nomia e de credibilidade das le-
lidade e trouxe novas formas de gitimidades parciais reforçam o
controle social. Michel Foucault peso da lógica midiática (WOL-
(1986), por exemplo, propõe a TON, 1996, p. 221).
noção de visibilidade como a tec-
nologia de cada época que pro- Os meios de comunicação
porciona os regimes de luz, ou formam uma esfera de comu-
seja, a publicização das práticas nicação com relativa autono-
discursivas dos domínios sociais. mia. Segundo Rodrigues (1990,
A partir do século XX, os p.152), “campo dos media é a
problemas referentes à relação denominação que abarca todos
entre sociedade e comunicação os dispositivos organizados que
parecem mais evidentes, pois os têm como função compor os va-
meios de comunicação adquirem lores legítimos divergentes das
centralidade na vida social. Eles instituições que adquiriram nas
assumem, progressivamente, um sociedades modernas o direito
papel que vai além da veiculação a mobilizarem autonomamente
de informações e tornam-se res- o espaço público”. Compatibi-
ponsáveis pela produção de gran- lizar as legitimidades dos dife-
de parte dos sentidos que circu- rentes campos é um processo
lam na sociedade. tensional que institui o conceito
Segundo Dominique Wolton de publicidade e, segundo Ro-
(1996), antigamente cada univer- drigues (1990) é a origem do
so social e cultural possuía seu campo dos media caracterizado
sistema de legitimidade, de re- por mobilizar o debate público
conhecimento e de comunicação e responsabilizar-se pela emer-
denidos, mas isto não interferia gência, promoção e publiciza-
na sua presença no espaço públi- ção das fronteiras dos demais
co. Era mais importante para os campos. Essa autonomização do
campos sociais garantir a comu- campo obedece a imperativos
nicação dentro das fronteiras de lógicos e estratégicos, mobili-
seu próprio meio do que no es- zando indivíduos e o conjunto
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der as suas agendas editoriais
da sociedade em torno de valo-
da publicação de romances que
res comuns, fato que contraria
serviram de roteiro às teleno-
a tendência fragmentadora dos
velas e às séries difundidas nos
demais campos, gerando dis-
horários de grande audiência.
positivos de percepção da rea-
Os manifestantes escolhem os
lidade e constituindo a própria
momentos e os locais de exi-
experiência do mundo moderno.
bição dos seus protestos em
A necessidade dos demais
função da presença e da locali-
campos em impor regras de
zação de câmaras de televisão
comportamento com vistas ao
(RODRIGUES, 1999, p. 1).
respeito social de suas ordens
e valores é um dos fatores que
mantêm a permanência do cam- Uma das características dos
po dos media. Nas mídias tra- campos dos media é privar a pu-
dicionais as representações são blicidade dos que não se sujei-
construídas de modo restrito tam às suas ordens e valores de
e há um efeito irradiativo dos mediação e não cumprem as re-
referentes que as produziram gras do seu discurso, o efeito é
(espaço, tempo, linha editorial, a carência da visibilidade públi-
anunciantes). No contexto midi- ca com a consequente perda da
ático, a aquisição de visibilidade existência social das “vítimas”
pública passa obrigatoriamente sociais. Hoje, podemos armar
por este processo de mediação que, cada vez mais, a realida-
conhecida como a principal ca- de se confunde com o que se
racterística do campo dos media. torna público através da mídia
Para Rodrigues “a necessidade de modo intermitente, confun-
dos demais campos de impor re- dindo-se com o próprio pul-
gras de comportamento com vis- sar da vida social. Em sentido
tas a mobilização da sociedade análogo, Jesús Martin Barbero
para o respeito as suas ordens e (2004) caracteriza os meios não
valores é o fator que mantém a apenas como reprodutores de
permanência do campo dos me- ideologia, mas também como
dia” (1999, p.21). ponto onde se faz e se refaz a
cultura das maiorias, se comer-
São cada vez mais os comple- cializam formatos e se recriam
xos dispositivos técnicos de narrativas mercantis com a me-
mediação que ajustam a nossa mória coletiva.
percepção do mundo às suas O conceito de campo dos
capacidades de simulação. Os media corrobora a relevância
governos programam as suas das mídias tradicionais na socie-
tomadas de decisão, os exérci- dade, porém, a complexicação
tos realizam as suas operações da teia social advinda, sobretu-
em função dos horários televi- do, com o advento da internet
sivos de maior audiência. As não está presente em seu inte-
famílias organizam as suas re- rior, esta abordagem é abarcada
feições e as suas saídas de ma- nas problematizações acerca do
neira a não perderem os seus processo de midiatização social,
programas televisivos favori- que terá suas características dis-
tos. As editoras fazem depen- cutidas a seguir.

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lógicas da mídia. Aqui, pode-se
2 O processo de midiatização
falar em mediatização de ins-
tâncias da política, do entrete-
Na busca pela diferenciação
nimento, da aprendizagem. Já
entre sociedade midiática e so-
em um nível macro, trata-se da
ciedade midiatizada a questão de
midiatização da própria socie-
fundo são os meios de comunica-
dade (BRAGA, 2007, p. 141).
ção. Certamente, hoje, a natureza
do espaço público é transforma-
da, pois, já não é mais coordena- Sodré (2002) pensa a mi-
da pela representação tradicional diatização como um quarto âm-
da imprensa escrita. bito existencial, denominado
bios midiático, onde a esfera
O impacto da chamada “eco- de mercado predomina e traz
nomia digital” sobre o mundo uma qualicação cultural pró-
do trabalho e sobre a cultura pria dada pelas evoluções que
repercute sobre as ciências so- exigem do indivíduo a prática
ciais voltadas para o fenômeno de novas formas de sociabiliza-
midiático, levando-as a tentar ção. O ethos contemporâneo, a
melhor posicionamento episte- consciência atuante e objetivada
mológico, no que diz respeito de um grupo social, é midiatiza-
ao objeto e ao acompanhamen- do e comporta a mesma lógica
to das mutações sociais provo- estrutural de funcionamento da
cadas pela mídia e pela reali- hipermídia, da qual tem a base
dade virtual (SODRÉ, 2006, para as interpretações simbóli-
p.19). cas e regulação das identidades
individuais e coletivas. A mídia
Estas reexões demonstram é levada a encenar uma nova
que o tema da comunicação so- realidade humana, enquanto a
cial está extremamente interli- internet a virtualiza. Nesse reor-
gado com os processos sociais. denamento social, os conteúdos
A mídia é uma forma de comu- e seus signicados possuem ns
nicação que possui como princi- mercadológicos embutidos em
pal característica a utilização de seus códigos, mantendo assim o
meios técnicos, já a midiatização sistema econômico global.
pode ser considerada como uma Em uma era de maturação
ambiência que transpõe as carac- tecnológica caracterizada pela
terísticas tecnológicas dos meios emergência de novos valores,
de comunicar, interferindo inten- novos meios de interagir e co-
samente também nas formas de municar conguram as formas
sociabilidade. de perceber e pensar a realida-
Conforme Braga, de. Os regimes de visibilidade
pública não acontecem apenas
a palavra “mediatização” pelas mídias tradicionais, mas
pode ser relacionada a pelo também através de uma comu-
menos dois âmbitos sociais. No nicação instantânea, simultânea
primeiro são tratados proces- e real, são esses os contornos
sos sociais especícos que pas- que caracterizam o processo de
sam a se desenvolver (inteira midiatização.
ou parcialmente) segundo as Verón (1997) postula que a
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comunicação midiática resulta Esse fechamento dos meios em
da articulação entre os dispo- um campo caracteriza-os como
sitivos tecnológicos e as condi- instrumentos de mediação e re-
ções especícas de produção e presentação dos demais campos
de recepção enquanto que a mi- sociais, algo que necessita ser
diatização surge como processo repensado devido à congura-
decorrente da acelerada evolução ção das mídias na atualidade.
tecnológica, bem como das de- Na sociedade atual onde os
mandas sociais, as quais fazem meios passam de atores a sujei-
com que o ser humano aspire no- tos centrais na vida cotidiana e
vas formas de comunicação. as tecnologias de comunicação
As mídias fazem parte de um implantam-se vertical e horizon-
campo de porosidades e com- talmente nas instituições. Esse fe-
plexidades no qual as questões nômeno nos remete a uma propo-
tecnológicas e sociais são con- sição tecnomidiática que atribui à
templadas. mídia uma centralidade tanto nos
processos interativos quanto na
Um médio de comunicación construção social em si.
social es um dispositivo tec-
nológico de producción-repro- Já não se trata mais de reconhe-
ducción de mensages asociado cer a centralidade dos meios na
a determinadas condiciones de tarefa de organização de proces-
producción y a determinadas sos interacionais entre os cam-
modalidades (o prácticas) de re- pos sociais, mas de constatar
cepción de dichos mensajes. La que a constituição e o funcio-
noción de medio de comunica- namento da sociedade – de suas
ción social que me parece más práticas, lógicas e esquemas de
útil en el presente contexto debe codicação – estão atravessados
satisfacer al critério del acceso e permeados por pressupostos e
plural a los mensages (...) esto lógicas do que se denominaria
permite denir el sector de los a «cultura da mídia». (FAUSTO
médios de comunicación como NETO, 2008, p. 92).
um mercado y caracterizar el
conjunto como oferta discursiva Portanto, estamos diante de
(VERÓN,1997, p. 6-7). um fenômeno situado para além
das características dos meios
Fausto Neto (2006) propõe enquanto instrumentalidades.
que, embora Rodrigues (1990) Nele a mídia assume centrali-
reconheça a autonomia do cam- dade crescente e a sociabilidade
po dos media em agir por conta é feita principalmente através
própria na tematização e publi- de ligações técnicas, na qual os
cização de informações o pes- sujeitos estão sistematicamente
quisador português ainda con- conectados em novas congura-
sidera os meios de comunicação ções possíveis de tempo e espa-
numa posição representacional, ço. A gura a seguir ilustra esta
na medida em que fazem veicu- nova conguração da presença
lar algo, cujo controle de enun- midiática:
ciação estaria fora do seu âm- A partir do esquema propos-
bito: os outros campos sociais. to por Verón (1997) e com base

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c c
Actores
Instuciones Medios
Individuales
1 2

c 4
c

Figura 1 - Eliséo Verón (1997). Esquema para el analisis de la mediatización.

em suas armações ressaltamos ção com o universo em que se


que: os meios são instituições, encontra.
porém encontram-se fora de seu Ao buscar compreender o pa-
círculo por possuírem funções de pel do jornalismo na contempo-
centralidade no espaço; os “Cs” raneidade Soster (2006) aponta
indicam o caráter coletivo das uma diferença substancial entre
relações de comunicação social; a tecnologia que se inaugura em
em C1 há a relação recíproca das 1850, quando surgiu a primeira
instituições com os meios; em C2 impressão rotativa e a surgida a
há a relação recíproca dos indi- partir de 1995, quando os jornais
víduos com os meios; em C3 há migram para a internet. Para o au-
a relação das instituições com os tor, a primeira fundamentalmente
indivíduos; no entanto, apesar de media relações e processos en-
ser uma relação sem os meios de quanto que a segunda, midiatiza
comunicação em uma extremida- estas mesmas relações e proces-
de, todas as relações sofrem in- sos e desloca para si o vetor do
uência dos mesmos, tendo em poder, transformando, substan-
vista a ambiência midiatizada, cialmente, sentidos seculares.
como pode-se visualizar em C4. Para Martino (2006), na so-
Essa cultura constituída, so- ciedade contemporânea a comu-
bretudo pelo mercado e meios de nicação sai do viés técnico, tor-
comunicação traz novas referên- na-se o centro de referência para
cias para a rotina dos indivíduos, a vida social e instala uma movi-
o que implica uma nova condi- mentação de valores que interfe-
ção antropológica. Para Sêga rem sobremaneira na tomada de
(2008) os indivíduos apóiam-se decisão de sujeitos e instituições.
nas ideologias transmitidas pelos Para tanto, os sistemas de comu-
atuais meios de comunicação de nicação estabelecem preceitos
massa, incluindo a internet, para que não apenas orientam nossas
construir a realidade simbólica. ações, mas trabalham para que
Estas mesmas ideologias são incorporemos à nossa represen-
articuladas de modo a realizar a tação de mundo o estado atual de
interação entre o homem e a so- um sistema social em perpétua e
ciedade de consumo, passando a intensa mudança.
buscar uma identicação, uma O cenário da midiatização
aproximação, enm uma intera- social ocasiona diversas transfor-
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mações na esfera dos estudos das espaço público, cada qual com
teorias da comunicação, porém suas regras e valores discursi-
é importante salientar que ainda vos, porém, a atualidade mostra
existem, e por vezes até persis- a existência de um nível de afe-
tem, estudos da comunicação so- tação entre elas que pode cola-
cial com perspectivas instrumen- borar para que as ordens e regras
tais e funcionalistas. Os modelos particulares a cada uma sejam
estímulo-resposta e os conceitos transformadas. Assim, é perti-
da teoria matemática, por exem- nente aos estudiosos da comuni-
plo, fazem parte de um paradig- cação a busca pelo entendimento
ma que precisa ser renovado, na dos modos como a ambiência
medida em que as tecnologias midiatizada interfere nas lógicas
desandam seu desenvolvimento de funcionamento dos meios de
e consolidam a participação nos comunicação tradicionais como a
processos de comunicação. Haja televisão, o rádio e os impressos.
vista que a expressão ‘processo’
não fazia parte da maioria dos
paradigmas anteriores. 3 Convergência midiática e
As mídias inserem-se nas roti- produtos contemporâneos
nas dos sujeitos e das instituições
sociais, pois são fenômenos que Os autores supracitados nos
transcendem aos meios e às me- apresentam visões sobre como
diações e encontram-se no interior o desenvolvimento das tecnolo-
dos processos dos demais campos gias e dos meios de comunicação
sociais, inuenciando suas lógi- afetaram a sociedade. Isso foi ir-
cas a partir de suas dinâmicas tec- reversível tanto para os sujeitos
no-discursivas. Conforme Faus- quanto para as instituições, pois,
to Neto (2006, p. 9) pontua, “as ocasionou a potencialização da
operações de midiatização afetam globalização e a elevação da mí-
largamente práticas institucionais dia a uma condição de centralida-
que se valem de suas lógicas e de de social.
suas operações para produzir as A partir de então, os desen-
possibilidades de novas formas volvimentos tecnológicos cola-
de reconhecimento nos mercados boram para um maior alcance e
discursivos”. Hoje, os conceitos e relevância das mídias, aconte-
evoluções concernentes ao campo cimento que tem consequência
dos media e ao processo de mi- direta nos modos de percepção e
diatização social ainda são pouco atuação dos sujeitos sobre a rea-
problematizados na área da comu- lidade. Assim, o espaço público
nicação social, eles encontram-se, adquire uma nova conguração
sobretudo atrelados apenas à esfe- na qual predomina o que pode-
ra das tecnologias. mos denominar de “Cultura da
Portanto, um desao se ins- Convergência”, para Jenkins
tala e manifesta a necessidade (2008) essa cultura fundamenta-
de reexões teóricas sobre as se em conceitos como a conver-
processualidades e fenômenos gência midiática, a inteligência
midiáticos contemporâneos, te- coletiva e a cultura participativa.
oricamente mídias tradicionais Segundo o autor, a caracterís-
e contemporâneas coexistem no tica principal da era de convergên-

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cia midiática seria o cruzamento Apesar da presença do con-
de mídias alternativas e de massa texto convergente, ainda encon-
e a hibridização de conteúdos de tram-se algumas perspectivas
novas e velhas mídias que ocasio- epistemológicas que levam em
nam outras formas de relações en- conta apenas um dos lados da
tre as tecnologias, indústria, mer- questão, dando destaque apenas
cados, gêneros e públicos. ao âmbito tecnológico ou so-
Já a inteligência coletiva é to- mente ao aspecto social. Neste
mada sob a perspectiva do consu- sentido, é adequado ao campo
mo, visto como uma nova fonte uma construção teórica a partir
de poder, no qual predomina a de uma perspectiva sócio-técnica
economia afetiva guiada direta- que leve em conta a integração
mente pela participação dos pú- dos meios de comunicação à or-
blicos, a partir das possibilidades ganização social contemporânea.
midiáticas, eles tornam-se impor- É necessário traçar uma nova
tantes catalizadores nas decisões geograa do campo da comuni-
de audiência e de compra. Esses cação, que leve em conta a am-
fenômenos formam uma cultura pliação de possibilidades de es-
participativa que caracteriza o tudos trazidas pela afetação entre
comportamento do consumidor sociedade e tecnologia.
midiático contemporâneo, cada Nesse processo tanto a análi-
vez mais distante da condição de se dos meios quanto a análise dos
receptor passivo. comportamentos dos sujeitos se
Conforme Kerckhove (1997) entrecruzam e estabelecem a cul-
a convergência midiática aponta tura e os fenômenos de comuni-
para o surgimento de novas for- cação social. Hoje não é possível
mas de consciência e mudanças analisar a comunicação sem con-
nas estruturas sociais; siderar os dois, pois os próprios
meios são originados de compor-
Enquanto a TV fornecia uma es- tamentos e situações sociais do
pécie de espírito coletivo para ser humano. Os meios modicam
toda a gente, mas sem qual- os comportamentos e os compor-
quer contribuição individual, tamentos modicam os meios em
os computadores eram espíri- um processo cíclico e constante,
tos privados sem contribuições daí a denominação sócio-técnico.
coletivas. A convergência de A amplitude dos fenômenos
ambos oferece uma possibili- que constituem o campo da co-
dade nova, sem precedentes, a municação social possibilitam
de ligar indivíduos com as suas diversas investigações, estas, po-
necessidades pessoais a mentes rém, nem sempre visam a com-
colectivas. Esta nova situação é plementaridade frente ao que
profundamente criadora de no- já existe em termos teóricos, o
vos poderes; tem repercussões que, por vezes quebra o avanço
sociais, políticas e econômi- epistemológico necessário. Em
cas. Irá acelerar as mudanças contraponto, estamos diante de
e adaptações na cena geopolíti- algumas pesquisas contempo-
ca assim como na sensibilidade râneas que objetivam propor ou
privada de todos (KERCKHO- investigar atualizações de mode-
VE, 1997, p. 89-90). los de épocas passadas frente à
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mutação tecnológica característi- entre sujeitos e meios de comu-
ca da sociedade complexa como, nicação, o processo de mediação
por exemplo, a re-signicação que acontecia de forma mais ob-
do líder de opinião no modelo jetiva e representacional agora
do two-step ow of communica- está repleto de estratégias que tra-
tion a partir das características da zem implicações consideráveis no
midiatização social que transfor- modo como apreendemos os fatos
ma os modelos de inuência e os da realidade, trabalhamos, consu-
efeitos dos discursos (DUARTE mimos, participamos na cultura,
e AIRES, 2008), a ruptura das re- política e sociedade.
gências lineares e deterministas Hoje podemos reconhecer
que atravessam discurso, técnica um ‘movimento inverso’ dos sis-
e cultura, domínios relevantes temas representacionais que têm
para o campo da comunicação na convergência tecnológica a
(FERREIRA, 2008) ou a cul- principal responsável, pois essa
tura da mídia e o triunfo do es- permitiu a rearticulação dos pro-
petáculo na contemporaneidade cessos de visibilidade a partir da
(KELLNER, 2006). interação entre produtores e re-
Considera-se que deveria pre- ceptores de discursos e a produ-
valecer nas pesquisas cientícas a ção dos sujeitos que antes tinham
consciência de que a comunica- poucas alternativas de visibilida-
ção social é gerenciada e produ- de diante das mídias clássicas.
zida por sujeitos simbólicos que “A midiatização institui um novo
utilizam os meios de comunica- «feixe de relações», engendradas
ção para interagir e expressar seus em operações sobre as quais se
pensamentos e opiniões através de desenvolvem novos processos
mensagens. Assim, enxergar a so- de afetações entre as instituições
ciedade a partir das mídias é o ob- midiáticas e os atores sociais”
jeto de interesse da comunicação, (FAUSTO NETO, 2008, p. 96).
num contexto de complexicação Assim, o estudo dos conhe-
da teia social (MARTINO, 2006). cimentos gerados em torno dos
A transformação de uma esfera aspectos teórico-epistemológicos
pública centrada na representa- dessas afetações é fundamental
ção em que sujeitos e instituições para o acompanhamento crítico
sociais buscavam visibilidade dos problemas que emergem com
através da mídia para um espaço a chamada Sociedade da Infor-
público de tecnointerações entre mação. Alguns fatos recorrentes
mídia, instituições e sujeitos ope- na esfera das mídias levam-nos
ra novas regras de inteligibilida- a observância e classicação de
de. A instalação desta ambiência fenômenos contemporâneos da
midiatizada generaliza a constru- comunicação, tomemos como
ção de novas práticas de sentido exemplo um telejornal, caracte-
diretamente atravessadas por u- rizado como um produto tradi-
xos midiáticos que remodelam os cional, no qual emissores e re-
vínculos sociais entre meios de ceptores podem ser considerados
comunicação e sujeitos. A conver- como donos de posições deni-
gência midiática é um dos com- das onde um emite e o outro re-
ponentes que traduz as mudanças cebe as mensagens.
nas formas de relacionamento A edição do dia 31 de agosto

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de 2009 do Jornal Nacional traz com mais possibilidades de inte-
algumas características que de- ração com os sistemas de produ-
monstram certas afetações que a ção. Estratégias como a presença
instância das mídias tradicionais de enquetes, a busca de opinião
sofre na atualidade. A transfor- sobre reportagens, o acesso às
mação dos apresentadores em reportagens em destaque antes
atores, relevando as notícias ao do programa ir ao ar, a exibição
segundo plano, torna-se eviden- das notícias mais acessadas, os
te, conforme percebemos na cha- arquivos e a disponibilidade do
mada inicial: “Fátima Bernardes programa na íntegra através da
e William Bonner mostram como rede são opções que possibilitam
cou o novo cenário do Jornal níveis de acesso e de participação
Nacional em comemoração ao inconcebíveis, até então.
aniversário de 40 anos no ar”. Além disso, as repercussões
As questões referentes a mo- sobre as notícias veiculadas nas
dernização e acompanhamento mídias tradicionais e exibidas
das tecnologias parecem sobres- em redes sociais como orkut e
sair, conforme apresenta o portal twitter, a postagem de vídeos
do Jornal Nacional na internet: em sites como youtube, ou ain-
da comentários em blogs e sites
Nas comemorações dos seus 40 pessoais podem ser considerados
anos no ar, o JN ganhou uma sistemas de resposta (BRAGA,
cara nova. Mais moderno e 2006) que interferem nas lógicas
mais bonito. Acompanhando as de produção e nos moldes como
evoluções tecnológicas, o ce- a informação desdobra-se nas
nário ganhou inovações como mídias tradicionais.
um telão onde será projetado o A publicidade também pode
mapa mundial, que ganha mo- servir como um objeto ilustrati-
vimento. No fundo da redação, vo da afetação entre mídias, uma
uma série de televisões de tela vez que seu sistema de visibilida-
plana vão apresentar imagens de tradicional transforma-se e co-
relacionadas às reportagens1. loca os receptores cada vez mais
próximos dos produtos. O acesso
Percebe-se que as metodolo- dos consumidores sai da instân-
gias de produção são recongu- cia representacional e parte para
radas, além das questões da espe- uma realidade virtual e interati-
tacularização de programas que, va. A lógica da publicidade sofre
inicialmente, não possuíam este afetações a partir de mensagens
viés. As possibilidades advindas veiculadas em novos dispositi-
com as tecnologias interferem vos, um exemplo signicativo é
nas lógicas destes ambientes, a o vídeo, postado no youtube, pela
construção de um site do progra- adolescente Sthefany, do Piauí,
ma exibido nas mídias tradicio- com a canção “Eu sou Sthefany
nais, por exemplo, demonstra o - No meu Cross Fox”2 o vídeo é
1 - nformações disponíveis em
uso da convergência e origina a uma versão da música de Vanes- www.jornalnacional.globo.
capacidade de busca pelo contato sa Carlton e ganhou proporções com. cesso em 31 ago 2009.
e interatividade com o receptor. inacreditáveis como mais de 500
2 - Vídeo disponível em
A convergência midiática confe- mil acessos em poucos dias, isso http://www.youtube.com/
re um outro status às audiências, garantiu não apenas a fama para watch?v=bK_rwcTP78

COMUNIAÇÃO  NFORMAÇÃO
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a adolescente como também a apenas o vetor representacional,
publicidade para a empresa de fato insuciente para a lógica da
automóveis em questão. O vídeo midiatização social na qual atu-
extrapolou a esfera da internet amos hoje. Assim, apesar dos
e foi exibido em programas da meios serem os grandes protago-
TV aberta como o “Programa do nistas e possuírem legitimidade
Gugu” e “Fantástico”, mas o ápi- para superintender a experiência
ce da afetação entre mídias tra- de mediação torna-se eminente
dicionais e contemporâneas foi a necessidade de conceituações
a estreia da cantora Sthefany no sobre acontecimentos como as
programa “Caldeirão do Huck”, transformações nos sistemas de
no dia 27 de junho de 2009 ela produção tradicionais, a conver-
participou do programa, cantou gência midiática, o poder exa-
o seu hit e ao nal foi presente- cerbado das imagens, os níveis
ada pela Volskswagem com um de consumismo e dedicação dos
Cross Fox. sujeitos às mídias, a falta de dis-
Estes exemplos de afetações tinção entre real e cção, a intera-
que a convergência midiática tividade absoluta e a pouca auto-
proporcionou ao jornalismo e à reexividade diante das mídias.
publicidade tradicionais buscam Entende-se que o processo de
demonstrar que estão em anda- midiatização ocasiona e delineia
mento transformações irreversí- formas de interações intermidiá-
veis nos modos de fazer e pensar ticas difíceis de serem imagina-
a comunicação. das antes do advento da internet,
por isso é pertinente defendermos
que o pensar comunicacional ne-
Considerações nais cessita ser revisto em busca da
atualização de conceitos, a partir
Até poucos anos atrás, a com- dos acontecimentos vivenciados
petência de produção e enuncia- na atualidade.
ção de discursos era creditada Logicamente, a autonomia e
apenas à instância producional, poder de mediação do campo dos
porém, os modelos assimétricos media permanecem e podem ser
de comunicação não se sobres- considerados um diferencial para
saem mais. O presente artigo a expansão de novas operações
buscou elucidar conceitos com interativas com os receptores.
vistas a complementar algumas Mas a realidade mostra a arti-
abordagens sobre a conguração culação de relações entre mídias
midiática advindas com os de- tradicionais e reticulares fatores
senvolvimentos tecnológicos e a que ocasionam inúmeras trans-
emergência de novos dispositi- formações para a área, assim,
vos de comunicação. este artigo busca consolidar-se
É possível armar que as como um pequeno passo em bus-
questões contemporâneas ree- ca da edicação de conceitos e
tem-se e problematizam-se no teorias que abarquem a comple-
campo dos media, porém sua xidade dos fenômenos midiáticos
abordagem teórica referencia contemporâneos.

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Sociedade midiazada: As afetações do campo dos media na contemporaneidade
Daiana tasiak
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Data do Recebimento: 05/08/2009


Data do Aceite: 01/09/2009

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Daiana tasiak

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