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Audiência pública no
Rio coloca em debate o
papel do farmacêutico
na sociedade e pergunta
que modelo de farmácia
o país quer e precisa
SUMÁRIO
Diretoria
Presidente: Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo
Vice-presidente:Dr. Marcus Vinicius Romano Athila
Secretário Geral: Dr. Francisco Claudio de Souza Melo
Tesoureira: Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz
Conselheiros Efetivos
Dra. Aline Coppola Napp - Dra. Celma Thomaz de Azeredo Silva - Dra. Denise Costa Ribeiro
Dr. Jorge Fernando Teixeira Soares - Dr. Júlio Cesar Carneiro - Dra. Márcia de Souza Antunes
Dra. Selma Rodrigues de Castilho - Dra. Tania Maria Lemos Mouço
Conselheiros Suplentes
Dra. Elaine Lazzaroni Moraes - Dra. Lia Maria Loiola Galuzzio - Dra. Raquel Costa Dutra Nascimento
Conselheiro Federal
Dra. Maria Cristina Ferreira Rodrigues
Conselheiro Federal Suplente
Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense
Comissão Editorial
Diretoria CRF-RJ - Dra. Aline Napp - Dr. Marcos Alves - Dr. Rogério Dias - Dra. Tania Mouço
SXC
INOVA 2010
Data: 9 a 11 de agosto | Local: Ceará
Informações: www.seminarioinova.com.br
Itinerante em Niterói
Relação humanista com o paciente é destacada por palestrante
HUMBERTO TESKI
No dia 19 de junho, o CRF para começar o trabalho são
Itinerante esteve em Niterói. também decisivas. “Dificulta
Foram ministradas as pales- ainda a falta de aprendizado
tras “Atenção Farmacêutica universitário sobre como lidar
em Pacientes Hipertensos” e com pessoas. Aprendemos
“Atenção Farmacêutica em aspectos técnicos do medica-
Pacientes Diabéticos”. A pri- mento, mas não a cuidar do
meira foi apresentada pela paciente”, explica.
farmacêutica e membro do A farmacêutica Maiara
Grupo de Estudos sobre Ser- Alexandre Cardoso pretende
viços Farmacêuticos do Es- abrir sua própria farmácia e
tado do Rio de Janeiro (Ge- disse que vai aplicar a aten-
seferj), Elisângela de Assis ção farmacêutica para se di-
Ferreira. Tania Mouço Lemos, ferenciar de outros estabele-
professora universitária e con- cimentos.
Elisângela ministra palestra sobre atenção farmacêutica em pacientes hipertensos
selheira do CRF-RJ, ficou res- Aloísio Carvalho, tam-
ponsável pela segunda. bém farmacêutico, afirmou gas. “Estar em contato com
Na opinião de Elisângela, que o evento foi proveitoso grupos que têm o mesmo
conhecimentos teóricos são por duas razões: pelas infor- objetivo sempre soma em
importantes, mas iniciativa mações recebidas e pela tro- nossa vida profissional”, co-
do farmacêutico e coragem ca de experiências com cole- mentou.
DIVULGAÇÃO
CRF ITINERANTE EM CAXIAS
O CRF Itinerante também esteve em Duque
de Caxias, onde o evento contou com a co-
ordenação do vice-presidente Marcus Athila
e da diretora-tesoureira Ana Paula Queiroz.
Participaram o secretário-geral do CRF-RJ,
Francisco Claudio de Souza Melo, o coorde-
nador da Vigilância Sanitária de Duque de
Caxias, Roberto Dias, e o coordenador do
CRF-RJ na cidade, Rogério Dias. Foram mais
de 100 pessoas, o que, segundo o secretá-
rio-geral, realça a grande adesão dos profis-
sionais em reconhecimento à importância da
capacitação para a valorização das ativida-
des em que o farmacêutico pode atuar. Athi-
la também se mostrou muito satisfeito com
o evento, destacando a alegria que sentiu
ao testemunhar o empenho da categoria em
busca da capacitação para melhor atender à
população. Número de participantes surpreende organização do evento
Disseminando conhecimento
Encontro das Câmaras Técnicas recebeu palestrantes de diversas áreas de atuação
HUMBERTO TESKI
de Medicamentos na Saúde
Pública”, ministrada pelo chefe
do Departamento de Assistên-
cia Farmacêutica da prefeitu-
ra do Rio de Janeiro, Rondineli
Mendes da Silva; “O Papel do
Farmacêutico na Pesquisa Clí-
nica”, por Marcelo Marques
Nazar, do INCA; “Administra-
ção Farmacêutica Hospitalar”,
por Renata da Silva Antunes,
da Câmara Técnica de Farmá-
cia Hospitalar; e por fim “A Ra-
diofarmácia em Medicina Nu-
clear”, ministrada por Rodrigo
Público constituído de farmacêuticos e acadêmicos
dos Santos Almeida, da Câma-
O Centro de Estudos do a oportunidade para manifes- ra Técnica de Radiofarmácia.
Hospital Hemorio sediou o 2º tar seu apoio ao encontro e à À tarde, os participan-
Encontro das Câmaras Técni- disseminação de informações tes assistiram às apresenta-
cas do CRF-RJ, que aconteceu que as Câmaras Técnicas es- ções “Novo Protocolo da An-
em 23 de junho. O principal tão promovendo. “O evento é visa RDC 151 sobre HIV”, de
objetivo do evento foi disse- uma grande oportunidade pa- Lucia Maria de Sena Souza, do
minar conhecimentos sobre os ra atualização sobre o que há Programa de DST/AIDS da pre-
mais diversos assuntos domi- de mais moderno na profis- feitura de Duque de Caxias;
nados pelos palestrantes e im- são, sob a ótica de profissio- “Acupuntura Aplicada à Prá-
pulsionar o debate sobre di- nais de destaque em suas áre- tica Farmacêutica”, de Cláu-
ferentes temas da atualidade, as de atuação”, disse. dio Barreiro Pignone, da Câ-
em relação às inúmeras áre- De acordo com a diretora mara Técnica de Acupuntura;
as em que o farmacêutico es- do CRF-RJ e responsável pela “Boas Práticas de Fabricação -
tá apto a atuar. coordenação do evento, Ana RDC 17 x RDC 210, o que mu-
O vice-presidente do CRF- Paula Queiroz, a ideia é reali- dou?”, de Simone Grings Her-
RJ, Marcus Athila, aproveitou zá-lo duas vezes ao ano, a fim bert, da Câmara Técnica de
de que os farmacêuticos pos- Indústria Farmacêutica; “De-
sam constantemente agregar safios para Garantir a Qualida-
conhecimentos para aplicá-los de de Medicamentos no Ciclo
no dia a dia. A previsão é que o de Distribuição”, de Ana Ma-
próximo encontro aconteça no ria Targa, da Câmara Técnica
segundo semestre de 2010. de Distribuição e Transporte;
Na parte da manhã, foram e, para fechar o dia, “Seguran-
apresentadas as palestras “O ça Alimentar”, de Renato Lima
Impacto do Complexo Médi- Duarte, da Câmara Técnica de
co-Industrial na Incorporação Vigilância Sanitária.
Ana Paula Queiroz, diretora do CRF-RJ, e Marcus Athila, vice-presidente do CRF-
RJ: objetivo é compartilhar conhecimento gerado pelas Câmaras Técnicas
equipe da farmácia. da rede Pague Menos, Mag- Leme, Ricardo Valdetaro: “in-
Segundo a gerente de na de Castro Alves. tegridade, educação, respon-
marketing da rede de dro- Geralmente, a Pague Me- sabilidade, atenção ao clien-
garias Drogal, Jane Miranda, nos exige experiência de, no te, solidariedade e empatia”,
o farmacêutico precisa fa- mínimo, seis meses na área. destacou. Também é desejá-
zer cursos de legislação far- “Mantemos um programa vel que o farmacêutico tenha
macêutica, produtos e aten- de estágio que nos possibi- curso de aplicação de injetá-
dimento. “A Rede Drogal se lita ajudar na formação prá- veis e aferição de pressão ar-
pauta pela valorização dos tica dos profissionais. Para terial, além de saber operar
colaboradores. Em caso da nós, é importante que os far- glicosímetros.
falta de experiência, inves- macêuticos tenham conheci- Para Valdetaro, também
timos no farmacêutico por mentos, principalmente, de é necessário conhecer a fun-
meio de cursos e outras fer- farmacologia e de assistência do a Portaria 344, visitar re-
ramentas para sua atualiza- farmacêutica”, explicou. “É gularmente o site da Anvisa
ção”, conta Jane. importante o comportamen- e se especializar em atenção
“O varejo farmacêutico é to ético, afinal o farmacêuti- farmacêutica. É interessante
dinâmico e tem consumido- co será uma liderança den- que se tenha nível intermedi-
res cada vez mais exigentes. tro da farmácia e precisa ser ário em língua inglesa, prin-
No nosso ramo, buscamos um exemplo para demais co- cipalmente se a farmácia em
profissionais com aptidões laboradores e clientes”, finali- que pretende trabalhar esti-
para atendimento ao público, za Magna. ver localizada em uma área
que se identifique com a di- Esse é o perfil de quem frequentada por turistas, co-
nâmica das vendas e com ha- deseja atuar em uma grande mo acontece com a Farmácia
bilidade e conhecimento para rede. E quanto às médias e do Leme, que fica em Copa-
orientar os auxiliares da far- pequenas farmácias? Quem cabana.
mácia”, ressalta a gerente de responde é o farmacêutico e A indústria é a “menina
Desenvolvimento Humano proprietário da Farmácia do dos olhos” da maioria dos
profissionais, mas é onde se
encontra uma pequena par-
CONHEÇA O NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS DE
cela deles. Os farmacêuticos
CADA ÁREA, SEGUNDO ESTATÍSTICAS DO
podem atuar em inúmeras
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
funções, inclusive no marke-
Farmácias e drogarias 79.010
ting. Segundo a diretora de
Farmácias e drogarias em capitais 18.425
Gestão de Capital Humano
Farmácias e drogarias em cidades do interior 60.585
da EMS, Marta Nisina, exis-
Farmácias com manipulação 7.164
tem cursos específicos volta-
Farmácias homeopáticas 1.082
dos para quem deseja traba-
Farmácias e drogarias de propriedade de
lhar na função.
farmacêuticos 19.755
Os cargos das áreas re-
Farmácias e drogarias de propriedade de não
gulatória e controle de qua-
farmacêuticos 45.481
lidade requerem profissionais
Farmácias públicas registradas nos Conselhos
com perfil analítico e organi-
Regionais 8.284
zado, que saibam se comu-
Farmácias hospitalares 5.490
nicar, administrar o tempo e
Laboratórios de análises clínicas de propriedade
possuir facilidade de relacio-
de farmacêuticos 5.497
namento. Em algumas ou-
Indústrias farmacêuticas 550
tras áreas também é requisito
Distribuidoras de medicamentos 3.844
fundamental a flexibilidade e
Relatório da Comissão de Fiscalização emitido em dezembro de 2009, com base
nos Relatórios de Atividades Fiscais dos Conselhos Regionais de Farmácia. a boa comunicação.
Ferramentas de gestão em
serviços de saúde
Utilização pode ser o diferencial para sucesso em organizações de saúde
utilizar de forma eficaz as outros que podem ser sig- mentos funcionais. Sen-
ferramentas de gestão? nificativos para que a uti- do assim, as melhorias
RFC : Essa pergunta é mui- lização das ferramentas puderam ser sentidas pe -
to oportuna, pois acredito de gestão produza resul- los profissionais desde
que o conhecimento das tados diferentes dos pla- o começo das atividades
técnicas e de suas condi- nejados. e repercutiram positiva-
mente para que houves-
HUMBERTO TESKI
R : O senhor acha que os se bons níveis de com-
estabelecimentos de saú- prometimento, aceitação
de estão em condições de e adaptação sem maiores
utilizar as ferramentas de dificuldades.
gestão?
RFC : Tenho certeza que R : As ferramentas de ges-
sim. E sei, por experiência tão podem ser uma res-
própria, que um bom pla- posta para a melhoria da
nejamento e a utilização qualidade do sistema de
adequada de ferramentas saúde atual?
de gestão podem ser de- RFC : A melhoria passa
terminantes para o suces- por muitos desafios, co-
so de muitas organizações mo democratização do
de saúde, servindo como acesso aos serviços em to-
diferencial para uma ad- dos os níveis, mais profis-
ministração de sucesso. sionais qualificados e bem
remunerados, investimen-
R : Como foi a adaptação to em ações preventivas,
dos profissionais que tra- sustentabilidade e enten-
balham na instituição pes- dimento dos muitos fato-
quisada? res condicionantes, den-
RFC : O estudo foi inse - tre outros, para que haja
rido em um contex to de uma verdadeira revolução
uma organização de saú- no sistema de saúde atu-
de militar, que, embora al. Acredito que muitas
diferenciado do meio ci- das respostas e ações po-
vil em muitos aspectos, dem ser buscadas e imple-
também divide caracte - mentadas com o uso cor-
rísticas parecidas e pecu- reto de ferramentas de
liares a outros setores de gestão conhecidas e de
trabalho. No nosso ca- domínio público, sem que
Romilson Fonseca da Cunha so, houve par ticipação sejam inventadas fórmulas
da equipe na identifica- mirabolantes e complica-
cionantes seja muito im- ção dos principais óbices das de ação. Dessa forma,
portante, mas não basta e no planejamento de al- os gestores podem lançar
para alcançar sucesso na gumas das atividades mão de técnicas específi-
utilização das ferramentas que seriam desempenha- cas para enfrentar os de-
sem que haja o compro- das. Existem também en- safios de uma gestão que
metimento de toda a equi- volvimento na definição busque, dentre outros ob-
pe nos diferentes níveis da dos objetivos comuns, na jetivos, melhores níveis de
administração. Existem fa- melhor organização das segurança, humanização
tores que podem ajudar e tarefas e nos procedi- e qualidade.
Inimigo oculto
Saiba o que profissionais de saúde pensam sobre as propostas da Anvisa
para evitar a resistência microbacteriana
SXC
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvi-
sa) realizou, em março, uma
audiência pública, em Bra-
sília (DF), a fim de discutir
medidas mais restritivas pa-
ra ampliar o controle sobre a
prescrição e venda dos anti-
bióticos orais e injetáveis. A
proposta exige a retenção
da receita médica na hora da
dispensação e altera os dize-
res de rotulagem e bula des-
ses medicamentos.
As novas regras incluem
ainda, inicialmente, os antibi-
óticos amoxilina, cefalexina,
azitromicina e sulfametoxazol do tratamento, dificultando- não respeitam essa regra, di-
no grupo que deve ter a ven- o e encarecendo-o. Além dis- ficultando o controle. “A fi-
da registrada no Sistema Na- so, de acordo com o pedia- nalidade de restringir a venda
cional de Gerenciamento de tra e membro da Sociedade é justamente para podermos
Produtos Controlados (SN- Brasileira de Pediatria (SBP), controlá-la melhor e evitar
GPC). Futuramente, a inten- Marco Aurélio Palazzi Safadi, que a resistência microbacte-
ção é ampliar essa listagem. em 50% das vezes, as pes- riana aumente”, diz Alaver.
A proposta foi colocada soas ingerem antibióticos de
em consulta pública no dia 18 maneira incorreta, pois o re- PONTOS POSITIVOS E
de junho, e a previsão é que, médio não é apropriado ou a NEGATIVOS DA MUDANÇA
antes do final do ano, a nova doença é viral, como ocorre Se por um lado a preocu-
resolução entre em vigor. frequentemente com os pro- pação da Anvisa é bastante
A Anvisa vem deixan- blemas de garganta.
do claro que a finalidade das O especialista em regula- CONHEÇA AS PROPOSTAS DA ANVISA PARA
medidas mais rigorosas é re- ção de vigilância sanitária da DISPENSAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS
duzir o consumo indiscrimi- Anvisa, Rodrigo Thomaz Ala- Exigência de Receita de Controle Especial em duas vias.
nado de antibióticos e a au- ver, lembra que a Lei Federal Apresentação e retenção de uma via da receita no ato
tomedicação, que acabam 5.991 já determina que me- da dispensação.
gerando um problema mui- dicamentos de tarja verme- Dizeres de rotulagem e bula com a frase: “VENDA SOB
to maior, a resistência micro- lha, como é o caso dos an- PRESCRIÇÃO MÉDICA - SÓ PODE SER VENDIDO COM
bacteriana. O uso irracional tibióticos, somente sejam RETENÇÃO DA RECEITA”.
desses medicamentos poten- dispensados sob prescrição Controle eletrônico da movimentação (entradas e saídas)
cializa o fortalecimento das médica. Porém, muitos esta- de antibióticos nas farmácias e drogarias do setor privado
bactérias e reduz a eficácia belecimentos farmacêuticos pelo SNGPC.
mento e reprodução das bac- nos duas amostras de catarro Fixa Combinada (DFC), cons-
térias. colhidas em dias consecuti- tituída pelas quatro drogas
O indivíduo que en- vos. Se for detectada a exis- mais utilizadas no combate
tra em contato pela primei- tência do Mycobacterium tu- à doença, que são rifampici-
ra vez com o Bacilo de Koch berculosis, está confirmada a na, isoniazida, pirazinamida e
não tem ainda resistência na- doença. etambutol, concentradas em
tural, mas pode adquirir. Se Existem ainda outros re- um único comprimido.
o organismo não estiver de- cursos para a confirmação da Entretanto, em meados
bilitado, consegue matar a tuberculose. Dentre eles es- de julho, o Ministério da Saú-
bactéria antes que ela se ins- tá o aspirador gástrico, mais de suspendeu o medicamen-
tale como doença. Neste mo- utilizado em crianças. Já a fi- to por desvio de qualidade.
mento, é também estabeleci- brobroncoscopia é comum Alguns comprimidos apre-
da a proteção contra futuras nos casos em que não há ex- sentaram alteração na cor.
infecções pelo bacilo. pectoração. Nesse exame, Até o fechamento dessa edi-
Se o organismo não de- um aparelho flexível entra no ção, o problema ainda estava
senvolver esta proteção, após pulmão e coleta material que sendo investigado.
um período de quinze dias, deve ser encaminhado para a A grande vantagem da
em média, os bacilos come- pesquisa do bacilo da tuber- DFC é a redução da quanti-
çam a se multiplicar, gerando culose. dade de comprimidos ingeri-
uma pequena inflamação na Após confirmação da dos diariamente, facilitando a
zona de implantação. A bac- existência da doença, é pre- adesão dos pacientes ao tra-
téria pode se espalhar e pro- ciso direcionar o foco para o tamento, reduzindo o aban-
vocar a tuberculose primária, tratamento. As medicações dono, aumentando os índi-
caracterizada por pequenos são distribuídas pelo Sistema ces de cura e diminuindo as
nódulos nos pulmões. Único de Saúde (SUS), nos chances do aparecimento de
Sem tratamento adequa- postos municipais de atendi- cepas do bacilo resistentes às
do, a doença evolui, gerando mento. De acordo com Fábio drogas. Com o esquema an-
sintomas mais graves. De pe- Moherdaui, coordenador-ad- teriormente utilizado, 8%
quenas lesões, os bacilos ca- junto do Programa Nacional dos pacientes abandonavam
vam as chamadas cavernas de Controle da Tuberculose o tratamento. Com a nova
tuberculosas, que costumam do Ministério da Saúde, atu- proposta de um único com-
inflamar com frequência e almente o melhor tratamento primido, espera-se reduzir es-
sangrar. A tosse, nesse caso, oferecido no Brasil é a Dose sa taxa para menos de 5%.
não é seca, mas com pus e
sangue. É a chamada hemop-
NOVO MANUAL PARA CONTROLE DA TUBERCULOSE
tise.
O Ministério da Saúde acaba de lançar o Manual de Recomendações para o Controle da
Tuberculose no Brasil. O objetivo do material é melhorar as atividades de prevenção, vigi-
DIAGNÓSTICO E
lância, diagnóstico e tratamento dos casos de tuberculose. Também vai contribuir para or-
TRATAMENTO
ganizar os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente aqueles da
O diagnóstico da doença
atenção básica. Poderá ser útil ainda para os movimentos sociais, organizações de base co-
é feito com base no relato do
munitária, instituições de pesquisas, universidades e outras organizações governamentais
paciente, associado a uma ra-
e não governamentais. O Manual está organizado em 19 capítulos, que tratam de detec-
diografia do tórax que mos-
ção de casos, estatísticas, diagnóstico, tratamentos, medicamentos, associação do taba-
tre alterações compatíveis
gismo à doença, prevenção, vacinação, resistência aos fármacos, ações de vigilância epi-
com a tuberculose pulmo-
demiológica, entre outros assuntos. Uma fonte completa para profissionais que atuam no
nar. Para se certificar, é pre-
combate à doença. O Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Bra-
ciso fazer uma coleta da se-
sil está disponível no site do CRF-RJ, no link “Informativo” e, em seguida, no link “Artigos
creção do pulmão do doente.
e Entrevistas”.
Devem ser avaliadas ao me-
( ( ( (675899(':'-02.+'#(!'(,"+.;'-
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PARA ANUNCIAR
sct@crf-rj.org.br | 21 3872-9215
A hanseníase é uma das tente ao bacilo e não desen- a biópsia, também podem
doenças mais antigas da his- volve a doença. ser necessários.
tória da humanidade. A enfer- O diagnóstico consiste, A hanseníase é uma do-
midade é causada pelo Bacilo principalmente, na avaliação ença curável. O tratamento
de Hansen, o Mycobacteruim clínica: aplicação de testes recomendado é a Poliquimio-
leprae, parasita que ataca a de sensibilidade, força mo- terapia (PQT), uma combina-
pele e os nervos periféricos, tora e palpação dos nervos ção de medicamentos (rifam-
mas que também pode afe- dos braços, pernas e olhos. picina, dapsona, clofazimina),
tar órgãos como fígado, tes- Exames laboratoriais, como que se usados de forma cor-
tículos e olhos. Em 2009, se-
gundo o Ministério da Saúde, CONHEÇA AS ETAPAS DO PROTOCOLO CRIADO
foram contabilizados 36.718 POR DOIS ACADÊMICOS DE FARMÁCIA
casos de hanseníase no Brasil, Identificação do paciente
sendo 1.784 no Rio de Janei- Nome, número do prontuário, endereço da residência, dados da unidade de atendimento
ro. Informações demográficas: idade, peso, altura, IMC, ocupação, grau de escolaridade, si-
Com período de encu- tuação familiar/social
bação variando de três a cin- Nome e CRF do farmacêutico
co anos, a primeira manifes- Anamnese farmacêutica
tação da enfermidade se dá Histórico médico anterior: lesões, cirurgias, hospitalizações
por meio do aparecimento Histórico familiar: doenças familiares
de manchas dormentes, aver- Histórico de alergias
melhadas ou esbranquiçadas, Imunizações
em qualquer região do corpo. Hábitos sociais e de vida: tabagismo, cafeína, etilismo, atividade física, tipo de
Outros sintomas podem ser alimentação
placas, caroços, inchaço, fra- Tipo de entrada
queza muscular e dor nas arti- Classificação operacional e clínica
culações. Conforme a doença Data inicial do tratamento e esquema utilizado
avança, o número e tamanho Dados da farmacoterapia
das manchas aumentam, e os Medicamentos em uso, tempo de utilização, posologia e avaliação da necessidade, efeti-
nervos ficam comprometidos, vidade e segurança do medicamento (PRM e RNM)
podendo ocasionar deforma- Outras informações relevantes
ções em regiões como nariz e Plano de cuidados
dedos, além de impedir certos Avaliação das queixas
movimentos, como abrir e fe- Planejamento da intervenção farmacêutica, de forma escrita, incluindo a colaboração
char as mãos. com os outros profissionais de saúde
Caso não seja tratada, a Detalhamento da intervenção, data, objetivo a ser alcançado e observações pertinentes
hanseníase é capaz de con- Avaliação dos exames laboratoriais
taminar outras pessoas pelas Agendamento de retorno quando necessário
vias respiratórias. Entretan- Acompanhamento do uso dos medicamentos PQT
to, segundo a Organização Administração das doses supervisionadas
Mundial da Saúde (OMS), a Avaliação do blister autoadministrado
maioria das pessoas é resis- Data da dispensação, medicamento, quantidade
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Presidente do CRF-RJ, Paulo Oracy Azeredo, compõe a mesa ao lado de outras entidades e autoridades políticas
Em seguida, o presiden-
te da ABF, José Liporage Tei-
xeira, aproveitou o momen-
to para uma reflexão sobre
o que é ser farmacêutico e
o verdadeiro papel da assis-
tência farmacêutica. “Assis-
tência farmacêutica é muito
mais que dispensar um me-
dicamento. É fornecer infor-
mação de qualidade à po-
pulação que não tem acesso
a ela”, disse.
Para finalizar, Paulo
Maurício Ballado, da Visa
Municipal, discursou sobre
a importância de não se es-
quecer da parte humanitária
da profissão. “Os farmacêu-
ticos, a partir das décadas Deputado federal Mauro Nazif, autor do projeto que cria um piso nacional para o farmacêutico
de 50 e 60, passaram a ser
extremamente técnicos, es- com a Comissão de Saúde meses, municípios do Rio
quecendo o lado humanis- e autoridades farmacêuticas de Janeiro anunciaram que,
ta do atendimento. Agora, do Rio de Janeiro. “Vamos conforme posicionamento
estamos em uma retomada, reunir a sociedade civil or- favorável do Superior Tribu-
pois descobrimos o quan- ganizada, os conselhos, os nal de Justiça (STJ), passa-
to fazemos falta na presta- sindicatos, e levá-los para as riam a cobrar o ISS sobre a
ção de informações à po- ruas da cidade. Temos que manipulação de medicamen-
pulação”, declarou Ballado, divulgar para a população tos. Empresários do segmen-
que encerrou sua fala com os riscos da automedicação to temem a bitributação,
a seguinte pergunta: “O e de não se ter farmacêu- apesar de, teoricamente, ser
momento agora é de pro- ticos nas unidades públicas ilegal. A questão agora será
por o modelo de farmácia de saúde”, declarou o vere- julgada pelo Supremo Tribu-
que desejamos para o Bra- ador. nal Federal (STF).
sil. Queremos que ela seja O vice-presidente do
vista como estabelecimento CRF-RJ, Marcus Athila, fez
de saúde ou meramente co- um apelo aos governos es-
mercial?”. tadual e municipal sobre a
questão do impasse em re-
VICE-PRESIDENTE DO lação aos tributos ICMS (Im-
CRF-RJ ALERTA CONTRA posto sobre Circulação de
BITRIBUTAÇÃO NO SE- Mercadorias e Serviços) e
TOR ISS (Imposto sobre Serviços),
MAGISTRAL que se não for soluciona-
Na audiência, o verea- do com urgência poderá le-
dor Carlos Eduardo anun- var muitas farmácias de ma-
ciou que pretende lançar nipulação à falência. O setor
uma campanha contra a au- magistral sempre contribuiu
Aline Napp, vice-presidente da Anfarmag Rio e conselheira do CRF-RJ, defende o
tomedicação em parceria com o ICMS, mas, há alguns segmento magistral
Avanço na profissão
Prescrição farmacêutica pode favorecer o uso racional do medicamento
DIVULGAÇÃO
Sem a previsão de quando melhoria da qualidade de vida nal de Medicamentos. Agora
será aprovada por causa dos das pessoas. o alerta nas propagandas pe-
pontos polêmicos, a proposta de para a população procurar
da prescrição farmacêutica do R: Que benefícios esta mu- o farmacêutico. A atenção e a
Conselho Federal de Farmácia dança traria para o tratamen- prescrição farmacêutica inte-
(CFF) vem suscitando opiniões to? ressam aos pacientes, ao MS,
divergentes no setor. Leia, nes- POA: Pacientes e sistemas pú- ao SUS e aos farmacêuticos.
ta entrevista, o posicionamen- blicos e privados de saúde têm
to do presidente do CRF-RJ, muito a ganhar, pois haverá R: Essa medida deve estimular
Paulo Oracy Azeredo. redução nos custos com medi- os donos de farmácia a obe-
camentos, consultas e interna- decer a legislação e manter
Riopharma: O que o senhor ções hospitalares. um farmacêutico durante to-
pensa sobre a proposta do CFF do o funcionamento da far-
de o farmacêutico prescrever R: Que benefícios traria para a mácia? Paulo Oracy Azeredo, Presidente do
CRF-RJ
medicamentos para transtor- classe farmacêutica? POA: A medida favorece, mas
nos menores? POA: Quando colamos grau, é o farmacêutico quem tem
Paulo Oracy Azeredo: Nos fazemos o juramento de cui- que estimular os empresários
transtornos menores, como dar da saúde das pessoas. A a transformar o estabeleci-
cefaléia, síndrome gripal, vô- prescrição inserida na atenção mento em um local de promo-
mitos, podem ser usados me- farmacêutica contribui para ção, proteção e recuperação
dicamentos isentos de prescri- que o farmacêutico seja con- da saúde.
ção. A prescrição farmacêutica, siderado um profissional de
nesses casos, aumenta a segu- saúde, reconhecido como tal R: Se esses medicamentos são
rança no uso dos medicamen- pela sociedade. isentos de prescrição e qual-
tos contra possíveis riscos de quer um pode comprar, por
interação medicamentosa, re- R: A quem interessa que o far- que tantas discussões para
ações indesejáveis e uso irra- macêutico prescreva? permitir que o farmacêutico,
cional. A indicação de medi- POA: A população ainda não que entende da composição
camento pelo profissional sem sabe da importância da orien- de cada um deles, os prescre-
autorização legal poderia ser tação farmacêutica. O Minis- va?
interpretada como exercício ile- tério da Saúde (MS) tem a in- POA: Toda novidade causa
gal da medicina. formação de que 60% dos reação contrária. Os médicos
doentes crônicos, diabéticos e provavelmente serão contra o
R: Seria positivo para o pacien- hipertensos não usam corre- ato da prescrição farmacêu-
te? tamente o medicamento que tica. A maioria dos donos de
POA: Quando o farmacêutico adquirem, seja comprando na farmácia deseja que o esta-
prescreve medicamento por farmácia ou recebendo de gra- belecimento continue sendo
escrito, ele promove o uso ra- ça do SUS. O MS e a Organiza- apenas comercial. A discussão
cional dos medicamentos, na ção Pan-Americana da Saúde é benéfica porque traz à luz
medida em que informa sobre (OPAS) realizaram, em outu- um novo procedimento que
dosagem e posologia, favore- bro de 2009, o 3º Congresso vai ajudar em muito a saúde
ce a adesão ao tratamento e a Brasileiro sobre o Uso Racio- do povo brasileiro.
Segurança hospitalar
Identificar riscos e preveni-los são tarefas do farmacêutico
HUMBERTO TESKI
No ambiente hospitalar, o cionais de Segurança do Pa- ça, promovendo a notificação
farmacêutico tem papel fun- ciente, o que pode ser feito pa- de erros em um ambiente não
damental na prevenção de ris- ra evitar uma possível infecção punitivo.
cos e na segurança do pacien- hospitalar?
te. Leia a entrevista da chefe de APQ: A ênfase das iniciativas R: Qual é a contribuição dos
Farmácia do Hemorio e diretora internacionais é a higienização programas de acreditação em
do CRF-RJ, Ana Paula Queiroz, das mãos. É preciso haver edu- relação à redução dos eventos
e saiba como ele pode atuar. cação, campanhas e sensibili- adversos?
zação para aumentar a adesão APQ: A acreditação é uma ava-
Riopharma: Em que consis- dos profissionais. liação externa baseada em pa-
tem as atividades do farmacêu- drões previamente estabeleci-
tico na segurança hospitalar do R: Quais os fatores que mais dos. As organizações de saúde
Ana Paula Queiroz, diretora-tesoureira
do CRF-RJ paciente? provocam os erros dos profis- com certificado de acreditação
Ana Paula Queiroz: Os sis- sionais de saúde? costumam ser mais seguras, pre-
temas de saúde são ambien- APQ: Escassez de recursos ma- paradas para identificar falhas e
tes altamente complexos, que teriais adequados, sobrecarga incidentes. Entre os benefícios
abrigam atividades de alto ris- de trabalho, ausência de pro- da acreditação, destacam-se a
co e processos cuja complexi- tocolos e rotinas operacionais, sistematização das atividades da
dade favorece a ocorrência de falha de comunicação, falta de assistência e o uso de ferramen-
eventos adversos (EA). Nes- conhecimento, entre outros. tas de qualidade universalmente
te cenário, o farmacêutico po- aceitas e recomendadas.
de identificar os riscos poten- R: Quais os principais eventos
ciais e preveni-los por meio de adversos relacionados à assis- R: Qual é a funcionalidade do
ações e protocolos específicos, tência farmacêutica? projeto Hospitais Sentinela,
além de monitorar a ocorrência APQ: Podem ser relacionados criado pela Anvisa em 2000?
dos EA´s. à atitude do profissional, aos APQ: O objetivo principal é
procedimentos executados e garantir a segurança na utiliza-
R: Como o farmacêutico pode aos fatores ambientais. Pode- ção dos produtos de saúde por
aumentar a segurança do pa- mos apontar como principais meio da formação de uma re-
ciente tendo como foco a co- o uso irracional de antibióticos, de de informações que se cru-
municação? erros de medicação, ambientes zam e se autoalimentam, de
APQ: Cabe a ele orientar e físicos inadequados, poucos forma padronizada e sistema-
educar o paciente e a família profissionais frente ao grande tizada. Basicamente, são in-
sobre a importância da adesão número de pacientes. formações sobre os seguin-
ao tratamento, informar sobre tes grupos: medicamentos,
o uso correto dos medicamen- R: Quais são os principais fato- equipamentos médicos, arti-
tos e elaborar protocolos clíni- res que proporcionam o suces- gos descartáveis, materiais im-
cos de farmácia, como a pro- so da atenção à saúde? plantáveis e de apoio médico-
dução e divulgação de um guia APQ: São vários, mas cito a hospitalar, kits e reagentes de
farmacoterapêutico. utilização de protocolos pa- laboratórios, produtos sanean-
dronizados e o desenvolvimen- tes de uso hospitalar, sangue e
R: A partir das Metas Interna- to de uma cultura de seguran- seus componentes.
tema novo, pois o mesmo ca de produto, por sua vez, to sujo poderá ficar nas ins-
já era mencionado na RDC tem como principal objeti- talações de fabricação até ser
210/03, as empresas farma- vo a substituição de requa- efetivamente limpo; nos tes-
cêuticas possuem o prazo de lificações e revalidações pe- tes de identificação de ma-
um ano a partir da publica- riódicas. A revisão periódica térias-primas, de forma que
ção da norma para a apre- consiste na verificação da todos os volumes recebi-
sentação dos protocolos de conformidade dos processos dos deverão ser amostrados.
validação, e três anos para existentes e na adequação Apesar de essa regra já ser
completar a validação de to- das especificações de maté- utilizada pelas empresas para
dos os sitemas computadori- rias-primas e produtos aca- os IFAs (ingredientes farma-
zados que já estão instalados bados, de forma que todo cêuticos ativos), agora deve-
na empresa. Deverão ser vali- o desempenho do proces- rá ser aplicada a todos os ex-
dados todos os sistemas que so seja avaliado quanto a fa- cipientes; e na água para uso
estejam envolvidos na fabri- lhas ou resultados tendencio- farmacêutico, apresentada
cação de medicamentos, tais sos, e concomitantemente em diferentes tipos e critérios
como sistemas de negócios e sejam traçados os planos de de qualidade para fabricação
logística [ERP (Enterprise Re- ação. A Anvisa disponibili- de medicamentos.
souce Planning), SCM (Su- za um guia intitulado Guias No que tange aos produ-
pply Chain Management), da Qualidade, disponível no tos estéreis, foram inseridos
CRM (Customer Relationship site, porém o mesmo sofre- na nova norma os limites de
Management), etc]; desen- rá alteração para adequação monitoramento microbioló-
volvimento de medicamentos aos novos requisitos da RDC gico das áreas limpas, assim
e pesquisa clínica [PLM (Pro- 17/10. como o sistema de classifica-
duct Lifecycle Management)]; Com intuito de orientar ção de ar utilizado em outros
sistemas de qualidade [GED o setor regulado, houve tam- países para a produção de
(Gerenciamento Eletrônico bém inserções no glossário produtos estéreis. Em com-
de Documentos)]; operações de definições, uma delas a de plementação à fabricação
de fabricação [MES (Manu- “data de reteste” para maté- dessa categoria de produtos,
facturing Execution System)], rias-primas. A data de reteste regras e requisitos técnicos
LIMS (Laboratory Information diferencia-se de prazo de va- para o manuseio de isolado-
Management System), WMS lidade. Ao receber um certifi- res e equipamentos de sopro/
(Warehouse Management cado de análise de uma ma- envase e selagem foram tam-
System)]; sistemas de auto- téria-prima que traga uma bém contemplados pela nor-
mação [SCADA (Supervisory data de reteste, o fabricante ma, com principal objetivo de
Control And Data Acquisi- do material deverá fazer o re- traçar as diretrizes básicas de
tion), DCS (Distributed Con- teste e emitir novo certifica- forma a evitar a contamina-
trol System), PLC (Program- do de análise antes do ven- ção dos produtos que são fa-
mable Logic Controller), etc]; cimento. Diferentemente, bricados com essas tecnolo-
assim como outros sistemas portanto, do prazo de vali- gias.
globais que possam impac- dade, que, uma vez atingido, Por sua vez, os produtos
tar diretamente a qualida- obriga o descarte da matéria- biológicos, que possuem par-
de do medicamento fabrica- prima, que não poderá mais ticularidades intrínsecas e es-
do. Importante ressaltar que ser utilizada ou passar por re- pecíficas para a fabricação,
qualquer sistema adquirido testes. também mereceram desta-
após a publicação desta nor- Outras inovações da RDC que na norma. Como a RDC
ma deverá ser primeiramente 17/10 estão na validação de 17/10 não revogou a RDC
validado antes de ser coloca- limpeza, por meio da qual 249/05, que trata das Boas
do em operação. deverá ser estimado o prazo Práticas de Fabricação de IFAs
Já a revisão periódi- máximo que o equipamen- e seus intermediários, suben-
tende-se que as regras conti- que a regulamentação que impactos, mesmo que o ane-
das na RDC 17/10 se aplicam regia essa categoria, a Por- xo esteja revogado.
somente à fabricação do pro- taria 500/97, foi revogada e Portanto, as alterações
duto acabado. Com as novas englobada pela RDC 17/10. inseridas na nova regula-
diretrizes, não é necessário Dessa forma, as empresas mentação visam à moderni-
ter área dedicada e específica deverão se adequar às no- zação do sistema de vigilân-
para o envase, uma vez que vas regras a partir da data da cia sanitária do Brasil e o seu
é permitida sua realização sua publicação, pois nenhum reconhecimento no âmbito
nas mesmas instalações uti- prazo específico para essa ca- internacional. Um passo im-
lizadas para outros produtos tegoria de produtos foi con- portante para esse reconhe-
estéreis, desde que estejam templado na RDC 17/10. cimento já foi dado pela An-
previamente inativados. En- Com a revogação da Portaria visa. Recentemente ela foi
tretanto, essa regra não vale 500/97, todos os seus anexos avaliada pela Organização
quando se tratar de microor- também foram revogados, Pan-Americana para a Saúde
ganismos esporulados. inclusive o roteiro de inspe- (Opas/OMS), por uma equipe
Os medicamentos fito- ção. formada por profissionais de
terápicos vêm apresentando Entretanto, alguns itens diversos países (México, Co-
um expressivo crescimento constantes da Portaria 500/97 lômbia, Chile, Venezuela e
no mercado brasileiro, e, em foram claramente absorvidos Portugal) e recebeu pontua-
virtude disso, as regras tan- pela RDC 17/10, tais como ção máxima em sua atuação
to para a fabricação quan- as especificações de controle na regulação sanitária brasi-
to para o registro dessa ca- de matérias-primas e produto leira, reconhecendo a quali-
tegoria de produtos vêm acabado, a validação do pro- dade do trabalho desenvol-
sendo aprimoradas, seguin- cesso de esterilização pelo va- vido nos seguintes quesitos:
do os padrões internacio- lor, os ensaios biológicos e de sistema regulador, autorida-
nais, de forma a promover estabilidade, principalmen- de reguladora nacional, re-
uma melhor qualidade, segu- te porque muitos dos testes gistro sanitário, licenciamen-
rança e eficácia desses medi- descritos na revogada Porta- to de produtos, vigilância de
camentos no mercado. Por ria 500/97 mencionavam a mercado, farmacovigilância,
essa razão, foram introduzi- USP XXIII, que nos dias atuais estudos clínicos, inspeção e
dos critérios mais específicos já possui inovações e melho- fiscalização e laboratório na-
quanto ao controle de quali- res métodos para análise tan- cional. Realmente, com as
dade da droga vegetal e do to da matéria-prima quanto ações previstas pela agenda
produto acabado, incluindo do produto acabado. regulatória da Anvisa, muitas
o rol de ensaios obrigatórios, Outros anexos, tais como mudanças estão por vir ainda
assim como a definição dos os que contemplavam os cri- em 2010.
padrões de referência a se- térios para avaliação de re- Diante das principais mo-
rem utilizados. Os reflexos já cipientes de vidro, plásti- dificações instituídas pela
podem ser vistos por meio da cos, transporte e tampas de RDC 17/10, é certo que as
publicação da consolidação elastômero, foram revoga- empresas terão que validar
das normas de medicamen- dos sem qualquer menção os seus sistemas computado-
tos fitoterápicos, cujo compi- na nova norma. Entrentato, rizados no prazo máximo de
lado encontram-se na tercei- se as empresas possuem mé- três anos, sob pena de não
ra edição e disponível no site todos validados e adequados serem concedidos os Certifi-
da Anvisa. para a garantia da qualidade cados de Boas Práticas de Fa-
Por fim, grande alteração desses materiais ou se se ba- bricação.
se deu também nas chama- seiam em métodos descritos Câmara Técnica da Indústria
das “Soluções Parenterais de nas farmacopéias reconheci- Farmacêutica
Simone Grings Herbert
Grande Volume”, uma vez das pela Anvisa, não haverá
latos), insônia (13,3%), an- tes disseram que obtiveram (2,6%); sudorese fria, ple-
gústia (11,6%), palpitação esclarecimentos sobre os nitude pós-prandial, opres-
(10%), agitação (8,3%), di- medicamentos que estavam são torácica, vômito, tremo-
ficuldades para respirar usando, incluindo as orienta- res, choro fácil e desânimo
(6,7%), extremidades frias ções quanto às interações e (1,3% cada).
(5%), medo, opressão to- reações adversas ou efeitos Quando questionados se
rácica, tremores e náuseas colaterais; 30% dos pacien- indicariam atenção farma-
(3,3% cada) e arritmias, sen- tes informaram estar sentin- cêutica e acupuntura para
sação de desmaio, dor mus- do mais segurança em rela- amigos e familiares, 93,3%
culoesquelética, pareste- ção ao tratamento e que os informaram que indicariam
sias, sudorese fria e cefaléia receios de tomarem medi- ambas e 96,7%, a acupun-
(1,7% cada). camentos controlados prati- tura. Tal fato confirma os
Constatou-se também camente não existiam mais; bons resultados terapêuticos
que 43,3% dos pacientes es- 6,7% dos pacientes não rela- obtidos pela ação concomi-
tavam usando outros fárma- taram nenhuma contribuição tante da acupuntura e aten-
cos em concomitância com da atenção farmacêutica. ção farmacêutica.
os medicamentos prescritos Os pacientes entrevista- O tratamento com acu-
para o TAG. Dentre esses dos também estavam sen- puntura juntamente à aten-
medicamentos, 33,3% eram do submetidos a tratamento ção farmacêutica, em pacien-
anti-hipertensivos; 10%, com acupuntura. Dentre es- tes portadores de TAG, foi
agentes reguladores de li- ses pacientes, 53,3% foram eficaz em atenuar as comor-
pídeos; 6,6%, antiarrítmi- incentivados por familiares bidades causadas pela in-
cos; 3,3%, hipoglicemiantes a buscarem tratamento na tensa ansiedade, bem como
orais; 3,3%, repositores hor- técnica oriental; 16,7% dos em evitar as reações adver-
monais; e outros 3,3%, con- pacientes receberam incenti- sas ou efeitos colaterais cau-
traceptivos orais. vo de amigos; e 30% foram sados pelas diversas prescri-
Sabe-se que é muito co- motivados pelo médico que ções medicamentosas.
mum surgirem novos sinto- diagnosticou o TAG. Não há consenso sobre
mas em decorrência das in- A média de sessões de o tempo total que deve du-
terações medicamentosas ou acupuntura até o surgimen- rar o tratamento com acu-
até mesmo interações medi- to dos efeitos desejados foi puntura e, por isso, é pos-
camento-alimento. Mesmo de dois atendimentos, com sível que os pacientes que
diante desse cenário, 76,7% frequência de uma vez por apresentem persistência de
dos pacientes entrevista- semana. Constatou-se que algum sintoma relacionado
dos não receberam nenhu- 96,7% dos pacientes sub- à ansiedade possam se be-
ma orientação por parte dos metidos à acupuntura relata- neficiar com a continuidade
prescritores quanto às pos- ram melhoras consideráveis. da acupuntura por tempo
síveis interações. Esse fato Os sintomas que melhor indeterminado, com frequ-
confirma a importância in- responderam à acupuntu- ência semanal ou quinze-
dispensável da orientação e ra, conforme relato dos en- nal, em concomitância com
atenção farmacêuticas. trevistados, foram angústia, a atenção farmacêutica,
Dos pacientes entrevis- dor musculoesquelética e in- que se faz necessária en-
tados, 93,3% informaram sônia (13,2% cada); náusea quanto durar o tratamento
que a atenção farmacêutica (9,2%); taquicardia (7,9%); medicamentoso.
estava efetivamente contri- tontura (6,6%); dificulda-
buindo com o sucesso tera- des para respirar (5,3%); ex- Câmara Técnica de Acupuntura
Cláudio Barreiro Pignone
pêutico. Dentre as maneiras tremidades frias, palpitação, Marcos Alexandre Martini
de auxílio da atenção farma- parestesias, agitação e cefa- Luiz Henrique Marcondes de
Souza
cêutica, 63,3% dos pacien- léia (3,9% cada); boca seca