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Regimento Interno p/ TRE-RJ

Teoria e exercícios
Prof Anderson Hermano – Aula 00

AULA 00: Da Organização do Tribunal – Parte I - (art. 1º ao 4º)

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação 1
1. Cronograma 7
2. Metodologia das aulas 7
3. Considerações Iniciais 8
4. Organização do Tribunal (art. 1º ao 4º) 16

Dúvidas surgidas durante o estudo envie email para:


andersonhermano@estrategiaconcursos.com.br

APRESENTAÇÃO

Prezados alunos, tudo bem?

O tão esperado concurso para o TRE/RJ foi lançado.

Com o objetivo de prepara-los para mais esse concurso que certamente


será disputadíssimo, estamos começando mais um curso com o objetivo
de prepará-los em uma das disciplinas que poderá ser o fiel da balança,
particularmente porque é comum os candidatos estudarem matérias
“teoricamente” com maior peso, deixando o regimento interno em
segundo plano. É importante relembrar que, num mundo em que somente
se fala de crises, demissões e desemprego, ingressar numa carreira
pública assegura segurança, estabilidade e, tratando-se do Poder
Judiciário Federal, boas remunerações que permitem um planejamento
financeiro.

Consoante artigo disponibilizado no site (veja no link:


http://www.estrategiaconcursos.com.br/artigo/1136/criacao-de-cargos-
na-justica-eleitoral---noticias.html), a Presidente do TSE, Ministra
Carmem Lúcia, enviou ao Conselho Nacional de Justiça, para posterior
encaminhamento ao Congresso Nacional, Projeto de Lei criando vários
cargos na Justiça Eleitoral. No total, são 166 cargos de analista Judiciário
e 166 de Técnico Judiciário para as Zonas Eleitorais criadas após a Lei n.º
10.824/2004. Para o TRE/RJ foi solicitada a criação de 14 cargos de
analistas judiciários e igual quantidade de técnicos judiciários. Além
desses, o TSE realiza um estudo para a criação de novos cargos com o
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objetivo de atender ao crescente aumento de demanda da Justiça
Eleitoral. Saiba que, quando você for empossado no TRE/RJ, tomará
conhecimento da realidade: um ramo do Poder Judiciário que possui,
hoje, apenas um analista e um técnico por zona eleitoral, independente
da quantidade de eleitores. Por isso, o citado estudo com o objetivo de
proceder a adequação da quantidade de servidores ao crescente aumento
da demanda dos serviços da Justiça Eleitoral. Nesse sentido e
conforme informação repassada pelo Secretário de Gestão de
Pessoas do TRE/BA no encontro de servidores realizado nos dias
11 e 12/06/12, foi proposto ao TSE a criação de 600 novos cargos
para o TRE/BA entre técnicos e analistas. Foi citado, ainda, que,
desses 600 cargos, cerca de 280 cargos seriam para a capital, dos
quais cerca de 170 para técnicos e 110 para analistas das diversas
áreas (judiciária, administrativa, contadores, médicos,
engenheiros etc). Esse estudo do TSE ainda não está concluído, mas
imaginem e façam uma projeção a nível nacional, principalmente
considerando os maiores estados do país, como o Rio de Janeiro, de
quantos cargos serão criados no âmbito da Justiça Eleitoral para todo o
país. Então, a perspectiva é muito boa e as vagas previstas em edital
poderão ser alteradas até o final da validade do concurso.

Como já sabemos, a organizadora é o CESPE/UNB. E o que isso significa?

Que o estudo deverá ser diferenciado extrapolando o conhecimento


meramente memorizado. O CESPE, como é de tradição, costuma exigir
um pouco mais de seus candidatos na medida em que elabora provas nas
quais os conteúdos programáticos são cobrados de modo prático, com
casos em que a lei deve ser aplicada a um caso criado pelo examinador.

Então, muita atenção para isso!

Para quem foi nosso aluno em outras oportunidades, já sabe meu modo
de trabalhar: linguagem simples, objetiva (considerando-se,
principalmente que nem todos são da área jurídica) sem descuidar,
contudo, do aprofundamento do conteúdo quando necessário.

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Vocês perceberão ao longo do curso que algumas (ou várias) vezes darei
uma caminhada em outros diplomas normativos de modo a permiti-los ter
um conhecimento sistemático da matéria. Assim, não fiquem assustados
se, na aula de regimento interno (que a partir de agora chamarei de
RITRE) eu falar de Direito Eleitoral, Constitucional, Penal etc. Isso será
necessário para que vocês fujam do estudo “decoreba”, entendam a
matéria e, assim, seja mais fácil memorizar além de, quando necessário,
tenham ferramentas necessárias para concluir sobre determinada
resposta a um questionamento quando a memória lhes faltar.

O nosso curso já está adequado ao recente edital publicado hoje


(15/06/2012) e será abordado todo o RITRE/RJ e de acordo com
as últimas alterações regimentais.

Em relação à carreira do poder Judiciário da União, é uma carreira


bastante valorizada e com boa remuneração. Não bastasse isso, existe o
PL n.º 6.613/2009, que altera consideravelmente a remuneração dos
servidores do referido Poder. Para vocês terem uma ideia, um técnico, por
esse projeto, passará a receber algo em torno de R$ 7.000,00 e o
analista, R$ 10.200,00. Além disso, já é e continuará sendo pago auxílio-
alimentação que hoje é no valor de R$ 710,00, adicional de qualificação
de no mínimo 7,5% do vencimento básico para quem tem pós-graduação
lato sensu, assistência-pré-escolar para quem tem filhos com idade
inferior a 6 anos de aproximadamente R$ 600,00. Enfim, os cargos
representam o sonho de muita gente. Por isso, é preciso estudar o
máximo possível para ter maiores chances de passar e ser chamado logo.

Outro aspecto que é fruto da minha experiência em concursos e que


compartilho com vocês é que, além das vagas disponibilizadas em edital
os candidatos que não obtiverem a classificação inicial dentro das vagas,
têm real chance de serem convocados no prazo de validade do certame,
que é de 2 anos, mas normalmente o tribunal prorroga por igual período.

Daí a importância de dedicar-se o máximo possível, acreditar nas


orientações dos professores do “Estratégia Concursos”, pois quanto

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melhor for a sua classificação, mais rapidamente será chamado para
compor o quadro de servidores da Justiça Eleitoral.

A título de motivação digo, ainda, que além das vagas que surgem
fruto de aposentadorias e outras causas de vacância, há
candidatos aprovados em vários concursos que nem chegam a
tomar posse permitindo que a fila ande mais rápido. No caso desse
concurso, temos contadores, engenheiros, o pessoal da tecnologia da
informação que costumam passar em cargos da área fiscal acelerando o
processo de vacâncias.

Afirmo com a minha experiência pessoal de vários anos de concursos que


se você se dedicar à sua preparação para o concurso do TRE/RJ, com
paciência e persistência, além de usar a metodologia adequada logrará
êxito...

Agora que falei isso tudo, irei me apresentar a você.

Meu nome é Anderson Hermano de Oliveira, sou Analista Judiciário da


Área Judiciária, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Contudo,
estou lotado desde novembro de 2009, acredite, em Porto Seguro/BA, a
terra onde, segundo os historiadores, Cabral pisou pela primeira vez.

Exerço a função de Chefe de Cartório Eleitoral desde 2007, o que me


permitiu acumular uma experiência importante em matéria de eleições e
no Direito Eleitoral.

Sou Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do


Sul, pós-graduado em Direito Civil, Processo Civil e Direito Público.
Graduei-me, ainda, em Ciências Militares pela Academia Militar das
Agulhas Negras. Sou habilitado ao exercício da advocacia (embora
impedido de exercê-la por expressa previsão legal) pela OAB/RJ na área
de Direito Tributário.

Portanto, fiquem tranquilos que vocês estão em boas mãos. O meu


objetivo pessoal é permitir que vocês acertem todas as questões
referentes ao Regimento Interno do TRE/RJ. Vocês acreditam nisso? Eu
acredito e trabalharei, juntamente com vocês, para isso.
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O nosso resultado no concurso do TRE/SP foi muito bom. Esperamos
evoluir cada vez mais e que vocês cheguem melhores do que qualquer
candidato de qualquer outro curso na minha matéria.

Vamos falar um pouco de metodologia de estudo? Para quem já foi meu


aluno já sabe e, se aplicou-a, teve o prazer de confirmar que dá
resultado.

Na minha concepção, fruto de experiência pessoal de aprovação em


vários concursos (EsPCEx, TRE/MG, TRF1, Procurador Municipal de Lauro
de Freitas/BA, OAB/RJ, Delegado de Polícia Civil) e de amigos que usaram
a mesma metodologia você deverá:

1) estudar bastante a lei seca (é a lei sem comentários, retirada do


site www.planalto.gov.br) – isso te habilitará a resolver grande parte das
questões de qualquer concurso;

2) estudar um livro (por disciplina) de doutrina (não recomendo os


grandes tratados. Para o concurso do TRE/RJ um bom manual resolve e o
estudo, ainda que resumido, da doutrina, evitará o estudo decoreba que
dificulta a fixação do conteúdo);

3) realizar revisões periódicas – diárias, semanais - (garantirá a


retenção/fixação da matéria e que ela estará disponível quando você
precisar dela evitando o esquecimento, o qual é natural quando ficamos
algum tempo sem contato com o assunto...recorde-se: a matéria não
revisada poderá ser esquecida)

4) resolver questões (muitas, centenas, milhares) – permitirá a você


fazer um controle do aprendizado (controle de qualidade do estudo) e a
revisar a matéria. Atenção!!!! Aproveite para, durante as resoluções,
retornar às aulas e rever os assuntos, principalmente nas questões que
tiver maior dificuldade ou não se recordar.

Quem trabalha com concursos públicos sabe que nenhuma regra é


absoluta, cada aluno tem um método. Contudo, acredito que seguindo
esse passo a passo você estará usando a ESTRATÉGIA correta para o
aprendizado e consequente aprovação.
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Encerrando esse nosso contato inicial, informo que neste concurso,
diferente do concurso de 2006, a prova constará de 120 itens de
Certo/Errado. Cada questão que estiver em consonância com o gabarito
será premiada com 1 ponto e, caso discorde do gabarito, o candidato
perderá 0,5 ponto. Eu já fiz prova com esse sistema e, no meu caso valeu
à pena chutar, posto que se acertasse uma das questões, me permitiria
errar outras duas. Mas isso é de cada um. Recomendo-os a avaliar se vale
ou não à pena chutar. Se você tem certeza de que está muito bem na
prova e está completamente sem rumo na questão, talvez não valha à
pena chutar.

Se qual for o cargo que você disputar, saiba que a disputa será acirrada e
não se pode perder a oportunidade de acertar as questões do RITRE, visto
que são questões normalmente mais fáceis e extraídas literalmente do
texto normativo. Lembre-se de que uma questão a mais ou a menos fará
a diferença.

Será difícil gabaritar as questões? Sim. Será impossível? Não. Assim,


vamos à luta rumo à aprovação!

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1. CRONOGRAMA DAS AULAS

As aulas serão disponibilizadas conforme cronograma abaixo:

AULA TEMA DATA


00 Da Organização do Tribunal – Parte I - (art. 1º ao Disponível
4º)
01 Da Organização do Tribunal – Parte II - (art. 5º Disponível
ao 19)
Das Atribuições do Tribunal (art. 20 ao art. 24)
02 Das Atribuições do Presidente (art. 25) Disponível
Das Atribuições do Vice-Presidente (art. 26 ao
art. 28)
Das Atribuições do Corregedor (art. 29 ao art. 36)
Do Procurador Regional Eleitoral (art. 37)
Do Defensor Público (art. 38)
03 TÍTULO II - DA ORDEM DO SERVIÇO NO Disponível
TRIBUNAL (art. 39 ao art. 77)
04 TÍTULO III - DO PROCESSO NO TRIBUNAL
TÍTULO IV - DOS JUÍZES ELEITORAIS
TÍTULO V - DO REGISTRO DOS ÓRGÃOS
DIRETIVOS
TÍTULO V - DO REGISTRO DOS ÓRGÃOS
DIRETIVOS 18/06/2012
TÍTULO VII - DA MULTA ADMINISTRATIVA
ELEITORAL
TÍTULO VIII - DAS CUSTAS PROCESSUAIS, DO
PREPARO, DAS CERTIDÕES E DAS DESPESAS NA
REPRODUÇÃO DE DOCUMENTOS.
TÍTULO IX - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E
TRANSITÓRIAS

2. METODOLOGIA DAS AULAS

Como você já deve ter percebido, a linguagem utilizada no curso será a


mais informal possível. Buscarei, ao máximo, ser claro, objetivo sem,
contudo, descuidar da linguagem técnica quando ela for necessária.

Os textos das aulas conterão todos os artigos do RITRE, com os


destaques necessários para chamar a sua atenção. Isso, de modo a
preveni-lo das “pegadinhas” que os examinadores costumam incluir nas
provas para confundi-lo e induzi-lo ao erro.

Os textos do RITRE serão acompanhados dos comentários necessários e


trabalharemos muitas questões de outros concursos. Contudo, todas as
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questões serão adaptadas de modo a que você responda sempre de
acordo com o RITRE/RJ.

Podemos entrar então no que interessa?

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Permitam-me, inicialmente, dar a primeira desviada do RITRE para passar


para vocês algumas informações acerca da Justiça Eleitoral (diga-se, “de
passagem”, que são aspectos que já foram cobrados em prova de
concurso, seja na prova de Direito Constitucional, seja na prova de Direito
Eleitoral).

A Justiça Eleitoral faz parte do Poder Judiciário da União e é composta


pelos seguintes órgãos, conforme disposto no art. 118, da Constituição
Federal de 1988 (CF/88):

I - o Tribunal Superior Eleitoral;


II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
III - os Juízes Eleitorais;
IV - as Juntas Eleitorais.

Então, fique atento, pois os elementos indicados no quadro acima


constituem órgãos da justiça eleitoral e temos o TSE como órgão
máximo da Justiça Eleitoral no Brasil.

Outro aspecto muito importante é que distintamente dos demais ramos


do poder judiciário, a justiça Eleitoral constitui, no período eleitoral,
para o fim de apurar os votos e diplomar os eleitos, um órgão colegiado
de primeira instância, que são as juntas eleitorais. Isso é uma
exceção a ser memorizada, visto que nos demais ramos do Poder
judiciário encontramos composição colegiada de primeiro grau somente
no Tribunal do Júri e nas Turmas recursais dos Juizados Especiais.

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Para que você entenda melhor, os órgãos jurisdicionais colegiados
são aqueles que atuam conjuntamente e cujas decisões são
tomadas pela maioria dos seus membros, distintamente dos órgãos
singulares que é composto por um só agente (por exemplo, o Juiz
Eleitoral) e cujas decisões são tomadas por um único membro. São
também órgãos colegiados o TSE e o TRE. Contudo, o TSE é o órgão de
cúpula e o TRE é a segunda instância da Justiça Eleitoral.

As juntas eleitorais são órgãos colegiados e,


juntamente com os juízes eleitorais, compõem a
primeira instância (grau) da Justiça Eleitoral.

Outro aspecto que distingue a Justiça Eleitoral dos demais ramos da


Justiça é a inexistência de um quadro próprio de juízes
(magistrados) e promotores eleitorais. Os Juízes em primeira
instância são membros do Poder Judiciário Estadual e os
Promotores Eleitorais são membros do Ministério Público Estadual
que são designados para o exercício das funções eleitorais, não possuindo
vitaliciedade no exercício das funções na justiça eleitoral.

Contudo, a Justiça Eleitoral tem quadro próprio de servidores (analistas


técnicos e auxiliares judiciários).

Encerrando essa parte introdutória, menciono que os regimentos


internos dos tribunais são atos normativos elaborados sob a
competência privativa dos respectivos órgãos jurisdicionais.

Assim, o RITRE/RJ foi elaborado obedecendo ao disposto no art. art. 96,


inciso I, alínea “a”, da CF/88 e art. 30, inciso I, do Código Eleitoral (Lei nº
4.737, de 15.7.1965).

Vejamos o que prevê a Constituição Federal de 1988:

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Art. 96. Compete privativamente:


I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos,
com observância das normas de processo e das garantias processuais
das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; (CF/88)

Agora, vejamos o que prevê o Código Eleitoral:

Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:


I – elaborar o seu Regimento Interno;

Embora a função de legislar não seja típica do Poder Judiciário, é a


própria Constituição Federal que confere tal autorização atípica ao
referido Poder para elaborar tal espécie normativa, caracterizada por ser
geral (dirigida a todos) e abstrata (não regula casos concretos, mas
situações em tese, hipotéticas).

A elaboração do Regimento Interno do TRE/RJ é da


competência privativa do respectivo Tribunal.
Nesse sentido, o art. 20, III, RITRE, prevê:
Art. 20. Compete ao Tribunal:
...
III - elaborar e alterar o seu Regimento Interno;
...

Um aspecto que vocês devem ficar bastante atentos: a


competência para elaborar o seu regimento interno é oriunda da
independência e autonomia interna (autonomia orgânico-
administrativa) de que gozam os tribunais. O regimento interno é lei
material. Entretanto, tudo o que for regulamentado por intermédio
do RITRE deve observar as normas de processo e as garantias
processuais das partes, não podendo violar garantias
constitucionais ou regular distintamente aspectos que a
Constituição tenha regulado suficientemente ou, ainda, invadir
áreas normativas que não sejam da sua competência. Atenção para

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o fato de que os regimentos internos devem regulamentar matérias nos
estreitos limites da atuação dos tribunais, como por exemplo, a ordem e o
funcionamento dos seus serviços, enfim, as questões interna corporis.
Podemos citar, por exemplo, que o RITRE não poderá fulminar o direito
de um advogado fazer sustentação oral em plenário quando essa garantia
lhe foi assegurada no Estatuto da OAB e no Código de Processo Civil.

Vamos ver como essa questão já caiu em concurso público?

(TRE/ES – 2010 – Analista Judiciário – Área Judiciária – CESPE/UNB)

1. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de determinada unidade da


Federação, com fundamento na competência que lhe foi atribuída pela
Constituição Federal (CF) para elaborar seu regimento interno e fixar
normas procedimentais e de organização (art. 96, I, da CF), editou
resolução estabelecendo como regra geral a vedação de retorno de juiz do
Tribunal Eleitoral para integrar a Corte na mesma classe ou em classe
diversa da ocupada, salvo após o decurso de dois anos do término do
biênio relativo ao primeiro mandato.

Considerando a situação hipotética apresentada acima, redija um texto


dissertativo, respondendo, com base no entendimento do Supremo
Tribunal Federal, se é constitucional a regra estabelecida pelo referido
TRE. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

1) autonomia do TRE para tratar da matéria;

2) compatibilidade material da mencionada regra com a CF.

Recorda-se que mencionei acima a importância de acompanhar a


jurisprudência do STF e STJ?

É uma questão difícil, que envolve o conhecimento de disposição


literal da constituição e interpretação de normas constitucionais e
quem não acompanhou a decisão do STF teve dificuldade, mas com o
raciocínio que apresentei acima poderia ter respondido a questão.

Pois bem. O que foi dito acima?

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Que os regimentos internos não podem regular distintamente do que já
regulamentou a Constituição Federal. Também que deve tratar da ordem
e funcionamento dos serviços internos. E a Constituição Federal prevê,
em seu art. 121, §2º, que os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois
biênios consecutivos. Desse modo, a Constituição Federal estabeleceu um
período de até dois biênios consecutivos (seguidos, ininterruptos) e não
poderia, o Tribunal Regional Eleitoral, em seu regimento interno
(que tem caráter de lei material infraconstitucional, diga-se,
inferior hierarquicamente à Constituição) estabelecer uma regra
distinta ou limitativa da constitucional.

Outro aspecto que deveria ser abordado na resposta à questão acima é


que o TRE, não tendo a competência prevista na constituição para
escolher os seus integrantes, não poderia impor as referidas
limitações. Essa matéria será melhor abordada quando do estudo da
composição do Tribunal. Adianto, contudo, que será o Tribunal de Justiça
do Estado o competente para escolher mediante eleição em escrutínio
secreto 2(dois) desembargadores e 2(dois) juízes de Direito.

Assim, o TRE ao estabelecer a norma limitativa invadiu a esfera de


competência do Tribunal de Justiça do Estado fulminando o seu ato com
mais uma inconstitucionalidade. E foi nesse sentido que decidiu o STF na
ADI 2993 / MG - MINAS GERAIS. Olha, tratou-se de uma questão prática,
um dispositivo criado pelo TRE/MG para limitar o exercício da jurisdição
eleitoral por juízes do TJMG. O STF disse, em letras “garrafais”, que a
norma é inconstitucional (contrária à Constituição), visto que proíbe
quando a Constituição faculta ao juiz servir por dois biênios consecutivos.

Viram que, de um simples dispositivo constitucional o examinador do


CESPE extraiu uma bela questão?

Vamos resolver duas questões objetivas por mim elaboradas.

1) Em relação ao Regimento Interno do TRE/RJ, assinale a alternativa


incorreta:

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(a) é um ato normativo oriundo do poder regulamentar do TRE/RJ que
tem fundamento da Constituição Federal e no Código Eleitoral.

(b) é oriundo da competência privativa do TRE/RJ.

(c) é elaborado e somente pode ser alterado com observância das normas
de processo e das garantias processuais das partes

(d) deve dispor sobre a competência e o funcionamento dos respectivos


órgãos jurisdicionais e administrativos

(e) deve regular as matérias em consonância com o que prevê a


constituição federal e as leis ordinárias ou complementares, mas, quando
necessário ao interesse do administrador, pode extrapolar os limites
fixados nos diplomas normativos citados ou, ainda, criar limites não
previstos em tais diplomas normativos.

Comentários

(a) certa, visto que a elaboração do RITRE é fruto do poder regulamentar


dos Tribunais e tem respaldo no art. 96, inciso I, alínea “a”, da
Constituição da República Federativa do Brasil e 30, inciso I, do Código
Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15.7.1965).

(b) correta, conforme art. 96, I, “a”, da CF/88.

(c) correta, com fundamento no mesmo dispositivo constitucional acima.


O RITRE deve, obrigatoriamente, respeitar as normas de processo e as
garantias processuais das partes sob pena de inconstitucionalidade.

(d) correta, conforme art. 96, I, “a”, da CF/88.

(e) incorreta, visto que não pode extrapolar limites fixados nos diplomas
legais mencionados. Pode, até, regular algo que não foi previsto na
Constituição e nas leis, desde que dentro da competência (composição, a
competência e o funcionamento), mas jamais regular distintamente do
que já foi previsto na CF/88, leis ordinárias ou complementares.

Gabarito: (e)

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2) Em relação ao RITRE/RJ, julgue as afirmações:

I. A competência para a sua elaboração é decorrente da autonomia


orgânico-administrativa de que goza o tribunal.

II. Pode, se assim desejarem os seus membros, publicar emenda


regimental limitando a somente um biênio o exercício da função eleitoral
pelos membros do TJRJ.

III. Com a finalidade de conferir celeridade ao processamento dos feitos,


pode reduzir o tempo legalmente previsto para a sustentação oral dos
advogados ou suprimir fases do processo quando não houver prejuízo às
partes.

Comentários

I. certo. A competência para elaborar o regimento interno decorre da


autonomia interna (orgânico-administrativa) que dispõe o TRE/RJ.

II. errado. A CF/88 permite, em seu art. 121, § 2º a nomeação dos


membros do TRE por dois biênios consecutivos e o TRE/RJ não pode criar
uma limitação distinta do que permite a CF/88. Além disso, o TRE/RJ não
pode invadir a esfera de competência regimental do TJRJ, visto que é a
esse órgão judicial que cabe nomear 2(dois) desembargadores e 2(dois)
juízes de Direito, além de indicar os seis advogados que comporão a lista
a ser enviada ao Presidente da República para nomeação.

III. errada. O TRE, ao elaborar o seu regimento interno deve respeitar as


normas processuais e as garantias processuais da partes, conforme
disposto no art. 96, I, “a”, da CF/88. A Constituição federal não autoriza o
RITRE a desrespeitar as normas processuais e garantias processuais das
partes, mesmo quando não haja prejuízo às partes.

Recordam-se de que falei logo no início dos aspectos introdutórios que


esses pontos abordados caem (ou já caíram em concurso)?

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Então vejam o quanto estava sendo sincero com vocês, momento em que
aproveito para pedir que respondam mais essas questões abaixo e
verifiquem o aprendizado.

Julgue se as questões de 3 a 6 estão Certas ou Erradas.

(TRE-AM – 2003 – AJAA - adaptada)

3. No que diz respeito à organização da Justiça Eleitoral, é correto afirmar


que a Justiça Eleitoral, no Brasil, é formada por uma magistratura própria
e de carreira, cujo cargo inicial é o de Juiz Substituto Eleitoral.

(TRE-PE – 2004 – AJAA - adaptada)

4. A respeito da composição da Justiça Eleitoral no Brasil, é INCORRETO


afirmar que trata-se de magistratura exclusiva, organizada em carreira.

(TSE – 2012 – AJAA – adaptada- CONSULPLAN)

5. A respeito dos Tribunais e Juízes Eleitorais, é correto afirmar que os


órgãos da Justiça Eleitoral são o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais
Regionais Eleitorais, os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais.

(TRE/RJ - 2006 – AJAA – adaptada - CESPE)

6. O TRE do Estado do Rio de Janeiro é um órgão do Tribunal Superior


Eleitoral (TSE).

(TRE/RJ - 2006 – AJAA CESPE)

7. Emerson, que foi designado para compor junta eleitoral no município


de seu domicílio, é candidato ao cargo de vereador.

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Acerca dessa situação hipotética e da disciplina normativa das juntas
eleitorais, assinale a opção incorreta.

A) Emerson não poderá participar da junta eleitoral, por expressa


vedação legal.

B) Caso Emerson seja eleito ao cargo de vereador, caberá à junta


eleitoral expedir o competente diploma.

C) As juntas eleitorais são órgãos colegiados de 2.ª instância da justiça


eleitoral.

D) O presidente da junta eleitoral deverá ser sempre um juiz de direito

3 4 5 6 7

E C C E C

Bem!

Agora vocês conhecem um pouco da JE e, certamente, gabaritaram as


questões acima, vamos para o nosso objeto de estudo, que é o RITRE/RJ.

4. ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL

O RITRE/RJ (Resolução Nº 561, de 28 de abril de 2003) é composto


de 143 artigos.

Nesta aula demonstrativa, que é a primeira aula do curso, abordaremos


do art. 1º ao 4º.

Duas regrinhas muito importantes devem ser memorizadas quando se


trata de aplicação do RITRE. Faço questão de que essa informação conste
logo dessa aula para que vocês façam o estudo já com essa ferramenta
em mãos. Recomendo, ainda, que vocês memorizem porque é uma
informação (ou melhor, regra) que está no último Título do Regimento
Interno (Título IX – das Disposições gerais e Transitórias), uma parte que

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muitos candidatos acabam não estudando por falta de tempo na medida
em que está lá no finalzinho do Regimento ou porque não dão a devida
importância e acabam correndo o risco de perder pontos valiosíssimos.

Veja no quadro.

Art. 131. Aplicam-se, quanto aos prazos previstos


neste Regimento, as regras do Código de Processo
Civil.
...
Art. 137. As dúvidas suscitadas na aplicação deste
Regimento serão apreciadas e resolvidas pelo Tribunal.
Parágrafo único. Nos casos omissos, serão fontes
subsidiárias o Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral, o do Supremo Tribunal Federal
e o do Superior Tribunal de Justiça, na ordem
indicada.

Outra observação:

Se eu fosse o seu examinador, certamente eu colocaria esse tema no seu


concurso, seja na prova de RITRE, seja na de Direito Constitucional ou
ainda na de Direito Eleitoral. Posso demonstrar a você o quanto estou
certo? Então veja...

(TRE/PI – 2009 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC – Prova de


Direito Eleitoral)
Lauro é Ministro do Superior Tribunal de Justiça; Maria é Desembargadora
do Tribunal de Justiça do Estado; e Mário é advogado de notável saber
jurídico e idoneidade moral. Nesse caso, preenchidas os demais requisitos
legais,
(A) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado; e Mário pode
vir a integrar tanto o Tribunal Superior Eleitoral, como o Tribunal Regional
Eleitoral.
(B) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Regional Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; e Mário pode vir a integrar
somente o Tribunal Regional Eleitoral.
(C) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria e Mário
podem vir a integrar tanto o Tribunal Superior Eleitoral, como o Tribunal
Regional Eleitoral.
(D) Lauro, Maria e Mário podem vir a integrar tanto o Tribunal Superior
Eleitoral, como o Tribunal Regional Eleitoral.

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(E) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; e Mário pode vir a integrar
somente o Tribunal Regional Eleitoral.

(TRE/CE – 2002 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC)


Na composição dos Tribunais Regionais Eleitorais, prevista na Constituição
Federal,
(A) todos os membros são provenientes de diferentes órgãos do Poder
Judiciário.
(B) todos os membros são provenientes da Justiça Federal e dos quadros
do Ministério Público.
(C))há membros provenientes da Justiça Estadual, da Justiça Federal e
dos quadros da Advocacia.
(D) há membros provenientes dos quadros do Ministério Público e da
Advocacia.
(E) todos os membros são provenientes da Justiça Federal.

(TRE/AC – 2010 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC – Prova


de Direito Eleitoral)
Integram os Tribunais Regionais Eleitorais, dentre outros membros, dois
(A) Desembargadores do Tribunal da Justiça escolhidos mediante eleição
e pelo voto secreto.
(B) cidadãos de notória idoneidade escolhidos livremente pelo Presidente
da República.
(C) representantes do Ministério Público Eleitoral, escolhidos pelo Tribunal
de Justiça do respectivo Estado.
(D) juízes do Tribunal Regional Federal do respectivo Estado, escolhidos
pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado.
(E) juízes federais, escolhidos, mediante eleição e pelo voto secreto, pelo
Superior Tribunal de Justiça.

(TRE/AC – 2010 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC – Prova


de Regimento Interno do TRE-AC)
O Tribunal Regional Eleitoral do Acre, com sede na Capital e jurisdição em
todo o Estado, compor-se-á, mediante eleição, pelo voto secreto, dentre
outros, de
(A) um juiz, dentre três membros do Ministério Público Estadual, com
mais de dez anos de exercício na carreira.
(B) um juiz, dentre juízes de direito indicados em lista tríplice pela
Assembleia Legislativa do Acre.
(C) dois juízes federais, dentre indicados em lista sêxtupla pelo Tribunal
de Justiça do Acre.
(D) dois juízes, dentre os juízes de direito, escolhidos pelos Juízes do
Tribunal Regional Federal da 1a Região.
(E) dois juízes, dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça do
Acre.

(TRE/SC – 2002 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FAPEU – Prova de


Regimento Interno do TRE-SC)
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O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina possui, em sua
composição:
A.( ) Juízes de Direito e Desembargadores do Tribunal de Justiça do
Estado, eleitos pelo voto secreto, um Juiz Federal escolhido pelo Tribunal
Regional Federal, dois advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado;
B.( ) Apenas Juízes que ingressaram mediante concurso de provas e
títulos e dois advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado;
C.( ) Juízes de Direito escolhidos pelo Tribunal de Justiça do Estado, um
Juiz Federal eleito no Tribunal Regional Federal e três advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça do Estado;
D.( ) Desembargadores e Juízes de Direito indicados pelo Tribunal de
Justiça do Estado e dois advogados eleitos dentre os de notável saber
jurídico e idoneidade moral.

Perceberam como estou certo?

Observem, ainda que os cargos são diversos, a aplicação em datas


diversas, disciplinas diversas, bancas examinadoras diversas...enfim, você
ainda tem alguma dúvida de que essa é uma matéria com grande
probabilidade de cair na sua prova?

Ainda... você percebeu o que ocorreu na prova do TRE/AC – 2010 –


Técnico Judiciário – Área Administrativa?

Duas questões ligadas ao mesmo tema, sob enfoques diferentes, uma na


prova de RITRE e outra na de Direito Eleitoral.

Então, máxima atenção!!!

Agora, o estudo do Art. 1º. Veja o que prescreve o referido dispositivo


regimental:

Art. 1º. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, sediado na


capital do Estado e com jurisdição em todo o Estado, é composto de
sete juízes efetivos e de juízes substitutos em igual número, nomeados
de acordo com o disposto na Constituição da República.
Parágrafo único. O advogado nomeado juiz substituto na Justiça
Eleitoral fica impedido para o exercício profissional no âmbito dessa
Justiça.

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Pontos importantes a serem memorizados com base no dispositivo acima
transcrito:
a) Sede do TRE/RJ: Capital do Estado (Rio de Janeiro –
RJ);
b) Jurisdição: em todo o Estado do RJ;
c) Composição: sete juízes efetivos e de juízes
substitutos em igual número, nomeados de acordo com
o disposto na Constituição da República;
d) Regra de impedimento para advogado nomeado
juiz substituto na Justiça Eleitoral: fica impedido para
o exercício profissional no âmbito dessa Justiça.

Primeiro ponto importante: sede do TRE/RJ

O TRE/RJ tem a sede na Capital, ou seja, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.


Essa norma incluída no RITRE/RJ é uma reprodução do dispositivo
previsto no art. 120, da CF/88 o qual determina que haverá um TRE
na capital de cada Estado da federação e no Distrito Federal. Ou
seja, a instalação de cada TRE conforme descrito é uma norma
constitucional de observância obrigatória, não podendo o TRE regular
distintamente. Transcrevo o dispositivo constitucional logo abaixo para
melhor visualização:

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na


Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

Segundo ponto importante: a jurisdição do TRE/RJ

O dispositivo regimental encartado no art. 1º, do RITRE/RJP declara que a


jurisdição do TRE/RJ é em todo Estado do Rio de Janeiro.

Mas o que significa o termo jurisdição?

Buscando a origem da palavra no latim, temos o termo juris dictio, que


significa dizer o direito. O termo jurisdição representa uma atividade a
ser desenvolvida pelo Estado, como manifestação de sua
soberania, consistente em solucionar conflitos que lhe sejam
apresentados.
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Vamos trabalhar um exemplo?

Existe uma conduta, não muito incomum durante os períodos eleitorais,


conhecida como captação ilícita de sufrágio (art. 41, da Lei 9.504/97,
conhecida como Lei das Eleições). Tal conduta consiste no fato do
candidato a um cargo eletivo em disputa doar, oferecer, prometer, ou
entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem
pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde
o registro da candidatura até o dia da eleição. Para as condutas retro-
elencadas, o mesmo dispositivo prevê a pena de multa de mil a cinquenta
mil UFIR, além da cassação do registro ou do diploma do candidato.

Pois bem...

Quando determinado candidato pratica uma das condutas acima (por


exemplo, promete a construção do telhado do eleitor ou oferece-lhe uma
dentadura em troca de seu voto), surge para determinadas pessoas
legitimadas (candidatos, partidos políticos, coligações partidárias e
Ministério Público) o interesse jurídico de verem aplicadas as sanções
previstas (multa e cassação do registro ou do diploma).

E onde está a jurisdição nessa história? Ela (jurisdição) será materializada


como uma função estatal encarregada de, praticando os atos processuais
previstos em lei, aplicar o direito (art. 41) ao caso concreto (conduta de
comprar o voto) solucionando o conflito apresentado (absolvendo o
acusado ou condenando-o a uma sanção legalmente prevista).

Qual informação importante temos ainda acerca da jurisdição que


podemos extrair desse breve caso? Que a jurisdição tem uma
característica de substitutividade na medida em que substitui a
atuação das partes na aplicação da pena e solução do conflito
apresentado. O interessado entrega ao Estado o poder de solucionar o
litígio e se submete à decisão proferida pelo Tribunal ou juiz.

Concluindo esse segundo ponto, temos, então, que o TRE/RJ ter


jurisdição em todo o Estado significa que ele decidirá as causas
originariamente ou em grau de recurso em relação aos fatos que

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tenham repercussão nos limites territoriais do Estado do Rio de
Janeiro (por exemplo, crimes eleitorais praticados no estado do RJ por
Prefeitos, Deputados Estaduais, juízes, promotores de justiça; apuração
do abuso de poder econômico referentes às eleições estaduais ou federais
referentes ao pleito do Estado do RJ).

Então, responda a seguinte pergunta: Um eventual crime eleitoral


cometido pelo prefeito de Duque de Caxias/RJ nas eleições municipais de
2012 por quem será julgado?

Se você respondeu pelo TRE/RJ, está no caminho certo!

Vamos em frente!

A fim de que o nosso estudo fique mais completo abordaremos o tema em


consonância com às Resolução TSE 20958/2001 e 21.461/2003. Todos
esses diplomas normativos tratam das regras referentes à composição
dos Tribunais Regionais Eleitorais. Chamo a sua atenção para o fato de
que o Código Eleitoral, apesar de ser uma lei ordinária, foi
recepcionado com o status de lei complementar.

Se for perguntado na sua prova sobre o status do Código


Eleitoral você responderá, com a certeza de que estará
acertando, que trata-se de norma anterior à
Constituição Federal de 1988 que foi recepcionada
com status de Lei complementar, com fundamento no
art. 121, caput, CF/88 que prevê:
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e
competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
juntas eleitorais.

Terceiro ponto importante: composição do TRE/RJ

Já sabemos que o TRE/RJ é composto de sete juízes efetivos e de juízes


substitutos em igual número, nomeados de acordo com o disposto na
Constituição da República.

Mas professor, o que está previsto na Constituição da República acerca da


nomeação dos membros do TRE?

Veja e memorize!

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Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital


de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo,
de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de
dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico
e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

A fim de preveni-los contra eventuais surpresas, citarei o disposto no CE,


o qual trata em seu art. 25 da composição dos Tribunais Regionais
Eleitorais:

Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois Juízes, dentre os Desembargadores do Tribunal de Justiça; e
b) de dois Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II – do Juiz Federal e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo
Tribunal Federal de Recursos; e
III – por nomeação do Presidente da República, de dois dentre seis
cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.

Solicito ao prezado aluno que fique muito atento às disposições do


Código Eleitoral, e nesse momento, uma atenção especial ao art. 25
transcrito. Você percebeu certamente que ele trata da composição dos
TRE. Você deve ter percebido, também, que ele regula distintamente
do dispositivo constitucional correlato. E aí, como ficamos diante
dessa incompatibilidade?

Recorde-se que a Constituição Federal é a norma máxima do nosso país e


todas as demais normas devem estar em consonância com ela. Recorde-

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se, também, que o Código Eleitoral (CE) foi recepcionado
parcialmente pela CF/88 – atenção para essa informação!!!!!! –...

O que significa ter sido recepcionado parcialmente? Significa que


nem todos os seus dispositivos estavam em conformidade com o texto
constitucional vigente e, por isso, perderam a sua eficácia (foram
revogadas). Outros dispositivos, por serem compatíveis materialmente (o
conteúdo da norma eleitoral estava em conformidade com o novo texto
constitucional) e, por isso, continuaram em vigor.

Dito isso, podemos afirmar que o art. 25, II e III, CE, não foi
recepcionado pela nova constituição (e por isso não tem eficácia). Essa
informação é importante para que você não fique confuso...Então a minha
orientação é que desconsidere tais dispositivos (art. 25, II e III, CE)
quando do seu estudo.

Para facilitar o teu estudo, sistematizo abaixo as informações relevantes


acerca da composição do TRE/RJ.

Forma/modo de Origem do membro Quem escolhe


escolha do membro do TRE
do TRE
02 juízes escolhidos
Mediante eleição em dentre os
escrutínio (ou voto) desembargadores do
secreto Tribunal de Justiça TJ/RJ
(TJ/RJ)
02 juízes escolhidos
dentre os juízes de
direito do Tribunal de
Justiça (TJ/RJ)
Apenas diz que o juiz é Tribunal Regional
escolhido, mas não 01 juiz Federal da 2ª Região
informa o modo. (1) (engloba os estados de
RJ e ES)
Nomeação pelo dois Juízes indicados em
Presidente da listas tríplices pelo
República Tribunal de Justiça,
dentre seis Advogados (2) (3)
de notável saber jurídico
e idoneidade moral

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(1) o Regimento Interno do TRF 2, prevê, em seu art. 11, que compete ao
Plenário, em matéria administrativa escolher um membro efetivo e um
suplente para compor o Tribunal Regional Eleitoral de sua sede (RJ) e do
Estado do Espírito Santo, os primeiros, dentre os Desembargadores
Federais (do TRF2) e, os segundos, dentre os Juízes Federais da
respectiva Seção Judiciária (do ES), bem como deliberar sobre o
afastamento do exercício da jurisdição, caso necessário, no período de
cumprimento do respectivo mandato. E o Art. 240, do RITRF2 prevê que a
eleição de membros do Tribunal Regional Eleitoral será feita na sessão
plenária ordinária que anteceder a extinção do mandato e que a escolha
do Desembargador e a do Juiz Federal recairá, preferencialmente, nos
mais antigos magistrados, observado o critério de antiguidade regulado
no Regimento. Prevê, por fim, que não podem ser eleitos o Presidente, o
Vice-Presidente e corregedor e que o Plenário elegerá, em escrutínio
secreto, o Desembargador Federal do Tribunal e o Juiz Federal que
integrarão os Tribunais Regionais Eleitorais, fazendo-se a eleição dentro
dos 15 (quinze) dias que antecederem a extinção do mandato.

(2) os juízes escolhidos dentre os advogados pertencem à classe dos


juristas. São indicados, pelo Tribunal de Justiça respectivo, em listas
tríplices, seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral que não sejam incompatíveis por lei. Na prática, de cada lista
tríplice (com três advogados) o Presidente da República escolherá um
advogado para compor o TRE. Se apenas um juiz da classe dos juristas
está por terminar o seu biênio, não serão indicados pelo Tribunal de
Justiça 6 advogados, mas apenas 3.

(3) A Resolução TSE n.º 20.958/2001, em seu art. 12, parágrafo único,
VI e a Resolução TSE 21.461/2003, art. 1º, preveem a exigência de 10
anos de prática profissional para que o advogado possa ser
indicado para compor as listas tríplices. O Supremo Tribunal Federal
chancela (aprova) essa regra, dizendo que a regra geral prevista no art.
94 da Constituição – dez anos de efetiva atividade profissional – se aplica
de forma complementar à regra do art. 120 da Constituição. No caso da

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última Resolução citada, o art. 5º prevê que se o advogado já foi juiz
de TRE é dispensada a comprovação da prática profissional.

Vamos responder algumas perguntas com base no quadro acima e na


jurisprudência do STF e TSE?

a) quantos membros têm o TRE/RJ?

R: sete membros... Não é no mínimo... São exatamente sete...


Atenção!!!!! No caso do Tribunal Superior Eleitoral, nos termos do art.
119, ele é composto de, no mínimo 7 membros, ou seja, poderá vir a ter
9, 11 etc.

b) A OAB participa do processo de escolha dos advogados que


comporão o TRE?

R: A resposta pode ser deduzida da análise do quadro acima. De acordo


com a CF/88 os advogados são indicados (não são escolhidos) pelo
Tribunal de Justiça, passando a compor as listas tríplices. De acordo com
o procedimento previsto no art. 25, CE, as listas são encaminhadas ao
Tribunal Superior Eleitoral que, após o processamento devido (publicação
de edital, impugnações etc.) as submeterá à Presidência da República que
nomeará os advogados que comporão o TRE.

Segundo entendimento do STF (Ac.-STF, de


29.11.1990, no MS n° 21.073 e, de 19.6.1991, no MS
n° 21.060) a OAB não participa do procedimento de
indicação de advogados para composição de TRE.

c) o mesmo advogado pode ser indicado simultaneamente para


dois cargos (por exemplo, constar nas duas listas tríplices como membro
efetivo)?

R: Nos termos da Resolução TSE nº 22.222/2006, o mesmo advogado


somente poderá ser indicado simultaneamente para o preenchimento de
um cargo efetivo e um de substituto.

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d) na composição do TRE existe vaga reservada para membros do
Ministério Público?

R: conforme podemos deduzir do quadro que trata da composição do TRE,


não há a previsão de escolha ou nomeação de membros do Ministério
Público para exercerem a função de juiz do TRE.

Nesse sentido, o art. 25, § 2°, do CE prevê que a lista


não poderá conter nome de Magistrado aposentado ou
de membro do Ministério Público.

E o STF (Ac.-STF, de 15.12.1999, no RMS n° 23.123


entende que este dispositivo foi recepcionado pela
CF/88 e não foi revogado pela Lei n° 7.191/1984.)

e) E o Tribunal de Justiça pode indicar, para fazerem parte das listas


tríplices a serem enviadas ao Presidente da República para nomeação,
magistrados aposentados e membros do Ministério Público?

Conforme vimos acima, nos termos do art. 25, § 2º, do Código Eleitoral,
a lista dos advogados não poderá conter nome de magistrado
aposentado ou de membro do Ministério Público, ainda que
inscritos na OAB. Esse dispositivo foi declarado constitucional pelo
STF, o qual entendeu que o que se deseja é que integre o
Tribunal, na classe de juristas, aquele se produziu na profissão
de advogado por longos anos e tem condições de trazer a
perspectiva do advogado ao debate das questões eleitorais.

f) Um advogado nomeado juiz substituto na Justiça Eleitoral fica


impedido para o exercício profissional no âmbito da Justiça Federal,
Trabalhista, militar ou estadual?

Não. Nos termos do parágrafo único do art. 1º do RITRE/RJ, o advogado


nomeado juiz substituto na Justiça Eleitoral fica impedido para o
exercício profissional no âmbito dessa Justiça, ou seja, no âmbito da
justiça eleitoral.

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IMPEDIMENTOS OU INCOMPATIBILIDADES PARA A
INDICAÇÃO/NOMEAÇÃO DE MEMBROS PARA O TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL DO RJ

Do mesmo modo que nos tópicos anteriores, inicialmente esclareço que


esse é um ponto que tem grande potencial para ser cobrado na prova do
seu concurso. Isso porque, ao tratar dos impedimentos legais por
parentesco o RITRE prevê os graus de parentesco (fala de 4º e 2º grau) e
o examinador poderá incluir assertivas afirmando ser até 4º grau,
quando é segundo ou o inverso. Do mesmo modo, poderá afirmar
grau diferente (por exemplo, 3º grau). Mais uma vez eu digo que, se
fosse o seu examinador, certamente faria isso, pois sei que tem
infinitas matérias para estudar e não iria atentar para os
detalhes!!!

Considerando-se que as questões de RITRE normalmente trazem o


conteúdo literal do regimento (do jeitinho que está escrito no RITRE)
essas trocas confundem o candidato que possui muitas disciplinas para
estudar e acaba não atentando para tal aspecto. Então, abra o olho!!!
Memorize certinho e você acertará a questão!!!

As causas impeditivas são circunstâncias que, quando verificadas,


inviabilizarão a designação de um desembargador, juiz de direito, juiz
federal ou advogado para compor o Tribunal Regional Eleitoral na
condição de juiz eleitoral.

O RITRE/RJ prevê apenas uma incompatibilidade, que é decorrente da


relação de parentesco. Contudo, o nosso estudo deve ser realizado em
conjunto com o que dispõe o Código Eleitoral.

Estudemos, primeiro, o que está disposto no RITRE/RJ.

Art. 2º. Não podem fazer parte do Tribunal pessoas


que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo decorrente do
casamento ou não, excluindo-se, se ocorrer a
hipótese, a que tiver sido nomeada por último.

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Veja, agora, o que está disposto no CE, compare com o dispositivo acima
e fique muito atento na sua prova:

Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


...
§ 6° Não podem fazer parte do Tribunal Regional
pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o 4° grau, seja o vínculo legítimo ou
ilegítimo, excluindo-se neste caso a que tiver sido
escolhida por último.

Então, vamos ao seguinte exemplo:

João é desembargador do TJ/RJ e tem um irmão chamado Pedro que é


Desembargador Federal no TRF2. João foi escolhido (e nomeado) em 07
de janeiro de 2012 para exercer a função eleitoral no TRE/RJ no biênio
2012/2014. Pedro foi escolhido (e nomeado) em 01 de abril de 2012 pelo
TRF2 para exercer a jurisdição eleitoral sucedendo o desembargador
federal que encerrara o seu biênio naquela data.

Agora, a pergunta: os dois irmãos podem ser membros ao mesmo tempo


do TRE/RJ? Caso não seja possível, quem continuará na função e quem
será excluído?

Resposta: Irmãos são parentes por consanguinidade em linha colateral de


segundo grau. Pelo que dispõe o precitado dispositivo regimental, não
podem fazer parte do Tribunal pessoas que tenham entre si
parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo
decorrente do casamento ou não, excluindo-se, se ocorrer a hipótese, a
que tiver sido nomeada por último.

Sendo assim, os dois irmãos não poderão fazer parte do Tribunal


ao mesmo tempo e será excluído Pedro tendo em vista que foi
nomeado por último.

“Vixe”, professor, que história é essa de parentesco, consanguinidade,


colateral, segundo ou quarto grau?

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O primeiro aspecto a ser desvendado no dispositivo acima destacado: o
que são parentes consanguíneos ou afins, em linha reta o
colateral até o 2º e 4º grau?

Parentesco consanguíneo: é o que une pessoas descendentes do


mesmo tronco familiar. O termo consanguíneo é o indicativo de que as
pessoas tem a mesma ascendência ou ancestral genético, existem
laços de sangue. A doutrina o classifica como parentesco natural. Pode
ser: em linha reta ou colateral.

Nos termos do art. 1591, do Código Civil (CC), são parentes em linha
reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de
ascendentes (pais, avós) e descendentes (filhos, netos). E o art.
1592 do mesmo diploma prescreve que são parentes em linha
colateral ou transversal, até 4º grau, as pessoas provenientes de
um só tronco sem descenderem umas das outras, como por
exemplo, irmãos, tios, sobrinhos.

Então, observe: quando se trata de linha de parentesco consanguíneo na


linha reta não há limite de graus. Na linha colateral encerra no quarto
grau.

Parentesco Por afinidade: é o vínculo resultante do casamento ou


união estável e que une cada cônjuge ou companheiro aos parentes do
outro. Também ocorre em linha reta ou colateral. Detalhe importante
é que, nos termos do art. 1.595, § 1º, CC/2002, o parentesco por
afinidade limita-se, em linha reta, aos ascendentes e descendentes e, na
linha colateral aos irmãos do cônjuge ou companheiro. Por exemplo, o
marido torna-se parente por afinidade em linha reta da mãe de sua
esposa (sogra), e em linha colateral do irmão da esposa (cunhado). O
parentesco por afinidade em linha reta (sogro, sogra, genro, nora)
não se extingue com o fim do matrimônio (por exemplo, mesmo que
o casal se divorcie, a sogra continuará sendo sogra) e não tem limite de
grau na linha ascendente ou descendente. Em linha colateral o
vínculo por afinidade se extingue com o fim do casamento (o
cunhado deixa-o de ser em caso de dissolução matrimonial) e tem como
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limite o irmão, que se localiza no 2º grau de parentesco na linha colateral
por afinidade.

E como contamos os graus de parentesco? Como chegar aos parentes de


2º e 4º graus?

No caso do parentesco consanguíneo em linha reta, a partir do


membro indicado para o TRE, você subirá quatro graus (pai/mãe,
avô/avó, bisavô/bisavó, tataravô/tataravó) e descerá quatro graus (filho,
neto, bisneto, tataraneto). Esses não poderão ser membros do
tribunal ao mesmo tempo.

No caso do parentesco consanguíneo em linha colateral, partindo


do membro indicado para o TRE, você subirá até o ascendente comum ou
descerá até o descendente comum e irá até o parente já membro do TRE
que se deseja para verificar o grau de parentesco.

do juiz indicado

B
C

D G E

F H

Partindo do organograma acima, vamos estudar os graus de parentesco e


o impedimento para compor o TRE ao mesmo tempo?

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Inicialmente, vou explicar como se contam os graus de parentesco e o
que é em linha reta e colateral.

Tomando por base F:

São parentes em linha reta (vá subindo, cada passo é um grau): (D –


1º grau); (B – 2º grau); (A – 3º grau).

São parentes em linha colateral (você deve ir até o ancestral comum


(A e B) depois ir até o que você deseja obter o grau (C , E, G, H que são
os colaterais – cada passo que você dá conta um grau): (C – 4º grau); (E
– 5º grau); (G – 3º grau); (H – 4º grau).

*Veja os passos que eu dei da minha caminhada de F até E:


D...B...A(ancestral comum...começo a descer)...C...E

*Veja os passos que eu dei da minha caminhada de F até H:


D...B(ancestral comum...começo a descer)...G...H

Agora, lanço as questões: considerando que F é juiz do TRE/RJ, qual(is)


de seus parentes pode(m) ser também membro(s) do TRE? E qual(is) não
pode(m)?

a) não podem ser, visto que são parentes


consanguíneos/afinidade em linha reta até 4º grau: (D – 1º grau -
aqui pode ser o pai/mãe dele ou o pai/mãe da sua esposa ou
companheira); (B – 2º grau - aqui pode ser o avô/avó dele ou o avô/avó
da sua esposa ou companheira); (A – 3º grau - aqui pode ser o
bisavô/bisavó dele ou o bisavô/bisavó da sua esposa ou companheira)

b) não podem ser, visto que são parentes consanguíneos em linha


colateral até 4º grau: (G – 3º grau – aqui é o tio/tia dele; (H – 4º grau
- aqui é o (a) primo/prima dele) ; (C – 4º grau - aqui é o tio/tia-avô/avó).

Observações:

a) o cônjuge/companheiro de F também está impedido. Atenção: Não


é por vínculo de parentesco, mas por vínculo conjugal;

b) o irmão do cônjuge/companheiro de F é colateral por afinidade


de 2º grau, logo também estaria impedido de tomar parte no
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tribunal regional eleitoral (visualize um quadro semelhante ao acima –
a partir da esposa/companheira suba até os pais dela – depois desça até
o irmão... percebe que ele é colateral por afinidade de 2º grau?);

Relações de parentesco – essa causa se aplica


indistintamente a todas as classes de juízes
(desembargadores, juízes de direito, juízes federais,
juristas)

Meus queridos alunos: nosso estudo precisa ser completo! Por isso
preciso lembrar a vocês que o Código Eleitoral, em seu art. 25, § 7º,
prevê um impedimento que não foi colocado de modo expresso no
RITRE/RJ, mas para uma prova mais elaborada e que exija o
conhecimento sistematizado da legislação vocês precisam chegar com
essa informação. Veja o que prevê o citado dispositivo legal:

Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:


...
§ 7° A nomeação de que trata o n° II deste artigo não
poderá recair em cidadão que tenha qualquer das
incompatibilidades mencionadas no art. 16, § 4°.

O § 4°, do art. 16, após renumeração da Lei n°


7.191/1984, corresponde ao que está disposto no § 2º
do mesmo artigo, o qual prevê:
§ 2° A nomeação de que trata o inciso II deste artigo
não poderá recair em cidadão que ocupe cargo
público de que seja demissível ad nutum; que seja
diretor, proprietário ou sócio de empresa
beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou
favor em virtude de contrato com a administração
pública; ou que exerça mandato de caráter político,
federal, estadual ou municipal.

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Se a incompatibilidade/impedimento por relação de
parentesco é aplicada a todas as classes de juízes do TRE
(desembargador do TJ, juiz de direito, juiz federal e
advogado) a limitação constante do disposto no quadro
acima aplica-se exclusivamente a classe de juristas
(advogados).

Vamos trabalhar agora uma incompatibilidade que ocorre de modo


temporário para os juízes do Tribunal Regional Eleitoral (quando falo
juízes do TRE, são os desembargadores do TRE, não estou me referindo a
todos os juízes eleitorais do Estado). É a referente aos membros do
Tribunal que sejam cônjuge, convivente, parente consangüíneo ou afim,
até o 2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no
período compreendido entre a homologação da respectiva convenção
partidária e a apuração final da eleição.

Nesse sentido, prevê o Art. 4º, § 3º, do RITRE/RJ:

...
§ 3º Não poderá servir como juiz no Tribunal, devendo dele se
afastar, o cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo ou afim, até o
2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período
compreendido entre a homologação da respectiva convenção partidária
e a apuração final da eleição.

No caso da hipótese de afastamento prevista no § 3º no dispositivo


regimental acima, o RITRE/RJ prevê que acarretará a prorrogação do
exercício (do biênio para o qual foi nomeado) pelo tempo que
tiver durado o afastamento e se o membro do Tribunal afastado
pelo mesmo motivo ocupar a Presidência, a Vice-Presidência do
Tribunal ou a Corregedoria, o mandato será prorrogado pelo tempo
que durar o afastamento.

Alguns comentários devem ser feitos nesse momento.

As convenções partidárias são realizadas no período de 10 a 30 de junho


do ano das eleições e têm como principal objetivo escolher os
candidatos que disputarão o pleito eleitoral. Em qualquer dia desse
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período o partido se reúne, e após as deliberações de quem é candidato,
seus respectivos números, com quem se coliga, eles homologam a
convenção. É a partir dessa HOMOLOGAÇÃO da convenção e ATÉ a
APURAÇÃO FINAL DA ELEIÇÃO que não poderão servir como Juízes no
Tribunal o cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo ou afim, até o
2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado.

Vedações por parentesco:


Dos Juízes do TRE entre si para fazerem parte
do TRE: cônjuges, conviventes e parentes
consanguíneos ou afim até 4º grau.
Dos juízes do TRE em relação a candidatos
escolhidos em convenção: o cônjuge, o convivente,
o parente consanguíneo ou afim de candidato a cargo
eletivo registrado no Estado até o 2º grau

Vocês perceberam que o Art. 4º, § 3º, do RITRE/RJ menciona a expressão


candidato a cargo eletivo registrado no Estado. Isso nos remete ao tema
circunscrição eleitoral do pleito que, para uma abordagem mais completa,
passo a fazer uma rápida explanação.

Vocês sabem o que, ou melhor, qual é a circunscrição do Pleito?

Nos termos do art. 86, do Código Eleitoral, nas eleições presidenciais, a


circunscrição será o País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e,
nas municipais, o respectivo Município.

Se a circunscrição do pleito é o estado, então o juiz do TRE que tenha


cônjuge, companheiro e parentes consanguíneos ou afins até o 2º grau
como candidato a um dos cargos em disputa (governador,
deputado federal e estadual, senador) estará impedido de servir
como juiz desde a homologação da convenção até a apuração final da
eleição.

E se forem eleições municipais? Como se dará o impedimento do juiz


do TRE que tenha cônjuge, companheiro (convivente) e parentes

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consanguíneos ou afins até o 2º grau que seja candidato em
determinado município?

R: nos termos da Resolução TSE n.º 22.825/2008 o juiz do TRE ficará


impedido de modo absoluto (não poderá participar de qualquer decisão)
tão-somente em relação ao município pelo qual o seu cônjuge,
companheiro e parentes consanguíneos ou afins até o 2º grau que seja
candidato. A título de exemplo, se o cônjuge, irmão, pai/mãe, avô/avó,
sogro/sogra, cunhado/cunhada do membro do Tribunal Regional Eleitoral
do RJ é candidato a vereador ou prefeito pelo município de Niterói/RJ, o
referido membro do Tribunal estará impedido de modo absoluto de se
pronunciar em relação a qualquer processo oriundo desse município, mas
poderá julgar os processos oriundos de outros municípios do
Estado.

Uma pergunta para finalizar esse tópico: Procurador do Estado pode


ser indicado para compor a classe de jurista?

Nos termos da jurisprudência do TSE não há impedimento para que


procurador de estado bem como procurador autárquico componha lista
tríplice para escolha de membro do TRE, na classe de jurista, desde que
não ocupem cargos demissíveis ad nutum. Importante: se o indicado
ocupou o cargo de Procurador-Geral da Defensoria Pública do Estado, mas
não está mais no exercício do mencionado cargo, não incide a vedação.

Podemos, agora, resolver as questões propostas no início desse estudo?

Antes de você prosseguir, peço a você, futuro analista ou técnico do


TRE/RJ, que retorne às questões e tente resolver sozinho.

Terminou de resolvê-las? Agora confira os comentários abaixo...

(TRE/PI – 2009 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC – Prova de


Direito Eleitoral)
8. Lauro é Ministro do Superior Tribunal de Justiça; Maria é
Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado; e Mário é advogado de
notável saber jurídico e idoneidade moral. Nesse caso, preenchidas os
demais requisitos legais,
(A) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Regional Eleitoral do respectivo Estado; e Mário pode

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vir a integrar tanto o Tribunal Superior Eleitoral, como o Tribunal Regional
Eleitoral.
(B) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Regional Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; e Mário pode vir a integrar
somente o Tribunal Regional Eleitoral.
(C) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria e Mário
podem vir a integrar tanto o Tribunal Superior Eleitoral, como o Tribunal
Regional Eleitoral.
(D) Lauro, Maria e Mário podem vir a integrar tanto o Tribunal Superior
Eleitoral, como o Tribunal Regional Eleitoral.
(E) Lauro pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; Maria pode vir
a integrar o Tribunal Superior Eleitoral; e Mário pode vir a integrar
somente o Tribunal Regional Eleitoral.

Comentários:

Como não foi objeto do nosso estudo, veja o que prevê o art. 119, da
CF/88:

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete


membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis
advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Supremo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o
Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Com base nas afirmações de que dispomos, a quais conclusões


chegamos:

a) Lauro, sendo Ministro do STJ somente pode ser nomeado para ser
Ministro do TSE (não para TRE) e, oriundo do STJ, somente concorrerá ao
cargo de Corregedor Geral Eleitoral;

b) Maria, na condição de Desembargadora do Tribunal de Justiça do


Estado poderá concorrer ao cargo de juíza do TRE do respectivo estado;

c) Mário, advogado de notável saber jurídico e idoneidade moral, poderá


ser indicado tanto para o TRE como para o TSE.

Desse modo, a alternativa correta é a letra (A)

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(TRE/CE – 2002 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC)


9. Na composição dos Tribunais Regionais Eleitorais, prevista na
Constituição Federal,
(A) todos os membros são provenientes de diferentes órgãos do Poder
Judiciário.
(B) todos os membros são provenientes da Justiça Federal e dos quadros
do Ministério Público.
(C) há membros provenientes da Justiça Estadual, da Justiça Federal e
dos quadros da Advocacia.
(D) há membros provenientes dos quadros do Ministério Público e da
Advocacia.
(E) todos os membros são provenientes da Justiça Federal.

Comentários:

(A) está errada, pois nem todos os membros são provenientes de


diferentes órgãos do Poder Judiciário. Há a classe de juristas, que são
oriundos da advocacia;

(B) está errada, pois como vimos, os membros do Ministério Público não
entram na composição dos TRE nem do TSE;

(C) certa

(D) errada, lei o comentário da alternativa (B)

(E) errada, temos membros que são desembargadores do TJ, juízes de


direito do TJ, um juiz federal e 02 advogados.

(TRE/AC – 2010 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC – Prova


de Direito Eleitoral)
10. Integram os Tribunais Regionais Eleitorais, dentre outros membros,
dois
(A) Desembargadores do Tribunal da Justiça escolhidos mediante eleição
e pelo voto secreto.
(B) cidadãos de notória idoneidade escolhidos livremente pelo Presidente
da República.
(C) representantes do Ministério Público Eleitoral, escolhidos pelo Tribunal
de Justiça do respectivo Estado.
(D) juízes do Tribunal Regional Federal do respectivo Estado, escolhidos
pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado.
(E) juízes federais, escolhidos, mediante eleição e pelo voto secreto, pelo
Superior Tribunal de Justiça.

Comentários:

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(A) certa. São dois desembargadores do TJ escolhidos mediante eleição e
pelo voto/escrutínio secreto.

(B) errada...são dois advogados de notável saber jurídico e idoneidade


moral nomeado pelo Presidente após indicação do TJ. Não são
escolhidos livremente, mas respeitados os critérios legais e
constitucionais.

(C) errada, pois, como vimos, não temos representantes do MP compondo


o TRE

(D) há dois erros na assertiva. É apenas um juiz federal, o qual é


escolhido pelo respectivo Tribunal Regional Federal com sede na
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo e
não pelo Tribunal de Justiça do Estado.

(TRE/AC – 2010 – Técnico Judiciário – Área Administrativa – FCC – Prova


de Regimento Interno do TRE-AC - adaptada)
11. O Tribunal Regional Eleitoral do RJ, com sede na Capital e jurisdição
em todo o Estado, compor-se-á, mediante eleição, pelo voto secreto,
dentre outros, de
(A) um juiz, dentre três membros do Ministério Público Estadual, com
mais de dez anos de exercício na carreira.
(B) um juiz, dentre juízes de direito indicados em lista tríplice pela
Assembleia Legislativa do RJ.
(C) dois juízes federais, dentre indicados em lista sêxtupla pelo Tribunal
de Justiça do RJ.
(D) dois juízes, dentre os juízes de direito, escolhidos pelos Juízes do
Tribunal Regional Federal da 2a Região.
(E) dois juízes, dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça do RJ.

Comentários:

Em consonância com o RITRE/RJ c/c CF/88 são escolhidos mediante


eleição em escrutínio secreto somente os membros oriundos do TJ (02
desembargadores e 02 juízes de direito)

(A) errada, visto que os membros do MP estadual não participam da


composição do TRE;

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(B) totalmente fora de rumo! A Assembleia legislativa não participa do
processo;

(C) errada, pois é apenas 01 juiz federal escolhido pelo TRF respectivo.
No caso do TRE/RJ, é o TRF da 2ª Região. No RITRE nem na CF/88 não
menciona o modo de escolha.

(D) errada, visto que são dois juízes de direito, mas são escolhidos pelo
TJ/RJ e não pelo Tribunal Regional Federal. Observe que nem mesmo o
TRE/RJ escolhe, apenas recebe os nomes indicados/escolhidos para dar
posse nos termos regimentais.

(E) certa. São dois juízes dentre os desembargadores do TJ/RJ, mediante


eleição em escrutínio secreto.

(TRE/SC – 2002 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FAPEU – Prova de


Regimento Interno do TRE-SC -adaptada)
12) O Tribunal Regional Eleitoral do RJ possui, em sua composição:
A.( ) Juízes de Direito e Desembargadores do Tribunal de Justiça do
Estado, eleitos pelo voto secreto, um Juiz Federal escolhido pelo Tribunal
Regional Federal, dois advogados de notável saber jurídico e idoneidade
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado;
B.( ) Apenas Juízes que ingressaram mediante concurso de provas e
títulos e dois advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça do Estado;
C.( ) Juízes de Direito escolhidos pelo Tribunal de Justiça do Estado, um
Juiz Federal eleito no Tribunal Regional Federal e três advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça do Estado;
D.( ) Desembargadores e Juízes de Direito indicados pelo Tribunal de
Justiça do Estado e dois advogados eleitos dentre os de notável saber
jurídico e idoneidade moral.

Comentários:

(A) certa.

(B) errada. Recorde-se de que a justiça eleitoral não tem quadro próprio
de juízes eleitorais concursados (nem de promotores eleitorais).

(C) errada, visto que são apenas 2 advogados.

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(D) dupla pegadinha... Está errada, visto que os desembargadores e
juízes do TJ não são indicados, mas eleitos e os dois advogados não são
eleitos, mas indicados pelo TJ e nomeados pelo Presidente da República.

Analisemos mais algumas questões:

(TRE/ES – 2010 – Analista Judiciário – Área Judiciária – CESPE/UNB -


ADAPTADA)
13. Julgue os próximos itens com base no disposto no Regimento Interno
do TRE/RJ e Código Eleitoral.
Jurista que exerça, há mais de quatro anos, cargo de confiança de
assessor jurídico de órgão da administração direta poderá ser nomeado
membro efetivo do tribunal. ( )

Comentário: A alternativa trata de jurista, ou seja, juiz eleitoral oriundo


da classe dos advogados. Desse modo, a firmação está errada, visto que
o § 2°, do art. 16, CE, prevê que tal nomeação não poderá recair em
cidadão que ocupe cargo público de que possa ser demitido “ad nutum”,
que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com
subvenção, privilégio, isenção ou favor, em virtude de contrato com a
administração pública, ou que exerça mandato de caráter público federal,
estadual ou municipal. O jurista em questão exerce cargo de confiança de
assessor jurídico, ou seja, pode ser demitido ad nutum, por isso não
poderá ser nomeado juiz do TRE/RJ.

(TRE/MT – 2009 – Analista Judiciário – Área Judiciária – CESPE/UNB -


ADAPTADA)
Acerca do Regimento Interno do TRE/RJ, julgue as afirmativas abaixo.

14. Desde a homologação da respectiva convenção partidária até a


apuração final da eleição, não poderá servir como juiz no Tribunal,
devendo dele se afastar, o cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo
ou afim, até o 2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado.
( )

Resposta: certa, nos termos do art. 4º, § 3º do RITRE/RJ.

15. O TRE/RJ compõe-se, mediante eleição por voto secreto, de dois


juízes, entre os ministros do STJ. ( )

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Resposta: errada. Ver art. 120, § 1º, CF/88. Os Ministros do STJ
participam da composição do TSE, nos termos do art. 119, I, “b”, CF/88.

(TRE/MT – 2009 – Técnico Judiciário – Especialidade Operação de


Computadores – CESPE/UNB - ADAPTADA)

16. Conforme o disposto no Regimento Interno do TRE/RJ e na CF/88,


assinale a opção correta em relação à organização do tribunal e às
atribuições de seus membros.
(A) Um dos membros que compõem o TRE/RJ deve ser um juiz federal
escolhido pelo tribunal regional federal competente.
(B) Nada impede que avô e neto sejam membros do TRE/RJ e sirvam ao
mesmo tempo, desde que sejam de classes diferentes.
(C) Na composição do tribunal não há juízes de direito oriundos do
tribunal de justiça do estado.

Comentários:

(A) certa. Ler art. 120, § 1º, II, CF/88.

(B) errada. Perceba a importância da explicação e do organograma que


foi repassado com os graus de parentesco. Se você retornar a aula e o
organograma, fazendo uma projeção mental concluirá que avô e neto são
parentes consanguíneos em linha reta de 2º grau. Como a o RITRE/RJ
veda parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até 4º
grau, eles não podem compor o TRE/RJ ao mesmo tempo, independente
da classe a que pertençam, devendo ser excluído o ultimo nomeado.

(C) errada, visto que na composição do TRE há 02 desembargadores e 02


juízes de direito oriundos do TJ/RJ.

(TRE/SC – 2009 – Analista Judiciário – Área Judiciária – Ferreira Moura -


ADAPTADA)
17. Julgue verdadeiro ou falso com base no RITRE/RJ e legislação de
regência.
O cônjuge, o convivente ou o parente consanguíneo ou afim, até o
segundo grau, de candidato a cargo eletivo municipal estará impedido de
servir como juiz no tribunal desde a escolha em convenção partidária até
a apuração final da eleição ( )

Comentários:

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Dois aspectos importantes acerca dessa questão: primeiro, o
impedimento é desde a homologação da convenção partidária destinada à
escolha dos candidatos; segundo, é que, de acordo com a Resolução TSE
n.º 22.825/2008 o juiz do TRE ficará impedido de modo absoluto (não
poderá participar de qualquer decisão) tão-somente em relação ao
município pelo qual o seu cônjuge, companheiro e parentes
consanguíneos ou afins até o 2º grau seja candidato. Em relação aos
demais municípios ele poderá exercer normalmente as suas
funções.

Dá análise das questões acima, pode-se perceber que é um tema


recorrente e que há provas que cobram numa questão inteira; em outras,
é um item de uma questão, mas que, de qualquer forma, exige o seu
conhecimento. Então repasse a aula e leia o RITRE/RJ quantas vezes você
puder de modo a fixar o tema.

ESCOLHA DOS JUÍZES SUBSTITUTOS

O art. 1º do RITRE/RJ trata de modo bem discreto o tema da escolha dos


juízes dos Tribunais sejam eles efetivos ou substitutos limitando-se a
fazer remissão à Constituição da República.

Abordamos nos tópicos acima a forma de escolha dos juízes efetivos do


Tribunal. A partir de agora trataremos da escolha dos juízes substitutos.

O nosso fundamento primordial está no art. 121, § 2º, o qual prevê:

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado,


servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

O Tribunal Regional Eleitoral do RJ ao designarem os membros (juízes)


efetivos também escolhem membros (juízes) substitutos.

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Cada membro efetivo do TRE é escolhido com o respectivo substituto.


Então, se são escolhidos 07 membros efetivos, são escolhidos também
07 membros substitutos no TRE/RJ (entendimento válido para os demais
TRE do Brasil)

E como ocorre a escolha dos juízes substitutos dos membros efetivos do


TRE?

Com base no § 2º acima citado podemos concluir que:

a) dois Juízes substitutos são escolhidos pelo Tribunal de


Justiça dentre os seus Desembargadores;
b) dois Juízes substitutos são escolhidos pelo Tribunal de
Justiça dentre os Juízes de Direito;
c) um Juiz substituto é escolhido pelo Tribunal Regional
Federal da 2ª Região;
d) dois Juízes substitutos são nomeados pelo Presidente da
República dentre seis Advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo TJ/RJ.

Não é permitido designar um juiz da classe de jurista


(advogado) para ser substituto do juiz eleitoral oriundo da
classe de desembargadores do Tribunal de Justiça. Enfim,
o juiz de determinada classe somente pode ser substituído
por outro juiz da mesma classe.

Nos termos da jurisprudência do TSE, em consonância com o que foi


afirmado acima, no caso de afastamento de juiz eleitoral efetivo é
vedado substituí-lo por juiz de classe diversa para composição do
pleno. Não há como se convocar substitutos representantes de classe
diversa para complementação de quórum em Tribunal Regional Eleitoral,
dado ser exigível que tal ocorra entre membros da mesma classe, na
esteira do estabelecido no art. 7º da Resolução-TSE nº 20.958/2001.

Por exemplo: afastando-se um juiz eleitoral oriundo da classe de juiz


federal não pode ser chamado um da classe de jurista ou da classe juiz de
direito do Tribunal de Justiça.

Confirmando tudo o que foi dito, o RITRE/RJ prevê:

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Art. 11. Nos casos de vacância do cargo e em todos os casos de


afastamento de membro efetivo, o Presidente convocará
obrigatoriamente o substituto da mesma classe.
Parágrafo único. Se o membro substituto convocado precisar se afastar,
o Presidente convocará o outro substituto da mesma classe para compor
o Tribunal.

Fique ligado na jurisprudência do TSE!!!

Vamos resolver mais algumas questões?

18. Considere as afirmativas:


I. Nos termos do RITRE/RJ, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro
é sediado na capital do Estado e tem jurisdição em todo o Estado;
II. Nos termos do RITRE/RJ, o TRE/RJ é composto de sete juízes efetivos
e de juízes substitutos em igual número, nomeados de acordo com o
disposto na Constituição da República.
III. O advogado nomeado juiz substituto na Justiça Eleitoral não fica
impedido para o exercício profissional no âmbito dessa Justiça.
IV. Devido às peculiaridades da magistratura eleitoral, o exercício da
função é temporário prevalecendo a característica da periodicidade no
exercício da função.
V. Não podem fazer parte do Tribunal pessoas que tenham entre si
parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo
decorrente do casamento ou não, excluindo-se, se ocorrer a hipótese, a
que tiver sido nomeada primeiro.
Está correto o que se afirma em:
(a) I e III
(b) I, III e IV
(c) somente II
(d) I, II e IV

Comentários

I. Correta, nos termos do art. 1º, caput, RITRE/RJ.

II. Correta, nos termos do art. 1º, caput, RITRE/RJ.

III. Errada. Nos termos do Parágrafo único do art. 1º, RITRE, o advogado
nomeado juiz substituto na Justiça Eleitoral fica impedido para o exercício
profissional no âmbito dessa Justiça.

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IV. Correta. O exercício da jurisdição eleitoral caracteriza-se pela
periodicidade ou alternância na investidura dos juízes eleitorais.

Resposta: (d)

19. Analise as afirmativas abaixo à luz do RITRE/RJ e das


disposições constitucionais em vigor:

I. São escolhidos 03 juízes substitutos da classe de jurista.


II. Tratando-se de juiz substituto o processo de escolha pode, em caráter
excepcional, ser distinto do processo de escolha dos juízes efetivos.
III. Será escolhido 01 juiz substituto pelo Tribunal Regional Federal da 2ª
Região.
IV. Não poderá servir como juiz no Tribunal, devendo dele se afastar, o
cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo ou afim, até o 3º grau, de
candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período compreendido
entre a homologação da respectiva convenção partidária e a apuração
final da eleição.
V. No caso acima, o RITRE/RJ prevê que acarretará a prorrogação do
exercício do biênio para o qual o membro do TRE foi nomeado pelo tempo
que tiver durado o afastamento e, se o membro do Tribunal afastado pelo
mesmo motivo ocupar a Presidência, a Vice-Presidência do Tribunal ou a
Corregedoria, o mandato será prorrogado pelo tempo que durar o
afastamento.

Pode-se concluir que está (ao) correta(s)

a) uma afirmativa
b) 2 afirmativas
c) 3 afirmativas
d) 4 afirmativas
e) nenhuma das afirmativas

Comentários

I. errada. A classe de jurista, oriunda da advocacia, terá dois membros


substitutos.

II. errada. A CF/88, em seu art. 121, § 2º, prevê a escolha pelo mesmo
processo que os efetivos, não possuindo essa exceção.

III. Está certa.

IV. Errada. Nos termos do art. 4º, § 3º, RITRE, não poderá servir como
juiz no Tribunal, devendo dele se afastar, o cônjuge, o convivente, o

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parente consanguíneo ou afim, até o 2º grau, de candidato a cargo
eletivo registrado no Estado.

V. certa. De acordo com o art. 4º, § 2º e 4º, (RITRE).

Resposta: (b)

ANÁLISE DO ART. 3º DO RITRE/RJ – ELEIÇÃO DO PRESIDENTE,


VICE-PRESIDENTE E CORREGEDOR REGIONAL DO TRE/RJ

Ao tratar do processo de escolha do Presidente, Vice-Presidente e


Corregedor Regional, o RITRE/RJ prescreve:

Art. 3º. O Tribunal elegerá, em votação secreta, para a sua


Presidência um dos dois desembargadores, para o mandato de 2 (dois)
anos ou até o término do biênio, proibida a reeleição. Caberá ao outro
a Vice-Presidência. Por igual processo, dentre os outros membros do
Tribunal, um será eleito para as funções de Corregedor.
§ 1º É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada e
aceita antes da eleição.
§ 2º Vagando, no curso do mandato, o cargo de Presidente,
proceder-se-á à eleição para a vaga ocorrida.

Da análise minuciosa do dispositivo regimental destacado no quadro


acima, extraímos as seguintes informações:

Presidente Vice- Corregedor


presidente
Quem será Um dos desembargadores do TJ Um dos 5
(atenção: os juízes de direito, membros
federal e jurista não podem ser restantes após
presidente nem vice). excluídos o
Presidente e o
seu Vice.
Forma de Eleição em O Eleição em
escolha votação secreta desembargador votação secreta
do TJ não eleito
será o vice-
presidente
Duração do 2 anos ou até o término do biênio.
mandato Obs.: um membro do TRE pode ser eleito para uma
das funções acima para o mandato de 2 anos, que é
a regra, mas o seu biênio pode terminar antes. Neste
caso, o mandato de presidente, vice-presidente e
corregedor não durará dois anos (nem prorrogará o
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biênio do membro do TRE).
Possibilidade de Vedada omisso omisso
reeleição
Obrigatoriedade É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa
da aceitação do manifestada e aceita antes da eleição
cargo
Vacância no proceder-se-á à Será o outro O RITRE é
curso do eleição para a desembargador omisso.
mandato vaga ocorrida. Entendo que
deve haver
nova eleição de
modo analógico
ao que ocorre
com o
Presidente.

Perceba ainda que o dispositivo regimental acima citado está em


consonância com o art. 120, § 2º, que prevê:

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada


Estado e no Distrito Federal.
...
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Vice-Presidente dentre os desembargadores.

Como estamos tratando de prova a ser elaborada pelo CESPE, trataremos


mais alguns pontos que julgo importantes.

O primeiro, é o que está disposto no art. 26, caput, CE. Veja o que dispõe
o citado dispositivo legal:

Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão


eleitos por este dentre os três Desembargadores do Tribunal de Justiça;
o terceiro Desembargador será o Corregedor Regional da Justiça
Eleitoral.

Então, fixe: a regra do quadro acima não é aplicada. O CE anotado do


TSE esclarece que a eleição ocorre dentre os dois desembargadores. Não
havendo um terceiro magistrado do Tribunal de Justiça, alguns tribunais
regionais atribuem a função de corregedor ao vice-presidente,
cumulativamente, enquanto outros prescrevem a eleição dentre os
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demais juízes que o compõem (o TRE/RJ é um exemplo dessa última
situação).

Segundo Ponto – Reeleição para o cargo de Presidente do


Tribunal: A Resolução TSE n.º 20.120/1998, 22.458/2006 e o Ac.-TSE,
de 15.8.2006, na AgR-RP n° 982 previram a impossibilidade de
reeleição de presidente de Tribunal Regional, nos termos do art.
102, da LC n° 35/1979 (LOMAN). Contudo, o STF, em 19.12.2006,
decidiu na Reclamação n° 4.587, que reformou o Acórdão TSE, de
15.8.2006, na AgR-RP n° 982 e Ac.-TSE, de 20.9.2011, no AgR-Rcl n°
121267 sobre a impossibilidade de alteração ou restrição, por
qualquer norma infraconstitucional, da duração bienal de
investidura e da possibilidade de recondução de juiz de TRE.

Por fim, analisaremos o art. 4º do RITRE/RJ.

Veja o que prevê o citado dispositivo regimental:

Art. 4º. Os membros do Tribunal e seus substitutos, salvo por justa


causa, exercerão os mandatos obrigatoriamente por 2 (dois) anos, a
contar da data da posse, e, facultativamente, por mais um biênio,
desde que reconduzidos pelo mesmo processo da investidura inicial.
§ 1º Compete ao Tribunal a apreciação da justa causa para dispensa
da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio.
§ 2º O biênio será contado ininterruptamente, sem o desconto de
afastamento decorrente de férias, licença especial ou licença, ressalvada
a hipótese de afastamento prevista no § 3º deste artigo, que acarretará
a prorrogação do exercício pelo tempo que tiver durado o afastamento.
§ 3º Não poderá servir como juiz no Tribunal, devendo dele se
afastar, o cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo ou afim, até o
2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período
compreendido entre a homologação da respectiva convenção
partidária e a apuração final da eleição.
§ 4º Se o membro do Tribunal afastado em decorrência da hipótese
prevista no § 3º deste artigo ocupar a Presidência, a Vice-Presidência do
Tribunal ou a Corregedoria, o mandato será prorrogado pelo tempo que
durar o afastamento.

Esse artigo 4º, no caput, trata dos biênios cujo estudo continuará nos art.
5º e seguintes (objeto da aula 01). Apesar da clareza da expressão,
preciso deixar bem claro para os prezados alunos que os biênios são os
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períodos de 2 (dois) anos para os quais os membros são designados
(nomeados ou escolhidos) para o exercício da jurisdição eleitoral.
Recorde-se que cada membro efetivo é escolhido/nomeado com o
respectivo substituto da mesma classe. Ambos são designados para o
mesmo biênio.

Alguns aspectos precisam ser memorizados de modo a estarem


“fresquinhos”na sua cabeça? Então vamos lá:

a) qual o período obrigatório de exercício do mandato para os juízes


eleitorais efetivos e substitutos?

b) qual o período máximo que um juiz eleitoral poderá exercer as funções


ininterruptamente?

c) Nos termos do RITRE, a recondução por mais um biênio consecutivo é


obrigatória?

d) como é contado o biênio? A sua contagem pode ser pode ser


interrompida? Se positiva a sua questão, em qual (is) circunstância (s)?

e) um juiz pode vir a integrar o Tribunal Regional Eleitoral, ainda que em


classe distinta (imagine o juiz de direito do TJ que exerceu a função de
juiz eleitoral na referida classe e depois, afastado da função, pretende a
sua nomeação como advogado na classe de jurista) antes do transcurso
de dois anos do segundo biênio exercido?

Essas são apenas algumas das questões que passamos a discutir a partir
de agora e continuarão nas aulas seguintes.

Primeiro ponto: os juízes e seus substitutos servirão obrigatoriamente


por dois anos e, facultativamente, por mais um biênio, ou seja, poderão
ficar um mínimo de 2 anos (que será um período obrigatório a partir da
sua escolha) e um máximo de 4 anos (1 biênio obrigatório e 1 biênio
facultativo). A facultatividade decorre do fato de que o Tribunal de
Justiça, o Tribunal Regional Federal e o Presidente da República não têm
obrigação de reconduzir o juiz por mais dois anos após o biênio
obrigatório.

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Segundo ponto: Você já sabe que os juízes e seus substitutos servirão
obrigatoriamente por dois anos. A pergunta é: o juiz pode ser afastado
compulsoriamente das funções eleitorais antes do fim do biênio
obrigatório?

Resposta: segundo entendimento do TSE, proferido no RMS - RECURSO


EM MANDADO DE SEGURANÇA nº 239 - Bragança Paulista/SP, o
afastamento do juiz ao qual foram confiadas as funções eleitorais, poderá
fazer-se fundado em critérios objetivos, a todos aplicáveis, quando
visa a atender ao interesse público, justificadamente, observado o
devido processo legal.

Então atenção: o afastamento do juiz eleitoral antes do término do biênio


deverá ser fundar nos seguintes requisitos a serem observados
concomitantemente:

1) critérios objetivos aplicáveis a todos;

2) quando justificadamente visa a atender o interesse público;

3) observância do devido processo legal (motivação do ato de destituição)

Com base nos requisitos acima mencionados chegamos ao entendimento


do que seja a expressão “salvo motivo justificado” constante dos
dispositivos legais citados.

Um exemplo objetivo, retirado de um fato concreto, é o afastamento do


juiz eleitoral de suas funções por motivo de pratica comprovada de
irregularidades consideradas relevantes pelo Tribunal com a
instauração de processo administrativo disciplinar para a punição do juiz.
No caso citado, foi instaurada correição extraordinária numa zona eleitoral
(é um procedimento de inspeção com a finalidade de verificar a
regularidade dos procedimentos de um juízo eleitoral) e comprovado que
a juíza eleitoral havia designado o seu marido, que era servidor, para ser
o responsável pelo processamento das prestações de contas de campanha
eleitoral; também foi constatado a cobrança de multas eleitorais em
valores superiores ao determinados por lei; também que a denúncia de
que um determinado político local foi encontrado ilegalmente com
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formulários de requerimento de alistamento eleitoral foi arquivado sem
qualquer motivação pela juíza; que vários eleitores do sexo masculino
com idade superior a 18 anos faziam o alistamento eleitoral sem a
exigência do alistamento militar, sendo que isso é exigido pela lei; que
vários servidores requisitados do cartório eleitoral estavam exercendo as
funções ilegalmente, sem da devida autorização do TRE....Tudo isso
apurado de uma só vez!!!! Então aí está um caso concreto para o prezado
aluno ter uma ideia de que o juiz do TRE pode ser afastado das suas
funções antes do término do biênio nos casos acima mencionados.

Desse modo, fica muito claro que não se pode destituir um juiz
eleitoral de suas funções de modo arbitrário, como a substituição
por questões de divergências pessoais, perseguições e outros
motivos que não se fundem no interesse público e não adotem
critérios objetivos.

Terceiro ponto: o juiz eleitoral pode solicitar dispensa do exercício da


função eleitoral antes do término do primeiro biênio?

Nos termos do art. 9° da Res. TSE 20.958/2001, compete ao tribunal


eleitoral a que pertencer o juiz a apreciação da justa causa para dispensa
da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio. E o art. 4º, §
1º, RITRE, prevê que compete ao Tribunal a apreciação da justa causa
para dispensa da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio.

a) É possível a dispensa da função de juiz


eleitoral no Tribunal antes do fim do biênio e será
o TRE competente para apreciar e decidir se existe
justa causa.
b) O critério para dispensa antecipada é: justa causa

Quarto Ponto: como é feita a contagem do biênio? São admissíveis

descontos decorrentes do afastamento por motivo de férias, licença

especial ou licença?

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Nos termos do art. 4º, § 2º, RITRE/RJ, o biênio será contado

ininterruptamente, sem o desconto de afastamento decorrente de férias,

licença especial ou licença, ressalvada a hipótese de afastamento prevista

no § 3º do mesmo artigo (afastamento decorrente de laços de

matrimônio, convivência ou parentesco consanguíneo ou afim, até o 2º

grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período

compreendido entre a homologação da respectiva convenção partidária e

a apuração final da eleição). Neste caso, ocorrerá a prorrogação do

exercício do membro do TRE afastado pelo tempo que tiver durado o

afastamento.

Reforçando, a regra geral é a de que, a partir da data da posse o biênio é

contado ininterruptamente sem o desconto de qualquer afastamento.

Desse modo, se o juiz eleitoral entra em gozo de férias, licença especial

ou outra modalidade de licença, o biênio dele não é interrompido. Por

exemplo: o juiz eleitoral oriundo da classe dos juízes federais é escolhido

para o biênio 18/03/2012 a 18/03/2014. Entra em gozo de férias no

período de 01/01/2013 a 30/01/2013. Ainda assim, o biênio dele se

encerrará em 18/03/2014 visto que, em consonância com o dispositivo

regimental em estudo as férias não configuram uma exceção à regra

geral de ininterruptibilidade do biênio. Como exceção, os membros

do TRE que que tiverem cônjuge, convivente, parente consanguíneo ou

afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo na circunscrição,

ficam impedidos de exercer a função eleitoral desde a homologação da

convenção partidária destinada à escolha de candidatos até apuração

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final da eleição. De acordo com o RITRE/RJ, tão-somente nesse

caso o biênio é interrompido e, desse modo, prorroga-se o seu

fim.

Vamos aprofundar?

Com base no conteúdo acima responda: O membro do TRE que se

afasta de suas funções para realizar um curso de relevante interesse

público na Escola Superior de Guerra, sendo área de interesse do órgão e

devidamente autorizado pelo TRE/RJ terá o seu biênio interrompido?

R: Não, a situação concreta acima descrita não se enquadra na exceção à

regra geral do RITRE/RJ.

Vamos, agora, dar uma passeada pelo CE para visualizarmos como esse

conteúdo está previsto na referida lei.

Art. 14. Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado,


servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois
biênios consecutivos.
§ 1° Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto
de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou
licença especial, salvo no caso do § 3°.
...
§ 3° Da homologação da respectiva Convenção partidária, até a apuração
final da eleição, não poderão servir como Juízes nos Tribunais Eleitorais,
ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente consanguíneo legítimo ou
ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo
registrado na circunscrição.

Uma pergunta de seleção: O TSE ou TRE pode criar outras


hipóteses de interrupção do biênio que não seja a prevista no §
3º, do art. 14, CE?

Na linha de entendimento do TSE, as hipóteses de interrupção tratam-se


de matéria específica de lei. Desse modo, não cabe ao Tribunal elencar
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novas hipóteses além da prevista no art. 14, § 3º, CE, pois escaparia ao
seu poder regulamentar.

Agora, atenção:

A Res. TSE 20.958/2001 prevê no § 2º do art. 1º:


§ 2º Não poderão servir como juízes nos tribunais
regionais, desde a homologação da respectiva
convenção partidária até a apuração final da
eleição, o cônjuge, o parente consanguíneo ou afim,
até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo
estadual ou federal, no Estado respectivo.

Memorize, por fim que se o membro do Tribunal afastado em decorrência


da hipótese prevista no § 3º, do art. 4º, RITRE ocupar a Presidência, a
Vice-Presidência do Tribunal ou a Corregedoria, o mandato (de
presidente, vice e corregedor) será prorrogado pelo tempo que durar o
afastamento.

Finalizamos neste ponto esta primeira aula...

Gostaram dela?

Se tiverem sugestões, críticas, mandem para mim! O meu objetivo é


preparar uma aula cada vez melhor!

Viram quantas informações tínhamos para estudar?

Na próxima aula avançaremos no estudo e traremos mais questões,


novos desafios e mais conhecimento permitindo que você tenha pleno
êxito na sua prova de RITRE.

Perceba que não nos limitamos ao estudo literal do Regimento


Interno, visto que as bancas examinadoras cada vez mais exigem dos
candidatos. Em uma questão os examinadores costumam cobrar
conhecimento de diversas disciplinas e que o candidato entenda
todo o sistema, que ele tenha capacidade de interpretação e de
solucionar problemas práticos. Acabou a fase do decorou passou!!!!! É
importante decorar? Sim, visto que várias questões exigem isso. Mas
decorar sem entender é muito mais difícil!

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Recorde-se que esta é apenas uma das aulas. Foram trabalhados do
art.1º ao art. 4º, mas segundo o último edital poderá cair questões de
todo Regimento Interno. Então, acompanhe as próximas aulas e
assegure-se de que estará mais bem preparado para esse concurso!!!!

Estude com afinco, leia a lei seca, resolva questões, faça revisões
que você conseguirá fazer uma excelente prova.

Agora, vamos resolver mais algumas questões e consolidar de vez o


conhecimento adquirido na aula?

(TRE/ES – 2010 – Analista Judiciário – Área Judiciária – CESPE/UNB -


Adaptada)
Julgue os próximos itens com base no disposto no Regimento Interno do
TRE/RJ

20. A indicação e a eleição do presidente do TRE/RJ são de competência


do TSE, com a participação dos membros efetivos do tribunal eleitoral na
votação.

Errada. A indicação dos candidatos a presidente do TRE é prevista no §


2º, do art. 120, da CF/88 e no art. 3º, do RITRE/RJ. A eleição para
presidência é de competência do TRE e deverá ocorrer dentre os
desembargadores do TJ não sendo, portanto, da competência do TSE o
qual não tem participação no referido processo.

(TRE/SP – 2006 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC - adaptada)


21. Tício é Juiz do Tribunal Regional Federal com sede no Rio de Janeiro e
poderá vir a integrar o
(A) Tribunal Superior Eleitoral, se for escolhido pelo Tribunal Superior
Eleitoral.
(B) Tribunal Superior Eleitoral, se for escolhido pelo Tribunal Regional
Federal a que pertence.
(C) Tribunal Superior Eleitoral, se for nomeado pelo Presidente da
República.
(D) Tribunal Regional Eleitoral do RJ, se for nomeado pelo Presidente da
República.
(E) Tribunal Regional Eleitoral do RJ, se for escolhido pelo Tribunal
Regional Federal a que pertence.

Comentário: Se Tício é juiz do TRF com sede no RJ (TRF2, portanto),


poderá vir a integrar o TRE/RJ se for escolhido pelo TRF da 2ª Região.
Recorde-se que o TRF2 tem jurisdição nos Estados do RJ e ES e é ele
quem escolherá os juízes federais que comporão o TRE/RJ e TRE/ES.

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Gabarito: letra (E)

(TRE/MS – 2007 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC - Adaptada)


22. Joaquim é Juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do
Estado do RJ; José é Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do
RJ; e Paulo é Membro do Ministério Público Federal. Preenchidos os
demais requisitos legais, é totalmente correto afirmar que Joaquim

(A) pode vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral e José o Tribunal


Regional Eleitoral do Estado em que exerce as suas funções.
(B) e José podem vir a integrar o Tribunal Regional Eleitoral do RJ.
(C) e Paulo podem vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral e José o
Tribunal Regional Eleitoral do Estado em que exerce as suas funções.
(D) e Paulo podem vir a integrar o Tribunal Superior Eleitoral ou Tribunal
Regional Eleitoral do Estado em que exercem as suas funções.
(E) e José podem vir a integrar o Tribunal Regional Eleitoral do Estado em
que exercem as suas funções e Paulo o Tribunal Superior Eleitoral.

Comentário: Joaquim, juiz federal no Estado do RH e José,


Desembargador do TJ/RJ podem, ambos, compor o TRE/RJ. Paulo, sendo
membro do Ministério Público, não comporá nem TRE nem TSE, podendo
ser Procurador Regional Eleitoral (assunto estudado nas próximas aulas)

Gabarito: (B)

(TRE/SE – 2007 – Analista Judiciário – Área Judiciária – FCC - Adaptada)


23. Não poderão servir como Juízes, no Tribunal Regional Eleitoral do RJ,
no período da

(A) inscrição eleitoral até a apuração final da eleição, o cônjuge, parente


consanguíneo ou afim, até o terceiro grau, de candidato a cargo eletivo
junto ao executivo estadual.
(B) inscrição eleitoral até a data da eleição, o cônjuge, parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo
estadual.
(C) homologação da inscrição até a data da diplomação dos eleitos, o
cônjuge, parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau, de candidato
a cargo eletivo estadual registrado na Circunscrição.
(D) homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final
da eleição, o cônjuge, convivente e parente consanguíneo ou afim, até o
segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado.
(E) homologação da inscrição eleitoral até proclamação, o cônjuge,
parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo
eletivo estadual, junto ao executivo estadual ou municipal e ao legislativo
estadual e federal.

Comentário: nos termos do art. 4º, § 3º Não poderá servir como juiz no
Tribunal, devendo dele se afastar, o cônjuge, o convivente, o parente
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consanguíneo ou afim, até o 2º grau, de candidato a cargo eletivo
registrado no Estado, no período compreendido entre a homologação da
respectiva convenção partidária e a apuração final da eleição.

Gabarito: (D)

(TRE/RJ – 2006 – AJAA – CESPE - Adaptada)


24. Considerando o Regimento Interno do TRE-RJ, assinale a opção
correta com relação à organização desse tribunal.
A) O TRE-RJ, que tem jurisdição em todo o estado, é composto por juízes
efetivos e substitutos, nomeados de acordo com o disposto na
Constituição estadual e, naquilo que não a contrariar, na Constituição
Federal.
B) O advogado nomeado juiz substituto na justiça eleitoral fica impedido
de exercer a profissão no âmbito de qualquer órgão ou instância do Poder
Judiciário.
C) Os membros do TRE-RJ e seus substitutos exercerão mandatos,
obrigatoriamente, por 2 anos, a contar da data da posse, permitida a
recondução por igual período pelo mesmo processo de investidura inicial.
D) O TRE-RJ delibera por maioria de votos, em sessão pública,
independentemente da quantidade de membros presentes.

Gabarito: C

(Proposta)
25. Considerando o Regimento Interno do TRE-RJ, assinale a opção
incorreta.
a) Vagando, no curso do mandato, o cargo de Presidente, proceder-se-á à
eleição para a vaga ocorrida.
b) Compete ao TSE a apreciação da justa causa para dispensa da função
eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio.
c) Não podem fazer parte do Tribunal pessoas que tenham entre si
parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo
decorrente do casamento ou não, excluindo-se, se ocorrer a hipótese, a
que tiver sido nomeada por último.
d) O advogado nomeado juiz substituto na Justiça Eleitoral fica impedido
para o exercício profissional no âmbito dessa Justiça.

Gabarito: B

26. Nos termos do RITRE/RJ, em relação à eleição para os cargos de


Presidente, Vice-presidente e Corregedor, analise as afirmativas abaixo.
I. A eleição para os referidos cargos ocorre em votação pública.
II. É permitida a reeleição para o cargo de Presidente do Tribunal.
III. Deverá ser eleito para a Presidência um dos dois desembargadores,
para o mandato de 2 (dois) anos ou até o término do biênio, cabendo ao
outro a Vice-Presidência.

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IV. Por igual processo, excluídos os desembargadores do TJ/RJ, dentre os
outros membros do Tribunal, um será eleito para as funções de
Corregedor.
V. É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada e aceita
após a eleição.
VI. Vagando, no curso do mandato, o cargo de Presidente, proceder-se-á
à eleição para a vaga ocorrida.
Estão incorretas:

a) apenas I e II.
b) I, II e III.
c) IV e V.
d) I, II e V.
e) II e III.

Gabarito: D

27. Analise:
I. Os membros do Tribunal e seus substitutos, salvo por justa causa,
exercerão os mandatos obrigatoriamente por 2 (dois) anos, a contar da
data da posse, e, facultativamente, por mais um biênio, desde que
reconduzidos pelo mesmo processo da investidura inicial.
II. Compete ao Tribunal a apreciação da justa causa para dispensa da
função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio.
III. O biênio será contado ininterruptamente, sem o desconto de
afastamento decorrente de férias, licença especial ou licença, ressalvada a
hipótese de afastamento decorrente de laços de matrimônio, convivência
ou parentesco consanguíneo ou afim, até o 2º grau, de candidato a cargo
eletivo registrado no Estado, no período compreendido entre a
homologação da respectiva convenção partidária e a apuração final da
eleição prevista, que acarretará a prorrogação do exercício pelo tempo
que tiver durado o afastamento.
IV. Não poderá servir como juiz no Tribunal, devendo dele se afastar, o
cônjuge, o convivente, o parente consanguíneo ou afim, até o 2º grau, de
candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período compreendido
entre a homologação da respectiva convenção partidária e a apuração
final da eleição.
V. Se o membro do Tribunal afastado em decorrência de laços de
matrimônio, convivência ou parentesco consanguíneo ou afim, até o 2º
grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Estado, no período
compreendido entre a homologação da respectiva convenção partidária e
a apuração final da eleição ocupar a Presidência, a Vice-Presidência do
Tribunal ou a Corregedoria, o mandato será prorrogado pelo tempo que
durar o afastamento.

De acordo com o Regimento Interno do TRE/RJ, o número de afirmativas


incorretas é:
a) 5
b) 2
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Regimento Interno p/ TRE-RJ
Teoria e exercícios
Prof Anderson Hermano – Aula 00
c) 3
d) 1
e) 0

Gabarito: E

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