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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG


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História Contemporânea II - Prof. Dr. Marcelo Hornos Steffens - História (Licenciatura) – 5º Período
Felipe –
Gustavo –
Saymon da Silva Siqueira – 2017.1.19.030

SÍNTESE ARGUMENTATIVA

[1º TRECHO: GUSTAVO]

No subtítulo “O silêncio dos Akademiker”, o autor continua a discorrer a respeito do


impacto da experiência infantil da guerra, a partir, dos pressupostos teóricos da antropologia
social das emoções e da história cultural, e pari passu, caracteriza os documentos que lhe
servem de base empírica. A partir dos Lebensläufe, que são, grosso modo, narrativas
biográficas misturadas a curriculum vitae, redigidas de modo obrigatório pelos ingressantes
na SS ou por ocasião de seu casamento, Ingrao discute o silêncio existente nos relatos de
vários indivíduos a respeito de sua juventude e a guerra. A fim de explicitar a base empírica
que sustenta sua argumentação, o autor utiliza as narrativas de Ernst Turowsky, Heinz Gräfe,
e Werner Best, demonstrando que a experiência de guerra só comparece a seus relatos de
modo contingente na maior parte das vezes, apenas para informar situações outras como a
morte do pai, o êxodo ou o cativeiro.
Turowsky por exemplo não aborda as recordações de sua infância, nem as dificuldades
de ordem material e emocional que, eventualmente, afetaram a ele e sua família durante seu
processo de êxodo de Johannisburg, ainda que saiba-se que sua cidade natal “foi um dos
epicentros das atrocidades cometidas pelos cossacos e do movimento de pânico que se
sucedeu” (INGRAO, 2015, p. 23). Por outro lado, sua experiência comparece como mote
intelectual em sua tese de doutorado sobre os problemas da fronteira entre poloneses e
alemães no século XV. Isto é, sua experiência de guerra, de refugiado, de vítima civil,
“constituiu por outro lado a matriz de uma identidade configurada pela fronteira”, acenando
para a “tentativa de legitimação no passado da identidade alemã das terras limítrofes”
(INGRAO, 2015, p. 24).
Ingrao faz uma asserção fundamental de sua compreensão analítica: “o silêncio não
representa a insignificância da experiência. Ao contrário, o silêncio não é uma ausência, mas
um indício: o do trauma” (INGRAO, 2015, p. 24). Essa asserção é confirmada pelos exemplos
subsequentes (como o de Gräfe), que indicam a presença vestigial da guerra nos Lebensläufe,
ainda que a dimensão traumática impedisse o discurso mais extensivo a esse respeito. Outro
silêncio fundamental apresentado é a “recusa a derrota”, verificável extensamente nos relatos,
e do qual Best é exempli gratia ao ler a ocupação como invasão, “ao passo que ela ocorreu
após a cessação das hostilidades” (INGRAO, 2015, p. 26). Certamente, o comportamento está
intrinsecamente associado ao imaginário modelado segundo a forma da cultura de guerra e o
ideal da criança-soldado. A um só tempo, o relato de Best indica “o trauma do luto, da
derrota, da dor intima e do trauma coletivo”, e também evidencia a “invasão do campo
político e militar pelas paixões” (INGRAO, 2015, p. 26-27).

[SEQUÊNCIA: FELIPE]
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

INGRAO, Christian. Certa juventude alemã. In: ______. Crer e destruir: os intelectuais na
máquina de guerra da SS nazista. Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 15-31.

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