O filme é um documentário feito com entrevistas em escolas brasileiras, mostra a
realidade de várias escolas; e nos causa revolta essa realidade, pois tanto se fala em igualdade social, em educação para todos, mas na prática podemos perceber que isso não acontece. O filme inicia mostrando a realidade de umas das cidades mais pobres do país, Pernambuco, onde uma adolescente tem suas esperanças roubadas quando ao mostrar aos professores suas redações é acusada de plágio. Nessa escola pode se ver o descaso dos governantes com relação à educação, crianças e jovens são esquecidos dentro de uma escola sem terem seus direitos garantidos. O filme segue para duque de Caxias (RJ) onde a criminalidade está exposta e entra escola adentro sem pedir licença, e por fim conhecemos uma escola da grande São Paulo onde se leva horas para ir de casa até a escola. Escolas de locais diferentes, mas com o mesmo contexto de conflitos e crises existenciais entre os alunos. Alunos estes que se preocupam com o futuro, que vêem seus sonhos roubados em nome do sustento da casa e das urgências em curto prazo. O filme mostra que apesar das estatísticas mostrarem que quase 100% das crianças estão na escola, não há qualidade na educação e muito menos motivação para que os professores busquem uma educação qualitativa. O que vimos no filme foram escolas destruídas, professores e alunos desmotivados, professores sem capacitação e outros com capacitação, mas totalmente acomodados, e uma educação que não contempla realidade dos alunos. O filme deixou claro que o ensino deve observar as diferenças existentes entre as classes sociais, seus anseios e suas necessidades a serem atendidas. Como pode um país que bate tanto na tecla da educação para todos, que propõe metas para alcançar um Brasil totalmente alfabetizado, haver tanta desigualdade social. Onde estão os governantes que deveriam fazer valer as leis e os direitos civis? No filme podemos ver as diferenças sociais entre uma escola e outra, mas em todas elas haviam conflitos internos. Falam se em metas do milênio, metas de Dakar, mas de nada adianta tantos projetos, se eles na verdade não passam de teorias. Jamais o Brasil conseguirá alcançar essas metas se cada um de nós não fizer a sua parte, começando pelo sistema político educativo do país até a comunidade. Não adianta querer tirar os jovens da burrice imediata sem pensar em transformá- lo em gente, em um cidadão consciente e livre. Há algo mais a se feito do que jogar nas escolas professores desmotivados, sem capacitação, ganhando um salário de miséria e deixar nossos jovens á mercê dessa realidade. Há um longo caminho de construção / reconstrução pela frente que não se faz em dois anos ou dois governos ou somente com o apoio do governo. É um caminhar junto, solidário, honesto, sem corrupção é isso que vai construir novos laços, novas relações econômicas, sociais, culturais, novos valores e novas percepções da realidade.
“Difícil o dia nascer feliz se cada um não fizer a sua parte.”.