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URI - UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES CAMPUS DE SANTO ÂNGELO

Professor Noli Bernardo Hahn

METODOLOGIA DE PESQUISA

1 Conceito de metodologia

A palavra metodologia provém de três palavras gregas.


Metà: é uma preposição que pode significar:
a) “com”, “para com”, “contra”;
b) “depois de”, “além de”.
`Odós: é um substantivo que significa “caminho”, “estrada”; “jornada”, “viagem”.
Lógos: é um substantivo que significa “palavra”. Pode ter o sentido de "ensino",
"preceito", "livro", "razão", "discurso", “ciência”.

Metodologia é "palavra" "com" "caminho", ou seja, é a ciência (discurso) do


caminho a ser percorrido numa pesquisa. A idéia de “metodologia” não encerra em si
apenas, por esta razão, o sentido de “instrumentos para” uma pesquisa. O conceito
“metodologia” integra, também, os pressupostos teóricos que subjazem aos instrumentos
utilizados na pesquisa. Nesta perspectiva, “metodologia” inclui em seu sentido o “caminho”
(passos, instrumentos) e a compreensão lógica desta “trajetória” (raciocínio indutivo ou
dedutivo, base teórica, lógica conceitual centrada ou lógica conceitual des-centrada), ao
desenvolver-se um tema.

Metodologia, portanto, é o caminho do pensamento e a prática exercida na


abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um lugar central no interior
das teorias e está sempre referida a elas. Mas o pesquisador, enquanto ser humano que
pensa, reflete, integra-se no desenvolvimento da pesquisa. Metodologia converge na
articulação entre conteúdos, pensamentos e existência. Metodologia, por conseguinte, inclui
as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção
da realidade e a criatividade do investigador.

2 Conceito de pesquisa

Pesquisa é uma atividade básica na indagação e construção intelectual da realidade.


É um procedimento racional e sistemático, que tem como objetivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida mediante: a) a apreensão dos
conhecimentos disponíveis; b) a busca de novos conhecimentos; c) a utilização de métodos
e técnicas científicos.

3 Três pressupostos básicos de uma pesquisa:


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Em toda e qualquer pesquisa, há três pressupostos teóricos básicos dos quais o


pesquisador não pode prescindir. Ele necessita ter consciência clara da existência da
realidade a ser tematizada, da possível compreensão dela, e da potencialidade
transformadora inerente à pesquisa sobre a realidade teoricamente concebida.

Em síntese, estes três pressupostos podem ser formulados da seguinte forma:

a) A realidade existe

Não poucas vezes, o aluno-pesquisador está diante de um tema-realidade


inexistente. Tal poderá suceder-se em pesquisas de campo, como, e com maior freqüência,
em análise de textos. Esta constatação se dá, principalmente, quando o pesquisador concebe
uma hipótese que não se aplica ou não pode ser argumentada a partir ou de um texto em
análise, ou de uma pesquisa de campo. A pesquisa, embora seja uma prática teórica, vincula
pensamento e ação. Há um princípio básico a ser considerado: nada pode ser
intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida
prática. As questões a serem investigadas estão relacionadas a interesses e circunstâncias
condicionadas. Essas questões são frutos de determinada inserção no real, nele encontrando
suas razões e seus objetivos.

b) A realidade pode  ser compreendida

A consciência deste pressuposto é fundamental para a continuidade de um estudo. A


possibilidade da compreensão de uma realidade que se concebe e se converte em idéia é o
pressuposto para o desenvolvimento da pesquisa. A possibilidade do entendimento
pressupõe uma lógica de argumentos que irão fundamentar os resultados de um
determinado tema a ser compreendido. Muitas pesquisas iniciadas não são concluídas pela
razão da ilogicidade argumentativa.

c) A realidade pode ser transformada

Ao longo da história da humanidade, a consciência da intervenção humana


permanente sobre a realidade, até então compreendida, significou e possibilitou o impulso
para novos desafios científicos. Pela condição inconclusa, imperfeita, inacabada do ser
humano, ou seja, na condição da necessidade constante e permanente de construir a sua
existência, o homem e a mulher tornaram-se cientes de duas verdades profundamente
entrelaçadas: a) a realidade sempre está inacabada, inconclusa, em permanente
transformação; b) é possível intervir e auxiliar na construção e na transformação do mundo
e de si mesmo.

Realidade EXISTE? Posso ENTENDER? Posso TRANSFORMAR?


Concluindo:

Os três pressupostos, mencionados acima, estão imbricados um no outro.


Didaticamente separam-se em função do entendimento do valor e da seriedade de um
projeto de pesquisa e da sua execução. A consciência de que a realidade pode ser
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transformada, no entanto, contém a idéia que se pode vincular ao ânimus (ao o que dá vida)
da pesquisa. O ser humano lança-se ao desafio de entender o incompreensível em função da
potencialidade transformadora dos resultados de suas descobertas.

Um outro conceito de metodologia

Metodologia, tendo presente os pressupostos acima, é o caminho do pensamento


que pode  fornecer o conhecimento de uma determinada realidade para, também,
transformá-la.

4 Distinção e inter-relação entre projeto de pesquisa e pesquisa propriamente


dita

O projeto de pesquisa não pode ser confundido com a execução da pesquisa.


Projetar uma pesquisa consiste em planejá-la. Executar uma pesquisa consiste em realizar o
que se projetou ou planejou. Didaticamente o planejamento e a execução devem ser
separados. No entanto para planejar uma pesquisa, o pesquisador, também, já inicia a
pesquisa. Para conseguir escrever um bom projeto, ele necessariamente deve conhecer, em
parte, o tema a ser investigado. Ele não pode partir da estaca zero! Para escrever, por
exemplo, o referencial teórico do tema delimitado, na fase do planejamento, ele necessita
ler, sintetizar, fichar uma série de obras de autores para poder escolher e delimitar a base
teórica.

5 Os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa

Os passos de um projeto de pesquisa são estes: a) Escolha do assunto ou tema


(genérico, amplo); b) Delimitação do tema (específico); c) Problematização do tema; d)
Elaboração de hipóteses; e) Objetivos (geral e específicos); f) Justificativa; g) Revisão de
literatura; g.1) Referencial teórico ou referencial hermenêutico ou base teórica; h)
Metodologia; i) Cronograma; j) Referências.

a) Assunto ou tema

O assunto ou o tema de uma pesquisa indica uma área de interesse a ser investigada.


Trata-se de uma delimitação ainda bastante ampla ou genérica.

b) Delimitação do tema

Para a realização de uma pesquisa, torna-se necessária uma delimitação precisa do


assunto (amplo, genérico). Trata-se de definir e delimitar claramente o tema. No processo
de delimitação do tema, três perguntas, quando possível, ajudam ao êxito da clara
definição: o que?; quando?; onde?.
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c) Problematização (escolha do problema ou definição do objeto)

Ao formularmos perguntas ao tema e/ou assunto proposto, estaremos construindo a


sua problematização. A definição do problema ou objeto de pesquisa normalmente é tarefa
difícil. Trata-se aqui de definir, delimitar e especificar o que realmente se quer pesquisar.

Três características são fundamentais na formulação de um problema:


- Deve ser formulado como pergunta;
- Deve ser claro e preciso;
- Deve ser delimitado a uma dimensão variável.

Num projeto de pesquisa, a elaboração da pergunta-guia é o mesmo que encontrar o


“coração” da pesquisa. Essa pergunta identifica a clareza que o pesquisador possui do seu
tema a ser investigado. Essa pergunta possibilita, também, escrever com clareza os demais
passos da pesquisa. A pergunta central é a “porta de entrada” de uma pesquisa. Essa
pergunta consiste na delimitação da delimitação. O tema delimitado se delimita na
pergunta-guia da pesquisa.

d) Formulação de hipóteses

A formulação de hipóteses deve ser compreendida como uma tentativa de criar


respostas a indagações a serem verificadas na investigação. A formulação de hipóteses
pode ser entendida como um diálogo que se estabelece entre o olhar do pesquisador e a
realidade a ser investigada. Hipóteses são afirmações provisórias a respeito de determinado
problema em estudo. Um estudo pode articular uma ou mais hipóteses. As hipóteses são
elaboradas a partir de fontes diversas, tais como a observação, resultados de outras
pesquisas, teorias ou mesmo intuição.
Num projeto de pesquisa, a hipótese é uma tentativa de responder a pergunta central
anteriormente formulada. Essa hipótese é a tese provável da pesquisa. Na execução da
pesquisa, argumenta-se (ou não) essa hipótese para se tornar (ou não) tese.
Quatro são as características imprescindíveis para que uma hipótese possa ser
"aplicável":

- A hipótese deve ter conceitos claros;


- Ela deve ser específica. Mesmo que os conceitos estejam claros, às vezes as hipóteses
ainda expressam realidades amplas e genéricas;
- A hipótese não se deve basear em valores morais;
- Ela deve ter como base uma teoria que a sustente.

Observação importante: Num projeto de pesquisa, deve-se evitar uso de adjetivos ou


qualificações. Essa “regra” deve ser observada em todos os passos de um projeto.

e) Objetivos

Com os objetivos, responde-se ao que se pretende com a pesquisa. Elabora-se um


objetivo geral e objetivos específicos. Não há um número exato de objetivos específicos.
Há algumas indicações a se levar em conta quando se elaboram objetivos a um projeto: os
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específicos são instrumentais ao objetivo geral, ou seja, os objetivos específicos são


“instrumentos” que ajudam a alcançar o objetivo geral; a escrita de um objetivo deve iniciar
com um verbo no infinitivo; cada objetivo específico poderia indicar a uma parte (um
capítulo) da pesquisa, seja esta pesquisa ou uma monografia de conclusão de curso de
graduação/especialização, ou dissertação de mestrado, ou tese de doutorado; há de se cuidar
para que os verbos escolhidos para descrever objetivos de projetos de pesquisa não se
confundam com ações de projetos de extensão. Não se deve esquecer que numa pesquisa
não se pretende resolver um problema prático de forma imediata e, sim, um problema
teórico.

f) Justificativa

Trata-se da relevância de uma pesquisa: por que tal pesquisa deve ser realizada?
Quais são os motivos que a justificam? Que contribuições para a compreensão, intervenção
ou solução de um problema trará a realização de tal pesquisa? Justificar uma pesquisa é dar
razões; é dizer os porquês da investigação que se pretende realizar. Justificar é mostrar a
importância de uma pesquisa, para que e para quem. Que razões podem ser lembradas?
Razões pessoais, acadêmicas, teórico-científicos, político-sociais, culturais, institucionais.

g) Revisão de literatura e definição da base teórica e conceitual

A revisão de literatura e a definição do referencial teórico e conceitual é um


momento relevante da investigação científica. É a sua base de sustentação. É o momento da
definição clara dos pressupostos teóricos, das categorias e conceitos a serem utilizados. A
revisão de literatura possibilita e fornece o referencial hermenêutico. Pela revisão de
literatura ocorre o que é imprescindível ao pesquisador: acesso ao que já se produziu e a
compreensão de distintos referenciais. Ele, com a revisão de literatura, se capacita a fazer a
escolha da base teórica do seu tema/problema a ser investigado.

h) Metodologia

Entende-se, aqui, por metodologia, a descrição dos métodos, procedimentos,


materiais a serem utilizados na execução da pesquisa e a descrição de opções de leitura
operacional que o pesquisador fará  do quadro teórico. Ao descrever a metodologia, o
pesquisador responde esta pergunta: como vou desenvolver a minha pesquisa? Que
respostas são possíveis? Pesquisa bibliográfica, experimental, descritiva não-experimental,
qualitativa, quali-quantitativa, exploratória etc.

i) Cronograma

Um projeto de pesquisa deve  traçar o tempo necessário para a realização das etapas
propostas. Uma forma usual é a do gráfico, onde são cruzados (mês 1, mês 2, mês 3 etc.) e
as tarefas da pesquisa (desde a revisão bibliográfica até a fase da análise). Trata-se de
estabelecer no tempo previsto a execução das atividades de pesquisa. O cronograma de
atividades não diz respeito ao projeto, que já está pronto, mas à pesquisa em si.
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j) Referências

No corpo do trabalho escrito devem aparecer notas breves das citações diretas e
indiretas. Estas notas devem ser registradas respeitando-se ou o sistema alfabético (notas
inclusas no mesmo parágrafo) ou o sistema numérico (notas de rodapé). Tais notas
possibilitam maior agilização da leitura e evidenciam o nível ético de respeito pelas
pesquisas de outros pesquisadores. No item "referências", os livros, textos e demais
materiais consultados devem constar de forma integral. Tanto no corpo do texto, quanto nas
“referências” no final citado, dever-se-ão respeitar "normas para citação bibliográfica”.

5.1 Perguntas de um projeto de pesquisa (síntese)

Um projeto de pesquisa deve, fundamentalmente, responder as seguintes perguntas:

- O que pesquisar? (Escolha do assunto, delimitação do tema, elaboração e delimitação do


problema, elaboração de hipóteses, construção da base teórica e conceitual);

- Por que pesquisar? (Justificativa da escolha do problema);

- Para que pesquisar? (Propósitos do estudo, seus objetivos);

- Como pesquisar? (Metodologia);

- Quando pesquisar? (Cronograma de execução);

- Com que recursos? (Orçamento);

- Pesquisado por quem? (Equipe de trabalho, pesquisadores, coordenadores, orientadores).

6 Estrutura de trabalho acadêmico

a) Capa: Capa é a cobertura que reveste o trabalho. Deve conter informações idênticas
e na mesma ordem que as da folha de rosto. É obrigatóra em teses e dissertações.
b) Folha de rosto: Folha de rosto é a folha que apresenta os elementos essenciais à
identificação do trabalho. Deve conter os seguintes dados: autor, título, nota indicando a
natureza acadêmica do trabalho, além da unidade de ensino e instituição em que é
apresentado, nome do orientador ou professor da disciplina, local (cidade), ano em algarismos
arábicos.
c) Sumário: Sumário é a relação dos capítulos e seções do trabalho, na ordem em que
aparecem.
Observação: Se alguém fizer opção por "dedicatória" e "agradecimentos", estas situam-se
antes do sumário. A ordem, então, será esta: Capa, Folha de rosto, Dedicatória,
Agradecimentos, Sumário. Estes elementos são chamados "pré-textuais".
d) Texto: Texto é a parte do trabalho em que o assunto é apresentado e desenvolvido.
Estes são os elementos textuais: introdução, desenvolvimento e conclusão.
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e) Anexo: Anexo (ou apêndice) é a matéria suplementar, tal como leis, questionários,
estatísticas, que se acrescenta a um trabalho como esclarecimento ou documentação, sem dele
constituir parte essencial. Os anexos são numerados com algarismos arábicos, seguidos do
título. Ex.: ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO. A paginação dos anexos continua a do texto. Sua
localização é no final do trabalho, antes do glossário, quando houver.
f) Glossário: Glossário é a relação de palavras de uso restrito, acompanhadas das
respectivas definições, que figura após o texto, com o objetivo de esclarecer o leitor sobre o
significado dos termos empregados no trabalho. O glossário é apresentado em ordem
alfabética, depois dos anexos e antes das referências bibliográficas.
g) Referências Bibliográficas: Referências bibliográficas é a relação completa, em
ordem alfabética (autores) de todos os livros e textos utilizados na pesquisa. Notas em rodapé
ou ao longo do texto não substituem a listagem final completa dos livros, textos de revistas e
textos de Internet pesquisados.

7 Paginação:

As páginas são numeradas com algarismos arábicos (3,4,5 ...), colocados geralmente
no canto superior externo da página. A capa não é contada na numeração das páginas. A folha
de rosto é contada, mas não recebe número. Da mesma forma, as páginas anteriores à
introdução (dedicatória, agradecimento, sumário) são contadas, mas não recebem a
numeração. Num trabalho acadêmico, as páginas que compõem o texto, anexo, glossário,
referências são numeradas. Um detalhe importante em relação à paginação é o de que as
páginas iniciais de capítulos, introdução, conclusão, referências bibliográficas são contadas,
mas não são numeradas.

8 O Texto: introdução, desenvolvimento e conclusão

Introdução: É a parte onde o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes.


Trata-se do elemento explicativo do autor para o leitor. A introdução deve: a) estabelecer o
assunto, definindo-o claramente, não deixando dúvidas quanto ao campo que abrange; b)
indicar a finalidade e os objetivos do trabalho, esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o
assunto; c) referir-se aos tópicos principais do texto, dando o roteiro ou a ordem de exposição.
Desenvolvimento: Também chamado corpo de trabalho, é a parte mais extensa e visa
comunicar os resultados da pesquisa.
Conclusão: Trata-se da recapitulação sintética dos resultados da pesquisa, ressaltando
o alcance e as conseqüências de suas contribuições, bem como seu possível mérito. A
conclusão "fecha" e "abre" o texto.

9 Normas Técnicas

As normas técnicas são definidas, em nível nacional e internacional, por diversas


organizações. No Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), fundada em
1940, é o órgão responsável pela normalização técnica. As normas técnicas para o
desenvolvimento de trabalhos científicos não são universais e padronizadas. As normas
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fornecem um arcabouço geral e, dependendo da instituição responsável, há significativas


variações.

9.1 Referências bibliográficas

Procuramos seguir e respeitar os padrões definidos pela ABNT, lembrando que a


norma (6.023 de agosto de 2000) enfatiza, apenas, a importância da uniformidade. A definição
dada na norma para Referência é a seguinte: “Conjunto padronizado de elementos descritivos,
retirados de um documento, que permite sua identificação individual”.

9.1.1 Elementos essenciais, sua ordem, pontuação e recurso tipográfico

Os elementos essenciais da referência são as informações indispensáveis à


identificação do documento. O primeiro elemento é a autora ou o autor. É importante
identificar se é homem ou mulher quem escreveu a obra. Por isso, sugere-se não abreviar os
prenomes. O segundo elemento é o título da obra. Não há um único recurso tipográfico
preestabelecido para destacar o elemento título. Este pode ser negrito, grifo ou itálico. A
norma exige, apenas, uniformidade. A seguir, cita-se a edição, caso a obra tenha sido editada
mais de uma vez. Os elementos finais seguem esta lógica: local da publicação, editora e o ano
de publicação.

Exemplo:
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

9.1.2 Elementos complementares de uma referência bibliográfica

Tipos de responsabilidade como ilustrador, tradutor, revisor, compilador, adaptador


etc.; informações sobre características físicas do suporte material, páginas e/ou volumes,
ilustrações, dimensões, série editorial ou coleção, entre outros, são definidos como elementos
complementares.

Exemplo:
BRIGHT, John. História de Israel. Tradução de Euclides Carneiro da Silva. 4. ed. São Paulo:
Paulinas, 1987. 688p.

9.1.3 Obra com um autor

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

9.1.4 Obra com dois autores

GARELLI, Paul; NIKIPROWETZKI, Valentim. O oriente próximo asiático – Impérios


mesopotâmicos. São Paulo: Edusp, 1982.

9.1.5 Obra com três autores

INHELDER, Bärbel; BOVET, Magali; SINCLAIR, Hermine. Aprendizagem e estruturas e


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estruturas do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 1977.

9.1.6 Obra com mais de três autores

A NBR 6023 diz que “Se há mais de três autores, mencionam-se até os três primeiros seguidos
da expressão et al.” (et alii significa “e outros”).

KIRST, Nelson; KILPP, Nelson; SCHWANTES, Milton et al. Dicionário hebraico-português


e aramaico-português. 4.ed. São Leopoldo/Petrópolis: Sinodal/Vozes, 1994.

ELHART, Dorothy et al. Princípios científicos de enfermagem. 8.ed. Lisboa: Livros Técnicos
e Científicos, 1983.

9.1.7 Obra com contribuições de vários autores

GEBRAN, Philomena (org.). Conceito de modo de produção. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1978.

9.1.8 Parte de uma obra (chave e exemplo)

SOBRENOME DO AUTOR da parte, Prenomes. Título da parte. In: SOBRENOME DO


AUTOR da obra, Prenomes. Título da obra. Local: Editora, ano, página inicial-final da parte.

GODELIER, Maurice. Hipóteses sobre a natureza e as leis de evolução do modo de produção


asiático. In: GEBRAN, Philomena (org.). Conceito de modo de produção. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1978, p.73-87.

9.1.9 Artigos em revistas (chave e exemplo)

SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do artigo. Título do Periódico, local


de publicação, número do volume, número do fascículo, página inicial-final do artigo, data.

MARTINS, Carlos Benedito. Surgimento e expansão dos cursos de administração no Brasil


(1952-1983). Educação e Sociedade, São Paulo, v.10, n.34, p.44-74, dez. 1989.

9.1.8 Artigos em jornais (chave e exemplo)

SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do artigo. Título do jornal, local de


publicação, página(s) do artigo, data.

LEAL, Leonardo. Ministério Público fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de
Janeiro, p.3, 25 abr. 1999.

9.1.9 Autor entidade


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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Relatório de atividades 1985. Curitiba, 1986.

9.1.10 Autor com sobrenome composto (chave)

LÉVI-STRAUSS, Claude. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.


CASTELO BRANCO, Camilo. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.
VILLA-LOBOS, Heitor. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.

9.1.11 Autor com sobrenome de Júnior, Neto, Filho, Sobrinho (chave)

SILVEIRA JÚNIOR, Roberto. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.
MARTINS NETO, César. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.
SOARES FILHO, Maria. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.
AURÉLIO SOBRINHO, José Augusto. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora,
ano.

9.1.12 Monografias, dissertações e teses

BECKER, Fernando. Da ação à operação: o caminho da aprendizagem. São Paulo, Tese


(Doutorado), Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 1983, 143p.

SIQUEIRA, Tércio Machado. O “povo da terra” no período monárquico. São Bernardo do


Campo”, Tese (Doutorado), Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião,
Universidade Metodista de São Paulo, 1997, 195p.

9.1.13 Autor identificado pelo sobrenome (chave)

ASSIS, Machado de. Título da obra. edição, Local da publicação: Editora, ano.

9.1.14 Autor repetido

COELHO, Paulo Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, v.1, 1998.
_____. Manual de direito comercial. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 1994.

9.1.15 Bíblia: textos originais e traduções

BIBLIA Hebraica. Editada por Rudolf Kittel, Stuttgart: Wuertembergische Bibelanstalt, 1937.
BIBLIA Hebraica Stuttgartensia. Editada por Karl Elliger e Wilhelm Rudolph, Stuttgart:
Deutsche Bibelgesellschaft, 1983.
BÍBLIA de Jerusalém – Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Paulinas, 1985.
BÍBLIA Sagrada – Antigo e Novo Testamentos. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio
de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1973.
BÍBLIA Tradução Ecumênica – Antigo e Novo Testamentos. 2.ed. São Paulo: Loyola, 1995.
SEPTUAGINTA. Editada por Alfred Rahlfs. Stuttgart: Wuertembergische Bibelanstalt, 1935.

9.1.15.1 Bíblia: livros específicos


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Para citar um livro específico da Bíblia, segue-se esta ordem:

BÍBLIA Tradução Ecumênica – Antigo e Novo Testamentos. Evangelho segundo Marcos.


2.ed. São Paulo: Loyola, 1995.

9.1.16 Artigos de suplemento de Jornal (chave)

SOBRENOME DO AUTOR do artigo, Prenomes. Título do artigo. Título do jornal, Local de


publicação, data. Título do suplemento, número do volume do suplemento, número do
fascículo, página.

9.1.17 Entrevistas não publicadas (chave e exemplo)

SOBRENOME DO ENTREVISTADO, Prenomes. Título. Local, data.

GOMES, José. Entrevista concedida a Maria Soares. Porto Alegre, 20 out. 1980.

9.1.18 Programa de televisão e rádio (chave e exemplo)

TEMA. Nome do programa, Cidade: nome da emissora de TV ou de rádio, data da


apresentação do programa. Nota especificando o tipo de programa (rádio ou TV).

ZEBUS. Globo Rural, Rio de Janeiro: Rede Globo, 22 de maio de 1994. Programa de TV.

9.1.19 Documentos eletrônicos

9.1.19.1 Disquetes

CNT – Catálogo de Normas Técnicas. 3. ed. São Paulo: Target: ABNT, 1997/1988, atualizado
em 11/11/1997. 4 disquetes 3½, para o windows.

9.1.19.2 – CD-ROM & DVD

Almanaque Abril: a enciclopédia em multimídia. 2. ed. São Paulo: Abril multimídia, 1995.
CD-ROM.

ASSIS, Machado de. Quincas Borba. In: Machado de Assis: Romances. São Paulo: Costa
Flosi, 1998. CD-ROM.

9.1.19.3 - Internet

RIBEIRO, Cláudia. Fundos de Internet têm rentabilidade negativa. O Estado de São Paulo, 15
dez. 2000. <http://www.estadao.com.br/>[acesso em 3 jan. 2001].
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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES –


CAMPUS DE SANTO ÂNGELO. Escola de Ensino Médio da URI.
<http://www.urisan.tche.br/%7Eescola/> [acesso em 27 nov. 2002].

9.1.20 Legislação (Constituição, emenda constitucional, lei, medida provisória,


decreto, norma, portaria, resolução etc) deve-se obedecer à seguinte ordem:

NOME do país, estado ou cidade. Título (especificação da legislação, número e data). Ementa.
Dados da publicação.

BRASIL. Lei n. 9.160, de 19 de fevereiro de 1998. Altera e atualiza e consolida a legislação


sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário oficial [da República Federativa do
Brasil], Brasília, DF, n.36, p.3-9, 20 fev. 1998. Seção 1.

9.1.21 Documentos eclesiásticos (constituições, cartas apostólicas, decretos, declarações)

CONCÍLIO VATICANO II. Lumen Gentium n. 10. In: COMPÊNDIO do Vaticano II:
constituições, decretos, declarações. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1979.

COMPÊNDIO do Vaticano II: constituições, decretos, declarações. 13. ed. Petrópolis: Vozes,
1979.

LEÃO XIII, Papa. Encíclica Rerum Novarum: condição dos operários. 13. ed. Petrópolis:
Vozes, 1980.

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Orientações para os estudos


filosóficos e teológicos: ementários. São Paulo: Paulinas, 1987. (Estudos da CNBB, 51)

10 Citações

10.1 Definição

Citação é a menção no texto, de informação colhida de outra fonte, para esclarecimento do


assunto em discussão, ou para ilustrar ou sustentar o que se afirma. A citação pode ser direta
ou indireta.

10.1.1 Citação direta

Citação direta consiste na transcrição de idéias de um autor, consideradas necessárias e


essenciais. Citação de até três linhas insere-se no parágrafo, entre aspas. Se o texto original
contém aspas, estas serão substituídas pelo apóstrofo (') ou aspas simples. Citação com mais
de três linhas deve aparecer em parágrafo distinto, a quatro centímetros da margem esquerda
do texto, terminando na margem direita. Não há necessidade de ser apresentada entre aspas.
Deixa-se espaço simples entre as linhas e um espaço duplo entre a citação e os parágrafo
anterior e posterior. Quando possível, utilizar tipos menores. A citação incluída em nota de
rodapé deve vir sempre entre aspas, independente de sua extensão.
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10.1.1.1 Omissões em citação direta

Omissões em citação direta são permitidas quando não alteram o sentido do texto ou
frase. Elas são indicadas pelo uso de reticências, entre colchetes [...]. Acréscimos e
explicações a citações são apresentados também entre colchetes. Para destacar palavra(s) ou
frase(s) em citação, usa-se o grifo seguido da expressão [sem grifo no original] entre
colchetes.

10.1.2 Citação indireta

Existe também a citação indireta. Esta é redigida pelo autor do trabalho com base em
idéias de outro autor ou autores. As citações indiretas podem aparecer sob a forma de
paráfrase (idéia de outro, com palavras próprias do autor do trabalho, mantendo a citação
aproximadamente o mesmo tamanho do original) ou condensação (é a síntese dos dados
retirados da fonte consultada, sem alterar fundamentalmente a idéia do autor).

10.1.3 Citação de citação

Citação de citação é a menção a um documento ao qual não se teve acesso direto, mas
do qual se tomou conhecimento apenas por citação em outro trabalho. A indicação é feita pelo
nome do autor e obra originais. Após citar o original, segue-se com a expressão citado por ou
apud, para, em seguida, citar o nome do autor da obra consultada.

11 Indicação das fontes citadas

A indicação das fontes citadas pode ser feita por autor (sistema autor-data) ou por
número (sistema numérico). O sistema escolhido deve ser usado sistematicamente até o final.
Não se pode, no mesmo artigo ou livro, ora seguir um sistema, ora outro.

11.1 Sistema autor-data

No sistema autor-data, também denominado sistema alfabético, o sobrenome do autor


é mencionado em letras maiúsculas, seguido da data de publicação da obra citada e da página,
entre parênteses, após a citação.

Exemplo:

(RODRIGUES, 1980, p.111)

Quando a menção ao nome do autor está incluída no texto, a data de publicação e a


paginação (ou seção, ou capítulo) são transcritas entre parênteses, sendo a paginação, capítulo
ou seção precedida pela abreviatura correspondente.

Exemplo:
14

“Paulo FREIRE (1967, cap. 3) afirma que ...”

Havendo dois autores com o mesmo sobrenome e mesma data, acrescentam-se as


iniciais de seus prenomes.

Exemplo:

(ZAMBERLAM, J., 2002, cap. 2); (STRECK, D. 1994, p. 22).

Tendo várias obras de um mesmo autor, e havendo coincidência de datas, acrescentar


ao ano, letras minúsculas em ordem alfabética.

Exemplo:

(FREIRE, 1980a, p. 27); (FREIRE, 1980b, p. 97).

11.2 Sistema numérico

No sistema numérico, a fonte indicada é em nota de rodapé. A utilização de notas de


rodapé não dispensa a apresentação de lista de referências bibliográficas no final do trabalho.
Não há necessidade de se citar todos os elementos da obra, no rodapé. É suficiente citar o
autor, o título da obra e o número da página, caso sendo uma citação direta. Em sendo uma
citação indireta, é imprescindível citar as páginas ou o capítulo da obra consultada. As citações
são numeradas no texto, em ordem crescente e consecutivamente em um capítulo ou artigo; os
números no rodapé, correspondem à fonte citada no texto. Os números são indicados no texto
entre parênteses, entre colchetes ou com número alto, imediatamente após a citação. A
indicação mais recomendada é em forma de número alto.

- Exemplo de rodapé com citação direta mais de três linhas:

Quanto a este tema, a autora diz o seguinte:

Existe um espaço geográfico e outro espaço de conteúdo psíquico: o


vital. Podemos estar na mesma sala em que nossos alunos estão.
Entretanto, isto não nos assegura que estejamos juntos. Para estar
junto é preciso estar no mesmo espaço psicológico.1

_________________
1
RODRIGUES, Marlene. Psicologia educacional – Uma crônica do desenvolvimento
humano. 1976, p.190.

- Exemplo de rodapé com citação indireta:


Observação: Em citações indiretas, inicia-se a nota com: confira ou veja.
15

O texto não é suficientemente claro para justificar a hipótese de que


pessoas são levadas embora de suas terras para trabalhos forçados.
Sabe-se que no século 8º a.C., principalmente em Jerusalém, havia um
surto de construções, além da corvéia que existia em trabalhos na
lavoura.3

_________________
3
Confira SICRE DIAZ, José Luiz. A justiça social nos profetas. p.338.

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