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Professor: León
Disciplina: Sociologia aplicada a psicologia
A guerra trouxe consigo uma série de problemas, entre os quais cabe citar: A morte
de cerca de 9 milhões de pessoas (entres civis e militares), desenvolvimento de
armamentos de guerra, geração de uma crise econômica europeia, fortalecimento do
cenário militar, uma condição favorável para o surgimento de regimes fascistas, etc.
A ideia de condição favorável para o surgimento desse regime autoritário, se
refere as mazelas adquiridas, ou seja, as consequências negativas advindas da guerra. Não
houve só danos observáveis, como também danos psicológicos, que podemos tratar como
essenciais para a instauração do fascismo. As mortes de parentes, o caos estabelecido por
anos, militares sobreviventes e que confrontaram mortes, armas, fogo, assim como os
civis, fizeram com que a sociedade entrasse em estado de choque, pavor, medo,
sentimento de querer se defender. Os governos, por sua vez, no intuito de estabelecer
defesa ao ataque inimigo, evitar perdas sociais e econômicas, instauraram regimes
opressor, baseado na ordem, disciplina e de caráter altamente militar. É possível então
estabelecer uma certa ligação, entre o momento histórico antecessor e a ideia da
“salvação” trazida pelo movimento surgente.
O Brasil, por sua vez, não teve uma participação direta na Primeira Guerra, apenas
contribuiu com soldados e apoio aos países que logo depois foram considerados vitoriosos
na Guerra. Em seu contexto histórico durante esse evento, viu-se uma queda econômica
na agroexportação de café e alguns poucos ganhos modestos pelo apoio as potências
vencedoras. Após a guerra, o Brasil teve influências fascistas facilmente visualizáveis,
como o surgimento do movimento integralista sob a liderança de Plínio Salgado. Este, se
mostrou adepto as ideias do movimento modernista “verdeamarelista” que valorizava a
cultura nacional, atacava o comunismo, traços de antissemitismo, tinha como lema
“Pátria, Deus e Família”, etc.
Ao analisar essas características do fascismo e as do movimento integralista
inspiradas nos ideais fascistas, é possível perceber uma certa semelhança com aquilo que
vivemos atualmente no governo Bolsonaro. Em 4 de setembro, em uma reunião
juntamente com a ONU, Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, diz que o espaço
democrático no Brasil está encolhendo, a violência policial está aumentando e a apologia
a tortura está reforçando a sensação de impunidade. A fala de Bachelet nos faz questionar
fortemente a atual realidade brasileira, será mesmo que o Governo Brasileiro, liderado
por Jair Bolsonaro, é um governo fascista?
Depois de todo o apanhado histórico feito e levando em consideração tudo que
ocorreu desde que Bolsonaro assumiu o poder, é importante fazer uma comparação
apontando ideais que apresentam caráter fascista. Em primeira mão, é importante
evidenciar que o Brasil vem passando por dificuldades significativas no âmbito
econômico. Antes mesmo do governo bolsonarista, uma onda de manifestações se
levantou contra o governo de Dilma Rouseff, logo depois ocorreu o golpe, e Michel
Temer se estabeleceu na presidência, gerando ainda mais descontentamento. Com isso,
surgiu uma figura política conservadora, militar, autoritária e nacionalista, o político Jair
Bolsonaro, que se mostrou como um solucionador dos problemas apontados, gerando
uma mobilização social de apoio. Começando por esse viés, percebe-se a semelhança com
a antiga instauração dos antigos movimentos fascistas, uma vez que os mesmos possuíam
as dificuldades apontadas e se estabeleceram no pós-guerra. Contudo, isso se mostra o
mínimo comparado a tudo aquilo que Bolsonaro prega.