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Capítulo 12
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Quadro 1
Hierarquia dos municípios alagoanos segundo o REGIC (2007)
1o nível Maceió
o
2 nível Arapiraca
o
3 nível Santana do Ipanema
Palmeira dos Índios
Penedo
4o nível
São Miguel dos Campos
União dos Palmares
Delmiro Gouveia
Pão de Açúcar
5o nível Porto Calvo
Batalha
Olho d’Água das Flores
Fonte: REGIC 2007 (IBGE, 2008).
7. A Ufal surgiu em 1961, reunindo as faculdades de Direito (criada em 1933), Medicina e Filosofia (criadas em
1951 e 1952, respectivamente), Economia e Engenharia (criadas em 1954 e 1955, respectivamente) e
Odontologia (criada em 1957). Hoje, a Ufal conta com cerca de 20 cursos e programas de pós-graduação stricto
sensu.
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Figura 1
Regiões de influência, estado de Alagoas
Observe-se que os três municípios com maior número de vínculos se destacam como
centros das três macrorregiões (Mata, Agreste e Sertão) e estabelecem um eixo no sentido da
penetração no território na direção litoral – interior.
Faz-se necessária uma maior sistematização de informações relativas às conexões
feitas entre as regiões de influência em Alagoas, possibilitando a visualização das articulações
entre os municípios e destes com polos de estados vizinhos; essa sistematização poderá
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facilitar as ações de planejamento para investimentos, bem como a interligação entre políticas
públicas de regiões com diversos graus de homogeneidade ou interação.
No Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, utilizado no Plano
Plurianual do governo federal, o Brasil ficou subdividido em seis grandes áreas, e o estado de
Alagoas ficou contido em duas regiões: o Sertão Semiárido Nordestino e o Litoral Norte-
Nordeste.
Na divisão do país em macrorregiões originárias da identificação de 11 macropolos, o
estado de Alagoas ficou vinculado à região polarizada pelo Recife, sendo subdivido em sub-
região de Arapiraca, sub-região de Maceió e sub-região Sertão Alagoano. Mais uma vez,
coloca-se o problema da escala para o segundo menor estado da federação. Além disso,
nenhuma das divisões e subdivisões regionais que dizem respeito a Alagoas apresenta uma
definição concreta de limites.
A Caracterização e Tendências da Rede Urbana do Brasil se refere a um arco
temporal mais distanciado quando comparado aos outros dois primeiros documentos. Na
década de 1990 (recorte temporal da pesquisa), em Alagoas, a grande crise na agroindústria
açucareira trouxe como consequência o inchaço de Maceió e das cidades de sua região
metropolitana, com repercussões até os dias de hoje.
No citado estudo, as dificuldades na compatibilização das informações das diversas
fontes apontam para a necessidade de elaboração de um estudo abrangente, detalhado e que
adote uma metodologia que, mantendo uma coerência interna, contemple a diversidade das
realidades locais no cenário nacional.
Com o objetivo de gerar subsídios para a tomada de decisões no sentido da diminuição
das desigualdades sociais e regionais, a obra Caracterização e Tendências da Rede Urbana
do Brasil enfocou os processos econômicos (em escala nacional e regional) e a formação das
redes urbanas. Nesse documento, a abordagem econômica é tratada como causa, e a dimensão
espacial, por sua vez, é levada ao plano das consequências.
Os documentos que compõem o estudo básico dessa pesquisa trazem como tendência a
utilização de recursos de análise espacial para a identificação de regiões e redes. Há que se
salientar que o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação (as
NTICs) muniu um crescente grupo de pesquisadores e gestores de recursos que há alguns
anos eram imagináveis apenas para poucos técnicos. As NTICs implicaram o surgimento de
novas comunidades científicas dentro dos estudos demográficos, geográficos e urbanísticos,
promovendo agilidade e versatilidade na elaboração de dados e na análise de realidades dentro
da concepção da inter e transdisciplinaridade inerentes ao pensamento complexo.
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produtivas e por regiões do território estadual. Essas articulações assumem relevo dada a
importância da dimensão territorial na organização dos chamados Arranjos Produtivos Locais
(APLs).
A mobilização de agentes ligados a atividades produtivas teve como foco as ações
coletivas voltadas aos micro e pequenos negócios. O programa segue o princípio da
articulação de produtores de diferentes segmentos em uma abrangência regional. Entre os
APLs, destacam-se o Polo Moveleiro de Arapiraca e a Bacia Leiteira de Batalha. Segundo o
governo de Alagoas, o conjunto de APLs abrange todas as regiões do estado, envolvendo 76
municípios distribuídos em 16 especializações produtivas.
O quarto documento dos estudos específicos é o Plano Diretor para Ações de Saúde
(ALAGOAS, 2002). Ele visa dotar o estado de um serviço descentralizado de saúde, de forma
a atender às demandas existentes, principalmente no interior, e reduzir o grande fluxo em
direção à capital. Foi pensado de forma a possibilitar uma distribuição hierárquica e
territorializada de serviços, distribuídos por regiões e concentrada em polos. Foram utilizados
em sua formulação indicadores econômicos, sociais e também os fluxos de pessoas entre
cidades.
A partir de 1999, foram construídos indicadores de saúde no estado e tomou-se como
diretriz uma proposta de microrregionalização para ordenar as ações de saúde. Esse
planejamento definiu oito regiões administrativas. O Colegiado de Secretários Municipais de
Saúde de Alagoas indicou representantes para cada uma das microrregiões, pactuando uma
programação integrada com prioridades de ações. Em 2001, o governo estadual definiu cinco
grupos técnicos responsáveis pelas ações de descentralização da saúde, entre elas a elaboração
do referido plano diretor.
Para a subdivisão do estado em microrregiões (unidade mínima), os municípios foram
agrupados de acordo com variáveis socioeconômicas, geográficas, demográficas, sanitárias,
epidemiológicas, de oferta de serviços e acesso viário. Cada microrregião passou a comportar
um ou mais módulos assistenciais de acordo com o nível de organização e complexidade do
sistema local.
As regiões de saúde passaram a agrupar microrregiões considerando os serviços
ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade. Para cada uma delas foi definido
um município-polo, que passou a ofertar ações e serviços de saúde em todos os níveis.
Além disso, os municípios-sede de regiões, habilitados para a gestão plena da saúde,
assumiriam o papel de prestadores de serviços previstos para os níveis de complexidade
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Figura 2
Subdivisão do estado de Alagoas em microrregiões para a saúde
Alagoas foi subdividido em 13 microrregiões de saúde, e para cada uma delas foram
eleitas as sedes dos módulos assistenciais. Nem todos os municípios ofereceram condições de
funcionamento para os módulos. Além disso, foram estabelecidas cinco regiões de saúde, e
para cada uma delas foram eleitos os municípios-polo e os municípios-sede (figura 2). Apenas
duas macrorregiões foram criadas, e dois municípios (Maceió e Arapiraca) foram definidos
como polos dessas macrorregiões. O Projeto de Interiorização da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL, 2005) foi elaborado com o intuito de levar para outras regiões de Alagoas
(que não a capital) uma estrutura universitária que atendesse à demanda local e de todo o
estado, de modo a enfrentar um quadro de escassez de recursos humanos com formação
superior. Para tanto, o projeto se apoiou em dados que demonstravam a grande fragilidade
econômica e social do estado.
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único caso em que todos os dados coincidem. Para os demais anos, a comparação só pode ser
feita levando-se em conta esses hiatos temporais.
Segue-se aqui a análise das áreas mais dinâmicas e daquelas estagnadas, assim como
uma descrição das recentes mudanças ocorridas no território do estado que tendem a provocar
importantes movimentos de população e implantação de novas estruturas e equipamentos, de
forma a criar novas centralidades.
O estado de Alagoas, durante os anos de 1980 e 1990, passou por um intenso processo
de urbanização. Maceió, que, em 1980, possuía 399.298 habitantes, praticamente duplicou sua
população, chegando a 936.314 habitantes em 2009, conforme estimativa do IBGE (IBGE,
2010c).
Nos anos de 1980 e 1990, as migrações do campo para a capital estiveram
relacionadas a fatores econômicos calcados nas transformações da agricultura, no fechamento
de usinas de açúcar8 e na seca do Sertão, entre outros fatores. Em 2007, com a contagem
populacional do IBGE, percebeu-se uma redução nas taxas de crescimento demográfico. As
cidades do interior mantiveram seus números estáveis ou perderam população. Essa perda
pode indicar diminuição da natalidade, aumento da mortalidade ou, de alguma forma, êxodo
rural. A falta de estudos demográficos no estado dificulta a averiguação detalhada dessas
causas, considerando o quadro atual de cada município.
Em visitas a algumas regiões do estado, foram percebidos deslocamentos pendulares
ligados a estudantes e trabalhadores. Um dos exemplos mais evidentes é o movimento
existente nos municípios próximos à cidade de Arapiraca, onde se implantou o campus da
Ufal, e Palmeira dos Índios, com o campus do Ifal.
Outro fenômeno importante ocorre entre alguns municípios de Alagoas e municípios
de outros estados, com relações de interdependência existentes nessas fronteiras. Vale
ressaltar aquelas entre os municípios do norte de Alagoas (Jacuípe, Campestre e Jundiá) e o
município pernambucano de Palmares, as relações do noroeste, entre Delmiro Gouveia (e sua
região) e a cidade de Paulo Afonso, na Bahia, e, ao sul, entre Penedo e Igreja Nova, com os
municípios sergipanos de Neópolis e Propriá. Os fatores desencadeantes dessas relações de
8. “Uma das origens desta crise foi a desaceleração do Proálcool, a partir de 1986, e a crescente dificuldade de
apoio e financiamento ao setor açucareiro. Tal situação impactou o estado de Alagoas como um todo. (...)
[provocando] reações por parte dos proprietários rurais, principalmente usineiros e plantadores de cana-de-
açúcar, com a demolição de casas cedidas para uso dos trabalhadores, deixando-os sem moradia” (ALENCAR,
2007, p. p.74).
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interdependência podem estar ligados à oferta de serviços de educação e saúde, assim como
de trabalho sazonal e de acesso a bens de consumo.
Alagoas apresenta cinco das sete categorias propostas para a classificação de porte dos
municípios. Maceió é o único município com mais de 500 mil habitantes, e Arapiraca, o único
na categoria de 100 mil a 300 mil habitantes. Os outros 100 municípios são de pequeno porte.
A tabela 1 demonstra que, em 2007, 62,74% do total de municípios apresentavam população
abaixo de 20 mil habitantes.
Tabela 1
Estado de Alagoas: evolução do porte dos municípios segundo classes de tamanho populacional no
período de 1991 a 2007
Ano
Classe de Tamanho Populacional 1991 2000 2007
Nº % Nº % Nº %
Mais de 1 milhão de habitantes - 0.00% - 0.00% - 0.00%
Dos 29 municípios que ocupam a faixa compreendida entre 20 mil e 100 mil
habitantes, 17 apresentam uma população que varia de 30.129 a 70.151 habitantes (2007),
enquanto os outros 12 têm populações de até 26.050 habitantes (Viçosa). Os dados revelam
uma grande concentração populacional em poucos municípios, de grande porte relativo,
porém a ocupação como um todo é rarefeita no território alagoano.
A distribuição espacial da população pode ser mais bem compreendida com o auxílio
dos mapas 1 e 2, que apresentam setores marcados para evidenciar a percepção da tendência
de aglomeração, apesar da pequena variação temporal (de 2000 a 2007).
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Mapa 1
Estado de Alagoas: distribuição da população por município em 2000
Mapa 2
Estado de Alagoas: distribuição da população por município em 2007.
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Tabela 2
Estado de Alagoas: ranking de municípios por tamanho populacional em 2007 e taxas geométricas
médias de crescimento populacional ao ano (1991-2007)
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Mapa 3
Estado de Alagoas: ranking populacional dos municípios em 2007
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O mapa 4 foi elaborado para que se compreenda a distribuição espacial das taxas de
crescimento da população.
Mapa 4
Estado de Alagoas: taxa de crescimento geométrico médio anual da população no período de 2000 a
2007
9. Em 1996, as populações dos municípios de Palmeira dos Índios, União dos Palmares e Delmiro Gouveia eram,
respectivamente, de 67.338, 40.404 e 54.314 habitantes. Em 2007, passaram a 70.151, 46.599 e 60.619
habitantes, respectivamente (IBGE, 2010d). Esses dados demonstram que os três municípios mantiveram seu
porte no arco de 10 anos.
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de São Miguel dos Milagres apresentou uma taxa muito elevada, indicando a necessidade de
estudos específicos.
No Agreste, Arapiraca se destacou entre os municípios de maior taxa de crescimento,
assim como Craíbas e Girau do Ponciano, em seu entorno. Destacaram-se também os
municípios de Batalha, mais a oeste, e Campo Alegre, que, por sua localização, também
poderia ser estudado sob o ponto de vista de suas relações com o Litoral Sul.
Lagoa da Canoa e Coité do Nóia são os dois municípios desse setor do Agreste que
apresentaram as menores taxas de crescimento. Note-se que Coité do Noia, por sua
localização, também poderia ser estudado dentro do contexto dos municípios da área central,
no norte do estado, que, como foi visto, apresentou a maior concentração de taxas negativas
de crescimento. No entanto, a proximidade de Coité do Nóia com Arapiraca é, sem dúvida,
um fator que se evidencia e aponta para a necessidade de um estudo mais detalhado para a
compreensão dessas tendências.
No oeste, o conjunto de municípios com maiores taxas de crescimento foi composto
por Delmiro Gouveia, Olho D’Água do Casado, Piranhas, São José da Tapera e Carneiros.
Esse setor apresentou uma conformação territorial com tendência linear, ao longo do rio São
Francisco, com uma polarização em Delmiro Gouveia, no seu extremo.
Analisando o conjunto dos setores, verifica-se a existência de quatro regiões com taxas
de crescimento acentuadas em relação ao conjunto dos municípios do estado, o que indica,
dentro da variável populacional, quatro polos de crescimento. Por outro lado, a concentração
de municípios com baixos níveis em suas taxas de crescimento populacional se concentra no
centro-norte do estado, configurando-se como área de estagnação segundo os mesmos
critérios.
Tabela 3
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Estado de Alagoas: municípios com os maiores e menores Produtos Internos Brutos (PIBs) em valores
correntes: 2002-2007
Produto Inte rno Bruto - PIB
Região Estadual Município
Posição 2002 Posição 2005 Posição 2007
Maceió assume a liderança nesse quadro, com uma enorme distância de Arapiraca,
segundo município na escala do PIB por municípios. Maceió participou no PIB alagoano de
2007 na proporção de 47,8%, enquanto Arapiraca o fez na proporção de 7,8%. Os dados
indicam a grande concentração de atividade econômica na capital. Essa constatação reitera a
compreensão de que a economia do estado apresenta um acentuado grau de centralização.
Para identificar a distribuição espacial das atividades econômicas no estado, foi
elaborado o mapa 5, que traz dados do PIB de 2007 disponibilizados pelo IBGE. Nesse mapa,
fica evidente a concentração na faixa que segue o litoral, indo do Atlântico ao Agreste. A
RMM e o Litoral Sul apresentaram uma grande concentração dos maiores valores do PIB de
então.
O interior apresentou alguns municípios em destaque: i) Arapiraca, com a indústria
moveleira; ii) Palmeira dos Índios, com atividades agroindustriais; iii) União dos Palmares,
com indústria de laticínios; e iv) Delmiro Gouveia, com indústria têxtil. Ainda no mapa 5
figuram na faixa mais elevada os municípios de Santana do Ipanema e São Luís do Quitunde.
Considerando que a ocorrência desses dois municípios não se verifica em outros indicadores
desta pesquisa (exceto na resenha do REGIC), faz-se necessário um aprofundamento sobre
sua importância no cenário do estado. No entorno de Arapiraca, mais que no entorno dos
outros dois municípios, encontram-se níveis mais elevados de PIBs.
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Mapa 5
Estado de Alagoas: Produto Interno Bruto (PIB), valor adicionado em 2007
Passando da análise mais difusa para uma que destaque mais os casos extremos (mapa
6), é possível notar a coincidência entre os dados populacionais e os dados do PIB (ver tabelas
2 e 3). Os mesmos municípios destacados como os dez maiores PIBs são também assinalados
com aqueles com os maiores valores populacionais, exceto pela substituição de Marechal
Deodoro por Atalaia no PIB de 2007.
Mapa 6
Estado de Alagoas: ranking dos maiores e menores Produtos Internos Brutos (PIBs) por município em
2007
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Observa-se também (mapa 6) uma concentração de municípios com PIBs mais altos na
RMM e no Litoral Sul. Seis dos dez municípios mais bem situados nessa escala localizam-se
nesses setores. Vale salientar que, também nessa região, ao longo do litoral e da Zona da
Mata, está situada grande parte das usinas de açúcar e álcool existentes em Alagoas, principal
atividade econômica do estado (mapa 7).
Mapa 7
Estado de Alagoas: distribuição das usinas de açúcar e álcool em 2008
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Tabela 4
Estado de Alagoas: distribuição do produto interno bruto (PIB) (valor adicionado) setorial em 2007
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O quadro 2 mostra a situação dos estados brasileiros quanto aos níveis de IDH-M. A
Região Nordeste apresenta os níveis mais baixos de todo o país,10 e a posição de Alagoas é a
penúltima na lista geral.
No período compreendido entre 1991 e 2000, o IDH-M de Alagoas cresceu 18,43%,
passando de 0,548 em 1991 para 0,649 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para esse
crescimento foi a educação, com 55,3%, seguida pela longevidade, com 30,9%, e a renda,
com 13,8%. Nesse período, o hiato de desenvolvimento humano (distância entre o IDH do
estado e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 22,3%.
Mapa 8
Estado de Alagoas: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH_M) em 2000
10. Exceto o Acre, que, embora integre a Região Norte, apresentou índices compatíveis com a Região Nordeste.
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Mapa 10
Estado de Alagoas: número de leitos por mil habitantes em 2007
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A distribuição territorial do número de leitos ofertados para cada mil habitantes (mapa
10) é caracterizada por uma concentração em poucos municípios. Embora Maceió e Arapiraca
continuem se destacando em todos os indicadores (econômicos, demográficos e, agora,
sociais), outros municípios, como Batalha, Penedo, Quebrangulo, São Brás e Pão-de-Açúcar,
dispõem de mais de três leitos para cada mil habitantes.
Os municípios que concentram leitos no sistema de saúde do estado podem implicar
um componente de geração de centralidade na oferta de serviços de saúde por regiões. É
importante frisar que, entre os municípios mais bem situados na oferta de leitos hospitalares,
surgem alguns nomes que não figuram como destaque nem nos indicadores de número de
habitantes nem nos indicadores do PIB. Essa constatação indica a necessidade de pesquisa
específica para a explicação desse fato.
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A cidade de Palmeira dos Índios, por sua vez, destaca-se no conjunto das cidades que
formam a região de Arapiraca. Ali se instalaram, além do polo moveleiro, os campi das duas
instituições federais de ensino superior no estado.
Outra região que vem apresentando uma dinâmica populacional que deverá ser mais
bem compreendida é a do município de Delmiro Gouveia e seu entorno, situado no oeste do
estado. Nos anos de 2002 e 2005, Delmiro Gouveia se manteve como o décimo PIB entre os
municípios de Alagoas; em 2007, passou para a nona posição nessa classificação. Entre as
razões investigadas para tal dinâmica, constataram-se as seguintes: i) a existência de
indústrias; ii) a proximidade com o município de Paulo Afonso, na Bahia; e iii) a conquista de
um dos melhores IDHs do estado.
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Em resumo, pode-se constatar que as áreas mais dinâmicas estão calcadas não só em
fatores produtivos, mas também em fatores locacionais e históricos.
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D. Considerações finais
A crescente capacidade de inserção de variáveis complexas nos estudos de
regionalização abre novas perspectivas nesse campo. Os documentos estudados na elaboração
da pesquisa da qual se origina este trabalho demonstram que passou-se a lançar mão de
recursos como medições de fluxos, variáveis ambientais e culturais, apontando para uma
crescente integração disciplinar.
Tais avanços tendem a contribuir para a investigação de estados que, como Alagoas,
necessitam, na definição de suas regiões, que sejam considerados não apenas os aspectos
econômicos e territoriais, mas também os aspectos culturais e políticos.
A divisão de Alagoas em três mesorregiões é a mais abrangente e a mais conhecida,
mas está longe de exprimir a complexidade das relações existentes dentro do estado. Em uma
análise dos vários recortes regionais utilizados no estado, observa-se que muitos servem
apenas para agregar informações ou para distribuir equipamentos e serviços conforme os
setores do poder público, sendo essas divisões muitas vezes mais influenciadas pela
conjuntura político-partidária do que pelos dados de planejamento.
Portanto, um dos aspectos que se coloca como perspectiva de desdobramento e de
demanda de novos estudos a partir deste trabalho é a identificação das variáveis culturais e
políticas a serem consideradas relevantes na gestão pública e que sejam passíveis de integrar
um estudo de regionalização multiescalar.
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REFERÊNCIAS
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(SESAU). REGIONALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE DO ESTADO DE
ALAGOAS - PLANO DIRETOR. JANEIRO DE 2002.
______. Plano de Ação. APL Apicultura no Sertão (versão 1.0 dezembro 2004).
Programa de Mobilização para o Desenvolvimento dos Arranjos e Territórios
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______. Secretaria de Estado da Saúde (Site institucional). Disponível em:
<http://www.saude.al.gov.br/municipios> Acesso em 2009.
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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<http://www.saude.al.gov.br/municipio/macro>. Acesso em fevereiro de 2010.
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