Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE HUMANIDADES
FACULDADE DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DA PRÁTICA I
PORTO ALEGRE
2018
2
PORTO ALEGRE
2018
3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
2. TEMA.............................................................................................................................5
3. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5
4. OBJETIVOS..................................................................................................................5
4.1 GERAL...........................................................................................................................5
4.2 ESPECÍFICOS................................................................................................................6
5. REVISÃO TEÓRICA...................................................................................................6
6. MÉTODO....................................................................................................................11
7. PROCEDIMENTOS...................................................................................................12
8. RESULTADOS............................................................................................................11
9. INTEGRAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA....................................................................13
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................18
REFERÊNCIAS................................................................................................................19
ANEXOS
Tabela 1 - Porcentagem de estilos parentais presentes em um consultório pediátrico...12
Tabela 2 - Número de pais que utilizaram o celular no consultório pediátrico...............13
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO I...........................................................................21
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO II..........................................................................22
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO III........................................................................25
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO IV........................................................................27
FIGURAS
Figura 1 - Novo modelo parental após divisão de Maccoby & Martin (1983)................9
INTRODUÇÃO
Cassoni (2013, p. 27 apud Giddens, 1991) afirma que “os modos de vida criados pela
modernidade nos libertaram de todos os tipos tradicionais de ordem social...”, estabelecendo
inúmeras formas de realizar estas mesmas tarefas. São evidenciadas pela existência de
diferentes tipos familiares, reorganizando sus configuração e estrutura.
Independente do tipo, a participação deles nos cuidados da saúde de seus filhos enfermos
é um tema que tem apresentado contínuo interesse em nossa cultura, pois define-se que o
consultório pediátrico como um ambiente não-familiar e um local capaz de trazer grandes
mudanças tanto nos papeis parentais quanto nas relações pais-filhos. A necessidade de um
pediatra é um evento marcado pela existência de uma comunicação maior entre pais e filhos,
com informações especificas e negociação de cuidados, havendo barreiras e facilidades
adequadas para o cuidado da criança.
TEMA
JUSTIFICATIVA
É significativo conhecer os hábitos dos pais observados, pois, sua forma de solução às
enfermidades dos filhos demonstrará o tipo de parentalidade mais presente no local. Ainda que
pais e mães tendem a apresentar aspectos divergentes quando mencionam os problemas de seus
filhos. De acordo com Gomes (2015), a dada importância nos laços constituídos da relação com
os filhos espelhará o tipo de cidadania a ser vivenciada por eles nas diversas situações da vida.
OBJETIVOS
Geral
Específicos
a) Verificar como se dá o acolhimento dos pais em relação aos pedidos dos filhos doentes.
b) Verificar a frequência do uso de aparelhos eletrônicos em situações de enfermidade no
consultório pediátrico.
6
REVISÃO TEÓRICA
“Ser pai não é nem um dado biológico nem um dado social, mas o fruto de um processo
complexo de maturação psicológica que implica uma progressão no sentido de tornar-se pais”
(Boisson e Verjus, 2004, p. 5). Descreve FRANÇA (2013 apud Lebovici, 2004), que o processo
de construção da parentalidade começa pela produção e envolvimento da criança imaginária ao
longo da gravidez. Ela será fruto transgeracional de seu pai e sua mãe. Para Hall,
o envolvimento parental pode ser caracterizado de várias formas, mas a mais frequente remete
para o contato direto com a criança e pode incluir responsabilidades e papéis.
“assegurar a prevenção de adversidades que possam fazer sofrer a criança, assim como
promover situações positivas que a ajudem ao longo da sua vida. Portanto, os pais
pretendem garantir a satisfação das necessidades de sobrevivência dos seus
descendentes”
É uma experiência e processo emocional (Dix, 1991), decorrente da relação única que
se estabelece com a criança, influenciado pelas características do contexto em que ocorre.
Somando ao final desta definição, Daly (2007, p. 7) afirma que a parentalidade deve ser
estabelecida em termos de uma comunidade de parceiros chave: pais, crianças, serviços locais
e nacionais, e o estado.
Pereira e Alarcão (2014 apud Cochran e Diego, 2002) destacam não só os tipos de apoio
que são disponibilizados aos pais, mas também a forma como os vários elementos da rede social
influenciam a qualidade do desenvolvimento da criança, através das interações que com ela
estabelecem.
7
Para o segundo modelo parental, Baumrind (1966), percebeu que o estilo autoritativo é
o qual apresentou mais resultados positivos no desenvolvimento das crianças. A validade da
sua ideia foi confirmada em suas pesquisas (Baumrin, 1967, 1971; Baumrind & Black, 1967).
Este modelo parental colocado por Brandenburg et al. (2004, apud Baumrind, 1966) é
definido pela conduta dos pais que assumem uma postura de:
Os resultados das pesquisas colocam que as crianças educadas por outros estilos
parentais, apresentam diferentes graus de competência social. A tendência autoritativa já
demonstra mais assertividade, maior maturidade, conduta independente e empreendedora e
responsabilidade social.
Seguindo no estilo permissivo, este se refere aos pais que apresentam um engajamento
mínimo no desenvolvimento da criança. A longo prazo, os componentes do papel parental
tendem a diminuir cada vez mais, às vezes a desaparecer, até restar uma mínima relação
funcional entre pais e filhos (Albuquerque, 2016 apud Maccoby & Martin, 1983). Baumrind
(1971) descreve o comportamento deste modelo como:
8
Os genitores com este funcionamento são receptivos aos desejos das crianças
permitem que a criança regule o seu comportamento, tomando ela as suas decisões,
restringindo regras e rotinas, não promovem a maturidade das crianças, nem tão pouco
a comunicação. Eles evitam a autoridade, ou seja, não são a favor da punição e de
controle, e a sua perspectiva não é moldar a criança aos seus ideais.
Baseando-se com uma nova visão do estilo permissivo, Maccoby e Martin (1983),
dividem o estilo permissivo com duas formas de funcionamento: um de exigência
(demandingess) e o segundo de responsividade (responsiveness). A responsividade é a medida
em que os pais promovem a individualidade, auto regulação e autoafirmação da criança
(Cardoso; Veríssimo, 2013). Esta promoção acontece através do apoio, afeto, suporte
emocional, complacência e sintonia com as necessidades e exigências da criança. A exigência
reflete as necessidades de maturidade, supervisão, disciplina e prontidão para confrontar a
criança que desobedece, no sentido da sua integração no contexto familiar (Baumrind, 1991;
Larzelere, & Owens, 2010).
Figura 1 – Novo modelo parental após divisão de Maccoby & Martin (1983)
O fato do uso saudável não vale somente para as crianças. Monteiro (2017) afirmam
que as famílias estão constantemente usando aparelhos eletrônicos de entretenimento, pois
estes concedem um bem-estar orgânico a curto prazo ao seu usuário. Borjas, Ramos e Mora
(2017) relatam que as pessoas que usam celulares com maior frequência têm sido associadas
a algumas patologias como: depressão, ansiedade, falta de atenção e comportamento
agressivo, fazendo com que os vínculos familiares sejam enfraquecidos com o passar do
tempo.
O uso excessivo deste item predispõe ao comportamento não verbal, limitando a
interação face a face com a outra pessoa e o contato com o ambiente ao nosso redor, tanto dos
pais quanto para as crianças. Além disso, um estudo no Reino Unido para 251 pessoas, com
idades entre 18 a 66 anos, descobriram que 69,32% tem, pelo menos, uma vez por dia a um
episódio de phubbing, 8,76% tem uma duração deste acontecimento por mais de uma hora por
dia e é mais prevalente em mulheres.
Eis a razão de que a pediatra Jenny Radesky e outros profissionais salientam que o
suporte familiar e as competências de cada membro da família são importantes fontes de
informação para a criança e podem influenciar o modo como ela lida com a doença.
O entendimento mais importante é que não deve haver um único modo de promover
práticas parentais que favoreçam o desenvolvimento. Belsky (2005) estipula que em alguns
casos:
Claro, se isso puder ser feito de maneira adequada, não há razão para não considerar
outros caminhos de influência potencial.
Então, coloca-se aqui a sugestão de uma continuidade deste estudo, através de novas
pesquisas aliadas a intervenções com os pais através de grupos sistematizados, palestras ou um
trabalho em conjunto, possibilitando que se reflita sobre os aspectos educativos dos filhos.
Todavia, muitos estudos indicam que o acompanhamento dos pais e a instrumentalização com
estratégias educativas eficazes e construtivas são, não só necessárias, mas promotoras de saúde
para as famílias e para as gerações futuras.
MÉTODO
um papel ativo, não interagindo com o objeto de sua observação, mas coletando informações
sobre padrões comportamentais e suas interações.
PROCEDIMENTOS
RESULTADOS
Pôde-se verificar na presente pesquisa que a maioria dos pais estão agindo de forma
considerada inadequada com seus filhos, apesar do índice elevado do modelo autoritativo. Os
resultados obtidos apontaram a presença: 7,7% de pais negligentes, 53,8% de autoritativos,
23,1% de indulgentes, e 15,4% autoritário, totalizando em 46,2% de pais que abordam um
modelo menos saudável de parentalidade.
Os dados obtidos estão limitados ao grupo dos pais devido que as crianças presentes
apresentavam uma idade jovem demais para o uso de aparelhos. Também foi notado que a
proporção de uso entre o casal fica em 55% da mãe e 10% do pai. Os dados desta investigação
tendem a confirmar um uso elevado dos celulares para o sexo feminino devido a uma maior
interação das mulheres com seus filhos, comparativamente aos homens, a quem os filhos
atribuem maior distância emocional, quer em termos de exigência quer em termos emocionais
de proximidade.
INTEGRAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA
Figura 2 - Quadro de estilos parentais de Baumrind (1966) e Maccoby & Martin (1983)
A conduta da mãe (F1) apresenta esta mesma rigidez ao falar no telefone, ordenando
que outras pessoas devem fazer para ela. Também, quando seu filho buscou atenção, sua mãe
não demonstrou interesse e que a culpa de que o tablet não tinha energia, foi do menino por não
controlar seu tempo para carregá-lo.
No caso da família F4, a mãe já direciona a filha para a brinquedoteca enquanto utiliza
o celular. Buscando uma interação com a mãe sobre os brinquedos e não havendo resposta dela,
é considerado como uma conduta de alta exigência. Somado ao fato de que logo após a mãe já
coloca a filha no colo e impõe o uso do celular, define-se como de baixa responsividade – dois
fatores que assinalam uma parentalidade do tipo autoritária.
Seguindo com o tipo Autoritativo, este arquétipo é definido como os pais que
tentam direcionar as atividades de seus filhos de maneira racional e orientada; incentivam o
diálogo, compartilhando com a criança o raciocínio por detrás da forma como eles agem,
15
solicitam suas objeções quando ela se recusa a concordar; exercem firme controle nos pontos
de divergência, colocando sua perspectiva de adulto, sem restringir a criança, reconhecendo
que esta possui interesses próprios e maneiras particulares; não baseiam suas decisões em
consensos ou no desejo da criança.
Para os participantes da 3ª família, tanto a mãe quanto a avó do menino interagem com
ele, mostrando brinquedos e fazendo caretas. O ato onde ambas conversam com a outra mãe
(F2), demonstra uma empatia comumente visto no estilo autoritativo.
Com a chegada da terceira mãe e seu filho, é notada novamente a conduta autoritativa.
Apesar do menino estar dormindo, ela o conforta dentro do moisés e até coloca um cobertor
por cima para que as atividades da filha da F2 sejam menos barulhentas. A forma como estas
práticas são realizadas não condizem com os outros modelos, assim reafirmando um estilo
parental autoritativo.
16
Quando chamados pela pediatra, a filha permanece na sala realizando suas atividades,
isto, confirmando o desejo próprio de independência da menina e da confiança mútua dos pais
nela. O último exemplo deste modelo é visto durante a saída da família do consultório e o tema
da conversa entre os pais e a pediatra engloba a filha, informando-a sobre os cuidados de seus
joelhos devido a patinação – dando uma visão de perspectiva adulta para a menina.
Mais uma família que foi identificada com a conduta parental indulgente foi com a
segunda família, na 4ª observação. Durante as brincadeiras do menino, a mãe pediu em vários
momentos que ele guardasse tudo para que pudessem ir embora. O padrão de conduta da mãe
é equivalente a baixa exigência e alta responsividade com comportamento afetuoso.
Quando a mãe do menino estava saindo de fato do consultório, seu filho começou a
folhar revistas. Na réplica, a mãe volta e pede que ele foque nela e que a tia dele tem uma
surpresa em casa para ele. A resposta do menino em folhar as revistas após o pedido da mãe é
um comportamento comum de perda de foco contra comportamentos de empatia, afirma
Alvarenga, Weber e Bolsoni-Silva (2016, apud Bolsoni & Marturano, 2008; Darling &
Steinberg, 1993; Weber & Ton, 2011). Estratégias indulgentes reduzem a capacidade de
autocontrole devido ao fato que os pais criam seus filhos de forma dependente e desenvolvem
uma baixa tolerância à frustração, como visto na saída do consultório da família F2.
No último caso deste modelo, a criança era mais velha. A mãe da família F3 da quarta
observação apresentou ser do tipo indulgente pois um dos assuntos que a filha trouxe era sobre
sua futura gravidez aos 25 anos e o que ela faria com sua vida aos 75 anos de idade. A réplica
17
da mãe teve um tom coercitivo por ser receptiva e pouco exigente contra a demanda da filha na
sua atual idade.
Finalizando com quarto tipo parental, o negligente, ele é reconhecido na segunda família
da 3ª observação. Já na entrada da F2 no consultório, a menina entra no consultório mirando a
área da brinquedoteca, enquanto sua mãe entrega os documentos para a secretária e já retira o
celular.
Para este caso, pode-se definir com precisão os comportamentos da mãe de baixa
responsividade e exigência, devido que sua filha apresenta um diagnóstico de autismo
(informação vinda da pediatra). Não é de se surpreender que este modelo esteja presente com
um diagnóstico de autismo, Baião (2008, apud Kastner et al., 2004; Pereira, F., 1996) coloca
que “quanto mais grave for a deficiência, maior será a angústia do agregado familiar,
especialmente dos pais, perante uma situação nova, inesperada, desconhecida e perturbadora”.
Somando aos eventos deste trabalho e a grande parte da literatura que tem buscado a
categorizar ou tipificar os diferentes estilos parentais, procura-se avaliar o impacto das práticas
parentais em diversas dimensões da vida das crianças.
Na educação negligente, estes pais não são nem afetuosos, nem exigentes, nem
compreensivos. Tendem a manter os seus filhos à distância, respondendo somente às suas
necessidades básicas. Não conseguem organizar-se de modo a fornecerem cuidados e apoio
continuados aos seus filhos. Ora estão, ora não estão. Demonstram pouco envolvimento, no dia-
a-dia e na socialização da criança, não supervisionando o seu comportamento, pois estão apenas
centrados em si próprios.
Por final, o modelo autoritativo, tem vindo a ser defendida como a mais equilibrada,
pois traduz-se num ambiente familiar com poucas tensões, traduzindo-se em pessoas mais
relaxadas, mais aptas a lidar com problemas (de forma otimista) e a sobreviver socialmente.
Parece também este estilo parental que mais vai de encontro aos direitos da criança, uma vez
que parece salvaguardar o nº2 do artigo 1878º do CCiv, segundo o qual “os filhos devem
obediência aos pais; estes, porém, de acordo com a maturidade dos filhos, devem ter em conta
a sua opinião nos assuntos familiares importantes e reconhecer-lhes autonomia na organização
da própria vida.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho aponta a inegável presença maioral dos tipos parentais menos saudáveis
para o desenvolvimento infantil em nossa atual sociedade. Além de assinalar um crescente
comportamento de dependência no uso de aparelhos eletrônicos, visando distanciar o convívio
entre indivíduos em meios sociais e até nas interações familiares.
O estudo realizado apresentou limitações importantes quanto: ao tamanho da população
observada, a média das idades das crianças presentes sendo muito jovem para a definição dos
estilos parentais de uma forma mais consolidada.
Apesar dos resultados obtidos, a dimensão do grupo necessitou ser de maior tamanho
para englobar a presença de todos os estilos parentais. A presença maior de crianças muito
jovens, limitou o escopo da observação.
19
Nessa direção, a promoção destes estudos podem compreender como eventos não
normativos desenvolvem competências e habilidades mais aprimoradas nas crianças dentro do
contexto familiar, na dada categoria parental.
REFERÊNCIAS
ANEXOS
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO I
F2 encontrava-se no banco menor, também utilizando o celular. Sua filha também brincava
com os itens da brinquedoteca. Apesar do foco principal ser o celular, a mãe da menina
respondia quando a filha a chamava. A menina ficou soletrando a palavra SALA e a mãe a
apoiava dizendo “Isso mesmo, filha”.
Poucos momentos depois a mãe questionou sua filha sobre o braço dela, como estavam as
alergias. Respondendo que estava tudo bem, a filha ficou dançando e cantando ao redor da
mãe até ser chamada pela médica.
F3 entrou no consultório com seu filho. Enquanto ela buscava informações com a secretária,
ela acariciava seu filho. Quando sentou no banco menor, fez com que o filho assoasse o nariz
(ela segurando o papel) e em seguida, buscou o celular deixando o menino brincar. Mesmo
olhando para o celular, F3 dá alguns comentários para as brincadeiras do filho.
Após 15 minutos, F3 pede para que seu filho guarde todos os brinquedos que ele buscou. Ela
preza organização. Em seguida, ela puxa ele para cima do colo dela, onde começa a acaricia-
lo e um balbucio inicia entre os dois.
Após alguns minutos, o menino sai do colo da mãe e brinca de serrar o braço dela com um
dos brinquedos enquanto que ela fica olhando TV. Quando chamado pela secretária, ele entra
e ela pergunta “Será que a mãe entra junto?” Na terceira chamada, F3 para de usar o celular
e se atenta que está sendo convidada para entrar na sala médica.
Enquanto isso, F4 entra no consultório com sua filha. Repete-se a cena onde a mãe chega,
mostra os brinquedos e em seguida, vai manejar o celular. A menina busca alguns brinquedos
e mostra-os para a mãe, sem muita resposta da mesma.
Em seguida, F4 pega a filha no colo e sussurra algo. Terminando a fala, ela começa a brincar
com a filha. A brincadeira durou quase 2 minutos entre a duas, mas a F4 já pega o celular
para mostrar alguns vídeos para a filha. Seguidamente, ambas são chamadas pela médica.
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO II
F2 – 10:50: Mãe entra no consultório com seu bebê no moisés. Como ele se encontra
dormindo, a mãe usa seu celular.
24
F1: com a chegada de um bebê, os pais tentam conversar sussurrando, com seu filho para que
ele não fale alto porque o bebe estava dormindo. O menino, sentado no colo da mãe focou
novamente na TV, o pai usava o celular e mãe tinha fechado os olhos. A pediatra os chama
em seguida.
F2: com a saída de F1, a secretária perguntou se o bebê dela estava dormindo, e se sim, será
que ela poderia trocar o canal. A mãe responde que podia trocar, mas não faria diferença pois
não tinha o hábito de olhar TV pois não tinha sinal aberto. Continuou dizendo que seu
interesse era em séries e Netflix (acervo digital de filmes e séries). Após sua resposta, voltou
para a tela de seu celular.
F3 – 11:15: Mãe entra com seu filho em um bebê conforto. Logo em seguida entra a avó do
bebê.
Depois de se acomodar, a mãe começa a tirar fotos do filho com o celular. A avó pergunta se
ela poderia ajudar a tirar as fotos, mas a mãe responde que não precisava mais.
A avó do menino olhou para o outro bebê e perguntou à mãe (F2), que idade seu filho tinha.
F2 responde 10 meses. Inicia-se uma conversa entre as 3 participantes.
- A avó (F3) comenta que seu neto nasceu prematuro, com 27 semanas.
- F2 responde que “é um trabalhão ter filhos”, que nunca imaginaria que ela seria mãe com
38 anos. Já se imaginava uma mãe-avó devido a sua idade.
Após o comentário, as 3 mulheres focam em seus celulares. F3 (avó), ao pegar seu neto no
colo, F2 comenta “Hoje tá um dia bom. Normalmente esse lugar tá sempre cheio. No início
eu não gostava de vim porque era muita gente junto, criança com criança.”
A avó (F3) respondia com “Ah é?”, tendo uma postura complacente. A mãe (F3) continuava
a usar o celular.
Após o diálogo, a secretária perguntou à F3 quando é que ela poderia marcar a próxima
consulta do bebê. A mãe e a avó conversaram entre si até concordarem em uma data em que
ambas pudessem vir. Novamente as 3 mulheres resumem ao uso de seu celular.
Encerra-se a observação.
25
concorda e busca uma lista de perguntas para a médica. Após este momento, a médica os
chamam.
F2 = A mãe entra com sua filha às 15:40. A menina já se direciona aos brinquedos enquanto
que a mãe senta no sofá, buscando seu celular e pedindo a senha do Wi-fi.
Não havendo interesse, a menina senta ao lado da mãe batendo os pés no banco. Mãe e filha
ocupam 4 assentos do banco maior. A mãe da menina oferece o celular para a filha e
menciona os brinquedos presentes no consultório, com intuito da filha escolher eles para
brincar. Entretanto, a filha aceita o celular e dá as costas para mãe, e em resposta a mãe senta
ao lado da filha de braços cruzados.
Após alguns minutos, a menina começa e bater o pé no banco novamente e fazer barulhos
com a boca, tentando falar palavras, mas com um atraso significativo. A mãe não chama a
atenção da filha sobre seu comportamento e sim pede que troque de vídeo no celular, a
musiquinha estava deixando a mãe irritada.
O celular começa a receber algumas notificações e a mãe pede para olhá-lo. Ela manda a filha
pegar os brinquedos da brinquedoteca.
Houve momentos em que a menina pega o brinquedo a fica caminhando pelo consultório
com ele nas mãos. Quando focada no jogo (pirâmide de anéis), a mãe comentava para a filha
que ela deveria colocar os anéis na ordem certa para que todos coubessem. Em outros
instantes, a menina jogava os anéis no chão fazendo que a sua mãe a guiasse de volta para o
sofá.
Após a terceira vez, a menina ficou no sofá e começou a dar gritos com episódios de tosse.
A mãe da menina, parava de usar o celular e dizia para filha que “era só uma tosse” sem
mencionar que os gritos da menina poderiam acordar o bebê da F3.
Durante a troca de atendimentos (a F3 entrou antes da F2), a secretária liga a TV. A menina
pega um dos brinquedos e senta no chão em direção a TV, focada em sua brincadeira. A mãe
ainda continua usando o celular.
Em seguida, a menina começa a olhar para a secretária. Ela em resposta, avisa a mãe que sua
filha está olhando as fotos dos outros bebês no mural. A mãe ri e chama sua filha de volta
para o sofá.
*Ao descobrir que a F2 seria seu próximo atendimento, fui notificado de que a menina
apresenta ser autista.
27
F3 = A mãe entra com seu filho em um bebê conforto às 15:43. Ela coloca um cobertor em
cima do moisés, balançando-o para tentar fazer seu filho dormir. O pai/marido entra no
consultório logo em seguida. A conversa entre os dois se resume a atividades da mãe no dia
anterior.
O casal permanece conversando em um tom mais baixo – ela sentada no puff e o marido em
pé. Logo depois, a médica os chamam para entrar.
Encerra-se a observação.
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO IV
enquanto que a mãe dá sua atenção para seus filhos, conversando com eles, perguntando que
tipo de brinquedo eles tinham.
Logo após a saída da F2, o pai comenta algo inaudível a sua esposa e ela responde: “É
algumas coisas não se pergunta”. Após 20 minutos de espera, a pediatra chama o casal com
o menino, e a filha permanece na sala de espera. Ela começa a manusear e desenhar os
brinquedos presentes.
F3: Às 10:08, ambas entram no consultório. A menina senta enquanto sua mãe entrega os
documentos para a secretária. A jovem aparenta ter 13 anos de idade. O assunto da conversa
iniciada se referia a Copa 2018, que times que ganharam e perderam até o momento. O
segundo tópico se referiu a futura gravidez da menina aos 25 anos e como ela teria sua vida
aos 75 anos de idade. Após 15 minutos de espera, a pediatra as chamam.
F1: às 10:22, o casal sai, finalizando alguns comentários sobre o menino. A mãe comenta à
pediatra que sua filha faz patinação. Em resposta, a médica faz um rápido teste de
elasticidade. Por alguns minutos, conversam sobre a elasticidade dos joelhos da menina. Com
o choro do menino aumentando, encerra-se a conversa.
Encerra-se a observação.