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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE HUMANIDADES
FACULDADE DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DA PRÁTICA I

CHRISTOPHER ROBERT LEWIS

PARENTALIDADE NO CONSULTÓRIO PEDIÁTRICO

PORTO ALEGRE
2018
2

CHRISTOPHER ROBERT LEWIS

PARENTALIDADE NO CONSULTÓRIO PEDIÁTRICO

Projeto de Pesquisa apresentado a Faculdade PUCRS


como requisito para aprovação da Disciplina de Prática
em Psicologia I.
Orientadora: M.a Renata Plácido Dipp

PORTO ALEGRE
2018
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
2. TEMA.............................................................................................................................5
3. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5
4. OBJETIVOS..................................................................................................................5
4.1 GERAL...........................................................................................................................5
4.2 ESPECÍFICOS................................................................................................................6
5. REVISÃO TEÓRICA...................................................................................................6
6. MÉTODO....................................................................................................................11
7. PROCEDIMENTOS...................................................................................................12
8. RESULTADOS............................................................................................................11
9. INTEGRAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA....................................................................13
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................18
REFERÊNCIAS................................................................................................................19
ANEXOS
Tabela 1 - Porcentagem de estilos parentais presentes em um consultório pediátrico...12
Tabela 2 - Número de pais que utilizaram o celular no consultório pediátrico...............13
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO I...........................................................................21
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO II..........................................................................22
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO III........................................................................25
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO IV........................................................................27

FIGURAS

Figura 1 - Novo modelo parental após divisão de Maccoby & Martin (1983)................9

Figura 2 - Quadro de estilos parentais de Baumrind (1966) e Maccoby & Martin


(1983)............................................................................................................................14
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INTRODUÇÃO

Em meados de 2005, A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV) começou a se


dedicar a promoção e desenvolvimento da primeira infância, assim interpretando a palavra
“Parentalidade” como um conjunto de atividade (cuidar, estimular, educar, amar, impor limites,
fortalecer, etc.), desempenhadas pelos pais, no seu papel de assegurar a criança, sua
sobrevivência e o seu desenvolvimento saudável.

Cassoni (2013, p. 27 apud Giddens, 1991) afirma que “os modos de vida criados pela
modernidade nos libertaram de todos os tipos tradicionais de ordem social...”, estabelecendo
inúmeras formas de realizar estas mesmas tarefas. São evidenciadas pela existência de
diferentes tipos familiares, reorganizando sus configuração e estrutura.

O impacto das práticas parentais em várias dimensões da vida do indivíduo,


contribuíram para a formulação de três estilos parentais que se acreditam ser decisivos no
processo de desenvolvimento das crianças/jovens – o permissivo, o autoritário e o autoritativo
(BRÁS, 2008).

Independente do tipo, a participação deles nos cuidados da saúde de seus filhos enfermos
é um tema que tem apresentado contínuo interesse em nossa cultura, pois define-se que o
consultório pediátrico como um ambiente não-familiar e um local capaz de trazer grandes
mudanças tanto nos papeis parentais quanto nas relações pais-filhos. A necessidade de um
pediatra é um evento marcado pela existência de uma comunicação maior entre pais e filhos,
com informações especificas e negociação de cuidados, havendo barreiras e facilidades
adequadas para o cuidado da criança.

A relevância desta pesquisa contribui diretamente, para os estudos e mudanças de


estratégias de comunicação e forma de relacionamento dentro da dinâmica familiar definidos
pelo tipo de parentalidade presente. Borse a Nunes (2011, p. 27) também afirmam que: “é
importante que as pesquisas da área acompanhem essa demanda, colaborando com novos
estudos que possibilitem compreender a relevância das mudanças nas relações parentais e o
impacto delas para a família e para a sociedade.”

Assim, o presente estudo tem por objetivo verificar a qualidade do tratamento e


acolhimento dos pais (baseando nos modelos parentais), sobre o envolvimento no cuidado da
criança doente em um consultório pediátrico.
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TEMA

Comportamento parental em consultórios pediátricos.

JUSTIFICATIVA

A motivação para a elaboração deste trabalho formou-se devido ao interesse em querer


saber o quanto pais na atualidade acolhem afetivamente seus filhos, principalmente quando
estes se encontram doentes ao ponto de precisar um pediatra. Assim, ao observar a dinâmica
entre os membros da família em um consultório médico infantil em Porto Alegre, torna-se
possível realizar inferências relacionadas ao tipo de comportamento e padrão dos mesmos.

Para entender o conceito de parentalidade, Conceição (2016) propõe que:

A parentalidade pode ainda ser concebida como um conjunto de tarefas e funções


inerentes ao desenvolvimento familiar, que se inicia e caracteriza por mudanças
cognitivo-emocionais e comportamentos dos indivíduos-pais ou cuidadores, que
ocorrem pela expansão das expectativas e responsabilidades dos indivíduos que
iniciam a sua aprendizagem parental.

É significativo conhecer os hábitos dos pais observados, pois, sua forma de solução às
enfermidades dos filhos demonstrará o tipo de parentalidade mais presente no local. Ainda que
pais e mães tendem a apresentar aspectos divergentes quando mencionam os problemas de seus
filhos. De acordo com Gomes (2015), a dada importância nos laços constituídos da relação com
os filhos espelhará o tipo de cidadania a ser vivenciada por eles nas diversas situações da vida.

OBJETIVOS

Geral

Verificar o modelo de comportamento dos pais ou do cuidador diante dos filhos


enfermos em um consultório pediátrico.

Específicos

a) Verificar como se dá o acolhimento dos pais em relação aos pedidos dos filhos doentes.
b) Verificar a frequência do uso de aparelhos eletrônicos em situações de enfermidade no
consultório pediátrico.
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REVISÃO TEÓRICA

“Ser pai não é nem um dado biológico nem um dado social, mas o fruto de um processo
complexo de maturação psicológica que implica uma progressão no sentido de tornar-se pais”
(Boisson e Verjus, 2004, p. 5). Descreve FRANÇA (2013 apud Lebovici, 2004), que o processo
de construção da parentalidade começa pela produção e envolvimento da criança imaginária ao
longo da gravidez. Ela será fruto transgeracional de seu pai e sua mãe. Para Hall,
o envolvimento parental pode ser caracterizado de várias formas, mas a mais frequente remete
para o contato direto com a criança e pode incluir responsabilidades e papéis.

No que concerne às atividades parentais, destacam-se as dimensões de cuidado,


disciplina e desenvolvimento emocional e social com vista à autonomização da criança. Os
objetivos da parentalidade são, segundo o autor Hoghughi (2004), são:

“assegurar a prevenção de adversidades que possam fazer sofrer a criança, assim como
promover situações positivas que a ajudem ao longo da sua vida. Portanto, os pais
pretendem garantir a satisfação das necessidades de sobrevivência dos seus
descendentes”

É uma experiência e processo emocional (Dix, 1991), decorrente da relação única que
se estabelece com a criança, influenciado pelas características do contexto em que ocorre.
Somando ao final desta definição, Daly (2007, p. 7) afirma que a parentalidade deve ser
estabelecida em termos de uma comunidade de parceiros chave: pais, crianças, serviços locais
e nacionais, e o estado.

Progredindo nas relações familiares, seria um descuido rejeitar o contexto da


coparentalidade, que segundo Feinberg (2003, p. 96), funciona para as formas como os pais
e/ou figuras parentais se relacionam uns com os outros no papel de pais. Autores como Cochran
e Diego (2002) ou Armstrong, Birnie-Lefcovitch e Ungar (2005) salientam a importância do
apoio social para o exercício da parentalidade.

Pereira e Alarcão (2014 apud Cochran e Diego, 2002) destacam não só os tipos de apoio
que são disponibilizados aos pais, mas também a forma como os vários elementos da rede social
influenciam a qualidade do desenvolvimento da criança, através das interações que com ela
estabelecem.
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Em 1966, a psicóloga Diana Baumrind apresenta a teoria de que existem 4 estilos


parentais presentes no contexto familiar. De acordo com Darling e Steinberg (1993), os estilos
parentais traduzem-se em atitudes que os pais têm para com as crianças, através das quais se
define um ambiente emocional onde são reveladas algumas práticas parentais
(ALBUQUERQUE, 2016). Integrando novas dimensões emocionais e comportamentais,
Baumrind os definiu em: autoritário, autoritativo e permissivo.

No estilo autoritário, os pais apresentam sentimentos com menos afetividade e elevados


níveis de controle. Atuam com condutas mais intolerantes, diminuindo o desejo de
independência e identidade da criança e a expondo a poucas trocas verbais. (Cardoso;
Veríssimo, 2013 apud Baumrind, 1966, 1967 e 1971). Este tipo manifesta uma rigidez mental,
fazendo com que os filhos espelhem os mesmos comportamentos e modos de um esquema
absoluto. O estilo autoritário resulta da combinação entre altos níveis de controle e baixa
responsividade (MARTINS).

Para o segundo modelo parental, Baumrind (1966), percebeu que o estilo autoritativo é
o qual apresentou mais resultados positivos no desenvolvimento das crianças. A validade da
sua ideia foi confirmada em suas pesquisas (Baumrin, 1967, 1971; Baumrind & Black, 1967).
Este modelo parental colocado por Brandenburg et al. (2004, apud Baumrind, 1966) é
definido pela conduta dos pais que assumem uma postura de:

tentar direcionar as atividades de seus filhos de forma racional e orientada;


incentivando o diálogo, compartilhando o pensamento da atuação lógica, dando a
chance de se colocar na perspectiva adulta, reconhecer os limites e desejos que seus
filhos têm e não fundamentar decisões importantes aos desejos dos filhos.

Os resultados das pesquisas colocam que as crianças educadas por outros estilos
parentais, apresentam diferentes graus de competência social. A tendência autoritativa já
demonstra mais assertividade, maior maturidade, conduta independente e empreendedora e
responsabilidade social.

Seguindo no estilo permissivo, este se refere aos pais que apresentam um engajamento
mínimo no desenvolvimento da criança. A longo prazo, os componentes do papel parental
tendem a diminuir cada vez mais, às vezes a desaparecer, até restar uma mínima relação
funcional entre pais e filhos (Albuquerque, 2016 apud Maccoby & Martin, 1983). Baumrind
(1971) descreve o comportamento deste modelo como:
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Os genitores com este funcionamento são receptivos aos desejos das crianças
permitem que a criança regule o seu comportamento, tomando ela as suas decisões,
restringindo regras e rotinas, não promovem a maturidade das crianças, nem tão pouco
a comunicação. Eles evitam a autoridade, ou seja, não são a favor da punição e de
controle, e a sua perspectiva não é moldar a criança aos seus ideais.

Baseando-se com uma nova visão do estilo permissivo, Maccoby e Martin (1983),
dividem o estilo permissivo com duas formas de funcionamento: um de exigência
(demandingess) e o segundo de responsividade (responsiveness). A responsividade é a medida
em que os pais promovem a individualidade, auto regulação e autoafirmação da criança
(Cardoso; Veríssimo, 2013). Esta promoção acontece através do apoio, afeto, suporte
emocional, complacência e sintonia com as necessidades e exigências da criança. A exigência
reflete as necessidades de maturidade, supervisão, disciplina e prontidão para confrontar a
criança que desobedece, no sentido da sua integração no contexto familiar (Baumrind, 1991;
Larzelere, & Owens, 2010).

De acordo com os autores, a subdivisão permite sistematizar mais precisamente as


definições de Baumrind sobre o modelo permissivo, bifurcando ele em duas facetas: indulgente
e negligente, para demonstrar “o nível de engajamento parental” (Oliveira, et al., 2002, p. 2).

No estilo indulgente, os pais agem de forma não-punitiva, sendo normalmente bastante


receptivos aos desejos dos filhos e pouco exigentes na aplicação de normas ou regras. Exercem
pouco controle sobre o comportamento das crianças (CLÁUDIO, 2011). No funcionamento
negligente, os genitores são pouco disponíveis para responder aos pedidos dos filhos e pouco
autoritários na aplicação de regras e normas. Na maioria das vezes, preocupam-se apenas em
atender às solicitações dos filhos, de forma a cessar as mesmas no imediato (TINOCO, 2011).
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Figura 1 – Novo modelo parental após divisão de Maccoby & Martin (1983)

Tendo o conhecimento dos tipos parentais com suas consequências no desenvolvimento


infantil, e colocando o no contexto do consultório; as crianças estão expostas à probabilidade
de serem submetidas a procedimentos invasivos, e por uma possível internação que é
considerada um fator estressor para o desenvolvimento infantil. Outros dois aspectos que
agravam o momento são: o tempo de permanência no local e o atendimento recorrente. Silva,
Loureiro e Marturano (2011, p. 355) colocam que é importante realizar a leitura dos
comportamentos expostos pelas crianças, pois esta é fundamental para a identificação dos
bloqueios e tribulações encontradas na psique do ser infantil.

Ao mesmo tempo em que os pais ou a família presente é afetada pela situação de


doença da criança e necessitada de cuidados, tal circunstância pode funcionar como
moderadora dos efeitos negativos da doença para a criança.
Os mesmos pais no consultório, que estão constantemente utilizando o celular/tablet
propagam a mesma dependência do aparelho para os filhos. Até pouco tempo atrás eles sofriam
para encontrar a dose ideal de televisão e videogame para a vida de seus filhos. Hoje, ainda
precisam incluir tablet, celular e o computador na mesa de negociações.
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O fato do uso saudável não vale somente para as crianças. Monteiro (2017) afirmam
que as famílias estão constantemente usando aparelhos eletrônicos de entretenimento, pois
estes concedem um bem-estar orgânico a curto prazo ao seu usuário. Borjas, Ramos e Mora
(2017) relatam que as pessoas que usam celulares com maior frequência têm sido associadas
a algumas patologias como: depressão, ansiedade, falta de atenção e comportamento
agressivo, fazendo com que os vínculos familiares sejam enfraquecidos com o passar do
tempo.
O uso excessivo deste item predispõe ao comportamento não verbal, limitando a
interação face a face com a outra pessoa e o contato com o ambiente ao nosso redor, tanto dos
pais quanto para as crianças. Além disso, um estudo no Reino Unido para 251 pessoas, com
idades entre 18 a 66 anos, descobriram que 69,32% tem, pelo menos, uma vez por dia a um
episódio de phubbing, 8,76% tem uma duração deste acontecimento por mais de uma hora por
dia e é mais prevalente em mulheres.

Eis a razão de que a pediatra Jenny Radesky e outros profissionais salientam que o
suporte familiar e as competências de cada membro da família são importantes fontes de
informação para a criança e podem influenciar o modo como ela lida com a doença.
O entendimento mais importante é que não deve haver um único modo de promover
práticas parentais que favoreçam o desenvolvimento. Belsky (2005) estipula que em alguns
casos:

“o melhor caminho pode ser a promoção de relacionamentos conjugais; em outros, a


adequação de como os pais percebem as causas do comportamento da criança; em
outros ainda, a possibilidade de que os pais regulem melhor suas emoções negativas.”

Claro, se isso puder ser feito de maneira adequada, não há razão para não considerar
outros caminhos de influência potencial.

“Mapeamento dos estilos parentais possibilita a ampliação sobre o conhecimento em


torno de como as famílias contemporâneas se portam em nosso meio social, bem como lança
luz sobre como os filhos estão sendo preparados para compor a sociedade através dos valores
adquiridos.” (ROSA, 2012, p. 291). Elaborando uma observação para o futuro, é possível
identificar que o estudo dos estilos parentais pode contribuir para a prevenção de sequelas
psíquicas relevantes em seus comportamentos e ao mesmo tempo promover benefícios sociais.
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Além disso, os estilos parentais são determinados conforme as experiências que as


pessoas vivenciaram na infância até sua transformação em um pai. De acordo com Falcke
(2012, apud Kitamura, Shikai, Uji, et al. 2009), os estilos parentais são construções em parte
de como os pais perceberam sua própria criação. Sendo assim, o trabalho com os estilos
parentais na geração atual oportuniza uma possibilidade de intervenção terapêutica com vistas
às gerações futuras.

Então, coloca-se aqui a sugestão de uma continuidade deste estudo, através de novas
pesquisas aliadas a intervenções com os pais através de grupos sistematizados, palestras ou um
trabalho em conjunto, possibilitando que se reflita sobre os aspectos educativos dos filhos.
Todavia, muitos estudos indicam que o acompanhamento dos pais e a instrumentalização com
estratégias educativas eficazes e construtivas são, não só necessárias, mas promotoras de saúde
para as famílias e para as gerações futuras.

MÉTODO

Este estudo baseou-se em uma metodologia qualitativa de pesquisa, de caráter


descritivo, por meio de uma observação não-participante. Serão esclarecidos os
procedimentos metodológicos do tipo de pesquisa utilizado e os critérios para a seleção do
ambiente de estudo, o método de coleta de dados, a forma de tratamento desses dados.

Como este estudo buscar estudar as características afetivas em um contexto específico


e limitado numericamente, “a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade de
contagem, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, etc.” (GERHARDT; SILVIERA, 2009, p. 31). As características desta pesquisa
são: objetivação do fenômeno; hierarquização das ações de descrever; compreender, explicar
as relações entre o global e o local com determinado fenômeno; respeito ao caráter interativo
entre os objetivos buscados pelos investigadores, busca de resultados mais fidedignos possíveis;
oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências.

O método de observação para coleta de dados propõe o envolvimento do uso dos


sentidos, para ganhar conscientes e dirigidos conhecimentos que nos fornecem itens para nossa
pesquisa. Constitui a primeira etapa do método científico, que nos permite, a partir daí,
desenvolver uma hipótese e aplicar novamente a observação, para verificar se esta hipótese é
verdadeira. Sendo baseada na pesquisa qualitativa ou quantitativa, o observador desempenha
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um papel ativo, não interagindo com o objeto de sua observação, mas coletando informações
sobre padrões comportamentais e suas interações.

PROCEDIMENTOS

Para a realização deste trabalho, serão realizadas em um consultório pediátrico, situado


na cidade de Porto Alegre, RS; quatro observações, tendo uma duração média de 60 minutos
cada uma. Os registros das observações serão feitos com protocolos específicos e serão
transcritos e discutidos na integração teórico-prática deste trabalho.

RESULTADOS

O conjunto dos resultados demonstra a pertinência do estudo dos estilos de


parentalidade em âmbito médico familiar. Este trabalho contribui para a possibilidade de
aprofundar no campo teórico os conceitos de estilo de parentalidade, no âmbito dos serviços de
orientação e psicologia.

TABELA 1. Porcentagem de estilos parentais presentes em um consultório


pediátrico.
OBSERVAÇÃO TOTAL
Estilo Parental
I II III IV Nº %
Autoritário 2 0 0 0 2 15,4%
Autoritativo 2 2 2 1 7 53,8%
Indulgente 0 1 0 2 3 23,1%
Negligente 0 0 1 0 1 7,7%
Fonte: autoria própria (2018)

Pôde-se verificar na presente pesquisa que a maioria dos pais estão agindo de forma
considerada inadequada com seus filhos, apesar do índice elevado do modelo autoritativo. Os
resultados obtidos apontaram a presença: 7,7% de pais negligentes, 53,8% de autoritativos,
23,1% de indulgentes, e 15,4% autoritário, totalizando em 46,2% de pais que abordam um
modelo menos saudável de parentalidade.

No aspecto de uso de artigos eletrônicos, os participantes foram colocados em 2


principais grupos: aqueles que utilizaram o celular ou tablet, os que não utilizaram algum
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aparelho. A categoria de Desconhecidos está presente devido a entrada de novos pais no


consultório no final das observações.

TABELA 2. Número de pais que utilizaram o celular no consultório pediátrico


OBSERVAÇÃO TOTAL
Situação
I II III IV nº %
Celular utilizado 4 4 3 2 13 65%
Celular não utilizado 0 1 2 2 5 25%
Desconhecidos* 2 0 0 0 2 10%
Total 6 5 5 4 20 100%
Fonte: autoria própria (2018)
*Observação encerrada antes da chamada dos pais no consultório

Os dados obtidos estão limitados ao grupo dos pais devido que as crianças presentes
apresentavam uma idade jovem demais para o uso de aparelhos. Também foi notado que a
proporção de uso entre o casal fica em 55% da mãe e 10% do pai. Os dados desta investigação
tendem a confirmar um uso elevado dos celulares para o sexo feminino devido a uma maior
interação das mulheres com seus filhos, comparativamente aos homens, a quem os filhos
atribuem maior distância emocional, quer em termos de exigência quer em termos emocionais
de proximidade.

INTEGRAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA

Este trabalho tem como fundamentação teórica os modelos de estilos parentais de


Baumrind (1966, 1971, 1997), e particularmente as atitudes de exigência e responsividade
propostas por Maccoby e Martin (1983), que hipoteticamente se relacionam com fatores como
o género, a cultura e o nível de escolaridade dos pais.

Buscando compreender o que se passa na realidade com a qual trabalhamos, é preciso


nos apropriar de todo o conhecimento construído na academia para conseguirmos relacioná-los
com intervenções profissionais, para não cairmos no imediatismo e pragmatismos que
atravessam no nosso dia-a-dia profissional.

Em 1966, Diana Baumrind cunhou 3 termos para identificar os principais estilos


parentais, sendo eles o autoritário, autoritativo e permissivo. Em 1983, Maccoby & Martin
14

inseriram duas dimensões fundamentais ao modelo permissivo de Baumrind com o intuito de


melhor entender a complexidade e aplicabilidade das práticas educativas dos pais. Sendo a
exigência e a responsividade.

A exigência refere-se ao quanto os pais controlam o comportamento dos filhos, impondo


regras e exigindo o cumprimento delas em suas condutas. Para a responsividade, Costa, Teixeira
e Gomes (2000), colocam que “ela se refere àquelas atitudes compreensivas que os pais têm
para com os filhos e que visam, através do apoio emocional e da bi-direcionalidade na
comunicação, favorecer o desenvolvimento da autonomia e da autoafirmação”.

Figura 2 - Quadro de estilos parentais de Baumrind (1966) e Maccoby & Martin (1983)

Durante a primeira observação, foi identificado o primeiro modelo como autoritário


presente nas famílias 1 e 4. O funcionamento deste tipo se baseia em um comportamento que
avalia e controla de forma absoluta o comportamento da criança de acordo com regras
estabelecidas pelos pais. Caso não sejam cumpridas as ordens ou os filhos entram em conflito
sobre o ideal, os pais aplicam medidas punitivas.

A conduta da mãe (F1) apresenta esta mesma rigidez ao falar no telefone, ordenando
que outras pessoas devem fazer para ela. Também, quando seu filho buscou atenção, sua mãe
não demonstrou interesse e que a culpa de que o tablet não tinha energia, foi do menino por não
controlar seu tempo para carregá-lo.

No caso da família F4, a mãe já direciona a filha para a brinquedoteca enquanto utiliza
o celular. Buscando uma interação com a mãe sobre os brinquedos e não havendo resposta dela,
é considerado como uma conduta de alta exigência. Somado ao fato de que logo após a mãe já
coloca a filha no colo e impõe o uso do celular, define-se como de baixa responsividade – dois
fatores que assinalam uma parentalidade do tipo autoritária.

Seguindo com o tipo Autoritativo, este arquétipo é definido como os pais que
tentam direcionar as atividades de seus filhos de maneira racional e orientada; incentivam o
diálogo, compartilhando com a criança o raciocínio por detrás da forma como eles agem,
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solicitam suas objeções quando ela se recusa a concordar; exercem firme controle nos pontos
de divergência, colocando sua perspectiva de adulto, sem restringir a criança, reconhecendo
que esta possui interesses próprios e maneiras particulares; não baseiam suas decisões em
consensos ou no desejo da criança.

Os exemplos deste modelo podem ser identificados em todas as observações, iniciando


pelas famílias 2 e 3. Apesar de estar usando o celular, a mãe parecia dedicada a filha,
perguntando como se soletrava palavras, incentivando quando uma resposta estava certa,
perguntando como sua filha estava se sentindo e interagindo positivamente quando a criança
dançava ao seu lado na sala de espera. Para a mãe da família F3, ela demonstrou alta exigência
ao cuidar e responsividade ao interagir com ele em brincadeiras, pedir para que ela pudesse
limpar o nariz dele. Em resposta, o menino obedecia e não apresentou nenhum comportamento
agressivo ou birrento enquanto estava no colo da mãe e quando foi chamado para entrar pela
secretária.

Seguindo com a segunda observação, as famílias 1 e 3 dão mais exemplos sobre o


mesmo modelo. A família 1 apresentava o comportamento condizente com o estilo autoritativo,
com as diferenças que no aspecto de cuidados físicos (trocar a fralda e alimentar) a
responsabilidade caía mais para a mãe. Uma vez satisfeitas as necessidades, o pai também
interagia com brincadeiras, demonstrações de afeto e imposição de limites (momento que
ambos pais pedem que o filho não colocasse os brinquedos do consultório na boca).

Para os participantes da 3ª família, tanto a mãe quanto a avó do menino interagem com
ele, mostrando brinquedos e fazendo caretas. O ato onde ambas conversam com a outra mãe
(F2), demonstra uma empatia comumente visto no estilo autoritativo.

Na terceira observação, os primeiros pais presentes atendem as necessidades de fome e


sono da filha enquanto explicam a ela do porque seria melhor ela dormir após a consulta. A
forma de interação dual dos pais expressa um investimento condizente ao direcionamento de
atividades da criança, abertura ao diálogo e um equilíbrio das necessidades entre os pais e a
filha.

Com a chegada da terceira mãe e seu filho, é notada novamente a conduta autoritativa.
Apesar do menino estar dormindo, ela o conforta dentro do moisés e até coloca um cobertor
por cima para que as atividades da filha da F2 sejam menos barulhentas. A forma como estas
práticas são realizadas não condizem com os outros modelos, assim reafirmando um estilo
parental autoritativo.
16

A última família que apresenta a parentalidade autoritativa, é a F1 da 4ª observação.


Apesar do pai estar focado no celular em alguns momentos, todos os integrantes da família
aparecem estar focados nas brincadeiras do filho mais novo. A filha do casal, busca brinquedos
para que seu irmão se ocupe e descubra novas brincadeiras, a mãe e o pai do menino o
questionava sobre como os itens funcionava. A postura dos pais demonstram uma busca do
desenvolvimento do raciocínio lógico e a crescimento dos interesses próprios do filho.

Quando chamados pela pediatra, a filha permanece na sala realizando suas atividades,
isto, confirmando o desejo próprio de independência da menina e da confiança mútua dos pais
nela. O último exemplo deste modelo é visto durante a saída da família do consultório e o tema
da conversa entre os pais e a pediatra engloba a filha, informando-a sobre os cuidados de seus
joelhos devido a patinação – dando uma visão de perspectiva adulta para a menina.

Sucedendo com terceiro estilo parental denominado indulgente, a identificação deste


funcionamento é visto nas segunda observação, com a segunda família. Fica claro que a postura
da mãe em relação ao seu filho é de alta responsividade quando colocou o cobertor no bebê
conforto, atendendo as necessidades de afeto e comunicação e de baixa exigência devido à idade
da criança.

Mais uma família que foi identificada com a conduta parental indulgente foi com a
segunda família, na 4ª observação. Durante as brincadeiras do menino, a mãe pediu em vários
momentos que ele guardasse tudo para que pudessem ir embora. O padrão de conduta da mãe
é equivalente a baixa exigência e alta responsividade com comportamento afetuoso.

Quando a mãe do menino estava saindo de fato do consultório, seu filho começou a
folhar revistas. Na réplica, a mãe volta e pede que ele foque nela e que a tia dele tem uma
surpresa em casa para ele. A resposta do menino em folhar as revistas após o pedido da mãe é
um comportamento comum de perda de foco contra comportamentos de empatia, afirma
Alvarenga, Weber e Bolsoni-Silva (2016, apud Bolsoni & Marturano, 2008; Darling &
Steinberg, 1993; Weber & Ton, 2011). Estratégias indulgentes reduzem a capacidade de
autocontrole devido ao fato que os pais criam seus filhos de forma dependente e desenvolvem
uma baixa tolerância à frustração, como visto na saída do consultório da família F2.

No último caso deste modelo, a criança era mais velha. A mãe da família F3 da quarta
observação apresentou ser do tipo indulgente pois um dos assuntos que a filha trouxe era sobre
sua futura gravidez aos 25 anos e o que ela faria com sua vida aos 75 anos de idade. A réplica
17

da mãe teve um tom coercitivo por ser receptiva e pouco exigente contra a demanda da filha na
sua atual idade.

Finalizando com quarto tipo parental, o negligente, ele é reconhecido na segunda família
da 3ª observação. Já na entrada da F2 no consultório, a menina entra no consultório mirando a
área da brinquedoteca, enquanto sua mãe entrega os documentos para a secretária e já retira o
celular.

Para este caso, pode-se definir com precisão os comportamentos da mãe de baixa
responsividade e exigência, devido que sua filha apresenta um diagnóstico de autismo
(informação vinda da pediatra). Não é de se surpreender que este modelo esteja presente com
um diagnóstico de autismo, Baião (2008, apud Kastner et al., 2004; Pereira, F., 1996) coloca
que “quanto mais grave for a deficiência, maior será a angústia do agregado familiar,
especialmente dos pais, perante uma situação nova, inesperada, desconhecida e perturbadora”.

Somando aos eventos deste trabalho e a grande parte da literatura que tem buscado a
categorizar ou tipificar os diferentes estilos parentais, procura-se avaliar o impacto das práticas
parentais em diversas dimensões da vida das crianças.

A parentalidade autoritária, caracteriza-se pela imposição da obediência e do respeito


pela autoridade. Os pais autoritários são exigentes, pouco tolerantes e pouco compreensivos,
dando origem a filhos submissos. Cid (2017) coloca que estas práticas podem provocar emoções
intensas, como hostilidade, medo e ansiedade, revolta interferindo na capacidade de a criança
ajustar o seu comportamento às situações com que é confrontada. As necessidades da criança
não são tidas em conta.

O estilo permissivo é o oposto do autoritário. Muitos pais caem no modelo permissivo


devido ao medo do autoritário. Uma conduta que promove ainda mais a insegurança da criança,
já que todos precisamos de regras, limites e rotinas. O modelo de Maccoby & Martin define
que os pais permissivos são compreensivos, tolerantes e afetuosos. Utilizam pouco a punição e
evitam sempre que possível o exercício da autoridade ou a imposição de regras e restrições. No
entanto, não conseguem estabelecer limites, permitindo comportamentos desadequados
causadores de problemas. Evitando a todo o custo a punição, acabam por ser vistos por estas
como um recurso para a obtenção dos seus desejos e não como um modelo, nem como uma
figura de referência, responsável por guiar e orientar o seu comportamento.
18

Na educação negligente, estes pais não são nem afetuosos, nem exigentes, nem
compreensivos. Tendem a manter os seus filhos à distância, respondendo somente às suas
necessidades básicas. Não conseguem organizar-se de modo a fornecerem cuidados e apoio
continuados aos seus filhos. Ora estão, ora não estão. Demonstram pouco envolvimento, no dia-
a-dia e na socialização da criança, não supervisionando o seu comportamento, pois estão apenas
centrados em si próprios.
Por final, o modelo autoritativo, tem vindo a ser defendida como a mais equilibrada,
pois traduz-se num ambiente familiar com poucas tensões, traduzindo-se em pessoas mais
relaxadas, mais aptas a lidar com problemas (de forma otimista) e a sobreviver socialmente.
Parece também este estilo parental que mais vai de encontro aos direitos da criança, uma vez
que parece salvaguardar o nº2 do artigo 1878º do CCiv, segundo o qual “os filhos devem
obediência aos pais; estes, porém, de acordo com a maturidade dos filhos, devem ter em conta
a sua opinião nos assuntos familiares importantes e reconhecer-lhes autonomia na organização
da própria vida.”

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou identificar o funcionamento de tipos parentais presente no


comportamento dos pais, sob a premissa que os filhos estão enfermos. Além de verificar a
frequência do uso de artigos eletrônicos, celulares e tablets, usados pelos pais em um
consultório pediátrico. Foram utilizando os conceitos de Baumrind (1967, 1971, 1989, 1991a),
Maccoby e Martin (1983), sobre Parentalidade, onde foram propostos 3 principais tipos:
autoritário, autoritativo e permissivo (sendo que este foi dividido em indulgente e negligente).

Este trabalho aponta a inegável presença maioral dos tipos parentais menos saudáveis
para o desenvolvimento infantil em nossa atual sociedade. Além de assinalar um crescente
comportamento de dependência no uso de aparelhos eletrônicos, visando distanciar o convívio
entre indivíduos em meios sociais e até nas interações familiares.
O estudo realizado apresentou limitações importantes quanto: ao tamanho da população
observada, a média das idades das crianças presentes sendo muito jovem para a definição dos
estilos parentais de uma forma mais consolidada.

Apesar dos resultados obtidos, a dimensão do grupo necessitou ser de maior tamanho
para englobar a presença de todos os estilos parentais. A presença maior de crianças muito
jovens, limitou o escopo da observação.
19

A designação da amostra também pode ser considerada um fator limitante tendo em


vista que ela foi gerada de forma aleatória. Em outras palavras, o grupo foi escolhido de acordo
com os atendimentos presentes no consultório da pediatra.

Destaca-se, nos resultados deste levantamento, o maior interesse pelo desenvolvimento


não normativo dentro do contexto da parentalidade. Dada a importância do tema, torna-se
recomendado o desenvolvimento de mais projetos e pesquisas de aspectos não normativos de
desenvolvimento que visem um conhecimento aprofundado sobre a origem da constituição do
tipo parental presente na família.

Nessa direção, a promoção destes estudos podem compreender como eventos não
normativos desenvolvem competências e habilidades mais aprimoradas nas crianças dentro do
contexto familiar, na dada categoria parental.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Sandra D. Q. de. GÊNERO E ESTILOS PARENTAIS – um estudo sobre


a relação gênero dos pais e dos filhos e práticas dos estilos parentais. 2016 (Mestrado em
Educação Pré-Escolar e 1º Ciclo). Instituto Superior de Educação e Ciências. Lisboa.
As diferenças entre pesquisa descritiva, exploratória e explicativa. Pós-graduando.
Disponível em: <http://posgraduando.com/diferencas-pesquisa-descritiva-exploratoria-
explicativa/>. Acessado em 13 de abril de 2018
BAIÃO, Cátia F. Aliança Parental e estilos parentais em famílias com e sem crianças
autistas. 2008. Dissertação (Mestrado integrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação, Universidade de Lisboa, Lisboa.
BORSA, J. C.; NUNES, M. L. T. Aspectos psicossociais da parentalidade: O papel de
homens e mulheres na família nuclear. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 29, n. 64, p. 31-
39 jan./mar. 2011
BRÁS, P. M. F., Um olhar sobre a parentalidade (estilos parentais e aliança parental) à
luz das transformações sociais atuais. Lisboa, 2008.
CASSONI, Cynthia. Estilos parentais e práticas educativas parentais: revisão sistemática e
crítica da literatura. Ribeirão Preto, 2013.
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http://knoow.net/ciencsociaishuman/psicologia/parentalidade/>. Acessado em 20 de abril de
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escalas para avaliar estilos parentais. Psicologia: Reflexão e Crítica, UFGRS. Porto Alegre,
pp.465-473, 2000.
20

FERREIRA, L. B.; TORRECILHA, N.; MACHADO, S. H. S.; A técnica de observação em


estudos de administração. In: XXXVI Encontro da ANPAD. RJ, 2012. p. 5
FRANÇA, J., Tornar-se mãe em período perinatal: processos psíquicos de construção da
maternidade. 2013. Tese (Doutorado em Psicologia). Universidade de Brasília, Brasília
GOMES, Walter. Construção de vínculos parentais. TJDFT, 2015.
HOGHUGHI, M. (2004) Parenting: an introduction. In M. Hoghughi & N. Long (Eds),
Handbook of parenting: theory and research for practice. (pp. 1-18). London: Sage.
MARTINS, Eva D. Estilos Parentais. Janela Aberta à Família. Disponível em: <
https://www.janela-aberta-familia.org/pt/content/os-estilos-parentais>. Acessado em 12 de
maio de 2018.
Observação - Definição, conceito, significado, o que é Observação. Enciclopédia Culturama.
2013. Disponível em: < https://edukavita.blogspot.com.br/2013/01/definicao-do-metodo-de-
observacao.html>. Acessado em 20 de abril de 2018.
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Oliveira, Maxwell F. de. Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas
em Administração. Catalão: UFG, 2011.
PEREIRA, Dora I. F.; ALARCAO, M., Parentalidade Minimamente Adequada: Contributos
para a operacionalização do conceito. Aná. Psicológica, Lisboa, v. 32, n. 2, p. 157-171,
jun. 2014.
SILVEIRA, D. T.; GERHARDT, T. E., Métodos de Pesquisa. 1. ed. RS: Editora da UFRGS,
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SCHIFFMAN, L. & KANUK, L. Comportamento do consumidor. LTC Editora. 6a ed. 2000.
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SOUZA, T. da S. Estilos de Parentalidade – comparação entre estilos parentais de homens e
mulheres quanto às figuras materna e paterna em suas histórias de vida. TCC (Graduação em
Psicologia). Universidade Presbiteriana Mackenzie. SP, 2013.
TINOCO, Rui; SOUZA, Nuno P. de; CLÁUDIO, D. Estilos parentais e promoção da saúde.
Programa Alimentação Saudável em Saúde Escolar (PASSE). 1ª Edição. ARS NORTE, Lisboa
2011
WEBER, Lidia N. D. et al. Identificação dos Estilos Parentais – o ponto de vista dos pais e
dos filhos. UFPR. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2004, 17(3), pp.323-331
WEBER, Lidia N. D.; BRANDENBURG, Olivia J.; VIEZZER, Ana P. A relação entre o estilo
parental e o otimismo da criança. Psico-USF. 2003, vol.8, n.1, pp.71-79.
21

ANEXOS

PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO I

IDENTIFICAÇÃO DO OBSERVADOR: Christopher Robert Lewis


DATA DA OBSERVAÇÃO: 11/05/2018
HORÁRIO INÍCIO: 10:35 HORÁRIO TÉRMINO: 11:30
Descrição do local: Consultório Pediátrico localizado na Rua Cel. Lucas de Oliveira, 1937
/ Sala 305 em Porto Alegre. A observação ocorreu na sala de espera que disponibiliza dois
bancos (um para 5 pessoas e o outro para 2), 5 puffs, uma TV, um ar-condicionado e uma
área pequena com brinquedos para diversas idades.
Descrição dos participantes
F1 = Mãe com 1 filho
F2 = Mãe com 1 filha
F3 = Mãe com 1 filho (entrou primeiro)
F4 = Mãe com 1 filha (entrou em seguida)
Descrição das atividades observadas
F1: Ao início da observação, F1 estava sentada no banco maior, focada no celular enquanto
que seu filho sentava do lado dela brincando com os itens encontrados na brinquedoteca. Ele
parecia inquieto, entediado. Seu filho a chamava várias vezes para que ele pudesse mostrar
algo, mas a mãe só respondia pela 5ª vez ao ser chamada. Em um momento ela perguntou
por que ele não brincava com o celular/tablet dele, e ele respondeu que estava sem bateria. A
mãe fala: “Problema teu”. Depois o menino deitou-se nos puffs e a mãe continua no celular.
Em seguida, ela começa a realizar ligações indicando que alguém precisaria buscar outras
crianças, deixa-las prontas para que outro sujeito às levassem para a escola. A mãe chamou
a atenção dele para que ele sentasse direito e o menino voltou a focar nos brinquedos até ser
chamado pela médica. Esta mãe apresentava ter pouca paciência e ter uma voz muito
autoritária.
22

F2 encontrava-se no banco menor, também utilizando o celular. Sua filha também brincava
com os itens da brinquedoteca. Apesar do foco principal ser o celular, a mãe da menina
respondia quando a filha a chamava. A menina ficou soletrando a palavra SALA e a mãe a
apoiava dizendo “Isso mesmo, filha”.
Poucos momentos depois a mãe questionou sua filha sobre o braço dela, como estavam as
alergias. Respondendo que estava tudo bem, a filha ficou dançando e cantando ao redor da
mãe até ser chamada pela médica.

F3 entrou no consultório com seu filho. Enquanto ela buscava informações com a secretária,
ela acariciava seu filho. Quando sentou no banco menor, fez com que o filho assoasse o nariz
(ela segurando o papel) e em seguida, buscou o celular deixando o menino brincar. Mesmo
olhando para o celular, F3 dá alguns comentários para as brincadeiras do filho.
Após 15 minutos, F3 pede para que seu filho guarde todos os brinquedos que ele buscou. Ela
preza organização. Em seguida, ela puxa ele para cima do colo dela, onde começa a acaricia-
lo e um balbucio inicia entre os dois.
Após alguns minutos, o menino sai do colo da mãe e brinca de serrar o braço dela com um
dos brinquedos enquanto que ela fica olhando TV. Quando chamado pela secretária, ele entra
e ela pergunta “Será que a mãe entra junto?” Na terceira chamada, F3 para de usar o celular
e se atenta que está sendo convidada para entrar na sala médica.

Enquanto isso, F4 entra no consultório com sua filha. Repete-se a cena onde a mãe chega,
mostra os brinquedos e em seguida, vai manejar o celular. A menina busca alguns brinquedos
e mostra-os para a mãe, sem muita resposta da mesma.
Em seguida, F4 pega a filha no colo e sussurra algo. Terminando a fala, ela começa a brincar
com a filha. A brincadeira durou quase 2 minutos entre a duas, mas a F4 já pega o celular
para mostrar alguns vídeos para a filha. Seguidamente, ambas são chamadas pela médica.

Prontamente, entram no consultório mais 2 mães e seus filhos, assim encerrando a


observação.

PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO II

IDENTIFICAÇÃO DO OBSERVADOR: Christopher Robert Lewis


23

DATA DA OBSERVAÇÃO: 15/05/2018


HORÁRIO INÍCIO: 10:15 HORÁRIO TÉRMINO: 11:38
Descrição do local: Consultório Pediátrico localizado na Rua Cel. Lucas de Oliveira, 1937
/ Sala 305 em Porto Alegre. A observação ocorreu na sala de espera que disponibiliza dois
bancos (um para 5 pessoas e o outro para 2), 5 puffs, uma TV, um ar-condicionado e uma
área pequena com brinquedos para diversas idades.
Descrição dos participantes
F1 = Pai e Mãe com filho (entre 9 a 12 meses de idade)
F2 = Mãe com filha (bebê de colo)
F3 = Vó e Mãe com neto/filho (bebê de colo)
Descrição das atividades observadas
F1: Ao início da observação, já estavam presentes na sala. A família estava concentrada
olhando TV (episódio da Peppa Pig). Nos intervalos, a mãe brincava com o menino,
levantando seus braços, sorrindo para ele e cantando. O pai verificava seu celular.
Quando a mãe notou que o menino precisou trocar de fralda, ela pegou a criança e 2 bolsas,
com roupas, fraldas e apetrechos do menino, no colo e se direcionou à secretária para poder
usar o trocador. O pai pergunta se ela precisa de ajuda, e comenta que o trocador está ao lado
da porta ao entrar. Descobriu quando veio para a consulta anterior, acompanhado de sua
sogra. Quando a mãe do menino negou ajuda, o pai voltou a usar seu celular.
Ao retornar da troca da fralda, a mãe comentou como seu filho chorou ao ser deitado. Em
resposta, o pai em uma fala infantil perguntou ao filho “Tava chorando, hein?”. Em seguida,
ambos pais falam com o menino com um tom calmo.
Após 15 minutos, a mãe levou o menino para a área de brinquedos, sentou com ele e ficou
mostrando todos os objetos. O pai permaneceu sentado, focado ou na TV ou no celular. Logo
em seguida, 2 minutos, o pai se levanta e fica ao lado da esposa e filho. Em resposta, o menino
sobe no colo do pai.
Enquanto que o menino manuseava os brinquedos, ele jogava com o pai. A mãe dizia para
seu filho que ele não podia colocar aqueles itens na boca. Em seguida, a mãe pega um livro
de sua sacola e começa a ler. Como o menino não demonstrou interesse, a mãe pega nas mãos
dele e começa a treinar um “caminhar” em cima do banco. O pai permanece sentado.

F2 – 10:50: Mãe entra no consultório com seu bebê no moisés. Como ele se encontra
dormindo, a mãe usa seu celular.
24

F1: com a chegada de um bebê, os pais tentam conversar sussurrando, com seu filho para que
ele não fale alto porque o bebe estava dormindo. O menino, sentado no colo da mãe focou
novamente na TV, o pai usava o celular e mãe tinha fechado os olhos. A pediatra os chama
em seguida.

F2: com a saída de F1, a secretária perguntou se o bebê dela estava dormindo, e se sim, será
que ela poderia trocar o canal. A mãe responde que podia trocar, mas não faria diferença pois
não tinha o hábito de olhar TV pois não tinha sinal aberto. Continuou dizendo que seu
interesse era em séries e Netflix (acervo digital de filmes e séries). Após sua resposta, voltou
para a tela de seu celular.

F3 – 11:15: Mãe entra com seu filho em um bebê conforto. Logo em seguida entra a avó do
bebê.
Depois de se acomodar, a mãe começa a tirar fotos do filho com o celular. A avó pergunta se
ela poderia ajudar a tirar as fotos, mas a mãe responde que não precisava mais.
A avó do menino olhou para o outro bebê e perguntou à mãe (F2), que idade seu filho tinha.
F2 responde 10 meses. Inicia-se uma conversa entre as 3 participantes.

- A avó (F3) comenta que seu neto nasceu prematuro, com 27 semanas.
- F2 responde que “é um trabalhão ter filhos”, que nunca imaginaria que ela seria mãe com
38 anos. Já se imaginava uma mãe-avó devido a sua idade.
Após o comentário, as 3 mulheres focam em seus celulares. F3 (avó), ao pegar seu neto no
colo, F2 comenta “Hoje tá um dia bom. Normalmente esse lugar tá sempre cheio. No início
eu não gostava de vim porque era muita gente junto, criança com criança.”
A avó (F3) respondia com “Ah é?”, tendo uma postura complacente. A mãe (F3) continuava
a usar o celular.

Após o diálogo, a secretária perguntou à F3 quando é que ela poderia marcar a próxima
consulta do bebê. A mãe e a avó conversaram entre si até concordarem em uma data em que
ambas pudessem vir. Novamente as 3 mulheres resumem ao uso de seu celular.
Encerra-se a observação.
25

PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO III

DENTIFICAÇÃO DO OBSERVADOR: Christopher Robert Lewis


DATA DA OBSERVAÇÃO: 06/06/2018
HORÁRIO INÍCIO: 14:50 HORÁRIO TÉRMINO: 16:20
Descrição do local: Consultório Pediátrico localizado na Rua Cel. Lucas de Oliveira, 1937
/ Sala 305 em Porto Alegre. A observação ocorreu na sala de espera que disponibiliza dois
bancos (um para 5 pessoas e o outro para 2), 5 puffs, uma TV, um ar-condicionado e uma
área pequena com brinquedos para diversas idades.
Descrição dos participantes
F1 = Pai e Mãe com filho (entre 0 a 6 meses de idade)
F2 = Mãe com filha (entre 18 meses a 2 anos de idade)
F3 = Mãe e Pai com filho (bebê de colo e recém-nascido)
Descrição das atividades observadas
F1 = Ao início da observação, os pais já estavam presentes no consultório. A filha do casal
choramingava enquanto que seus pais tentavam acalmá-la, eles sabem que ela está com sono
e fome. Em seguida, a mãe brinca com sua filha, dando beijos, abraços, sorrisos e fazendo
expressões enquanto que o pai rapidamente dá uma olhada nos papéis em sua valise. O
assunto comentado entre eles se resume aos acontecimentos com os colegas de trabalho do
marido.
Em seguida, a mãe se posiciona no canto da sala com a filha no colo. Poucos minutos depois,
ela alcança a filha para o marido para que a menina pudesse arrotar. Depois do arroto, o pai
começa a estimular a filha com mais intensidade, mostrando animais, fazendo sons e beijando
a barriga da filha.
Depois que mãe se organiza com os objetos e bolsas, ela foca sua atenção para os dois. Ambos
pais estão brincado com a filha, mostrando a boneca Minnie e imitando sua voz. A mãe decide
tirar fotos. O pai fala para a filha não pegar os brinquedos e colocá-los na boca devido a
sujeira neles.
Após alguns minutos de brincadeira com o pai, a bebê começa a gritar mais alto, de sono, e
a mãe a toma para fazê-la relaxar. Cessando o choro cessa, ambos reiniciam o manejo dos
brinquedos. A mãe comenta que é melhor que a bebê durma depois da consulta, o pai
26

concorda e busca uma lista de perguntas para a médica. Após este momento, a médica os
chamam.

F2 = A mãe entra com sua filha às 15:40. A menina já se direciona aos brinquedos enquanto
que a mãe senta no sofá, buscando seu celular e pedindo a senha do Wi-fi.
Não havendo interesse, a menina senta ao lado da mãe batendo os pés no banco. Mãe e filha
ocupam 4 assentos do banco maior. A mãe da menina oferece o celular para a filha e
menciona os brinquedos presentes no consultório, com intuito da filha escolher eles para
brincar. Entretanto, a filha aceita o celular e dá as costas para mãe, e em resposta a mãe senta
ao lado da filha de braços cruzados.
Após alguns minutos, a menina começa e bater o pé no banco novamente e fazer barulhos
com a boca, tentando falar palavras, mas com um atraso significativo. A mãe não chama a
atenção da filha sobre seu comportamento e sim pede que troque de vídeo no celular, a
musiquinha estava deixando a mãe irritada.
O celular começa a receber algumas notificações e a mãe pede para olhá-lo. Ela manda a filha
pegar os brinquedos da brinquedoteca.
Houve momentos em que a menina pega o brinquedo a fica caminhando pelo consultório
com ele nas mãos. Quando focada no jogo (pirâmide de anéis), a mãe comentava para a filha
que ela deveria colocar os anéis na ordem certa para que todos coubessem. Em outros
instantes, a menina jogava os anéis no chão fazendo que a sua mãe a guiasse de volta para o
sofá.
Após a terceira vez, a menina ficou no sofá e começou a dar gritos com episódios de tosse.
A mãe da menina, parava de usar o celular e dizia para filha que “era só uma tosse” sem
mencionar que os gritos da menina poderiam acordar o bebê da F3.
Durante a troca de atendimentos (a F3 entrou antes da F2), a secretária liga a TV. A menina
pega um dos brinquedos e senta no chão em direção a TV, focada em sua brincadeira. A mãe
ainda continua usando o celular.
Em seguida, a menina começa a olhar para a secretária. Ela em resposta, avisa a mãe que sua
filha está olhando as fotos dos outros bebês no mural. A mãe ri e chama sua filha de volta
para o sofá.
*Ao descobrir que a F2 seria seu próximo atendimento, fui notificado de que a menina
apresenta ser autista.
27

F3 = A mãe entra com seu filho em um bebê conforto às 15:43. Ela coloca um cobertor em
cima do moisés, balançando-o para tentar fazer seu filho dormir. O pai/marido entra no
consultório logo em seguida. A conversa entre os dois se resume a atividades da mãe no dia
anterior.
O casal permanece conversando em um tom mais baixo – ela sentada no puff e o marido em
pé. Logo depois, a médica os chamam para entrar.

Encerra-se a observação.

PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO IV

IDENTIFICAÇÃO DO OBSERVADOR: Christopher Robert Lewis


DATA DA OBSERVAÇÃO: 07/05/2018
HORÁRIO INÍCIO: 09:35 HORÁRIO TÉRMINO: 10:30
Descrição do local: Consultório Pediátrico localizado na Rua Cel. Lucas de Oliveira, 1937
/ Sala 305 em Porto Alegre. A observação ocorreu na sala de espera que disponibiliza dois
bancos (um para 5 pessoas e o outro para 2), 5 puffs, uma TV, um ar-condicionado e uma
área pequena com brinquedos para diversas idades.
Descrição dos participantes
F1 = Pai, mãe, filha e filho
F2 = Mãe e filho
F3 = Mãe e filha
Descrição das atividades observadas
Ao início da observação, já estavam presentes na sala, F1 e F2.
F1: A mãe e seus filhos estavam sentados em um banco enquanto o pai estava a sua frente,
mexendo no celular. O menino aparenta ter um pouco mais de um 1 ano de idade, enquanto
que menina tinha 11 anos.
Ao mesmo tempo que o menino se divertia com seus brinquedos, um deles caiu no chão,
fazendo um barulho alto no ambiente. Prontamente, ambos pais perguntaram a ele, se ele
tinha sofrido um acidente. A resposta do filho foram risos, e o pai volta para seu celular e a
mãe observa o filho da F2. A filha, observa e interage em certos momentos com seu irmão
buscando mais brinquedos para ele explorar. O pai guarda o celular e começa a olhar a TV,
28

enquanto que a mãe dá sua atenção para seus filhos, conversando com eles, perguntando que
tipo de brinquedo eles tinham.
Logo após a saída da F2, o pai comenta algo inaudível a sua esposa e ela responde: “É
algumas coisas não se pergunta”. Após 20 minutos de espera, a pediatra chama o casal com
o menino, e a filha permanece na sala de espera. Ela começa a manusear e desenhar os
brinquedos presentes.

F2: O filho, mostrando ter possivelmente 2 anos de idade, da F2 encontrava-se no chão,


brincando com os itens encontrados na brinquedoteca. Enquanto utilizava o celular, a mãe
pede que seu filho guarde os brinquedos porque iriam embora logo.
Calmamente, o pedido de guardar os brinquedos é feito por mais 3 vezes. O menino começa
a desmontar os itens. A mãe da F1 comenta que como é interessante o filho da F2 guardar as
os itens por cor. A mãe F2 responde que ele sempre faz isso, armazenando tudo ou por cor,
tamanho ou tipo.
Quando a mãe do menino já se encontra na porta do consultório, seu filho começa a folhear
uma revista. Ela volta, pegando ele pela mão e comenta que ele precisa focar e que eles
precisam ir para casa porque teria uma surpresa – uma das tias do menino estava visitando e
possivelmente ela teria uma surpresa para ele. Permaneceram quase 20 minutos no local sem
entrar na sala da pediatra, durante a observação.

F3: Às 10:08, ambas entram no consultório. A menina senta enquanto sua mãe entrega os
documentos para a secretária. A jovem aparenta ter 13 anos de idade. O assunto da conversa
iniciada se referia a Copa 2018, que times que ganharam e perderam até o momento. O
segundo tópico se referiu a futura gravidez da menina aos 25 anos e como ela teria sua vida
aos 75 anos de idade. Após 15 minutos de espera, a pediatra as chamam.

F1: às 10:22, o casal sai, finalizando alguns comentários sobre o menino. A mãe comenta à
pediatra que sua filha faz patinação. Em resposta, a médica faz um rápido teste de
elasticidade. Por alguns minutos, conversam sobre a elasticidade dos joelhos da menina. Com
o choro do menino aumentando, encerra-se a conversa.

Encerra-se a observação.

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