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Estabilidade hegemônica no âmbito da

integração comunitária internacional

José de Ribamar Barreiros Soares

Sumário
Introdução. A tese da estabilidade hegemô-
nica. O poder dominante como elemento de
equilíbrio da heterogeneidade. Conclusão.

Introdução
Tema de grande importância no campo
das relações internacionais, a integração
comunitária vem suscitando variadas espe-
culações de ordem acadêmica, nos diversos
setores do conhecimento científico.
A União Européia é atualmente o para-
digma desse processo de criação e funcio-
namento de uma Comunidade supranacio-
nal, com Instituições representativas dos
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
que se sobrepõem às Instituições Nacionais,
havendo transferência de poderes por parte
dos Estados-Membros em favor das Insti-
tuições da Comunidade.
Um dos aspectos que deve ser discutido
diz respeito ao centro ou centros de poder
que possibilitam o surgimento e a manuten-
ção dessas Comunidades, ainda que te-
nham um intuito apenas econômico. Até
José de Ribamar Barreiros Soares é Consul- mesmo porque esse acordo, inicialmente
tor Legislativo da Câmara dos Deputados, Ad-
econômico, pode ser o germe, o embrião de
vogado, ex-Professor Assistente de Direito da
Universidade de Brasília, Professor de Direito
uma integração muito maior.
Administrativo do Instituto de Educação Supe- Foi isso, por exemplo, que ocorreu com a
rior de Brasília – IESB, Mestre em Direito Pú- União Européia, cuja pedra fundamental foi
blico pela UnB e Mestre em Ciência Política a Comunidade Européia do Carvão e do Aço
pela Paris I – Panthéon Sorbonne. – CECA.
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A tese do poder dominante ganha realce nações são aspectos levados em considera-
com relação à criação da comunidade, seu ção na explicação da liderança hegemônica.
relacionamento com outras comunidades
internacionais, a manutenção do seu elo de O poder dominante como elemento de
integração e sucesso de suas operações. equilíbrio da heterogeneidade

A tese da estabilidade hegemônica A tese da hegemonia volta a ter impor-


tância no estudo das comunidades interna-
Robert Gilpin, no início dos anos 70, de- cionais, principalmente em face da dispari-
dicou-se a examinar o relacionamento exis- dade de situação econômica, tecnológica,
tente entre o poder político e a abertura eco- cultural e social dos diversos Estados-Mem-
nômica internacional. bros. Os países mais fracos, menos desen-
Charles Kindleberger estabeleceu um lia- volvidos e mais pobres não têm condições
me entre o declínio econômico da Inglater- de oferecer sustentáculo à Comunidade no
ra, a ascensão dos Estados Unidos e a gran- mesmo nível de outros países mais desen-
de depressão. A partir desses estudos, con- volvidos. Assim, um ou mais países terão
solidou-se na literatura científica uma nova de despender maiores esforços ou oferecer
tese denominada “teoria da estabilidade maiores garantias econômicas no sentido da
hegemônica”. viabilidade da integração. Conseqüente-
De acordo com Gilpin, a teoria, idealiza- mente, para que possam oferecer maior pro-
da por Kindleberger, leva à afirmação de que teção aos menos privilegiados, dependerão
“uma economia mundial, liberal e aberta de mais poderes e terão uma participação
requer a existência de um poder dominante mais ativa e de maior peso nas negociações
ou de uma estabilidade hegemônica”. e deliberações.
Referida teoria, em seguida, foi estendi- Essa aparente desigualdade, todavia,
da para a política internacional como um atua como um mecanismo de equilíbrio que
todo. Citando Snidal, a presença de um po- impede o desfazimento do vínculo político
der dominante no cenário político interna- e econômico existente entre esses Estados-
cional produz a concretização de desejos Membros.
comuns. Por outro lado, a sua ausência en- Essas forças tanto incidem na criação
contra-se associada à desordem no cenário como na manutenção e sobrevivência da
mundial e resultados desastrosos para os Comunidade Internacional. No contexto da
países individualmente. União Européia, foi a iniciativa do Ministro
David Lake sustenta a tese que a teoria dos Negócios Estrangeiros francês Robert
da estabilidade hegemônica, mais que uma Schuman que levou à assinatura do Trata-
simples teoria, revela-se um programa de do que instituiu a Comunidade Européia do
pesquisa composto de duas teorias analiti- Carvão e do Aço. Essa iniciativa veio rom-
camente distintas. Primeiramente, na linha per com o tradicional confronto franco-ale-
de Kindleberger, encontra-se a teoria da li- mão, lançando as bases para uma futura
derança, cujo foco se centraliza nos bens federação européia de estados soberanos,
públicos e na estabilidade internacional. A na expressão do Primeiro Ministro francês
segunda variante é o que Lake chama de Lionel Jospin.
teoria hegemônica, a qual busca explicar Em seguida, foi assinado um tratado por
modelos de abertura econômica internacio- Adenauer e De Gaullle, a fim de estabelecer
nal. Um aspecto importante, destacado na uma estreita colaboração política entre o Es-
teoria da liderança, diz respeito às suas ca- tados, que viria a atrair outros Estados sobe-
racterísticas. A manipulação de incentivos ranos. A aliança entre a França e a Alemanha
materiais e a confiança das elites em outras funcionou como uma força dominante e atra-

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tiva para que outros Estados se unissem à estavam removidos os últimos obstá-
Comunidade, em busca de interesses comuns. culos. Todos os Estados ratificaram o
A partir daí, a Comunidade foi sofrendo Tratado depositando em Roma os res-
alargamentos posteriores, a partir da lide- pectivos instrumentos de ratificação.
rança estabelecida inicialmente pela Fran- Com quase um ano de atraso, o Trata-
ça e pela Alemanha. A cimeira de Haia de do entrou finalmente em vigor em no-
1º e 2 de dezembro de 1969 representou um vembro de 1963" (1997).
passo importante para o desenvolvimento Essa análise ganha relevo no âmbito de
da integração comunitária. Aprovou-se a uma comunidade de Estados de grande he-
criação da União Econômica e Monetária terogeneidade política, econômica e cultu-
em 1980 e foram feitas várias modificações ral, como um fato de real importância para
institucionais no contexto da Comunidade. a existência e manutenção da integração
A importância política exercida pelas comunitária internacional.
forças dominantes dentro desse contexto fica Questão que vem sendo discutida mais
exposta nas dificuldades que se verificaram recentemente é a cimeira de Nice, de grande
para a aprovação do Tratado de Maastricht. importância para o alargamento da União
Neste ponto, vale ressaltar o comentário de Européia.
Werner WEIDENFELD e Wolfgang WES- Concernente à cimeira de Nice, discute-
SELS, como se segue adiante: se a existência de uma concentração de po-
“A ratificação do Tratado de Maas- der nas grandes potências da União Euro-
tricht pelos diversos Estados-Mem- péia e de conseqüente dominação dos paí-
bros foi mais difícil e demorada que ses mais pobres e de menor dimensão.
se esperava. Na Dinamarca, Irlanda e O fato explicativo dessa realidade seria
França realizaram-se referendos: en- uma crise econômica no contexto da União
quanto isso nos dois últimos países o Européia, que estaria provocando a acele-
resultado foi favorável à ratificação do ração da anexação de novos países do cen-
Tratado, na Dinamarca 50.7% do tro e do leste europeu, com o objetivo de con-
eleitorado votou contra Maastricht, quistar novos mercados e novas reservas de
ameaçando assim bloquear as impor- mão-de-obra.
tantes reformas contidas no Tratado. Poderíamos, a partir desse ambiente, fa-
O ano de 1992, a data ‘mágica’ da ple- lar em uma possível hegemonia da Alema-
na realização do mercado interno, nha sobre o continente europeu?
marcou uma viragem nas atitudes pe- A revista The Economist, comentando a
rante a integração européia. Embora cimeira de Nice, destacou os seguintes as-
o ‘não’ dos dinamarqueses, após a pectos representativos das decisões toma-
adoção duma série de compromissos, das no âmbito desse evento:
se tenha entretanto convertido num – criação de condições para o alarga-
‘sim’, a notória impenetrabilidade do mento da UE aos países do centro e do leste
texto do Tratado da União Européia europeu;
determinou, em grande medida, o sur- – a retirada do direito de veto aos peque-
gimento de agitados debates, sobretu- nos países membros da UE numa série de
do na Alemanha e na Grã-Bretanha. domínios importantes e a perda de poder
Após o Parlamento britânico ter final- relativo daqueles nas decisões por maioria;
mente votado a favor do Tratado e de – a consagração institucional das cha-
o Tribunal Constitucional da Alema- madas “cooperações reforçadas”, por meio
nha ter recusado dar seqüência às das quais um grupo de pelo menos oito p aí-
ações apresentadas conta o Governo ses-membros pode avançar com medidas de
alemão por ter assinado o Tratado, integração econômica ou política, sem ter

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de se sujeitar às regras e órgãos do conjun- conversaram na sexta-feira, em Ram-
to da União Européia; bouillet, nas cercanias de Paris, com
– a quebra de influência do chamado eixo o presidente e com o primeiro-minis-
franco-alemão, devido à perda de poder da tro franceses, Jacques Chirac e Lionel
França e ao acréscimo de poder por parte da Jospin. A reunião tratou da prepara-
Alemanha; ção da presidência francesa da EU no
– a diminuição do poder e influência da próximo semestre – que será respon-
Comissão Européia, em favor dos órgãos sável por lançar as bases das refor-
intergovernamentais, como o Conselho de mas institucionais que prepararão a
Ministros da UE, cuja estrutura de decisão ampliação da EU na chamada Confe-
ficou ainda mais desequilibrada a favor das rência intergovernamental (CIG).”
grandes potências; Pode-se notar na formação dessa Comu-
– a subordinação do sistema de defesa nidade bem como, no seu desenvolvimento
européia e de um hipotético e futuro “exército e consolidação, a formação de um poder
europeu” à estrutura e às decisões da NATO. dominante, responsável pela sobrevivência,
De fato isso vem ao encontro das preten- manutenção e tomada de decisões no con-
sões da Alemanha de recuperar um papel texto da União Européia.
vanguardista na consolidação da União Seria difícil estudar o processo de alar-
Européia. Neste sentido, os pronunciamen- gamento da União Européia sem passar por
tos do Ministro das Relações Exteriores da uma análise dessa questão, que vai-se tor-
Alemanha, cujos planos incluem as seguin- nando cada vez mais visível nas negocia-
tes medidas: ções efetuadas pelos Estados-Membros.
– criação de um Parlamento Europeu Representando a França, o Presidente
com duas câmaras; Jacques Chirac vê nesse acordo “um enor-
– elaboração de uma Constituição euro- me sucesso”, posição não compartilhada
péia; por outros países que integram a União.
– transformação do Conselho Europeu O representante do Parlamento Europeu
em um governo; deu sinais de uma possível rejeição pelo Par-
– eleição de um presidente com amplos lamento do documento aprovado em Nice.
poderes executivos. O líder da Comissão Européia, Romano
As evidências políticas conduzem à Prodi, também declarou seu desapontamen-
idéia de um centro de gravitação da federa- to com a tentativa de alguns países de fortale-
ção européia, defendida pelo governo ale- cer seus poderes de voto em diversas áreas.
mão. Nesse caso, a França e a Alemanha Neste ponto, vale dizer que um país (ou
seriam esse centro gravitacional, em cuja mais de um) torna-se o pilar de sustentação,
órbita circundariam os demais Estados- o poder de coesão dentro da Comunidade,
Membros da União Européia. que permitirá a sua sobrevivência.
O Jornal Correio Braziliense do dia 18 de Numa União de 30 países, seria impos-
maio de 2000, sob o título “União Européia sível manter o mesmo grau participativo
discute federalismo”, trazia a seguinte re- para todos os integrantes, nas tomadas de
portagem: decisões. As forças dominantes são um ins-
“A coordenação franco-alemã é o trumento de salvaguarda dos interesses co-
eixo da visão européia que Fischer muns dos Estados-Membros, do bem-estar
expôs na semana passada, em um econômico, da competitividade no plano
seminário na Universidade de Hum- internacional, da manutenção da paz e do
boldt, em Berlim. Para sacramentar desenvolvimento.
essa recuperada vocação europeísta, No que tange ao Mercosul, podemos des-
o chanceler Gerardt Schröder e Fischer tacar o Brasil, como o País de maior pode-

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rio, com maior estabilidade econômica, so- “Registre-se que o Mercosul, quan-
cial e política e aquele que melhores condi- do da abertura ao mundo, através da
ções tem de cumprir os acordos internacio- aliança Brasil/Argentina, adquiriu
nais. Dessa forma, podemos inserir o Brasil, toda sua dimensão, na medida em que
no contexto do Mercosul, como a força do- está alicerçado em um real esforço de
minante necessária para a estabilidade do transformação produtiva, dando lu-
mercado comum. gar a uma visão de grandes espaços
No período de 91 a 95, o crescimento mais econômicos a serem alcançados junto
significativo no plano econômico, no contex- à OMC. Com isto, nota-se que a alian-
to do Mercosul, havia sido da Argentina. ça entre o Brasil e a Argentina não foi
Nesse período, o crescimento acumulado foi circunstancial, bem como não visou
da ordem de 31,7%, comparado com as eco- apenas ao intercâmbio comercial.
nomias dos demais parceiros, que oscilaram Teve um sentido histórico e estratégi-
entre 14 e 18%. Isso colocava a Argentina ao co, iniciando-se por Sarney e Alfon-
lado do Brasil como forças hegemônicas em sín, e atualmente sendo seguido por
relação aos outros países do Mercosul. Menen e Cardoso” (p. 101).
Todavia, com a recente crise que se abateu Podemos ainda destacar a liderança bra-
sobre a Argentina, não há mais dúvidas de sileira, quanto à proteção ambiental, como
que o centro gravitacional do Mercosul con- exemplo e influência positiva para os de-
centrou-se no Brasil, atualmente como pilar mais parceiros do Mercosul, inclusive para
de sustentação do mercado comum, tanto no as Reformas Constitucionais da Argentina
plano político, como econômico e social. e Paraguai nesse tema.
Isso se torna mais evidente, ainda, no Neste ponto, vale a pena citar o comen-
caso do Mercosul, quando se observa que tário de Maristela BASSO, no seguinte sen-
os países que o compõem, de modo geral, tido:
são países em desenvolvimento e com bai- “No âmbito do Mercosul, com a in-
xos níveis de renda per capita. Estabelece- tenção de consolidar os meios neces-
se uma prioridade para o processo de de- sários para a coordenação dos instru-
senvolvimento econômico dos países que mentos normativos sobre o meio am-
integram esse mercado comum, o que acaba biente, o Subgrupo de Trabalho nº 09
por confirmar a existência de uma estabili- (Política Energética) apresentou, ain-
dade hegemônica como fator de sustenta- da no período de transição, uma Re-
ção da integração econômica em jogo. comendação ao Grupo Mercado Co-
Com relação à política industrial, no con- mum, visando à preparação de uma
texto do Mercosul, o Brasil aparece como lí- reunião especializada, de caráter per-
der, vindo a Argentina em segundo lugar. manente, sobre o meio ambiente, vi-
Além disso, mencione-se o fato de que o Bra- sando à harmonização legislativa dos
sil é o principal responsável pela projeção instrumentos normativos nacionais
do Mercosul no ranking mundial, em nível dos quatro países.
de competitividade mundial, como bem des- Outro importante passo dado em
taca Hebe Teixeira Romano Pereira da Sil- relação à tutela do meio ambiente é o
va, em sua obra O que o Brasil precisa saber Acordo Parcial de Cooperação e In-
sobre o Mercosul. tercâmbio de Bens Utilizados na De-
Na própria formação e nascimento do fesa e Proteção do Meio Ambiente,
Mercosul, vamos encontrar as posições do- entre Brasil e Argentina, firmado em
minantes do Brasil e da Argentina, como 27 de junho de 1992, em Las Leñas,
deixa entrever a seguinte passagem de que tem como base o Tratado de Mon-
HEBE, na obra acima mencionada: tevidéu de 1980, instituidor da Asso-

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ciação Latino-Americana de Integra- ção também é orientado pela presença de
ção – ALADI. O referido Acordo tem uma hegemonia regional.
por objetivo estimular, entre seus paí- Sobretudo com a recente crise na Argenti-
ses signatários, o emprego de meios na, coube ao Brasil assumir esse papel hege-
concretos e eficazes de defesa e prote- mônico em relação ao Mercosul, como pilar
ção do meio ambiente, facilitando, em de sustentação dessa integração econômica.
situações de emergência, a admissão A estabilidade hegemônica aparece nes-
temporária de bens e de pessoas” se contexto como um elemento de sustenta-
(1997, p. 369). ção das comunidades internacionais, des-
Essa análise é de suma importância no de a sua formação, passando pela sua manu-
que tange às Comunidades, não apenas tenção, projeção no plano internacional e ga-
para que se compreenda o seu processo de rantia de sua continuidade, impedindo seu
formação como também para que se garan- esfacelamento pela heterogeneidade cultural
ta a sua sobrevivência e sucesso como tal. e econômica dos países que as integram.

Conclusão
Bibliografia
Com a formação de mercados comuns e
de Comunidades internacionais, essa ques- BASSO, Maristela. Mercosul: seus efeitos jurídicos,
tão volta a ter realce e a teoria da estabilida- econômicos e políticos nos Estados-membros. Por-
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