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BACHARELADO EM FARMÁCIA
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2017
ALINE CONCEIÇÃO SANTIAGO
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2017
Dados Internacionais de Catalogação
61 f.
CDD 614.4323
ALINE CONCEIÇÃO SANTIAGO
Aprovada em __/___/____
BANCA DE APRESENTAÇÃO
_______________________________________
Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Mesquita
Faculdade Maria Milza - FAMAM
Orientador
________________________________
Prof. Dr. Frederico de Medeiros Rodrigues
Faculdade Maria Milza - FAMAM
________________________________
Profª. Drª. Vanessa de Oliveira Almeida
Faculdade Maria Milza - FAMAM
GOVERNADOR MANGABEIRA- BA
2017
Dedico esta monografia primeiramente a Deus, a
minha família em especial a Meu Pai Eduardo e
Minha Mãe Nilzete por todo amor e gratidão. Ao Meu
Noivo Emanoel pelo amor, companheirismo e
encorajamento durante a minha trajetória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, meu mestre e guia espiritual por conceder a mim esta grande
conquista, força e coragem para continuar e enfrentar os desafios que surgiram
nesta caminhada.
Aos meus pais, fonte de carinho e amor. Minha Mãe, sеυ cuidado е dedicação me
deram, em alguns momentos, а esperança pаrа seguir. Meu Pai, sυа presença
significou segurança е certeza dе qυе não estou sozinha nessa caminhada.
Obrigada meus irmãos Amanda, Eduardo, Lilian e William е sobrinhos Anna Beatriz,
Davi, Emanuele, Gabriel, Ana Carolina e Maurício que nos momentos dе minha
ausência dedicada ао estudo superior, sеmprе me fizeram entender qυе о futuro é
feito а partir dа constante dedicação nо presente.
A Meu Noivo Emanoel qυе compartilhou comigo esse momento, mе dеυ forças,
coragem e apoio nоs momentos dе dificuldades.
A família Araújo que sempre torceu por mim e me apoiou no decorrer da graduação.
A meus familiares em especial Meu Tio Aloysio e Minha Tia Joselita por confiarem
em mim e estarem do meu lado em todos os momentos da vida.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Paulo Roberto Ribeiro Mesquita, pela disponibilidade e
maestria na condução deste trabalho.
Aos meus amigos por todo carinho e encorajamento que tornaram minha caminhada
mais leve ao longo da graduação em especial Jéssica Fonseca, Janaina Figueiredo
e Carla Dias.
Enfim a todos aqueles que acreditaram no meu potencial meu muito obrigado!
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho
caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo o qual se pôs a caminhar”
(Paulo Freire)
RESUMO
The Aedes aegypti mosquito has been considered of great importance for public
health since the beginning of the 20th century, when it was identified as a vector of
urban yellow fever. Currently, Aedes aegypti is recognized as the main vector of the
four serotypes of the Dengue virus circulating in Brazil (DENV-1, DENV-2, DENV-3
and DENV-4), and has high vectorial competence to transmit the arboviruses
Chikungunya and Zika virus, newly emerged in the country. In response to this ability
to transmit disease, several alternative methods of vector control have been
investigated, such as the already recognized repellent potential of plant extracts.
Plant extracts from different species of plants may present compounds with repellent
activity, together with the fact that they are biodegradable and have low toxicity,
which makes them potentially viable for adequate and safe control of vectors. The
property of plants in repelling adult insects is mainly exerted by the production of
terpene compounds such as eugenol, limonene, citronellol, citronellal and thymol. In
recognition of the importance of the use of plants as a tool to combat arbovirus
transmission arthropods, the present study seeks to analyze the state of the art of
scientific productions aimed at this purpose. Through a literature review, this
research evaluated the application of natural products as possible repellents for the
control of arboviruses transmitted by Aedes aegypti. The knowledge compiled in this
research can contribute to a better understanding of the potentialities and
applications of the natural extracts as repellents to Aedes aegypti, this important
transmitter of several arboviruses in Brazil. In the present literature review a
bibliographic survey was carried out in scientific articles in the databases Scielo,
LILACS, Google Scholar and PubMed published from 2004 to 2017. Compounds of
some plant species with recognized repellent activity were found for Aedes aegypti,
as Citronella (Cymbopogon winterianus) geraniol and citronellal, Nim azadirachtin
limonoid (Azadirachta indica A. Juss) and citronellal monoterpeno Eucalyptus
citriodora (Corymbia citriodora). The data obtained in this research, from the reading
of 78 articles, showed the existence of seven species of plants with a repellent action
for the mosquito Aedes aegypti. Most of the plant essential oils were responsible for
such activities. Thus, the use of plant-derived insect repellent was an effective
strategy, with low toxicity to man and the environment, besides being economically
viable for arbovirus control.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
2 METODOLOGIA ............................................................................................... 15
2.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ...................................................................... 15
2.2 ANÁLISES DE DADOS .................................................................................. 16
3 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................ 17
3.1 ARBOVIROSES VEICULADAS PELO Aedes aegypti E EPIDEMIOLOGIA
NO BRASIL .......................................................................................................... 17
3.3.1 EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL .................................................................... 20
3.3.2 EPIDEMIOLOGIA NA BAHIA ...................................................................... 24
3.2 O PAPEL DO Aedes aegypti NA TRANSMISSÃO DAS ARBOVIROSES. ..... 26
3.3 O CICLO DO VETOR Aedes aegypti ............................................................. 28
3.4 ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DO VETOR Aedes aegypti ........................ 31
3.4.1 AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE ........................................................ 33
3.4.2 BIOTECNOLOGIA APLICADA AO Aedes aegypti ................................... 34
3.5 UTILIZAÇÃO DE REPELENTES .................................................................... 36
3.6 MECANISMO DE REPELÊNCIA .................................................................... 39
3.7 UTILIZAÇÃO DE REPELENTES NATURAIS NO CONTROLE DE INSETOS
VETORES ........................................................................................................... 42
4 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 51
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 56
13
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
Após a coleta dos dados, foi feita a leitura de todo material selecionado,
identificação de plantas utilizadas, seus metabólitos presentes e sua forma de
emprego. Posteriomente foi realizada uma análise descritiva das mesmas, buscando
estabelecer uma compreensão e ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado,
contribuindo para o seu efetivo emprego junto ao combate ao vetor Aedes aegypti.
17
3 REFERENCIAL TEÓRICO
INCIDÊNCIA
1.800.000
1.600.000
1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: (BRASIL, 2012; 2014; 2015; 2016; 2017* dados não conclusivos)
mil habitantes). Cabe destacar que, embora não tenha aumento em relação a 2013,
o estado de Goiás apresenta uma alta incidência com 1.360,5 casos/100 mil
habitantes (BRASIL, 2014).
Em 2015, foram registrados 1.587.080 casos prováveis de dengue no país
(Figura 01). Nesse período, a região Sudeste registrou o maior número de casos
prováveis (997.268 casos; 62,8%) em relação ao total do país, seguida das regiões
Nordeste (293.567 casos; 18,5%), Centro-Oeste (211.450 casos; 13,3%), Sul
(53.106 casos; 3,3%) e Norte (31.689 casos; 2,0%). No mesmo ano foram
notificados 2.597 casos de febre de chikungunya, esses casos foram identificados
nas seguintes Unidades da Federação: Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal,
Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Roraima e São Paulo (BRASIL, 2015).
Em 2016 foram registrados 1.487.924 casos prováveis de dengue no país
(Figura 01). A análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número
de casos/100 mil habitantes), segundo regiões geográficas, demonstra que as
regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência: 1.275,9
casos/100 mil habitantes e 997,6 casos/100 mil habitantes. Entre as Unidades da
Federação, destacam-se Minas Gerais (2.525,4 casos/100 mil habitantes), Goiás
(1.772,4 casos/100 mil habitantes), Rio Grande do Norte (1.672,4 casos/100 mil
habitantes), e Mato Grosso do Sul (1.618,0 casos/100 mil habitantes). No mesmo
período foram registrados 263.598 casos prováveis de febre de chikungunya no país
(BRASIL, 2016).
A análise da taxa de incidência de casos prováveis (número de casos/100 mil
habitantes), por regiões geográficas, demonstra que a região Nordeste apresentou a
maior taxa de incidência: 405,2 casos/100 mil hab. Entre as Unidades da Federação,
destacam-se Rio Grande do Norte (718,5 casos/100 mil habitantes), Ceará (513,8
casos/100 mil habitantes), Alagoas (507,2 casos/100 mil habitantes) e Pernambuco
(506,7 casos/100 mil habitantes). No mesmo ano foram registrados 211.770 casos
prováveis de febre pelo vírus Zika no país. A análise da taxa de incidência de casos
prováveis (/100 mil habitantes), segundo regiões geográficas, demonstra que a
região Centro Oeste apresentou a maior taxa de incidência: 205,3 casos/100 mil
habitantes. Entre as Unidades da Federação, destacam-se Mato Grosso (670,0
casos/100 mil habitantes), Rio de Janeiro (407,7 casos/100 mil habitantes) e Bahia
(337,6 casos/100 mil habitantes) (Figura 01) (BRASIL, 2016).
23
INCIDÊNCIA
dengue febre chicungunya zika vírus
90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
2013 2014 2015 2016 2017
3278,78 casos/100 mil habitantes e Santo Antônio de Jesus 1102,93 casos/100 mil
habitantes (BRASIL, 2015).
Em 2016 foram notificados 20.211 casos prováveis de dengue no estado da
Bahia (Figura 02). Os municípios que apresentaram maior frequência foram: Itabuna
3005,14 casos/100 mil habitantes, Itaberaba 921,82 casos/100 mil habitantes, Santa
Brígida 3051,78 casos/100 mil habitantes, Buerarema 2067,68 casos/100 mil
habitantes. No mesmo ano foram notificados 7.362 casos de Febre Chikungunya
(Figura 02). Entre os municípios que mais se descaram encontra-se: Itaberaba
3749,34 casos/100 mil habitantes, Jaguarari 1349,75 casos/100 mil habitantes,
Filadélfia 1131,13 casos/100 mil habitantes. No respeito a Zika vírus foram
notificados 11.413 casos (Figura 02). Os municípios que mais contiveram destaque
foram: Itabuna 1305,01 casos/100 mil habitantes, Itaberaba 1533,34 casos/100 mil
habitantes, Mairi 2983,52 casos/100 mil habitantes e Uibaí 1742,74 casos/100 mil
habitantes (BRASIL, 2016).
No ano de 2017 foram notificados 5.379 casos prováveis de dengue em todo
o estado, com coeficiente de incidência 35,4 casos/100 mil habitantes,
respectivamente (Figura 02). O boletim indica que a epidemia de dengue ocorreu em
215 (51,6%) municípios baianos, entre os quais se destacam Ibirapuã 5655,4
casos/100 mil habitantes, Tapiramutá 2431,3 casos/100 mil habitantes, Wanderley
1691,3 casos/100 mil habitantes, Cândido Sales 1109,7 casos/100 mil habitantes,
Botuporã 789,4 casos/100 mil habitantes, Gongogi 692,9 casos/100 mil habitantes e
Nova Viçosa 641,0 casos/100 mil habitantes com maiores coeficientes de incidência.
A maior concentração desses casos no estado ocorreu na região extremo sul,
contando com 20,3% dos casos prováveis (1.092 casos). A faixa etária mais atingida
foi de 20 a 39 anos (39,3%), com maior proporção de incidência no sexo feminino
(55,4%) (BRASIL, 2017).
No que diz respeito à febre Chikungunya, em 2017, foram notificados 4.982
casos (Figura 02). Entre os municípios os que mais se destacaram foram: Itarantim
2020,8 casos/100 mil habitantes, Ibirapuã 1877,5 casos/100 mil habitantes, Gongogi
1633,3 casos/100 mil habitantes, Itagimirim 925,0 casos/100 mil habitantes, Teixeira
de Freitas 797,2 casos/100 mil habitantes e São Francisco do Conde 556,8
casos/100 mil habitantes com maiores coeficientes de incidência. A região extremo
sul é a que mais concentra os casos prováveis (48,5%). O maior número de casos
ocorreu na faixa etária de 20 a 39 anos (35,3 %), prevalecendo no sexo feminino
26
Atualmente o Aedes aegypti é um dos vetores que está mais presente nos
ambientes urbanos em todo o mundo. A relevância clínica desse mosquito está na
sua capacidade vetorial dos sorotipos I, II, III e IV do vírus da dengue, além de
também veicular o vírus da febre Chikungunya e o vírus Zika. As elevadas
populações do mosquito estão relacionadas ao comportamento comensal a
agrupamentos humanos e ao hábito antropofílico desta espécie. Além disso, o
caráter hematofágico diurno da fêmea da espécie e os problemas de saneamento
básico dos centros urbanos têm potencializado as dificuldades de combate (SILVA
et al., 2004). O controle eficiente desses mosquitos tem sido desafiador e novas
metodologias têm sido utilizadas no Brasil, sobretudo após a descoberta de que o
Aedes aegypti também é vetor para a febre Chikungunya e o vírus Zika (LIMA-
CAMARA, 2016).
Os arbovírus são mantidos por transmissão biológica através de um vetor
artrópode para um hospedeiro vertebrado, representando, portanto, um
27
Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/kitdengue2/epidemiologia/imagens.html
Indivíduo
(infectado)
Ovos
depositados já
infectados Aedes aegypti
(infectado)
pessoas evitam este composto devido a preocupações com efeitos adversos ou seu
odor e sensação desagradáveis na pele (WITTING-BISSINGER et al., 2008).
Diversos repelentes com compostos sintéticos contendo icaridina,
dimetilftalato e DEET estão disponíveis no mercado, oferecendo proteção por
algumas horas. Estas preparações podem ter sua eficiência diminuída por absorção,
evaporação ou transpiração. Estudos “duplos cegos” realizados com voluntários das
Forças Armadas dos Estados Unidos da América demonstraram a eficácia de
formulações que utilizaram a associação do DEET com a permetrina. Dessa forma,
entende-se que os repelentes podem ser associados a substâncias que têm função
sinergista. De modo geral, estas substâncias não são tóxicas para os insetos, mas
podem contribuir com a atividade inseticida dos piretróides sintéticos (como no caso
do butóxido de piperonila, que inibe as monooxigenases, capazes de detoxificar
substâncias exógenas) ou facilitar a volatilização do repelente, aumentando o seu
raio de ação (MIRANDA, 2005).
A maioria dos repelentes é solubilizada em solvente apropriado (em geral
álcool) e aplicado sob a forma de spray, aerossol ou loção sobre a área a ser
protegida, que pode ser a pele, um tecido ou outra superfície (MIRANDA, 2005). A
concentração máxima para uso em crianças é controversa, a Academia Americana
de Pediatria (AAP) permite o uso de até 30% em maiores de dois anos, enquanto
que a Sociedade Canadense de Pediatria (SCP) preconiza produtos com até 10%
de DEET para crianças de seis meses a 12 anos e autores franceses também
sugerem concentrações de até 30% para crianças entre 30 meses e 12 anos. Na
literatura, há um consenso de que se deve optar pela menor concentração efetiva e
não são indicados para crianças com idade menor de dois a seis meses. No Brasil, a
maioria dos produtos destinados a crianças e adultos contém DEET <10%
(STEFANI et al., 2009).
A maioria dos repelentes contém DEET (ver Figura 05), que tem atividade de
amplo espectro e efetivamente repele a maioria dos mosquitos. Atualmente, o DEET
é formulado em aerossóis, pulverizadores de bombas, loções, cremes e líquidos.
Entretanto, este composto apresenta importantes efeitos adversos, incluindo
irritação cutâneas, rash cutâneo e prurido no local de aplicação. Segundo Keziah et
al. (2015), muitas pessoas que aplicaram altas concentrações de DEET numa base
diária desenvolveram efeitos adversos mais graves devido à exposição crônica
(KEZIAH et al., 2015).
38
uma tarefa que demanda grande esforços para sintetizar moléculas com a
repelência desejada contra vetores de mosquito. Nesse sentido, extratos de várias
plantas têm sido estudados como possíveis repelentes de mosquitos, revelando a
existência de repelentes naturais com boa eficácia (KEZIAH et al., 2015). Os novos
produtos de origem vegetal visam oferecer alternativas, principalmente para o
controle do A. aegypti. Entretanto, tais substâncias deverão não somente ser
eficazes no controle desse vetor, mas oferecer, também, uma maior segurança no
seu uso, e, ao mesmo tempo, serem seletivas, biodegradáveis, economicamente
viáveis e de baixo impacto ambiental (CRUZ et al., 2015). Os estudos iniciais têm
demostrado que os óleos essenciais são os compostos de escolha para formular
melhor repelente para a prevenção da picada de mosquitos com proteção mais
longa (MENDKI et al., 2015).
Os repelentes de insetos baseados em plantas atualmente no mercado
geralmente contêm óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus ou
Cymbopogon winterianus, eucaliptos de limão (Eucalyptus maculata citriodon) ou
combinações desses óleos onde p-menthane diol é um dos ingredientes ativos. O
uso de repelentes de plantas para reduzir o contato de vetores humanos é uma
prática comum (GLEISER; BONINO; ZYGADLO, 2010).
A proteção pessoal é uma abordagem frequentemente empregada para a
prevenção de picadas de mosquito. Este método permite a um indivíduo selecionar
(ou combinar) maneiras de evitar o contato com mosquitos, tanto com barreiras
físicas e químicas, quanto com tratamento de tecido com substâncias tóxicas e uso
de repelentes tópicos. A aplicação cutânea de repelentes é uma prática comum de
proteção pessoal e numerosos repelentes, sob uma variedade de marcas, estão
atualmente disponíveis comercialmente para consumidores em todo o mundo.
Entretanto, vários pontos devem ser observados pela população para o uso correto
de repelentes, propiciando, assim, proteção suficiente contra doenças transmitidas
por mosquitos vetores (CHAMPAKAEW et al., 2015).
As plantas produzem uma variedade de compostos no seu metabolismo
secundário, os quais estão relacionados com a interação da planta com o meio
ambiente, como por exemplo, a defesa contra insetos, bactérias e fungos. Os óleos
essenciais são constituídos de metabólitos secundários de grande importância
econômica e estão sendo cada vez mais estudados e utilizados no manejo integrado
de pragas. Atualmente, em razão vários fatores como a persistência no meio
44
identificar óleos vegetais eficazes por exibir efeitos repelentes contra mosquitos,
visto que há necessidade de desenvolver repelentes ecológicos, seguros e
econômicos para insetos sugadores de sangue (UNIYAL et al., 2016).
Diversos óleos essenciais à base de plantas são conhecidos por ter
propriedade repelente de insetos e ampla literatura está disponível sobre a
propriedade repelente de óleos essenciais, a exemplo do composto N, N-dietil fenil
acetamida, que é conhecido por ter propriedade repelente contra vários insetos
hematófagos e encontrado no óleo de gergelim (Sesamum indicum), óleo de capim-
santo (Cymbopogon citratus), óleo de andiroba (Carapa guianensis), óleo de
citronela (Cymbopogon winterianus), endro (Anethum graveolens), Nim
(Azadirachta), manjericão (Ocimum basilicum), gálbano (Ferula galbaniflua) e
lavanda (Lavandula angustifolia Mill). Com uma maior frequência, os óleos
essenciais são a escolha para formular melhor repelente para prevenção de
mosquito e com proteção mais longa (MENDKI et al., 2015).
Segundo Stefani et al. (2009), o óleo de eucalipto-limão (Corymbia citriodora)
é eficaz na prevenção de picadas de mosquitos em crianças e adultos, além de
apresentar perfil de segurança favorável. Como vários outros componentes de óleos
essenciais com atividade repelente, o monoterpeno citronelal é altamente volátil,
conferindo proteção contra mosquitos por curto período após a aplicação na pele.
Entretanto, outro constituinte do óleo do eucalipto que exibe potente atividade
repelente, o PMD (p-mentano 3,8-diol), apresenta pressão de vapor mais baixa e
evapora mais lentamente, o que assegura proteção contra mosquitos mais
duradoura (várias horas) (PAUMGARTTENI; DELGADO, 2016). (Figura 08).
Fonte: http://www.oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-eucalipto-citriodora/
46
Fonte: http://www.oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-citronela/
47
Fonte: http://www.dixpix.ca/meso_america/Flora/magnoliids/009_ocotea_tenera.html
de até 300 minutos. Misturas com outros repelentes podem potencializar a sua ação,
além de apresentar ação fungicida. Alguns dos seus componentes podem ser
utilizados como potenciais fármacos para o tratamento e prevenção do câncer, além
do seu potencial uso no combate ao Aedes Aegypti (OLIVEIRA, 2015) (Figura 11).
Fonte: http://www.ambeorganic.com/dry.html
Fonte: https://hortas.info/como-plantar-manjericao
49
Fonte: http://florida.plantatlas.usf.edu/Plant.aspx?id=1957
Fonte: http://modosdeolhar.blogspot.com.br/2015/12/capim-limao-capim-santo-ou-
capim.html?view=snapshot
4 DISCUSSÃO
Tabela 01. Espécies de plantas descritas com atividade repelente para o mosquito
Aedes aegypti.
Nome popular (espécie) Compostos bioativos Autores (ano de publicação)
PAUMAGARATTENI;
Eucalipto-limão
Monoterpeno citronelal DELGADO (2016),
(Corymbia citriodora)
STEFANI et al. (2009).
Monoterpenos Citral GUIMARÃES et al. (2011),
Capim-limão
(mistura isomérica de SOONWERA e
(Cymbopogon citratus)
neral e geranial), mirceno PHASOMKUSOLSI (2015).
Citronela Citronelal, geraniol, BUENO e ANDRADE (2010),
(Cymbopogon winterianus) citronelol MATIAS (2015).
Nim
(Azadirachta Indica A. Limonoide azadiractina OLIVEIRA (2015).
Juss)
GOVINDARAJAN et al.
Manjericão Linolol, estragol,
(2013),
(Ocimum basilicum L.) farnesene, eugenol e
MARTINEZ- VELAZQUEZ et
cineol
al. (2011).
Ácido benzóico,
cromenos ou OLIVEIRA et al. (2013),
benzopiranos, MISNI; SULAIMAN; OTHMAN
Pimenta macaco
flavonoides, alcaloides, (2008).
(Piper aduncum)
amidas, monoterpenos, EMBRAPA (2006)
sesquiterpenos,
fenilpropanóides
Monoterpenos Citral GUIMARÃES et al. (2011),
Capim-limão
(mistura isomérica de SOONWERA e
(Cymbopogon citratus)
neral e geranial), mirceno PHASOMKUSOLSI (2015).
Ácido míristico, FERRARI et al. (2007),
ácido oleico, ácido SILVA et al. (2006),
Andiroba
limoleico, ácido SILVA et al. (2015).
(Carapa guianensis)
palmítico, triterpenos, MIOT et al. (2004)
taninos, flavonoides
52
5 CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERÊNCIAS
KHAN, J. et al. The Role of Vertical Transmission of Dengue Virus among Field-
Captured Aedes aegypti and Aedes albopictus Mosquitoes in Peshawar, Khyber
Pakhtunkhwa, Pakistan. Pakistan Journal Of Zoology, v. 49, n. 3, p.777-784, 2017.
LOGAN, J. G.; BIRKETT, M. A. Review semiochemicals for biting fly control: their
indetification and explotation. Pest Management Science, v. 63, p. 647-657, 2007.
OLIVEIRA, G. L. et al. Chemical study and larvicidal activity against Aedes aegypti of
essential oil of Piper aduncum L. (Piperaceae). Anais da Academia Brasileira de
Ciências, v. 85, n. 4, p.1227-1234, 2013.