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Primeira República: dominação e resistência

O domínio das oligarquias


O esquema político-eleitoral pelo qual as oligarquias exerceram sua
dominação durante a primeira República foi arquitetado no governo do
presidente Campos Sales. Os chefes políticos eram os coronéis e como
agiam os eleitores a votarem nos candidatos indicados por eles. Os eleitores
eram intimidados, mas votavam nos candidatos dos coronéis, pois eles
ofereciam vários favores para no dia da votação os eleitores votassem em
seus candidatos, o voto de cabresto.
Por meio de alianças, os coronéis também interferiam nas votações do
presidente de estado, que hoje chamamos de governador. O governador
eleito distribui as verbas para a construção de igrejas, hospitais estradas
Correios etc nas áreas de seus aliados.
A política dos governadores
As trocas de favores e corrupção eleitoral que União os coronéis as
oligarquias eram usadas para eleger deputados e senadores favoráveis ao
presidente. Este, liberava verbas, benefícios e dava apoio político a
oligarquias. Esse esquema político foi concebido pelo presidente Campos
Sales e recebeu o nome de​ Política Dos Governadores.
Campos Sales também aumentou o controle do Presidente da República
sobre​ a Comissão de Verificação de Poderes​. Seu deputado fosse fiel ao
governo era importado, se fosse da oposição era impedido de tomar posse,
assim as oligarquias se mantinham por meio de alianças e trocas de favores
que uniam municípios, estados e governo.
Café com leite ou com política?
Diziam que por muito tempo São Paulo e Minas gerais dominaram a política
na primeira república, então quem decidia quem seria o candidato para
presidência eram os paulistas e mineiros. como as eleições eram
manipuladas, o indicado deles era eleito por maioria de votos. a alternância
de São Paulo e Minas gerais era chamada de política do café com leite. Mas
Cláudia viscardi discorda dessa tese, com novos estudos ela fala que havia
mais estados com importância no cenário político. Os seis estados possuíam
forte economia e uma elite política bem representada no parlamento. Além
dos Estados, havia dois coadjuvantes o que era o exército e o executivo.
O poder de Minas gerais é explicado não pela força da elite leiteira, mas pela
bancada de 37 deputados a maior do país ponto e a influência de Minas
também derivava da forte cafeicultura, pois era o segundo maior produtor de
café.
A valorização do café
Primeira República: dominação e resistência

Quando Rodrigues Alves assumiu a presidência, havia uma grande crise na


cafeicultura pois o Brasil produzia mais café do que os estrangeiros queriam,
aumentando a oferta e derrubando o preço no mercado internacional. O preço
internacional da saca do café caiu três vezes e as obras do café só
aumentavam. Em 1905, nos armazéns brasileiros foi acumulado
aproximadamente 11 milhões de sacas de café. Os presidentes dos estados
de São Paulo, Minas gerais e Rio de janeiro que eram os três maiores
produtores assinaram o convênio de Taubaté, onde os governadores desses
estados se comprometeram a comprar e armazenar as sacas excedentes,
assim o café estocado seria vendido quando surgisse boa oportunidade e os
cafeicultores teriam seus lucros garantidos. Assim os prejuízos possíveis dos
cafeicultores eram transferidos para o estado, que financiava a cafeicultura e
acabava aumentando impostos pagos por todos.
A borracha da Amazônia
Quando se acelerou a industrialização Europeia, surgiram as indústrias
automobilísticas, de bicicletas e de pneus, aumentando a procura de borracha
no exterior, onde o Amazonas ganhou importância e se integrou nos fluxos da
economia mundial. O látex da Amazônia teve grande importância entre os
anos de 1898 e 1910 quando a borracha correspondeu a um quarto do valor
das exportações o segundo produto mais importante do Brasil, perdendo só
para o café. Os seringueiros recebiam muito pouco e os seringalistas
enriqueciam. Após o ano de 1910 os ingleses e holandeses levaram da
Amazônia mudas de seringueira para Ásia e conseguiram produzir a baixo
custo uma borracha de boa qualidade que desbancou a brasileira. Em cinco
anos a borracha asiática aumentou 55% da produção mundial.
Indústrias e urbanização na primeira república
Por muito tempo o modelo de industrialização brasileiro foi o de substituição
de importações onde o Brasil era obrigado a produzir o que antes importava
em razão das crises internacionais. As condições que favoreceram a
industrialização brasileira foram o grande dinheiro ganho das exportações do
café, muita matéria prima e mão de obra, um mercado consumidor sempre
em expansão tendo o meio de transporte ligado aos portos e ferrovias. Em
1907 o distrito federal liderava o processo de industrialização 13 anos depois
São Paulo assumiu a frente e se tornou o principal polo industrial do país,
pois o número de empresas em São Paulo era quase três vezes maior que a
do distrito federal e o dinheiro investido também era muito maior. O principal
setor industrial da época era o têxtil, o de alimentação e o de vestuário.

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