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São Paulo
2020
UNIVERSIDADE
RENNER
ORIENTADOR: ____________________
SÃO PAULO
2019
RENNER
TCC APROVADO EM : / /
Banca examinadora
Orientador: _____________________________
_____________________________
Universidade
Esse trabalho é dedicado a todos os homens
e mulheres que hoje se encontram em
situação de rua, em qualquer lugar desse
país, e aos profissionais da área de
assistência e saúde, que buscam por um
atendimento melhor e mais humano para
cada pessoa que busca a rua como um local
para constituir um lar, longe das pressões da
sociedade capitalista que vivemos.
“É exatamente o legado de direitos conquistados
nos últimos séculos que está sendo desmontado
nos governos de orientação neoliberal em uma
nítida regressão de cidadania que tende a ser
reduzida às suas dimensões civil e política,
erodindo a cidadania social.” (IAMAMOTO 2009)
RESUMO
Este trabalho tem como principal objetivo abordar o tema pessoas que vivem
em situação de rua como uma expressão da questão social que emerge das
relações capitalistas de produção e das formas políticas hegemônicas desse modelo
societário. Visando apenas o lucro como objetivo final, a sociedade capitalista leva
milhões de pessoas a buscarem as ruas como um novo lar, em decorrência de um
complexo de fatores. Visamos também contribuir para a formação acadêmica e
profissional, conhecendo a atuação do Serviço Social nesse contexto, pois a
profissão tem como prioridade a defesa dos direitos da classe trabalhadora,
especialmente no que se refere aos setores mais vulnerabilizados.
Considerações finais..........................................................................................73
Referências Bibliográficas..................................................................................76
Introdução
1. Terceiro Setor : Conceitos
Se houve falar bastante sobre “ terceiro setor ” este termo tem sido utilizado
com freqüência crescente e, por mais que , no contexto do Serviço Social , tenha sido
recebido com ressalvas, cuidados , indiferenças e até críticas contundentes , não
temos como negar a evidência social , econômica e política que esse “ setor ” tem
alcançado no cenário internacional e nacional .
Varios são os conceitos sobre este tema. A grande maioria dos autores , que
busca uma conceituação do Terceiro Setor , não fazem reforço ao fato de que a
Realidade Social não se configura de forma fragmentada, sendo ela dividida em três
setores , como se fossem fenômenos isolados entre si.
Sendo assim, quando pontuarmos esses três setores de forma separada é tão
somente para fins didáticos e de explanação, por que na realidade são
profundamente interligados e interdependentes, compondo assim uma realidade social
dialética e em constante processo de mudança ; mudanças essas cada vez mais
aceleradas em um mundo contemporâneo marcado pela complexidade, incerteza e
instabilidade .
... por Terceiro Setor entenda-se (...) a sociedade civil que se organiza e busca
soluções próprias para suas necessidades e problemas , fora da lógica do Estado e do
mercado. (RODRIGUES, 1998 p.31).
Deixamos claro que essas organizações não fazem parte do Estado , nem a ele
estão vinculadas, mas se entendem como parte do caráter público na medida em que
se dedicam a causas e problemas sociais e em que, apesar de serem sociedades civis
privadas , não visam o lucro , e sim o atendimento das necessidades da sociedade .
(TENÓRIO, 2001 p. 07)
Somente no final dos anos 1980, a partir da Constituição de 1988, foi que o
Brasil começou, ainda de forma muito lenta, a instituir algumas políticas de
assistência social, e também as políticas voltadas para a população de rua. Neste
momento o poder público brasileiro passou a prestar atenção nessa parcela muito
vulnerável da população em virtude da ascensão das mobilizações e lutas sociais e
na década de 1960 contra a ditadura, houve a luta por uma democratização efetiva
da sociedade brasileira, ocorrendo a partir dai a inclusão da reivindicação da
assistência social como um direito e não como uma ação filantropica.
Ressaltando que, foi no início do século XXI, mais precisamente no ano de
2004, que tivemos a aprovação da Política Nacional de Assistência Social
(Resolução CNAS nº 145, de 15 de outubro de 2004), que atribui à Proteção Social
Especial ao atendimento da população em situação de rua. Já no ano seguinte, em
2005, ocorreu a criação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), que
teve como cerne o ato aterrorizante de violência que ocorreu em São Paulo, em
2004, que deixou 15 feridos e 7 mortos, que acabou impulsionando a criação de
Políticas Públicas especificas para os moradores de rua e contribuindo para a
realização do I Encontro Nacional de População em Situação de Rua. Foi a partir
desse Encontro que começou o desenvolvimento da Política Nacional para a
População em Situação de Rua, além de elementos para a formulação do texto da
Lei nº 11.258, de 30 de dezembro de 2005, que altera a LOAS (Lei Orgânica da
Assistência Social), inserindo o atendimento especializado e especifico para a
população em situação de rua.
Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as
atividades continuadas que visem à melhoria de vida da
população e cujas ações, voltadas para as necessidades
básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes
estabelecidos nesta lei.
§ 1º O regulamento instituirá os serviços
socioassistenciais.
§ 2º Na organização dos serviços da assistência social
serão criados programas de amparo, entre outros:
I – às crianças e adolescentes em situação de risco
pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da
Constituição Federal e na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
II – às pessoas que vivem em situação de rua.
(LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS)