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UNIVERSIDADE FEDERAL

RENER NUNES RODRIGUES ANDRADE

O PAPEL DO TERCEIRO SETOR NA ASSISTENCIA SOCIAL E SUA


IMPORTANCIA NA EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS
PUBLICAS PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

São Paulo
2020
UNIVERSIDADE

RENNER

O PAPEL DO TERCEIRO SETOR NA ASSISTENCIA SOCIAL


E SUA IMPORTANCIA NA EXECUÇÃO DAS POLÍTICAS
PUBLICAS PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Serviço Social
_______________________________

ORIENTADOR: ____________________

SÃO PAULO
2019
RENNER

O PAPEL DO TERCEIRO SETOR NA ASSISTENCIA SOCIAL E SUA


IMPORTANCIA NA EXECUÇÃO DAS POLITICA PUBLICAS
PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Serviço Social
_______________________________

TCC APROVADO EM : / /

Banca examinadora

Orientador: _____________________________

_____________________________
Universidade
Esse trabalho é dedicado a todos os homens
e mulheres que hoje se encontram em
situação de rua, em qualquer lugar desse
país, e aos profissionais da área de
assistência e saúde, que buscam por um
atendimento melhor e mais humano para
cada pessoa que busca a rua como um local
para constituir um lar, longe das pressões da
sociedade capitalista que vivemos.
“É exatamente o legado de direitos conquistados
nos últimos séculos que está sendo desmontado
nos governos de orientação neoliberal em uma
nítida regressão de cidadania que tende a ser
reduzida às suas dimensões civil e política,
erodindo a cidadania social.” (IAMAMOTO 2009)
RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo abordar o tema pessoas que vivem
em situação de rua como uma expressão da questão social que emerge das
relações capitalistas de produção e das formas políticas hegemônicas desse modelo
societário. Visando apenas o lucro como objetivo final, a sociedade capitalista leva
milhões de pessoas a buscarem as ruas como um novo lar, em decorrência de um
complexo de fatores. Visamos também contribuir para a formação acadêmica e
profissional, conhecendo a atuação do Serviço Social nesse contexto, pois a
profissão tem como prioridade a defesa dos direitos da classe trabalhadora,
especialmente no que se refere aos setores mais vulnerabilizados.

Palavras-chave: Pessoa em situação de rua; Capitalismo; Questão Social;


Serviço Social.
ABSTRACT
Introdução.........................................................................................................10
Capitulo 1: Terceiro Setor – conceito ...............................................................12
Capitulo 1.2: Características e Desafios do Terceiro Setor .............................13
2. Questão Social e suas expressões na contemporaneidade com base na
prática do serviço social desde seu surgimento................................................16

2.1 Surgimento da população de rua................................................................19


2.3. Os desafios, contradições e potencialidades do trabalho do Assistente Social na
busca da reintegração da população de rua na sociedade......................................42

Considerações finais..........................................................................................73
Referências Bibliográficas..................................................................................76
Introdução

Este trabalho de conclusão de curso (TCC) para graduação em Serviço Social


tem como tema: O Papel do terceiro setor na assistência social e sua importância na
execução da política pública para a população em situação de rua.
Objetivando discutir as políticas públicas existente para a população em
situação de rua e a relação do terceiro setor suas especificados e a efetividade das
suas ações direcionada para esse público que tanto necessita de serviços soco
assistenciais, o interesse sobre o tema se deu no campo de estágio realizado em uma
organização civil muito conceituada no Brasil a Associação Caritas Nossa Senhora da
Escada – conhecida como Casa São Francisco que executa conforme RESOLUÇÃO
Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009 da Tipificação Nacional dos Serviços Soco
assistenciais no artigo 1 / III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta
Complexidade para adultos em situação de rua, da cidade de Barueri que assumiu a
gestão juntamente com a prefeitura fornecendo os serviços soco assistenciais para
esta população em extrema vulnerabilidade social.
Diante deste contexto vivenciado no campo de estágio obrigatório, percebe se a
fragilidade de das políticas públicas sociais no Brasil, atualmente os serviços
assistências tem um sistema único de assistência social o SUAS instituído pela
constituição de 1988 que é um direito do cidadão e um dever do Estado, apesar dos
direitos básicos garantidos pela constituição a vulnerabilidade social brasileira está em
constante crescimento mesmo diagnosticando que a desigualdade social é um fato
antigo as políticas públicas direcionadas para combater lá não é suficiente para
erradicar a pobreza e as diversas expressões da questão social, tal como as pessoas
em situação de rua que é uma situação agravante na contemporaneidade e devido ao
sistema capitalista que estes indivíduos estão inseridos, as possibilidades de saída
das ruas torna-se cada vez mais difícil.
Neste pressuposto Yamamoto diz:
“Sendo as múltiplas expressões da questão
social o objeto sobre qual incide o trabalho
profissional é importante reconhecer que um
dos aspectos centrais da questão social, hoje,
é a ampliação do desemprego e a ampliação
da precarização das relações de trabalho”
No atual modelo do Estado que vivencia uma crise econômica que abrange a
maior parte da população brasileira, afetando diretamente os serviços sociais básicos,
frente as demandas e grandes desafios para a execução dos serviços prestados pelo
SUAS, contudo tem gerado uma parcela maior para que as instituições atenda esse
público, de outro lado as organizações não governamentais suprindo essas demandas
acarreta ao Estado a desobrigação de garantir a efetividade e tão pouco criar novas
políticas públicas sociais, agravando o crescimento da desigualdade social.
Como Bresser (1997) destaca que no Brasil o “ estado passou a demonstrar-se
ineficiente e incapaz de atender com qualidade as demandas dos cidadãos-clientes no
grande Estado Social do século vinte, principalmente no oferecimento dos serviços
sociais de educação e saúde. ”
Diante disto a população de rua é um fator agravante no crescimento da
desigualdade social, pois a vulnerabilidade social em que se encontram demandam
todas os objetivos que tipifica a seguridade social da assistência social que é “garantir
a proteção social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e
adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à
reabilitação e promoção de integração à comunidade para as pessoas com deficiência
e o pagamento de benefícios aos idosos e as pessoas com deficiência.”
Visando a importância das organizações sem fins lucrativos é notável o
crescimento dessas instituições que atuam no desenvolvimento social da nação,
buscando soluções para as questões sociais levantando bandeiras para ganhar apoio
dos setores públicos e privados em diversas áreas principalmente na assistência
social.
Neste contexto a elaboração deste trabalho traz um levantamento dos serviços
básicos prestados a sociedade brasileira pelo Estado e pelo setor privado que é
limitado diante da demanda existente, e assim mensurando a importante atuação do
terceiro setor como essencial na prestação dos serviços soco assistenciais.
Este trabalho será composto por 5 (cinco) capítulos. A princípio busca explanar
conceito de Terceiro Setor e a discussão da questão social e suas expressões. No
segundo capitulo relata sobre uma das expressões da questão social que está em
expansão preocupante que a população em situação de rua. No terceiro capítulo
aborda os índices e as causas possíveis para esse crescimento de grande
vulnerabilidade social que se encontram. No quarto capítulo apresenta se a atuação
do terceiro setor para essa demanda e suas dificuldades para inserção social destas
pessoas.
O quinto capitulo deste trabalho irá sumariar as políticas públicas sociais
existentes direcionada para a população de rua com levantamento de questões
vivenciadas no campo de estagio obrigatório realizado na Associação Caritas Barueri
Nossa Senhora da Escada.
Por fim este trabalho irá trazer especificamente sobre a expansão do
crescimento dessa expressão da questão social que é a população em situação de rua
e suas faces, as políticas públicas direcionada a esse público, o papel do Estado no
combate desta demanda e a importância das organizações civis que fomentam espaço
e recursos para executar esta mediação de acolhimento e transformação social na
vida dessa população tão esquecida pela sociedade.

1. Terceiro Setor : Conceitos

Se houve falar bastante sobre “ terceiro setor ” este termo tem sido utilizado
com freqüência crescente e, por mais que , no contexto do Serviço Social , tenha sido
recebido com ressalvas, cuidados , indiferenças e até críticas contundentes , não
temos como negar a evidência social , econômica e política que esse “ setor ” tem
alcançado no cenário internacional e nacional .

Varios são os conceitos sobre este tema. A grande maioria dos autores , que
busca uma conceituação do Terceiro Setor , não fazem reforço ao fato de que a
Realidade Social não se configura de forma fragmentada, sendo ela dividida em três
setores , como se fossem fenômenos isolados entre si.

Sendo assim, quando pontuarmos esses três setores de forma separada é tão
somente para fins didáticos e de explanação, por que na realidade são
profundamente interligados e interdependentes, compondo assim uma realidade social
dialética e em constante processo de mudança ; mudanças essas cada vez mais
aceleradas em um mundo contemporâneo marcado pela complexidade, incerteza e
instabilidade .

Alguns conceitos de Terceiro Setor veem sendo trabalhados por diferentes


autores que têm se destacado enquanto estudiosos do assunto :

... por Terceiro Setor entenda-se (...) a sociedade civil que se organiza e busca
soluções próprias para suas necessidades e problemas , fora da lógica do Estado e do
mercado. (RODRIGUES, 1998 p.31).

(...) o Terceiro Setor é composto de organizações sem fins lucrativos , criadas e


mantidas pela ênfase na participação voluntária , num âmbito não-governamental,
dando continuidade a práticas tradicionais de caridade , da filantropia e do mecenato e
expandindo o seu sentido para outros domínios , graças , sobretudo , à incorporação
do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil.
(FERNANDES, 1997 p.27).

Deixamos claro que essas organizações não fazem parte do Estado , nem a ele
estão vinculadas, mas se entendem como parte do caráter público na medida em que
se dedicam a causas e problemas sociais e em que, apesar de serem sociedades civis
privadas , não visam o lucro , e sim o atendimento das necessidades da sociedade .
(TENÓRIO, 2001 p. 07)

Em resumo, o Terceiro Setor é formado por instituições (associações ou


fundações privadas) que se apresentam como não governamentais , que expressam a
sociedade civil organizada, que contam com participação de voluntários, para
atendimentos de interesse público em diferentes áreas e segmentos. Podemos
classifica-lo como ações filantrópicas e caritativas para que haja uma atuação
profissional e técnica , na qual não podemos esquecer que os usuários são sujeitos
de direitos , tendo em vista o alcance de um trabalho qualitativamente diferenciado
daquele.

1.2. Características e Desafios do Terceiro Setor :

Diversas instituições compõem o Terceiro Setor, elas compartilham de algumas


características em comum que acredito que importante ressaltarmos:

Quando estas instituições atuam na área da assistência social , saúde ou


educação , trabalham com pessoas e famílias que se encontram à margem do
processo produtivo ou fora do mercado de trabalho, pessoas que não tem acesso aos
bens e serviços necessários ao suprimento de suas necessidades básicas. Sendo
assim, enquadram-se no artigo 2º da Lei Orgânica da Assistência Social ( LOAS ) que
tipificam a maternidade , crianças e adolescentes , idosos , famílias e portadores de
deficiência como pessoas que precisam de proteção, amparo e capacitação para elas
possam ter uma qualidade de vida e acesso às políticas sociais .

Outra situação é que, apesar de não se constituírem de caráter público ,


geralmente desenvolvem um trabalho de interesse público, pdoemos dizer que hoje a
assistência social perdeu seu caráter , historicamente dado , de caridade ,
benevolência e favor e acabou se tornando uma política pública de garantia de
direitos do cidadão . Podemos afirmar que o mesmo aconteceu com a saúde e a
educação, estes são tidos como direitos de cidadania garantidos pela Constituição
Federal de 1988 e respectivas Leis Orgânicas..
Estas entidades não mantém uma relação mercantil com a sociedade . Elas
trabalham voltadas para o lucro no sentido do interesse capitalista pois grande parte
das receitas advindas de doações , convênios e/ ou prestação de serviços , acabam
sendo revertidas para a própria instituição, muitas vezes não havendo distribuição de
“ lucros entre seus diretores ou associados . Esse é mais um dado que as enquadra
como instituições de assistência social , segundo o artigo 3º da LOAS .

Neste sentido podemos afirmar que , as organizações que compõem o Terceiro


Setor :”

•  A grande maioria atuam em uma diversidade e variedade de questões que


afetam a sociedade na área da assistência social , da saúde , do meio ambiente , da
cultura , educação , lazer , esporte , etc.

•  No que tange as áreas da assistência social , educação e saúde , prestam


atendimento a pessoas e famílias que estão à margem do processo produtivo ou fora
do mercado de trabalho .

•  O foco destas instituições é trabalhar na defesa e garantia dos direitos dessa


população ;

•  Possuem caráter privado , mas desenvolvem um trabalho de interesse


público

•  Não têm finalidade de lucro no sentido mercantil da palavra ;

•  Não são estatais , embora mantenham vínculos com o poder público .

•  Contam com o trabalho na grande maioria de um corpo de voluntariado ,

Mesmo sendo de crucial importância e necessidade , o Terceiro Setor


atualmente enfrenta alguns desafios , dentre os quais destacamos:

•  uma grande necessidade de divulgação sobre o que ele é, como é formado,


como se expressa no panorama nacional e na execução de ações de interesse público
, sua vinculação com o Estado e com o setor Privado , etc.;

•  recursos financeiros mais estáveis para a sua sustentabilidade financeira ,


técnica e administrativa ;

•  Agir com incentivo e mobilização criando assim condições para uma


participação mais contextualizada e atual de voluntários, tanto no que diz respeito a
manutenção financeira das organizações que o compõem, como no gerenciamento
das mesmas e quanto na execução das atividades junto à população usuária .

Infelzimente um dos maiores desafios colocados hoje ao terceiro setor , é a


melhoria da qualidade e eficiência da gestão de organizações e programas sociais que
o compõem, sendo exatamente nessa questão que se faz de vital importância a
atuação de profissionais de áreas específicas ligadas às ciências humanas e sociais e
como sabemos no interior das instituições do terceiro setor a atuação do assistente
social , sempre tendo como fim último o atendimento integral e de qualidade social ,
trabalhará no enfoque da garantia do direito de inclusão ao atendimento. Mas
também , priorizará ações que caracterizam o alcance dos objetivos , metas e
diretrizes preconizados pelo planejamento estratégico institucional, para o qual deverá
ter contribuição significativa

2. Questão Social e suas expressões na


contemporaneidade com base na prática do serviço social
desde seu surgimento
Como se sabe a questão social é objeto de trabalho do serviço social e
suas expressões são pautadas no cotidiano da população. Quando
analisarmos a questão social trazemos o estudo da sociedade capitalista pois
não há fontes constituidas para um consenso comum estando sempre em
diversas manifestações. A desigualdade social existe desde muito antes com o
surgimento da sociedade capitalista e seus meios de produção conforme citado
po Iamamoto (2015):
“A questão social é expressão do processo de produção e
reprodução da vida social na sociedade burguesa, na
totalidade histórica concreta. A perspectiva de análise da
questão social aqui assumida recusa quaisquer
reducionismos economicos, politicos ou ideologicos. Ao
contrário, o esforço orienta~se no sentido de captar as
dimensões econômicas, politicas e ideologicas dos
fenomenos que expressam a questão social, resguardando
a fidelidade à história. Em outros termos, apreender o
processo social em sua totalidade contraditória,
reproduzindo, na esfera da razão, o movimento da
realidade em suas dimensões universais, particulares e
singulares.”

Devido a diversas situações o surgimento da questão social e o


agravamento dela está de forma muito consistente relacionada com o grande
desenvolvimento do sistema capitalista, tanto no capital quanto no trabalho,
aumentando cada vez mais a desigualdade de classes com a exploração dos
menos favorecidos, por este motivo, a questão social existe devido a falta de
estrutura no ambito social o que acarreta a violencia, discriminação contra
etnias, questão de gênero e além disso o aumento do desemprego aumenta
significadamente a miséria.
Sendo as expressões das desigualdades objeto do serviço social que
influencia na prática profissional do assistente social, infelzimente não podemos
contar com instrumentais suficientes para que possamos combater as diversas
maniestações da questão social e o pior disto tudo, é que a justiça social está
muito distante da realidade as desigualdades sociais e falta de cidadania são
lembradas somente em épocas de eleição, apenas como plano de governo não
funcionando na prática quanto nas propagandas apresentadas no horário
eleitoral.

Diante disso a realidade da desigualdade de classe sofreu aumento


após o surgimento da globalização do mundo capitalista, em meados dos anos
70 surgiu-se muitos debates das dificuldades de atuação no serviço social com
à crescente demanda e a forma de prática assistencialista herdada pela
atuação da igreja tornou se inviável era necessário prevenir e tratar os
problemas que agravavam o aumento das expressões da questão social e
assim o movimento de reconceitualização do serviço social obteve forças para
que na atualoidade tehamos um pouco mais de instrumentos para atuar nas
causas dos problemas sociais na sociedade contemporânea.
Neste propósito Iamamamoto, 2015 explica que:
“É nesta tensão entre produção da
desigualdade e produção da rebeldia e da
resistência, que trabalham os assistentes
sociais, situados nesse terreno movidos por
interesses sociais distint5os, aos quais não é
possível abstrair ou deles fugir porque tecem
a vida em sociedade . Exatamente por isso,
decifrar as novas mediações por meio das
quais se expressa a questão social, hoje, é de
fundamental importância para o serviço social
em uma dupla perspectiva: para que se possa
tanto aprender as várias expressões que
assumem, na atualidade, as desigualdades
sociais – sua produção e reprodução
ampliada – quanto projetar e forjar formas de
resistencia e de defesa da vida. Formas de
resistência já presentes, por vezes de forma
parcialmente ocultas, no cotidiano dos
segmentos majoritarios da população que
dependem do trabalho para a sua
sobrevivência. Assim, apreender a questão
social é também captar as múltiplas formas de
pressão social, de invenção e de r5e-invenção
da vida construídas no cotidiano, pois é no
presente que estão sendo recriadas formas
novas de viver, que apontam um futuro que
está sendo germinado.” (IAMAMOTO, 2015,
P. 28).

2.1 Surgimento da população de rua.


Foi com a inserção de uma cultura discriminatória e excludente
imperante na sociedade capitalista contemporânea brasileira que destacamos , o
surgimento do fenômeno população em situação de rua, se exteriorizando mais como
uma expressão da questão social. E neste sentido, passamos a vivenciar um
crescimento em massa das pessoas que se encontram em situação de rua, um marco
histórico do desenvolvimento social e estruturação do capitalismo como modo de
produção, exploração e desencadeador de desigualdades sociais.
O crescimento das desigualdades sociais tem sido cada vez maior, onde uma
de suas expressões é a quandidade que temos de pessoas em em situação de rua,
bem como a extrema vulnerabilidade social das quais tem sido alvos como atos de
violência, que exprimem a barbárie existente na atual sociedade brasileira.

Tratando se um contexto social de grupo heterogêneo, ROSA (2005) e SILVA


(2009) a “população em situação de rua” é analisada como um fenômeno
heterogêneo e complexo. Assim quando falamos no termo “população em situação
de rua” devemos nos destinar a pessoas que buscam a rua como lar, como uma
moradia, devido a diversos fatores e situações, tais como desemprego, doenças etc.
Estas pessoas fazem parte de um grupo fragilizado e debilitado, que se encontram
em situação de extrema pobreza, e que, não conhecem seus próprios direitos.
Segundo ROSA (2005) e posteriormente SILVA (2009), população em situação de
rua é:
[...] um segmento heterogêneo de trabalhadores
progressivamente alijados do mercado de trabalho formal, que
exercem atividades profissionais intermitentes e instáveis, de
baixa remuneração, e não tem residência fixa, vivem a
alternância da moradia em pensões, em albergues e nas ruas da
cidade e, para se alimentar, valem-se de pontos de distribuição
de comida ou de centros de assistência social. Para estas
pessoas, viver nas ruas significa, hoje mais do que antes, expor-
se a precárias condições de vida e de trabalho e à violência
policial e das ruas, agravada pela presença cada vez mais
avassaladora do crack. (ROSA, 2005, p. 36)[...] um grupo
populacional heterogêneo, mas que possui em comum a
pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados e a nexistência de moradia convencional regular,
fatores que obrigam seus integrantes a procurar logradouros
públicos (ruas praças, jardins, canteiros, marquises e baixos de
viadutos), as áreas degradadas (dos prédios abandonados,
ruínas, cemitérios e carcaças de veículos) como espaço de
moradia e sustento, por contingência temporária ou de forma
permanente, ainda que utilizem albergues para pernoitar,
abrigos, casas de acolhida temporária ou moradias provisórias.
(SILVA, 2009, p.136).

A Secretaria Nacional de Assistência Social, tambem caracteriza a população


em situação de rua como um grupo populacional mesclado, composto por diferentes
realidades e por pessoas diferentes, que apresentam fatores frequentes, como a
condição de pobreza crônica, falta de moradia convencional , desemprego, vínculos
fragilizados ou quebrados entre familiares, violência, doença mental, dependência
química, entre outros. E devido a essas condições os indivíduos são forçados a
utilizar a rua como meio de sobrevivência, onde encontram “moradia” e “sustento”,
podendo ser de uma forma temporária ou, até mesmo, permanente como em sua
grande maioria.
Outra questão que afeta esse segmento de pessoas em condições de rua é a
ocupação do solo urbano, fundada na lógica capitalista de apropriação privada do
espaço completamente mercantilizado. Fazendo com que a renda dos trabalhadores
não sejam suficiente para que todos possam adquir espaços que sejam adequados
para habitação.
Podemos considerar que o surgimento da população em situação de rua
também seja o resultado de uma resposta da exclusão do mercado de trabalho, que
de cr tem afetado uma grande parcela da população, alem do que a população em
situação de rua faz parte de um grupo populacional diverso, que é composto por
pessoas com realidades diferentes, que, passam por situação crônica de
pauperismo e dificuldade de encontrar vínculo formal de trabalho. Muitos destes
indivíduos muitos casos e em algum momento da vida, exerceram alguma atividade
laboral, e construíram suas respectivas identidades sociais mas em virtude de algum
acontecimento se afastaram dessa identidade social e muitas vezes (com o devido
cuidado para não generalizarmos ou criarmos esterótipos), no uso excessivo de
álcool e demais drogas e adotando a rua como ponto de referência e de certa forma
um abrigo.
Como se vê, a população “em situação e rua” é definida a
partir de sua pobreza, da interrupção de vínculos familiares e
pela inexistência de moradia regular convencional – atributos de
desposseção – além e ser também caracterizada pela utilização
de serviços de acolhimento ou moradia temporária ou provisória,
isto é, pela dependência de agente e instituições. (SCHUCH;
GEHLEN, 2012, p 19)

Existem outros perfis de moradores em condições de rua, que são aquelas


pessoas que chegaram às grandes cidades e não conseguiram uma colocação no
mercado de trabalho nem sequer um local para morar e, com isso, passam a utilizar
de bancos de rodoviárias, praças e locais públicos que tenham movimento para lhes
garantir o mínimo de segurança. Temos ainda um outro grupo de “andarilhos” que
perambulam por bairros ou cidades, que não se agregam a grupos e vivem
solitariamente.
Importante se faz lembrar que, a luta da classe trabalhadora é um movimento
que permeou toda a dinâmica histórica da sociedade capitalista. A partir disto,
sabemos que a questão social sempre esteve presente, e que enquanto existir essa
sociedade também existirão as expressões da questão social. Sempre haverá
contradição existente entre o Estado, mercado, sociedade e os direitos, pois existe
um crescimento progressivo de desemprego, pobreza, miserabilidade, entre outras
questões que vem assolando a sociedade, levando muitas vezes uma quantidade
cada vez maior de pessoas a procurarem as ruas como trabalho, moradia e
consolo.
Apesar das respostas à questão social por meio das
políticas governamentais, a definição dominante tendia a
restringi-la às suas refrações. Nesse sentido, cada uma das suas
conseqüências era entendida como sendo também uma questão
social sinônimo de problema social. Era assim que se percebia a
miséria, o desemprego, o êxodo rural etc. No Brasil, essa
tendência da interpretação da sociedade à questão social levava
à formulação de respostas emergenciais e focais para cada uma
de suas refrações, aumentando o rigor do acesso aos serviços e
tornando-os cada vez mais seletivos. (SOARES; COSTA, 2013,
p. 91)

Muitas destas pessoas se encontram ligadas às questões de alcoolismo, das


drogas de problemas de saúde mentais, físicas, emocionais, incluindo tambem
dentro deste grupo o abandono dos vínculos familiares, etc., Uma combinação de
elementos que leva a pessoa para rua sem querer retornar à sua vida anterior,
muitas vezes causada pela vergonha,desestimulação, fracasso, causando uma
resistência na própria pessoa fazendo com quie os mesmos adotem características
de migrantes.
Neste contexto de exclusão social o fator pobreza é o que intensifica o
número de pessoas que se encontram em situação de rua, fazendo com que a
sociedade provoque um estigma para com as pessoas que vivem nas ruas, criando
uma relação de medo, criminalidade, indiferença para com eles.

3. Situação de rua e as Políticas Sociais


Com o desenvolvimento econômico e social, notamos uma diminuição da
participação do Estado social, que ocorre com uma frequencia maior em países
onde a desigualdade social tem uma proporção exacerbada, o que acaba gerando
grandes diferenças nas condições de vida da sociedade, a exemplo do Brasil.
Sendo assim a expressão da questão social da população em situação de
rua, vem se manifestando em um grupo populacional diverso, que é composto por
pessoas com realidades diferentes, mas que possuem um ponto em comum, que é a
pobreza absoluta e ou a falta ou exclusão à sociedade formal, são homens e
mulheres, muitas vezes famílias inteiras, jovens, adolescentes e grupos. Acreditamo
quem vive na rua, são pessoas pauperizadas, desprovidas de direitos, que estão
muitas vezes à margem da sociedade e em situação de risco e vulnerabilidade
social.
Com relação à característica dessa população, ainda temos a questão de
gênero, onde a grande maioria desse público é masculino, pois para as mulheres
ainda existe uma dificuldade em permanecer nas ruas devido as suas necessidades
básicas, higiene íntima e questões de violências sexuais por exemplo, mas que para
muitas não é empecilho. O que para o homem, é tratado como sobrevivência e fuga
da situação/problema imediato.
Importante lembrar que a expressão da questão social das pessoas em
situação de rua, não é um fato que ocorre apenas no Brasil, conforme Simões Júnior
(1992).
[...] desde a antiguidade, já eram registrados grupos
habitando as ruas e vivendo quase que exclusivamente da
mendicância. Apesar de o fenômeno ter várias conotações ao
longo da História, morar na rua sempre esteve relacionado ao
espaço urbano. A civilização grega e o Império Romano também
geravam pessoas vivendo nas ruas; na Idade Média, há notícias,
inclusive, de uma certa “profissionalização” da situação de rua.
Já, na Era Industrial, sabe-se que teria havido repressão
generalizada à difusão de atividades ligadas à vagabundagem e
à mendicância. (SIMÕES JUNIOR, 1992, p 20.)

Somente no final dos anos 1980, a partir da Constituição de 1988, foi que o
Brasil começou, ainda de forma muito lenta, a instituir algumas políticas de
assistência social, e também as políticas voltadas para a população de rua. Neste
momento o poder público brasileiro passou a prestar atenção nessa parcela muito
vulnerável da população em virtude da ascensão das mobilizações e lutas sociais e
na década de 1960 contra a ditadura, houve a luta por uma democratização efetiva
da sociedade brasileira, ocorrendo a partir dai a inclusão da reivindicação da
assistência social como um direito e não como uma ação filantropica.
Ressaltando que, foi no início do século XXI, mais precisamente no ano de
2004, que tivemos a aprovação da Política Nacional de Assistência Social
(Resolução CNAS nº 145, de 15 de outubro de 2004), que atribui à Proteção Social
Especial ao atendimento da população em situação de rua. Já no ano seguinte, em
2005, ocorreu a criação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), que
teve como cerne o ato aterrorizante de violência que ocorreu em São Paulo, em
2004, que deixou 15 feridos e 7 mortos, que acabou impulsionando a criação de
Políticas Públicas especificas para os moradores de rua e contribuindo para a
realização do I Encontro Nacional de População em Situação de Rua. Foi a partir
desse Encontro que começou o desenvolvimento da Política Nacional para a
População em Situação de Rua, além de elementos para a formulação do texto da
Lei nº 11.258, de 30 de dezembro de 2005, que altera a LOAS (Lei Orgânica da
Assistência Social), inserindo o atendimento especializado e especifico para a
população em situação de rua.
Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as
atividades continuadas que visem à melhoria de vida da
população e cujas ações, voltadas para as necessidades
básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes
estabelecidos nesta lei.
§ 1º O regulamento instituirá os serviços
socioassistenciais.
§ 2º Na organização dos serviços da assistência social
serão criados programas de amparo, entre outros:
I – às crianças e adolescentes em situação de risco
pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da
Constituição Federal e na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
II – às pessoas que vivem em situação de rua.
(LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - LOAS)

Entre 2010 a 2012, algumas portarias de extrema importância foram criadas


para a população em situação de rua, como a Portaria nº 843, de 28 de dezembro
de 2010, que prevê o cofinanciamento federal, por meio do Piso Fixo de Média
Complexidade – PFMC, os Centros de Referência Especializados para População
em Situação de Rua, em que são contemplados municípios com população superior
a 250.000 habitantes, a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de outubro de 2011, que
estabelece a Política Nacional de Atenção Básica e que prevê Equipes de
Consultório na Rua – e CR; e a Portaria nº 122/GM/MS, de 25 de janeiro de 2011,
definindo as diretrizes e organização dos Consultórios na Rua. Portaria nº 139, de
28 de junho de 2012, que altera a portaria nº 843, da disposição do cofinanciamento
federal, por meio do Piso Fixo de Média Complexidade – PFMC entre outros. Vale
salientar que em 2011, o Ministério do Desenvolvimento Social elabora a Série
“SUAS e População em Situação de Rua’’. Sendo cofinanciado pelo governo federal
que dispõe:

[...] sobre o cofinanciamento federal, por meio do Piso


Fixo de Média Complexidade - PFMC, dos serviços
socioassistenciais ofertados pelos Centros de Referência
Especializados de Assistência Social - CREAS e pelos Centros
de Referência Especializados para População em Situação de
Rua, e dá outras providências.
[...] Art. 2º Os recursos do Piso Fixo de Média
Complexidade - PFMC serão utilizados para o cofinanciamento
dos seguintes serviços socioassistenciais de proteção social
especial, conforme Tipificação Nacional dos Serviços
Socioasisstenciais: I - Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos - PAEFI; [...]
III - Serviço Especializado em Abordagem Social; e
IV - Serviço Especializado para Pessoas em Situação
de Rua. Parágrafo único. Os serviços referidos nos incisos I a III
devem ser ofertados pelos Centros de Referência
Especializados de Assistência Social - CREAS e o serviço
referido no inciso IV deve ser ofertado pelo Centro de Referência
Especializado para População em Situação de Rua. (BRASIL.
Portaria Nº 843, 2010).

A Portaria nº 2.488, prevê ao morador de rua o direito a atenção básica de


saúde, disponibilizando o atendimento básico através do consultório de rua:
Equipes de atenção básica para populações específicas:
1. Equipes do consultório na rua
A responsabilidade pela atenção à saúde da população
de rua, como de qualquer outro cidadão, é de todo e qualquer
profissional do Sistema Único de Saúde com destaque especial
para a atenção básica. Em situações específicas, com o objetivo
de ampliar o acesso destes usuários à rede de atenção e ofertar
de maneira mais oportuna a atenção integral à saúde, pode- se
lançar mão das equipes dos consultórios na rua que são equipes
da atenção básica, compostas por profissionais de saúde com
responsabilidade exclusiva de articular e prestar atenção integral
à saúde das pessoas em situação de rua.
As equipes deverão realizar suas atividades, de forma
itinerante desenvolvendo ações na rua, em instalações
específicas, na unidade móvel e também nas instalações de
Unidades Básicas de Saúde do território onde está atuando,
sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com as
demais equipes de atenção básica do território (UBS e NASF), e
dos Centros de Atenção Psicossocial, da Rede de Urgência e
dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de
Assistência Social entre outras instituições públicas e da
sociedade civil.
As equipes dos Consultórios na Rua deverão cumprir a
carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém seu horário
de funcionamento deverá ser adequado às demandas das
pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno
e/ou noturno em todos os dias da semana.
As equipes dos Consultórios na Rua podem estar
vinculadas aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e,
respeitando os limites para vinculação, cada equipe será
considerada como uma equipe de saúde da família para
vinculação ao NASF.
Em Municípios ou áreas que não tenham consultórios na
rua, o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve
seguir sendo de responsabilidade das equipes de atenção
básica, incluindo os profissionais de saúde bucal e os núcleos de
apoio a saúde da família (NASF) do território onde estas
pessoas estão concentradas.
Para cálculo do teto das equipes dos consultórios na rua
de cada município, serão tomados como base os dados dos
censos populacionais relacionados à população em situação de
rua realizados por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Ministério
da Saúde. (BRASIL. Portaria Nº 2.488, 2011)

O Ministério da Saúde no ano de 2012 começou a investir em unidades de


atendimentos destinados a essa população em alguns municípios do Brasil, e
confeccionou o manual sobre o cuidado da saúde ligado à população em situação
de rua, que prevê:
Este manual inaugura um novo marco na atenção à
saúde da População em Situação de Rua (PSR) no Sistema
Único de Saúde (SUS). Em que se pretende ampliar o acesso e
a qualidade da atenção integral à saúde dessa população.
Sendo a atenção básica um espaço prioritário para o
fortalecimento do cuidado e a criação de vínculo na rede de
atenção à saúde,possibilitando sua inserção efetiva no SUS,
tendo como porta de entrada prioritária na Atenção Básica (AB)
as equipes do Consultório na Rua. O Ministério da Saúde (MS),
ao eleger como modelo a criação de uma política pública de
saúde para a população em situação de rua em convergência
com as diretrizes da atenção básica e a lógica da atenção
psicossocial com sua proposição de trabalhar a redução de
danos, assume legitimamente a responsabilidade da promoção
da equidade, garantindo o acesso dessa população às outras
possibilidades de atendimento no SUS, com a implantação dos
Consultórios na Rua. (Ministério da saúde, 2012)

Já em 2013, o Conselho Nacional de Assistência Social, através da


Resolução nº 09, de 18/04/ 2013, passou a orientar no Reordenamento dos Serviços
de Acolhimento Institucional e para os Serviços de Acolhimento em República para
Pessoas em Situação de Rua.
Dispõe sobre critérios de elegibilidade e partilha dos
recursos do cofinanciamento federal para a expansão qualificada
do ano de 2013 dos Serviços Socioassistenciais de Proteção
Social Especial para o Serviço Especializado em Abordagem
Social, Serviço Especializado para Pessoas em Situação de
Rua; para o Reordenamento dos Serviços de Acolhimento
Institucional e para os Serviços de Acolhimento em República
para Pessoas em Situação de Rua. (Ministério do
Desenvolvimento Social, e Combate à Fome, Brasil, 2013)
E foram estes avanços institucionais que deram sentido a consideração do
indivíduo em situação de rua como sujeito de direito, que demanda políticas públicas
específicas. Isso exige, ainda, uma conceituação mais delimitada e consistente da
“situação de rua”. Um dos marcos mais importantes desta definição é descrito no
Decreto 7.053 de 23 de dezembro de 2009, que regulamenta a Política Nacional
para a população em situação de rua e também cria um Comitê Intersetorial de
acompanhamento e monitoramento:
Parágrafo único. Para fins deste Decreto, considera-se
população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo
que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia
convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as
áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de
forma temporária ou permanente, bem como as unidades de
acolhimento para pernoite temporário ou como moradia
provisória. (Decreto N° 7.053, de 23 de dezembro de 2009).

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