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APRESENTAÇÃO
Nesta unidade é apresentado o histórico das pistolas Glock e do Projeto ARM, assim como as
características técnicas da Glock G17 Gen 4. Nessa perspectiva, estes são conhecimentos essenciais
para que você alcance os objetivos de aprendizagem deste curso.
O aumento dos casos de panes e quebras no armamento atualmente utilizado pela PRF, fez com que, no
ano de 2015 a PRF criasse o Projeto Estratégico ARM – Armamentos Institucionais, através da Portaria nº
329/2015, que ficou responsável, entre outras coisas por:
Realizar pesquisas, levantamentos e estudos sobre segurança, confiabilidade, efetividade,
performance, capacidade, precisão, modularidade, ergonomia, durabilidade e empregabilidade dos
armamentos empregados pela PRF;
Apresentar proposta de normatização do protocolo de registro e controle das panes, quebras,
falhas, defeitos e quaisquer outros problemas relacionados às armas de fogo e munições em qualquer
que seja a situação no âmbito da PRF; e
Propor melhorias, otimizações, mudanças, substituições, padronizações e possíveis aquisições
com base nos estudos.
Logo no início, despertou-se a necessidade de registrar essas ocorrências, por meio de formulários
específicos, a fim de criar informações seguras que provessem condições para aprimorar os critérios de
especificação das armas adquiridas. Um dos levantamentos realizados revelou que 75% (setenta e cinco
por cento) das armas (modelo PT100) possuíam mais de 15 (quinze) anos de uso (onde a fadiga e o
desgaste contribuíram para as quebras e panes) e os demais 25% (vinte e cinco por cento) das armas
curtas (modelo PT840), desde que foram adquiridas, apresentavam problemas recorrentes de
funcionamento, mesmo após terem sofrido recall.
Estes fatos fizeram com que a confiabilidade e segurança no uso dessas armas caíssem drasticamente,
expondo a vida dos policiais e da própria sociedade por eles defendida. Ficou claro que a PRF,
obrigatoriamente, teria de realizar uma grande aquisição de armamentos, visando substituir
integralmente os armamentos atualmente empregados, já que estes não eram confiáveis.
Dentre as várias pesquisas realizadas para a definição das características técnicas do armamento de
porte, foi ouvido um grupo de instrutores da disciplina Armamento, Munição e Tiro – AMT da PRF, sendo
que cada um desses especialistas eram, também instrutores de AMT, operadores treinados nas áreas
especializadas da PRF, tais como Cinotecnia, Operações Aéreas, Operações Táticas, Motopoliciamento,
Inteligência, Corregedoria, Ensino, área Operacional e Administrativa. Desta forma, a equipe apontou
que juntos fornecessem todas as necessidades que uma arma de porte da PRF precisaria possuir para
atender a todas as características e peculiaridades da atividade policial.
Foi elaborada também uma pesquisa de satisfação junto ao efetivo e aos instrutores de AMT da
instituição acerca da qualidade, confiança, ergonomia (peso, dimensões, etc), segurança, conforto,
capacidade de tiro e outros itens dos armamentos de porte da PRF, avaliando a aceitabilidade do seu
efetivo com o armamento de porte e analisando separadamente algumas especificações técnicas. Isso
permitiu identificar quais aspectos precisavam ser melhorados ou implementados no futuro.
Outro estudo extremamente importante foi a análise de diversos protocolos para testes de armas de
fogo que são mundialmente empregados pelas unidades policiais e militares, a fim de definir quais
seriam aplicados às armas da PRF, bem como garantir a segurança, qualidade, confiabilidade e
resistência necessária. Para isso, a PRF fez parceria com o Ministério das Relações Exteriores e consultou
diversas embaixadas acerca dos critérios e armamentos por eles empregados.
Após a análise desses e outros estudos, a equipe do Projeto ARM buscou especificar as características
técnicas existentes atualmente no mercado de armas que melhor atendessem às necessidades e aos
anseios verificados.
Neste estudo, vários aspectos foram considerados, dentre eles:
As vantagens e desvantagens das ações simples, dupla e a combinação entre elas;
O sistema de percussão;
O tipo e comprimento do cano;
O mínimo de teclas externas;
O tratamento das partes metálicas;
Os carregadores bifilares intercambiáveis, mesmo entre armas de modelos distintos;
A existência de armas com tamanhos distintos (padrão e subcompacta) com mesma plataforma
e intercambialidade de peças;
O sistema de segurança;
O sistema de funcionamento;
O peso e curso do gatilho;
A maturidade do projeto, aprovações em protocolos de testes e a permanência de longo prazo
no cenário mundial de armas de emprego policial – histórico de batalha, etc.
Ao final do exaustivo estudo, chegou-se a conclusão de que, no mercado atual, o Sistema de Armas
Glock seria o único que atenderia a todos os requisitos necessários de qualidade, confiabilidade e
segurança, dentro do que fora estabelecido pelos especialistas das diversas áreas de atuação da PRF.
1. APRESENTAÇÃO
1.1. HISTÓRICO DA ARMA
Tudo começou no ano de 1963 na pequena cidade austríaca de Deutsch-Wagram, perto de Viena,
quando o engenheiro Gaston Glock, especializado em ligas e combinações de aço e polímeros, resolveu
fundar uma empresa para fabricar, inicialmente, produtos de metalurgia e de plástico, como dobradiças
e maçanetas.
Figura: O início da The Glock Company
Fonte: https://goo.gl/71s27v
Já na década seguinte, nos anos 70, a empresa se tornou fornecedora de acessórios para metralhadoras,
granadas de exercício, coldres, facas e pás de campo para as Forças Armadas da Áustria.
Na época, existia uma necessidade premente do atirador, principalmente os militares e policiais, em
possuir uma maior autonomia de disparos sem ter que recarregar o seu armamento.
Os revólveres, apesar da confiabilidade, possuíam uma capacidade limitada a seis tiros, que acabam
muito rápido em um confronto armado. Devido à pouca munição, a recarga é frequente e apresenta um
grande problema: a ejeção dos cartuchos vazios e a colocação dos novos cartuchos é demorada demais,
deixando o atirador exposto e vulnerável.
Foi então que a história da empresa começou a mudar de rumo, quando o exército austríaco abriu uma
concorrência para a aquisição de uma nova pistola de porte semiautomática para seus militares.
Alguns requisitos foram exigidos: ser no calibre 9x19 mm; ter capacidade para, pelo menos, oito
cartuchos; ser ambidestra; permitir desmontagem sem nenhuma ferramenta; ter menos que cinquenta e
oito peças e, inclusive, que essas pudessem ser trocadas sem maiores ajustes e ainda ser capaz de
disparar dez mil tiros apresentando no máximo vinte falhas.
Foi então que Glock fez uma pesquisa com diversos especialistas do segmento de Segurança Pública,
militares e atiradores civis, para coletar informações do que seria a pistola ideal.
Quando a primeira pistola Glock foi lançada, o mercado de armamentos da década de 1980 passava por
um período de pouca inovação na tecnologia básica. As principais categorias de pistolas tinham se
estabelecido ainda na primeira década do século XX.
. APRESENTAÇÃO
1.2. GLOCK G17
Após seis meses de intensas pesquisas, foi apresentada a pistola que deveria ser posta para avaliação
do exército austríaco, a fim de verificar se o modelo preenchia as duras exigências operacionais daquela
força. Nascia então a primeira Glock, a GLOCK 17.
Em pesquisa na Fábrica da Glock por parte da equipe do ARM foi informado que o nome G17 foi
oriundo da capacidade do carregador e por ter sido a 17ª Patente da GLOCK. Os demais modelos
não tem relação com a capacidade dos carregadores, apenas a G17.
Figura: Glock 17
Fonte: https://goo.gl/CWyvB2
A Glock 17 foi apresentada inovando em alguns pontos bastante importantes para a utilização segura,
eficiente e confiável de um atirador.
Embora as especificações requisitadas exigissem que a nova pistola não excedesse a 58 (cinquenta e
oito peças) quando desmontadas, a Glock 17 tinha apenas 34 (trinta e quatro) componentes,
dependendo de como se contavam as peças.
Figura: Peças da Glock 17
Fonte: https://goo.gl/g7jrPA
Além disso, as peças eram todas intercambiáveis com outra Glock 17; seu carregador apresentava uma
capacidade para 17 (dezessete) munições; o tratamento de nitretação nas partes metálicas da arma
oferecia resistência a arranhões, abrasão e corrosão; a utilização de polímero em algumas partes do
armamento dava ao conjunto maior leveza sem perder a resistência; o mecanismo de operação
diferenciado, o mecanismo de disparo mais simples, com poucas peças, e o sistema de segurança,
chamado Safe Action, que revolucionou o mercado e excluiu a necessidade da trava de segurança
externa.
Se formos analisar quais itens são essenciais para que uma arma se torne um ícone mundial, alguns
deles se destacam, são eles:
Você pode estar se perguntando por que mudar para 9x19 mm? Essa é uma pergunta que muitos
fizeram durante todo o processo.
E será que vale a pena deixar um calibre consagrado como um dos melhores “Poderes de Parada” e
mudar para um que, supostamente, seria necessário efetuar vários disparos para neutralizar uma
ameaça? Descubra lendo o texto a seguir.
Devido a já comprovada necessidade de substituição de TODOS os armamentos de porte da
Polícia Rodoviária Federal e, considerando que o FBI - Federal Bureau of Investigation acabara de
publicar um estudo onde voltava a indicar que o calibre ideal para a atividade policial é o 9mm, tivemos
o momento mais oportuno para a realização de estudos técnicos que pudessem indicar o calibre ideal
para os armamentos de porte utilizados na atividade policial dentro da PRF.
Como foi mencionado anteriormente a PRF adotou em 1996 o calibre .40 S&W, seguindo uma tendência
mundial, em especial dos países das Américas, logo após os estudos do FBI que recomendaram esse
calibre como sendo o ideal para a atividade policial/defesa, fundamentada em especial devido ao
conceito de poder de parada aprimorado e difundido pelo estudo de 15 anos de Marshall e Sanow.
Ao longo dos anos, com o desenvolvimento dos calibres e surgimento de novas munições, além do
aperfeiçoamento das pesquisas envolvendo a balística terminal, a superioridade do calibre .40 foi
perdendo sua força, principalmente após o FBI divulgar esse novo estudo onde recomendava o retorno
ao calibre 9 mm para as atividades policiais e de defesa.
Apesar dessa tendência de retorno ao uso do calibre 9 mm, aqui no Brasil isso foi praticamente
imperceptível, haja vista que esse calibre 9 mm aqui era de uso restrito das forças armadas e da Polícia
Federal até o primeiro semestre de 2016. Sendo que a maioria das instituições policiais ainda possuem
restrições em suas portarias de dotação quanto a aquisição desse calibre. Isso tornou difícil tanto o uso,
quanto o próprio desenvolvimento do calibre 9 mm aqui no Brasil.
Não podemos negar que a tomada de decisão sobre a definição de um calibre para dotação de todo um
departamento de polícia se torna particularmente difícil tendo em vista que muitas das questões
relacionadas a armas curtas (pistolas) e munições são rotineiramente baseadas em mitos e opiniões
oriundas de eventos sem comprovação científica. Sendo esta uma realidade enfrentada a muitos anos e
contra as quais este projeto se propôs a atuar.
Desta forma, a equipe do Projeto buscou realizar uma ampla pesquisa de forma a reunir informações
acerca do melhor calibre para a atividade policial. Dentre eles destacamos:
Pesquisa em mais de 07 países sobre qual o calibre empregado por suas forças policias;
Testes comparativos, seguindo uma metodologia científica, realizados com o efetivo da PRF
entre os dois calibres;
Replicação do protocolo realizado pelo FBI com as munições nacionais.
Somente após os resultados de todos esses estudos que a equipe teve tranquilidade e confiança em
realizar a mudança do calibre.
Nas próximas páginas veremos cada detalhe que culminou com essa mudança.
2. MIGRAÇÃO DO CALIBRE
2.1. O CALIBRE IDEAL
Agrupamento: foi analisado a proximidade com o centro do alvo, bem como, a junção dos
pontos de impactos, analisados perante as raias existentes no alvo;
Comportamento: para a efetividade e eficiência do disparo, fez-se necessário o domínio do
equipamento pelo operador, respeitando a execução, tempo, ação do recuo
(sensibilidade), desfazimento de empunhadura, administração de recuo e controle da arma, análise
do controle na recuperação da visada e assimilação de recuo.
Recuperação de visada: na realização de disparos em caso de confronto, é necessária a
recuperação da visada após cada um dos disparos, realinhamento do sistema de pontaria com o
alvo/agressor, diminuindo assim os possíveis efeitos colaterais e melhorando a velocidade na
cadência de disparo, aumentando a capacidade de neutralização, motivo pelo qual, foi necessário a
avaliação deste requisito.
Os resultados obtidos estão descritos em porcentagem de acerto em relação a pontuação total possível
para cada exercício. Ao final ficou totalizado um índice de acertos totais de 23,89% no calibre .40 e de
25,25% no calibre 9 mm.
RESULTADOS
Com o intuito de replicar o protocolo do FBI com munições nacionais foram realizados os testes com as
munições mais empregadas na atividade policial no Brasil, quais sejam:
O grain (gr) é a unidade atualmente utilizado para medição de massa de projéteis e de carga de
pólvora de armas de fogo. Enquanto os projéteis são geralmente medidos em incrementos de 1
grain, as cargas de pólvora são medidas em incrementos de 0,1 grains.
Capacidade no carregador;
Disponibilidade de munição;
Recuo;
Peso;
Custo da munição;
Desgaste do armamento;
Precisão/recuperação da visada.
Sendo assim, nunca devemos considerar apenas um calibre ou uma marca de arma como a solução
ideal. No final, o projétil é o que atinge um alvo e em última análise, as especificações do projétil é que
devem ser o foco do debate.
Em cada um dos calibres mais comuns utilizados por forças policiais (9 mm e .40S&W) existem projéteis
que, em confrontos armados, são mais suscetíveis a ter um desempenho fraco e outros que são mais
suscetíveis a ter um bom desempenho. Desta forma, a definição dos tipos de projéteis para a munição
operacional devem ser submetidos a exames minuciosos e avaliações científicas para seleção da melhor
opção disponível.
Poder de parada
Sobre a questão da balística terminal (comportamento do projétil no alvo atingido) de uma arma curta,
muitas análises foram realizadas e muitos estudos pouco aprofundados de estatística têm sido
empreendidos sobre a temática. Desta forma, alguns pontos devem se destacar quando da análise de
uma munição/projétil, são eles:
1. Estudos que só envolvem mortes por disparos de arma de fogo deveriam ser considerados
irrelevantes, haja vista que o objetivo das forças policiais em um confronto armado é parar uma
agressão o mais rápido possível e não necessariamente matar o agressor. Caso ocorram mortes
ou não isso é secundário desde que o risco de morte ou ferimento grave por parte dos policiais ou
pessoas inocentes seja eliminado/minimizado.
2. O conceito de incapacitação imediata é o único objetivo de um confronto armado de qualquer
força policial e é a lógica por trás da decisão quanto a definição de armas, munições, calibres e
treinamento.
3. Estudos sobre Poder de Parada (stopping power) são limitados porque ninguém tem sido capaz
de definir o quanto de força ou energia cinética, em si e por si, é necessária para efetivamente
parar um agressor determinado e violento de forma rápida, e mesmo os calibres maiores não são
capazes de transmitir essa força. Isso sem contar aqueles agressores que estão sob efeitos de
remédios, álcool e outras drogas, ou em surtos psicóticos.
4. Hoje, falar em "poder de parada" em armas curtas é praticamente um mito. Estudos do
chamado "poder de parada" com apenas um disparo, sendo utilizados como uma ferramenta para
definir a efetividade de um cartucho de arma curta, em oposição a outro, não produzem os
resultados esperados devido à incapacidade de contabilizar as influências fisiológicas e devido à
falta de registros da localização do tiro no alvo. Portanto, estudos extensos foram realizados
através dos anos para comprovar que determinado cartucho é melhor que outro, porém,
empregaram metodologias grosseiramente falhas e/ou tendenciosas como um precursor para
manipular estatísticas.
A fim de ter um entendimento significativo de balística terminal para armas curtas, é preciso lidar com
fatos que não são controversos dentro da comunidade médica, isto é, realidades médicas, e com aqueles
que são geralmente aceitos dentro das forças policiais, isto é, realidades táticas. Nestes pontos, é
importante que você conheça algumas informações extraídas dos estudos realizados pelo FBI acerca
destas realidades.
O nível de dano provocado por um disparo de arma de fogo no corpo humano está relacionado,
diretamente a quatro aspectos fundamentais:
Outro fato de extrema importância é que qualquer discussão sobre parar um adversário armado com
uma arma curta (pistola ou revólver) tem que se levar em consideração o estado psicológico do
adversário. Fatores psicológicos são provavelmente os detalhes mais importantes para se conseguir uma
incapacitação rápida com um disparo no tórax. Em primeiro lugar, os efeitos psicológicos de ser atingido
por um tiro nunca pode ser considerado para se parar um indivíduo com uma ação consciente, contínua
e intencional. Aqueles que param, geralmente o fazem porque decidiram parar e não porque têm que
parar. Os efeitos da dor são frequentemente retardados devido aos padrões humanos de sobrevivência
secundários para as reações de lutar ou fugir, influência de drogas e álcool e no caso de fúria extrema ou
agressão, a dor pode simplesmente ser ignorada. Estes indivíduos que decidem parar imediatamente
após ser atingido por um disparo de arma de fogo no torso o fazem geralmente porque sabem que foram
atingidos e estão com medo de morrer ou se machucar mais, independente do calibre, velocidade ou
tipo de projétil. Deve também ser notado que os fatores psicológicos podem ser a principal causa de
fracasso na incapacitação e, como tal, a correta localização do disparo, penetração adequada e múltiplos
disparos no alvo não podem ser subestimados.
Considerando todo o estudo acima, passamos a analisar as realidades táticas. Desta forma, podemos
afirmar que acertar o alvo ganhou uma relevância bem maior. Conscientes disso e de sua dificuldade,
tendo em vista inúmeras variáveis presentes em um confronto armado letal, o policial deve dispor de um
calibre que maximize a probabilidade de acertar órgãos vitais. Normalmente, disparos efetuados por
agentes policiais em confrontos reais, resultam em apenas um ou dois impactos diretos no tórax do
agressor. Isto requer que mesmo um único disparo que atinja o torso tenha a mais alta probabilidade
possível de penetrar suficientemente profundo para dilacerar um órgão vital.
CONCLUSÃO
Em virtude do evento que ficou conhecido como tiroteio de Miami de 1986, onde o maior problema
existente à época foi o tipo de projétil e não o calibre utilizado pelo FBI, vários departamentos de polícia,
capitaneados pela própria polícia federal americana, migraram do 9 mm para calibres mais grossos,
sendo que isso foi feito ao custo de redução da capacidade no carregador, maior recuo, maior tempo
investido com o treinamento dos policiais (devido ao recuo da arma) e mesmo considerando
uma seleção adequada de projéteis, nenhum aumento visível no desempenho terminal.
Nos dias atuais, nos deparamos com uma tendência atual, onde algumas instituições policiais que
usavam o calibre .40 estão voltando para o 9 mm, tendo como principal exemplo o FBI americano. Este
fato vem ocorrendo baseado na compilação de dados e no cruzamento de estudos médicos e técnicos,
que demonstram que o calibre mais adequado a atividade policial deve ir além do seu tamanho e do
mítico poder de parada.
Associados a isto, devido ao fato de ser o calibre mais empregado no mundo, sendo adotado inclusive
pela forças da OTAN, verificamos um alto nível de desenvolvimento tecnológico existente nos atuais
projéteis de 9 mm o que fez com que as munições deste calibre possuíssem todo o desempenho terminal
que pode ser esperado de qualquer outro calibre utilizado por forças policiais.
Nos testes comparativos realizados pelo Projeto ARM com o nosso efetivo, onde foram utilizadas
pistolas Taurus da série 800 de tamanhos similares nos calibres .40S&W e 9 mm para definir se disparos
mais rápidos e precisos são obtidos com um ou outro calibre, a maioria dos participantes do estudo
disparou de forma mais rápida e precisa com as pistolas em calibre 9 mm. Os testes mostraram que
o Calibre 9 mm proporciona aos atiradores médios e com pouco treinamento uma melhor possibilidade
de sucesso enquanto melhora a velocidade e a precisão dos atiradores mais experientes.
Desta forma, a adoção do calibre 9 mm se mostra, na atualidade, a melhor escolha a ser feita por parte
da PRF para dotar seus policiais de armamento de porte com inúmeras e comprovadas vantagens,
aumentando inclusive a probabilidade de neutralização de injusta ou iminente agressão.
Importante destacar aqui que o calibre .40 continua sendo um dos melhores calibres para uso
policial/defesa, e que a migração para o 9 mm só foi realizada porque a troca do armamento foi em
100% das unidades. Caso contrário, o custo benefício dessa troca dificilmente seria implementado.
Outro ponto importante de salientar é que para a adoção do calibre 9 mm, dentre as munições
produzidas no mercado nacional, recomendamos a utilização de munição na configuração 9 mm
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