Você está na página 1de 7

DCA – Ângelo Mateus

1º ANO - MULTIMÉDIA

Ângelo Mateus
Design, Comunicação e Audiovisuais

HISTÓRIA E
EVOLUÇÃO DA
FOTOGRAFIA
DCA – Ângelo Mateus

Índice
A primeira fotografia ................................................................................................................. 2
O daguerreótipo e a expansão da fotografia ............................................................................ 2
A evolução da fotografia comercial .......................................................................................... 3
Irmãos Lumière ......................................................................................................................... 4
Processos digitais e a evolução da fotografia ........................................................................... 5
Fotografia nos dias de hoje ....................................................................................................... 6
Fotografia e o futuro ................................................................................................................. 6

1
DCA – Ângelo Mateus

A primeira fotografia
A primeira fotografia reconhecida foi feita em 1826, pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, no
entanto o desenvolvimento da fotografia não pode ser atribuído apenas a uma pessoa. Diversas
descobertas ao longo do tempo importantes para que fosse possível chegarmos à fotografia
como é conhecida hoje.

Primeira fotografia, feita por Joseph Nicéphore Niépce, em 1826 na França.

Em 1824 ele conseguiu encontrar um método que permitia mais duração das imagens e em 1826
foi registrada a primeira fotografia de duração indefinida (imagem acima), que existe até hoje.
Como é possível verificar, no entanto, a qualidade ainda era muito reduzida; além disso, todo o
processo de captura levava horas.

Em 1834, Henry Fox Talbot criou uma versão primitiva do que viria a ser o negativo fotográfico,
que ajudou a tornar a fotografia mais popular. Mas foi apenas em 1849 que Louis Daguerre
trouxe a arte, que era até então totalmente experimental e complexa, a um novo patamar.

O daguerreótipo e a expansão da fotografia


Até então, cada inventor fazia as suas experiências baseados em pouco estudo coletivo e as suas
próprias impressões, porém Daguerre queria levar a fotografia para mais pessoas e começou a
estudar os métodos de Niepce para criar uma forma de criar um mecanismo que até os leigos
pudessem utilizar em casa para capturar momentos especiais.

2
DCA – Ângelo Mateus

Para fazer isso, ele recebeu apoio do governo francês e disponibilizou todo o seu trabalho de
forma pública para pesquisa. Desta parceria surgiu o daguerreótipo, uma espécie de máquina
fotográfica rudimentar (imagem acima). Este foi o primeiro método de captura de imagens
comercializado em escala e, portanto, marca o início da era da fotografia no mundo.

Obviamente, na época, essa invenção era limitada a um público rico e entusiasta; ao contrário
do que acontece hoje, ninguém poderia prever que a fotografia seria uma tecnologia com futuro
promissor. Naquele tempo, era muito mais fácil e barato pagar alguém para pintar um quadro
do que comprar um daguerreotipo e capturar a mesma cena.

A evolução da fotografia comercial


Depois de Louis Daguerre, muitos outros pesquisadores e inventores usaram os seus métodos
para tentar aperfeiçoar ainda mais os métodos de captura de imagens. Não é possível citar todos
que participaram dessa época de descobertas, mas alguns grandes pioneiros da fotografia são:

Frederick Scott Archer — melhorou a resolução das imagens usando emulsão de colódio
húmida e baixou o custo de produção de cada fotografia;

Félix Nadar — Primeiro fotógrafo a capturar imagens aéreas e um dos primeiros donos
de estúdio de fotografia;

Adolphe Disderi — criou um método de captura e impressão (Carte-de-visite) que


baixou os custos de impressão e foi um dos responsáveis pelo sucesso mundial da
fotografia de retrato;

James Clerk-Maxwell — apresentou, em 1861, o primeiro método de fotografia colorida.


Obtida através do uso de três negativos, essa técnica serviu de inspiração para outros
pesquisadores;

Mathew Brady — juntou uma equipa para, pela primeira vez, fotografar cenas de guerra.
Aproximadamente 7000 negativos da Guerra Civil foram feitos entre 1861 e 1865;

Ducos du Hauron — pesquisador francês e pioneiro nas técnicas de fotografia colorida.


Publicou um dos primeiros livros sobre o assunto;

Richard Leach Maddox — inventou o método de fixação das imagens usando uma
suspensão gelatinosa, que substituiria a emulsão de colódio húmida, criando as
primeiras chapas secas, que tornaram o processo de revelação mais simples.

3
DCA – Ângelo Mateus

Depois da criação de Maddox, o comércio de negativos e a revelação de fotografias acabaram


por tornar-se mais acessíveis, o que foi vital para o crescimento do mercado e a expansão dessa
forma de arte pelo mundo. Um dos próximos nomes a ganharem destaque com isso foi o de
George Eastman, um empresário, mais conhecido por ser o fundador da Kodak.

A criação da Kodak pode ser considerada como uma das maiores revoluções na fotografia, já
reduziu bastante o custo das câmaras, rolos de filme e revelação. É claro que, mesmo assim,
essa técnica ainda era restrita e geralmente só os mais ricos possuíam a sua própria câmara —
quem não tinha, precisava pagar um fotógrafo para registrar uma imagem de família.

Irmãos Lumière
A fotografia colorida só se tornou realmente comercial e viável por volta de 1940, mas ela já
existia muito tempo antes disso. Pioneiros do cinema, os irmãos Lumière inventaram os
autocromos coloridos, que foram patenteados em 1903 e foram o principal método de captura
de imagens coloridas até surgirem os primeiros filmes a cores para as câmaras.

Depois de aproximadamente 30 anos desde a invenção dos autocromos Lumière, um método


mais fácil de produção de imagens coloridas chegou ao mercado. Em 1935 a Kodak lançou os
Kodachromes, um tipo de filme diapositivo que permitia tirar fotos coloridas com as câmaras da
marca.

O processo de revelação ainda era complexo demais e menos de 25 laboratórios no mundo


inteiro possuíam a tecnologia necessária para isso. A qualidade das imagens e das cores é até
hoje admirada, sendo que esse tipo de filme é considerado um dos melhores métodos de
captura da história. Em 2009, a Kodak deixou de fabricar os Kodachromes.

A fotografia em preto e branco, no entanto, ainda foi a mais usada até meados dos anos 60, nos
Estados Unidos e na Europa, devido aos altos preços dos filmes a cores. A partir dos anos 70, no

4
DCA – Ângelo Mateus
entanto, a maior parte das fotografias tiradas já eram coloridas e a fotografia já não era uma
tecnologia de elite — praticamente qualquer pessoa podia ter uma câmara em casa.

Processos digitais e a evolução da fotografia


Podemos remontar a história da fotografia digital ao ano de 1957, no qual o Russel Kirsch
produziu a primeira imagem digital num computador. Ao serviço do United States National
Bureau of Standards, Kirsch desenvolveu um scanner no qual produziu uma imagem digital a
partir de uma fotografia do seu filho.

Em 1969, George Smith e Willard Boyle dos Laboratórios Bell desenvolveram o CCD (charge-
coupled-device). O CCD esteve no centro do desenvolvimento da fotografia digital, pois é o
instrumento (sensor) que permite converter luz em sinais elétricos. Esta invenção constituiu a
peça tecnológica chave que conduziu à revolução da fotografia digital. O primeiro CCD tinha
apenas 100 x 100 pixels. Em 1973 a Fairchild Imaging iniciou a produção comercial de sensores
CCD, os quais se tornaram a base de desenvolvimento do mundo da fotografia digital.

Em 1975 um engenheiro da Eastman Kodak, Steve Sasson, criou aquela a que se pode chamar a
primeira câmera fotográfica digital. Sasson utilizou um sensor Fairchild CCD e uma objetiva de
uma câmara de filmar da Kodak.

O primeiro protótipo de uma câmera fotográfica digital desenvolvido por Steve Sasson para a Eastman Kodak

Em 1988 a Fujifilm anunciou o lançamento da primeira câmara que guardava informação num
cartão de memória. Apesar de ser atualmente de utilização generalizada, esta forma de
armazenamento de informação foi na altura absolutamente revolucionária. O cartão de
memória utilizado pela Fujix DS-1P possibilitava armazenar a informação correspondente a
entre cinco e dez fotografias.

5
DCA – Ângelo Mateus

Fujix DS-1P, a primeira câmera fotográfica a utilizar um cartão de memória

O século XXI marca também o aparecimento dos primeiros telefones móveis com câmara
fotográfica digital incorporada e a massificação da utilização da internet, ambos com impactos
profundos na forma de fotografar e na utilização da fotografia.

A massificação da fotografia digital e a consequente maior facilidade de manipulação da


estrutura de uma imagem fotográfica, veio introduzir muitas questões relativamente à
veracidade da fotografia e mesmo relativamente ao seu valor documental. Para alguns, a
fotografia digital provocou mesmo uma alteração da natureza do meio fotográfico.

O impacto da fotografia digital não se fez sentir na sua totalidade até à primeira década do
Século XXI, sendo que eventos históricos muito significativos tais como os ataques de 11 de
Setembro de 2001 foram ainda na sua quase totalidade fotografados com recurso a câmaras
fotográficas analógicas.

Fotografia nos dias de hoje


Um dos impactos mais profundos da fotografia digital foi a proliferação da partilha de
fotografias, o que conduziu a uma modificação na definição e conceção de espaços públicos e
privados, da forma como interagimos com o que nos rodeia e como partilhamos essa experiência
com os outros. Este fenómeno não é singular à fotografia, verificando-se igualmente noutras
formas de comunicação e expressão (pense-se nos blogs, na partilha de opiniões e informação
via twitter, facebook e instagram, etc.).

Fotografia e o futuro
É difícil prever quais serão as próximas grandes evoluções na fotografia digital. No entanto,
podemos antecipar que estarão relacionadas com a forma como a captura digital das imagens
nos permitirá afastar cada vez mais da relação óptica com a realidade, entrando no mundo do
3D e da realidade virtual.

Você também pode gostar