Você está na página 1de 2

Resumo: Descobrimento do Brasil

Em 1500 - seis anos após o Tratado de Tordesilhas, - deu-se, como decorrência natural do
processo de expansão marítima, a descoberta do Brasil. Bartolomeu Dias dobrara o cabo das
Tormentas e, por sua vez, Vasco da Gama acabara de abrir a rota atlântica das especiarias
asiáticas. As naus da carreira da Índia passaram a reclamar a criação de postos de
abastecimento não só na costa do Índico, mas também nos mares do ocidente. Impunha-se,
portanto, a conquista do Atlântico sul. Consequentemente, a descoberta do Brasil seria
simples questão de tempo.
O sucesso alcançado por Vasco da Gama e o êxito de Colombo excitariam enormemente os
portugueses que, havia muitos anos, navegavam em águas ocidentais. Tudo isso contribuiu
para o descobrimento de nosso país.
A lenta elaboração de um gigantesco plano ultramarino reconhecia-se a cada passo - desde a
abordagem da África pelas caravelas henriquinas até a chegada das naus cabralinas aos
ancoradouros do Atlântico brasileiro.
Quando D. Manuel, o “Rei Venturoso”, apregoou a necessidade de combater no Oriente a
expansão islâmica, para glória da Fé e fortalecimento de seu capitalismo monárquico, não se
esqueceu, previdentemente, de acentuar ao capitão de sua segunda armada à Índia a
conveniência de uma ancoragem na vastidão marítima do ocidente, suporte e base de
operações do tráfico oriental. Das instruções régias para a viagem de Cabral são conhecidos
apenas fragmentos. Entretanto, no início do século XVI, Portugal, senhor da rota do Cabo,
tinha condições de ir cada vez mais longe.
O Atlântico, um “lago” dos Aviz, era então a principal via marítima de passagem mercantil e
de disputa política e econômica. Por isso, essa nova rota reclamava segurança.
A necessidade de organização de bases de apoio no ultramar, para a proteção do tráfico e da
soberania da realeza lusitana, precipitaria a expedição cabralina.
No verão de 1499, após o retorno de Vasco da Gama, D.Manuel achou necessário enviar à
Índia uma nova armada. Por carta régia datada de 15 de fevereiro de 1500, Pedro Álvares
Cabral foi nomeado comandante supremo da expedição. É curioso observar que na
Chancelaria de D.Manuel, no Arquivo da Torre do Tombo, acha-se o registro desse
documento de nomeação, onde se lê: Pedro Álvares de Gouveia. Gouveia era o sobrenome de
sua mãe. Pedro Álvares, fidalgo nascido em Belmonte no ano de 1467, descendia de Fernão
Cabral. Era o segundo filho, cabendo, como costume na época, o sobrenome do pai ao
primogênito, João Fernandes Cabral.
A frota cabralina, de treze navios, levava 1200 homens, gente escolhida e bem armada, oito
frades franciscanos, guardados por frei Henrique Coimbra, oito capelães e um vigário, todos
missionários.
No primeiro domingo da Quaresma, a 08 de março de 1500, D.Manuel, com toda a Corte,
dirigiu-se à praia do Restelo, onde já se encontrava a armada, para juntos ouvirem a missa do
grandioso mosteiro dos Jerônimos. Após a cerimônia religiosa, seu oficiante, D. Ortiz, bispo
de Ceuta, benzeu o chapéu de Cabral e a bandeira da Ordem de Cristo, que tremulara no altar
durante todo o culto. Terminada a bênção, o sacerdote entregou os dois objetos ao rei. D.
Manuel colocou, então o chapéu benzido na cabeça do capitão-mor, passando-lhe a bandeira
de pano branco com a cruz vermelha no centro. Depois, seguiram em procissão até o
embarcadouro, onde Cabral e seus subordinados se despediram do monarca, beijando-lhe a
mão.
A esquadra partiu no dia seguinte, em meio às aclamações do povo que afluiu em massa para
contemplar o espetáculo. Na manhã do dia 14 navegavam entre as Canárias. No dia 22, ainda
em março atravessaram o arquipélago de Cabo Verde. Na noite seguinte, desgarrou-se da
frota a embarcação de Vasco de Ataíde. Tudo foi feito para encontrar o navio perdido. Em
vão: a nau fora engolida pelas águas. Desfalcados, velejaram para oeste, até que no dia 21 de
abril de 1500, terça- feira da Páscoa, reconheceram sinais de terra próxima. No dia seguinte,
pela manhã, descortinaram um monte e um negrume prolongado no horizonte, sinal indicativo
da continuação da linha litorânea. Cabral deu ao monte o nome de Pascoal, e à terra a
denominação de ilha de Vera Cruz. No dia 23, navegaram para terra firme, ancorando em
frente a um rio, onde seriam travados os primeiros contatos com os indígenas. No dia
seguinte, sexta-feira, rumaram para o norte. Os navios maiores fundearam ao largo, os de
menor porte entraram num abrigo, no qual a armada inteira penetraria. Na manhã seguinte,
domingo de Pascoela, armou-se um altar, onde o frei Henrique de Coimbra celebrou a
primeira missa no Brasil. Foi cantada e assistida pelos sacerdotes da expedição, pelos capitães
e marinheiros.
Os indígenas, atraídos pela novidade, acompanharam o ritual, imitando os gestos dos cristãos,
Finalmente, a 02 de maio, Cabral zarparia de Porto Seguro em direção à Índia, com a missão
de dar continuidade à rota aberta por Vasco da Gama. O Brasil estava, assim, descoberto.

Fonte:
https://www.educabras.com/ensino_medio/materia/historia/historia_do_brasil/aulas/descobert
a_do_brasil

Você também pode gostar