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UCPEL - PÓS-GRADUAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS


MATEMÁTICA FINANCEIRA

 Módulo 3 – GESTÃO FINANCEIRA

1. Gestão e análise financeira através de índices e indicadores de gestão empresarial

1.1. Ferramentas para determinação de índices e indicadores de gestão financeira: a gestão


financeira utiliza-se de diversas ferramentas e instrumentos para medir e acompanhar o desempenho de
empresas. Dentre tais ferramentas destacam-se as demonstrações financeiras contábeis, de modo
especial o balanço patrimonial [BP] e a demonstração de resultado do exercício [DRE].

No balanço patrimonial está demonstrada a estrutura patrimonial que a empresa apresenta em 31 de


dezembro de cada ano, conforme exigência da legislação vigente. É composto pelos direitos, obrigações
e patrimônio líquido que a empresa possui naquele dia.

Os direitos são representados pelas disponibilidades de recursos à vista (dinheiro em caixa na empresa e
nos banco), pelas aplicações financeiras em bancos, pelos valores a receber de clientes pelas vendas de
produtos ou serviços, pelos estoques de produtos acabados esperando efetiva venda, entre outros, que em
curto prazo podem ser transformados em disponibilidades, e pelos investimentos imobilizados tais como
imóveis, terrenos, máquinas, equipamentos, veículos, etc. A parcela do balanço patrimonial que acumula
todos os direitos é denominada de ATIVO.

As obrigações são representadas pelos valores a pagar para fornecedores, para salários, para impostos e
contribuições, para credores de empréstimos de curto e longo prazo, entre outros.

O patrimônio líquido é representado pelo capital próprio investido pelos sócios (ou acionistas) acumulado
pelos lucros (ou prejuízos) obtidos durante os anos, entre outros.

A parcela do balanço patrimonial que acumula todas as obrigações com o patrimônio líquido é denominada
de PASSIVO, equilibrando o balanço com o ativo.

Na demonstração de resultado do exercício são acumuladas todas as vendas e todas as despesas


durante o ano, que resultam no lucro ou prejuízo no exercício (no ano).

Um exemplo sintético de [BP] e [DRE] é apresentado abaixo.


BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DO RES. DO EXERCÍCIO
ATIVO CIRCULANTE 70.000 PASSIVO CIRCULANTE 40.000 Vendas brutas 50.000
  Caixa e bancos 5.000 Fornecedores 20.000 (-) Devoluções e impostos 7.000
  Aplicações financeiras 30.000 Salários a pagar 8.000 (=) Vendas líquidas 43.000
  Clientes 25.000 Impostos a pagar 2.000 (-) Custos produtos vendidos 13.000
  Estoques 10.000 Empréstimos 10.000 (-) Custos serviços prestados 10.000
      (=) Lucro bruto 20.000
PATRIMÔNIO
ATIVO PERMANENTE 30.000 LÍQUIDO 60.000 (-) Despesas operacionais 7.000
  Imobilizado 30.000 Capital social 60.000 (-) Despesas financeiras 1.000
      (=) Lucro antes do IR 12.000
      (-) Provisão para imposto de renda 3.000
TOTAL DO ATIVO 100.000 TOTAL PASSIVO+PL 100.000 (=) Lucro do exercício 9.000

1.2. Índices e indicadores utilizados na gestão financeira: a análise das demonstrações financeiras é
comumente feita através de índices, de forma a avaliar os desempenhos passado e presente, bem como
projetar o futuro da empresa. Os índices são relações entre as contas ou grupos de contas das
demonstrações financeiras.
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Existem basicamente duas formas de se utilizarem os índices. A primeira é a análise temporal da empresa,
na qual o desempenho da empresa é medido ao longo do tempo, possibilitando, portanto, o traçado de
tendências para o futuro. A outra forma de utilização dos índices é a comparação com os índices de
empresas concorrentes, no mesmo período de tempo. As datas devem ser iguais devido a possíveis
cenários econômicos diferentes em épocas distintas. Além disso, a confrontação de índices pode ser feita
também com a média do setor de atividade. É importante frisar que, como as empresa podem usar alguns
critérios diferentes na elaboração de suas demonstrações, faz-se necessário padronizá-las.

A análise de um índice isolado não oferece uma informação válida. A apreciação de um único índice não
informa o suficiente sobre o desempenho global da empresa, podendo levar a conclusões incompletas. O
uso dos índices em conjunto propicia melhores dados para estudo. Mesmo com o conjunto de índices
complementares à mão, ainda se fazem necessárias comparações temporais e setoriais. Os índices são
agrupados em grupos: de estrutura de capital, de liquidez e de rentabilidade.

As demonstrações financeiras que usaremos no dimensionamento dos diversos índices estão representadas
abaixo pelo Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado da empresa que denominaremos de
Empresa Exemplo.

1.2.1. Demonstrações financeiras base de cálculo dos índices: conforme detalhado abaixo.
BALANÇO PATRIMONIAL - Empresa: EXEMPLO
      31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8
ATIVO        
1 CIRCULANTE L2+L5 1.960.480 2.269.171 2.933.575
2   FINANCEIRO L3+L4 163.634 107.224 87.000
3   . Disponível 34.665 26.309 25.000
4   . Aplicações Financeiras 128.969 80.915 62.000
5   OPERACIONAL L6+L7 1.796.846 2.161.947 2.846.575
6   . Duplicatas a Receber 1.045.640 1.122.512 1.529.061
7   . Estoques 751.206 1.039.435 1.317.514
8 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0 0 0
9 PERMANENTE 765.698 1.714.879 2.719.760
10 TOTAL DO ATIVO L1+L8+L9 2.726.178 3.984.050 5.653.335
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO        
11 CIRCULANTE L12+L15 1.340.957 1.406.077 1.957.277
12   OPERACIONAL L13+L14 984.159 928.763 1.122.534
13   . Fornecedores 708.536 639.065 688.791
14   . Outras Obrigações 275.623 289.698 433.743
15   FINANCEIRO L16+L17 356.798 477.314 834.743
16   . Empréstimos Bancários 66.165 83.429 158.044
17   . Duplicatas Descontadas 290.633 393.885 676.699
18 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 314.360 1.170.788 2.028.231
19 CAPITAL DE TERCEIROS L11+L18 1.655.317 2.576.865 3.985.508
20 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.070.861 1.407.185 1.667.827
21 TOTAL DO PASSIVO E PATR LÍQUIDO L19+L20 2.726.178 3.984.050 5.653.335
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
22 RECEITA BRUTA DE VENDAS   6.113.052 6.227.390 8.069.229
23 (-) Devoluções e Abatimentos -152.825 -184.276 -249.086
24 (=) Vendas realizadas 5.960.227 6.043.114 7.820.143
25 (-) Impostos -1.167.104 -1.617.248 -1.968.557
26 (=) Receita Líquida 4.793.123 4.425.866 5.851.586
27 (-) Custo dos Produtos Vendidos -3.621.530 -3.273.530 -4.218.671
28 (=) Lucro Bruto 1.171.593 1.152.336 1.632.915
29 (+/-) Receitas/Despesas Operacionais -487.599 -409.644 -470.248
30 (=) Lucro Operacional antes Result Financ 683.994 742.692 1.162.667
31 (+) Receitas financeiras 10.860 7.562 5.935
32 (-) Despesas financeiras -284.308 -442.816 -863.298
33 (=) Lucro Operacional 410.546 307.438 305.304
34 (+/-) Resultado não operacional 1.058 0 0
35 (=) Lucro antes do IR e CSLL 411.604 307.438 305.304
36 (-) Provisão IR e CSLL -187.863 -140.322 -139.348
37 (=) Lucro Líquido   223.741 167.116 165.956
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1.2.2. Índices de estrutura de capital: os índices de estrutura de capital são bastante úteis em análise
da estrutura de capital. Os índices são calculados relacionando-se as fontes de capitais entre si e com o
Ativo Permanente. Indicam o grau de dependência da empresa com relação a capital de terceiros e o nível
de imobilização do capital. Para a empresa quanto menor o índice, melhor.

Estes indicadores são utilizados, basicamente, para aferir a composição (estrutura) das fontes passivas de
recursos da empresa. Ilustram, com isso, a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela
empresa e sua participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos para avaliar
o grau de comprometimento financeiro da empresa perante seus credores (principalmente instituições
financeiras) e sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos a longo prazo.

1.2.2.1º Participação de capitais de terceiros (PCT): este índice indica quanto a empresa tomou de
capitais de terceiros para cada $ 100 de capital próprio investido e é calculado pela fórmula:

Capital de Terceiros
PCT = x 100
Patrimônio Líquido

O Capital de Terceiros também é denominado de Exigível Total.

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


1.655.317 2.576.865
PCT  x 100  154% x 100  183% x 100 
1.070.861 1.407.185

Esses dois índices mostram que, em 20X6, para cada $ 100 de capital próprio (Patrimônio Líquido), a
empresa tomou $ 154 de Capitais de Terceiros e que, em 20X7, para cada $ 100 próprios, tomou $ 183
emprestados.

O índice PCT relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa. É um indicador de risco
ou de dependência a terceiros por parte da empresa. Também pode ser chamado de grau de
endividamento.

Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior PCT menor a liberdade de decisões
financeiras da empresa ou maior a dependência a Terceiros.

Do ponto de vista de obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de
terceiros, se a remuneração para a esses capitais de terceiros for menor que o lucro obtido com a
sua aplicação nos negócios. Portanto, sempre que se aborda o índice PCT, está-se fazendo análise
exclusivamente do ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência e não em relação ao lucro
ou prejuízo.

Em princípio, um crescimento no valor desse índice pode denotar uma redução na rentabilidade da
empresa. No entanto, essa conclusão não deve ser manipulada de maneira geral e definitiva. É importante
que se analise principalmente o custo do endividamento em relação ao retorno produzido pelas aplicações
desses recursos no Ativo. O retorno da empresa é função da margem operacional e do giro dos ativos (vide
índices de rentabilidade). Dessa maneira, desde que o retorno enunciado pelo giro dos ativos suplante o
custo do endividamento, pode ser interessante à empresa elevar esse índice, aproveitando-se assim de
uma alavancagem financeira favorável. Não obstante isso, essas colocações dependem, ainda, da liquidez
da empresa em sustentar um endividamento mais elevado, e da conveniência com uma taxa de risco
financeira mais alta, a qual exerce normalmente influências sobre o nível de juros cobrados pelos
fornecedores de capital.

No caso do exemplo acima, o índice PCT indica que o endividamento da empresa piorou de 20X6 para
20X7. Porém, para uma apreciação mais apurada do nível de endividamento da empresa é preciso
comparar os seus índices com padrões, que será feito ainda nesta Unidade. A comparação com padrões
permite saber se o nível de endividamento da empresa está dentro ou fora de certos padrões de
normalidade obtidos através de tabulação estatística de balanços de outras empresas do mesmo ramo.
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Como o índice PCT trata da capacidade de endividamento da empresa, é oportuno destacar as seguintes
variáveis na definição da capacidade de endividamento:
[a] geração de recursos: uma empresa capaz de gerar recursos para amortizar as dívidas tem mais
capacidade de endividar-se, ou ainda, uma empresa mais endividada pode representar risco menor que
outra menos endividada, se tiver maior capacidade de amortizar dívidas;
[b] liquidez: se uma empresa toma recursos, investe-os em seu giro comercial e dispõe de um bom capital
próprio, investido em Ativo Circulante, então o efeito negativo sobre a liquidez será muito menor que no
caso da empresa que imobiliza todos os recursos próprios e mais parte dos Capitais de Terceiros;
[c] renovação: se a empresa conseguir renovar as dívidas vencidas, não terá problemas de insolvência. Do
sucesso em renovar empréstimos ou tomar novos pode depender a continuidade da empresa.

1.2.2.2º Composição do Endividamento (CE): este índice indica qual o percentual de obrigações de
curto prazo em relação às obrigações totais e é calculado pela fórmula:

Passivo Circulante
CE = x 100
Capital de Terceiros

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


1.340.957 1.406.077
CE  x 100  81% x 100  54% x 100 
1.655.317 2.576.865

Um passo seguinte ao cálculo do índice PCT é conhecer qual a composição dessas dívidas. Uma coisa é ter
dívidas de curto prazo que precisam ser pagas com os recursos possuídos hoje, mais aqueles gerados a
curto prazo. Outra coisa é ter dívidas de longo prazo, pois aí a empresa dispõe de tempo para gerar
recursos (normalmente lucro + depreciação) para pagas essas dívidas.

No exemplo tais índices indicam que em 20X6 a empresa tinha 81% de suas dívidas vencíveis a curto
prazo e que em 20X7 este percentual caiu para 54%, melhorando aquilo que se pode chamar de perfil da
dívida.

1.2.2.3º Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL): este índice indica quanto a empresa aplicou no
Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido e é calculado pela fórmula:

Ativo Permanente
IPL = x 100
Patrimônio Líquido

Este índice também é denominado de Imobilização do Capital Próprio (ICP)

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


765.698 1.714.879
IPL  x 100  71% x 100  121% x 100 
1.070.861 1.407.185

Estes índices mostram que em 20X6 a empresa investiu no Ativo Permanente importância equivalente a
71% do Patrimônio Líquido e em 20X7 esse percentual subiu para 121%.

Se em 20X6 71% do Patrimônio Líquido foram investidos no Ativo Permanente, então os 29% restantes
acham-se aplicados no Ativo Circulante. Essa parcela de 29% do Patrimônio Líquido é chamada de Capital
Circulante Próprio (CCP).

Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo
Circulante e, em conseqüência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do
Ativo Circulante. O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para
cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela (que é o CCP) suficiente para financiar o Ativo
Circulante. Assim, é evidente que quanto menor o índice IPL melhor será a situação financeira da
empresa.
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No exemplo, no ano de 20X7, o IPL for de 121%, ou seja, significa que para cada $ 100 existentes de
Patrimônio Líquido a empresa aplicou $ 121 no Permanente, ou seja, imobilizou todo o Patrimônio Líquido
mais recursos de terceiros, equivalentes a 21% do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o Ativo Circulante é
totalmente financiado por Capitais de Terceiros, os quais financiam ainda uma parte do Ativo Permanente.
Com isso a empresa está em mãos de terceiros para o financiamento de seu giro comercial e depende
ainda desses mesmos terceiros para o financiamento de uma parte do seu parque industrial.

1.2.2.4º Imobilização dos Recursos não Correntes (IRNC): este índice indica que percentual de
Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente e é calculado pela fórmula:

Ativo Permanente
IRNC = x 100
Patrimônio Líquido  Exigível a Longo Prazo

Os Recursos não Correntes é o resultado da soma: Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo.

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,


em 31/12/20X6 em 31/12/20X7 em 31/12/20X8
Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788 _____________
(+) Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 _____________
(=) Recursos não Correntes 1.385.221 2.577.973 _____________

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


765.698 1.714.879
IRNC  x 100  55% x 100  66% x 100 
1.385.224 2.577.973

Estes índices mostram que a empresa destinou ao Ativo Permanente respectivamente, em 20X6 e 20X7,
55% e 66% dos Recursos não Correntes.

Os elementos do Ativo Permanente tem vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim, não é
necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de
longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo
seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo. Daí a lógica
de comparar as aplicações fixas (Ativo Permanente) com os Recursos não Correntes.

Uma consideração importante é que este índice não deve em regra ser superior a 100%. Ainda que a
empresa quase tenha necessidade de Ativo Circulante (nas transportadoras por exemplo), deve sempre
existir um pequeno excesso de Recursos não Correntes, em relação às imobilizações, destinado ao Ativo
Circulante.

A parcela de Recursos não Correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada de Capital Circulante
Líquido (CCL).

1.2.3. Índices de liquidez: os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa.
Muitas pessoas confundem índices de liquidez com índices de capacidade de pagamento. Os índices de
liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas de dinheiro.
São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida
é a base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa
capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em
função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas, etc. Para a empresa quanto maior o
índice, melhor.

Realçando: os indicadores de liquidez visam medir a capacidade de pagamento (folga financeira) da


empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas acumuladas. Uma
grande restrição que se atribui a esses indicadores é a posição de liquidez estática que revelam, isto é, não
refletem a magnitude e a época em que ocorrerão as diversas entradas e saídas circulantes. Por exemplo,
uma empresa poderá apresentar excelente nível de liquidez, medido formalmente por esses indicadores, e
não manter, desde que seus direitos ativos venham a se realizar somente após um trimestre, recursos
circulantes suficientes para fazer frente a suas necessidades de caixa nos próximos três meses. Na
realidade, os indicadores tradicionais de liquidez exprimem uma posição financeira em dado momento de
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tempo (na data de levantamento dos valores), e os diversos valores considerados são continuamente
alterados em função da dinâmica natural dos negócios da empresa.

1.2.3.1º Liquidez Geral (LG): este índice indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável
a Longo Prazo para cada $ 1,00 de dívida total e é calculado pela fórmula:

Ativo Circulante  Realizável a Longo Prazo


LG =
Passivo Circulante  Exígivel a Longo Prazo

O índice IPL visto anteriormente mostrava qual percentual do Patrimônio Líquido estava imobilizado e,
complementarmente, qual o percentual fora investido no giro dos negócios.

Exemplo: foi determinado anteriormente que, em 20X6, 71% do Patrimônio Líquido foram imobilizados e
29% investidos no Ativo Circulante. Queremos agora saber se esses 29% são ou não suficientes para
proporcionar boa base financeira para a empresa. A partir das demonstrações financeiras da empresa
EXEMPLO obtém-se,
em 31/12/20X6 em 31/12/20X7 em 31/12/20X8
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 _____________
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 _____________
(+) Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788 _____________
(=) Total denominador 1.655.317 2.576.865 _____________

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


1.960.480 2.269.171
LG   1,18  0,88 
1.655.317 2.576.865

O índice LG de 20X6, igual a 1,18, indica que para cada $ 1,00 de dívida a empresa tem $ 1,18 de
investimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de
uma folga, excedente ou margem, de 18%. Esses 18% ocorrem graças ao CCP. Já em 20X7 a situação
mudou, pois o Ativo Circulante ficou menor que o Exigível Total, já que para cada $ 1,00 de dívida existem
investimentos circulantes de $ 0,88. Isto não quer a empresa esteja em insolvência.

O índice de 1,18 em 20X6 significa que a empresa poderia pagar suas dívidas totais, mesmo aquelas de
longo prazo, com os recursos que possui hoje, no Ativo Circulante, e ainda haveria uma sobra de 18%.
Essa sobra representa uma espécie de reserva ou margem de segurança. Conclui-se, nesse caso, que a
situação da empresa tende a ser satisfatória, pois existem condições para isso. Já o índice de 0,88 em
20X7 revela que a empresa não conseguiria pagar, naquela data, a totalidade de suas dívidas. A primeira
conclusão é de que já não tem a mesma boa situação do ano anterior, pois, agora, em vez de margem de
segurança, existe insuficiência de $ 0,12 para cada $ 1 de dívida. Entretanto cabe lembrar que as dívidas
de longo prazo não vencem já e que até o seu vencimento a empresa poderá gerar recursos. Esta é a
diferença entre os dois índices: em 20X6 a empresa não dependia da geração futura de recursos para
liquidar suas dívidas mas em 20X7 criou-se essa dependência.

1.2.3.2º Liquidez Corrente (LC): este índice indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante para
cada $ 1,00 de Passivo Circulante e é calculado pela fórmula:

Ativo Circulante
LC =
Passivo Circulante

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


1.960.480 2.269.171
LC   1,46  1,61 
1.340.957 1.406.077

Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, e isto significa que os
investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma
folga de 46% e 61% em 20X6 e 20X7 respectivamente.
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O índice LC significa que há recursos no Ativo Circulante, que são superiores às dívidas junto a terceiros,
em 20X6, na proporção de $ 1,46 para $ 1,00. Os recursos do Ativo Circulante entrarão em caixa num
momento diferente da saída para pagamento do Passivo Circulante. O ideal é que as entradas em caixa
sejam equivalentes às saídas. Cabe a administração financeira da empresa atingir cotidianamente esse
ideal, manobrando prazos de recebimento e pagamento e renovando empréstimos bancários. O diferencial
de $ 1,46 para $ 1,00 representa uma margem de folga para manobras razoável. Se fosse $ 1,05 para $
1,00 a margem seria muito estreita e a administração pode ter dificuldades em atingir seu objetivo de
equilibrar entradas e saídas de caixa. Assim, quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior a
segurança da empresa, melhor sua situação financeira.

1.2.3.3º Liquidez Seca (LS): este índice indica quanto a empresa possui no Ativo Líquido para cada $
1,00 de Passivo Circulante e é calculado pela fórmula:

Ativo Circulante - Estoques - Despesas do exercício seguinte


LS =
Passivo Circulante

Sabe-se que os estoques, apesar de serem classificados como itens circulantes (curto prazo), não
apresentam normalmente liquidez compatível com o grupo patrimonial em que são incluídos. Sua
realização é, na maioria das vezes, mais demorada e difícil que os demais elementos que compõem o Ativo
Circulante. As despesas pagas antecipadamente, por sua vez, não representam valores a receber, mas,
basicamente, serviços, utilidades e benefícios a receber. Assim, são também eliminadas para este cálculo.

Este índice é um teste de força aplicado à empresa e visa medir o grau de excelência da sua situação
financeira. Pode indicar alguma dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando
o índice LC for satisfatório. Se conjugado com o índice LC pode indicar boa (ou não) situação financeira. O
quadro abaixo demonstra a necessidade dessa análise conjunta, onde é possível entender que as
conclusões exclusivamente através da LS não são precisas e por isso esse índice é utilizado como
coadjuvante e não tem principal na avaliação da empresa.

Liquidez Corrente

ALTA BAIXA
Situação Situação financeira em
ALTA Financeira boa princípio insatisfatória, mas
atenuada pela boa LS.

Situação financeira
em princípio
satisfatória. A baixa
LS não indica
Liquidez necessariamente
Seca BAIXA comprometimento da Situação financeira
situação financeira. insatisfatória.
Em certos casos pode
ser sintoma de
excessivos estoques
“encalhados”.

O Ativo Circulante da empresa compreende investimentos de risco diferente e basicamente são:


[a] disponível: há risco de desfalque de dinheiro em caixa ou de desvio de conta corrente bancária. É risco
que depende só da empresa a gestão;
[b] duplicatas a receber: o risco está na possibilidade do cliente não pagar. É portanto, um risco maior por
depender da capacidade de pagamento de terceiros;
[c] estoques: correm o risco de roubo, obsoletismo, deterioração e de não serem vendidos e, portanto, de
não serem convertidos em dinheiro, não servindo para pagamento de dívidas. É um risco que depende da
gestão da empresa, do mercado e da conjuntura econômica.

Enquanto se verificam esses riscos no Ativo Circulante, o Passivo Circulante é líquido e certo: deve ser
pago no dia e na quantia aprazada. Daí a idéia de excluir do Ativo Circulante os itens de maior risco, ou
seja, os Estoques.
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Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,


em 31/12/20X6 em 31/12/20X7 em 31/12/20X8
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 _____________
(-) Estoques 751.206 1.039.435 _____________
(=) Ativo Líquido 1.209.274 1.229.736 _____________
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 _____________

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


1.209.274 1.229.736
LS   0,90  0,87 
1.340.957 1.406.077

Em 20X6 a empresa conseguia pagar 90% de suas dívidas somente com o Disponível e as Duplicatas a
Receber. Independentemente de comparações com padrões, pode-se afirmar que tinha boa performance.
Assim, a avaliação da situação financeira que lhe fosse atribuída através do índice de LC poderia ser
melhorada. Em 20X7 registra-se quase o mesmo bom desempenho.

1.2.4. Índices de Rentabilidade: os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais
investidos, isto é, quando renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da
empresa. Para a empresa quanto maior o índice, melhor.

Estes indicadores visam avaliar os resultados auferidos pela empresa em relação a determinados
parâmetros que melhor revelem suas dimensões. Uma análise baseada exclusivamente no valor absoluto
do Lucro Líquido traz normalmente sério viés de interpretação ao não refletir se o resultado gerado no
exercício foi condizente ou não com o potencial econômico da empresa. Ressalte-se ainda que os analistas
em geral dispensam grandes atenções aos indicadores de rentabilidade, os quais costumam exercer
significativamente influências sobre as decisões que envolvem a empresa, tomadas tanto no mercado de
crédito como no mercado acionário.

1.2.4.1º Giro do Ativo (GA): este índice indica quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de
investimento total e é calculado pela fórmula:

Vendas Líquidas
GA =
Ativo
As Vendas Líquidas são também denominadas de Receita Operacional Líquida.

O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um volume de vendas adequado. O volume de
vendas tem relação direta com o montante de investimentos. Não se pode dizer se uma empresa está
vendendo pouco ou muito olhando-se apenas para o valor absoluto de suas vendas.

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


4.793.123 4.425.866
GA   1,76  1,11 
2.726.178 3.984.050

A empresa vendeu em 20X6 a quantia de $ 1,75 para cada $ 1,00 investido, ou seja, o volume de vendas
atingiu 1,75 vezes o volume de investimento. Já em 20X7, houve queda acentuada do volume relativo de
vendas: para cada $ 1,00 investido a empresa vendeu $ 1,11. Isto significa que a empresa passou a
vender muito menos, embora o valor absoluto de vendas tenha crescido.

1.2.4.2º Margem Líquida (ML): este índice indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100
investidos e é calculado pela fórmula:

Lucro Líquido
ML = x 100
Vendas Líquidas

As Vendas Líquidas são também denominadas de Receita Operacional Líquida.


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Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


223.741 167.116
ML  x 100  4,66% x 100  3,77% x 100 
4.793.123 4.425.866

Verifica-se que houve considerável queda na margem de lucro da empresa. O próprio valor absoluto do
lucro líquido caiu, enquanto que o valor absoluto das vendas aumentou. Isto significa que a empresa
auferiu menor lucro global e ganhou muito menos por unidade vendida. Dessa forma, a hipótese de a
empresa ter diminuído vendas em função do aumento da margem de lucro fica descartada. Logo, houve
queda do volume relativo de vendas simultaneamente à queda da margem de lucro.

1.2.4.3º Rentabilidade do Ativo (RA): este índice indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $
100 de investimento total e é calculado pela fórmula:

Lucro Líquido
RA = x 100
Ativo

Este índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma medida do
potencial de geração de lucro da empresa. Não é exatamente uma medida de rentabilidade do capital, mas
uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma
medida de desempenho comparativo da empresa ano a ano.

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


223.741 167.116
RA  x 100  8,20% x 100  4,19% x 100 
2.726.178 3.984.050

Verifica-se que para cada $ 100 investidos a empresa ganhou $ 8,20 em 20X6 e $ 4,19 em 20X7, havendo
expressiva queda na rentabilidade do Ativo. A empresa demoraria 9 anos para dobrar o seu Ativo conforme
20X6, enquanto que demoraria 17 anos segundo 20X7. Em resumo, analisando-se conjuntamente com os
índices anteriores, a empresa teve acentuada queda simultânea do volume relativo de vendas, da margem
líquida e, consequentemente, da rentabilidade do Ativo, reduzindo seu poder de capitalização.

1.2.4.4º Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL médio): este índice indica quanto a empresa obteve
de lucro para cada $ 100 de Capital Próprio investido e é calculado pela fórmula:

Lucro Líquido
RPLmédio = x 100
Patrimônio Líquido Médio

Este índice também é denominado de Rentabilidade do Capital Próprio (RCP). A verificação pura e simples
do valor do lucro líquido de uma empresa não é esclarecedora. É preciso comparar esse valor com o Capital
Próprio investido. O papel do índice RPL é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa
pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado. Com isso se pode
avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a do mercado.

Exemplo: a partir das demonstrações financeiras da empresa EXEMPLO obtém-se,


em 31/12/20X6 em 31/12/20X7 em 31/12/20X8
Lucro Líquido 223.741 167.116 _____________
Patrimônio Líquido Inicial 821.827 (dado) 1.070.861 _____________
Patrimônio Líquido Final 1.070.861 1.407.185 _____________
Patrimônio Líquido Médio 946.344 1.239.023 _____________

31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8


223.741 167.116
RPL  x 100  23,64% x 100  13,48% x 100 
946.344 1.234.023
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Em 20X6, para cada $ 100 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu $ 23,64 de lucro. A taxa de
23,64% ao ano é que deve ser comparada com as oferecidas pelo mercado. Em 20X7 ocorreu queda
acentuada na rentabilidade da empresa para 13,48%.

Exercício) determine os índices de estrutura de capital, de liquidez e de rentabilidade da empresa REFORÇO


cujas demonstrações financeiras estão detalhadas na página seguinte e ANALISE os resultados.

Para cálculo do índice de RPLmédio considere que o Patrimônio Líquido em 31/12/20X5 foi $ 1.050.000.

Resposta:
Índice 31/12/20X6 31/12/20X7 31/12/20X8
PCT 81% 85% 96%
CE 66% 50% 68%
IPL 74% 71% 69%
IRNC 58% 50% 53%
LG 1,32 1,34 1,32
LC 1,60 2,19 1,62
LS 1,07 1,42 0,91
GA 0,48 0,62 0,64
ML -2,00% 6,64% 6,13%
RA -0,96% 4,12% 3,95%
RPLmédio -1,81% 7,94% 8,08%

1.3. Exercício de verificação de aprendizagem


Determine os índices de estrutura de capital, de liquidez e de rentabilidade das empresas cujos
demonstrativos estão divulgados nos jornais fornecidos pelo professor.

BALANÇO PATRIMONIAL - Empresa: REFORÇO


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  Balanço encerrado em  31 dez 20X6    31 dez 20X7    31 dez 20X8  
  valores AV % AH Valores AV % AH valores AV % AH

1 ATIVO CIRCULANTE 978.263 47% 100 1.163.900 51% 119 1.426.862 53,7% 146

2   OPERACIONAL 505.882 24% 100 803.191 35% 159 1.067.271 40,1% 211

3   Duplicatas a receber 161.183 8% 100 381.006 17% 236 419.128 15,8% 260

4   (-) prov devedores duvidosos -4.377 0% 100 -5.641 0% 129 -9.201 -0,3% 210

5   Impostos a recuperar 22.184 1% 100 19.655 1% 89 36.932 1,4% 166

6   Estoques 326.892 16% 100 408.171 18% 125 620.412 23,3% 190

7   NÃO OPERACIONAL 472.381 23% 100 360.709 16% 76 359.591 13,5% 76

8   Caixa, bancos e aplicações 25.883 1% 100 35.883 2% 139 45.685 1,7% 177

9   Aplicações de liquidez imediata 446.498 22% 101 324.826 14% 73 313.906 11,8% 70

10 ATIVO REALIZ A LONGO PRAZO 243.131 12% 100 254.022 11% 104 289.128 10,9% 119

11 ATIVO PERMANENTE 847.671 41% 100 880.285 38% 104 942.905 35,5% 111

12 TOTAL DO ATIVO 2.069.065 100% 100 2.298.207 100% 111 2.658.895 100% 129

13 PASSIVO CIRCULANTE 609.660 29% 100 531.508 23% 87 882.892 33,2% 145

14   OPERACIONAL 485.667 23% 100 316.420 14% 65 454.613 17,1% 94

15   Fornecedores 329.632 16% 100 189.110 8% 57 232.338 8,7% 70

16   Salários e encargos sociais 54.001 3% 100 68.112 3% 126 86.018 3,2% 159

17   Obrigações fiscais 68.952 3% 101 25.189 1% 37 92.067 3,5% 134

18   Provisão p/férias e 13º salário 33.082 2% 100 34.009 1% 103 44.190 1,7% 134

19   NÃO OPERACIONAL 123.993 6% 100 215.088 9% 173 428.279 16,1% 345

20   Empréstimos e financiamentos 84.023 4% 100 100.850 4% 120 198.948 7,5% 237

21   Duplicatas descontadas 12.458 1% 100 57.157 2% 459 115.751 4,4% 929

22   Outras contas a pagar 27.512 1% 101 57.081 2% 207 113.580 4,3% 413

23 PASSIVO EXIG A LONGO PRAZO 314.275 15% 100 526.882 23% 168 416.135 15,7% 132

24 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.145.130 55% 100 1.239.817 54% 108 1.359.868 51,1% 119

25 TOTAL DO PASSIVO E PATR LÍQ 2.069.065 100% 100 2.298.207 100% 111 2.658.895 100% 129
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
26 Vendas de produtos 1.342.748 135,3% 100 1.824.264 128% 136 2.116.938 124% 158

27 (+) prestação de serviços 56.942 6% 100 95.453 7% 168 112.088 7% 197

28 (=) RECEITA BRUTA 1.399.690 141% 100 1.919.717 135% 137 2.229.026 130% 159

29 (-) Devoluções e abatimentos -36.124 -4% 100 -27.364 -2% 76 -42.339 -2% 117

30 (-) impostos -370.787 -37% 100 -465.400 -33% 126 -474.717 -28% 128

31 (=) RECEITA LÍQUIDA 992.779 100% 100 1.426.953 100% 144 1.711.970 100% 172

32 (-) Custos dos produtos vendidos -556.181 -56% 100 -737.185 -52% 133 -815.868 -48% 147

33 (-) Custos dos serviços prestados -28.671 -3% 100 -32.721 -2% 114 -39.926 -2% 139

34 (=) LUCRO BRUTO 407.927 41,1% 100 657.047 46,0% 161 856.176 50,0% 210

35 (-) Despesas operacionais -389.858 -39% 100 -509.818 -36% 131 -555.239 -32% 142

36 (+) Outras rec (desp) operacionais -4.522 0% 100 1.988 0% -44 25.096 1% -555

37 (=) LUCRO OPERACIONAL 1 13.547 1% 100 149.217 10% 1101 326.033 19% 2407

38 (-) Despesas (Rec) financeiras -34.988 -4% 100 -8.954 -1% 26 -148.648 -9% 425

39 (=) LUCRO OPERACIONAL 2 -21.441 -2% 100 140.263 10% 654 177.385 10% 827

40 (+) Resultado não operacional 1.567 0% 100 0 0% 0 2.822 0% 180

41 (=) LUCRO ANTES IR e CSLL -19.874 -2,0% 100 140.263 9,8% 706 180.207 10,5% 907

42 (-) Provisão IR e CSLL 0 0% 100 -28.866 -2%   -59.468 -3%  

43 (=) LUCRO APÓS IR e CSLL -19.874 -2,0% 100 111.397 7,8% 561 120.739 7,1% 608

44 (-) Participações e contribuições 0 0% 100 -16.710 -1%   -15.723 -1%  

45 (=) LUCRO (PREJ) LÍQ EXERCÍCIO -19.874 -2,0% 100 94.687 6,6% 476 105.016 6,1% 528

2. Gestão e análise financeira do fluxo de caixa e disponibilidades

A administração eficiente do caixa (ou disponibilidades) contribui significativamente para a maximização do


lucro das empresas. O administrador financeiro, responsável pela administração do caixa, deve ter uma
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visão integrada do fluxo de caixa de sua empresa e interagir preventivamente junto a áreas geradoras de
recebimentos e de pagamentos.

2.1. O demonstrativo de fluxo de caixa DFC: o DFC é um instrumento de gerenciamento financeiro


extremamente importante para os gestores de uma empresa. Dentre suas diversas aplicações destacam-
se: projeções, acompanhamento, análises, indicadores de desempenho, etc.

O DFC tem usos operacional, tático e estratégico.

O uso operacional do DFC gerencia e acompanha a liquidez de curto prazo. Com esse fim, é geralmente
apresentado em bases diárias ou semanais e com horizonte temporal de alguns meses. O DFC operacional
é utilizado por administradores financeiros na gestão de contas a pagar e a receber e gera informações
para uma análise tática por parte da gerência.

Sob o uso tático, é um instrumento de gerenciamento e acompanhamento da liquidez de médio prazo,


geralmente apresentado em bases mensais para um horizonte temporal de poucos anos. É utilizado por
gerentes na tomada de decisões alinhadas com as determinações estratégicas da cúpula da empresa, além
de orientar decisões de investimentos e financiamento do capital circulante da empresa.

Do ponto de vista estratégico, o DFC é um instrumento que auxilia a tomada de decisões estratégicas de
longo prazo. Com esse fim, é apresentado com horizonte temporal de vários anos e em bases anuais. Além
disso, orienta decisões de investimento e financiamento para projetos de longo prazo e ativos
permanentes.

O DFC pode ser dividido em três grupos ou atividades: operacional, investimento (permanente) e
financiamento (credores e sócios/acionistas).

O fluxo operacional contém os movimentos de caixa referentes à atividade principal da empresa


(receitas, custos e despesas).

No caso de empresa industrial, serão considerados os movimentos financeiros relacionados à compra de


matéria-prima, manufatura e comercialização do produto acabado e às despesas correntes de
funcionamento da empresa.

No caso de empresa comercial, serão parte do fluxo operacional os pagamentos de produtos para revenda,
as receitas advindas de comercialização desses produtos e os desembolsos relacionados às despesas
correntes.

Numa empresa de serviços, têm-se as receitas dos serviços prestados e as despesas de operacionalização
da empresa.

Tanto receitas como despesas e custos podem ser estruturados de acordo com as necessidades específicas
de informações e análises, segmentando-se por unidades de negócios (matriz e filiais), por tipos de
despesas (administrativas, comerciais, de pessoal, etc.) ou por classificações (fixas ou variáveis). Assim,
um esquema simplificado de DFC operacional é obtido por:

DFC operacional
(+) Receitas operacionais $ 50.000
(-) Custos de produção $ 15.000
(-) Despesas fixas $ 10.000
(-) Despesas variáveis $ 20.000
(=) Fluxo Operacional $ 5.000

O fluxo de investimento é composto por movimentos de caixa decorrentes das atividades de


investimento e desinvestimento da empresa. Por investimento entendem-se os desembolsos de caixa que
proporcionarão (assim se espera) resultados em algum momento futuro. Esses investimentos podem se
realizados em ativos permanentes, operacionais ou não-operacionais, em ativos financeiros ou ainda em
outras empresas. Tais investimentos são necessários às empresas por permitir que elas mantenham-se
operacionais, ou seja, renovem suas instalações, maquinários, veículos, compensando sua natural
depreciação e assegurando a manutenção dos ativos importantes ao seu funcionamento. A estruturação
típica do DFC de investimentos é dada por:
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DFC investimentos
(+) Realização de ativos (venda de ativos) $ 40.000
(-) Investimentos em ativos $ 15.000
(=) Fluxo de Investimentos $ 25.000

A soma dos DFC operacionais e de investimento é chamada fluxo de caixa livre FCL. Tem esse nome por
ser o montante residual disponível aos fornecedores de capital da empresa, que são aqueles que fornecem
capital próprio (sócios/acionistas) e capital de terceiros (credores). O FCL engloba os fluxos advindos da
atividade principal da empresa e os fluxos necessários para manter a empresa em funcionamento. É uma
informação essencial para o cálculo do valor da empresa pelo método do fluxo de caixa descontado
[FCD], quando este é descontado pela taxa que remunera todos os seus fornecedores de capital.

O fluxo de financiamento envolve as atividades de financiamento da empresa, tanto de curto como de


longo prazo, que podem advir de recursos próprios ou de terceiros. Dessa forma, o fluxo de financiamento
é dividido em fluxo de credores e de sócios/acionistas. O fluxo de credores é formado essencialmente pela
captação de recursos de curto e longo prazos e pelo pagamento do principal e dos juros pelo uso dos
recursos emprestados. Já o fluxo dos sócios/acionistas é formado pelos aportes de capital e pela
distribuição de lucros, quando assim for definido pela política de dividendos da empresa.

O fluxo de credores é exigível e preferencial sobre o fluxo do sócios/acionistas. A empresa somente paga
pelo capital dos sócios/acionistas quando houver caixa residual após todos os desembolsos anteriores aos
fluxos operacional, de investimento e dos credores. A estruturação básica do fluxo de financiamentos é a
seguinte:
DFC financiamentos
(+) Recebimentos de empréstimos $ 30.000
(-) Amortização de empréstimos $ 15.000
(-) Juros sobre empréstimos $ 5.000
(=) Fluxo de credores $ 10.000

(+) Aporte de capital $ 40.000


(-) Distribuição de lucros $ 20.000
(=) Fluxo de sócios/acionistas $ 20.000

(+) Fluxo de credores $ 10.000


(+) Fluxo de sócios/acionistas $ 20.000
(=) Fluxo de financiamentos $ 30.000

A segregação do DFC em operacional, investimento e financiamento permite a verificação da geração de


caixa do fluxo operacional. Essa geração deve ser suficiente para fazer frente às necessidades de
investimento a empresa, a fim de mantê-la operacional, e remunerar adequadamente todas as fontes de
capital (terceiros e próprias). Caso o fluxo de caixa operacional não consiga, a empresa não terá
viabilidade do ponto de vista econômico-financeiro. Destaca-se também que a estrutura do DFC
(operacional, investimento e financiamento) possibilita a apuração imediata do resultado (superávit ou
déficit de caixa) de cada atividade.

A seguir é apresentado um modelo de DFC que pode ser aperfeiçoado conforme a necessidade.

  ATIVIDADES  Movimento do dia Saldo acumulado


A ATIVIDADES DE OPERAÇÕES    
1 (+) Recebimentos de Vendas    
2 (-) Impostos sobre vendas e compras    
3 (-) Materiais e serviços    
4 (-) Salários e encargos sociais fábrica    
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5 (-) Custos indiretos de fabricação    


6 (=) Superávit (Déficit) bruto operacional    
7 (+) Outras receitas operacionais    
8 (-) Outras despesas operacionais    
9 (=) Resultado antes dos efeitos inflacionários    
10 (+) Juros recebidos    
11 (-) Juros Pagos    
12 (+/-) Ganho (perda) com inflação    
13 (=) Superávit (Déficit) de OPERAÇÕES    
B ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS    
14 (-) Investimentos permanentes – aplicação    
15 (-) Imobilizado – aplicação    
16 (-) Diferido – aplicação    
17 (+) Investimentos permanentes - venda/dividendos    
18 (+) Imobilizado – venda    
19 (+/-) Resultado não operacional    
20 (=) Superávit (Déficit) de INVESTIMENTOS    
C ATIVIDADES FINANCEIRAS    
21 (+) Investimentos temporários – resgate    
22 (+) Empréstimos – captação    
23 (+) Integralização de capital    
24 (-) Investimentos temporários – aplicação    
25 (-) Empréstimos- amortização    
26 (-) Dividendos pagos    
27 (=) Superávit (Déficit) de FINANCIAMENTOS    
D CAIXA    
28 Superávit (Déficit) A+B+C    
29 (+) Saldo anterior    
30 (=) Saldo final    

Exemplo: considere os seguintes eventos e os saldos iniciais os valores discriminados na planilha abaixo.
[1] Recebimentos de vendas no total de $ 12.000;
[2] Pagamentos de fornecedores, no total de $ 5.600, sendo $ 5.000 de material e $ 600 de impostos
inclusos nas notas fiscais; Pagamentos de despesas de locação de veículos no total de $ 1.500;
[3] Pagamento de aquisição de máquinas e equipamentos no total de $ 500;
[4] Resgate de aplicação financeira, sendo valor aplicado $ 1.000 e valor resgatado $ 1.015;
[5] Liquidação de um empréstimo, sendo $ 2.080 de capital e $ 240 de juros;
[6] Aplicação financeira no total de $ 3.000.
  ATIVIDADES  Saldo dia anterior Movimento do dia Saldo acumulado
A ATIVIDADES DE OPERAÇÕES      
1 (+) Recebimentos de Vendas 25.051 12.000 37.051
2 (-) Impostos sobre vendas e compras -2.123 -600 -2.723
3 (-) Materiais e serviços -12.450 -5.000 -17.450
4 (-) Salários e encargos sociais fábrica -3.861   -3.861
5 (-) Custos indiretos de fabricação -2.763   -2.763
6 (=) Superávit (Déficit) bruto operacional 3.854 6.400 10.254
7 (+) Outras receitas operacionais 46   46
8 (-) Outras despesas operacionais -2.896 -1.500 -4.396
9 (=) Resultado antes dos efeitos inflacionários 1.004 4.900 5.904
10 (+) Juros recebidos   15 15
11 (-) Juros Pagos   -240 -240
12 (+/-) Ganho (perda) com inflação      
13 (=) Superávit (Déficit) de OPERAÇÕES 1.004 4.675 5.679
B ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS      
14 (-) Investimentos permanentes - aplicação      
15 (-) Imobilizado - aplicação   -500 -500
16 (-) Diferido - aplicação      
17 (+) Investimentos permanentes - venda/dividendos      
18 (+) Imobilizado - venda      
19 (+/-) Resultado não operacional      
20 (=) Superávit (Déficit) de INVESTIMENTOS   -500 -500
C ATIVIDADES FINANCEIRAS      
21 (+) Investimentos temporários - resgate   1.000 1.000
22 (+) Empréstimos - captação      
23 (+) Integralização de capital      
24 (-) Investimentos temporários - aplicação -1.000 -3.000 -4.000
25 (-) Empréstimos- amortização   -2.080 -2.080
26 (-) Dividendos pagos      
27 (=) Superávit (Déficit) de FINANCIAMENTOS -1.000 -4.080 -5.080
D CAIXA      
28 Superávit (Déficit) A+B+C 4 95 99
29 (+) Saldo anterior 497 501 497
30 (=) Saldo final 501 596 596
2.2. O fluxo de caixa como instrumento de gestão financeira – um exemplo prático : considere que
a “Empresa Exemplo” apresenta a seguinte demonstração de resultado anual.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO - valores em $ mil
Vendas líquidas 1.440.000
(-) Custos (materiais, mão-de-obra e CIF) -960.000
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(-) Custos (depreciação) -5.568


(=) Lucro bruto 474.432
(-) Despesas gerais e de vendas -432.000
(=) Lucro antes dos juros e IR 42.432
(-) Encargos financeiros -18.961
(=) Lucro líquido antes do IR 23.471
(-) Imposto de renda 25% -5.868
(=) Lucro líquido 17.603
Margem líquida 1,22%

Considere também que os valores mensais das vendas, dos custos e das despesas gerais e administrativas foram
uniformes durante todo o ano nos seguintes valores:
Vendas líquidas 120.000
(-) Custos (materiais, mão-de-obra e CIF) -80.000
(-) Custos (depreciação) -464
(-) Despesas gerais e de vendas -36.000
(=) Lucro mensal 3.536

Considere ainda que a empresa efetuará investimentos iniciais no mês [1] no valor total de $ 55.000.

Outras considerações:
[a] devido características do PRV a empresa receberá nos meses [1] e [2] o valor mensal de $ 55.000 e
nos meses [3] a [12] o valor mensal de $ 120.000;
[b] o prazo médio de pagamento de custos é de 30 dias;
[c] o pagamento de despesas é efetuado à vista;
[d] caso o saldo de caixa da empresa no mês seja positivo, utiliza-se a taxa de aplicação de 1,5% ao mês
para cálculo dos juros. Caso negativo utiliza-se a taxa de captação de 2,0% ao mês para cálculo dos juros;
[e] o cálculo do IR é efetuado pelo regime de competência e pago no mês seguinte.

O DFC apresentado a seguir ilustra o exemplo proposto.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Taxa de aplicação 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5%  

Taxa de captação 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%  

DFC mensal

Recebimentos 55.000 55.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 1.310.000

(-) Pagamentos de custos 0 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -880.000

(-) Pagamentos de despesas -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -432.000

(=) Superávit (Déficit) 19.000 -61.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 -2.000

(-) Investimentos -55.000 -55.000

(+) Saldo de caixa anterior 0 -36.000 -98.604 -97.280 -95.617 -93.927 -92.211 -90.470 -88.702 -86.908 -85.086 -83.237 0

(=) Saldo acumulado -36.000 -97.000 -94.604 -93.280 -91.617 -89.927 -88.211 -86.470 -84.702 -82.908 -81.086 -79.237 -57.000

(+/-) Juros 0 -720 -1.972 -1.946 -1.912 -1.879 -1.844 -1.809 -1.774 -1.738 -1.702 -1.665 -18.961

(-) Imposto de Renda 0 -884 -704 -391 -398 -406 -414 -423 -432 -440 -449 -459 -5.400

(=) Saldo de caixa -36.000 -98.604 -97.280 -95.617 -93.927 -92.211 -90.470 -88.702 -86.908 -85.086 -83.237 -81.361 -81.361

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 42.432

(-) Encargos financeiros 0 -720 -1.972 -1.946 -1.912 -1.879 -1.844 -1.809 -1.774 -1.738 -1.702 -1.665 -18.961

(=) Base de cálculo do IR 3.536 2.816 1.564 1.590 1.624 1.657 1.692 1.727 1.762 1.798 1.834 1.871 23.471

IR de 25% 884 704 391 398 406 414 423 432 440 449 459 468 5.868
Considere agora, no mesmo exemplo, que o saldo inicial do caixa no mês [1] é de $ 50.000 e que a
empresa, no mês [9], vendeu ativo imobilizado por $ 40.000. Lembre que quando o “Saldo do caixa” for
positivo serão recebidos juros no mês seguinte à taxa de 1,5% e quando for negativo serão pagos juros no
mês seguinte à taxa de 2,0%. Lembre também que a venda de imobilizado no valor de $ 40.000 no mês
[9] deve compor o item “Lucro antes dos Juros e IR” para o correto cálculo do imposto de renda.
Desconsidere o efeito da depreciação com a venda do imobilizado. A nova configuração do DFC será:
Página 33

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Taxa de aplicação 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5%  

Taxa de captação 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%  

DFC mensal

Recebimentos 55.000 55.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 120.000 1.310.000

(-) Pagamentos de custos 0 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -80.000 -880.000

(-) Pagamentos de despesas -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -36.000 -432.000

(=) Superávit (Déficit) 19.000 -61.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 -2.000

(+/-) Investimentos -55.000 40.000 -15.000

(+) Saldo de caixa anterior 50.000 14.000 -47.674 -45.564 -43.121 -40.639 -38.121 -35.564 -32.969 9.666 3.092 6.218 50.000

(=) Saldo acumulado 14.000 -47.000 -43.674 -41.564 -39.121 -36.639 -34.121 -31.564 11.031 13.666 7.092 10.218 33.000

(+/-) Juros 0 210 -953 -911 -862 -813 -762 -711 -659 145 46 93 -5.178

(-) Imposto de Renda 0 -884 -937 -646 -656 -668 -681 -693 -706 -10.719 -920 -896 -18.406

(=) Saldo de caixa 14.000 -47.674 -45.564 -43.121 -40.639 -38.121 -35.564 -32.969 9.666 3.092 6.218 9.416 9.416

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 3.536 43.536 3.536 3.536 3.536 82.432

(+/-) Encargos financeiros 0 210 -953 -911 -862 -813 -762 -711 -659 145 46 93 -5.178

(=) Base de cálculo do IR 3.536 3.746 2.583 2.625 2.674 2.723 2.774 2.825 42.877 3.681 3.582 3.629 77.254

IR de 25% 884 937 646 656 668 681 693 706 10.719 920 896 907 19.313

2.3. Exercício de verificação de aprendizagem


A partir das informações abaixo, elabore o DFC mensal.
[1] saldo inicial do caixa no mês [1] de $ 10.000;
[2] vendas líquidas no ano no total de $ 960.000. Devido às características de seu prazo médio de
recebimento de vendas, seus recebimentos líquidos serão efetivados no seguinte formato: total no valor de
$ 840.000, sendo recebimento $ 0 (zero) no mês [1], recebimento $ 40.000 no mês [2] e $ 80.000 por
mês do mês [3] ao [12];
[3] custos de matéria-prima, materiais, mão-de-obra e CIFs no total de $ 420.000 no ano, distribuídos
uniformemente no ano no valor de $ 35.000 mensal, com prazo médio de pagamento de 30 dias;
[4] despesas gerais e de vendas no total de $ 240.000 no ano, distribuídas também de maneira uniforme
no ano no valor de $ 20.000 mensal, com pagamento à vista;
[5] investimentos no mês [4] no valor de $ 60.000;
[6] aquisição de novos equipamentos (ativo imobilizado) no mês [8] no valor de $ 80.000, os quais
deverão ser depreciados a partir do mês seguinte na taxa de 2%, ou seja, gerando uma depreciação
mensal de valor $ 1.600 (2% x 80000). Tal depreciação mensal deve ser considerada no cálculo do
imposto de renda;
[7] taxa de aplicação de 1% ao mês e de captação de 3% ao mês;
[8] valor mensal de “Lucro antes dos Juros e IR” dado por:

Vendas líquidas mensais 80.000


(-) Custos (materiais, mão-de-obra e CIF) -35.000
(-) Custos (depreciação equip antigos) -8.000
(-) Despesas gerais e de vendas -20.000
(=) Lucro mensal 17.000

Resposta:
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 total

Taxa de aplicação 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0%  

Taxa de captação 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%  

DFC mensal

Recebimentos 0 40.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 840.000
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(-) Pagamentos de custos 0 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -35.000 -385.000

(-) Pagamentos de despesas -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -20.000 -240.000

(=) Superávit (Déficit) -20.000 -15.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 25.000 215.000

(+/-) Investimentos -60.000 -80.000 -140.000

(+) Saldo de caixa anterior 10.000 -10.000 -29.550 -9.612 -48.928 -29.574 -9.344 11.347 -47.719 -28.429 -7.774 13.356 10.000

(=) Saldo acumulado -10.000 -25.000 -4.550 -44.612 -23.928 -4.574 15.656 -43.653 -22.719 -3.429 17.226 38.356 85.000

(+/-) Juros 0 -300 -887 -288 -1.468 -887 -280 113 -1.432 -853 -233 134 -6.381

(-) Imposto de Renda 0 -4.250 -4.175 -4.028 -4.178 -3.883 -4.028 -4.180 -4.278 -3.492 -3.637 -3.792 -43.921

(=) Saldo de caixa -10.000 -29.550 -9.612 -48.928 -29.574 -9.344 11.347 -47.719 -28.429 -7.774 13.356 34.698 34.698

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 17.000 204.000

(+/-) Encargos financeiros 0 -300 -887 -288 -1.468 -887 -280 113 -1.432 -853 -233 134 -6.381

(-) Depreciação equip novos -1.600 -1.600 -1.600 -1.600 -6.400

(=) Base de cálculo do IR 17.000 16.700 16.114 16.712 15.532 16.113 16.720 17.113 13.968 14.547 15.167 15.534 191.219

IR de 25% 4.250 4.175 4.028 4.178 3.883 4.028 4.180 4.278 3.492 3.637 3.792 3.883 47.805

2.4. Desenvolvimento de um modelo prático de DFC: será desenvolvido um modelo de DFC para uma
empresa que presta serviços de informática com regime de tributação pelo lucro presumido durante os
primeiros 6 meses do ano de 20X9.

Para empresas industriais e comerciais basta ajustar o modelo de acordo com as características de cada
empresa.

A empresa do modelo projeta o faturamento para os primeiros 6 meses de 20X9 conforme valores
informados no [Quadro 1] na página seguinte.

Os critérios de conversão do faturamento em recebimento, essencial na análise do fluxo de caixa e


dependente das características comerciais da empresa, estão detalhados no [Quadro 2] na página seguinte.
Quadro 1 - Faturamento
Contas Jan Fev Mar Abr Mai Jun
1 Consultoria 10.594,00 10.328,72 11.012,27 10.818,18 10.480,53 11.449,99
2 Licença de software 12.945,00 13.515,74 13.697,55 15.128,81 15.608,80 15.281,38
3 Manutenção estrutura TI 4.589,00 5.255,67 5.297,53 4.863,36 4.894,58 4.537,49
4 Manutenção Sistema 1.836,00 2.120,88 2.077,23 1.881,31 2.179,55 2.163,37
5 Outras receitas 453,00 514,32 548,69 464,45 512,23 530,88

Quadro 2 - Distribuição das receitas operacionais


Tipo À vista 30 dias
1 Consultoria 50% 50%
2 Licença de software 50% 50%
3 Manutenção estrutura TI 25% 75%
4 Manutenção Sistema   100%
5 Outras receitas   100%

No [Quadro 3] e no [Quadro 4] estão as despesas fixas mensais e as variáveis, respectivamente.


Quadro 3 - Despesas fixas mensais
Tipo valor
1 Água 90,00
2 Aluguel 500,00
3 Cartório 150,00
4 Combustível 500,00
5 Correios 100,00
6 Encargos sociais 4.000,00
7 Energia 1.000,00
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8 Fones/comunicação 500,00
9 Impostos/taxas diversas 50,00
10 Manutenção equipamentos 50,00
11 Manutenção prédio 100,00
12 Material de escritório 200,00
13 Material de limpeza 50,00
14 Outras despesas fixas 100,00
15 Pró-labore 5.000,00
16 Propaganda 500,00
17 Salários 5.000,00
18 Segurança 100,00
19 Seguros 50,00
20 Terceirizados 100,00
21 Viagens 100,00
22 TOTAL 18.240,00

Quadro 4 - Despesas variáveis


Tipo índice época de pagamento
1 Comissões 5,00% pago no mês sobre o faturamento
2 Impostos estaduais 0,00% não tem comercialização de produtos
3 Impostos federais 11,33% pago no mês seguinte sobre faturamento (*)
4 Impostos municipais 5,00% pago no mês seguinte sobre faturamento (**)
5 Outras despesas variáveis 0,00%  
(*) PIS = 0,65%; Cofins = 3%; CSLL = 2,88%; IRPJ = 4,8%
(**) ISSQN = 5%

A partir das informações dos Quadros 1 a 4, transforma-se o faturamento em receitas operacionais


mensais e calcula-se as despesas fixas e variáveis mensais, conforme [Quadro 5] abaixo.
Quadro 5 - Fluxo operacional
Receitas e despesas Jan Fev Mar Abr Mai Jun
1 Saldo inicial do caixa 0,00          
2 RECEITA OPERACIONAL 12.916,75 30.736,40 32.178,48 33.143,31 33.235,09 33.907,44
3 Consultoria 5.297,00 10.461,36 10.670,50 10.915,23 10.649,36 10.965,26
4 Licença de software 6.472,50 13.230,37 13.606,65 14.413,18 15.368,81 15.445,09
5 Manutenção estrutura TI 1.147,25 4.755,67 5.266,14 5.188,99 4.871,17 4.805,31
6 Manutenção Sistema 0,00 1.836,00 2.120,88 2.077,23 1.881,31 2.179,55
7 Outras receitas 0,00 453,00 514,32 548,69 464,45 512,23
8 (-) DESPESAS FIXAS -18.240,00 -18.240,00 -18.240,00 -18.240,00 -18.240,00 -18.240,00
9 (-) DESPESAS VARIÁVEIS -1.520,85 -6.553,86 -6.814,04 -6.986,82 -7.098,18 -7.197,40
10 Comissões -1.520,85 -1.586,77 -1.631,66 -1.657,81 -1.683,78 -1.698,16
11 Impostos estaduais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
12 Impostos federais 0,00 -3.446,25 -3.595,61 -3.697,35 -3.756,59 -3.815,46
13 Impostos municipais 0,00 -1.520,85 -1.586,77 -1.631,66 -1.657,81 -1.683,78
14 Outras despesas variáveis 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
15 (=) Superávit (Déficit) operacional -6.844,10 5.942,53 7.124,43 7.916,49 7.896,91 8.470,04

Para determinação do fluxo de financiamento no modelo proposto serão consideradas as seguintes regras:
[a] caso o saldo do caixa ao final do mês seja negativo, então a empresa captará recursos de terceiros de
forma a zerar o saldo de caixa final do mês. Esse recurso será devolvido no mês seguinte acrescido de
juros de 2%;
[b] caso o saldo de caixa oriundo do resultado operacional seja positivo, será distribuído 40% desse saldo
como distribuição de lucros no próprio mês e do valor restante, se superior a $ 10.000, será aplicada a
quantia de $ 10.000 numa aplicação financeira para resgate futuro quando da ocorrência de novo saldo do
caixa final negativo.

Com tais considerações, elabora-se o [Quadro 6] referente ao DFC definitivo.


Quadro 6 - DFC definitivo
Receitas e despesas Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Página 36

1 Saldo inicial do caixa 0,00 0,00 0,00 790,89 5.540,79 278,93


2 (+) Superávit (Déficit) operacional -6.844,10 5.942,53 7.124,43 7.916,49 7.896,91 8.470,04
3 (+) Recebimento de empréstimos 6.844,10 3.415,46 (*) 0,00 0,00 0,00 0,00
4 (-) Pagamento empréstimo capital 0,00 -6.844,10 -3.415,46 0,00 0,00 0,00
5 (-) Pagamento empréstimo juros 0,00 -136,88 -68,31 0,00 0,00 0,00
6 (-) distribuição de lucros 0,00 -2.377,01 (*) -2.849,77 -3.166,60 -3.158,76 -3.388,02
7 (+/-) Resgate/Aplicação financeira 0,00 0,00 0,00 0,00 -10.000,00 0,00
8 (=) Saldo final do caixa 0,00 0,00 790,89 5.540,79 278,93 5.360,96
9 Fluxo operacional -6.844,10 5.942,53 7.124,43 7.916,49 7.896,91 8.470,04
10 Fluxo investimento 0,00 0,00 0,00 0,00 -10.000,00 0,00
11 Fluxo financiamento 6.844,10 -5.942,53 -6.333,54 -3.166,60 -3.158,76 -3.388,02
12 Despesa fixa / Receita operacional 141,21% 59,34% 56,68% 55,03% 54,88% 53,79%
13 Despesa variável / Receita operacional 11,77% 21,32% 21,18% 21,08% 21,36% 21,23%
14 Margem de contribuição 88,23% 78,68% 78,82% 78,92% 78,64% 78,77%
15 Ponto de equilíbrio 20.674,24 23.183,34 23.140,10 23.112,20 23.193,56 23.155,02

(*) 3.415,46 = 5.942,53 – 6.844,10 – 136,88 – 2.377,01


2.377,01 = 40% de 5.942,53
Página 37

ANEXO – PLANILHAS DE AUXÍLIO NOS CÁLCULOS

Exemplo página 31

    Saldo dia Movimento Saldo


  ATIVIDADES anterior do dia Acumulado

A ATIVIDADES DE OPERAÇÕES      

1 (+) Recebimentos de Vendas 25.051

2 (-) Impostos sobre vendas e compras -2.123

3 (-) Materiais e serviços -12.450

4 (-) Salários e encargos sociais fábrica -3.861

5 (-) Custos indiretos de fabricação -2.763

6 (=) Superávit (Déficit) bruto operacional 3.854

7 (+) Outras receitas operacionais 46

8 (-) Outras despesas operacionais -2.896

9 (=) Resultado antes dos efeitos inflacionários 1.004

10 (+) Juros recebidos  

11 (-) Juros Pagos  

12 (+/-) Ganho (perda) com inflação  

13 (=) Superávit (Déficit) de OPERAÇÕES 1.004

B ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS  

14 (-) Investimentos permanentes - aplicação  

15 (-) Imobilizado - aplicação  

16 (-) Diferido - aplicação  

17 (+) Investimentos permanentes - venda/dividendos  

18 (+) Imobilizado - venda  

19 (+/-) Resultado não operacional  

20 (=) Superávit (Déficit) de INVESTIMENTOS  

C ATIVIDADES FINANCEIRAS  

21 (+) Investimentos temporários - resgate  

22 (+) Empréstimos - captação  

23 (+) Integralização de capital  

24 (-) Investimentos temporários - aplicação -1.000

25 (-) Empréstimos- amortização  

26 (-) Dividendos pagos  

27 (=) Superávit (Déficit) de FINANCIAMENTOS -1.000

D CAIXA  

28 Superávit (Déficit) A+B+C 4

29 (+) Saldo anterior 497

30 (=) Saldo final 501


Página 38

Exemplo – página 32
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 total
Taxa de aplicação 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5%  
Taxa de captação 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%  
DFC mensal

Recebimentos 55.000 55.000 120.000

(-) Pagamentos de custos 0 -80.000 -80.000

(-) Pagamentos de despesas -36.000 -36.000 -36.000

(=) Superávit (Déficit) 19.000 -61.000 4.000

(-) Investimentos -55.000

(+) Saldo de caixa anterior 0 -36.000 -98.604

(=) Saldo acumulado -36.000 -97.000 -94.604

(+/-) Juros 0 -720 -1.972

(-) Imposto de Renda 0 -884 -704

(=) Saldo de caixa -36.000 -98.604 -97.280

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR 3.536 3.536 3.536

(-) Encargos financeiros 0 -720 -1.972

(=) Base de cálculo do IR 3.536 2.816 1.564

IR de 25% 884 704 391


Página 39

Exemplo – página 33
mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 total
Taxa de aplicação 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5% 1,5%  
Taxa de captação 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0% 2,0%  

DFC mensal

Recebimentos 55.000 55.000 120.000

(-) Pagamentos de custos 0 -80.000 -80.000

(-) Pagamentos de despesas -36.000 -36.000 -36.000

(=) Superávit (Déficit) 19.000 -61.000 4.000

(+/-) Investimentos -55.000

(+) Saldo de caixa anterior 50.000 14.000 -47.674

(=) Saldo acumulado 14.000 -47.000 -43.674

(+/-) Juros 0 210 -953

(-) Imposto de Renda 0 -884 -937

(=) Saldo de caixa 14.000 -47.674 -45.564

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR 3.536 3.536 3.536

(+/-) Encargos financeiros 0 210 -953

(=) Base de cálculo do IR 3.536 3.746 2.583

IR de 25% 884 937 646


Página 40

Exercício página 33
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 total

Taxa de aplicação 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,0%  

Taxa de captação 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0% 3,0%  

DFC mensal

Recebimentos

(-) Pagamentos de custos

(-) Pagamentos de despesas

(=) Superávit (Déficit)

(+/-) Investimentos

(+) Saldo de caixa anterior

(=) Saldo acumulado

(+/-) Juros

(-) Imposto de Renda

(=) Saldo de caixa

CÁLCULO DO IR

Lucro antes dos Juros e IR

(+/-) Encargos financeiros

(-) Depreciação equip novos

(=) Base de cálculo do IR

IR de 25%
Página 41

3. Gestão e análise financeira de investimentos

3.1. Métodos quantitativos de análise de investimentos - Características: a matemática financeira


nos permite comparar fluxos de caixas distintos para identificarmos a melhor alternativa de um
empréstimo, investimento ou financiamento. Como num fluxo de caixa procura-se identificar o conjunto de
entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo, somente é possível determinar a melhor alternativa de
investimento, entre várias existentes, se for possível analisarmos cada fluxo de caixa de cada proposta e
transformar seus valores em valores equivalentes numa determinada data, na maioria das ocasiões, a data
atual.

Existem vários métodos de análise de investimentos: método VPL – Valor Presente Líquido, método TIR –
Taxa Interna de Retorno, método do prazo de retorno ou pay-back, método do benefício por custo e
método da anuidade uniforme equivalente, entre outros.

Todos visam transformar os valores de fluxo de caixa de cada proposta de investimento em valores
equivalentes numa determinada data, sendo os mais utilizados os métodos VPL e TIR.

3.2. Método do Valor Presente Líquido – VPL: o VPL é soma das entradas e saídas, descapitalizadas,
uma a uma, até o momento zero. O modelo matemático do VPL, considerando-se entradas de capital como
positivas e saídas como negativas, é o seguinte:

PGTO1 PGTO2 PGTO 3 PGTO n VF


VPL  - VP0  1
 2
 3
...  n

(1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i)n

onde “i” é a taxa de custo do capital ou a taxa mínima de atratividade do investimento.

Exemplo 1: uma pessoa emprestou hoje $ 100.000 a um amigo que lhe prometeu pagar $ 60.000 daqui a
1 mês e $ 75.000 daqui a 2 meses. Supondo que ao emprestar o dinheiro a pessoa deixou de ganhar numa
aplicação financeira rendimentos numa taxa de 20% ao mês, determine o VPL. O fluxo de caixa
representativo da operação será,

- 100.000 VP0 75.000 PGTO2


60.000 PGTO1

0 1 2

Aplicando-se a fórmula do VPL obtém-se:


60000 75000
VPL  - 100000  1
  - 100000  50000  52083,33  $ 2.083,33.
(1  20%) (1  20%)2

O resultado do VPL indica que no investimento as entradas e saídas de capital equivalem a uma entrada
(positiva) única na data focal zero de $ 2.083,33, representando um lucro atual equivalente.

Sugere-se a solução do exercício através dos seguintes mecanismos:

1º) pela HP 12C: insere-se o valor de VP0 nas teclas [g] [CF0], respeitando o sinal negativo, e os demais
valores nas teclas [g] [CFj], obedecendo-se a seqüência e ordem cronológica dos valores. Insere-se a
seguir a taxa na tecla [i] e aciona-se a seqüência de teclas [f] [NPV] para cálculo do VPL.

Digite: f [FIN] objetivo: visa limpar os registros e memórias financeir as


100000 [CHS] g [CF0] objetivo: visa inserir valor emprestado (negativo) no mês [0]
60000 g [CFj] objetivo: visa inserir valor recebido no mês [1]
75000 g [CFj] objetivo: visa inserir valor recebido no mês [2]
20 [i] objetivo: visa inserir a taxa
f [NPV] = 2.083,33.
2º) pela função VPL do EXCEL: o VPL final é obtido utilizando-se a seguinte associação da função:
Página 42

=VPL(taxa;PGTO1;PGTO2;...;PGTOn) + VP0.

Abra uma planilha no Excel e digite as informações conforme abaixo.

  A B C D
1   -100000    
2   60000    
3   75000    
4   20%    
5   =VPL(B4;B2:B3)+B1    
6        

Exemplo 2: Determine o VPL do fluxo abaixo numa taxa de juros de 3% ao mês.


$ 3.000
$2.000
$ 1.000 $ 1.000 $ 1.000

0 1 2 3 4 meses

Utilizando-se o EXCEL ou HP 12C obtém-se VPL = $ 3.494,07.

Solução pela HP12C: f [FIN]


2000 [CHS] g [CF0]
1000 g [CFj] 3 g [Nj]
3000 g [CFj]
3 [i]
f [NPV] = 3.494,07

Solução pelo Excel:


  A B C D
1   -2000    
2   1000    
3   1000    
4   1000    
5   3000    
6   3%    
7   =VPL(B6;B2:B5)+B1    
8        

3.3. Método da Taxa Interna de Retorno - TIR: a taxa interna de retorno de um fluxo de caixa de um
investimento é a taxa de juros que torna nulo o seu VPL.

A TIR representa a rentabilidade que um determinado investimento poderá oferecer conhecidas todas as
suas entradas e saídas de capital ao longo da sua duração. O seu conhecimento poderá possibilitar
identificar se o investimento possui melhor ou pior retorno em relação a outros investimentos ou
oportunidade perdidas.

Um investimento ou negócio torna-se viável do ponto de vista financeiro quando sua TIR for maior que a
taxa mínima de atratividade, representativa de um conjunto de investimentos alternativos, ou maior que a
taxa representativa do custo do capital.

Seja o investimento representado pelo seguinte fluxo de caixa:


Página 43

4.500 3.000
2000
1000

0 1 2 3

Pelo método VPL é possível verificar que para i=10% obtém-se VPL = $ 315,93
e para i=15% obtém-se VPL = $ -145,60.

É possível notar que existe uma taxa de juros entre 10% e 15% que torna o VPL nulo.
Para obtê-la sugere-se os seguintes mecanismos:
1º) pela HP 12C: insere-se os valores seguindo a mesma metodologia do método VPL e após aciona-se a
seqüência de teclas [f] [IRR] para cálculo da TIR.

Digite: f [FIN]
4500 [CHS] g [CF0]
1000 g [CFj]
2000 g [CFj]
3000 g [CFj]
f [IRR] = 13,34%

2º) pela função TIR do EXCEL: utiliza-se a seguinte função disponível no aplicativo:
= TIR(valor1;valor2;valor3;...;valorn), onde “valor1” é o valor registrado no período zero e assim
sucessivamente.
  A B C D E
1     -4500    
2     1000    
3     2000    
4     3000    
5     =TIR(C1:C4)    
6          

Utilizando-se o EXCEL ou HP 12C obtém-se TIR = 13,34%.

Exemplo 3: João aplicou $ 50.000 para resgatar em duas parcelas: $ 30.000 em um mês e $ 40.000 em
três meses. Atenção: não houve resgate no 2º mês. Determine a taxa efetiva de rentabilidade deste
investimento. Foi um bom investimento caso outras aplicações tenham remunerado em média à uma taxa
de 12% ao mês?

Utilizando-se o EXCEL ou HP 12C obtém-se TIR = 17,72% ao mês.

Exemplo 4: Qual dos investimentos representados pelos fluxos de caixa abaixo possui a melhor
rentabilidade?

ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4


Invest A -850 100 200 300 400
Invest B -850 400 300 200 100

Utilizando-se a HP 12C obtém-se TIR [A] = 5,62% ao ano e TIR [B] = 8,65% ao ano.

Exemplo 5: Uma empresa estuda a possibilidade de reformar uma máquina. A reforma está orçada em $
200.000 e dará uma sobrevida de 5 anos ao equipamento, proporcionando uma diminuição nos custos
operacionais da ordem de $ 75.000 ao ano. Considerando um custo de capital de 15% ao ano e usando o
método VPL e TIR, monte o fluxo de caixa no quadro abaixo e analise a viabilidade econômica da reforma
do equipamento.
Página 44

ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5


Fluxo

Resposta: VPL = $ 51.411.63 e TIR = 25,41% ao ano.

3.4. Método do prazo de retorno ou pay-back - NPER: muitas vezes é necessário sabermos o tempo
de recuperação do investimento, ou seja, quantos anos decorrerão até que o valor presente dos fluxos de
caixa previstos (valor atual de todos os PGTO e VF) se iguale ao montante do investimento inicial (VP0). O
método do pay-back basicamente consiste em determinar a quantidade de períodos (NPER) na seguinte
equação:

PGTO1 PGTO2 PGTO3 PGTONPER VF


VP0  1
 2
 3
...  NPER

(1  i) (1  i) (1  i) (1  i) (1  i)NPER

Este indicador é utilizado quando se deseja saber o tempo de recuperação do investimento em


complemento ao método VPL e tem maior utilidade na comparação de diversas alternativas de
investimento.

Normalmente a determinação do NPER, pela complexidade do fluxo de caixa, é obtido por simulação de
cálculo. Porém se todos os PGTO forem constantes e uniformes, sugere-se a função NPER do EXCEL ou a
tecla [n] da HP 12C (lembre-se que a HP 12C no cálculo de [n] somente retorna valores inteiros).

Exemplo 6: Qual dos equipamentos mutuamente exclusivos, X ou Y, é mais adequado para realizar uma
determinada operação? Considere um custo de capital de 10% ao ano e determine VPL, TIR e NPER.

Equipamento Investimento Fluxo de caixa/ano Vida útil


X - $ 12 $ 3,0 8 anos
Y - $ 13 $ 2,5 8 anos

Resultado: para o equipamento X obtém-se VPL = $ 4,00, TIR = 18,62% ao ano e NPER = 6 anos (pela HP
12C) ou 5,4 anos (pelo EXCEL) e para o equipamento Y obtém-se VPL = $ 0,33, TIR = 10,71% ao ano e
NPER = 8 anos (pela HP 12C) ou 7,7 anos (pelo EXCEL).

Solução pela HP12C: Equipamento X Equipamento Y


f [FIN] f [FIN]
12 [CHS] [PV] 13 [CHS] [PV]
3 [PMT] 2,5 [PMT]
10 [i] 10 [i]
[n] = 6 [n] = 8

Solução pelo Excel:


  A B C D E
1   Equipamento X Equipamento Y    
2   -12 -13    
3   3 2,5    
4   10% 10%    
5   =NPER(B4;B3;B2) =NPER(C4;C3;C2)    
6   Resposta: 5,4 Resposta: 7,7    
7          

Exemplo 7: Determine o NPER do exemplo 5.


Resultado: 4 anos pela HP 12C e 3,65 anos pela EXCEL.

3.5. Método do Benefício por Custo – B/C: o índice B/C é um indicador que permite encontrar a
relação existente entre o valor atual dos ingressos (benefícios) e o valor atual dos custos (incluído o
investimento inicial VP0). Resulta da divisão de ambos os valores atuais (VPL) através da fórmula:
Página 45

B VPL dos benefícios



C VPL dos custos

O índice B/C permite saber se deve ser realizado ou não o investimento, bastando para isso observar se o
B
índice é maior que 1, ou seja,  1 . Entretanto, é um indicador que não deve ser utilizado isoladamente
C
nem deve ser utilizado para comparar projetos, pois pode nos induzir a uma seleção inadequada.

Exemplo 8: Um projeto de investimento tem um custo de capital de 10% ao ano e os seguintes custos e
benefícios:

ANO 0 ANO 1 ANO 2


Custos - $ 100 - $ 1.100 - $ 12.100
Benefícios $ 50 $ 1.650 $ 14.520

Determinando-se os VPLs obtém-se:


VPL benefícios = $ 13.550 e VPL custos = - $ 11.100.
B $ 13550
Então   1,22  1.
C $ 11100
Podemos notar que o índice B/C está sujeito a um problema de dimensão, pois depende da forma como
são apresentados os benefícios e os custos do projeto, e o índice não necessariamente reflete a maior ou
menor conveniência ou atratividade do projeto com respeito a outros. De todo modo, um B/C>1 indicará
que o projeto é economicamente rentável.

Exemplo 9: Para um custo de capital de 10% ao ano e com as informações disponíveis no quadro abaixo,
qual será o projeto selecionado? Qual indicador deve ser utilizado na seleção?

Ano Projeto A Projeto B Projeto C Projeto D


0 -$ 8.000 -$ 8.000 -$ 8.000 -$ 8.000
1 1.000 7.000 2.000 3.500
2 2.000 - 1.000 1.000 4.500
3 3.000 6.000 2.000 2.000
4 4.000 -1.000 8.000 1.000
VPL -$ 452 $ 1.362 $ 1.611 $ 1.087
TIR 7,8% 21,2% 16,8% 17,5%
B/C 0,94 1,14 1,20 1,14

O indicador relevante é o VPL, pois se tenta obter o máximo benefício que se puder do projeto. Portanto,
deve ser selecionado o projeto C. O índice B/C não é adequado para comparar projetos e a TIR não é
relevante no processo de seleção, pois há projetos com fluxos não-convencionais (com várias mudanças de
sinal).

3.6. Método da anuidade uniforme equivalente - AE: é essencial que qualquer estudo específico sobre
aplicação de capital seja realizado dentro do contexto de um horizonte de planejamento uniforme, ou seja,
para que os projetos possam ser objeto de uma comparação, é necessário que eles sejam comparáveis.
Assim, uma das contradições mais problemáticas entre os métodos do VPL e da TIR na seleção de projetos
ocorre quando a duração das alternativas é diferente. Ilustremos o problema analisando duas alternativas
de duração diferente, em que A e B poderiam ser tipos de equipamentos que executam a mesma tarefa,
sendo que A tem vida útil de 1 ano e B de 3 anos:

Alternativa ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 TIR VPL 10%


A - $ 10 $ 13 30% $ 1,82
B - $ 10 $5 $5 $5 23,38% $ 2,43

Observa-se no quadro acima que a seleção pela TIR e pelo VPL é contraditória, mas se considerarmos o
VPL como critério ótimo de escolha, a alternativa B será selecionada. Contudo, argumenta-se que a solução
válida requer que as alternativas sejam levadas a um horizonte econômico comum. Para isso, seria
necessário admitir que a máquina A possa ser substituída uma ou mais vezes ao fim de sua vida útil por
outra idêntica, até que seu horizonte econômico seja igualado ao da alternativa B. Esse procedimento é
Página 46

chamado de regra de cadeia. Os horizontes econômicos das duas alternativas são igualados em alguma
data futura que corresponde ao mínimo múltiplo comum dos prazos das alternativas. No presente exemplo
os horizontes se igualam ao 3º ano após duas substituições do equipamento A.

O quadro a seguir apresenta o fluxo de caixa sa alternativa A já considerando as substituições consecutivas


necessárias para igualar seu horizonte econômico ao da alternativa B:

ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 VPL 10%


Fluxo máq A - $ 10 $ 13
1ª subst de A - $ 10 $ 13
2ª subst de A - $ 10 $ 13
Fluxo de caixa - $ 10 $3 $3 $ 13 $ 4,97

Observe-se que igualados os períodos das 2 alternativas por meio da repetição sucessiva da alternativa de
menor duração, a alternativa “A” passa a ser dominante, dado que o VPL de A com suas 2 substituições
agora é maior em relação ao VPL de B ($4,97 > $ 2,43). Conseqüentemente, na comparação de
alternativas de duração diferente, a aplicação direta do método VPL como critério de seleção, sem igualar
previamente os horizontes econômicos das alternativas, pode resultar em decisões inconsistentes com a
maximização do valor da empresa.

Um método alternativo, porém mais prático em relação ao de substituições ou repetições sucessivas, é da


Anuidade Uniforme Equivalente – AE. Esse valor mostra de que modo seria distribuída a renda econômica
gerada pelo projeto se a referida distribuição fosse eqüitativa para cada ano, ou seja, equivale a repartir o
VPL ao longo da vida útil do projeto transformando-o em uma série uniforme equivalente que pode ser
legitimamente comparada entre projetos de duração diferente.

No presente exemplo, com custo de capital à taxa de 10% ao ano, utilizando-se como mecanismo de
cálculo a tecla [PMT] da HP 12C ou a função PGTO do EXCEL, obtém-se AEA = $ 2,00 e AEB = $ 0,98.
Como AEA > AEB então o projeto A deve ser escolhido, confirmando a escolha efetuada após as repetições
sucessivas da alternativa A no quadro acima.

Tanto no cálculo do [PMT] na HP12C como da função PGTO no Excel sugere-se o cálculo preliminar do
VPL do fluxo de caixa.

Solução pela HP12C: Máquina A Máquina B


f [FIN] f [FIN]
10 [CHS] g [CF0] 10 [CHS] g [CF0]
13 g [CFj] 5 g [CFj] 3 g [Nj]
10 [i] 10 [i]
f [NPV] = 1,82 f [NPV] = 2,43
[CHS] [PV] [CHS] [PV]
1 [n] 3 [n]
[PMT] = 2,00 [PMT] = 0,98
Solução pelo Excel:
  A B C D E
1   Máquina A Máquina B    
2   -10 -10    
3   13 5    
4     5    
5     5    
6   10% 10%    
7   =VPL(B6;B3)+B2 = 1,82 =VPL(C6;C3:C5)+C2 = 2,43    
8   =PGTO(B6;1;-B7) = 2,00 =PGTO(C6;3;-C7) = 0,98    
9          

3.7. Exercício de verificação de aprendizagem:


Página 47

1º) Uma aplicação financeira de $ 1.500 foi resgatada na seguinte seqüência: no 1º mês = $ 300; no 2º
mês $ 700; no 3º e último mês $ 900. A uma taxa de atratividade de 7% ao mês determine o VPL e a TIR
do Investimento.
Resposta: $ 126,45 e 10,88% ao mês.

2º) O estudo de viabilidade econômica de um projeto apresentou o seguinte fluxo de caixa (em $ mil):
Anos 0 1 2 3 4 5
Recebimentos 0 500 900 1.300 2.500 3.700
por ano
Pagamentos 2.000 200 500 350 700 1.900
por ano
Fluxo de
caixa

Complete o quadro acima e determine o VPL e TIR do projeto considerando-se uma taxa de custo de
capital de 20% ao ano.
Resposta: $ 668,98 e 30,28% ao ano.

3º) Uma empresa concessionária de energia elétrica instalou um sistema de geração de energia a um
custo de $ 30 milhões. Os custos operacionais do equipamento são de $ 120.000/mês e sua vida útil é
estimada em 15 anos. Utilizando o método AE e considerando que a empresa deseja uma rentabilidade
mínima de 12% ao mês, determinar:
a) o custo mensal que deve ser repassado aos usuários do sistema de modo que cubra os gastos
operacionais e remunere adequadamente o capital investido;
b) o acréscimo na conta mensal de energia dos 200.000 usuários beneficiados pelo investimento.
Resposta: a) $ 3.720.000 por mês; b) 18,60 por usuário por mês.

4º) Uma empresa estuda a troca de uma máquina velha (vida útil de 2 anos) por uma nova (vida útil de 6
anos). O investimento inicial da máquina nova e os custos operacionais das 2 máquinas estão informados
no quadro abaixo. Com um custo de capital de 6% ao ano, utilizando o método da AE, determinar se
máquina deve ou não ser substituída.

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6


Máq. Velha -12.000 -12.000
Máq. Nova -25.000 -8.000 -8.000 -8.000 -8.000 -8.000 -8.000

Resposta: AE da máquina velha = - $ 12.000 e da nova = - $ 13.084,07. Deve ser mantido o equipamento
velho.

5º) Uma empresa cujo custo de oportunidade do capital é de 7% ao ano estuda a possibilidade de comprar
um equipamento. Para escolher entre o equipamento A e B ela dispõe das seguintes informações sobre as
alternativas de investimento:
Equipamento A Equipamento B
Investimento inicial - $ 19.000 - $ 25.000
Fluxo de caixa $ 12.000 por ano $ 8.000 por ano
Vida útil 4 anos 6 anos

Determinar: a) o VPL;
b) a TIR;
c) a AE;
d) o equipamento preferível.

Resposta: a) VPLA = $ 21.646,54 e VPLB = $ 13.132,32;


b) TIRA = 51,01% ao ano e TIRB = 22,56% ao ano;
c) AEA = $ 6.390,67 e AEB = $ 2.755,11;
d) o equipamento A é o preferível.

6º) Uma indústria pretende terceirizar durante 3 anos a fabricação de uma determinada peça. Se for
fabricada internamente, um estudo mostrou que para fabricar 8.000 peças/ano será necessário um
investimento inicial no valor de $ 200.000 em equipamentos e custos operacionais totais de $ 18.000/ano.
Página 48

Se a fabricação for terceirizada, o preço de compra será de $ 12/peça. Analisando a situação pelo método
da AE e considerando que o custo do capital da empresa seja de 8% ao ano, determinar se a fabricação da
peça deve ou não ser terceirizada.
Resposta: AEterceirizar = - $ 96.000 e AEfabricar = - $ 95.606,70.

7º) Uma bomba instalada em um poço artesiano tem custos operacionais de totalizam $ 450/ano
considerados muito altos para o tipo de instalação. Trocá-la por um equipamento mais moderno
representaria o seguinte investimento com vida útil de 5 anos:
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Investimento - 1.230
Custos operacionais -250 -200 -150 -100 -50
Fluxo de caixa
Considerando um custo de oportunidade do capital de 2% ao ano, calcular o custo anual uniforme
equivalente (método AE) das duas alternativas (trocar e não trocar a bomba) e determinar se a bomba
deve ou não ser substituída. Sugestão: aplique inicialmente o método VPL.
Resposta: AENOVA = - $ 412,93 e AEVELHA = - $ 450. Preferível adquirir nova bomba.

8º) Uma empresa deve arrendar operacionalmente um equipamento. O valor do equipamento é de $


27.000, com vida útil de 3 anos. A sociedade arrendadora propõe um contrato de 3 anos, comprometendo-
se a arcar com os gastos gerais de manutenção do equipamento, estimados em $ 3.000/ano. O
Equipamento será depreciado integralmente durante sua vida útil, ou seja, no valor de $ 9.000/ano e não
possuirá valor de revenda. A alíquota do imposto de renda da arrendadora é de 30% e seu custo de capital
de 10% ao ano. Utilizando o método da AE calcular o valor da prestação anual mínima líquida do IR a ser
cobrada da arrendatária. Sugestão: monte o quadro abaixo.

Prestação anual arrendamen to


Dica: Prestação anual mínima =
1 - alíquota IR

onde prestação anual arrendamento é o valor da AE.

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3


Investimento inicial
Gastos gerais

Benefícios fiscais do IR:


30% dos gastos gerais

30% da depreciação

Fluxo de caixa líquido


Resposta: AE = $ 10.257,10 e prestação anual mínima = $ 14.653,00.

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