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MEDIDA CAUTELAR
Processo de origem n° «PROCESSO»
AUTOR: «parte»
REQUERIDA: : UNIÃO FEDERAL
CONTESTAÇÃO
na forma a seguir:
Não tem qualquer razão a parte adversa em tudo que aduz, estando ausentes, também o
fumus boni iuris e o periculum in mora.
A parte adversa é devedora da União Federal, possuindo, nesta data 4 débitos inscritos em
dívida ativa da União. O montante de débitos inscritos perfaz a nada módica quantia de
R$124.741,89.
Os débitos inscritos em dívida ativa são líquidos, certos e exigíveis, tal qual prevê o Código
Tributário Nacional:
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito
de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.
Desnecessário dizer que precede à inscrição em dívida ativa um procedimento administrativo
fiscal minudente, no qual é ofertado ao contribuinte ampla defesa.
O débito, foi, pois, devidamente inscrito em dívida, pois era líquido e exigível. Tal fato tem,
como consequência, por imperativo legal, a inclusão do contribuinte no CADIN, CADASTRO
INFORMATIVO DOS CRÉDITOS NÃO QUITADOS DE ÓRGÃOS E ENTIDADES FEDERAIS posto que
verificada uma das hipóteses previstas na medida provisória nº 1.863-55, de 23 de novembro
de 1999, e suas reedições:
Sendo o procedimento adotado decorrente da estrita obediência a lei, nada há que ser
modificado. A situação da parte adversa é exatamente aquela prevista no inciso I do artigo
acima transcrito.
Não lhe aproveita o fato de oferecer 125 vacas como caução na medida cautelar. Primeiro,
porque tributos são obrigações pecuniárias que devem ser pagas em dinheiro. Em segundo,
porque os animais ofertados são uma garantia efêmera, que se esvai no curso do processo,
pelo envelhecimento da rês. Com efeito, em um ano ou dois o bovino sofre grande
depreciação e, se muito demorar o processo ? como sói acontecer ? vacas não haverá a
garanti-lo, nem ao débito, pelo inexorabilidade da morte do animal. Na prática, garantia
nenhuma tem a União Federal quanto ao futuro adimplemento de seu débito.
e ainda,
A parte adversa é devedora da União Federal e o crédito não está suspenso, conforme bem
aponta a jurisprudência acima. Sob este enfoque, cabe assinalar que não existe qualquer
ilegalidade no fato da União Federal manter um cadastro de seus devedores, a exemplo do
que, de longa data, fazem os particulares. Não há, na Constituição Federal de 1988 ou em
qualquer norma hierarquicamente inferior, qualquer vedação a que a União Federal tenha um
controle de seus fornecedores, credores e devedores. Neste sentido:
Razão jurídica não há, pois, para exclusão de seu nome do CADIN. Assim, nota-se que a
pretensão parte autora é completamente despida de fundamentos legais, e deve ser
rechaçada, com a improcedência do feito.
O presente caso não comporta, data vênia, a liminar concedida, pelas razões acima expostas,
pelo que se pede a sua revogação.
DO PEDIDO