Você está na página 1de 14

Anaxágoras

Esta página cita fontes confiáveis, mas que não


cobrem todo o conteúdo. Saiba mais
Anaxágoras
Pré-socráticos

Anaxágoras de Clazômenas
Nome completo Ἀναξαγόρας
Escola/Tradição: Escola da Pluralidade
Data de ca. 499 a.C.
nascimento:
Local: Clazómenas, Jónia
Morte 428 a.C. (71 anos)
Local: Lâmpsaco, Mileto,
Jónia
Principais Filosofia natural
interesses:
Ideias notáveis A mente cósmica
(Nous) ordenando
todas as coisas;
a Via Láctea como
concentração de
estrelas distantes
Influências: Escola de Mileto
Influenciados: Arquelau de Atenas,
Péricles

Anaxágoras de Clazómenas (pt) ou


Clazômenas (pt-BR) (em grego clássico:
Ἀναξαγόρας; transl.: Anaxagoras; ca. 500
a.C. — 428 a.C.),[1], filósofo grego do
período pré-socrático. Nascido em
Clazômenas, na Jónia, fundou a primeira
escola filosófica de Atenas, contribuindo
para a expansão do pensamento
filosófico e científico que era
desenvolvido nas cidades gregas da
Ásia. Era protegido de Péricles que
também era seu discípulo. Em 431 a.C.
foi acusado de impiedade e partiu para
Lâmpsaco, uma colônia de Mileto,
também na Jónia, e lá fundou uma nova
escola.
Escreveu um tratado aparentemente
pequeno intitulado Sobre a Natureza ou
Da Natureza, em que tentava conciliar a
existência do múltiplo frente à crítica de
Parmênides e sua escola, conhecida
como "Eleatas".

Anaxágoras Também foi um dos


primeiros a questionar a ideia de
divindade do Sol e também da Lua tendo
uma visão deles como sendo
respectivamente: uma quente pedra
vermelha e uma terra. E foi preso por
isso em 450 a.C.[2][3][4] Uma citação
interessante é a seguinte: Sócrates
estando em julgamento, no momento
sendo acusado por Meleto de não crer
nos deuses cita Anaxágoras:

(Meleto) - Digo isto: que você


não acredita nos deuses,
absolutamente.

(Sócrates) - Que maravilha,


Meleto! Como pode dizer isso?
que eu, então, ao contrario de
toda a humanidade, não
acredito que o Sol e a Lua
sejam deuses?
(Meleto) - Não, por Zeus, ó
juízes, porque diz que o sol é
uma rocha e que a lua é uma
terra!

(Sócrates) - Então acusa


Anaxágoras, meu caro Meleto,
e o coloca como debil? Supõe
que sejam tão iletrados que
não sabem que os livros de
Anaxágoras de Clazômena são
cheios de tais afirmações.[4]
Sócrates, no diálogo platônico Crátilo,
também pergunta a Hermógenes: "E
quando você considera a natureza de
todo o resto? Você não concorda com
Anaxágoras que é ordenada e
sustentada pela mente ou alma?"[5]

Anaxágoras propôs, assim como os


pluralistas, um princípio que atendesse
tanto às exigências teóricas do "ser"
imutável, princípio de tudo, quanto à
contestação da existência das múltiplas
manifestações da realidade. Esse novo
princípio, Anaxágoras chamou
homeomerias. As homeomerias seriam
as sementes que dão origem à realidade
em sua pluralidade de manifestações.
Afirmava que o universo se constitui pela
ação do Nous (νοῦς), conceito que
geralmente é traduzido por mente,
intelecto ou inteligência. Segundo o
filósofo, o Nous atua sobre uma mistura
inicial formada pelas homeomerias,
sementes que contém uma porção de
cada coisa. Assim, o Nous, que é
ilimitado, autônomo e não misturado
com nada mais, age sobre estas
sementes ordenando-as e constituindo o
mundo sensível. Os fragmentos
preservados versam sobre: cosmologia,
biologia e percepção.
Aristóteles afirma que um conterrâneo
de Anaxágoras, Hermótimo de
Clazômenas, antecedeu-o no
pensamento de que a Mente rege o
cosmos:

"Quando um homem chegou a


dizer que na Natureza, como
nos animais, há uma
Inteligência, a causa da ordem
e do arranjo universal, ele
apareceu como o único em seu
bom senso diante dos delírios
de seus antecessores. Sabemos,
sem dúvida, que Anaxágoras
adotou esses pontos de vista,
mas diz-se que ele fora
antecipado por Hermótimo de
Clazômenas."[6]

Esta noção de causa inteligente, que


estabelece uma finalidade na evolução
universal, irá repercutir em filósofos
posteriores, como Platão e Aristóteles.
Influência também exercerá em Leibniz,
que aproveitará a ideia de homeomerias.

Alguns consideram o pensamento de


Anaxágoras como presente no Papiro de
Derveni (produzido por volta do século V
a. C., mais antigo texto ocidental
preservado).[7]

Ver também
Panpsiquismo
Quadratura do círculo (problema
atribuído primeiro a Anaxágoras, que
teria trabalhado nele enquanto na
prisão)

Referências
1. «Anaxagoras - Um dicionário
biográfico dos livres pensadores
antigos, medievais e modernos» .
livrepensamento.com
2. «Anaxagoras biography» . www-
groups.dcs.st-and.ac.uk. Consultado
em 10 de janeiro de 2018
3. Russell, Betrand (1961). History of
Western Philosophy. London: Simon
& Schuster, Allen & Unwin. pp. 79–
81..
4. Platão (2013). A Apologia de
Sócrates. São Paulo: Hunters Books
Editora. pp. ,37
5. Platão (1997). Crátilo, 400a. Plato:
Complete Works (em inglês). [S.l.]:
Hackett Publishing. p. 118.
ISBN 9781603846707
6. Aristóteles, Metafísica, A, 3, 984 b 15
7. Alvares, Jonatas Rafael. O Papiro de
Derveni e seus Reflexos na Filosofia
Antiga . 2014.

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Anaxágoras&oldid=56672849"

Última modificação há 4 meses por Bafuncius

Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-


SA 3.0 , salvo indicação em contrário.

Você também pode gostar