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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sumário
1. Bem de família: ........................................................................................................... 2
1.1 Bem de família compulsório: ................................................................................ 2
1.1.1 Extensão do conceito de bem de família (Súmula 364 e 486, STJ):................... 2
1.1.2 Vaga de garagem (Súmula 449, STJ):.............................................................. 3
1.1.3 Pluralidade de imóveis – art. 5º da Lei 8.009/90: .......................................... 3
1.2 Bem de família convencional ................................................................................ 3
1.2.1 Impenhorabilidade: ........................................................................................ 6
1.2.2 Registro:.......................................................................................................... 6
1.2.3 Valores mobiliários: ........................................................................................ 6
1.2.4 Restrições: ...................................................................................................... 7
1.2.5 Manutenção: .................................................................................................. 7
2. Regime de Bens:.......................................................................................................... 8
2.1 Princípios: .............................................................................................................. 9
2.1.1 Variabilidade:.................................................................................................. 9
2.1.2 Liberdade de Estipulação: ............................................................................ 10
2.1.3 Mutabilidade: ............................................................................................... 12
2.2 Vênia Conjugal:.................................................................................................... 13
2.3 Pacto Antenupcial: .............................................................................................. 15
2.4 Menor: ................................................................................................................. 16
2.5 Espécies de regime de bens: ............................................................................... 17
2.5.1 Participação final dos aquestos:................................................................... 17
2.5.2 Comunhão parcial de bens: .......................................................................... 19
2.5.3 Comunhão Universal de Bens: ..................................................................... 22
2.5.4 Separação de Bens: ...................................................................................... 23
2.6 União Estável ....................................................................................................... 24
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
1. Bem de família:
1.1 Bem de família compulsório:
1.1.1 Extensão do conceito de bem de família (Súmula 364 e 486, STJ):
Conforme a Lei n. 8.009/90, bem de família significa o imóvel que serve de residência
para uma família.
Súmula 364, STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange
também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”.
A súmula do STJ acima estende o conceito de bem de família a todas as pessoas,
assim, ainda que alguém more sozinho no imóvel, seja solteira, divorciada, viúva, ainda que
o imóvel não sirva de residência para uma família, mas sim para dois amigos, dois estranhos
que dividem uma casa, alguém que more sozinho, o conceito de bem de família abrangerá
todas essas hipóteses.
O bem de família serve para tutelar a dignidade da pessoa humana, e a pessoa
humana não só tem dignidade quando vive em família, mas simplesmente por existir, o que
basta para que o ordenamento proteja a dignidade e, consequentemente, a moradia.
Súmula 486, STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência
ou a moradia da sua família”.
A súmula acima é resultado de uma tese trabalhada na justiça do trabalho que
chegou também a justiça comum.
Mesmo que o bem não sirva de residência para uma família é possível a manutenção
da impenhorabilidade do imóvel desde que se prove que o imóvel é utilizado para obtenção
de renda e esta renda é voltada para suprir necessidades desta família, dentre elas, a
moradia.
É a típica hipótese de uma pessoa que possui um imóvel residencial de custo elevado,
o que a leva a deixar esse imóvel, locá-lo e com o dinheiro obtido com a locação, aluga
imóvel mais simples, de custo menor, onde estabelece moradia e com a diferença entre os
custos de moradia supre necessidades ordinárias de sua família. Assim, neste caso, o imóvel
que o sujeito loca para auferir renda é impenhorável.
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Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera -se
residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia
permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários
imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor,
salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma
do art. 70 do Código Civil.
É caput estabelece que bem de família é o único imóvel que serve de residência para
uma família. Entretanto, o parágrafo único estabelece que caso o devedor possua mais de
um imóvel que sirva de residência para sua família será impenhorável o imóvel de menor
valor, e o de maior valor poderá ser penhorado, na forma da lei.
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Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua
instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de
condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas n este artigo, o saldo
existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida
pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução,
a critério do juiz.
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Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas
pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá
abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no
sustento da família.
Art. 1.713, CC/02 – Não permite a impenhorabilidade de valores mobiliários sem que
haja a impenhorabilidade de imóvel. Além disso, estabelece que os valores mobiliários não
podem ser mais valiosos do que o imóvel que se deseja ser impenhorável. Assim, uma
escritura de bem de família pode constar só imóvel, mas não pode constar só valores
mobiliários, já que estes devem possuir valor inferior ao do imóvel.
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Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente,
não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua
instituição.
§ 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de
instituição do bem de família.
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá
constar dos respectivos livros de registro.
§ 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja
confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da
respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores
obedecerá às regras do contrato de depósito.
1.2.1 Impenhorabilidade:
Como vimos, poderá recair sobre o imóvel em que reside a família e valores
mobiliários, desde que não ultrapasse 1/3 do patrimônio líquido no momento da instituição.
– art. 1.711.
Observação: a avaliação do valor do bem é feita no momento da instituição, assim
não importa que depois seu valor ultrapasse o limite estabelecido, o que importa é a
avaliação feita no momento da lavratura da escritura do bem de família.
1.2.2 Registro:
Como vimos, possui efeito ex nunc, salvo para obrigações propter rem – art. 1.715 –
lembrando que devem ser acrescentadas ainda as exceções do art. 3º da Lei 8.009, como
vimos acima.
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1.2.4 Restrições:
inalienabilidade – art. 1.717 e art. 1.719 – e sub-rogação – art. 1.715, parágrafo
único, e art. 1.719.
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não
podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o
consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério
Público.
Quando um imóvel é registrado como bem de família, ele se torna inalienável, pois a
disposição do imóvel dependerá da concordância do Ministério Público. Além disso, a
alteração do imóvel e alienação precisará ainda de concordância judicial, de alvará judicial.
E, ainda quando obtida a autorização, o novo imóvel adquirido com a alienação do
anterior deve ser sub-rogado como bem de família. Assim, há uma perda de liberdade em
relação ao imóvel.
Desse modo, um imóvel registrado como bem de família não pode ser transformado
a qualquer momento e por mera liberalidade em uma casa, em um escritório, etc, pois deve
manter a sua destinação residencial, havendo necessidade de autorização do Estado para
que haja alguma alteração neste quadro.
Tudo isso se justifica pela proibição do venire contra factum proprium. A proteção do
bem justifica a restrição da liberdade em relação ao mesmo.
1.2.5 Manutenção:
Sobrevivência de um dos cônjuges ou filhos menores ou incapazes (parte prejudicada
pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Art. 1721 e art. 1.722
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Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges
e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.
Exemplo: No exemplo dado, caso um dos cônjuges do casal morra, não haverá o
cancelamento do registro do bem de família. Pois, enquanto um dos proprietários estiver
vivo, mantem-se ainda o registro como bem de família.
Entretanto, caso um dos cônjuges venha a falecer é permitido o cancelamento do
registro do bem de família pelo o outro cônjuge sobrevivente, desde que em situações
justificadas – Exemplo: Não há mais casa e apartamento, apenas a casa registrada como
bem de família, e o cônjuge sobrevivente necessita dispor dele por motivos justificados,
então, será possível autorizar o cancelamento do registro do bem de família.
Caso os dois cônjuges morram e só restem os filhos, o registro do bem de família será
cancelado, em regra. Porém, caso os filhos sejam menores, o registro perdurará até o
momento em que atinjam a maioridade.
Observação: Filhos deficientes – a partir do momento em que o Estatuto da Pessoa
com Deficiência desatrela a deficiência da incapacidade, resta mitigada, prejudicada, a
vigência da parte do art. 1.722 em relação aos filhos incapazes. – Assim, como em tese a
deficiência não significa incapacidade, deve ser questionada em cada caso pa rticular se
haverá configuração ou não de extinção do bem de família.
O professor destaca que seu entendimento pessoal é que ainda fica mantida a
proteção à pessoa com deficiência, mas destaca que o Estatuto da Pessoa com Deficiência
não caminhou neste sentido.
2. Regime de Bens:
O regime de bens é compreendido como efeito patrimonial do casamento ou da
união estável.
É o estatuto que visa disciplinar as relações patrimoniais entre os cônjuges ou
companheiros.
Tanto o casamento quanto a união estável estabelecem uma sociedade conjugal, e
sendo uma sociedade, deve-se questionar quanto do patrimônio de um dos cônjuges ou
companheiros será do outro em decorrência da relação que mantem.
Em um primeiro momento, daremos destaque aos regimes de bens do casamento.
Após, analisaremos a união estável.
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2.1 Princípios:
2.1.1 Variabilidade:
No nosso ordenamento jurídico, não existe um só regime de bens.
Pergunta: E se as pessoas se casaram no exterior?
Resposta: Art. 7º, § 4º, LINDB
Art. 7º, § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos
bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
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Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se
não lhe seguir o casamento.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos
seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.
Os nubentes podem estabelecer o regime de bens que eles quiserem, mesmo se for
um regime de bens atípico – um regime criado pelos próprios nubentes.
Assim, o pacto antenupcial tem natureza negocial, havendo autonomia da vontade
para os nubentes não só escolherem o regime de bens, mas também para criarem seu
regime de bens, em razão da sua liberdade de estipulação.
A liberdade de estipulação possui duas exceções:
a) são vedadas regras que ofendam normas cogentes, normas jurídicas;
b) as regras pacto antenupcial devem ter natureza patrimonial.
O p. da liberdade de estipulação é excepcionado pela separação obrigatória
(separação legal), pois nesses casos o nubente não pode escolher o regime de bens que ele
quiser, a lei impõe esse regime nas hipóteses do art. 1.641 do CC. Assim, nas hipóteses do
art. 1.641 do CC não há liberdade de estipulação do regime de bens.
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Assim, se na habilitação para casar, houver alguém com mais de 70 anos, mas que já
viva em união estável pregressa a habilitação, haverá liberdade de estipulação para esse
casal.
Exemplo: Casal que vive em união estável em 20 anos, mas decidem se casar apenas
quando o noivo já possui mais de 70 anos, haverá liberdade de estipulação porque quando
estabelecida a união estável, os companheiros não tinham 70 anos.
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2.1.3 Mutabilidade:
Art. 1.639, § 2º, CC
Cuidado! Art. 2.039 do CC – este artigo induz o leitor a acreditar que a mutabilidade
de regime de bens só ocorre para casamentos celebrados sob a vigência do Código Civil de
2002, o que seria um imenso absurdo já que o casamento é uma relação de trato sucessivo.
Assim, não importa a data em que o casamento foi celebrado, se ele se mantém vigente
durante a vigência do CC/02 será possível a mudança do regime de bens nos termos ali
estabelecidos.
Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil
anterior, Lei no3.071, de 1o de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido.
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Enunciado 260 – Arts. 1.639, § 2º, e 2.039: A alteração do regime de bens prevista no §
2o do art. 1.639 do Código Civil também é permitida nos casamentos realizados na
vigência da legislação anterior.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que po ssam
integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou
estabelecerem economia separada.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária ( art. 1.647),
tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até
dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
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Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento
público, ou particular, autenticado.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um
dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Súmula 332 do STJ – Ineficácia total da fiança sem vênia conjugal – De acordo com o
STJ a ausência da vênia conjugal gera a anulabilidade, mas na hipótese do art. 1.647, inciso
III (fiança) haverá a total ineficácia, pois a fiança em contrato de locação fragilizar a garantia
do bem de família, então para melhor proteger a família, o STJ não admite qualquer efeito
jurídico à fiança sem a concordância de ambos os cônjuges.
STJ - Súmula 332: "A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a
ineficácia total da garantia".
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Enunciado 114 – Art.1.647: o aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de
modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilid ade do título ao
cônjuge que não assentiu.
Havendo o aval, este será válido, não é anulável por ausência de vênia conjugal,
porém não comprometerá a meação do cônjuge que não concordou com ele, assim a
ausência de vênia conjugal envolve a extensão do patrimônio atingível do avalista. Isto
ocorre porque o aval não fragiliza o bem de família.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se
não lhe seguir o casamento.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois
de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos
cônjuges.
Assim, para ter efeitos sobre terceiros deve haver registro imobiliário no cartório do
domicílio do casal. Sem o registro, o pacto antenupcial terá efeito apenas entre os cônjuges,
a partir da celebração do casamento.
Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73), art. 167 – no inciso I, temos títulos que
podem ser registrados, dentre eles temos o pacto antenupcial – no inciso II, temos os casos
de averbações. Quando há alteração do regime de bens após o cas amento, a sentença que
dispôs sobre a referida alteração deve ser averbada.
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2.4 Menor:
Art. 1.654
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à
aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime ob rigatório de
separação de bens.
Exemplo1: Menor casou-se sem autorização nem suprimento judicial, de modo que o
seu casamento é anulável – art. 1.550, inciso II.
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Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que
particulares.
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Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio,
o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação
do outro cônjuge.
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Exemplo4: Leonardo, durante o casamento, comprou um carro para um filho que ele
tem com outra mulher, pagou o saldo devedor dos apartamentos de seus pais, tudo sem o
consentimento de Adriana. Ainda, em uma época de cries, Adriana pagou várias contas para
Leonardo. De modo que, incluindo todos esses valores na contagem, o patrimônio apurado
de Leonardo durante o casamento passa a ser de R$ 2.200.000,00 e, consequentemente, o
patrimônio no casal na constância do casamento é de 4,2 milhões, ficando para cada um R$
2.100.000,00, quando Leonardo terá que pagar a Adriana 100 mil reais.
Assim, na participação final dos aquestos, computam-se as doações sem o
consentimento do consorte e as dívidas solvidas pagas pelo o consorte. Estas duas situações
devem ser consideradas no momento da partilha.
A participação final nos aquestos é um regime de bens em que os cônjuges devem
prestar contas um ao outro.
O valor do montante será apurado considerando a época da dissolução da sociedade
conjugal – art. 1.683.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio,
verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.
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Exemplo: Renato é casado com Beatriz desde 1981. Em 1990, eles rompem a
sociedade conjugal, porém sem pronunciamento judicial. O Renato, já separado da Beatriz,
conhece Patrícia. Entretanto, mesmo que Renato e Patrícia passem a conviver por 25 anos,
conforme conceito literal da Lei 8.971/94 eles não terão união estável, já que Renato não
possui separação judicial com Beatriz.
A lei 8.971/94 estava mais preocupada com a formalidade, do que com a realidade,
com o afeto.
Outro entrave da Lei 8.971/94 era que para que a união estável fosse reconhecida
deveria ser comprovada coabitação por, no mínimo, 05 anos ou prole em comum. Assim, se
pessoas que coabitassem por 04 anos não poderiam ter a união estável reconhecida.
A Lei 8.971/94 só estabelecia direito a alimentos e a sucessão a quem tivesse a união
estável reconhecida.
Assim, a Lei 8.971/94 já nasceu ultrapassada, de modo que um ano e meio depois
surgiu a Lei 9.278/96.
Com a Lei 9.278/96, a união estável deixou de ser considerada sociedade de fato e
passou a atrair regime de bens, com a desnecessidade de prova de esforço comum,
aplicando-se a mesmas regras do regime da comunhão parcial de bens em caso de
casamento.
O art. 9º da lei 9.278/96 passou a estabelecer a competência da vara de família para
julgar casos envolvendo união estável.
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