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Direito Civil V – Família e Sucessões

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Bem de família: ........................................................................................................... 2
1.1 Bem de família compulsório: ................................................................................ 2
1.1.1 Extensão do conceito de bem de família (Súmula 364 e 486, STJ):................... 2
1.1.2 Vaga de garagem (Súmula 449, STJ):.............................................................. 3
1.1.3 Pluralidade de imóveis – art. 5º da Lei 8.009/90: .......................................... 3
1.2 Bem de família convencional ................................................................................ 3
1.2.1 Impenhorabilidade: ........................................................................................ 6
1.2.2 Registro:.......................................................................................................... 6
1.2.3 Valores mobiliários: ........................................................................................ 6
1.2.4 Restrições: ...................................................................................................... 7
1.2.5 Manutenção: .................................................................................................. 7
2. Regime de Bens:.......................................................................................................... 8
2.1 Princípios: .............................................................................................................. 9
2.1.1 Variabilidade:.................................................................................................. 9
2.1.2 Liberdade de Estipulação: ............................................................................ 10
2.1.3 Mutabilidade: ............................................................................................... 12
2.2 Vênia Conjugal:.................................................................................................... 13
2.3 Pacto Antenupcial: .............................................................................................. 15
2.4 Menor: ................................................................................................................. 16
2.5 Espécies de regime de bens: ............................................................................... 17
2.5.1 Participação final dos aquestos:................................................................... 17
2.5.2 Comunhão parcial de bens: .......................................................................... 19
2.5.3 Comunhão Universal de Bens: ..................................................................... 22
2.5.4 Separação de Bens: ...................................................................................... 23
2.6 União Estável ....................................................................................................... 24

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Nesta aula, continuaremos o estudo do tema “Bem de família”, mais precisamente


do ponto “bem de família compulsório”.

1. Bem de família:
1.1 Bem de família compulsório:
1.1.1 Extensão do conceito de bem de família (Súmula 364 e 486, STJ):
Conforme a Lei n. 8.009/90, bem de família significa o imóvel que serve de residência
para uma família.
Súmula 364, STJ: “O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange
também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas”.
A súmula do STJ acima estende o conceito de bem de família a todas as pessoas,
assim, ainda que alguém more sozinho no imóvel, seja solteira, divorciada, viúva, ainda que
o imóvel não sirva de residência para uma família, mas sim para dois amigos, dois estranhos
que dividem uma casa, alguém que more sozinho, o conceito de bem de família abrangerá
todas essas hipóteses.
O bem de família serve para tutelar a dignidade da pessoa humana, e a pessoa
humana não só tem dignidade quando vive em família, mas simplesmente por existir, o que
basta para que o ordenamento proteja a dignidade e, consequentemente, a moradia.
Súmula 486, STJ: “É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja
locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência
ou a moradia da sua família”.
A súmula acima é resultado de uma tese trabalhada na justiça do trabalho que
chegou também a justiça comum.
Mesmo que o bem não sirva de residência para uma família é possível a manutenção
da impenhorabilidade do imóvel desde que se prove que o imóvel é utilizado para obtenção
de renda e esta renda é voltada para suprir necessidades desta família, dentre elas, a
moradia.
É a típica hipótese de uma pessoa que possui um imóvel residencial de custo elevado,
o que a leva a deixar esse imóvel, locá-lo e com o dinheiro obtido com a locação, aluga
imóvel mais simples, de custo menor, onde estabelece moradia e com a diferença entre os
custos de moradia supre necessidades ordinárias de sua família. Assim, neste caso, o imóvel
que o sujeito loca para auferir renda é impenhorável.

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1.1.2 Vaga de garagem (Súmula 449, STJ):


Súmula 449, STJ: “A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de
imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora”.
Se a vaga de garagem for de propriedade do devedor, ela poderá ser penhorada, pois
não é considerada unidade residencial, sendo utilizada apenas para estacionar automóvel, e
possuir automóvel é demonstração de melhor condição socioeconômica, e não garantia de
dignidade.
Entretanto, a súmula 449 pode ser interpretada em conjunto com a súmula 486 –
Exemplo: Vaga de garagem alugada e renda empregada na compra de medicamentos
necessários para saúde do locador ou de sua família. – Neste caso, a vaga de garagem pode
ter sua impenhorabilidade garantida, mas não por ser vaga de garagem e sim do emprego o
aluguel recebido pela exploração desse bem imóvel.

1.1.3 Pluralidade de imóveis – art. 5º da Lei 8.009/90:

Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera -se
residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia
permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários
imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor,
salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma
do art. 70 do Código Civil.

É caput estabelece que bem de família é o único imóvel que serve de residência para
uma família. Entretanto, o parágrafo único estabelece que caso o devedor possua mais de
um imóvel que sirva de residência para sua família será impenhorável o imóvel de menor
valor, e o de maior valor poderá ser penhorado, na forma da lei.

1.2 Bem de família convencional


Exemplo: O sujeito possui uma casa e um apartamento. O apartamento é pequeno,
mas atende a necessidade da família durante a semana, já que a distância da casa para o
trabalho da família é muito grande, de modo que passam a semana no apartamento já que
ele é próximo do local de trabalho. Assim, a família utiliza o apartamento para moradia
quando estão trabalhando, e a casa é sua residência quando não estão trabalhando. A casa
vale 3 milhões de reais e o apartamento vale 1 milhão de reais. Assim, pela Lei 8.009/90,

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impenhorável será o apartamento, já que possui menor valor. – Entretanto, se eles


possuírem outros bens, como cotas de empresa, veículos, imóveis alugados, formando um
patrimônio de 18 milhões de reais.
Caso essa família deseje que a impenhorabilidade do bem de família recaia sobre a
casa, por eleição da família, não só pelo apartamento ser mais barato, mas por afeição a
casa, isto será admitido, desde que o valor do bem blindado pela impenhorabilidade do bem
de família não ultrapasse 1/3 do patrimônio do proprietário no momento do registro da
escritura do bem de família.
O cartório exigirá prova de que o imóvel não ultrapassa 1/3 do patrimônio do
proprietário para que efetive o registro dele como bem de família.
Art. 1.711, CC/02

Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou


testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que
não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição,
mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei
especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento
ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges
beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.

Art. 1.715, CC/02 – Para as dívidas anteriores ao registro da escritura de bem de


família, o imóvel será penhorável. A impenhorabilidade só valerá para as obrigações
contraídas após o registro. Assim, o registro possui eficácia “ex nunc”. – Também aplicam-se
as exceções do art. 3º da Lei 8.009/90.

Art. 1.715. O bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua
instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de
condomínio.
Parágrafo único. No caso de execução pelas dívidas referidas n este artigo, o saldo
existente será aplicado em outro prédio, como bem de família, ou em títulos da dívida
pública, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra solução,
a critério do juiz.

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

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I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas


contribuições previdenciárias; (Revogado pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à
aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do
respectivo contrato;
III -- pelo credor de pensão alimentícia;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu
coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observad as as hipóteses em
que ambos responderão pela dívida; (Redação dada pela Lei nº 13.144 de 2015)
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em
função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de
locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)

Art. 1.712, CC/02 – Garante também a impenhorabilidade de valores mobiliários, ou


seja, bens móveis que produzem valores e por isso atendem à vida digna da família. –
Exemplo: Assim, no exemplo que vimos, caso as cotas sejam avaliadas em 2 milhões de
reais, elas poderão incluir as cotas na escritura de bem de família, pois o imóvel somado com
as cotas não constituem 1/3 do patrimônio do proprietário, já que este é de 18 milhões de
reais.

Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas
pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá
abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no
sustento da família.

Art. 1.713, CC/02 – Não permite a impenhorabilidade de valores mobiliários sem que
haja a impenhorabilidade de imóvel. Além disso, estabelece que os valores mobiliários não
podem ser mais valiosos do que o imóvel que se deseja ser impenhorável. Assim, uma
escritura de bem de família pode constar só imóvel, mas não pode constar só valores
mobiliários, já que estes devem possuir valor inferior ao do imóvel.

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Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente,
não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua
instituição.
§ 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de
instituição do bem de família.
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá
constar dos respectivos livros de registro.
§ 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja
confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da
respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores
obedecerá às regras do contrato de depósito.

1.2.1 Impenhorabilidade:
Como vimos, poderá recair sobre o imóvel em que reside a família e valores
mobiliários, desde que não ultrapasse 1/3 do patrimônio líquido no momento da instituição.
– art. 1.711.
Observação: a avaliação do valor do bem é feita no momento da instituição, assim
não importa que depois seu valor ultrapasse o limite estabelecido, o que importa é a
avaliação feita no momento da lavratura da escritura do bem de família.

1.2.2 Registro:
Como vimos, possui efeito ex nunc, salvo para obrigações propter rem – art. 1.715 –
lembrando que devem ser acrescentadas ainda as exceções do art. 3º da Lei 8.009, como
vimos acima.

1.2.3 Valores mobiliários:


Como vimos, não podem ultrapassar o valor do imóvel.
Arts. 1.712 e 1.713
Os registros devem se dar não só no título de instituição do bem de família, mas
também nos atos de constituição dos valores - Exemplo: Ainda utilizando o exemplo dado
acima, para as cotas empresarias é necessário realizar alteração no contrato social da
empresa para dar publicidade a esta impenhorabilidade. – Destaque-se que isto não é uma
exigência legal, mas é prudente que seja efetivado.

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1.2.4 Restrições:
inalienabilidade – art. 1.717 e art. 1.719 – e sub-rogação – art. 1.715, parágrafo
único, e art. 1.719.

Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não
podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o
consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério
Público.

Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manutenção do bem de família nas


condições em que foi instituído, poderá o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-
lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor
e o Ministério Público.

Quando um imóvel é registrado como bem de família, ele se torna inalienável, pois a
disposição do imóvel dependerá da concordância do Ministério Público. Além disso, a
alteração do imóvel e alienação precisará ainda de concordância judicial, de alvará judicial.
E, ainda quando obtida a autorização, o novo imóvel adquirido com a alienação do
anterior deve ser sub-rogado como bem de família. Assim, há uma perda de liberdade em
relação ao imóvel.
Desse modo, um imóvel registrado como bem de família não pode ser transformado
a qualquer momento e por mera liberalidade em uma casa, em um escritório, etc, pois deve
manter a sua destinação residencial, havendo necessidade de autorização do Estado para
que haja alguma alteração neste quadro.
Tudo isso se justifica pela proibição do venire contra factum proprium. A proteção do
bem justifica a restrição da liberdade em relação ao mesmo.

1.2.5 Manutenção:
Sobrevivência de um dos cônjuges ou filhos menores ou incapazes (parte prejudicada
pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Art. 1721 e art. 1.722

Art. 1.721. A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.


Parágrafo único. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cônjuges, o
sobrevivente poderá pedir a extinção do bem de família, se for o único bem do casal.

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Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de família com a morte de ambos os cônjuges
e a maioridade dos filhos, desde que não sujeitos a curatela.

Exemplo: No exemplo dado, caso um dos cônjuges do casal morra, não haverá o
cancelamento do registro do bem de família. Pois, enquanto um dos proprietários estiver
vivo, mantem-se ainda o registro como bem de família.
Entretanto, caso um dos cônjuges venha a falecer é permitido o cancelamento do
registro do bem de família pelo o outro cônjuge sobrevivente, desde que em situações
justificadas – Exemplo: Não há mais casa e apartamento, apenas a casa registrada como
bem de família, e o cônjuge sobrevivente necessita dispor dele por motivos justificados,
então, será possível autorizar o cancelamento do registro do bem de família.
Caso os dois cônjuges morram e só restem os filhos, o registro do bem de família será
cancelado, em regra. Porém, caso os filhos sejam menores, o registro perdurará até o
momento em que atinjam a maioridade.
Observação: Filhos deficientes – a partir do momento em que o Estatuto da Pessoa
com Deficiência desatrela a deficiência da incapacidade, resta mitigada, prejudicada, a
vigência da parte do art. 1.722 em relação aos filhos incapazes. – Assim, como em tese a
deficiência não significa incapacidade, deve ser questionada em cada caso pa rticular se
haverá configuração ou não de extinção do bem de família.
O professor destaca que seu entendimento pessoal é que ainda fica mantida a
proteção à pessoa com deficiência, mas destaca que o Estatuto da Pessoa com Deficiência
não caminhou neste sentido.

2. Regime de Bens:
O regime de bens é compreendido como efeito patrimonial do casamento ou da
união estável.
É o estatuto que visa disciplinar as relações patrimoniais entre os cônjuges ou
companheiros.
Tanto o casamento quanto a união estável estabelecem uma sociedade conjugal, e
sendo uma sociedade, deve-se questionar quanto do patrimônio de um dos cônjuges ou
companheiros será do outro em decorrência da relação que mantem.
Em um primeiro momento, daremos destaque aos regimes de bens do casamento.
Após, analisaremos a união estável.

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2.1 Princípios:
2.1.1 Variabilidade:
No nosso ordenamento jurídico, não existe um só regime de bens.
Pergunta: E se as pessoas se casaram no exterior?
Resposta: Art. 7º, § 4º, LINDB

Art. 7º, § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

O regime de bens segue a regra do lugar do domicílio dos nubentes. – Exemplo:


Namorados se casam em Nova Déli, mas fixam domicílio no Rio de Janeiro. As regras da
celebração de casamento serão as de Nova Déli, porém o regime de bens será regido pelas
regras brasileiras.
Assim, se o casal se casou sem fazer um contrato sobre o regime de bens, o regime
será o da comunhão parcial de bens que é o regime geral – art. 1.640, CC/02.

Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos
bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.

a) Comunhão Parcial de Bens


b) Comunhão Universal de Bens
c) Participação final nos aquestos
d) Separação de bens
Obs: Com exceção do regime legal (comunhão parcial de bens), todos os demais
regimes deverão ser eleitos em pacto antenupcial – art. 1.640, parágrafo único

Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer


dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela
comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais
escolhas.

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Caso os nubentes pretendam outro regime de bens diferente do regime da


comunhão parcial, devem fazer um pacto celebrado antes da celebração do casamento
(pacto antenupcial) e passará a surtir efeitos entre os cônjuges no momento do casamento.
Assim, o pacto já existe desde antes do casamento, mas só surte efeitos a partir do
casamento – art. 1.653.

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se
não lhe seguir o casamento.

2.1.2 Liberdade de Estipulação:


Art. 1.639, CC/02

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos
seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.

Os nubentes podem estabelecer o regime de bens que eles quiserem, mesmo se for
um regime de bens atípico – um regime criado pelos próprios nubentes.
Assim, o pacto antenupcial tem natureza negocial, havendo autonomia da vontade
para os nubentes não só escolherem o regime de bens, mas também para criarem seu
regime de bens, em razão da sua liberdade de estipulação.
A liberdade de estipulação possui duas exceções:
a) são vedadas regras que ofendam normas cogentes, normas jurídicas;
b) as regras pacto antenupcial devem ter natureza patrimonial.
O p. da liberdade de estipulação é excepcionado pela separação obrigatória
(separação legal), pois nesses casos o nubente não pode escolher o regime de bens que ele
quiser, a lei impõe esse regime nas hipóteses do art. 1.641 do CC. Assim, nas hipóteses do
art. 1.641 do CC não há liberdade de estipulação do regime de bens.

Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

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I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da


celebração do casamento;
II - da pessoa maior de sessenta anos;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de
2010)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

Observação: Súmula 377 do STF – a separação obrigatória é relativa, pois admite a


formação de aquestos, ou seja, o STF estabelece que pessoas casadas no regime da
separação obrigatória tem propriedade comum quanto aos bens adquiridos na vigência do
casamento, esses bens serão comuns e deverão ser partilhados. Ass im, a separação
obrigatória não é absoluta.
Só é absoluto o regime da separação de bens eleito pelos nubentes no pacto
antenupcial, daí esta ser também denominada separação absoluta.

Súmula 377: No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na


constância do casamento.

Observação: Enunciado 261 da III Jornada de Direito Civil – Este também é o


entendimento do STJ.
O enunciado fala ainda em sexagenários, porque na época da III jornada o limite de
idade ainda era sessenta anos, só em dezembro de 2010, o Código Civil foi alterado para
abarcar somente os septuagenários.

Enunciado 261 – Art. 1.641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se


aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união
estável iniciada antes dessa idade.

Assim, se na habilitação para casar, houver alguém com mais de 70 anos, mas que já
viva em união estável pregressa a habilitação, haverá liberdade de estipulação para esse
casal.
Exemplo: Casal que vive em união estável em 20 anos, mas decidem se casar apenas
quando o noivo já possui mais de 70 anos, haverá liberdade de estipulação porque quando
estabelecida a união estável, os companheiros não tinham 70 anos.

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2.1.3 Mutabilidade:
Art. 1.639, § 2º, CC

§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido


motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.

Nossa legislação permite que os cônjuges modifiquem o regime de bens sem


necessitar extinguir o casamento, porém essa alteração de regime de bens é judicializada, a
lei exige processo e sentença.
O procedimento judicial deve ser instaurado mediante requerimento comum de
ambos os cônjuges, ou seja, a mudança de regime de bens só é viável se ambos os cônjuges
estiverem em comum acordo.
O pedido deve ser motivado em requerimento comum de ambos os cônjuges.
Uma vez prolatada sentença, a sentença causará a retroatividade dos efeitos da
mudança do regime de bens – Exemplo: Casal com regime de comunhão parcial que após
modifica o regime para o da comunhão universal, todos os bens recebidos em herança e
anteriores ao casamento irão se comunicar, pois a sentença que modifica o regime de bens
tem efeitos retroativos. Assim, o efeito da mudança retroagirá.
Não se pode prejudicar o terceiro de boa-fé

Cuidado! Art. 2.039 do CC – este artigo induz o leitor a acreditar que a mutabilidade
de regime de bens só ocorre para casamentos celebrados sob a vigência do Código Civil de
2002, o que seria um imenso absurdo já que o casamento é uma relação de trato sucessivo.
Assim, não importa a data em que o casamento foi celebrado, se ele se mantém vigente
durante a vigência do CC/02 será possível a mudança do regime de bens nos termos ali
estabelecidos.

Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil
anterior, Lei no3.071, de 1o de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido.

Enunciado 260 da III Jornada de Direito Civil:

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Enunciado 260 – Arts. 1.639, § 2º, e 2.039: A alteração do regime de bens prevista no §
2o do art. 1.639 do Código Civil também é permitida nos casamentos realizados na
vigência da legislação anterior.

Informativos 257 e 399 do STJ – A obrigatoriedade da separação de bens pode ser


alterada, desde que a causa que estabeleceu a separação seja superada. – Enunciado 262, III
Jornada de Direito Civil.
Exemplo: Casamento no regime de separação obrigatória de bens porque havia uma
causa suspensiva, quando a causa suspensiva é superada, o regime da separação obrigatória
poderá ser alterado.

Enunciado 262 – Arts. 1.641 e 1.639: A obrigatoriedade da separação de bens, nas


hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1.641 do Código Civil, não impede a alteração
do regime, desde que superada a causa que o impôs.

2.2 Vênia Conjugal:


Necessidade de autorização do cônjuge para a prática de algum ato elencado no art.
1.647, para que haja a validade do ato.
Caso o cônjuge não concorde, o ato jurídico será anulável no prazo de 02 anos a
contar da dissolução da sociedade conjugal. Não são 02 anos a contar do ato, mas da
dissolução da sociedade conjugal.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que po ssam
integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou
estabelecerem economia separada.

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária ( art. 1.647),
tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até
dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.

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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento
público, ou particular, autenticado.

Exemplo: Eduardo e Mônica são casados no regime da comunhão parcial de bens. O


Eduardo vende imóvel adquirido por ele antes do casamento, sem a vênia da Mônica. A
venda é anulável, mesmo que seja de bem adquirido antes do casamento. Pois o art. 1.647
do CC só isenta da necessidade de vênia conjugal quando o regime for o da separação
absoluta, não importando se o bem se comunica ou não se comunica. Assim, qualquer que
fosse o regime que não o da separação absoluta exige a vênia conjugal para venda de bem
imóvel.
Como Eduardo e Mônica ainda são casados, ainda não começou o decurso do prazo
para anular a venda do imóvel, já que o prazo para promover a ação anulatória só começa
com o fim da sociedade conjugal.
Lembrando que não importa a comunicação patrimonial para necessidade de vênia
conjugal.

Havendo discordância entre os cônjuges quanto a disposição de bem, a lei prevê


hipótese de suprimento judicial da vênia conjugal – art. 1.648 do CC – para que a vontade de
um não se sobreponha a do doutro, a vênia conjugal pode ser judicializada e suprida.

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um
dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.

Súmula 332 do STJ – Ineficácia total da fiança sem vênia conjugal – De acordo com o
STJ a ausência da vênia conjugal gera a anulabilidade, mas na hipótese do art. 1.647, inciso
III (fiança) haverá a total ineficácia, pois a fiança em contrato de locação fragilizar a garantia
do bem de família, então para melhor proteger a família, o STJ não admite qualquer efeito
jurídico à fiança sem a concordância de ambos os cônjuges.

STJ - Súmula 332: "A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a
ineficácia total da garantia".

Enunciado 114 da I Jornada de Direito Civil – Aval:

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Enunciado 114 – Art.1.647: o aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de
modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilid ade do título ao
cônjuge que não assentiu.

Havendo o aval, este será válido, não é anulável por ausência de vênia conjugal,
porém não comprometerá a meação do cônjuge que não concordou com ele, assim a
ausência de vênia conjugal envolve a extensão do patrimônio atingível do avalista. Isto
ocorre porque o aval não fragiliza o bem de família.

2.3 Pacto Antenupcial:


Art. 1.653 a 1.657
O pacto antenupcial para ser válido necessita ser lavrado por escritura pública.

Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se
não lhe seguir o casamento.

É necessária a escritura pública em todos os casos.


O pacto antenupcial só passa a gerar efeito entre os nubentes a partir da celebração
do casamento.
Para que o pacto antenupcial tenha eficácia erga omnes, ele deve ser registrado
junto ao cartório de registro de imóveis do domicílio do casal.

Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois
de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos
cônjuges.

Assim, para ter efeitos sobre terceiros deve haver registro imobiliário no cartório do
domicílio do casal. Sem o registro, o pacto antenupcial terá efeito apenas entre os cônjuges,
a partir da celebração do casamento.
Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73), art. 167 – no inciso I, temos títulos que
podem ser registrados, dentre eles temos o pacto antenupcial – no inciso II, temos os casos
de averbações. Quando há alteração do regime de bens após o cas amento, a sentença que
dispôs sobre a referida alteração deve ser averbada.

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2.4 Menor:
Art. 1.654

Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à
aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime ob rigatório de
separação de bens.

Exemplo1: Menor casou-se sem autorização nem suprimento judicial, de modo que o
seu casamento é anulável – art. 1.550, inciso II.

Art. 1.550. É anulável o casamento:


(...)
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;

Exemplo2: Menor casou-se sem autorização de ambos os representes legais, porém


com suprimento – art. 1.641, inciso III – Neste caso, o regime de bens é o da separação
obrigatória de bens.
Exemplo3: Menor casou-se com autorização de seus representantes legais – art.
1.640 – Neste caso, o regime será o da comunhão parcial de bens, caso o menor deseje
outro regime de bens, ele deverá efetivar pacto antenupcial.
Assim, em caso de menor, só haverá pacto antenupcial se o casamento for realizado
mediante autorização de ambos os representantes legais – art. 1.654.
Este pacto efetivado pelo menor necessitará de novo da autorização de ambos os
representantes legais para ser válido, não basta a autorização dada para a efetivação do
casamento. É necessária a autorização por duas vezes.
O pacto antenupcial de menor necessita de aprovação do represente legal, sob pena
de não surtir efeitos.

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2.5 Espécies de regime de bens:


2.5.1 Participação final dos aquestos:
É necessário pacto antenupcial.
Art. 1.656 e art. 1.647, inciso I.
O pacto antenupcial pode conter cláusula expressa que estabeleça a possibilidade de
que um cônjuge possa dispor de bens particulares sem consentimento do outro cônjuge.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que
particulares.

Há necessidade de cláusula expressa.


Não haverá necessidade de vênia conjugal apenas para disposição de bens
particulares.
Exemplo: Leonardo e Adriana se casaram pelo regime da participação final nos
aquestos. Já casada, Adriana quer dispor de um imóvel. Pela rega do art. 1.647, inciso I,
Adriana precisa da autorização do Leonardo. Porém, caso seu pacto antenupcial contenha
cláusula expressa dispensando o consentimento, esta vênia conjugal não será necessária.
Os bens particulares são aqueles previstos no art. 1.674 – São os bens adquiridos em
momento anterior ao casamento ou gratuitamente a qualquer tempo.

Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos


aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o
casamento os bens móveis.

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Só haverá participação do outro cônjuge em relação aos bens adquiridos


onerosamente na vigência do casamento.
Apesar de parecer bem semelhante ao regime de comunhão parcial de bens, no
regime da participação final nos aquestos, temos o seguinte:
Exemplo1: Adriana antes de casar com Leonardo já possuía um apartamento, então
este não será considerado na partilha.
Exemplo2: Leonardo, durante o casamento com Adriana, recebeu uma casa em
herança, também não será considerado na partilha.
Exemplo3: Adriana, durante o casamento, formou um patrimônio de 2 milhões de
reais e Leonardo, durante o casamento, formou um patrimônio de 1,5 milhões.
O momento da apuração dos bens adquiridos onerosamente na constância do
casamento se dá no momento da dissolução do casamento, da separação de fato, e não no
momento do divórcio e da partilha.
Exemplo3 (cont.): Assim, Adriana e Leonardo possuem 3,5 milhões, de modo que
cada um irá ficar com R$ 1.750.000,00. De modo que Adriana terá que tirar 250 mil reais de
seu patrimônio para entregar a Leonardo. Isto é a participação final nos aquestos.
Não se confunde com a comunhão parcial de bens, pois os bens do casal não serão
necessariamente divididos.
Exemplo3 (cont.): Adriana não terá que dividir seus bens com Leonardo. Leonardo
não tem direito a metade dos bens, mas tem direito a 250 mil reais de Adriana, o que será
transferido em bens ou em dinheiro, como melhor convencionarem as partes.
Assim, na participação final dos aquestos, não há confusão patrimonial.
Os Arts. 1.675 e 1.678 permitem que, na participação final dos aquestos, um cônjuge
estabeleça contagem sobre tudo que o outro cônjuge doou sem sua autorização ou
contagem sobre todas as despesas que um cônjuge pagou para o outro durante o
casamento.

Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqüestos, computar-se-á o valor das


doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso,
o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou
declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução.

Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio,
o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação
do outro cônjuge.

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Exemplo4: Leonardo, durante o casamento, comprou um carro para um filho que ele
tem com outra mulher, pagou o saldo devedor dos apartamentos de seus pais, tudo sem o
consentimento de Adriana. Ainda, em uma época de cries, Adriana pagou várias contas para
Leonardo. De modo que, incluindo todos esses valores na contagem, o patrimônio apurado
de Leonardo durante o casamento passa a ser de R$ 2.200.000,00 e, consequentemente, o
patrimônio no casal na constância do casamento é de 4,2 milhões, ficando para cada um R$
2.100.000,00, quando Leonardo terá que pagar a Adriana 100 mil reais.
Assim, na participação final dos aquestos, computam-se as doações sem o
consentimento do consorte e as dívidas solvidas pagas pelo o consorte. Estas duas situações
devem ser consideradas no momento da partilha.
A participação final nos aquestos é um regime de bens em que os cônjuges devem
prestar contas um ao outro.
O valor do montante será apurado considerando a época da dissolução da sociedade
conjugal – art. 1.683.

Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio,
verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.

E a reposição de um cônjuge ao patrimônio do outro cônjuge poderá ser feita em


dinheiro ou em bens.
Lembrando que não comunhão patrimonial, não há comunicação de bens, só
participação. Cada cônjuge tem administração própria do que é seu e, quando ocorre a
dissolução, será apurado o montante dos aquestos para fins de participação.

2.5.2 Comunhão parcial de bens:


É o regime mais comum no Brasil.
Art. 1.658

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao


casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.

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Os bens adquiridos antes do casamento e os adquiridos gratuitamente atraem a


regra da separação. Os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento atraem a
comunhão. Assim, temos um regime híbrido, misturando-se a separação de bens com a
comunhão universal de bens, comunicando-se apenas uma parte do patrimônio.
Existem bens que não se comunicam e os bens que se comunicam.
Art. 1.659 – bens que não se comunicam:

Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:


I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em
sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

Art. 1.660 – bens que se comunicam:


Atenção! Os bens acessórios irão se comunicar ainda que os bens principais sejam
particulares.

Art. 1.660. Entram na comunhão:


I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em
nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa
anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Os bens particulares são os que não se comunicam, cuja propriedade é exclusiva de


um dos cônjuges.

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Quando os bens se comunicam, haverá meação. Os bens que se comunicam serão


partilhados quando dissolvida a sociedade conjugal. Só haverá meação em relação aos bens
que se comunicam.
Exemplo1: Sergio e Paula são casados pelo regime da comunhão parcial de bens.
Lembrando que o momento da dissolução conjugal é o momento da separação de
fato.
Tudo que for adquirido onerosamente depois da separação de fato serão bens
particulares.
Exemplo1 (cont.): Sérgio deu entrada no seu apartamento antes de casar com Paula,
de modo que, antes do casamento, Sérgio já tinha pago 40% desse apartamento, o restante
foi pago durante o casamento. A presunção da lei é de que 40% do imóvel foi pago com
renda exclusiva do Sérgio, porém 60% do bem foi pago com a renda do casal. Assim, no
momento da partilha, Paula terá direito a 30% do imóvel, pois os 60% serão divididos.
Exemplo2: Paula e Sérgio adquiriram um apartamento na constância do casamento
e, no momento da separação de fato, já tinham pago 70% do seu valor. Se ficar acordado
que Sérgio pagará os 30% restantes sozinho, Paula terá direito a 35% do apartamento, pois
os 70% serão divididos.
O mesmo raciocínio se aplica pra todos os bens e dinheiros.
Exemplo3: Sérgio tem um crédito trabalhista a receber decorrente de um fato
ocorrido antes do casamento, porém só recebe o referido crédito trabalhista na vigência do
casamento com Paula. O pagamento que ocorreu na vigência do casamento teria que ser
efetuado antes do casamento, mas foi necessário o ajuizamento de uma ação e o
pagamento só se efetuou na vigência do casamento. Assim, o dinheiro referente ao crédito
trabalhista não se comunica.
Assim, o pagamento decorrente de uma indenização irá se comunicar, ou não, a
depender do momento em que se passou a fazer jus a essa indenização. Se o pagamento se
refere a algo que ocorreu na vigência do casamento será partilhado, se não, será particular.
Tudo irá depender do momento da constituição do crédito e não do momento efetivo
pagamento.
Este entendimento também se aplica na sub-rogação.
Exemplo4: Sérgio vendeu apartamento de dois quartos que já era seu antes do
casamento, por R$ 800.000,00, este bem imóvel era particular de Sérgio. Com a renda, ele
adquiriu outro apartamento de 4 quartos, no valor de 2 milhões de reais. Assim, desses 2
milhões, 800 mil reais não serão comunicados, será particular. Há sub-rogação. Os outros 1,8
milhões, a lei presumo que foi fruto de esforço comum e serão divididos.

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Os rendimentos do casal são compartilhados, mas a fonte do rendimento é


particular.
Exemplo: Sérgio possui salário de 30 mil reais e Paula possui salário de 20 mil reais. O
que eles perceberem de rendimento durante a sociedade conjugal será compartilhado,
porém a fonte do rendimento é particular.
Os bens acessórios adquiridos onerosamente na constância do casamento serão
compartilhados, ainda que o bem principal seja particular.
Exemplo: Paula recebeu apartamento em herança, portanto trata-se de bem imóvel
particular. Porém, Paula e Sérgio decidem reformar este apartamento, gastando 200 mil
reais em conjunto. O apartamento continuará sendo particular, mas a benfeitorias feitas no
imóvel serão partilhados, ou seja, os 200 mil reais serão compartilhados, pois os acessórios
são compartilhados independentemente da natureza do bem principal.
O apartamento é só do Sérgio, mas a rentabilidade, as rendas que o apartamento
gera são dos dois na constância da sociedade conjugal.
O mesmo ocorre com investimentos, ainda que o valor original aplicado seja
particular, o lucro, os juros que o investimento gerar será compartilhado.
Observação: A valorização ou desvalorização do imóvel não é compartilhada, apenas
a renda que o imóvel gera. As oscilações de preço de mercado não serão compartilhadas.
Observação: Os bens móveis que guarnecerem o imóvel seguirão a mesma sorte do
imóvel. Assim, caso se trate de imóvel particular, os bens móveis serão presumivelmente
particulares. – Art. 1.662 – Porém, esta presunção é relativa.

Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do


casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.

2.5.3 Comunhão Universal de Bens:


Admite que todo patrimônio de uma pessoa seja também propriedade do consorte.
Não interessa nem a data e nem o modo de aquisição do patrimônio, tudo será
compartilhado.
Exemplo: Laura e Gustavo se casaram sob o regime da comunhão universal de bens.
O que era de Gustavo antes do casamento será da Laura também. O que Laura receber a
título de herança ou doação também será do Gustavo.

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Até o momento da dissolução da sociedade conjugal, ou seja, até a data da separação


de fato, todo patrimônio será compartilhado.
Exemplo: Se a mãe de Gustavo morrer durante a constância do casamento dele com
Laura, a herança que Gustavo receber será compartilhada. Porém, se a mãe de Gustavo
morrer após a dissolução da sociedade conjugal, a herença será particular do Gustavo.
Observação: Art. 1.668 – Bens que não se comunicam mesmo no regime de
comunhão universal.

Art. 1.668. São excluídos da comunhão:


I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub -rogados
em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de
realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus
aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de
incomunicabilidade;

2.5.4 Separação de Bens:


Diferentemente da separação legal de bens, necessita de pacto antenupcial, pois é
convencionado, eleito pelos nubentes.
Também é denominada de separação absoluta, convencional ou total.
Não admite formação de aquestos, mas somente condomínio.
A ausência de esforço comum é uma presunção legal relativa, ou seja, salvo prova em
contrário, neste regime, se presume que o cônjuge adquiriu o bem por esforço próprio.
Admite-se aplicação da Súmula 380 do STF, de modo que a presunção relativa de
ausência de esforço comum pode ser vencida, provando-se a colaboração para formação
daquele patrimônio.

Súmula 380 do STF: Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos,


é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço
comum.

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Originariamente, a relação afetiva ente homem e mulher sem casamento era


indiferente ao Direito, não havendo formação de família. Assim, antigamente, sem
casamento, não havia família, mas sim concubinato.
Após, em meados dos anos 60, o STF editou a Súmula 380, reconhecendo o
concubinato como possível sociedade de fato e admitindo a partilha do patrimônio
mediante prova do esforço comum.
Atualmente, este mesmo raciocínio é aplicado ao regime da separação total de bens
de modo que haverá partilha de bens se houver prova do esforço comum na aquisição de
determinado bem.

O concubinato era classificado em concubinato puro e concubinato impuro. O


concubinato puro se estabelecia entre pessoas que poderiam se casar, caso quisessem. Já o
concubinato impuro se estabelecia entre pessoas que não poderiam se casar, mesmo se
quisessem.
O concubinato citado acima, atualmente, é união estável.

2.6 União Estável


A união estável a partir da CF/88 passou a ser considerada uma entidade familiar, tal
qual o casamento – art. 226, § 3º da CF.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a


mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

O reconhecimento da união estável como relação-jurídica protegida foi um grande


avanço social.
A união estável foi regulamentada pela Lei 8.971/94. Até esta regulamentação
tínhamos um grande conflito negativo de competências, questionando-se se a matéria
deveria ser trata no âmbito de varas cíveis comuns ou varas de família.
A Lei 8.971/94 já nasceu com conceitos ultrapassados. O conceito legal de união
estável previsto na lei estabelecia a possibilidade de união estável apenas entre pessoas
solteiras, separadas judicialmente, divorciadas e viúvos. Pessoas casadas não poderiam
estabelecer união estável, sob pena de bigamia.

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Exemplo: Renato é casado com Beatriz desde 1981. Em 1990, eles rompem a
sociedade conjugal, porém sem pronunciamento judicial. O Renato, já separado da Beatriz,
conhece Patrícia. Entretanto, mesmo que Renato e Patrícia passem a conviver por 25 anos,
conforme conceito literal da Lei 8.971/94 eles não terão união estável, já que Renato não
possui separação judicial com Beatriz.
A lei 8.971/94 estava mais preocupada com a formalidade, do que com a realidade,
com o afeto.
Outro entrave da Lei 8.971/94 era que para que a união estável fosse reconhecida
deveria ser comprovada coabitação por, no mínimo, 05 anos ou prole em comum. Assim, se
pessoas que coabitassem por 04 anos não poderiam ter a união estável reconhecida.
A Lei 8.971/94 só estabelecia direito a alimentos e a sucessão a quem tivesse a união
estável reconhecida.
Assim, a Lei 8.971/94 já nasceu ultrapassada, de modo que um ano e meio depois
surgiu a Lei 9.278/96.
Com a Lei 9.278/96, a união estável deixou de ser considerada sociedade de fato e
passou a atrair regime de bens, com a desnecessidade de prova de esforço comum,
aplicando-se a mesmas regras do regime da comunhão parcial de bens em caso de
casamento.
O art. 9º da lei 9.278/96 passou a estabelecer a competência da vara de família para
julgar casos envolvendo união estável.

Art. 9° Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de


Família, assegurado o segredo de justiça.

O conceito de união estável também mudou, passando a abranger homem e mulher


que estabeleçam uma relação pública, duradoura, contínua e com intenção de forma família.

Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e


contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de
família.

A durabilidade é a projeção da relação para o futuro, uma relação que se pretende


que permaneça.

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A continuidade é a solidez da relação, uma relação que começou no passado e se


mantem no presente sem que tenha havido rompimento.
A publicidade é a notoriedade da relação em sociedade.
A intenção de formar família é o que diferencia a relação pública, duradoura e
contínua da união estável de outras relações públicas, duradouras e contínuas, como, por
exemplo, um namoro ou um noivado.
A união estável é um compromisso que só possui quem tem intenção de formar
família.
O novo conceito de união estável permite que pessoas casadas estabeleçam união
estável.
Exemplo: Silvia e José são casados, porém rompem a relação em março de 1998, com
separação de fato apenas. Em novembro de 1998, oito meses depois da separação, Silvia
conhece Marcos e passa a viver junto com ele em dezembro de 1999. Entretanto, naquela
época, a união estável só poderia ser reconhecida em março de 2001, já que o divórcio
direto só era possível após 02 anos de separação de fato, possibilitando o reconhecimento
da união estável.
O regime atual do caso acima será estudado na próxima aula.

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