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CAPÍTULO I
AS ORIGENS DA LINGUISTICA ROMÂNICA; O MÉTODO HISTORICO-COMPARATIVO
1.1.3 Filologia Clássica (Franz Bopp): Esse estudo que só podia ser clássico, com
Franz Bopp passou a ser Comparatista no início do Século XIX, quando comparou o
sistema de conjugação do sânscrito com o das língua grega, latinas, persa e germânica e
encontrou algumas semelhanças, especialmente sobre o domínio da gramática. Foi então
que definiu que isso só poderia ser explicado a partir da mesma origem.
Esse projeto depois foi retomado por Jacob Grimm,dando um caráter genérico às
línguas antigas, que pela comparação teria sido o indo-europeu a origem.
2. OS NEOGRAMÁTICOS
2.1 Influências
2.2 Analogia
Esse fenômeno é muito encontrado na fala das crianças, em erros como fazi, trazi
ou boti. (contrariando a gramática normativa do fiz, trouxe, botei). No português percebe-
se essa ação, como por exemplo o verbo “render” e os correspondentes românicos
rendre, rendere etc., pois essas formas não poderiam ter vindo do latim reddere no latim
clássico, pela inexistência de lei uma fonética que as justificassem o aparecimento de um
“n” fechando a primeira sílaba: as forma românicas derivam com certeza de “rendere”,
construído por analogia com o verbo que significa “tomar”, ou seja: “prendere”.
Os neogramáticos foram criticados por linguísticas que não aceitavam a idéia de que
as leis da fonética operam cegamente.
3. MÉTODO COMPARATIVO
Esse método permite uma aproximação bastante exata das formas românicas
originais, especialmente nos textos em latim, que chegaram até os nossos tempos como
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provas documentais ou nas outras diversas línguas românicas, quanto mais forem
afastadas geograficamente.
O quadro permite dois tipos de comparação (que as pessoas cultas fariam mais
espontaneamente – ocupando a atenção dos primeiros romanistas):
Bloco 1: Onde o latim tem o “o” aberto e acentuado, o espanhol tem ditongo “ue”.
O português tem o “o”
Bloco 2: Onde o latim tem o “o” fechado, as línguas românicas tem “o”. O
português tem o “o”.
Bloco 4: Onde aparecia o “u” longo latino, todas as línguas também apareciam.
São mais claras as evidências das línguas românicas com o latim vulgar, como pode
ser observado em três dos blocos acima estudados:
CAPÍTULO II
O IMPACTO DA GEOGRAFIA LINGUISTICA E DAS PESQUISAS DE CAMPO
1. GEOGRAFIA LINGUÍSTICA
1.1 Contestações
1.1.1 Jules Gilliéron (pesquisa de campo entre 1897 e 1901): Foi aplicado um
questionário sobre questões de fonética, morfologia e sintaxe pelo auxiliar Edmond
Edmont, enquanto Gilliéron se encarregava de estudar os dados e apresentar na forma de
Atlas. Ele contestou essa metodologia diferente dos comparatistas, que usavam
principalmente textos e documentos antigos etc., e segundo a qual o dialeto latim teria
sido o resultado sem outras implicações fonéticas ou influências do latim vulgar de
regiões. A etimologia interfere na evolução da fonética.
Para ele, além da evolução fonética havia a criatividade dos falantes quando era
necessário desfazer as colisões homonímicas e salvar palavras foneticamente pouco
consistentes ou para adaptações.
Ex: “galo” nos dialetos do sul da França, que é derivado das expressões latinas
“gallus” (galo) e “pullus” por “gallus pullus”(galo filhote).
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CAPÍTULO I
FILOLOGIA, FILOLOGIA E LINGUÍSTICA, FILOLOGIA ROMÂNICA
1.1.2 Roma: (Séc. I a.C.) o primeiro escritor a receber o título de “philologus” foi
Ateius Praetextatus.
A introdução da Filologia foi ocasional e engraçada, quando em 172 a.C Átalo II, rei
de Pérgamo determinou uma missão ao embaixador Crates de Matos caiu numa “cloaca
máxima” (uma das redes de esgotos mais antiga do mundo, construída por volta do ano
VI a.C na Roma antiga). Ao cair no buraco ele quebrou a perna , tendo de permanecer
mais tempo em Roma se tratando, aproveitando o tempo passou a pesquisar e escrever
sobre linguagem. Ao deixar a cidade deixou vários seguidores. Até os dias de hoje a
Filologia continua encontrando muitos e fervorosos adeptos, como por exemplo em Feira
de Santana, o Professor Fabrício Brandão.
1.2.2 Filologia: A denominação tem se mantido por causa dos seguintes motivos:
i) no domínio românico muitos textos não podem ser esquecidos ou deixados de
lado;
ii) a comparação parte dos textos e voltam para eles;
Em línguas que não se acham textos escritos, como é o caso do indo-europeu, não
cabe chamar o estudo de Filologia, e sim Linguística indo-européia.
1.3.1 Latim Vulgar: As línguas neolatinas não são formadas pelo latim clássico que
se ensina nas escolas, e sim pelo latim falado, popular, não escrito, que é o “Latim
vulgar”, que somente pode ser conhecido de forma indireta, através do método histórico-
comparativo.
Nos tempos atuais está sendo feita a revisão de conceito do latim vulgar, tirando-lhe
um pouco do método histórico-comparativo, porque estão descobrindo outras fontes de
informações para mostrar como se restitui a língua-mãe.
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CAPÍTULO II
A CONSTITUIÇÃO DA FILOLOGIA ROMÂNICA
1. MÉTODO HISTÓRICO-COMPARATIVO
1.1 Franz Bopp (Mogúncia, 1791 — Berlim, 1867). Linguista alemão e professor de
filologia e sânscrito na Universidade de Berlim e um os principais criadores da gramática
comparada. No seu livro “Sistema de conjugação do sânscrito comparado aos das línguas
grega, latina, persa e germânica”(1816) demonstrou o parentesco entre essas línguas,
deduzindo os princípios gerais de sua formação, inaugurando o método histórico-
comparativo no meio científico europeu, com a sua “Gramática comparada das linguas
indo-européias” (1833 – 1852) traduzida para o francês por Michel Bréal.
1.2 Frederico Diez (1794 – 1876). As suas análises ocuparam lugar respeitável na
produção linguística do século XIX. Com o método histórico-comparativo desenvolvido de
1836 a 1844 na “Gramática das Línguas Românicas” e “Dicionário Etimológico das
Línguas Românicas”, novos estudos surgiram em nossas doutrinas gramaticais para
explicar os diversos aspectos das línguas. Ele foi o fundador da linguística românica.
Seu mérito maior foi sistematizar e estruturar uma doutrina sólida das suas
investigações num método histórico-comparativo.
2. ESTUDOS ROMÂNICOS
2.1 A escola dos neogramáticos: defendiam que as leis fonéticas eram operadas
dentro de certos limites geográficos e que a mudança de um som para outro em
determinada língua atingiria uniformemente todo o léxico. Por isso, diziam que as
mudanças eram foneticamente lentas e lexicalmente rápidas.
Já no início de seu Manifesto, Hermann Osthoff & Karl Brugmann (1969) mostravam
a sua escola de práticas linguístico-históricas vigentes na primeira da sua obra
Morphologische Untersuchungen, na qual a direção de toda mudança sonora que ocorre
mecanicamente é sempre a mesma para todos os membros da comunidade linguística.
REFERÊNCIAS
ELIA, Silvio. Preparação à linguística românica. Rio de Janeiro: Ao Livro técnico, 1979.