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COORDENADOR GERAL
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima
GERENTE DE PROJETOS
Valdemar Vieira de Melo
ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTE
José Alexandro Viana Fonseca
Prof. José Lopes Ferreira Júnior
Valquíria de Oliveira Leal
EQUIPE DE DESIGN
Anita Sousa
COORDENAÇÃO DE SUPORTE
Afonso Bione
Bruno Eduardo Vasconcelos
Severino Sabino da Silva
Wilma Sali
EDIÇÃO 2017
Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares
Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo Amaro
Recife / PE - CEP. 50103-010
Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664
HISTÓRIA ECONÔMICA
GERAL E DO BRASIL
Ementa
Objetivo Geral
Apresentação da disciplina
O funcionamento econômico de uma nação tem papel preponderante
para o seu desenvolvimento. As estratégias escolhidas produzem resul-
tados que refletem diretamente nas organizações sociais, permitindo a
construção de estruturas mais ou menos igualitárias dentro de um territó-
rio. Dessa forma, ao focarmos nosso olhar na história econômica do Bra-
sil, poderemos compreender um pouco mais os elementos que propicia-
ram a formação das nossas estruturas sociopolíticas no tempo presente.
CAPÍTULO 1
AS BASES DO
DESENVOLVIMENTISMO BRASILEIRO
Objetivos Específicos
Introdução
importância
SAIBA MAIS
CAPÍTULO 1
buscam explicar como as nações conseguem promover o bem-estar de
suas populações, utilizando como instrumento base instituições como o
mercado e o dinheiro, que por ele são reguladas.
SAIBA MAIS
11
Raul Prebisch (17 de abril de 1901 – 29 de abril de 1986)
Fonte da imagem:
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org%2Fwiki%2FRa%25C3%25BAl_Prebisch&psig=AFQjCNFeguFzbWe1L_aL2VyIi-
cgPGx-r6Q&ust=1495711630348550
Tendo em vista que, no pensamento da CEPAL, a forma como estariam
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 1
to; e do nacionalismo” (FONSECA, 2004. P. 227). Embora norteiem o
processo, não são suficientes para que possamos assinalar um governo
como desenvolvimentista.
Juscelino Kubitschek:
A era de ouro do desenvolvimentismo brasileiro
CAPÍTULO 1
que o País atravessava, apresentando os benefícios dessa transição que
distinguia o passado nacional, caracterizado pela produção agrária, de
um futuro pautado na industrialização e na crescente urbanização que o
país já observava desde a década de 1950.
Com a vitória nas eleições, em outubro de 1955, o ano seguinte foi mar-
cado pelo lançamento e pela implantação do seu Plano de Metas, título
que rebatizava as Diretrizes Gerais lançadas na campanha eleitoral. Os
cinco anos que seguiram as ações do plano de metas mudaram radical-
mente o panorama econômico nacional, visto a sensível redução do se-
tor agropecuário na participação do PIB que alcançou, no final de 1956,
o percentual de 17,8%.
CAPÍTULO 1
automotivo.
SAIBA MAIS
18
Documentários
Os anos JK – Uma trajetória política.
https://www.youtube.com/watch?v=Qe6RGrCE2fc
Atividades
Referências Bibliográficas
BRESSER-PEREIRA. O Conceito histórico de Desenvolvimento Econô-
mico. IN: Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas
FGV-EESP. Texto para discussão 157 • dezembro de 2006. Pag.19.
CAPÍTULO 1
teóricos e influências no Brasil. In: SZMRECSÁNYI, Tamás. COELHO,
Francisco da Silva. Ensaios de história do pensamento econômico no
Brasil contemporâneo. São Paulo: Atlas, 2007.
CAPÍTULO 2
A CRISE DO
NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO
BRASILEIRO
Objetivos Específicos 21
• Compreender os efeitos do nacional-desenvolvimentismo durante o
período que vai da década de 1960 à década de 1980;
Introdução
de capital estrangeiro que há alguns anos antes fluía com facilidade para
o país, associada à substituição de importações defendida Prebisch em
sua teoria do subdesenvolvimento, apresentava como efeito colateral
uma inflação crescente. Isso fazia o governo, no curto espaço de tempo
da gestão Jânio Quadros, pensar estratégias econômicas mais ortodoxas
para controlar a elevação dos preços.
Fonte da imagem:
https://www.google.com.br/search?q=celso+furtado&client=firefox-b-
-ab&tbm=isch&imgil=2_yUnQnxzNWLRM%253A%253BxgQRq-
O que é inflação?
CAPÍTULO 2
pelo Brasil, Dantas não conseguiu mais que US$ 400 milhões gradu-
almente. Também não houve êxito na renegociação da dívida externa,
atitude que refletia os efeitos da deteriorada política brasileira. Em outras
palavras, por conta do alinhamento de João Goulart com a esquerda,
Washington, durante o acirramento da guerra fria, observava com muito
pouco entusiasmo. Com a impossibilidade de reescalonamento, “o Pla-
no Trienal de Celso Furtado foi a última tentativa, também frustrada, de
resolver a alta de preços e outros problemas que emergiram na esteira
do Plano de Metas” (MANTEGA, 1997. P. 09), após as diversas tentativas
de domar a economia e a política, sem obter êxito. “O desequilíbrio que
naturalmente decorre de processos de take off econômico acelerado –
como foi o período de 1956-60 – teve efeitos econômicos perversos,
que Jânio e João Goulart não puderam solucionar” (VILELA, 2011. P. 45).
O ano de 1964 trouxe como efeito a esse quadro o fim do processo de-
mocrático no Estado brasileiro. Embora a política estivesse em mudança
para com a formação de uma ditatura civil-militar, o modelo econômico 25
ainda não sofrera grandes alterações.
CAPÍTULO 2
ria do Brasil, aumentado de 16% de participação no PIB, segundo dados
de 1963, para 21% em 1967. Entretanto, favoreceu maior centralismo
administrativo, concedendo ao Estado mais controle em contrapartida à
diminuição dos direitos tributários de estados e municípios brasileiros.
No campo social, a reforma tributária trouxe maior benefício às classes
mais altas em detrimento da classe mais baixa.
Sua formação havia sido completada com sucesso pelas ideias econômi-
cas neoliberais, que estavam conseguindo associar desenvolvimentismo
e populismo. Essa visão, associada à crise vigente, ajudava a comple-
tar a visão de que o Estado intervencionista durante muito tempo foi
um fator do desenvolvimento, havia agora se tornando um obstáculo.
“A crise do Estado está associada, de um lado, ao caráter cíclico da in-
tervenção estatal, e de outro, ao processo de globalização, que reduziu
a autonomia das políticas econômicas e sociais dos estados nacionais”
(BRESSER-PEREIRA, 1997. P. 11). O colapso da União Soviética e a crise
dos países latinos contribuíram para essa constatação, fazendo o desen-
volvimentismo ser considerado uma política econômica irresponsável.
Dessa forma, o que se observou na década de 80 foi o arrefecimento do
modelo desenvolvimentista na América Latina.
CAPÍTULO 2
distintas de democracia” (SALLUM, 1999. P. 27). O governo Collor, por
meio de vias transversas, já contribuía para danificar a organização ins-
titucional nacional-desenvolvimentista, com o objetivo de estabelecer
uma orientação econômica antiestatal e internacionalizante, só atingida
quando Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso estavam na presi-
dência. Favorecido no início da década de 1990, com novas condições
favoráveis como o reinício de fluxo de capital para a América Latina, re-
duzido drasticamente desde os anos 70, e o amplo apoio político-parti-
dário que sustentou esses governos, o que se observou foi o avanço do
reformismo liberal passando a inviabilizar qualquer forma de retorno ao
nacional-desenvolvimentismo.
Neoliberalismo
truir uma imagem de governo favorável. Foi considerado por alguns estu-
diosos e por parte da opinião pública um período de arrocho econômico
e de pouca eficiência, em se tratando das taxas de crescimento e desen-
volvimento, elementos que repercutiam índices pouco expressivos em
relação ao nível de equidade social.
Documentário
Um longo amanhecer – Uma cinebiografia de Celso Furtado.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ir5ZiJZ_KdQ
Atividades
Referências Bibliográficas
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Do antigo ao novo desenvolvimentismo
na América Latina. IN: Escola de Economia de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas FGV-EESP. Texto para discussão 274 • novembro de 2010.
32
CAPÍTULO III:
CAPÍTULO 3
O GOVERNO LULA
E O MODELO
NEODESENVOLVIMENTISTA
Objetivos Específicos 33
• Discutir os motivos que levaram o retorno do Brasil a uma política
desenvolvimentista;
Introdução
1 Os três documentos à qual nos referimos foram: A Carta ao Povo Brasileiro, O programa de Go-
verno apresentado ainda em julho de 2002 e a Nota sobre o Acordo com o FMI.
Ao observarmos as mudanças ocorridas no Partido dos Trabalhadores
CAPÍTULO 3
no período posterior à vitória nas eleições de 2002, é perceptível que o
governo Lula assumiu uma postura paradoxal. Caracterizava-se pela prá-
tica de uma ortodoxia fiscal, como o governo anterior, ao mesmo tempo
em que lançava, no ano de 2003, um documento oficial do Ministério
da Fazenda intitulado Política Econômica e Reformas Estruturais, no qual
se propunha “nesse trabalho, [...] um modelo de desenvolvimento que
preservasse a estabilidade econômica, redirecionando, porém, o gasto
público de modo a que esse chegasse às classes sociais efetivamente
mais necessitadas” (GIAMBIAGI, 2011. P. 204), perfilando a transição
e dando características de continuidade a esta. Embora tenha tomado
contornos próprios alguns poucos anos à frente, principalmente em me-
ados de 2007, durante o segundo mandato de presidente, as diferenças
apontadas por alguns pesquisadores, estariam no contexto internacional
excepcionalmente favorável que se formou durante o primeiro mandato
de Lula. Essa política macroeconômica, embora não tenha mudado suas
direções, suavizou em certos aspectos.
35
Até o ano de 2007, Lula foi realizando, de forma gradativa, a reestrutu-
ração do modelo político econômico com o intuito de retomar o cres-
cimento do país, anteriormente citado, colocando o Estado como per-
cursor desse processo. Essa nova composição passou a ser identificada
pelos estudiosos das ciências econômicas como um novo processo de
desenvolvimentismo, o “neodesenvolvimentista” ou “novo-desenvolvi-
mentismo”, conforme foi difundido e consolidado durante o segundo
governo Lula (2007-2010) mediante um programa nacional de desen-
volvimento, batizado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do
qual trataremos mais adiante. Apresentar a diferenciação desse modelo
em relação ao que foi demonstrado até o momento sobre desenvolvi-
mentismo, torna-se parte importante deste trabalho.
Valor agregado
Economia de Escala
CAPÍTULO 3
nômica e também de priorizar os interesses da grande burguesia interna.
Rentismo
CAPÍTULO 3
-se reconhecer que essas políticas boas não serviram para beneficiar os
países como o Brasil.
que tivesse um impacto rápido e visível no social foi colocado como pon-
to principal do neodesenvolvimentismo. As melhorias no campo social,
como já foi anteriormente comentado, foram as bases de sustentação do
PT e de seus anos de militância política. E não poderiam estar ausentes
na construção do seu governo. Por isso, apesar de terem diminuído o
tom dado às questões mais delicadas das bandeiras defendidas no pas-
sado, outras permaneceram, embora, não tenham ficado imaculadas.
Dessa forma, a construção do neodesenvolvimentismo procurou aliar
desenvolvimento econômico com social. Proposta que, apesar de ter
sido defendida no início da gestão em 2003, só começou a ser aplicada
a partir de 2007, quando o governo Lula deu iniciou a um programa que
consolidava a mudança do governo em direção ao desenvolvimentismo.
O Programa de aceleração do crescimento (PAC) foi formulado com o in-
tuito de tentar alcançar de forma equilibrada as melhorias socioeconômi-
cas. Ele constitui assim a imagem do neodesenvolvimentismo, tornando-
40 -o um objeto de destaque para analisar e compreender esse modelo e as
mudanças ocorridas entre 2007-2010 no campo social.
CAPÍTULO 3
que resultasse transformações rápidas nos índices de crescimento, di-
ferente do que foi observado em seu primeiro mandato, estabelecendo
um contraponto com as gestões anteriores. Em termos estatísticos; o
programa visava dar uma guinada na taxa de crescimento do país que
apresentava taxas registradas em 3,2% na média geométrica anual, nos
anos 80, e 2,8% anuais, nos anos 90. Essa nova recuperação dos índices
de crescimento mais elevados seria pautada pelo investimento público e
pelo auxílio do capital privado. O PAC visa à retomada do Estado como
indutor do crescimento e desenvolvimento econômico e social, demons-
trando ser uma ação governamental planejada nos moldes do modelo
desenvolvimentista.
42
No entanto, para que fosse realizado, era necessário que o governo de-
sempenhasse o papel de regulador dos serviços de infraestrutura, visan-
do conseguir direcionar os investimentos para o setor e permitindo cor-
rigir o que foi considerado por alguns autores como uma falha do Estado.
CAPÍTULO 3
sendo R$ 67,8 bilhões desse orçamento pertencentes ao governo central
e R$ 436,1 advindos de empresas estatais e setor privado, divididas em
três eixos principais: Logística, Energia e Social e Urbana.
CAPÍTULO 3
a uma concepção progressista, como na clássica metáfora do crescimen-
to e repartição do bolo, na medida em que, ao investir em infraestrutura
econômica, a sociedade civil cedo ou tarde se beneficiaria desse investi-
mento. Entretanto, não fazendo descrédito das concepções asseveradas
pelos autores, é preciso compreender que a proposta de investimento
direto na infraestrutura econômica não poderia ser o único objetivo do
PAC. Se for considerado que parte da campanha e do posicionamento
político do governo Lula estava voltado para o investimento social, não
era possível esperar que os investimentos econômicos gerassem efeitos
positivos rápidos e atendessem as necessidades da sociedade brasileira,
principalmente no que tangia aos problemas dos núcleos urbanos.
Atividades
Referências
CHANG, Ha-Joon. Chutando a escada do desenvolvimento. Desenvol-
vimento em perspectiva histórica. São Paulo: UNESP, 2004.