Você está na página 1de 18

Curso Geral de Humanidades

História pré-literária

Pré-história: no século XIX, imperialismo e neocolonialismo traziam consigo uma visão positivista
da história, gerando uma ideia de evolucionismo linear, progresso histórico, em que o futuro seria
necessariamente melhor que o passado. Darwinismo social. Traz como implicação a superioridade
entre povos, os que já alcançaram mais progresso ou não, trazendo uma ideia de inevitabilidade ao
progresso, e não diversidade histórica que não necessariamente convergem para o mesmo padrão de
civilização. O padrão escolhido nessa visão positivista é o estágio europeu = eurocentrismo.

Imagem demonstrando o racismo e a ideologia de branqueamento.

Teleologia: Conceito ligado ao positivismo que diz que a história já teria um sentido predefinido e
progressivo de evolução.
Essa historiografia define a pré-história como o momento em que ainda não se teria começado a
história.
Critério de divisão da história e da pré-história: escrita.
Povos atrasados ainda não desenvolveram a escrita.
Cronologia tradicional: A.C. D.C. (visão positivista e cristã), cronologia científica e laica: A.P. (antes
do presente)

História pré-literária: período de transformações biológicas e culturais anterior ao


desenvolvimento da escrita. É HISTÓRIA. Utilizando-se da biologia, matemática, geologia,
arqueologia, quimica etc. Não apenas a escrita. Visão evolucionária biológica. Culturalismo:
antropogenismo. Hominídeos que criam artefatos, alteram o meio no qual vivem. Cultura: produção
de novos conhecimentos. Linguagem: transmissão para as gerações futuras.
Modificações genéticas modificam a estrutura do corpo que permitem novas formas de cultura.

Teorias de origem e migração:


Teoria científica: hipótese sustentada por evidências.
Locais de origem dos fósseis: africa central e ásia central.
Chegada na américa: as mais aceitas são as alóctones (os humanos viriam de fora da américa). Na
figura vemos a beríngia, em que os humanos teriam migrado durante a última graciação. E a polinésia e
australiana, em que teriam vindo pelo pacífico.

Como fazer esses estudos? Indo para as geleiras e pegando tubos de gelo, é possível retirar o ar de
quando a agua foi congelada e medir a temperatura (pelo CO2 etc) da época em que o gelo se formou.
Ou pelo DNA mitocondrial.

Teoria autóctone: Os humano teriam se desenvolvido paralelmente na áfrica, ásia e América (Niède
Guidon) Serra da Capivara, Piauí. Indicam a presença humana em 58 mil anos antes de cristo.

Idade da Pedra:
Culturas pré-literárias. 95% da história da humanidade.
Critérios de periodização: técnicas de produção de artefatos de pedra
Paleolítico: artefatos de pedra lascada.
• Paleolítico inferior: aprox. 3.000.000-250.000 a.C.
características: economia coletora. Nômades
Comunismo primitivo.
Organização social: familiar. Relações endogâmicas.
Divisão natural (sexual) do trabalho. Macho geralmente atribuído ao macho e os cuidados da
prole com a fêmea.
Não havia produção do fogo.
• Paleolítico superior: aprox. 50.000 – 15.000 a.C.
Homem Cro-Magnon, desenvolvimento do telencéfalo
Transformações culturais: ritos funerais, novos instrumentos, objetos de adorno.
Domesticação do fogo. Alteração da dieta, permitindo sustentar o funcionamento do cérebro.
Pintura rupestre.
• Neolítica 12.000 – 4.000 a.C.
Artefatos de pedra polida
Revolução agrícola: agricultura
economia produtora: produção de excedentes (cerâmica), sedentarismo.
Domesticação de animais
Divisão social do trabalho (agricultura pode ser desenvolvida pelos machos e pelas femeas), o
critério é criado pelos humanos.
Revolução Urbana. Aprox. 8 mil a.C. Primeiras cidades
Exogamia.
Tear, olaria e metalurgia.

Antiguidade oriental
Modo de produção oriental
Materialismo história = uma específica abordagem historiográfica que analisa primeiramente as
questões econômicas/materias. Infraestrutura = modo como a economia é reproduzida.
A partir da infraestrutura temos uma melhor analise do surgimento da política, jurídica, religião e
cultura = superestrutura ideológica.
Resultado: a economia condiciona a superestrutura que auxilia na reprodução da economia.
Com a revolução neolítica há o início das plantações, necessitando a sedentarização, o que consuma no
nascimento das cidades. Assim, uma revolução na organização agrária gerará um modo de produção
que é o asiático.
PRINCIPAIS CIVILIZAÇÕES: EGITO E MESOPOTÂMIA (sumérios, acádios, assírios…)
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS:
a) SOCIEDADES HIDRÁULICAS: DEPENDÊNCIA DE IRRIGAÇÃO. Não é dependência de água,
pois toda sociedade depende de água, mas dependem da construção de irrigação. Com o aumento das
populações que viviam na margem do rio, foi necessário a criação de canais de irrigação para o
abastecimento, criando a dependência.
Geografia: FIXAÇÃO PRÓXIMA A RIOS: NILO, TIGRE, EUFRATES E JORDÃO. - REGIÃO DO
CRESCENTE FÉRTIL.
Resultado: - IMPÉRIOS TEOCRÁTICOS DE REGADIO
b) ESTRUTURA SOCIAL: - ESTAMENTAL: POUCA MOBILIDADE. Não significa inexistência de
mobilidade, mas uma mobilidade pequena.
CRITÉRIO DE DIVISÃO: NASCIMENTO.
- CRITÉRIO DE LEGITIMIDADE: RELIGIÃO / SOCIEDADES TEOCRÁTICAS.
c) ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS: - PRINCIPAL ATIVIDADE:
AGRICULTURA IRRIGADA.
USO RESTRITO DE MOEDAS = AMONETÁRIA.
- MEIO DE PRODUÇÃO: TERRA (PROPRIEDADE ESTATAL).
- FORÇA DE TRABALHO: SERVIDÃO COLETIVA. Obs.: o trabalho era compulsório, mas não era
escravo, e sim servidão.

História da Arte.
Egito

Arte tumular, religiosa, canônica e para a eternidade.


Diferente dos gregos, que definiram a arte como imitação, os egipsios nunca chegaram a definir o que
seja arte. Mas entendiam a arte como os substratos utilizados para a continuidade da vida. Os objetos
da arte tinha como função garantir a continuidade da vida. Os egipsios não tinham preocupação com a
beleza. O escultor não poderiam representar um faraó mais bonito, teriam que representar alguns
elementos que definiam o faraó para garantir sua existência após a morte.
A arte grega não foi feita para as pessoas observarem, mas para serem enterradas com o morto.
Principalmente no antigo império, nas pirâmides.
Função da arte: além do nosso corpo, os egipsios acreditavam que haveria uma força vital, que eles
chamavam de “Kah”, e que quando a gente morresse ficaria sem moradia, para manter a residência para
esse espírito Ka, era preciso preservar o corpo = “mumificação”. Retiravam os órgãos mais frágeis e
tal. E para garantir, se o corpo se degradasse, eram feitas as artes + arte tumular
Osíris = Deus da morte. Associado ao nilo, por isso era verde.

Arte egípsia = arte para eternidade. Para a vida eterna. Determinando a forma de fazer a arte:
esculturas feitas de granito, que era mais resistente.
Pinturas afresca: cal + areia + agua = argamassa. Aplicavam a argamassa sobre a parede, diluiam os
pigmentos na agua e aplicavam no reboco molhado. Uma película cristalina protege as pinturas da
atmosfera.

Arte egípsia = canônica, ou seja, regrada. Arte com princípios invioláveis pelo artista. Os artistas
aprendiam nos templos, palácios etc., os cânones. Não havia liberdade artística.
Cânones: quais eram? 1º Representação de uma parte do corpo de acordo com seu ângulo de maior
visibilidade. No caso do rosto, deve ser de perfil (de frente há muito detalhe). No caso do olho é de
frente. Do tronco: de frente, frontal.
Resultando em uma incoerência óptica (rosto de perfil e olho de frente, px) Não há ponto de fuga, pois
não era a intenção artística.
No caso da escultura, esse princípio torna-a bidimensional, no sentido é feita para que que a partir de
um único ângulo se torne possível ver a figura esculpida como um todo, sem que seja preciso se
deslocar para ver a escultura inteira.
Mulheres com cores mais claras e homens com cores mais escuras

O cânone poderia ser transgredido apenas se estivesse representando camadas populares, demonstrando
que os artistas eram capazes de pintar sem seguir os cânones.
Análise da paleta do rei Narmer (escorpião): 3200 A.C. É um documento histórico feito de ardósia que
fala sobre a unificação do Egito, quando o rei do alto Egito, ao sul do Nilo, vence o rei do baixo Egito,
ao norte. Antes disso toda a região do Egito compreendia em alto e baixo Egito e eram povoados pelos
nomarcas, que eram donos de terras, os nomos. Tem 32 cm.
A figura central que segura uma clava (SEKEN) é o Narmer. Sabemos por causa de sua coroa, que
tinha o formato da coroa do alto Egito, e era branca. Narmer segura e submete o rei do delta, do baixo
Egito.
Ao nordeste da figura vemos o falcão que representa o deu Horus (aquele que tudo vê), filho de Osíris
com Ísis.Horus segura uma corda e submete um rei do baixo Egito, percebemos por conta da plantação
em que os dois (Horus e o rei que ele segura) se encontram, que é pantanosa e demonstra ser no baixo
Egito. Enquanto falcão segurar essa figura a unificação está garantida.
Ao superior da paleta vemos a deusa Artor que possui uma cabeça de vaca e representa a felicidade, e
luxúria, a embriagues etc. O seu chifre foi feito no formato de um sol.
Embaixo vemos uma representação do combate entre os guerreiros do alto e do baixo Egito.
Atrás vemos um camponês segurando as sandálias do rei Narmer, e se o rei Narmer está descalço ele
está dentro de um templo.

Conclusão: esta paleta indicam que os cânones já existiam no séc. 32 a.C.: rei narmer com tronco e
olhos de frente, e o resto do corpo de perfil (ângulo de maio visibilidade).

História do egito: Período arcaico = 1º fase do Egito unificado 3200 até 2780 a.C.

Antigo império 2780-2100 a.C.: Pirâmedes são tumulos reais no antigo império. 100 pirâmedes e hoje
há 80.
Não há pirâmide fora do antigo império

1º pirâmide: 2780 a.C. para o faraó Djoser. 1º vez que se utilizaram a pedra para um monumento.
Pedra é mais resistente e é capaz de ficar maior. Ficou com 60 metros.

Na fase 1 vemos a mastaba que era um túmulo real antes das pirâmedes. O arquiteto (Iminrotépi? O
nome?) utiliza a pedra para fazer a mastaba, ao invés do tijolo, como era de costume, vendo a
resistência e as qualidades da pedra, iminrotépi decide fazer outras camadas, de forma que querendo
saber até onde chega, ele constrói uma pirâmede escalonada. Ele avança gradualmente para que não
desabe sobre o corpo do cadáver que segundo a crença estaria vivo dentro da pirâmede. Era branco pois
coberta com um calcário fino. Simbolicamente a pirâmede era a via de acesso do espírito do faraó com
o sol, que era seu pai. (O KAH SE APROXIMA DO RA) Uma espécie de antena que capta a luz do sol
e traz pra terra.
Há uma mistura da concepção de morte osiríaca (osíris = deus da morte no baixo egito), quando
estamos no topo da pirâmede e pensamos estar numa ilha de prazeres de Osíris, e a concpção de morte
de Anúbio (deus da morte do alto Egito), que era um cachorro que habitava dentro da terra, e o morto
era colocado a 26 metros abaixo da terra.

AS TRÊS PIRÂMIDES DE GIZE:

Esta última figura é a pirâmede de Queops, rei de 2650 a.C. A maior pirâmede com 146m e o maior
monumento arquitetonico até o séc. XIX com a torre Eifel. As pedra eram pesadas mas cortadas com
muita habilidade. Cada um dos lado tem 230m. As 4 faces se voltam para os 4 pontos cardeais. A
entrada geralmente é na face norte.
A pirâmede de quefren tem 143m e está com a ponto ainda revestida de calcário

A esfinge de gize (2600 a.C.) é uma espécie de guardião das três pirâmides, tem o rosto provavelmente
de Quefren, e corpo de leão. Potência do animal e sabedoria faraônica. No interior dela há um templo.
Faraó Mikerinos, não há movimento, apenas local, porque a perna à frente não altera a disponibilidade
do corpo. Não há movimento porque ela não pode representar a mudança, uma vez que é arte para a
eternidade e tem que representar a permanência.

Escriba (escritor), é possível estabelecer figuras geométricas sobre seu corpo, a partir dos dois joelhos e
a cabeça forma um triângulo. Portanto a arte egípcia é uma observação da natureza com geometrização.

Novo império sec. 16 ao 11 a.C.: devido a necessidade de expulsão dos hicsos o Egito se militarizou, e
conquistando novos territórios até a ásia ele arrumou novos escravos, dando uma ascensão social aos
artesãos, dando a estes o acesso aos túmulos, então os túmulos do novo Império do Egito é dividido em
Vale dos Reis, sem pirâmedes, em que todos os faraós são interrados, o vale das rainhas e o vale dos
artesãos. Além disso, há uma separação entre o túmulo e o templo, que serão construídos para o culto
do faraó.

Sec. XIV a.C.: Foi nesse período que Amenófis IV abole o o politeismo e estabele o culto a Aton, o
deus Sol. Muda seu nome para aknaton (instrumento de Deus na terra), assim, o faraó deixa de ser
considerado Deus na terra. E durante esse período a arte passa a ser mais realista do que em todos os
outros no Egito.

Templo de Amon, que é a divindade tutelar do novo império. Ruinas de Karnak.


Esse é o padrão de templos construídos no novo Egito.
Templo de Luxor, para o deus Aton. O templo era disposta de forma simétrica, no entanto o outro
obelisco está na França. Os templos começam a se utilizar do arenito, possibilitando aumentar ainda
mais os monumentos.
Segundo obelisco que se encontra na França.
Interior do templo de Luxor, vemos as colunas que se tornam a sustentação do templo, coisa que os
gregos irão se utilizar. No topo da coluna vemos a flor de lópus, que era considerada sagrada para os
egípicios, pois se abria junto com o sol e se fechava junto com o sol. As colunas são feitas agora de
blocos de arenito, permitindo a monumentalidade.

Lótus.
AMENÓFIS IV, Faraó hérege, que abole o politeismo e estabelece um monoteísmo, em que o faraó
seria o instrumento de Deus na Terra, originando uma arte mais realista, no sentido de poder traçar os
traços mais humanos do Faraó.
Nerfetiti, esposa de Amenófis IV, escultura realista e extremamente refinada. Calcáreo
Artesãos, vemos que não é necessário seguir as regras quando se representa os artesãos.

Egito (UNESCO)
A singularidade do Egito em relação ao resto da África talvez tenha se dado por conta de que a alta
densidade, em torno da primeira catarata e o delta do Nilo, exigiu o desenvolvimento da escrita para a
coordenação de sistemas de irrigação.
A civilização de Napata e Mónroe (séc. VIII a.C. - IV d.C.)

Especilistas dizem ser autóctones, uma civilização sem muitas influências externas.
Política: escolhia-se o rei entre uma “linhagem real” de pessoas que poderiam ser rei, ou seja, a
monarquia não era hereditária por ser o filho quem sucedesse o pai. O oráculo tinha papel apenas de
confirmar a escolha e simbolizar para o povo de que o próprio Deus haveria escolhido o sucessor. Seu
poder era limitado pelas próprias tradições e pelo que era esperado dele enquanto um Rei.

Você também pode gostar