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Foz do Iguaçu - PR 1 / 22
Condensadores e Evaporadores como Trocadores de Calor
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Condensadores e Evaporadores como Trocadores de Calor:
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Condensadores e evaporadores são trocadores de calor, Componente Refrigerante Fluido
Gás por fora
e portanto têm características em comum. Dentro dos tubos
Líquido por fora*
●
A tabela abaixo classifica-os baseada no fato de que: Condensador
Gás por dentro*
Fora dos tubos
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O escoamento do refrigerante pode ocorrer por Líquido por dentro
Gás por fora
dentro ou por fora dos tubos Dentro dos tubos
Líquido por fora
●
O fluido sendo aquecido no condensador ou Evaporador
Gás por dentro*
Fora dos tubos
resfriado no evaporador pode ser líquido ou gás. Líquido por dentro
●
Algumas configurações não são utilizadas com frequência, como por exemplo:
●
Gás escoando dentro dos tubos → Devido à menor capacidade térmica específica, vazões de gás
são altas se comparadas com líquidos, e isto resultaria numa perda de carga alta.
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Tipos de trocadores de calor mais usados como condensadores e evaporadores:
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Multitubulares em carcaça.
●
Compactos.
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Coeficiente Global de Transferência de Calor
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Coeficiente Global de Transferência de Calor:
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Considere que calor é transferido de um refrigerante
escoando por fora do tubo para a água escoando por
dentro do tubo, como mostrado na figura ao lado.
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Em regime permanente, as seguintes taxas de transferência de calor são iguais:
●
Do refrigerante para a parede externa do tubo: q=he Ae (T e −T es ) (1)
k
●
Da parede externa para a parede interna do tubo: q= Am (T es −T is ) (2)
x
●
Da parede interna do tubo para a água: q=hi Ai (T is −T i ) (3)
●
Para obter o coeficiente global de transferência de calor é preciso especificar a área na qual o mesmo
é baseado. Duas equações para este coeficiente são:
q q
q=U e Ae (T e −T i )
q=U i Ai (T e −T i ) } → U e Ae =U i Ai e T e −T i =
U e Ae
=
U i Ai
(4)
● Observe que o valor de U é sempre associado a uma área, e que conhecendo Ue e Ui pode-se achar q.
● Para calcular o valor de Ue e Ui, a partir das equações (1), (2) e (3), obtém-se:
q
q=he Ae (T e −T es ) → =T e −T es ( 5)
he Ae
k xq
q= Am (T es −T is ) → =T es −T is (6)
x k Am
q
q=hi Ai (T is −T i ) → =T is −T i (7)
hi Ai 3 / 22
Coeficiente Global de Transferência de Calor
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Somando as equações (5), (6) e (7):
q xq q
+ + =T e −T es +T es −T is +T is −T i
he Ae k Am hi Ai
q xq q
+ + =T e −T i (8)
he A e k A m hi A i
●
Comparando as equações (4) e (8):
q q q xq q
T e −T i = = (4) + + =T e −T i (8)
U e A e U i Ai h e A e k A m h i Ai
●
Pode-se obter:
q q q xq q
= = + +
U e A e U i A i he A e k A m hi A i
1 1 1 x 1
= = + + (9)
U e Ae U i Ai he Ae k Am hi Ai
● Onde os termos 1/Ue.Ae e 1/Ui.Ai são as resistências totais à transferência de calor entre os fluidos, as
quais são dadas pela soma de três resistências individuais:
● Do refrigerante à superfície interna do tubo (1/he.Ae).
● Do tubo (x/k.Am).
● Da superfície interna do tubo para a água (1/hi.Ai).
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Escoamento de Líquidos em Tubos
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Escoamento de Líquidos em Tubos:
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Transferência de calor:
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Como já visto, o coeficiente convectivo de transferência de calor para líquidos que escoam
dentro de tubos é determinado usando a equação:
n m
Nu=C Re Pr (10)
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Onde C, n e m, para convecção turbulenta interna, valem respectivamente 0,023; 0,8 e 0,4.
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Os números adimensionais são dados pelas seguintes equações:
hD ρV D c pμ
Nu= , Re= μ , Pr =
k k
●
Levando os valores de C, n e m e as equações acima na equação (10), tem-se:
0,8 0,4
ρV D c pμ
hD
k
=0,023 μ ( ) ( ) k
(11)
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Perda de carga:
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A perda de carga que ocorre dentro das tubulações por onde escoa o fluido é dada por:
L V2
Δ p= f ρ
D 2
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Se para uma vazão se conhece a perda de carga, pode-se determinar a perda de carga quando se
altera a vazão usando a seguinte equação:
2
ṁ2
Δ p 2 = Δ p2
( )
ṁ1
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Exemplo 12-1 (pg 261).
Escoamento de Líquidos na Carcaça
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Escoamento de Líquidos na Carcaça:
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Nos evaporadores multitubulares, refrigerante
escoa por dentro dos tubos e o líquido a ser
refrigerado escoa dentro da carcaça através
dos tubos, como mostrado na figura ao lado.
●
A determinação analítica do coeficiente convectivo de trasnferência de calor é muito complicada
devido ao complexo escoamento dentro da carcaça.
●
Na prática, para projetar trocadores de calor, utilizam-se correlações de Nu = Nu(Re; Pr) e das
características geométricas dos tubos e chicanas, tais como:
0,14
hD μ
=(Termo geométrico)Re0,6 Pr 0,3 μ ( ) (12)
k p
●
Onde o número de Reynolds é dado por:
GD
Re= μ
●
Analisando a equação (12), para um dado condensador ou evaporador:
0,6
h=cte .Vazão
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A perda de carga também é de difícil determinação analítica, e em geral
é determinada a partir da extrapolação de dados experimentais.
●
A figura ao lado mostra a perda de carga da água em função da vazão
volumétrica. 6 / 22
Superfícies Estendidas – Aletas
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Superfícies Estendidas – Aletas:
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A equação abaixo, anteriormente deduzida, mostra as resistências envolvidas no processo de
transferência de calor num trocador de calor:
1 1 1 x 1
Rtotal = = = + + (9)
U e Ae U i A i h e A e k A m hi A i
● Nesta equação, podemos diminuir Rtotal (ou seja, aumentar Ue ou Ui), aumentando he, k, hi, Ae, Am ou Ai.
●
Os coeficientes h para um gás como o ar são da ordem de 1/10 a 1/20 dos conseguidos pelo
escoamento de líquidos como a água.
●
Assim, mantendo a área A constante, o valor de 1/h.A para o escoamento de ar é da ordem de 10 a 20
vezes o valor para o escoamento de água.
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Situação mais comum em condensadores e evaporadores:
●
Por dentro dos tubos circula fluido refrigerante.
●
Por fora dos tubos circula ar.
● Assim, a resistência no lado externo do tubo 1/he.Ae é chamada de resistência controladora.
● Supondo que o valor de 1/he.Ae seja 80% do valor da resistência total à transferência de calor:
● Para aumentar Ue ou Ui através do aumento de hi, os resultados seriam bastantes modestos.
● Exemplo: Se hi é dobrado, 1/hi.Ai cai à metade, e o decréscimo da Rtotal é de no máximo 10%.
●
Para diminuir o valor de 1/h.A, a área A é aumentada pelo uso de aletas.
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Superfícies Estendidas – Aletas
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Para a aleta reta de perfil retangular da figura abaixo, a distribuição de temperatura é dada por:
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T −T b cosh [ M (L−x )]
T a−T b
=
tanh( ML)
, onde M =
hf
ky √
A eficiência da aleta é a razão entre o valor da transferência de calor na aleta e o valor da
transferência de calor na aleta que existiria se toda ela estivesse na temperatura da base Tb:
q real
η=
qT b
●
Para a aleta da figura abaixo:
( ML)
η=tanh
ML
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Superfícies Estendidas – Aletas
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O tipo de aleta mais utilizado é a de placas retangulares
montadas em tubos cilíndricos, mostrada na figura ao
lado à esquerda, letra (a).
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A efetividade da aleta de placas retangulares é tomada
como sendo igual à da aleta anular correspondente,
mostrada na figura abaixo à direita, letra (b).
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A aleta anular correspondente é aquela que tem mesma área e espessura da aleta de placas
retangulares utilizada.
●
A figura ao lado mostra a efetividade da
aleta anular.
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Exemplo 12-2 (pg 267). 9 / 22
Superfícies Estendidas – Aletas
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A área do lado do ar dos tubos de evaporadores e condensadores aletados é composta por 2 partes:
● Área descoberta (Ap) → É a área dos tubos entre as aletas.
● Área coberta (Ae) → É a área das aletas.
● Como Ap está na temperatura da base, esta área possui eficiência de aleta unitária.
●
É para áreas estendidas que a eficiência da aleta se torna menor que a unidade.
●
Por este motivo, a equação (2) deve ser revista e contemplar
a existência de áreas estendidas, podendo ser reescrita como:
1 1 1 x 1
Rtotal = = = + +
U e Ae U i Ai h f ( A p + η A e ) k Am h i A i
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Escoamento de Gases sobre Tubos Aletados:
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A determinação precisa do valor de h para a parte externa dos
tubos aletados é difícil, pois ele é função de características
geométricas.
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Uma estimativa grosseira é dada por:
h f =38 v 0,5
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A perda de carga também depende da geometria. A figura ao
lado mostra a perda de carga em função da velocidade frontal
do ar e do número de aletas por metro. 10 / 22
Condensadores
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Condensadores:
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Para um condensador, o fluido para o qual o calor é rejeitado pode
ser tanto ar como água.
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Condensador refrigerado a ar:
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Ar é insuflado por um ventilador e passa pelos tubos aletados.
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A figura ao lado mostra um típico condensador refrigerado a ar.
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Condensador refrigerado a água:
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Água fria circula por uma carcaça, a qual contém tubos que conduzem o fluido refrigerante
quente, o qual rejeita calor para a água. A água deve, então, ser transportada a uma torre de
resfriamento para que o calor seja rejeitado para a atmosfera.
●
Este tipo de condensador é prferível em aplicações em que a distância entre o compressor e o
local onde o calor é dissipado é
grande, pois é preferível transportar
água do que refrigerante em linhas
de grande comprimento.
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A figura ao lado mostra um típico
condensador refrigerado a ar.
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Capacidade de Condensação Necessária
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Capacidade de Condensação Necessária
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O condensador deve rejeitar a energia absorvida no evaporador mais a energia recebida no processo
de compressão.
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A relação de rejeição de calor é dada por:
Taxa de calor rejeitada no condensador [ kW ]
RRC =
Taxa de calor absorvida no evaporador [ kW ]
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O cálculo teórico da transferência de calor no
condensador é feito a partir do ciclo de compressão
de vapor padrão, porém este cálculo desconsidera as
irreversibilidades do compressor.
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A figura ao lado mostra valores típicos das relações
de rejeição de calor.
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Coeficiente de Transferência de Calor Convectivo na Condensação
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Coeficiente de Transferência de Calor Convectivo na Condensação:
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A equação para o coeficiente local de transferência de calor para vapor condensado
numa placa vertical é:
2 3 0,25
hcv x
k
= (
g ρ h lv x
4μ k ΔT )
onde:
hcv → Coeficiente local de transferência de calor na placa vertical [W/m2.K]
x → Distância vertical medida a partir do topo da placa [m].
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O coeficiente médio de transferência de calor na condensação na superfície externa
de tubos horizontais é dado por:
2 3 0,25
h ct =0,725 (
g ρ h lv k
μΔT N D )
●
Se:
● k aumenta, hct aumenta, pois mais calor pode ser transferido pela espessura do filme de líquido.
●
ρ aumenta ou μ diminui, o escoamento do condensado é mais rápido, e assim a espessura do
filme diminui e hct aumenta.
● hlv aumenta, o filme fica mais fino e hct aumenta.
● ΔT aumenta, hct diminui, pois há uma alta taxa de condensação, o que resulta numa espessura de
filme maior. 13 / 22
Fator de Encrustação
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Fator de Encrustação:
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Depois de algum tempo de operação de um condensador refrigerado a água, o valor de U cai devido
ao aumento da resistência à transferência de calor do lado da água, provocado pela deposição de
impurezas da água nas superfícies dos tubos, as quais são provenientes da torre de resfriamento.
●
Assim, um condensador novo tem um valor de U maior que o necessário, pois deve considerar a
deposição de impurezas ao longo do tempo de operação.
● Esta capacidade extra é caracterizada pelo fator de incrustação 1 /hfi, que deve ser incluído na
equação (2):
1 1 1 x 1 1
Rtotal = = = + + +
U e Ae U i Ai h e Ae k Am h fi Ai hi Ai
1 Ae 1 x Ae Ae Ae
= = + + +
U e U i Ai he k Am h fi Ai h i Ai
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Desuperaquecimento
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Desuperaquecimento:
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O vapor que sai do compressor e se dirige ao condensador normalmente está superaquecido, de
acordo com o que mostra a figura abaixo.
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Devido a esta distorção na distribuição de temperatura, a diferença de temperatura entre o
refrigerante e o fluido de resfriamento não pode mais ser representada corretamente pela DMLT:
(T c −T i )−(T c −T e )
DMLT =
T c −T i
ln
( T c −T e )
●
Entretanto, é comum usar a equação acima, pois mesmo que a diferença de temperatura entre o
refrigerante e o fluido de resfriamento seja maior na
seção de desuperaquecimento do que a calculada pela
equação acima, o h nesta região normalmente é menor
que na região de condensação.
●
Estes dois erros se compensam parcialmente, e assim
pode-se usar a equação acima juntamente com o h da
área de condensação em toda superfície de troca de
calor.
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Exemplo 12.3 (pg 275).
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Gráficos de Wilson
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Gráficos de Wilson:
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São usados para determinar os coeficientes individuais de transferência de calor por convecção nos
trocadores de calor.
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Para um condensador refrigerado a água, por exemplo:
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Uma série de testes de troca de calor são feitos e os valores de U são determinados para as
várias vazões de água de refrigeração.
● Se os tubos do trocador de calor estão limpos, a equação (2) pode ser usada com he sendo o
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Gráficos de Wilson
● Para este trocador, o gráfico de Wilson é um gráfico de 1/Ue x 1/v0,8, como mostrado na figura abaixo,
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Ar e Gases Não Condensáveis
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Ar e Gases Não Condensáveis:
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Se ar e gases não condensáveis entram no sistema de refrigeração, serão transportados ao
condensador onde reduzirão a eficiência do sistema por duas razões:
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A pressão no condensador se elevará, demandando maior potência ao compressor.
●
Os gases não condensáveis não se difundem ao longo do condensador, e sim aderem às paredes
dos tubos do condensador, o que provoca uma redução da área disponível à condensação.
●
A remoção de gases não condensáveis do condensador é feita por purga.
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Evaporadores
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Evaporadores:
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Na maioria dos evaporadores usados em refrigeração, o refrigerante muda de fase nos tubos e
refrigera o fluido que passa por fora dos tubos.
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Evaporadores de expansão direta:
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São aqueles nos quais ocorre mudança de fase dentro dos
tubos.
●
São alimentados por uma válvula de expansão que regula
a vazão de líquido, de modo que o refrigerante deixe o
evaporador no estado de vapor superaquecido.
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A figura ao lado mostra seu esquema de funcionamento.
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Evaporadores com recirculação de líquido:
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A bomba impõe uma vazão em excesso de líquido a baixa
pressão e temperatura no evaporador.
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Uma parte do líquido muda de fase no evaporador, e a outra
escoa para fora do trocador, onde é separada e o vapor
encaminhado ao compressor.
●
A figura ao lado mostra seu esquema de funcionamento.
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Ebulição na Carcaça
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Ebulição na Carcaça:
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A predição clássica para o coeficiente de transferência de calor na ebulição de água é mostrada na
figura abaixo, no qual a experiência foi feita usando um fio quente submerso em água.
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Entre os pontos A e B, a ebulição é chamada nucleada, no qual as bolhas se formam na superfície do
fio e sobem para a superfície livre do líquido.
●
A equação da curva é dada, aproximadamente, por:
q
=C Δ T 3 a 4
A
●
Outra forma de apresentar a equação acima é aquela em que
os dois lados da equação são divididos por ΔT:
q
=hr =C Δ T 2 a 3
AΔT
onde hr é o coeficiente de transferência de calor na ebulição, e
seu valor aumenta quando ΔT aumenta, devido à maior
agitação provocada no fluido.
●
A taxa de evaporação aumenta até atingir o ponto B, e a partir
daí um aumento de temperatura diminui a taxa de
transferência de calor.
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Ebulição dentro dos Tubos
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Ebulição dentro dos Tubos:
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Neste caso o valor do coeficiente de transferência de calor varia ao longo do escoamento através do
tubo.
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O refrigerante entra no tubo do evaporador com baixa fração de vapor, a qual aumenta ao longo do
escoamento, causando uma intensificação na agitação do escoamento e consequentemente um
aumento do h.
●
Quando o refrigerante está quase todo vaporizado, o valor de h cai, como mostrado na figura abaixo.
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Comportamento de Evaporadores / Perda de Carga / Congelamento
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Comportamento de Evaporadores:
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Espera-se que o coeficiente global de trasnferência de calor aumente com o aumento da carga
aplicada.
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Perda de Carga nos Tubos:
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O efeito da perda de carga nos tubos é que o compressor opera com uma pressão de sucção menor e
assim precisa operar com uma potência maior.
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Por outro lado, se uma maior perda de carga for permitida, se consegue uma maior velocidade de
escoamento, o que aumenta o coeficiente de transferência de calor.
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Congelamento:
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Se a temperatura da superfície de um evaporador cai abaixo de 0oC, ocorre a formação de gelo na sua
superfície, o que é prejudicial à operação do sistema de refrigeração por dois motivos:
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Camadas grossas de gelo atuam como isolante.
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O gelo reduz a vazão de ar, diminuindo U.
●
Ambos os fatores penalizam o sistema por requererem uma temperatura de evaporação mais baixa.
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