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Manual de Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia

Parasitologia-Fitopatologia
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino `a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino `a Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no

seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique-Centro de Ensino `a Distância). O não cumprimento desta advertência é passivel a
processos judiciais.
Elaborado Por: Naftal Naftal
Licenciado em Ensino de Biologia e Química pela Universidade

Pedagógica-Delegação da Beira.
Foi Docente da Faculdade de Ciências de Saúde da Universidade Católica de Moçambique.
Colaborador e Docente do Centro de Ensino a Distancia-Departamento de
Química e Biologia da Universidade Católica de Moçambique.
Actualmente Docente da Faculdade de Ciências de Saúde na Universidade Zambeze.
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino `a Distância-CED
Rua Correira de Brito No 613-Ponta-Gêa

Moçambique-Beira

Telefone: 23 32 64 05
Cel: 82 50 18 44 0
Fax:23 32 64 06
E-mail:ced@ucm.ac.mz
Website: www..ucm.ac.mz
Agradecimentos

A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância e o autor do presente manual,


dr. Naftal J. Naftal, agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na eleboração
deste manual.

Pela contribuição no conteúdo temático dr. Naftal J. Naftal , docente na Universidade


Católica e colaborador do CED e na Faculdade de
Ciências de Saúde na Universidade Zambeze.

Pelas imagens e ilustrações dr. Sérgio Daniel Artur (Coordenador e Docente


de cursos de Licenciatura em Ensino de Química
e Biologia na UCM-CED )

Pela revisão linguística dr. Armando Ramiro Artur (Coordenador de

Curso de Língua Portuguesa e docente na UCM-


CED) e dr. Estevão Alculete Lopes de Araújo
( Docente do Instituto de Língua da Beira e
Docente e Colaborador na UCM-CED )
Parasitologia-Fitopatologia

Índice
Visão Geral 01
Benvindo a ecologia humana e educação ambiental 01
Objectivos da cadeira 01
Quem deveria estudar esta cadeira 01
Como está estruturada este cadeira 02
Ícones de actividade 02
Habilidades de estudo 03
Precisa de apoio? 03
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 04
Avaliação 04

Unidades de Estudo - B0044


Unidade 01. Conceito e Breve Historial da Fitopatologia 05
Unidade 02. Patologia Fúngicas em Plantas 12
Unidade 03. Patologia Bacteriana em Plantas 18
Unidade 04. Patologia Viroses em Plantas.................................................................................23
Unidade 05. Patologia Nematóides em Plantas 27
Unidade 06. Ciclo de Relações Patógeno-Hospedeiro...............................................................31
Unidade 07. Fonte de Inóculo-Ciclo de Relações Patógeno-Hospedeiro...................................35
Unidade 08. Mecanismo de Ataque do Patógeno......................................................................41
Unidade 09. Mecanismo de Defesa do Hospedeiro...................................................................45
Unidade 10. Método de Cura de Plantas...................................................................................50
Unidade 11. Método de Obtenção de Explantes Livres de Patógeno........................................54
Unidade 12. Normas Gerais sobre o Uso de Agrotóxicos..........................................................59

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Parasitologia-Fitopatologia

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Parasitologia-Fitopatologia

Visão Geral

Benvindo a Parasitologia-Fitopatologia
Caro estudante, bem-vindo a Parasitologia-Fitopatologia. A cadeira de
Parasitologia-Fitopatologia, é um campo das ciências biológicas que se
ocupa com o estudo das doenças de plantas, abrangendo todos os seus
aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até
o seu controle.

Esta cadeira permitirá, que o prezado estudante, compreenda e discuta


os organismos e as condições ambientais que causam doenças em
plantas; os mecanismos pelos quais esses factores produzem doenças
em plantas; a interação entre agentes causando doenças e a planta
doente bem como, os métodos de prevenção ou controle de doenças,
visando diminuir os danos causadas por estas.

Objectivos da Cadeira
Quando caro estudante, terminar o estudo da Parasitologia-Fitopatologia
será capaz de:

 Conceituar e definir terminologia em parasitologia-fitopatologia


 Demonstrar conhecimentos sobre a parasitologia-fitopatologia.
 Demonstrar a relação patógeno-hospedeiro-meio ambiente.
 Descrever os principais causadores de doenças em plantas.
 Caracterizar as principais doenças nas plantas
 Explicar as principais doenças que afecta as plantas.
Objectivos
 Aplicar os primeiros socorros no caso de acidentes com agrotóxicos.
 Contribuir para o combate de doenças nas plantas.

Quem deveria estudar esta Cadeira


Este manual da cadeira de Parasitologia-Fitopatologia foi concebido para
todos aqueles que estejam a ingressar para os cursos de licenciatura em
ensino de Biologia, dos programas do Centro de Ensino `a Distância, e
para aqueles que desejam consolidar seus conhecimentos em
Parasitologia-Fitopatologia, para que sejam capazes de compreender
melhor os aspectos relacionados com a vida das plantas e os factores
bióticos que influem sobre elas.

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Parasitologia-Fitopatologia

Como está estruturado este Módulo


Todos os manuais das cadeiras dos cursos oferecidos pela Universidade
Católica de Moçambique-Centro de Ensino `a Distância (UCM-CED)
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias
 Um índice completo.
 Uma visão geral detalhada da cadeira, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes
de começar o seu estudo.
Conteúdo da cadeira
A cadeira está estruturada em unidades de aprendizagem. Cada unidade
incluirá, o tema, uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo
da unidade incluindo actividades de aprendizagem, um sumário da
unidade e uma ou mais actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma
lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem
incluir livros, artigos ou sites na internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para esta cadeira, encontram-se no final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do manual.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo da cadeira. Os seus comentários serão
úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este manual.

Ícones de Actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

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Parasitologia-Fitopatologia

Habilidades de Estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: O lado social, professional e estudante, dai ser
importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use ao
máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,
com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz
bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos
de caso, reflexão, etc.
Os manuais contêm muita informação, algumas chaves, outras
complementares, dai ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução dos
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de
notas desenpenha um papel muito importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de
desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus
pontos fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.

Precisa de Apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa
fase posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da
natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Os contactos so se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais
de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante,
tem a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período
pode apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o
seu próprio saber e desenvolva suas competências.

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Parasitologia-Fitopatologia

Juntos na Educação `a Distância, vencedo a distância..

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)


O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejem realizadas.As tarefas devem ser entregues antes
do período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazaos de entrga, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo
os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os
direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada
com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem
para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 2 (dois) trabalhos; 1 (um)
teste e 1 (exame).
Não estão previstas quaisquer avaliações orais.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
Consulte-os.

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Parasitologia-Fitopatologia

Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.

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Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 01

Tema: Conceito e Breve Historial da Fitopatologia

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo conceito e breve historial da fitopatologia. A
fitopatologia e uma ramo das ciências biológicas que se ocupa ao estuda das
doenças causadas nas plantas.

Nesta primeira unidade do módulo, iremos começar a discussão sobre o conceito


da fitopatologia e o seu percurso histórico.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir fitopatologia.
 Conhecer o conceito e história da fitopatologia.
 Aplicar conhecimentos sobre história da fitopatologia.
 Descrever aspectos importantes sobre a história da fitopatologia.
Objectivos
 Explicar os períodos mais importantes da história da fitopatologia.

Conceito de Fitopatologia

Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos =


doença e logos = estudo), podendo ser definida como a ciência que
estuda:
 Os organismos e as condições ambientais que causam doenças
em plantas.
 Os mecanismos pelos quais esses factores produzem doenças
em plantas.
 A interação entre agentes causando doenças e a planta doente.
 Os métodos de prevenção ou controle de doenças, visando
diminuir os danos causadas por estas.

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Parasitologia-Fitopatologia

Portanto, fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas,


abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia,
etiologia, epidemiologia, até o seu controle. no início, a fitopatologia era
uma ciência ligada directamente à botânica, tornando-se uma disciplina
autônoma somente no século xix. Embora autônoma, a fitopatologia usa
os conhecimentos básicos e técnicas de botânica, microbiologia,
micologia, bacteriologia, virologia, nematologia, anatomia vegetal,
fisiologia vegetal, ecologia, bioquímica, genética, biologia molecular,
engenharia genética, horticultura, solos, química, física, meteorologia,
estatística e vários outros ramos da ciência.

Breve Historial da Fitopatologia

A história da fitopatologia pode ser dividida em cinco fases ou períodos:


período místico, período da predisposição, período etiológico, período
ecológico e período fisiológico:

1. Período Místico

Compreende desde a mais remota antiguidade até o início do século xix.


Esse período é assim denominado devido ao homem, não encontrando
explicação racional, atribuía as doenças de plantas a causas místicas. as
ferrugens dos cereais, doenças em videiras, figueiras e outras plantas
causaram fome, morte e até revoluções. Na antiga grécia, aristóteles e
teofrasto especularam sobre a origem das doenças de plantas e seus
métodos de cura. Teofrasto, chamado "pai da botânica", procurou
inclusive classificar as enfermidades de plantas em doenças externas e
internas, além de estudar e escrever sobre doenças de árvores, cereais
e legumes.

No final do período místico, botânicos faziam descrições de sintomas das


doenças de plantas. Com o progresso da micologia, a atenção foi
despertada para a associação fungo-planta doente. desta forma, Tillet
(1714-1791) atribuiu ser um fungo a causa da cárie do trigo. No entanto,
durante esse período houve predominância marcante das teorias
amparadas na geração espontânea e na perpetuidade das espécies,
esta proposta por Linnaeus quando da apresentação do seu sistema de

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Parasitologia-Fitopatologia

classificação binomial, as doenças eram então apresentadas com base


na sintomatologia e classificadas pelo sistema binomial de linnaeus.

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Parasitologia-Fitopatologia

2. Período da Predisposição

Inicia-se no começo do século xix, quando tornou-se evidente a


associação entre fungos e plantas doentes. o suíço Prevost, em 1807, na
franca, publica o seu trabalho que mostra ser Tillettia caries o agente
causal da cárie do trigo, confirmando assim as idéias de Tillet. No
entanto, o trabalho de Prevost foi refutado pelos que defendiam a teoria
da geração espontânea.

Dentro desse espírito, um botânico alemão Unger, em 1833, apresentou


sua teoria pela qual as doenças seriam o resultado de distúrbios
funcionais provenientes de desordens nutricionais que predispunham os
tecidos da planta a produzirem fungos, como excrescências que neles se
desenvolviam por geração expontânea. Assim, seriam as doenças que
produziam microrganismos e não estes os responsáveis pelas doenças.

3. Período Etiológico

Em 1853, de Bary iniciou este período quando propôs serem as doenças


de plantas de natureza parasitária, baseadas nos estudos sobre a
requeima da batata, provando cientificamente que o fungo phytophthora
infestans era o agente causal. Em 1860, Pasteur destrói a teoria da
geração espontânea, iniciando o período áureo da microbiologia e
provando a origem bacteriana de várias doenças em homens e animais.
Em 1874, Koch aperfeiçoou as técnicas de isolamento de
microrganismos e adoptou os meios de cultura sólidos para cultivo de
fungos e bactérias. as maiorias das doenças importantes são descritas
neste período, como os oídios, míldios, ferrugens e carvões.

Mayer, em 1886, publicou um relato sobre uma doença do fumo que ele
chamou de "mosaico". Mayer descobriu que quando macerava o tecido
de uma folha doente e injetava o suco na folha sadia, a planta mostrava
sintomas típicos da doença 10 dias após a inoculação. o agente causal
do mosaico do fumo era invisível ao microscópio comum, filtrável,
incapaz de ser cultivado em meio de cultura e a infectividade era
destruída quando submetido a uma temperatura de 70 0c por algumas
horas-virus.

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Parasitologia-Fitopatologia

Em 1898, Beijerinck foi o primeiro a mencionar a expressão "contagium


vivum fluidum". Ele verificou que uma pequena quantidade de seiva
infectada com o mosaico do fumo era suficiente para inocular várias
plantas.

Hoje, sabe-se que as partículas de vírus são constituídas de uma capa


protéica contendo ácido ribonucleico (rna) nas plantas e alguns animais,
e ácido desoxiribonucleico (dna) em bacteriófagos e na maioria das
viroses de animais. Ainda em 1868, dois franceses, Nocard e Roux
isolaram e cultivaram micoplasma, agente da pleuropneumonia bovina,
em meio de cultura. Muitas das doenças causadas por organismos tipo
micoplasmas eram antes tidas como causadas por vírus. Ainda no
período etiológico, foi formulado o primeiro fungicida eficiente no controle
das doenças de plantas, a calda bordalesa, por Millardet, na frança, em
1882.

4. Período Ecológico

Em 1874, Sorauer teve o mérito de separar as doenças parasitárias das


não parasitárias ou fisiológicas em seu livro "handbook of plant
diseases". A partir de então, doença parasitária passou a ser entendida
como resultante da interação hospedeiro-patógeno-ambiente, sendo
reconhecida pela primeira vez a importância dos factores ecológicos
sobre as doenças de plantas. Neste período, foram conduzidos estudos
sobre diversos aspectos do meio, como factores climáticos, edáficos e
nutricionais, além de outros. No período ecológico foram iniciados os
estudos sobre epidemiologia, sobrevivência do patógeno, disseminação,
penetração, colonização, condições predisponentes, ciclo biológico etc.

Paralelamente, foram iniciadas as pesquisas sobre resistência e


predisposição das plantas aos diferentes patógenos e também estudos
sobre melhoramento visando resistência às doenças. Dentro deste
período apareceram os primeiros conceitos de raças fisiológicas, ficando
esclarecido o importante papel do ambiente tanto na resistência das
plantas como na variabilidade do patógeno. Também nessa época,
graças aos trabalhos de riehm, em 1913, apareceram os fungicidas
mercuriais orgânicos para o tratamento de sementes. em 1934, graças a

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Parasitologia-Fitopatologia

Tisdalle e Williams, apareceram os fungicidas orgânicos do grupo dos


tiocarbamatos, atingindo a fitopatologia seu valor prático, ou seja, o
controle de doenças.

5. Período Fisiológico

De 1940 a 1950 foram conduzidas pesquisas básicas sobre fisiologia de


fungos e das plantas e, com a evolução da fisiologia, da microbiologia e
da bioquímica, surgiram novas teorias sobre a relação planta x patógeno
e a sua resultante-a doença. Com a publicação do livro "principles of
plant infection", por Gaumann, em 1946, foi iniciado o período atual da
fitopatologia, ou período fisiológico, no qual as doenças de plantas
passam a ser encaradas com base nas relações fisiológicas entre
hospedeiro e patógeno, como um processo dinâmico no qual ambos se
influenciam mutuamente. A engenharia genética aplicada às plantas tem
proporcionado importantes conhecimentos e técnicas que contribuem
para o avanço da fitopatologia na atualidade.

Uma das aplicações iniciais da cultura de tecidos foi no estudo de


tumores de plantas causadas por agrobacterium tumefaciens, tendo sido
obtida a primeira cultura de tecidos livre da bactéria por white e braun,
em 1942. Desde então, a aplicação da cultura de tecidos para obtenção
de plantas livres de patógenos é intensivamente utilizada. Protoplastos
de plantas são usados para estudar infecções e replicações de vírus,
ação de toxinas, bem como, através de fusão, para regenerar plantas ou
obter novos híbridos somáticos que exibam diferentes graus de
resistência a vários patógenos. Técnicas de engenharia genética
também tornaram possível a elucidação da natureza de tumores
induzidos em galha da coroa, e da recombinação genética de vírus e
bactérias de plantas. com o sucesso alcançado no uso de agrobacterium
sp. E de certos vírus como vectores de material genético estranho para
plantas, é esperada a abertura de uma era inteiramente nova na
transformação genética de plantas.

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Parasitologia-Fitopatologia

Sumário

Fitopatologia é uma palavra de origem grega (phyton = planta, pathos =


doença e logos = estudo). Portanto, fitopatologia é a ciência que estuda
as doenças de plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a
diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.
Embora autônoma, a fitopatologia usa os conhecimentos básicos e
técnicas de botânica, microbiologia, micologia, bacteriologia, virologia,
nematologia, anatomia vegetal, fisiologia vegetal, ecologia, bioquímica,
genética, biologia molecular, engenharia genética, horticultura, solos,
química, física, meteorologia, estatística e vários outros ramos da
ciência.

A história da fitopatologia pode ser dividida em cinco fases ou períodos:


 Período Místico: compreende desde a mais remota antiguidade
até o início do século xix. Esse período é denominado místico,
devido ao homem, não encontrando explicação racional, atribuía
as doenças de plantas a causas místicas.
 Período da Predisposição: inicia-se no começo do século xix,
quando tornou-se evidente a associação entre fungos e plantas
doentes. Nesta época chegou-se a conclusão que, seriam as
doenças que produziam microrganismos e não estes os
responsáveis pelas doenças.
 Períodos Etiológico: neste período destacam-se os trabalhos
de Louis Pasteur e Robert Koch. Portanto, muitas das doenças
causadas por organismos tipo micoplasmas eram antes tidas
como causadas por vírus. Ainda no período etiológico, foi
formulado o primeiro fungicida eficiente no controle das doenças
de plantas, a calda bordalesa, por Millardet, na França, em
1882.
 Períodos Ecológico: no período ecológico foram iniciados os
estudos sobre epidemiologia, destacando os seguintes aspectos
sobrevivência do patógeno, disseminação, penetração,
colonização, condições predisponentes, ciclo biológico, etc.
Paralelamente, foram iniciadas as pesquisas sobre resistência e

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Parasitologia-Fitopatologia

predisposição das plantas aos diferentes patógenos e também,


estudos sobre melhoramento visando resistência às doenças.
Também nessa época, apareceram fungicidas orgânicos do
grupo dos tiocarbamatos, atingindo a fitopatologia seu valor
prático, ou seja, o controle de doenças.
 Período Fisiológico: com a evolução da fisiologia, da
microbiologia e da bioquímica, surgiram novas teorias sobre a
relação planta x patógeno e a sua resultante-a doença. A
engenharia genética aplicada às plantas tem proporcionado
importantes conhecimentos e técnicas que contribuem para o
avanço da fitopatologia na actualidade. Uma das aplicações
iniciais da cultura de tecidos foi no estudo de tumores de plantas
causadas por agrobacterium tumefaciens, tendo sido obtida a
primeira cultura de tecidos livre da bactéria por white e braun, em
1942. Protoplastos de plantas são usados para estudar
infecções e replicações de vírus, ação de toxinas, bem como,
através de fusão, para regenerar plantas ou obter novos híbridos
somáticos que exibam diferentes graus de resistência a vários
patógenos.

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Parasitologia-Fitopatologia

1. Qual é o objecto de estudo da fitopatologia?


R: os organismos e as condições ambientais que causam doenças em plantas;
os mecanismos pelos quais esses factores produzem doenças em plantas; a
interação entre agentes causando doenças e a planta doente e os métodos de
prevenção ou controle de doenças, visando diminuir os danos causadas por
estas.

2. Quando e que a fitopatologia tornou-se uma ciência autónoma?


R: no século xix.

3. Indique 4 ciencias que auxiliam a fitopatologia.


Exercícios R: microbiologia, micologia, bacteriologia, virologia, nematologia

4. Sobre a história da fitopatologia, responde:


a) Mencione os períodos da sua história.
R: Período místico, período da predisposição, período etiológico, período
ecológico e período fisiológico:

b) Caracterize dois a sua escolha (máximo 6 linhas).


R: Período místico, compreende desde a mais remota antiguidade até o início
do século xix. Esse período o homem, não encontrando explicação racional,
atribuía as doenças de plantas a causas místicas e período da predisposição,
inicia-se no começo do século xix, quando tornou-se evidente a associação
entre fungos e plantas doentes. Assim, seriam as doenças que produziam
microrganismos e não estes os responsáveis pelas doenças.

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Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 02

Tema: Patologias Fúngicas em Plantas

Introdução

Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo das patologias causadas por fungos.
Como já sabemos, os fungos são organismos heterotróficos, pois alimentam-se
de matéria orgânica. Alguns fungos são beneficicos mas outros são prejudiciais.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


patologias causadas por fungos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Aplicar medidas de protecção de plantas contra doenças fúngicas.


 Descrever principais as doenças fúngicas em plantas.
 Conhecer as principais doenças causadas por fungos nas plantas.
 Caracterizar as espécies de fungos causadores de doenças nas
Objectivos plantas.

Patologias Fúngicas em Plantas

O mal-do-panamá é uma doença endêmica, disseminada por todas as


regiões produtoras de banana no mundo. Esta doença e muito grave em
muitos países, como e o caso do Brasil. A acentua-se em função das
variedades cultivadas, que na maioria dos casos são suscetíveis.  
 Agente Causador: o mal-do-panamá é causado por fusarium
oxysporum f. sp. cubense (e.f. smith) sn e hansen. As principais
formas de disseminação da doença são o contacto dos sistemas
radiculares de plantas sadias com esporos liberados por plantas
doentes e, em muitas áreas, o uso de material de plantio
contaminado. O fungo também é disseminado por água de
irrigação, de drenagem, de inundação, assim como pelo homem,
por animais e equipamentos.  

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Parasitologia-Fitopatologia

 SINAIS: PLANTAS INFECTADAS EXIBEM UM


AMARELECIMENTO PROGRESSIVO DAS FOLHAS MAIS
VELHAS PARA AS MAIS NOVAS, COMEÇANDO PELOS
BORDOS DO LIMBO FOLIAR E EVOLUINDO NO SENTIDO DA
NERVURA PRINCIPAL. POSTERIORMENTE, AS FOLHAS
MURCHAM, SECAM E SE QUEBRAM JUNTO AO
PSEUDOCAULE DANDO-AS A APARÊNCIA DE UM GUARDA-
CHUVA FECHADO (FIG.1). É COMUM CONSTATAR-SE QUE
AS FOLHAS CENTRAIS DAS BANANEIRAS PERMANECEM
ERECTAS MESMO APÓS A MORTE DAS MAIS VELHAS. É
POSSÍVEL NOTAR, PRÓXIMO AO SOLO, RACHADURAS DO
FEIXE DE BAINHAS, CUJA EXTENSÃO VARIA COM A ÁREA
AFECTADA NO RIZOMA. INTERNAMENTE, OBSERVA-SE
UMA DESCOLORAÇÃO PARDO-AVERMELHADA NA PARTE
MAIS EXTERNA DO PSEUDOCAULE PROVOCADA PELA
PRESENÇA DO PATÓGENO NOS VASOS (FIG. 2).  

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Parasitologia-Fitopatologia

Fig. 1-Esquerda: As folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-


as a aparência de um guarda-chuva fechado. Fig. 2-Direita: Há uma descoloração
pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada pela presença do
patógeno nos vasos

 Danos e Distúrbios Fisiológico: o mal-do-panamá, quando


ocorre em variedades altamente suscetíveis como a banana
‘maçã’, provoca perdas de 100% na produção. Já nas
variedades tipo prata, que apresentam um grau de
suscetibilidade bem menor do que a ‘maçã’, a incidência do mal-
do-panamá, geralmente, situa-se num patamar dos 20% de
perdas. Por outro lado, o nível de perdas é também influenciado
por características de solo, que em alguns casos comporta-se
como supressivo ao patógeno.  
 Controle: o melhor meio para o controle do mal-do-panamá é a
utilização de variedades resistentes, dentre as quais podem ser
citadas as cultivares do subgrupo cavendish e do subgrupo terra,
a ‘caipira’, ‘thap maeo’ e ‘pacovan ken’.  

Medidas Preventivas Recomendadas


 Evitar as áreas com histórico de alta incidência do mal-do-
panamá.
 Utilizar mudas comprovadamente sadias e livres de nematóides.
 Corrigir o ph do solo, mantendo-o próximo à neutralidade e com
níveis ótimos de cálcio e magnésio, que são condições menos
favoráveis ao patógeno.

16
Parasitologia-Fitopatologia

 Dar preferência a solos com teores mais elevados de matéria


orgânica, isto aumenta a concorrência entre as espécies,
dificultando a acção e a sobrevivência de f. oxysporum cubense
no solo.
 Manter as populações de nematóides sob controlo, eles podem
ser responsáveis pela quebra da resistência ou facilitar a
penetração do patógeno, através dos ferimentos.
 Manter as planta bem nutridas, guardando sempre uma boa
relação entre potássio, cálcio e magnésio.

Nos bananais já estabelecidos e que a doença comece a se manifestar


recomenda-se a erradicação das plantas doentes, utilizando herbicida.
Isto evita a propagação do inóculo na área de cultivo. Na área erradicada
aplicar calcário ou cal hidratada

Doenças de Frutos
Esta doenças também e chamada “ doença de pré-colheita”, pelo facto
na maioria dos casos, verificar-se na época da conheita, influenciando no
baixo rendimento das culturas, prontas para serem colhidas.

 Agente Causador: causada pelo fungo pyricularia grisea-


mancha-parda; causada por cercospora hayi-mancha-losango,
cujo invasor primário é cercospora hayi, seguido por fusarium
solani,   f. roseum e possivelmente outros fungos; pinta-de-
deightoniella-causado pelo fungo deightoniella torulosa, que é
um habitante frequente de folhas e flores mortas; ponta-de-
charuto cujos patógenos mais consistentemente isolados das
lesões são verticillium theobromae e trachysphaera fructigena.
 Controle: as medidas de controlo visam basicamente a redução
do potencial de inóculo pela eliminação de partes senescentes e
redução do contato entre patógeno e hospedeiro; eliminação de
folhas mortas ou em senescência; eliminação periódica de
brácteas, principalmente durante o período chuvoso;
ensacamento dos cachos com saco de polietileno perfurado, tão
logo ocorra a formação dos frutos; implementação de práticas
culturais adequadas, orientadas para a manutenção de boas
condições de drenagem e de densidade populacional, bem como

17
Parasitologia-Fitopatologia

para o controle de plantas daninhas, a fim de evitar um ambiente


muito úmido na plantação.

Doenças de Pós-Colheita
 Podridão-da-Coroa: os fungos mais frequentemente associados
ao problema são: Fusarium roseum (Link) Sny e Hans.,
Verticillium theobromae (Torc.) Hughes e Gloeosporium
musarum Cooke e Massel (Colletotrichum musae, Berk e Curt.). 
Uma série de outros fungos também têm sido isolados, porém
com menor frequência.
 Antracnose: é considerada o mais grave problema na pós-
colheita desta fruta, sendo causada por  Colletotrichum musae.
 Controle: o controle deve começar no campo, com boas práticas
culturais, ainda na pré-colheita. Na fase de colheita e pós-
colheita todos os cuidados devem ser tomados no sentido de
evitar ferimentos nos frutos, que são a principal via de
penetração dos patógenos. As práticas de despencamento,
lavagem e embalagem devem ser executadas com manuseio
extremamente cuidadoso dos frutos e medidas rigorosas de
assepsia. Por último, o controle químico pode ser feito por
imersão ou por atomização dos frutos.

18
Parasitologia-Fitopatologia

Sumário
O mal-do-panamá é uma doença endêmica por todas as regiões
produtoras de banana do mundo. Agente Causador: o mal-do-panamá é
causado por fusarium oxysporum f. sp. cubense (e.f. smith) sn e hansen.
As principais formas de disseminação da doença são o contacto dos
sistemas radiculares de plantas sadias com esporos liberados por
plantas doentes, por água de irrigação, de drenagem, de inundação, pelo
homem, por animais e equipamentos.  Os sinais as folhas murcham,
secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um
guarda-chuva fechado. Internamente, observa-se uma descoloração
pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada
pela presença do patógeno nos vasos.  Sobre os danos e distúrbios
fisiológico, o mal-do-panamá, provoca perdas de 100% na produção. Já
nas variedades tipo prata, a incidência do mal-do-panamá, geralmente,
situa-se num patamar dos 20% de perdas.

O melhor controlo é a utilização de variedades resistentes. Para a


prevenção, nos bananais já estabelecidos e que a doença comece a se
manifestar deve-se erradicar as plantas doentes, utilizando herbicida e
aplicar calcário ou cal hidratada. A doença dos frutos, verificar-se na
época da conheita, influenciando no baixo rendimento das culturas,
prontas para serem colhidas. Esta doença e causado por diferentes
espécies de fungo. Nas doenças de pós-colheita, encontramos. O
podridão-da-coroa, antracnose é considerado o mais grave problema na
pós-colheita desta fruta, sendo causada por  Colletotrichum musae. O
controle deve começar no campo, com boas práticas culturais, ainda na
pré-colheita. Na fase de colheita e pós-colheita todos os cuidados devem
ser tomados no sentido de evitar ferimentos nos frutos, que são a
principal via de penetração dos patógenos. O controle químico pode ser
feito por imersão ou por atomização dos frutos.

19
Parasitologia-Fitopatologia

1. O causador da doenca mal-do-panamá é fungo fusarium


oxysporum f. sp. Cubense. Diga quais são os sinais desta doença.
R: Inicialmente exibem um amarelecimento progressivo das folhas
mais velhas para as mais novas, depois, as folhas murcham, secam
e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um
guarda-chuva fechado. É comum constatar-se que as folhas centrais
das bananeiras permanecem erectas mesmo após a morte das mais
velhas. É possível notar, próximo ao solo, rachaduras do feixe de
bainhas, cuja extensão varia com a área afectada no rizoma.
Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na
parte mais externa do pseudocaule provocada pela presença do
patógeno nos vasos.  

2. Enumere 4 medidas preventivas recomendadas, contra a doença.


R: Evitar as áreas com histórico de alta incidência do mal-do-
panamá, utilizar mudas comprovadamente sadias e livres de
nematóides, corrigir o ph do solo, mantendo-o próximo à
Exercícios neutralidade e com níveis ótimos de cálcio e magnésio, que são
condições menos favoráveis ao patógeno, dar preferência a solos
com teores mais elevados de matéria orgânica, isto aumenta a
concorrência entre as espécies, dificultando a acção e a
sobrevivência de f. oxysporum cubense no solo.

3. Quais são as medidas (3) de controlo de doenças de frutos?


R: Eliminação de folhas mortas ou em senescência; eliminação
periódica de brácteas, principalmente durante o período chuvoso;
ensacamento dos cachos com saco de polietileno perfurado, tão logo
ocorra a formação dos frutos; implementação de práticas culturais
adequadas, orientadas para a manutenção de boas condições de
drenagem e de densidade populacional, bem como para o controle
de plantas daninhas, a fim de evitar um ambiente muito úmido na
plantação.

20
Parasitologia-Fitopatologia

21
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 03

Tema: Patologias Bacterianas em Plantas

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo Bioestatística. A Bioestatística não se distancia
da estatística aplicada em matematica. A principal diferença e o facto deste
módulo estudar aspectos directamento relacionados com o Homem, em
particular na escola como um lugar de busca de conhecimentos e atitudes que
caracterizam os princípios básicos de convivência humana

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


conceitos usados em bioestatistica, investigacao cientifica, projecto de
investigacao, etc.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Aplicar medidas de protecção de plantas contra doenças bacterianas.


 Descrever principais as doenças bacterianas em plantas.
 Conhecer as principais doenças bacterians em plantas.
 Caracterizar as espécies bacterianas causadoras de doenças nas
Objectivos plantas.

Patologias Bacterianas em Plantas


A patologia o moko ou murcha bacteriana, está presente em todos os
paises com alto potencial de actividades. Esta doenca vem sendo
mantida sob controlo, mediante erradicação dos focos que têm surgido
periodicamente. As medidas de controlo, tem contribuíndo bastanta para
a redução dos focos da doença, em cerca de 76%.  

 Agente Causador: a doença é causada pela bactéria Ralstonia


solanacearum Smith (Pseudomonas solanacearum), raça 2. A
transmissão e disseminação da doença pode ocorrer de
diferentes formas, dentre as quais, se destaca o uso de
ferramentas infectadas nas várias operações, que fazem parte

22
Parasitologia-Fitopatologia

do trato dos pomares, bem como a contaminação de raíz para


raíz ou do solo para a raíz. Outro veículo importante de
transmissão é os insetos visitadores de inflorescências, tais
como: as abelhas (Trigona spp.), vespas (Polybia spp.), mosca-
das-frutas (Drosophyla spp.) e muitos outros gêneros.
 Sinais: nas plantas jovens e em rápido processo de
crescimento, uma das três folhas mais novas adquire coloração
verde-pálida ou amarela e se quebra próximo à junção do limbo
com o pecíolo. No espaço de poucos dias a uma semana muitas
folhas se quebram. O sintoma mais característico do moko,
entretanto, se manifesta nas brotações novas que foram
cortadas e voltaram a crescer. Estas escurecem, atrofiam e
podem apresentar distorções. As folhas, quando afectadas,
podem amarelecer ou necrosar.  

23
Parasitologia-Fitopatologia

Fig. 3-Esquerda: descoloração vascular do pseudocaule. Fig. 4-Direita: frutos com


sinais na forma de  podridão, secam firmes e coloração parda.

A descoloração vascular do pseudocaule é mais a intensa no


centro (Fig. 3) e é menos aparente na região periférica, ao
contrário do que ocorre na planta atacada pelo mal-do-panamá.
Os sinais em frutos aparecem na forma de  podridão seca, firme,
de coloração parda (Fig. 4).  Para um teste rápido, destinado a
detectar a presença da bactéria nos tecidos da planta, utiliza-se
um copo transparente com água até dois terços de sua altura,
em cuja parede se adere uma fatia delgada da parte afetada
(pseudocaule ou engaço), cortada no sentido longitudinal,
fazendo-a penetrar ligeiramente na água. Em menos de um
minuto ocorre a descida do fluxo bacteriano, de coloração
leitosa.
 Danos e Dstúrbios Fisiológicos: as perdas causadas pela
doença podem atingir até 100% da produção, mas com vigilância
permanente e erradicação de plantas afectadas, é possível
conviver com a doença e mantê-la em baixa percentagem de
incidência.  
 Controle: como na região não há casos relatados de ocorrência
de moko, a base do controle é evitar a introdução da doença,
não introduzindo na área do projeto, mudas de banana ou de
qualquer outra musacea, oriundas das regiões de ocorrência.  

 Doenças dos Frutos

24
Parasitologia-Fitopatologia

Entre as várias doenças dos frutos, a podridão-mole torna-se mais


comum, pelo facto causar grandes desturbios em termos do rendimento
de colheitas.

 Agente Causador: a podridão-mole é causada pela bactéria Erwinia


carotovora subsp. Carotovora, ainda considerada de importância
secundária.
 Sinais: a doença inicia-se no rizoma, causando seu apodrecimento,
progredindo posteriormente para o pseudocaule. Ao se cortar o
rizoma ou pseudocaule de uma planta afetada, pode ocorrer a
liberação de grande quantidade de material líquido fétido, daí o nome
podridão aquosa.

Fig. 5-Esquerda: Folha com sinais que podem ser confundidos com aqueles do moko ou
mal-do-panamá. Fig. 6-Direita: Corte de um fruto mostrando a doença de podridão-mole.

25
Parasitologia-Fitopatologia

Na parte aérea (fig. 5), os sinais podem ser confundidos com


aqueles do moko ou mal-do-panamá. A planta normalmente
expressa sintomas de amarelecimento e murcha das folhas
podendo ocorrer quebra da folha no meio do limbo ou junto ao
pseudocaule. Os sinais são mais típicos em frutos de plantas
adultas (fig. 6), mas tendem a ocorrer com maior severidade em
plantios jovens estabelecidos em solos infectados, devido à
presença de ferimentos gerados pela limpeza das mudas.
 Danos e Distúrbios Fisiológicos: não existem dados a respeito
das perdas. Geralmente as plantas afetadas entram em colapso
devido à murcha seguida de podridão provocada pela bactéria.
 Controle: o controle deve observar: 
 Manejar corretamente a irrigação, de modo a evitar
excesso de umidade no solo.  
 Eliminar plantas doentes ou suspeitas, procedendo-se
vistorias periódicas da área plantada.
 Utilizar, em lugares com histórico de ocorrência de
doenças, mudas já enraizadas, para prevenir infecções
precoces.
 Utilizar práticas culturais que promovam a melhoria da
estrutura e aeração do solo.

Sumário
A patologia o moko ou murcha bacteriana, está presente em todos os
paises com alto potencial de actividades. Esta doenca vem sendo
mantida sob controlo, mediante erradicação dos focos que têm surgido
periodicamente. A doença é causada pela bactéria Ralstonia
solanacearum Smith (Pseudomonas solanacearum), raça 2. A
transmissão e disseminação da doença pode ocorrer pelo uso de
ferramentas infectadas nas várias operações, que fazem parte do trato
dos pomares, bem como a contaminação de raíz para raíz ou do solo
para a raiz, incluíndo os insectos visitadores de inflorescências as
abelhas (Trigona spp.), vespas (Polybia spp.), mosca-das-frutas
(Drosophyla spp.) e muitos outros gêneros. Os sinais mais
característicos do moko, se manifestam nas brotações novas que foram
cortadas e voltaram a crescer. Estas escurecem, atrofiam e podem
apresentar distorções onde as folhas, amarelecem ou necrosam.  

26
Parasitologia-Fitopatologia

As perdas causadas pela doença podem atingir até 100% da produção,


mas com vigilância permanente e erradicação de plantas afectadas, é
possível conviver com a doença e mantê-la em baixa percentagem de
incidência.  A base do controle é evitar a introdução da doença, não
introduzindo na área do projecto, mudas de banana ou de qualquer outra
musacea, oriundas das regiões de ocorrência.  Entre as várias doenças
dos frutos, a podridão-mole, causada pela bactéria Erwinia carotovora
subsp. Carotovora, ainda considerada de importância secundária. A
doença inicia-se no rizoma, causando seu apodrecimento, progredindo
posteriormente para o pseudocaule. Não existem dados a respeito das
perdas. No controle deve-se observar, regras como:  manejar
corretamente a irrigação, de modo a evitar excesso de umidade no solo;
eliminar plantas doentes ou suspeitas, procedendo-se vistorias
periódicas da área plantada; utilizar, em lugares com histórico de
ocorrência de doenças, mudas já enraizadas, para prevenir infecções
precoces e utilizar práticas culturais que promovam a melhoria da
estrutura e aeração do solo.

27
Parasitologia-Fitopatologia

1. A patologia o moko ou murcha bacteriana, está presente em todos os


paises com alto potencial de actividades. Explique como e feita a
transmissão e disseminacao desta doença?
R: o uso de ferramentas infectadas nas várias operações, que fazem
parte do trato dos pomares, bem como a contaminação de raíz para raíz
ou do solo para a raiz e por insectos visitadores de inflorescências, tais
como: as abelhas, vespa, mosca-das- e muitos outros gêneros.

2. As perdas causadas pela doença podem atingir até 100% da


produção.Como e que se pode inverter o cenário das perdas para
recuperar as plantas?
R: Com vigilância permanente e erradicação de plantas afectadas, é
possível conviver com a doença e mantê-la em baixa percentagem de
Exercícios incidência.  

3. Descreve os sinais da doença de podridão-mole.


R: A doença inicia-se no rizoma, causando seu apodrecimento,
progredindo posteriormente para o pseudocaule. Ao se cortar o rizoma
ou pseudocaule de uma planta afectada, pode ocorrer a liberação de
grande quantidade de material líquido fétido, daí o nome podridão
aquosa.

4. Enumere 2 medidas de controle que devem ser observadas.


R:  Utilizar, em lugares com histórico de ocorrência de doenças, mudas
já enraizadas, para prevenir infecções precoces; utilizar práticas
culturais que promovam a melhoria da estrutura e aeração do solo.

Unidade 04

Tema: Patologias Viroses em Plantas

Introdução
Caro estudante, bem-vindo ao estudo sobre as doenças causadas por vírus em
plantas. Os vírus até a altura da produção desta unidade, eram considerados
como sendo estruturas acelulares.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


conceitos usados em bioestatistica, investigacao cientifica, projecto de
investigacao, etc.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Aplicar medidas de protecção de plantas contra patologias viroses.


 Descrever principais patologias viroses em plantas.

28
Parasitologia-Fitopatologia

 Conhecer as principais patologias viroses em plantas.


 Caracterizar as espécies de vírus causadoras de doenças nas
plantas.
Objectivos

Patologias Viroses em Plantas

A Virose das estrias da bananeira, e uma doença que afecta as


bananeiras. Esta doença se não for controlada antepadamentepode se
arrastar atingindo grandes hectares de pomares das bananeiras.

Agente causador: esta doença, é causada pelo vírus das estrias da


bananeira (Banana streak virus, BSV). O vírus é transmitido de
bananeira para bananeira pela Cochonilha planococcus citri, assim
como, através de mudas infectadas.     O Banana streak vírus, produz
inicialmente estrias amareladas nas folhas que posteriormente ficam
escurecidas ou necrosadas (figs. 7 e 8). Pode ocorrer a deformação dos
frutos e a produção de cachos menores. As plantas apresentam menor
vigor, podendo em alguns casos ocorrer a morte do topo da planta,
assim como a necrose interna do pseudocaule. Geralmente, os sinais
são percebidos apenas em alguns períodos do ano.

29
Parasitologia-Fitopatologia

Fig. 7-Esquerda: Bananas com Virose das estrias da bananeira. Fig. 8-Direita: Corte de uma
Banana Infectadas por Virose das estrias da bananeira.

Mosaíco
O Mosaico (clorose infecciosa ou “heart rot”), é uma doença que
facilmente se arrasta, afectando grandes áreas de culturas. Ataca
geralmente as bananeiras, mas não deixa a possibilidade de se fazer
presente em culturas semelhantes ou próximas as espécies de
bananeiras.

 Agente Causador: esta virose é causada pelo vírus do mosaico


do pepino (Cucumber mosaic virus, CMV), que é transmitido por
várias espécies de afídeos. A fonte de inóculo para a infecção de
novos plantios, provém geralmente, de outras culturas ou de
plantas daninhas, especialmente trapoeraba ou maria-mole
(Commelina diffusa).
 Sinais: os sinais, variam de estrias amareladas, mosaico,
redução de porte, folhas lanceoladas, necrose do topo, assim
como, pode haver distorção dos frutos, com o surgimento de
estrias cloróticas ou necrose interna. Pode haver necrose da
folha apical e do pseudocaule (fig.9), quando ocorrem
temperaturas abaixo de 24ºC. Esta virose está presente nas

principais áreas produtoras de bananeira, podendo provocar


perdas elevadas em plantios novos, especialmente quando eles

30
Parasitologia-Fitopatologia

são estabelecidos em áreas com elevada incidência de


trapoeraba e alta população de pulgões.

Fig. 9-Esquerda: Folhas ComVirose das


estrias da bananeira.

 Controle das Viroses: o controlo das viruses deve ser feito,


com base:
 Utilização de mudas livre de vírus.
 Evitar a instalação de bananais próximos a plantios de
hortaliças e cucurbitáceas (hospedeiras de CMV).
 Controlar as plantas daninhas dentro e em volta do
bananal.
 Nos plantios já estabelecidos, erradicar as plantas com
sintomas.
 Manter o bananal com suprimento adequado de água,
adubação e controle de plantas daninhas e pragas, para
evitar estresse.

Sumário
A Virose das estrias da bananeira, é uma doença que afecta as
bananeiras. Esta doença, é causada pelo vírus das estrias da bananeira
(Banana streak virus, BSV). O vírus é transmitido de bananeira para

31
Parasitologia-Fitopatologia

bananeira pela Cochonilha planococcus citri, assim como, através de


mudas infectadas.     O Banana streak vírus, produz inicialmente estrias
amareladas nas folhas que posteriormente ficam escurecidas ou
necrosadas. As plantas apresentam menor vigor, podendo em alguns
casos ocorrer a morte do topo da planta, assim como, a necrose interna
do pseudocaule. Geralmente, os sinais são percebidos apenas em
alguns períodos do ano.

O mosaico (clorose infecciosa ou “heart rot”), ataca geralmente as


bananeiras. Esta virose é causada pelo vírus do mosaico do pepino
(Cucumber mosaic virus, CMV), que é transmitido por várias espécies de
afídeos. A fonte de inóculo para a infecção de novos plantios, provém
geralmente, de outras culturas ou de plantas daninhas, especialmente
trapoeraba ou maria-mole (Commelina diffusa). Sobre o controle,
aconselha-se: a utilização de mudas livre de vírus, evitar a instalação de
bananais próximos a plantios de hortaliças e cucurbitáceas (hospedeiras
de cmv), etc.

1. A Virose das estrias da bananeira, e uma doença que afecta as


bananeiras. Explique como e que este vírus e transmitido.
R: O vírus é transmitido de bananeira para bananeira pela
Cochonilha planococcus citri, assim como, através de mudas
infectadas.       

2. Quais as características apresentadas por plantas infectadas por


este vírus?
R: As plantas apresentam menor vigor, podendo em alguns casos
ocorrer a morte do topo da planta, assim como a necrose interna do
pseudocaule. Geralmente, os sinais são percebidos apenas em
Exercícios alguns períodos do ano.

3. Descreve os sinais do mosaico.


Os sinais, variam de estrias amareladas, mosaico, redução de porte,
folhas lanceoladas, necrose do topo, assim como, pode haver
distorção dos frutos, com o surgimento de estrias cloróticas ou
necrose interna.

32
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 05

Tema: Patologias Nematóides em Plantas

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo ao estudo da unidade sobre patologias
nematóides em plantas. Depois de termos falado de patologias causadas por
alguns organismos, nesta unidade iremos discutir aspectos ligados aos
nematóides.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca do


tema proposto, sendo o estudante o actor principal sobre o assunto.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Aplicar medidas de protecção de plantas contra nematóides.


 Descrever principais patologias nematóides em plantas.
 Conhecer as principais patologias nematóides em plantas.
 Caracterizar as espécies de nematóides causadoras de doenças nas
Objectivos plantas.

Patologias Nematóides em Plantas


Os nematóides são microrganismos tipicamente vermiformes que, em
sua maioria, completam o ciclo de vida no solo. Sua disseminação é
altamente dependente do Homem, seja por meio de mudas
contaminadas, deslocamento de equipamentos de áreas contaminadas
para áreas sadias, ou por meio da irrigação ou água das chuvas.

33
Parasitologia-Fitopatologia

 Infecção por Nematóides: provoca redução no porte da planta,


amarelecimento das folhas, seca prematura, má formação de
cachos, refletindo em baixa produção e reduzindo a longevidade
dos plantios. Nas raízes, podem ser observados o
engrossamento e nodulações, que correspondem às galhas e
massa de ovos, devido à infecção por Meloidogyne spp.
(nematóide-das-galhas) ou mesmo necrose profunda ou
superficial provocada pela acção isolada ou combinada das
espécies Radopholus similis (nematóide cavernícola),
Helicotylenchus spp. (nematóide espiralado), Pratylenchus sp.
(nematóide das lesões), ou Rotylenchulus reniformis (nematóide
reniforme), que são os mais frequentes na bananicultura
mundial. Esses nematóides contribuem para a formação de
áreas necróticas extensas que podem também, ser parasitadas
por outros microrganismos.
  Danos: os danos causados pelos fitonematóides podem ser
confundidos ou agravados com outros problemas de ordem
fisiológica, como estresse hídrico, deficiência nutricional, ou pela
ocorrência de pragas e doenças de origem virótica, bacteriana
ou fúngica, devido à redução da  capacidade de absorver água e
nutrientes, pelo sistema radicular. A sustentação da planta é
também bastante comprometida. A diagnose correcta deve ser
realizada por meio de amostragem de solo e raízes e ainda do
conhecimento sobre a variedade utilizada.
 Controle: após o estabelecimento de fitonematóides no bananal,
o seu controle é muito difícil. Portanto, a medida mais eficaz é a
utilização de mudas sadias, micropropagadas, e o plantio em
áreas livres de nematóides. O descorticamento do rizoma
combinado com o tratamento térmico ou químico, pode reduzir
sensivelmente a população de nematóides nas mudas
infectadas. Neste caso, após limpeza, os rizomas devem ser
imersos em água à temperatura de 55 oC por 20 minutos.  Em
solos infectados, a utilização de plantas antagônicas, como
crotalária (Crotalaria spectabilis, C. paulinea), incorporadas ao
solo antes do seu florescimento, pode reduzir a população dos
nematóides e favorecer a longevidade da cultura.

Em pomares já instalados, a eficiência desta estratégia está


relacionada principalmente ao nível populacional, tipo de solo e

34
Parasitologia-Fitopatologia

idade da planta, sendo recomendado o plantio dessas espécies


ao redor das bananeiras. A utilização de matéria orgânica junto
ao rizoma é mais benéfica que a matéria orgânica depositada
entre as linhas de cultivo. Dentre os produtos químicos,
registrados para a cultura da banana, encontram-se o
carbofuran, ethoprophos, aldicarb e terbufos. Para evitar a
disseminação dos nematóides, por meio de equipamentos de
desbrota ou capinas, recomenda-se a lavagem completa e a
desinfestacção superficial dos equipamentos com solução de
formaldeído (20g/L). Esses tratos culturais devem, sempre que
possível, serem iniciados em áreas de melhor condição
nutricional e sanitária. Desta forma, evita-se a disseminação de
pragas e doenças passíveis de serem encontradas em áreas
menos vigorosas

Sumário
Os nematóides são microrganismos tipicamente vermiformes que, em
sua maioria, completam o ciclo de vida no solo. Sua disseminação é
altamente dependente do Homem, seja por meio de mudas
contaminadas, deslocamento de equipamentos de áreas contaminadas
para áreas sadias, ou por meio da irrigação ou água das chuvas. Os
danos causados pelos fitonematóides, podem ser confundidos ou
agravados com outros problemas de ordem fisiológica, como estresse
hídrico, deficiência nutricional, ou pela ocorrência de pragas e doenças
de origem virótica, bacteriana ou fúngica, devido à redução da 
capacidade de absorver água e nutrientes, pelo sistema radicular.

No controle, a medida mais eficaz é a utilização de mudas sadias,


micropropagadas, e o plantio em áreas livres de nematóides. Neste
caso, após limpeza, os rizomas devem ser imersos em água à
temperatura de 55oC por 20 minutos.  Em solos infectados, a utilização
de plantas antagônicas, como crotalária (Crotalaria spectabilis, C.
paulinea), incorporadas ao solo antes do seu florescimento, pode reduzir
a população dos nematóides e favorecer a longevidade da cultura. Para
evitar a disseminação dos nematóides, por meio de equipamentos de

35
Parasitologia-Fitopatologia

desbrota ou capinas, recomenda-se a lavagem completa e a


desinfestacção superficial dos equipamentos com solução de
formaldeído (20g/L). Esses tratos culturais devem, sempre que possível,
serem iniciados em áreas de melhor condição nutricional e sanitária.

1. O que são nematóides?


R: São microrganismos tipicamente vermiformes que, em sua
maioria, completam o ciclo de vida no solo.

2. Como e feita a disseminação dos nematóides?


R: Sua disseminação é altamente dependente do Homem, seja por
meio de mudas contaminadas, deslocamento de equipamentos de
áreas contaminadas para áreas sadias, ou por meio da irrigação ou
água das chuvas.

3. Qual são as consequências causadas por infeccão por


nematóides nas plantas?
R: Provoca redução no porte da planta, amarelecimento das folhas,
Exercícios seca prematura, má formação de cachos, refletindo em baixa
produção e reduzindo a longevidade dos plantios.

4. Quais são as recomendações para evitar disseminação dos


nematóides, por meio de equipamentos de desbrota ou capinas?
R: A lavagem completa e a desinfestacção superficial dos
equipamentos com solução de formaldeído (20g/L). Esses tratos
culturais devem, sempre que possível, serem iniciados em áreas de
melhor condição nutricional e sanitária.

36
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 6

Tema: Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro

Introdução

Caro estudante, para compreender os mecanismos de doenças é importante


antes compreender, o ciclo de vida do agente causador. Pois o ciclo de vida, é
em muitos casos factor determinante para o tipo de vida do agente causador de
uma dada patologia.

Portanto, nesta unidade o caro estudante está convidado para uma abordagem
sobre o ciclo das relações patógeno-hospedeiro.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Explicar as relações patógeno-hospedeiro.


 Descrever o ciclo de patógeno-hospedeiro.
 Aplicar conhecimentos sobre o ciclo patógeno-hospedeiro.
 Descrever as fases do ciclo patógeno-hospedeiro.
Objectivos  Diferenciar os ciclos de relação patógeno-hospedeiro.

Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro

37
Parasitologia-Fitopatologia

O desenvolvimento do patógeno compreende fases activas e inactivas.


As fases activas são patogênese e saprogênese. A fase inactiva é
chamada de dormência.

1. Patogênese: é a fase em que o patógeno está associado ao tecido


vivo do hospedeiro. Compreende três fases: pré-penetração, penetração
e colonização. Ocorre nos parasitas obrigados e facultativos.

2. Saprogênese: é a fase em que o patógeno não está associado ao


tecido vivo do hospedeiro, ele encontra-se em atividade saprofítica sobre
restos de cultura ou sobre a matéria orgânica do solo. Não ocorre nos
parasitas obrigados.
3. Dormência: é a fase onde as condições não são favoráveis à
atividade do patógeno, achando-se este com metabolismo reduzido. em
tais oportunidades os microrganismos poderão sobreviver na forma de
estruturas apropriadas, denominadas estruturas de resistência, que são
órgãos consistentes e ricos em reservas, tais como esclerócios,
peritécios, clamidosporos e esporos de resistência em alguns fungos,
bem como na forma de micélio dormente dentro de sementes e gemas.

A formação de estruturas de resistência não constitui um privilégio de


todos os agentes fitopatogênicos, pois muitos fungos e bactérias, além
da maioria dos nematóides fitoparasitas, não as possuem. ocorre tanto
nos parasitas obrigados como nos facultativos. Essas fases nem sempre
ocorrem seguindo uma regular alternância, pois a ordem de sucessão
das mesmas depende de várias circunstâncias. a seqüência poderá
obedecer às mais variadas combinações.

Ciclo das Relações Patógeno-Hospedeiro

A série de fases ou eventos sucessivos, que conduzem à ocorrência da


doença, ou fazem parte do seu desenvolvimento, constitui um ciclo,
denominado ciclo das relações patógeno-hospedeiro, no qual cada uma
das diferentes fases apresenta características próprias e tem função
definida (fig. 1).

38
Parasitologia-Fitopatologia

O estudo das relações patógeno-hospedeiro, constitui a base para a


aplicação de medidas de controlo, pois o conhecimento dos detalhes de
cada ciclo em particular indica quais as medidas de controlo mais
eficientes e econômicas a serem adotadas e as fases mais adequadas
para sua adoção.

O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser dividido em ciclo


primário e ciclo secundário:

 Ciclo Primário: é aquele que tem início a partir de estruturas de


sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no
solo. Caracteriza-se por apresentar:
 Pequeno número de plantas infectadas.
 Pequeno número de lesões por planta.
 Baixo índice de infecção.

 Ciclo Secundário: é aquele que sucede o ciclo


primário e se desenvolve a partir do inóculo nele produzido, sem
a interposição de uma fase de repouso ou dormência entre eles.
Este ciclo apresenta:
 Grande número de plantas infectadas.
 Grande número de lesões por planta.
 Alto índice de infecção.

39
Parasitologia-Fitopatologia

Baseado no número de ciclos que uma determinada doença apresentar


durante uma mesma estação de cultivo, pode ser classificada como
doença monocíclica (ou de ciclo primário) ou doença policíclica (ou de
ciclo secundário).

Sumário
O desenvolvimento do patógeno compreende fases activas e inactivas.
As fases activas são patogênese e saprogênese. A fase inactiva é
chamada de dormência. A formação de estruturas de resistência não
constitui um privilégio de todos os agentes fitopatogênicos, pois muitos
fungos e bactérias, além da maioria dos nematóides fitoparasitas, não as
possuem. Ocorre tanto nos parasitas obrigados como nos facultativos. O
ciclo das relações patógeno-hospedeiro é uma série de fases ou eventos
sucessivos, que conduzem à ocorrência da doença, ou fazem parte do
seu desenvolvimento, constitui um ciclo.

O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser dividido em ciclo


primário e ciclo secundário: ciclo primário é aquele que tem início a partir
de estruturas de sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase
saprofítica no solo e ciclo secundário que sucede o ciclo primário e se
desenvolve a partir do inóculo nele produzido, sem a interposição de
uma fase de repouso ou dormência entre eles. Baseado no número de
ciclos que uma determinada doença apresentar durante uma mesma
estação de cultivo, pode ser classificada como doença monocíclica (ou
de ciclo primário) ou doença policíclica (ou de ciclo secundário).

40
Parasitologia-Fitopatologia

1. Explique as diferenças entre as fases do ciclo activo.


R: Patogênese é a fase em que o patógeno está associado ao tecido
vivo do hospedeiro, compreende três fases: pré-penetração,
penetração e colonização e ocorre nos parasitas obrigados e
facultativos enquanto que, saprogênese o patógeno não está
associado ao tecido vivo do hospedeiro, ele encontra-se em
atividade saprofítica sobre restos de cultura ou sobre a matéria
orgânica do solo. Não ocorre nos parasitas obrigados.

2. O ciclo das relações patógeno-hospedeiro pode ser dividido em


Exercícios ciclo primário e ciclo secundário, descreve cada um dos ciclos.
R: Ciclo Primário: é aquele que tem início a partir de estruturas de
sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no
solo. Caracteriza-se por apresentar: pequeno número de plantas
infectadas. Pequeno número de lesões por planta e baixo índice de
infecção. Ciclo Secundário: é aquele que sucede o ciclo primário e
se desenvolve a partir do inóculo nele produzido, sem a interposição
de uma fase de repouso ou dormência entre eles. Este ciclo
apresenta: grande número de plantas infectadas, grande número de
lesões por planta e alto índice de infecção.

41
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 7

Tema: Fonte de Inóculo-Ciclo das Relações


Patógeno-Hospedeiro

Introdução
Caro estudante, esta unidade tem relação ou seja e a continuação da anterior.
No entanto, chamamos atenção ao prezado estudante, para estabelecer uma
ligação entre estas unidades de forma a compreender a discussão do assunto.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca de


fonte de inóculo-ciclo das relações patógeno-hospedeiro.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Definir os conceitos de inóculo e disseminação.


 Explicar as formas e tipos de colonização
 Descrever as diferentes formas de disseminação do inóculo.
 Caracterizar as fontes de inóculo e sua disseminação.
Objectivos
 Descrever os factores que condicionam a germinação.
 Relacionar as fontes de inóculo com ciclo das relações patógeno-
hospedeiro

Fonte de Inóculo-Ciclo das Relações Patógeno-


Hospedeiro

Inóculo: é qualquer propágulo ou estrutura do patógeno capaz de


causar infecção. Podemos citar com exemplos concretos: esporos e
micélio de fungos, células de bactérias ou protozoários, partículas de
vírus ou viróides, ovos ou larvas de nematóides, entre outros.

Fonte de Inóculo

Fonte de inóculo é o local onde o inóculo é produzido. Por exemplo:


plantas doentes, restos de cultura, solo infectado. A disseminação do
inóculo é a transferência do patógeno da fonte de inóculo para os locais

42
Parasitologia-Fitopatologia

mais diversos. A sua disseminação pode ocorrer de forma: activa ou de


forma passiva:

1. Disseminação Activa: aquela realizada com os próprios recursos


do patógeno (ex.: zoósporos de fungos, células de bactérias com
flagelos e larvas de nematóides.). No entanto, a importância deste
tipo de disseminação é restrita e limitada a uma área muito pequena
em torno da fonte de inóculo. Ela pode apenas ser responsabilizada
pela distribuição do patógeno para outros órgãos de uma planta ou
para outras plantas vizinhas. Exemplos de disseminação activa a
longas distâncias não são conhecidos.
2. Disseminação Passiva: o inóculo do patógeno é transportado com
o auxílio de agentes de disseminação. Este tipo de disseminação é
muito mais importante que a activa, sendo responsável pela
disseminação dos agentes causais de doenças de plantas a curta e
a longas distâncias. Divide-se em disseminação passiva directa e
indirecta:
 Disseminação Passiva Directa: aquela realizada
conjuntamente com os órgãos de propagação dos
hospedeiros. Exemplo: sementes infectadas (podridão
negra das cruciferas-Xanthomonas campestris pv.
campestris; podridão cinzenta do caule do feijoeiro-
Macrophomina phaseolina), borbulhas de citros
(exorcote - causado por um viróide), rizomas (nematóide
cavernícola em bananeira-Radopholus similis),
tubérculos (sarna da batatinha-Streptomyces scabies;
murcha bacteriana da batatinha-Ralstonia
solanacearum) e mudas infectadas (gomose do abacaxi-
Fusarium subglutinans).
 Disseminação Passiva Indirecta: realizada por
diferentes agentes de disseminação como o vento
(exemplo: ferrugem do colmo do trigo-Puccinia graminis;
oídio das cucurbitáceas-Erysiphe cichoracearum), água
(exemplo: crestamento gomoso das cucurbitáceas-
Dydimela bryoniae, disseminada através dos sulcos de
irrigação), insetos (mosaico severo do caupi -
disseminado 3.

43
Parasitologia-Fitopatologia

3. Inoculação: é a transferência do patógeno da fonte de inóculo para


o local de infecção, ou seja, a superfície do hospedeiro suscetível. a
inoculação só ocorre quando o inóculo do patógeno consegue
chegar ao local de infecção, pois se este atingir a planta em outro
local não haverá inoculação.
4. Germinação: uma vez depositado junto à superfície do hospedeiro,
o inóculo deve sofrer uma série de transformações que possibilitem a
penetração do patógeno nos tecidos do hospedeiro. a germinação é
verificada nos fungos pela emissão do tubo germinativo. nas
bactérias verifica-se a multiplicação das células. nos nematóides
verifica-se a eclosão das larvas. a germinação do inóculo é uma das
fases mais delicadas para a sobrevivência do patógeno e, portanto,
para a continuidade do ciclo. A germinação depende de fatores
ambientais tais como: temperatura, umidade, luminosidade e ph. a
germinação também depende de fatores genéticos. Os esporos de
Colletotrichum gloeosporioides são envolvidos numa massa
gelatinosa, rica em biotina, a qual impede a sua germinação, até o
momento em que seja diluída pela água. outros fungos como
puccinia graminis necessitam de um período de pós-maturação mais
ou menos prolongado, sem o qual não germinam.
5. Penetração: é a fase que ocorre a implantação do patógeno no local
da planta onde se iniciará o processo de colonização dos tecidos. a
penetração do hospedeiro pode se processar de três maneiras:
 Penetração directa pela superfície intacta do
hospedeiro: provavelmente este é o tipo de penetração
mais comum dos fungos e nematóides. Nenhum dos
demais patógenos, incluindo bactérias, penetram
diretamente as plantas. Geralmente os fungos possuem
uma estrutura chamada apressório, a qual se fixa
firmemente ao hospedeiro, emitindo então um tubo de
penetração o qual perfura a cutícula e por intermédio do
qual, o protoplasma do patógeno ganha o interior da
planta. Exemplo: Colletotrichum graminicola em folhas
de milho e sorgo. Nos nematóides, a penetração direta
ocorre mediante uma série repetida de impulsos do
estilete, resultando na formação de pequenas aberturas
na parede celular das células da planta. Exemplo:
Meloidogyne incognita em raízes de tomateiro.

44
Parasitologia-Fitopatologia

 Penetração por aberturas naturais: muitos fungos e


bactérias penetram nas plantas através dos estômatos,
(ferrugens, alternaria ricini em folhas de mamona),
porém alguns penetram através de hidatódios (X.
campestris pv. campestris em folhas de couve),
lenticelas (Streptomyces scabies em tubérculos de
batata), nectários (Ralstonia solanacearum em
inflorescências de bananeira), etc. muitos fungos e
bactérias penetram através destas aberturas naturais.
 Penetração por ferimentos: são as mais importantes
vias de penetração dos agentes fitopatogênicos. São
necessárias à penetração dos parasitas facultativos e
ajudam a penetração daqueles que normalmente
penetram no tecido vegetal por outras vias. estes
ferimentos podem ser causados por chuvas fortes,
granizos, geadas, ventos, práticas culturais, insetos,
nematóides, etc. (exemplo: penetração de Erwinia
carotovora em frutos através de ferimentos; penetração
de Penicillium sclerotigenum em túberas de inhame
através de ferimentos de colheita e transporte;
penetração de Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici em
tomateiro através de ferimentos nas raízes).
6. Colonização: é a fase que ocorre quando o patógeno passa a se
desenvolver e nutrir dentro do hospedeiro. as modalidades de
colonização são as mais variadas possíveis, dependendo, em
especial, do patógeno envolvido. Em muitos tipos de colonização
muitos parasitas facultativos secretam enzimas que causam a
degradação dos componentes celulares da planta e, actuando
sozinhas ou em conjunto com toxinas, causam a morte e a
desintegração; só então os talos bacterianos e as hifas penetram no
tecido morto e dele se alimentam como se fossem saprófitos. Além
das formas de colonização citadas anteriormente, existem várias
outras:
 Colonização Selectiva: quando o patógeno tem
preferência por determinados órgãos da planta.
Exemplo: Fusarium oxysporum e outros patógenos
causadores de doenças vasculares.

45
Parasitologia-Fitopatologia

 Colonização Não Seletiva: quando o patógeno não


mostra preferência por órgãos da planta. Exemplo:
Rhizoctonia solani.
 Colonização Activa: quando o patógeno coloniza o
hospedeiro invadindo os seus tecidos por crescimento
ativo do seu micélio. Exemplo: Pythium ultimun.
 Colonização Passiva: quando as estruturas do
patógeno são transportadas de uma parte para outra
da planta. Exemplo: Viroses.
 Colonização Localizada: quando a ação do patógeno
se restringe aos tecidos próximos ao ponto de
penetração. Exemplo: manchas foliares, podridões
radiculares, de frutos e do colo.
 Colonização Sistêmica ou Generalizada: quando o
patógeno se distribui por toda a planta, a partir do
ponto de penetração. Exemplo: murchas bacterianas,
murchas causadas por Fusarium spp.

A colonização e, portanto, o processo doença, só se desenvolvem


quando os mecanismos de ação do patógeno se sobrepõem aos
mecanismos de defesa.

Sumário
Chama-se inóculo a qualquer propágulo ou estrutura do patógeno capaz
de causar infecção. Podemos citar com exemplos concretos: esporos e
micélio de fungos, células de bactérias ou protozoários, partículas de
vírus ou viróides, ovos ou larvas de nematóides, entre outros. A sua
fonte é o local onde é produzido. Por exemplo: plantas doentes, restos
de cultura, solo infectado. A disseminação do inóculo é a transferência
do patógeno da fonte de inóculo para os locais mais diversos. A sua
disseminação pode ocorrer de forma: activa aquela realizada com os
próprios recursos do patógeno (exemplo: zoósporos de fungos, células
de bactérias com flagelos e larvas de nematóides.) e passiva, o inóculo
do patógeno é transportado com o auxílio de agentes de disseminação.

46
Parasitologia-Fitopatologia

Este tipo de disseminação é muito mais importante que a activa, sendo


responsável pela disseminação dos agentes causais de doenças de
plantas a curta e a longas distâncias. Divide-se em disseminação
passiva directa e indirecta: disseminação passiva directa: aquela
realizada conjuntamente com os órgãos de propagação dos hospedeiros
e disseminação passiva indirecta, realizada por diferentes agentes de
disseminação como o vento. A inoculação só ocorre quando o inóculo do
patógeno consegue chegar ao local de infecção, pois se este atingir a
planta em outro local não haverá inoculação.

A germinação do inóculo é uma das fases mais delicadas para a


sobrevivência do patógeno e, portanto, para a continuidade do ciclo. A
germinação depende de factores ambientais tais como: temperatura,
umidade, luminosidade e pH e ainda de fatores genéticos. A penetração
é a fase que ocorre a implantação do patógeno no local da planta onde
se iniciará o processo de colonização dos tecidos. A penetração do
hospedeiro pode se processar de três maneiras: penetração directa pela
superfície intacta do hospedeiro, penetração por aberturas naturais e
penetração por ferimentos. A colonização e, portanto, o processo
doença, só se desenvolvem quando os mecanismos de ação do
patógeno se sobrepõem aos mecanismos de defesa. Ela pode ser:
colonização selectiva, colonização não seletiva, colonização activa,
colonização passiva, colonização localizada e colonização sistêmica ou
generalizada.

47
Parasitologia-Fitopatologia

1. Diga o que entendes por Inóculo.


R: Inóculo é qualquer propágulo ou estrutura do patógeno capaz de
causar infecção.
a) Pode dar alguns exemplos concretos?
R: Esporos e micélio de fungos, células de bactérias ou protozoários,
partículas de vírus ou viróides, ovos ou larvas de nematóides.

2. Qual é a fonte do inóculo?


R: Fonte de inóculo é o local onde o inóculo é produzido.

3. Explique resumidamente as formas de penetração do hospedeiro.


Exercícios R: Penetração directa pela superfície intacta do hospedeiro:
provavelmente este é o tipo de penetração mais comum dos fungos
e nematóides. Penetração por aberturas naturais: muitos fungos e
bactérias penetram nas plantas através dos estômatos, (ferrugens,
alternaria ricini em folhas de mamona), porém alguns penetram
através de hidatódios (X. campestris pv. campestris em folhas de
couve), lenticelas (Streptomyces scabies em tubérculos de batata),
nectários (Ralstonia solanacearum em inflorescências de bananeira),
etc. muitos fungos e bactérias penetram através destas aberturas
naturais. Penetração por ferimentos: são as mais importantes vias de
penetração dos agentes fitopatogênicos. São necessárias à
penetração dos parasitas facultativos e ajudam a penetração
daqueles que normalmente penetram no tecido vegetal por outras
vias.

Unidade 8

Tema: Mecanismo de Ataque do Patógeno

Introdução
Caro estudante, os agentes patogénicos são estruturas vivas, que directa ou
indirectamente estão em interação, com várias condições do meio. Esta
interação resulta nos mecanismos de ataque ou defesa contra as células
hospedeiras.

No entanto, nesta unidade faremos uma discussão sobre os mecanismos que os


patógenos usam para atacar as células hospedeiras.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

48
Parasitologia-Fitopatologia

 Conhecer os mecanismos de ataque do patógeno.


 Descreves os mecanismos de ataque do patógeno.
 Aplicar conhecimentos sobre mecanismos de ataque do patógeno.
 Caracterizar os mecanismos de ataque do patógeno.
Objectivos  Relacionar os mecanismos de ataque e o patógeno.

Mecanismo de Ataque do Patógeno

Os mecanismos de ataque do patógeno envolvem, principalmente, acção


química ou mecânica.

1. Acção Química: dentre os inúmeros mecanismos existentes, os mais


conhecidos e importantes são toxinas, enzimas e hormônios.

Toxinas: são substâncias produzidas pelo patógeno ou


advindas de consequências da interacção patógeno-
hospedeiro, capazes de causar alterações mórbidas na
planta, quer de natureza fisiológica, metabólica ou estrutural.
As toxinas podem actuar na planta hospedeira de várias
maneiras: acção sobre enzimas; acção sobre o metabolismo
de ácidos nucleícos; acção sobre a fotossíntese; acção
sobre o metabolismo de proteínas; acção sobre o
crescimento; acção sobre o fluxo de água; acção sobre a
permeabilidade de membranas, induzindo a morte de células
e tecidos. Como exemplos tem-se: ácido oxálico produzido
por Sclerotium rolfsii, causa a morte de células superficiais
do hospedeiro antes da penetração; piricularina produzida
por Pyricularia oryzae; licomarasmina e ácido fusárico
produzidos por Fusarium oxysporum, ocasionando
alterações na permeabilidade celular e desordem do
protoplasma do hospedeiro.
Enzimas: são substâncias produzidas pelos patógenos capazes
de actuar tanto sobre a parede celular, quanto sobre os
constituintes do citoplasma da célula hospedeira. As
enzimas têm como finalidade romper as barreiras e defesas
do hospedeiro, bem como colocar em disponibilidade

49
Parasitologia-Fitopatologia

nutrientes, a partir de substâncias constituintes dos tecidos


vegetais infectados. Vários tipos de enzimas são produzidos
por fitopatógenos; enzimas cuticulares (degradam a cutícula
da parede celular); enzimas pécticas (degradam a pectina da
lamela média da parede celular), enzimas celulolíticas e
hemicelulolíticas (actuam sobre a celulose e hemicelulose da
parede primária), enzimas lignolíticas (actuam sobre a
lignina da parede celular), enzimas proteolíticas (actuam
sobre as proteínas). Como exemplos tem-se: produção de
enzimas pectinolíticas por Erwinia carotovora, resultando em
podridão-mole do tecido vegetal; produção de enzimas
cuticulares por Venturia inaequalis, facilitando a penetração
do hospedeiro.
Hormônios: são produzidos por alguns patógenos, interferindo
no crescimento e desenvolvimento normal das células,
desorganizando os tecidos e órgãos afectados. Como
exemplos, tem-se a produção de giberelina em plantas de
arroz por Giberella fujikuroi (Fusarium moniliforme),
induzindo um crescimento desordenado das plantas
tornando seus tecidos mais tenros, facilitando o seu ataque;
nematóides das galhas (Meloidogyne spp.) produzindo
auxinas para induzir as raízes das hospedeiras a produzirem
galhas (hiperplasia e hipertrofia de células).

2. Acção Mecânica: são representados pelas pressões mecânicas das


estruturas do patógeno sobre as estruturas do hospedeiro. Exemplo:
estiletes dos nematóides.

Sumário
Os mecanismos de ataque do patógeno envolvem, principalmente, acção
química ou mecânica. Na acção química: dentre os inúmeros
mecanismos existentes, os mais conhecidos e importantes são toxinas,
enzimas e hormônios. Toxinas são substâncias produzidas pelo
patógeno ou advindas de consequências da interacção patógeno-
hospedeiro, capazes de causar alterações mórbidas na planta, quer de

50
Parasitologia-Fitopatologia

natureza fisiológica, metabólica ou estrutural. As toxinas podem actuar


na planta hospedeira de várias maneiras: acção sobre enzimas; acção
sobre o metabolismo de ácidos nucleícos; acção sobre a fotossíntese;
acção sobre o metabolismo de proteínas; acção sobre o crescimento;
acção sobre o fluxo de água, etc.

As enzimas, têm como finalidade romper as barreiras e defesas do


hospedeiro, bem como colocar em disponibilidade nutrientes, a partir de
substâncias constituintes dos tecidos vegetais infectados. Vários tipos de
enzimas são produzidos por fitopatógenos; enzimas cuticulares; enzimas
pécticas, enzimas celulolíticas e hemicelulolíticas, entre outras. Os
Hormônios, são produzidos por alguns patógenos, interferindo no
crescimento e desenvolvimento normal das células, desorganizando os
tecidos e órgãos afectados. A acção mecânica, são representados pelas
pressões mecânicas das estruturas do patógeno sobre as estruturas do
hospedeiro. Exemplo: estiletes dos nematóides.

51
Parasitologia-Fitopatologia

1. Que são toxinas?


R: são substâncias produzidas pelo patógeno ou advindas de
consequências da interacção patógeno-hospedeiro, capazes de
causar alterações mórbidas na planta, quer de natureza fisiológica,
metabólica ou estrutural.

2. Explique o modo de actuacao das toxinas.


R: As acções sobre enzimas; acção sobre o metabolismo de ácidos
nucleícos; acção sobre a fotossíntese; acção sobre o metabolismo
de proteínas; acção sobre o crescimento; acção sobre o fluxo de
água; acção sobre a permeabilidade de membranas, induzindo a
morte de células e tecidos.

3. De um exemplo que ilustre a consequência de actuacao das


Exercícios toxinas
R: Tem-se: ácido oxálico produzido por Sclerotium rolfsii, causa a
morte de células superficiais do hospedeiro antes da penetração;
piricularina produzida por Pyricularia oryzae; licomarasmina e ácido
fusárico produzidos por Fusarium oxysporum, ocasionando
alterações na permeabilidade celular e desordem do protoplasma do
hospedeiro.

4. Fale da acção mecânica no mecanismo de ataque do patogeno.


R: são representados pelas pressões mecânicas das estruturas do
patógeno sobre as estruturas do hospedeiro. Exemplo: estiletes dos
nematóides.

52
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 9

Tema: Mecanismo de Defesa do Hospedeiro

Introdução

Caro estudante, as plantas no entanto, que estruturas vivas apresentam


mecanismos de defesa contra os agentes patogénicos bem com contra todos
outros factores que influem sobre si. Embora, nem sempre esses mecanismos
vencem os agentes, mas por vezes, elas produzem substâncias venenosas para
sua defesa contra os patégenos.

No entanto, nesta unidade faremos uma discussão sobre alguns mecanismos


que as células hospedeiras usam para sua defesa contra os patogenos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer os mecanismos de ataque do patógeno.


 Descreves os mecanismos de ataque do patógeno.
 Aplicar conhecimentos sobre mecanismos de ataque do patógeno.
 Caracterizar os mecanismos de ataque do patógeno.
Objectivos  Relacionar os mecanismos de ataque e o patógeno.

Mecanismo de Defesa do Hospedeiro

Os mecanismos de defesa do hospedeiro podem ser divididos em


estruturais e bioquímicos, pré-existentes e induzidos.

1. Mecanismos Estruturais:

 Pré-Existentes: são características que existem no hospedeiro


independente da presença do patógeno. Exemplo: espessura da
parede celular, espessura da cutícula, presença de pêlos e
presença de cera.

53
Parasitologia-Fitopatologia

 Induzidos: são estruturas que surgem no hospedeiro após o


contacto com o patógeno. Alguns exemplos de mecanismos
estruturais induzidos incluem:
 Camada de Abcisão: ocorre pela dissolução da lamela
média nas células vizinhas àquelas infectadas,
resultando no isolamento do patógeno e freqüentemente
queda do tecido infectado.
 Camada de Cortiça: ocorre abaixo do ponto de infecção,
inibindo a invasão e dificultando a absorção de
nutrientes pelo patógeno.
 Tiloses: ocorrem em doenças vasculares, pelo
extravasamento do protoplasma das células adjacentes
no interior dos vasos do xilema, causando sua obstrução
e impedindo o avanço do patógeno.

2. Mecanismos Bioquímicos:

Pré-Existentes: são substâncias presentes no hospedeiro


independente da presença do patógeno como os compostos
fenólicos ácido protocatecóico e catecol existentes em bulbos de
cebola roxa.
Produção de Sintomas: é a fase do ciclo das relações patógeno-
hospedeiro onde ocorre a exteriorização da doença e esta torna-
se perceptível para nós.
Reprodução do Patógeno: é a formação de novos propágulos do
patógeno para iniciação de novos ciclos. e extremamente
variável dependendo do patógeno envolvido. a reprodução do
patógeno é, concomitantemente, o fim de um ciclo das relações
patógeno-hospedeiro e o início do seguinte, quando se trata de
doença policíclica.

Sobrevivência do Inóculo

Esta fase caracteriza-se por garantir a sobrevivência do agente


patogênico em condições adversas, tais como ausência do hospedeiro
e/ou condições climáticas desfavoráveis. Patógenos de culturas anuais,
onde as plantas morrem ao final do ciclo, e mesmo de culturas perenes
decíduas, onde as folhas e frutos caem no inverno, são obrigados a

54
Parasitologia-Fitopatologia

suportar prolongados períodos de tempo na ausência de tecido


suscetível. Para tanto, estes agentes desenvolvem uma grande
variedade de estratégias de sobrevivência. A sobrevivência do inóculo
pode ser garantida através de:
 Estruturas especializadas de resistência: resistente ao
Colletotrichum circinans; estas substâncias não são encontradas
em cebola branca. O ácido clorogênico é uma substância
fenólica existente em todas as plantas, em menor ou maior
quantidade, dependendo de sua resistência ou suscetibilidade a
patógenos.
 Induzidos: são substâncias que surgem no hospedeiro após o
contato com o patógeno, ou metabólitos liberados por este,
dividida em:
 Fitoalexinas: são substâncias fungitóxicas, geralmente
compostos fenólicos, produzidas pelo hospedeiro em
resposta a uma infecção. Exemplo: faseolina em feijão,
pisatina em ervilha, risitina em batata, icocaumarina em
cenoura etc.
 Reacção de Hipersensibilidade (HR): é a morte rápida
das células em torno do ponto de penetração do
patógeno, impedindo o desenvolvimento do parasita
obrigado (Exemplo: vírus, fungos causadores de
ferrugens etc.) ou produção de substâncias tóxicas
confinando o patógeno ao ponto de penetração. Este
tipo de reação ocorre em plantas resistentes. Exemplo:
clamidosporos, esclerócios, teliosporos, ascosporos e
oosporos em fungos.
 Actividades Saprofíticas: exemplo: colonização de restos
culturais e utilização de nutrientes da solução do solo.
 Plantas Hospedeiras: exemplo: plantas doentes,
crescimento epifítico em plantas sadias e sementes.
 Vectores: exemplo: sobrevivência de vírus em insetos,
fungos e nematóides.

O ciclo das relações patógeno-hospedeiro é uma generalização que se


aplica às doenças de origem biótica. Particularidades de cada
patossistema, no entanto, exigem pequenas variações no modelo
original, que pode ser adaptado para cada caso específico. O exemplo

55
Parasitologia-Fitopatologia

do ciclo de uma doença, onde são evidenciadas as principais fases do


ciclo das relações patógeno-hospedeiro.

56
Parasitologia-Fitopatologia

Sumário

Os mecanismos de defesa do hospedeiro podem ser divididos em


mecanismos estruturais e mecanismos bioquímicos. A produção de
sintomas, é a fase do ciclo das relações patógeno-hospedeiro onde
ocorre a exteriorização da doença e esta torna-se perceptível para nós.
A reprodução do patógeno, é a formação de novos propágulos do
patógeno para iniciação de novos ciclos. A fase da sobrevivência do
inóculo, caracteriza-se por garantir a sobrevivência do agente patogênico
em condições adversas, tais como ausência do hospedeiro e/ou
condições climáticas desfavoráveis. Patógenos de culturas anuais, onde
as plantas morrem ao final do ciclo, e mesmo de culturas perenes
decíduas, onde as folhas e frutos caem no inverno, são obrigados a
suportar prolongados períodos de tempo na ausência de tecido
suscetível. Para tanto, estes agentes desenvolvem uma grande
variedade de estratégias de sobrevivência.

A sobrevivência do inóculo pode ser garantida através de: estruturas


especializadas de resistência, induzidos. Reacção de hipersensibilidade
(HR), é a morte rápida das células em torno do ponto de penetração do
patógeno, impedindo o desenvolvimento do parasita obrigado ou
produção de substâncias tóxicas confinando o patógeno ao ponto de
penetração. Exemplo, clamidosporos, esclerócios, teliosporos,
ascosporos e oosporos em fungos. As actividades saprofíticas, exemplo:
colonização de restos culturais e utilização de nutrientes da solução do
solo. Plantas hospedeiras, exemplo: plantas doentes, crescimento
epifítico em plantas sadias e sementes. Vectores, exemplo:
sobrevivência de vírus em insetos, fungos e nematóides. O ciclo das
relações patógeno-hospedeiro é uma generalização que se aplica às
doenças de origem biótica. O exemplo do ciclo de uma doença, onde são
evidenciadas as principais fases do ciclo das relações patógeno-
hospedeiro.

57
Parasitologia-Fitopatologia

1. Os mecanismos de defesa do hospedeiro podem ser estruturais e


bioquímicos, pré-existentes e induzidos.

a) Caracterize os mecanismos pré-existentes e induzidos.


R: Pré-Existentes-são características que existem no hospedeiro
independente da presença do patógeno. Induzidos-são estruturas
que surgem no hospedeiro após o contacto com o patógeno.

b) De exemplos de mecanismos estruturais induzidos


R: Camada de abcisão, camada de cortiça e tiloses.

Exercícios 2. Como e garantida a sobrevivência do inóculo?


R: Estruturas especializadas de resistência e induzidos.

3. Na resistencia induzida como e que estao divididos metabólitos


liberados?
R: Fitoalexinas, reacção de hipersensibilidade (HR), actividades
saprofíticas, plantas hospedeiras e vectores: exemplo: sobrevivência
de vírus em insetos, fungos e nematóides.

58
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 10

Tema: Métodos de Cura de Plantas

Introdução

Caro estudante, geralmente quando as plantas estao infectadas por patogenos,


em alguns casos elas conseguem se defender eliminando o agressor, caso
contrario elas morrem. Se forem plantas com valor alimentar a colheita fica
perdida, agravando a fome.

Nesta orde de ideia o homem desenvolveu alguns metodos de cura de plantas


de modo a recupe-las livrando-as dos patogenos. Alguns destes metodos serao
discutidos na presente unidade.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer os métodos de cura de plantas.


 Descreves cada um dos métodos de cura de plantas.
 Explicar cada um dos métodos de cura de plantas.
 Caracterizar os métodos de cura de plantas.
Objectivos  Distinguir os diferentes métodos de cura de plantas.

Métodos de Cura de Plantas

Antes é importante lembrarmo-nos de que as plantas são seres vivos.


Por essa razão, requerem “atenção médica”, é claro que o instinto diz-lhe
para ir a correr buscar o seu fiel amigo o “pesticida”. No entanto, é
porque se trata de um produto com químicos extremamente potentes,
que infelizmente ao fazer bem a uma coisa, estão a poluir o ambiente, o
melhor é estudar todas as outras opções possíveis. Aqui vai uma ajuda:

 Existem “sintomas” que, parecendo muito graves e estranhas,


podem ser puramente passageiros, desaparecendo dentro de
poucos dias ou quando o tempo melhorar. Neste caso, com um

59
Parasitologia-Fitopatologia

pouco de atenção, é fácil notar que depois de algum tempo a


planta fica sã.
 Por vezes, basta remover as flores, os rebentos, as folhas e os
pés infectados para eliminar o problema. Não aproveite esses
restos para compostagem, desfaça-se deles imediatamente.

 Em último recurso, recorra ao pesticida adequado, optando por


uma solução pouco tóxica. Siga as instruções à risca e lembre-
se que não vai resolver a situação ao borrifar o conteúdo de um
recipiente inteiro sobre uma pobre doente planta-pode sim,
acabar por intensificar o seu problema com a morte da planta, de
plantas vizinhas e até causar a infertilidade do solo.

 A prevenção é fundamental para um jardim ou machamba, que


respira saúde. Comece com um solo saudável, isto porque terra
com saúde, produz plantas com saúde e plantas saudáveis
conseguem resistir mais facilmente às doenças. Um solo de
qualidade deve ser limoso e enriquecido com fertilizante e
técnicas de compostagem.

 Mantenha o seu jardim ou machamba, livre de ervas daninhas e


de detritos de plantas, que são elementos propícios para o
desenvolvimento de todo o tipo de doenças.

 As doenças são muitas vezes, transmitidas de planta em planta


devido aos utensílios de jardim ou machamba, mal lavados.
Assegure que todas as suas ferramentas estejam devidamente
desinfectadas (especialmente quando utilizadas para cortar ou
eliminar folhas e outras partes doentes), bastando para isso uma
mistura de água e lixívia.

 Durante o processo de rega, tenha cuidado para não salpicar a


folhagem das plantas. Ao respingar do solo para as folhas, está
a colocá-las em risco de contrair uma doença. Se possível, deve
regar de manhã cedo, assim as plantas têm tempo de secar
antes do pico do sol que poderá queimar gravemente planta
muito molhadas. Por outro lado, quanto mais tempo as folhas
estiverem molhadas, mais probabilidades têm de ser atacadas
por bactérias, fungos e vírus.

60
Parasitologia-Fitopatologia

 É igualmente importante permitir uma boa circulação de ar entre


todas as plantas. Para além de secarem mais rapidamente, as
brisas podem facilmente levar as doenças para longe antes de
estas terem tempo de se “agarrarem” a uma planta.

 Se verificar que, ano após ano, os mesmos sintomas e doenças


continuam a devastar o seu jardim, seria melhor começar a
pensar em introduzir novas variedades de plantas e flores.

 Quando comprar novas plantas, inspeccione-as muito bem antes


de as levar para casa ou opte pelas variedades que se auto-
proclamam e que são, de facto, plantas resistentes às doenças.

 Por último, quando em dúvida consulte um especialista ou


adquira um guia sobre as diferentes doenças bacterianas, virais
e fungais, bem como os seus respectivos tratamentos, para o
auxiliar em situações menos saudáveis. No fundo, mais vale
prevenir do que remediar… para um jardim resplandecente.

Sumário
Existem “sintomas” que, parecendo muito graves e estranhas, podem ser
puramente passageiros, desaparecendo dentro de poucos dias ou
quando o tempo melhorar. Por vezes, basta remover as flores, os
rebentos, as folhas e os pés infectados para eliminar o problema. No uso
de pesticidas, siga as instruções à risca e lembre-se que não vai resolver
a situação ao borrifar o conteúdo de um recipiente inteiro sobre uma
pobre doente planta-pode sim, acabar por intensificar o seu problema
com a morte da planta, de plantas vizinhas e até causar a infertilidade do
solo.

Mantenha o seu jardim ou machamba, livre de ervas daninhas e de


detritos de plantas, que são elementos propícios para o desenvolvimento
de todo o tipo de doenças. As doenças são transmitidas de planta em

61
Parasitologia-Fitopatologia

planta devido aos utensílios de jardim ou machamba, mal lavados. Se


possível, deve regar de manhã cedo, assim as plantas têm tempo de
secar antes do pico do sol que poderá queimar gravemente planta muito
molhadas. Por outro lado, quanto mais tempo as folhas estiverem
molhadas, mais probabilidades têm de ser atacadas por bactérias,
fungos e vírus. Se verificar que, ano após ano, os mesmos sintomas e
doenças continuam a devastar o seu jardim, seria melhor começar a
pensar em introduzir novas variedades de plantas e flores.

1. A prevenção é fundamental para um jardim ou machamba, que


respira saúde. Como é que ela deve comecar?
R: Comece com um solo saudável, isto porque terra com saúde,
produz plantas com saúde e plantas saudáveis conseguem resistir
mais facilmente às doenças. Um solo de qualidade deve ser limoso e
enriquecido com fertilizante e técnicas de compostagem.

2. Porque é que se deve eliminar as ervas daninhas no jardim ou


machamba?
R: Impedem o crescimento das plantas, disputam nutrientes e
espaço com as outras plantas.
Exercícios
3. Como é que deve ser desinfectadas as ferramentas?
R: Com uma mistura de água e lixívia.

4. E mais aconselhável, regar de manhã cedo. Explique porque.


R: Porque as plantas têm tempo de secar antes do pico do sol que
poderá queimar gravemente planta muito molhadas. Por outro lado,
quanto mais tempo as folhas estiverem molhadas, mais
probabilidades têm de ser atacadas por bactérias, fungos e vírus.

62
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 11

Tema: Métodos de Obtenção de Explantes


Livres de Patógenos

Introdução
Caro estudante, seja bem-vindo a esta unidade. Na unidade anterior discutimos o
método de cura de plantas. Existem várias técnicas ou métodos que ajudam a
melhor ou recuperar a qualidade das plantas.

Nesta unidade o prezado estudante, é convidado para a discussão acerca


métodos de obtenção de explantes livres de patógenos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer os métodos de obtenção de explantes.


 Descrever os métodos de obtenção de explantes.
 Aplicar os métodos de obtenção de explantes.
 Explicar os métodos de obtenção de explantes
Objectivos

Métodos de Obtenção de Explantes Livres de Patógenos

 A cultura de Ápices Caulinares: a cultura de ápices caulinares


é utilizada como uma estratégia para o estabelecimento de
estoques de plantas matrizes livres de vírus e também, para
eliminar algumas doenças provocadas por fungos e bactérias.
Esse método baseia-se na premissa de que a concentração do
patógeno não se distribui uniformemente na planta infectada.
Umas das vantagens deste sistema são a manutenção da

63
Parasitologia-Fitopatologia

identidade do genótipo regenerado, que ocorre na maioria dos


casos em virtude das células do meristema do ápice caulinar
serem mais estáveis geneticamente. Além disso, o ápice é uma
estrutura organizada, que pode desenvolver-se directamente em
parte aérea, em meio de cultura adequado sem passar pela fase
de calo.

Basicamente, a metodologia consiste na excisão da cúpula


meristemática apical com um ou dois primórdios foliares (onde
ainda não se observa conexão vascular com os tecidos da
planta), sendo cultivado em meio nutritivo adequado para
diferenciação e desenvolvimento dos sistemas caulinar e
radicular. Várias hipóteses são utilizadas para explicar a
eliminação de vírus através da cultura de ápices caulinares mas
até o momento nenhuma foi comprovada. Provavelmente, há
mais de um mecanismo de inativação operando nas células
meristemáticas em cultura, que elimina o patógeno,
principalmente vírus, dos tecidos infectados. Outros sugerem
que as substâncias reguladoras de crescimento presentes no
meio de cultura podem estimular um mecanismo de resistência
das células da planta, ou que esses reguladores possuem ação
sobre os vírus durante o período de cultura dos ápices
caulinares.
 Microenxertia: uma variação da técnica de cultura de ápice
caulinar para limpeza clonal é a microenxertia. Essas técnicas
são particularmente adequadas em espécies lenhosas, devido
as características apresentadas pelas plantas, principalmente o
caule. Quando há absoluta exigência da manutenção de
características adultas no propágulo vegetativo (como
florescimento). Quando as partes aéreas regeneradas não
enraizam-se adequadamente in vitro. A microenxertia foi descrita
pela primeira vez por Murashige et al. (1972), recuperando
plantas de Citrus com manutenção das características adultas,
indispensáveis do ponto de vista comercial. Posteriormente foi
aperfeiçoada, tornando-se eficiente na obtenção de plantas
cítricas livres de vírus e tem sido utilizada, com sucesso, para
outras espécies lenhosas tais como macieira, videira e
pessegueiro. Com a microenxertia tornou-se possível a produção
de matrizes de fruteiras com alta qualidade fitossanitária e com

64
Parasitologia-Fitopatologia

características adultas, sem reversão ao estado juvenil.

Novamente, a indexação e a manutenção de estoques de


plantas sadias como matrizes são etapas decisivas no sucesso
de tal programa de limpeza clonal. Esta técnica consiste
basicamente em microenxertar em condições assépticas, um
ápice caulinar, contendo dois a três primórdios foliares, excisado
de uma planta matriz, sobre um porta-enxerto estabelecido in
vitro. Decapita-se o porta-enxerto e faz-se uma excisão em “ T ”,
apresentado de uma forma invertida no seu topo, de modo a
facilitar a introduzição do microenxerto, sobre a outra planta.

A microenxertia envolve quatro etapas principais:

 Obtenção do porta-enxerto: o porta-enxerto é obtido de


uma semente germinada in vitro. Muitas espécies
necessitam de tratamentos especiais para que ocorra a
quebra de dormência de suas sementes. Algumas
precisam de tratamentos especiais como por exemplo,
sementes de ameixa e damasco que precisam ser
estratificadas a uma temperatura de 3 a 4 oC durante 30
a 60 dias, além de serem tratadas com reguladores de
crescimento, como por exemplo BAP (citocinina) ou GA3
(giberelina). Após atingirem um tamanho aproximado de
5 cm, o ápice é excisado deixando aproximadamente 1,5
a 2 cm do  epicótilo, sendo estas operações realizadas
no interior do tubo de ensaio. Pode ser necessário a
utilização de antioxidantes, como dietilditiocarbamato de
sódio (DIECA) 1,5 g/l, aplicado com uma seringa com
membrana ‘Millipore’ (0,45mm).
 Preparação e obtenção do microenxerto (ápice
meristemático): em Citrus, para estimular a a brotação
de gemas laterais novas e ideais para serem coletadas,
a planta é mantida preferencialmente em casa de
vegetação, diminuindo assim a contaminação por
patógenos. O ápice meristemático mede de 0,2 a 0,4
mm e é obtido dos brotos laterais terminais. Os brotos

65
Parasitologia-Fitopatologia

são esterilizados superficialmente com etanol 80% (v/v)


durante 2 a 3 minutos e durante 10 a 15 minutos com
hipoclorito de cálcio (6-9%) que contenha 0,1% de
Tween-20. Os brotos são lavados com água destilada
esterilizada três ou mais vezes. Esta operação é
realizada na câmara de fluxo laminar com o auxílio de
uma lupa com aumento de 20 vezes.

 Microenxertia: os porta-enxertos desenvolvidos em


condições estéreis são retirados do tubo de ensaio, na
câmara de fluxo. O epicótilo é excisado a 2 cm da base e
os cotilédones são eliminados. Em seguida, sob uma
lupa e com o auxílio de um bisturi, promove-se o corte
em ' T ' invertido sem atingir o córtex e inicia-se, a partir
das gemas, a excisão do ápice caulinar com três
primórdios foliares que é transferido para a base do corte
em T.

 Transplante da Planta Microenxertada:


aproximadamente após 45 dias de incubação, o
microenxerto já produziu duas ou três folhas,
possibilitando o seu transplante para um substrato
esterilizado, e o cultivo em casa de vegetação.

Sumário
Os métodos de obtenção de explantes livrem de patógenos,
aplicados sao: a cultura de apices caulinares utilizada como uma
estratégia para o estabelecimento de estoques de plantas matrizes
livre de vírus e eliminar algumas doenças provocadas por fungos e
bactérias. A metodologia consiste na excisão da cúpula
meristemática apical com um ou dois primórdios foliares (onde ainda
não se observa conexão vascular com os tecidos da planta), sendo
cultivado em meio nutritivo adequado para diferenciação e
desenvolvimento dos sistemas caulinar e radicular.

A microenxertia, uma variação da técnica de cultura de ápice


caulinar para limpeza clonal essas técnicas são particularmente

66
Parasitologia-Fitopatologia

adequadas em espécies lenhosas, devido as características


apresentadas pelas plantas, principalmente o caule. Esta técnica
consiste basicamente em microenxertar em condições assépticas,
um ápice caulinar, contendo dois a três primórdios foliares, excisado
de uma planta matriz, sobre um porta-enxerto estabelecido in vitro.
Decapita-se o porta-enxerto e faz-se uma excisão em “ T ”,
apresentado de uma forma invertida no seu topo, de modo a facilitar
a introduzição do microenxerto, sobre a outra planta. A microenxertia
envolve quatro etapas principais: obtenção do porta-enxerto;
preparação e obtenção do microenxerto (ápice meristemático);
microenxertia e transplante da planta microenxertada.

1. Diga o que entendes por microenxertia.


R: microenxertia, uma variação da técnica de cultura de ápice
caulinar para limpeza clonal.

a) Quando e que a microenxertia foi descrita pela primeira vez?


R: em 1972, murashige et al.

b) Qual foi o objectivo?


R: Recuperar plantas de Citrus, com manutenção das características
adultas, indispensáveis do ponto de vista comercial.

c) Dê 2 exemplos de plantas em que se pode aplicar este mêtodo.


R: Macieira, videira e pessegueiro.
Exercícios
2. A microenxertia envolve quatro etapas principais. Quais são?
R: Obtenção do porta-enxerto; preparação e obtenção do
microenxerto (ápice meristemático), microenxertia e transplante da
planta microenxertada.

3. Quais sao as vantagens da aplicacao do metodo de cultura de


ápices caulinares?
R: A manutenção da identidade do genótipo regenerado, que ocorre
na maioria dos casos em virtude das células do meristema do ápice
caulinar serem mais estáveis geneticamente e o ápice é uma
estrutura organizada, que pode desenvolver-se directamente em
parte aérea, em meio de cultura adequado sem passar pela fase de
calo.

a) Em que se baseia este método?


R: Baseia-se na premissa de que a concentração do patógeno não
se distribui uniformemente na planta infectada.

67
Parasitologia-Fitopatologia

68
Parasitologia-Fitopatologia

Unidade 12

Tema: Normas Gerais Sobre o Uso de Agrotóxicos

Introdução

Os defensivos agrícolas são produtos de acção biológica e visam, a defender as


plantas de agentes nocivos. Alguns, como os insecticidas, têm por fim, combater
formas de vida animal e, por consequência, tendem a ser mais perigosos para o
Homem.

Nesta unidade o prezado estudante é convidado para a discussão acerca das


normas gerais sobre o uso de agrotóxicos.

Ao completar esta unidade você será capaz de:

 Conhecer as normas de uso de agrotóxicos.


 Aplicar as regras do uso de agrotóxicos.
 Distinguir as diferentes regras de uso de agrotóxicos.
 Aplicar os primeiros socorros em acidentes com agrotóxicos.
 Aplicar as regras de higiene no uso de agrotóxicos.
Objectivos
 Aplicar as regras de armazenamento de agrotóxicos.
 Descrever as regras de uso de agrotoxicos individuais.
 Demonstrar conhecimentos sobre o uso de agrotóxicos.

Normas Gerais Sobre o Uso de Agrotóxicos

A avaliação toxicológica efectuada pelos Ministérios da Saúde de muitos


países, bem como pela Organização Mundial de Saúde, antes do
registro do produto, visa a permitir a comercialização daqueles que,
usados de forma adequada, não causem danos à saúde nem deixem
resíduos perigosos sobre os alimentos. As avaliaçõo de impacto
ambiental realizada por varias entidades nacinais e internacinais, tem por

69
Parasitologia-Fitopatologia

objetivo permitir o uso apenas de produtos compatíveis com a


preservação do meio ambiente. Na realidade, os maiores riscos de
intoxicação estão relacionados ao contacto do produto ou da calda com
a pele. A via mais rápida de absorção é pelos pulmões, por isso, a
inalação constitui-se grande factor de risco. Assim, os trabalhadores que
aplicam rotineiramente agrotóxicos devem se submeter periodicamente a
exames médicos.

Portanto, o crescente aumento nos custos dos produtos químicos, da


mão-de-obra, da energia e a preocupação cada vez maior em relação à
poluição ambiental, têm realçado a necessidade de uma tecnologia mais
acurada na colocação do produto químico, bem como no procedimentos
e equipamentos adequados à maior protecção ao trabalho.   Para
melhorar a qualidade e eficiência dos tratamentos e reduzir o desperdício
de produtos e contaminação do ambiente, os pulverizadores devem ser
calibrados periodicamente, utilizando-se equipamentos e métodos
reconhecidos internacionalmente, que passamos a citar:

 Calibração: a calibração é fundamental para a correta aplicação


de defensivos agrícolas. Uma vez acoplado o pulverizador e
abastecido com água, deve-se verificar o funcionamento da
máquina, se não há eventuais vazamentos, e se os
componentes estão funcionando a contento. Equipar o
pulverizador com bicos apropriados é um dos pontos mais
cruciais nesta fase. O pulverizador deve ser levado até o local de
trabalho e várias opções de bicos devem ser testadas para se
decidir por aquele que melhor atenda aos requisitos do
tratamento, isto é, o que melhor coloca o produto no alvo, sem
perda por escorrimento nem por deriva.Os componentes dos
equipamentos que devem ser considerados para melhorar
qualidade e eficiência nos tratamentos fitossanitários, são os
seguintes:
 Bicos: utilizar bicos de cerâmica, pela maior resistência,
durabilidade e qualidade de gotas. É considerado o
principal órgão do pulverizador, pois dele depende a vazão
e a qualidade das gotas. Apresenta uma durabilidade
média de 400 horas com 150 a 200 libras de pressão.

70
Parasitologia-Fitopatologia

 Filtro: utilizar filtros na entrada do tanque, antes da


bomba e antes dos bicos, para prevenir o desgaste e/ou
entupimento. A limpeza do filtro na entrada do tanque deve
ser frequente, no mínimo diário.

 Agitadores: após a diluição dos produtos, é necessário


que durante a pulverização a calda seja mantida
homogeneizada, para uniformizar a distribuição do produto
na planta, e a vazão não deve ser superior a 8% da
capacidade da bomba. O agitador é indispensável quando
se está trabalhando com produtos de formulação pó
molhável ou suspensão concentrada.

 Manômetro: utilizado para aferir a pressão de saída da


calda pelos bicos. Devem ter escala visível e serem
banhados com glicerina, para maior resistência. O
manômetro comum apresenta problemas de durabilidade,
pois lhe falta robustez para suportar as árduas condições
de trabalho (vibração e líquido agressivo circulando no seu
interior).

 Preparo da Calda: O preparo da calda pode ser realizado pela


adição direta do produto no tanque, ou através de pré-diluição.
Quando são utilizados produtos na formulação líquida, podem
ser adicionados diretamente no tanque com a quantidade da
água desejada. Para produtos na formulação de pó molhável, é
recomendado fazer pré-mistura, seguindo as etapas:
 Dissolver o produto em pequena quantidade de água,
agitando-se até a completa suspensão do produto.
 Despejar a suspensão no tanque, contendo
aproximadamente dois terços do volume de água a ser
utilizada. Após, completar o volume. Quando usado mais
de um produto, deve ser seguida a recomendação para
cada produto, individualmente. Em alguns casos, a
associação de produtos permite a redução de dosagens
dos mesmos.

71
Parasitologia-Fitopatologia

Cuidados Curante o Preparo e Aplicação dos


Produtos Fitossanitários

 Evitar a contaminação ambiental.


 Utilizar equipamento de proteção individual -EPI (macacão de
PVC, luvas e botas de borracha, óculos protectores e máscara
contra eventuais vapores). Em caso de contaminação substituí-lo
imediatamente.
 Não trabalhar sozinho quando manusear produtos tóxicos.
 Não permitir a presença de crianças e pessoas estranhas ao
local de trabalho.
 Preparar o produto em local fresco e ventilado, nunca ficando a
frente do vento.
 Ler atentamente e seguir as instruções e recomendações
indicadas no rótulo dos produtos.
 Evitar inalação, respingo e contacto com os produtos.
 Não beber, comer ou fumar durante o manuseio e a aplicação
dos tratamentos.
 Preparar somente a quantidade de calda necessária à aplicação
a ser consumida numa mesma jornada de trabalho.
 Aplicar sempre as doses recomendadas.
 Evitar pulverizar nas horas quentes do dia, contra o vento e em
dias de vento forte ou chuvosos.
 Não aplicar produtos próximos à fonte de água, riachos, lagos,
etc.
 Não desentupir bicos, orifícios, válvulas, tubulações com a boca.
 Não reutilizar as embalagens vazias.
 A embalagem deverá ser aberta com cuidado para evitar
derramamento do produto.
 Utilizar balanças aferidas (INMETRO), copos graduados, baldes
e funis específicos para o preparo da calda. Nunca utilizar esses
mesmos equipamentos para outras actividades.
 Fazer a lavagem da embalagem vazia logo após o esvaziamento
da embalagem, longe de locais que provoquem contaminações
ambientais e causem riscos a saúde das pessoas.
 Após o preparo da calda, lavar os utensílios e secá-los ao sol.
 Usar apenas o agitador do pulverizador para misturar a calda.

72
Parasitologia-Fitopatologia

 Utilizar sempre água limpa para preparar a calda e evitar o


entupimento dos bicos do pulverizador.
 Verificar o pH da água e corrigir caso necessário, seguindo as
intruções do fabricante do agrotóxico que será aplicado.
 Verificar se todas as embalagens usadas estão fechadas e
guarde-as no depósito.
 Fazer a revisão e manutenção periódica nos pulverizadores
substituindo as mangueiras furadas e bicos com diferenças de
vazões acima de 10%.
 Lavar o equipamento e verifique o seu funcionamento após cada
dia de trabalho.
 Jamais utilizar equipamentos com defeitos vazamentos ou em
condições inadequadas de uso e, se necessário substitua-os;
 Ler o manual de instruções do fabricante do equipamento
pulverizador e saber como calibrá-lo correctamente.
 Pressão excessiva na bomba causa deriva e perda da calda de
pulverização.
 Jamais misturar no tanque produtos incompatíveis e observe a
legislação local.

Cuidados no Armazenamento de Agrotóxicos

 O depósito deve ficar num local livre de inundações e separado


de outras construções, como residências e instalações para
animais.
 A construção deve ser de alvenaria, com boa ventilação e
iluminação natural.

 O piso deve ser cimentado e o telhado sem goteiras para permitir


que o depósito fique sempre seco.

 As instalações elétricas devem estar em bom estado de


conservação para evitar curto-circuíto e incêndios.

 O depósito deve estar sinalizado com uma placa "cuidado


veneno".

73
Parasitologia-Fitopatologia

 As portas devem permanecer trancadas para evitar a entrada de


crianças, animais e pessoas não autorizadas.

 Os produtos devem estar armazenados de forma organizada,


separados de alimentos, rações animais, medicamentos e
sementes.

 Não é recomendável armazenar estoques de produtos além das


quantidades para uso a curto prazo (no máximo para uma safra).

 Nunca armazene restos de produtos em embalagens sem tampa


ou com vazamentos.

 Mantenha sempre os produtos ou restos em suas


embalagens originais.

Primeiros Socorros em Caso de Acidentes


Via de regra os casos de contaminação são resultado de erros
cometidos durante as etapas de manuseio ou aplicação de produtos
fitossanitários e são causados principalmente pela falta de informação ou
displicência do operador:

 Antes de mais nada é importante conhecer as instruções dos


primeiros socorros do rótulo ou da bula do produto.
 Deve-se descontaminar as partes atingidas por meio de um
banho com o objectivo de eliminar a absorção do produto pelo
corpo e vista a vítima com roupas limpas, antes de levar a vítima
para o hospital.
 Ligue para o telefone de emergência do fabricante, informando o
nome e idade do paciente, o nome do médico e o telefone do
hospital.

Cuidados com a Higiene


Contaminações podem ser evitadas com hábitos simples de higiene:

 Os produtos químicos normalmente penetram no corpo do


aplicador através do contacto com a pele.

74
Parasitologia-Fitopatologia

 Roupas ou equipamentos contaminados deixam a pele do


trabalhador em contacto directo com o produto e aumentam a
absorção pelo corpo.
 Outra via de contaminação é através da boca, quando se
manuseiam alimentos, bebidas ou cigarros com as mãos
contaminadas.
 Após o manuseio de produtos fitossanitários é importante lavar
bem as mãos e o rosto antes de comer, beber ou fumar.
 As roupas usadas na aplicação, no final do dia de trabalho,
devem ser lavadas separadamente das outras roupas de uso da
família.
 Também é importante tomar banho com bastante água e
sabonete, lavando bem o couro cabeludo, axilas, unhas e
regiões genitais e usar sempre roupas limpas.

Sumário

A avaliação toxicológica efectuada pelos Ministérios da Saúde de muitos


países, bem como pela Organização Mundial de Saúde, antes do
registro do produto, visa a permitir a comercialização daqueles que,
usados de forma adequada, não causem danos à saúde nem deixem
resíduos perigosos sobre os alimentos. As avaliaçõo de impacto
ambiental realizada por varias entidades nacinais e internacinais, tem por
objetivo permitir o uso apenas de produtos compatíveis com a
preservação do meio ambiente. A via mais rápida de absorção é pelos
pulmões, por isso, a inalação constitui-se grande factor de risco. Assim,
os trabalhadores que aplicam rotineiramente agrotóxicos devem se
submeter periodicamente a exames médicos. Para melhorar a qualidade
e eficiência dos tratamentos e reduzir o desperdício de produtos e
contaminação do ambiente, os pulverizadores devem ser calibrados
periodicamente, utilizando-se equipamentos e métodos reconhecidos
internacionalmente, que passamos a citar:

A calibração é fundamental para a correcta aplicação de defensivos


agrícolas. Equipar o pulverizador com bicos apropriados é um dos
pontos mais cruciais nesta fase. Os componentes dos equipamentos que

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Parasitologia-Fitopatologia

devem ser considerados para melhorar qualidade e eficiência nos


tratamentos fitossanitários, são os seguintes: bicos, filtro, agitadores e
manómetro. O preparo da calda pode ser realizado pela adição directa
do produto no tanque, ou através de pré-diluição. Para produtos na
formulação de pó molhável, é recomendado: dissolver o produto em
pequena quantidade de água, agitando-se até a completa suspensão do
produto; despejar a suspensão no tanque, contendo aproximadamente
dois terços do volume de água a ser utilizada. Durante a preparacao,
armazenamento devem ser aplicados os cuidados e regras básicas de
higiene e segunça. No caso de acidentes, deve-se aplicar os primeiros
socorros: antes de mais nada é importante conhecer as instruções dos
primeiros socorros do rótulo ou da bula do produto, deve-se
descontaminar as partes atingidas por meio de um banho com o
objectivo de eliminar a absorção do produto pelo corpo e vista a vítima
com roupas limpas, antes de levar a vítima para o hospital e ligar para o
telefone de emergência do fabricante, informando o nome e idade do
paciente, o nome do médico e o telefone do hospital.

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Parasitologia-Fitopatologia

1. Quais são os maiores riscos de intoxicação?


R: Contacto do produto ou da calda com a pele.

2. Diga qual é a via mais rápida de absorção?


R: É pelos pulmões, por isso, a inalação constitui-se grande factor de
risco. Assim, os trabalhadores que aplicam rotineiramente
agrotóxicos devem se submeter periodicamente a exames médicos.

3. Quais são os componentes dos equipamentos que devem ser


considerados para melhorar qualidade e eficiência nos tratamentos
fitossanitários?
R: Bicos, filtro, agitadores e manómetro.

4. Enumere 5 cuidados durante o preparo e aplicação dos produtos


Exercícios fitossanitários.
R: Não trabalhar sozinho quando manusear produtos tóxicos; não
permitir a presença de crianças e pessoas estranhas ao local de
trabalho; preparar o produto em local fresco e ventilado, nunca
ficando a frente do vento; ler atentamente e seguir as instruções e
recomendações indicadas no rótulo dos produtos e não beber,
comer ou fumar durante o manuseio e a aplicação dos tratamentos.

5. Quias são 4 Cuidados a ter no Armazenamento de Agrotóxicos?


R: O depósito deve ficar num local livre de inundações e separado
de outras construções, como residências e instalações para animais;
a construção deve ser de alvenaria, com boa ventilação e iluminação
natural; o piso deve ser cimentado e o telhado sem goteiras para
permitir que o depósito fique sempre seco e as instalações elétricas
devem estar em bom estado de conservação para evitar curto-
circuíto e incêndios.

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1º PROVA DE FITOPATOLOGIA
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA – UFRA


Instituto de Ciências Agrárias – ICA CURSO: Agronomia Data: ____/____/____
Nome do Aluno(a): ________________________________________ Turma: C Nº
1º NAP FITOPATOLOGIA GERAL
1º (1,5 pt)- A história da fitopatologia par fins didáticos, é divida em períodos. Do Texto
recomendado para leitura e apresentação do resumo, pede-se qual a característica principal
do período Etiológico?
R: A característica principal deste período é a desconstrução da teoria da geração
espontânea dando-se ao inicio do período áureo da microbiologia.
2º (2,0 pts) – Coloque a letra F(falsa) ou V(verdadeira) entre os parênteses para indicar se a
afirmação é falsa ou verdadeira.
( V ) Amarelecimento, causado pela destruição da clorofila, é distinto da clorose, este um
sintoma hipoplástico decorrente da falta de clorofila.
O amarelecimento diferencia-se da clorose devido ao primeiro ser um sintoma causado pela
destruição da clorofila enquanto que na clorose o sintoma decorre por falta de clorofila
( F ) Murcha, Sintoma definido como os estados flácidos das folhas ou brotos, devido a falta
de água, sempre é causado por distúrbios nos tecidos vasculares e / ou radicular.
( F ) Sintomas Holonecróticos são sintomas necróticos presentes antes da morte do
protoplasma.
( F ) Albinismo, é a falta congênita de produção de clorofila e é um sintoma hiperplástico.
( V ) Galha, o desenvolvimento anormal de tecidos de plantas, resulta da hipertrofia e/ou
hiperplasia de suas células.
( F ) Todo Processo infeccioso nos tecidos do hospedeiro acarreta na área lesionada
diminuição na taxa de respiração das células atacadas e nas adjacentes.
( V ) Quadro Sintomatológico é a seqüência completa dos sintomas e sinais que ocorrem
durante o desenvolvimento de uma doença.
( V ) Conforme as alterações produzidas no hospedeiro, os sintomas podem ser separados
em habituais ou lesionais.
( V ) Os sinais constituem a evidência do patógeno sobre a superfície das folhas ou do tecido
necrosado.
( V ) Para a identificação de Parasitas obrigatórios são utilizados apenas as duas primeiras
etapas do Postulado de Koch.
3º (1,5 pt) – Para diagnosticar uma doença a identificação dos sintomas é a primeira etapa a
ser cumprida. Além dos sintomas, os procedimentos laboratoriais e de campo são
importantes para a correta diagnose, fale sobre estes procedimentos.
R: Os procedimentos laboratoriais e de campo se fazem de extrema necessidade para uma
melhor diagnose da doença. O de campo depende muito da observação do
aluno/pesquisador para que se possa ter ao menos uma noção antes de se levar as amostras
ao laboratório. Já no laboratório deve se utilizar a correta procedência para a identificação
do patógeno para que não ocorra infecção do material e por assim o erro da análise.

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Parasitologia-Fitopatologia

4º(1,5 pt) – Conceitue as três fases de vida dos patógenos, segundo o ciclo das relações
patógeno – hospedeiro.
R: O desenvolvimento do patógeno compreende fases ativas e inativas. As fases ativas são
patogênese e saprogênese. A fase inativa é chamada de dormência.
Patogênese: é a fase em que o patógeno está associado ao tecido vivo do hospedeiro.
Compreende três fases: pré-penetração, penetração e colonização. Ocorre nos parasitas
obrigados e facultativos.
Saprogênese: é a fase em que o patógeno não está associado ao tecido vivo do hospedeiro,
ele encontra-se em atividade saprofítica sobre restos de cultura ou sobre a matéria orgânica
do solo. Não ocorre nos parasitas obrigados.
Dormência: é a fase onde as condições não são favoráveis a atividade do patógeno,
achando-se este com metabolismo reduzido. Em tais oportunidades os microrganismos
poderão sobreviver na forma de estruturas apropriadas, denominadas estruturas de
resistência, que são órgãos consistentes e ricos em reservas, tais como esclerócios,
peritécios, clamidosporos e esporos de resistência em alguns fungos, bem como na forma de
micélio dormente dentro de sementes e gemas. A formação de estruturas de resistência não
constitui um privilégio de todos os agentes fitopatogênicos, pois muitos fungos e bactérias,
além da maioria dos nematóides fitoparasitas, não as possuem. Ocorre tanto nos parasitas
obrigados como nos facultativos.
Essas fases nem sempre ocorrem seguindo uma regular alternância, pois a ordem de
sucessão das mesmas depende de várias circunstâncias. A seqüência poderá obedecer às
mais variadas combinações.
5º (1,5 pt) – De acordo com os processos de sobrevivência dos patógenos descreva os
mecanismos que permitem esse processo o ciclo das relações patógeno – hospedeiro.
1. Estruturas especializadas de resistência: comuns em fungos, nematóides e dois gêneros
de bactérias. Embora tenham formas e origem diferentes, estas estruturas têm a função de
manter o microorganismo vivo, em estado de latência, por longos períodos de tempo.
2. Atividade saprofítica: o patógeno mantém seu metabolismo ativo através da colonização
de matéria orgânica ou utilização de nutrientes do solo.
3. Plantas hospedeiras: o patógeno pode sobreviver na superfície do seu hospedeiro até
que existam condições favoráveis para o seu desenvolvimento, sem causar doença. Já os
parasitas obrigatórios causam doença mas mantém o hospedeiro vivo, pois dependem dele
para sobreviver. O patógeno pode sobreviver ainda em sementes e hospedeiras alternativas,
como plantas daninhas.
4. Vetores: são seres vivos que transportam o patógeno e, na ausência do hospedeiro,
retém o patógeno em seu organismo, mantendo-o vivo. Os vetores são principalmente
insetos, mas plantas parasitas, fungos e nematóides também podem se comportar desta
maneira.
6º (2,0pts) – Descreva as etapas que compõem o ciclo das relações patógeno – hospedeiro.
Sobrevivência:perpetuação do inóculo entre ciclos da cultura. Estratégias para sobrevivência:
• estruturas de resistência: teliósporos, ascocarpos, oósporos, escleródios e clamidósporos
• atividades saprofíticas: na decomposição da matéria orgânica e na solução do solo
• plantas hospedeiras: hospedeiro doente (biotróficos e parasitas facultativos), hospedeiro
sadio (epífita) e em sementes • vetores: insetos, nematóides e fungos Outras vias:
rizomorfas, esporângios e conídios
Disseminação: Disseminação implica em movimento do patógeno e envolve os
subprocessos: liberação, dispersão e deposição do inóculo.
Infecção: processo que se inicia na prépenetração e termina no estabelecimento de relações
parasitárias estáveis. Apresenta as seguintes fases: pré-penetração e penetração. Uma vez

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Parasitologia-Fitopatologia

depositados sobre uma planta hospedeira e sob condições favoráveis de ambiente os


propágulos do patógeno iniciam uma série de atividades bioquímicas e transformações
morfológicas. Estes eventos são o fenômeno da infecção, ou seja, um processo que tem
início com a entrada do patógeno na planta e termina com o estabelecimento das relações
parasitárias entre ele e a planta hospedeira.
Colonização: É a expressão da fase parasitária do patógeno, representada pela retirada de
nutrientes do hospedeiro. Em função das relações nutricionais estabelecidas com o
hospedeiro a colonização pode ser classificada em três grupos: biotrófica (alimentação da
célula viva); hemibiotrófico (alimentação de células vivas e mortas) e necrotrófico
(alimentação exclusiva de células mortas). Quanto à distribuição do patógeno no
hospedeiro, esta pode ser sistêmica (quando o patógeno é amplamente distribuído na planta
pelo sistema vascular e é encontrado em pontos distantes do foco da infecção) ou localizada
(quando o patógeno é encontrado somente nas células próximas ao ponto de infecção).
Reprodução: É o processo de produção do inóculo, que pode ocorrer tanto no exterior como
na superfície do hospedeiro. Os vírus replicam-se no interior do hospedeiro e a maioria dos
fungos e bactérias reproduzem-se logo abaixo ou na superfície do hospedeiro, o que
favorece a disseminação do inóculo.

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