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CURITIBA
INTRODUÇÃO
Walter Benjamin foi filósofo, ensaísta, crítico literário e tradutor alemão. Nasceu
em Berlim, Alemanha, no dia 15 de julho de 1892, de uma família abastada
burguesa judia. Em 1904, por problemas de saúde foi matriculado em um internato
na Turíngia, onde conheceu o pedagogo Gustav Wyneken e sob influência ingressou
no Movimento da Juventude, que tinha o objetivo de reformular o sistema
educacional da Alemanha em um sentido mais amplo da crítica da cultura e das
sociedades alemãs. Em 1913 estudou lógica em Berlim, no mesmo ano foi eleito
presidente do “Grupo de Estudantes Livres”, que integrava o movimento da
juventude. No ano seguinte, rompe com o Wyneken e o Movimento da Juventude,
por conta de idéias distintas em relação à Primeira Guerra. Logo conhece Gershom
Scholen, iniciando uma grande amizade passando a ter uma nova visão sobre a
esquerda e o judaísmo.
Entre 1923 a 1925 realizou sua obra mais ampla, “o drama do barroco alemão”,
apresentou seu ensaio a Universidade de Frankfurt, mas foi negada a licença
profissional que lhe concedia a docência do Departamento de Estética. Após as
rejeições colaborou em jornais e revistas, se tornando bolsista do Instituto de
Pesquisa, mais tarde sendo conhecida como “Escola de Frankfurt”. Em 1933 com a
ascensão do regime nazista Benjamin é exilado em Paris até sua morte, acabou
mudando de endereço muitas vezes, ficou hospedado na casa de Bertolt Brecht
também exilado na Dinamarca. Walter Benjamin estava sendo ameaçado
constantemente pelos nazistas e se suicida em 1940 com uma dose letal de morfina,
na fronteira franco-espanhola.
Walter Benjamin pertence á teoria crítica em sentido amplo, inspirado em Marx
que a partir da Escola de Frankfurt, pôs em questão não só o poder da burguesia,
mas também os fundamentos da racionalidade e da civilização ocidental.
Questionou a ideologia do progresso, como filosofia imprecisa e sem rigor, buscava
livrar o marxismo definitivamente de influências burguesas progressistas. Benjamin
foi afundo à luta de classes como princípio de compreensão da história e
transformação do mundo, para Benjamin a história não parece como um processo
de desenvolvimento de forças produtivas, mas como um combate entre opressores e
oprimidos, apostava nas classes oprimidas como força libertadora da humanidade,
ele vê nas classes dominadas a única força capaz de derrubar o sistema de
dominação.
O pensamento de Benjamin está enraizado na tradição romântica alemã e na
cultura judaica da Europa Central. Contudo, suas reflexões “Sobre o conceito de
história” fornecem informações para compreender realidades culturais, fenômenos
históricos e movimentos sociais em outros contextos. Em 1982, Benjamin publica
pela primeira vez, A obra das Passagens, em que desenvolve sua crítica à idéia do
progresso. Benjamin desenvolve uma versão própria do materialismo histórico
colocando o conceito de atualização, deixando claro em suas obras, que seu
objetivo era aniquilar a idéia do progresso utilizando a metodologia do materialismo
histórico. Segundo Benjamin a historiografia burguesa e a historiografia progressista
se apóiam na mesma concepção de um tempo, sendo homogêneo e vazio, um
tempo cronológico e linear.
Benjamin criticou duramente a visão historicista, exigia que o conceito de história
fosse observado a partir dos oprimidos, contrapondo ao estilo historicista. Benjamin
defende um caráter dentro da teologia, o caráter messiânico que ajudaria no
entendimento da história. Propondo unir o materialismo histórico ao espírito
messiânico para que assim a humanidade não se deixe levar pelas idéias de um
materialismo histórico ortodoxo, alimentando o conformismo enraizado no modelo
historicista diante da noção dominante-dominado, vencedor e vencido. O rigor das
críticas de Benjamin ao historicismo alemão é inspirada nas idéias marxistas e
também de origem nietzchiana. Na qual deveria ser estudada a história em sua
conjuntura, não apenas a narrativa dos fatos e o individualismo da modernidade.