Você está na página 1de 3

4 Te odós io 1º 4. A R e publ ica M ili ta r da M aganja da Cos ta 4.1.

Locali zação Ge og ráfica Para


PÉLISS IER (2000), A área te rr itor ia l da rep úb lica M ilita r d e M a ga nja da Costa este nd ia-
se de ntro dos ac t ua is se guintes li mit es geo grá fico s : ‫ אּ‬N orte : lim ite co m os D ist r ito s de Mo
c uba e I lé, o r io M ugude se r vindo d e lim ite na t ura l; ‫ אּ‬Sul: ba nhado pe lo Ocea no Í nd ico e
ta mb é m s e co nfina va co m o D is tr ito de N amac urra a tra vés do r io L ic ungo; ‫ אּ‬Es te : D istr
ito de Peba ne, a tra vés do r io Mo niga; e ‫ אּ‬Oe s te : limit e co m r io Lic ungo q ue o separ a dos
Dis tr itos de Moc uba e N amac urra. 4.2. Fo rmação do e s tado mil ita r da M aganja da cos ta
Segundo F E R REIR A (1982 : 284) o Se nhor de P ra zos, João Bo nifác io A lves da S ilva, após
vic is s it ud es de vá r ia s orde ns, dec id iu co nst r uir ma is for midá ve l a r inga de toda a Á fr
ica O r ie nta l Por t uguesa. Em 1855 inic io u sé r ia s co nfro ntaçõe s co m M us sa Q ua nt o, e m
reacção co ntra o s rap tos e des tr uições co met id as pe la s forç as des te s ultão. Inst igado pe las a
utor idades por t uguesa s, que lhe cede ra m numerosa s ar mas de fo go e a lguns so ldados re
gula res, tre ino u e e nq uad ro u um e xérc ito de trê s mil ho me ns, divid ido e m do ze e nsacas
de 250 guerre iros. A taco u e oc upo u A ngoc he e m Sete mbro de 1861. Segundo CAP EL A (2010 :
74 ), a Rep ub lica M ilit ar da Ma ga nja da Costa, vigoro u de 1862 a 1898, co nst ituiu um estado
de esc ra vos do tado de uma or ga nização func io na l, de consc iê nc ia co lect iva e de e le vado gra
u de d e mocr at ic idade. E ra m esc ra vos q ue ha via m conq uistado A ngo c he p a ra o do mínio
po rt uguê s. Mo rto e m co mba te o se nhor e c he fe, regressa ra m todos à base de o nde t
inha m pa rt ido e he rda m a Ma ga nja da C osta, o ir mão de pa i d ifere nte de no me Sa lust ia
no Rober to de Mo raes, he rda o poder de fo r ma efé mer a, se ndo re je itado pe los c he fes,
por o nde se ma nt ivera m d ura nte décadas orga nizados e m rep úb lica milit ar co nfor me vár
ios o fic ia is port ugueses, c las s ificara m o s iste ma po lít ico int er no po r e les (o s ac hic
undas d e Bo nifá c io).

5 repúb lic a deve u- se à s ua or ga nizaç ão inter na co m que os o fic ia is das força s ar mada s
de ocupação se depara ra m. M arcos 2º 5. Activ i da de e conómica De aco rdo co m F ER R EI RA
(1982 : 285 ), esta rep úb lica ded ica va- se no t rá fico esc ra vos , co merc ia liza va m tec ido s, beb
idas a lcoó licas e a r ma s de fo go . E xporta va m mar fim e a me ndo im, pe lo par t ic ular po rto
d e Bajo ne, no r io Mo niga. A inda ne sta re gião , cada caze mbe era re spo nsá ve l pe la co lec
ta de tr ib utos des t inado s à ma nute nç ão pr inc ipa l, prat ic a va- se a a gr ic ult ura e cr iação de a
nima is. 6. Es trutura s ociopo lí tica Para CAPELA (2010 :97), a estr ut ura soc iopo lít ica da Rep ub
lica militar, era bast a nte co mp le xa, e m q ue era co mpos ta de :  N o topo es ta va o c he fe
do te rr itór io o u cap itão ─ e nco ntra va- se na e no r me ar inga q ue se loca liza va e m M’Pa
ss ue (depo is da vila da V ila de João C out inho e e m se guida V ila da Ma ga nj a da cos ta),
de t inha o pode r po lít ico, eco nó mico e jur íd ico de nt ro do se u t err itór io;  A seguir es ta va
o Muc a za mbo o u C aze mbe ─ a sua pr inc ip a l função era te ne nte ou co nse lho de guer ra,
q ue era um luga r prepo nde ra nte na c he fia do Es tado e que dep e nd ia da “lea ldade ” dos
ac hic undas q ue era m co ns t it uídos por 12 Caze mb es.  Ac hic unda s ou S ipa is ─ era m os
desce nde ntes dos a ntigos co nq uis tadore s do terr itór io e t inha co mo pr inc ipa l função de
pro te ger as fro nte iras do Estado contra a meaç as e xter nas, s ufocar r e vo lt as e capt ura r
escra vos para a ve nda. Mas
r conta próp r ia o u por co nta de o utre m, no meada me nte do estado co lo nia l. Era m os
carre gador es de mac hila q ua ndo a pessoa a t ra nspor tar era por e les cons iderada d igna de
ta l.  O s colo no s - era m os a nt igos hab ita nt es, c ult ivado res da terra, pe lo d ire ito co lo
nia l ho me m livr es, pa ga ndo no e nta nto re ndas ao se nho r io, nes te caso aos s ipa is. O s
co lo nos a gr ic ulta va m as t erra s e ma nt inha m a s linha ge ns p rópr ias de que e ra m c he fes
mue nes e inhac ua uas.  O s escravo s (pr is io ne iros de guerra e o utro s) q ue co nstit uía m a
ma io r ia, da população, era m ob r igado s a pagar uma r e nda a que se c ha ma va us ua lme
nte mussoco. Segundo F ERR EI RA (1982 : 284) na Rep ub lica mi lit ar da Ma ga nja da C osta, o s
se us cap itãe s ma nt ivera m e a lar gara m a or ga nização mil ita r, passa ndo cad a e nsaca a co
mpree nde r e ntr e 1000 e 1200 ho me ns. O seu co ma ndo cab ia a um ca ze mb e, e le ito pe
las o fic ia is s uba lter nas. Ma s es ta e sco lha de via ser apro vada pe lo co nse lho dos caze
mbes, pre s id ido pe lo co ma nda nte- ge ra l. O co nse lho de ca ze mbe ta mbé m e le gia o
segundo e o te rce iro co ma nda ntes, co m os t ítulos de ba zo e ca nho to. O canho ngo era o
enca rre gado de vigiar de no ite todas as se nt ine las e de tra ns mit ir a s orde ns, e era
equiparado aos ca ze mbe s. A mbos usa va m o cabo- de- guer ra, ca uda de búfa lo, q ue sobress a
ia nas cer imó nias fe itas antes da guer ra. Ant es de ma rc hare m p ara a gue rra se mp re cons
ulta va m os mzimos, esp ír itos, atra vés d uma ve lha fe itice ir a, o u fe it ice iro, pa ndoro, a t
roco de a lguns sagua tes, pre nda s, de aguarde nte o u a lgodão. T inha m cr iado e dese nvo
lvido, ao lo ngo de séc ulos, ide nt idades própr ias, q ue lhes pe r mit ira m, ma is ta rde uma a
fir ma ção soc ia l e, por ve zes, po lít ica s urpree nde ntes par a o lugar e para a époc a e m q ue e mer
gia m. Auré l ia 3º 7. M aganja da cos ta co m o ut ros te rritó rios Za mbé zia nos De acordo co m
P ÉLISSI ER (1994 : 107 ), Em 1893, o uve a ume ntos de ca mpo neses q ue rec usa va m o pa ga
me nto de mo ssoco, es ta insat is faç ão co nt inua va m a a ume ntar na co mpa nhia d e Bo ror, o
c he fe loca l te nto u e xp ulsar e urope us nesta re gião e fo i ve nc ido e

8 caze mbes de ma s iados se guro s da inve nc ib ilidade t inha m co me t ido um erro e te nta
ra m reparar o erro proc ura ndo iso lar a co mpa nhia med ia nt e intercepção do cor re io o fic
ia l entre a Ar inga e as terra s P ort uguesa s Aq ue m- lic ungo , fo i neces sár io s 30 so ldados
para des imped ir o ca minho e re for çar a gua r nição de M'Pass ue. 9. D e clínio Segundo P ERE IRA
(2000 : 96) a pr inc ipa l ra zão da decadê nc ia des ta gra nde Rep ub lica é desco nhec ida, ma is
pe nsa- se q ue a co nq uis ta mi lit ar po rt ugue sa a Ma ga nja da C osta fo i pro mo vida co nj
unta me nte pe lo es tado co lo nia l e pe las co mpa nhia s de Moça mb iq ue e da Za mbé zia. O
Portuga l e fect uo u uma a lia nça táct icas co nt rato u co mo me rce nár ios a lguns c he fes para
pode r e mpree nde r a conq uista de o ut ros estado s. Ma is de vido ao e le vado gra u de milita r
iza ção das for ma ções po lít ica s da região (ocea no ind ico ate Zumbo ) he rdado do per íodo
de caça e do tr á fico de escra vo s e xigia de Po rtuga l a mob il ização d e gra nde s rec ursos
e apo ios e xte r nos. O Est ado de Ma ga nja da C osta fo i ocupado mi lit ar me nte e m 1898. Em
vitór ia dos por t ugueses. Para PELISSI ER (1994 :117 ), a Rep ub lica M ilit ar da Ma ga nja da Costa
des moro no u devido aos go lpes co mb inados do e xé rc ito re gula r e dos ac hic unda s do va le
do ba ixo Za mbe ze. P ara p ude r pa gar a mes ma moeda q ue a via m s ido e str ipados a nterior
me nte pe la Ma ga nja da Costa. O s suce ssore s do fundado r, não dese mpe nhara m um p ape l
impor ta nte no proce sso das res ist ê nc ias, e m 1897 cr ise, po rq ue padec

Você também pode gostar