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ORIENTAÇÕES PARA ATENDIMENTO DE CASOS

SUSPEITOS DE INFECÇÃO PELO


CORONAVÍRUS 2019 (SARS-CoV-2)
(Covid-19)

Grupo Executivo de Controle de Infecção Hospitalar


Serviço de Infectologia

Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

2020
V2020_03_13

1
Orientações gerais sobre o Covid-19

DEFINIÇÃO DE CASOS OPERACIONAIS

Definição de Caso Suspeito


Características clínicas Risco epidemiológico
histórico de viagem à ÁREA AFETADA5 PELO
1. FEBRE1 E SINTOMAS RESPIRATÓRIOS2 E COVID-19, nos últimos 14 dias antes do início
dos sintomas

histórico de CONTATO PRÓXIMO3 de CASO


1 2
2. FEBRE OU SINTOMAS RESPIRATÓRIOS E SUSPEITO ou CONFIRMADO para o COVID-19,
nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas

Definição de Caso Provável


Características clínicas Risco epidemiológico
histórico de CONTATO DOMICILIAR4 COM CASO
1 2
2. FEBRE OU SINTOMAS RESPIRATÓRIOS E CONFIRMADO para o COVID-19, nos últimos 14
dias antes do início dos sintomas

1FEBRE:

• Considera-se febre aquela acima de 37,8°;


• Alerta-se que a febre pode não estar presente em alguns casos como, por
exemplo, em pacientes jovens, idosos, imunossuprimidos ou que em algumas
situações possam ter utilizado medicamento antitérmico. Nestas situações, a
avaliação clínica deve ser levada em consideração e a decisão deve ser registrada
na ficha de notificação.

2 SINTOMAS RESPIRATÓRIOS:
• Tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou
conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 <
95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia.
• IMPORTANTE OBSERVAR OUTROS SINAIS E SINTOMAS: mialgia/artralgia,
cefaléia, calafrios, exantema, linfonodomegalias, diarréia, náusea, vômito,
desidratação e inapetência.

3 CONTATO PRÓXIMO DE CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO DE COVID-19:


• Uma pessoa que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos);
• Uma pessoa que tenha contato direto desprotegido com secreções infecciosas
(por exemplo, sendo tossida, tocando tecidos de papel usados com a mão nua);

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• Uma pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e a uma
distância inferior a 2 metros;
• Uma pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de aula,
sala de reunião, sala de espera do hospital etc.) por 15 minutos ou mais e a uma
distância inferior a 2 metros;
• Um profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de um caso
COVID-19 ou trabalhadores de laboratório que manipulam amostras de um caso
COVID-19 sem equipamento de proteção individual recomendado (EPI) ou com
uma possível violação do EPI;
• Um passageiro de uma aeronave sentado no raio de dois assentos (em qualquer
direção) de um caso confirmado de COVID-19, seus acompanhantes ou
cuidadores e os tripulantes que trabalharam na seção da aeronave em que o caso
estava sentado.

4 CONTATO DOMICILIAR DE CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO DE COVID-19:


• Uma pessoa que reside na mesma casa/ambiente. Devem ser considerados os
residentes da mesma casa, colegas de dormitório, creche, alojamento, etc.

OBS: A avaliação do grau de exposição do contato deve ser individualizada,


considerando-se, o ambiente e o tempo de exposição.

5ÁREAS AFETADAS (Esta lista será atualizada à medida que os órgãos responsáveis pela
Vigilância emitam novas orientações):

LISTA DOS PAÍSES MONITORADOS PELO BRASIL – CORONAVÍRUS (03/03/2020)


1. Alemanha * 15. Holanda*
2. Austrália * 16. Indonésia *
3. Canadá * 17. Irã *
4. China * 18. Itália *
5. Coreia do Norte * 19. Japão *
6. Coreia do Sul * 20. Malásia *
7. Croácia * 21. Noruega *
8. Dinamarca * 22. Reino Unido *
9. Emirados Árabes Unidos * 23. San Marino **
10. Espanha * 24. Singapura *
11. Estados Unidos * 25. Suíça *
12. Finlândia * 26. Tailândia *
13. França * 27. Vietnã *
14. Grécia *

OBS: Além deles, Filipinas e Camboja, que não têm transmissão local, mas estão na
região afetada.

3
*Países com transmissão local, segundo a OMS
**San Marino está em análise pelo Ministério da Saúde
Site para consulta online dos locais onde estão ocorrendo os casos confirmados:
https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd4029942
3467b48e9ecf6

A partir de 07/02/2020, o Grupo de Estudo Coronavírus do Comite


Internacional em Taxonomia das Viroses, que é responsável pela
classificação e taxonímia da família Coronaviridae, baseado na filogenia,
estabeleceu que o 2019-nCoV é parente irmão do SARS-CoV, causador da
epidemia SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa) de 2002/2003. Assim o
referido grupo de estudo passou a denominar este novo coronavírus como
SARS-CoV-2.
A partir de 11/02/2020, a OMS, passou a denominar a nova doença causada
pelo SARS-CoV-2 como Covid-19 (CID 10: U07.1).

Período de incubação
O período de incubação da infecção por coronavírus varia de 2 a 14 dias, com
período de incubação médio variando de 3 a 5 dias.

Período de transmissibilidade
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de 7
dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do SARS-
CoV-2 sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o
aparecimento dos sinais e sintomas. Até o momento, não há informação
suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas que
uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. Os estudos epidemiológicos,
até o momento, apontam um índice de transmissibilidade, variando de 1
caso confirmado para 2,0-3,0 novos infectados, como observado para o
SARS-CoV (2 a 3) e acima do MERS-CoV (0,7), mas abaixo ao do vírus do
sarampo (12 a 18).
Vale lembrar que apesar das gotículas respiratórias se constituírem o
principal veículo de transmissão do vírus, outros materiais orgânicos, como

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a saliva e as fezes também são considerados com possíveis veículos de
transmissão. Assim as medidas higiênicas, principalmente, no tocante às
mãos são extremamente importantes para a prevenção da disseminação do
vírus, bem como evitar a autoinfecção.

Manifestações clínicas
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo
variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. No entanto, neste
novo coronavírus não está estabelecido completamente o espectro clínico,
necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença.
Segundo os dados mais atuais, os sinais e sintomas clínicos referidos são
principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e
dificuldade para respirar. Até 29 de janeiro de 2020, dos 1099 pacientes
internados com Síndrome Respiratória Aguda, em 552 hospitais de 31
províncias na China, confirmado por laboratório como SARS-CoV-2, a maioria
dos pacientes era do sexo masculino (58,2%); a mediana de idade era de 47
anos e os sintomas mais comuns no início da doença foram febre (87,9%),
tosse (67,7%), expectoração (33,4%), e sensação de fadiga/cansaço (38,1%);
sintomas menos comuns foram, mialgia ou artralgia (14,8%) dor de garganta
(13,9%), cefaléia (13,6%), náuseas ou vômitos (5,0%), diarréia (3,7%) e
hemoptise (0,9%). Presença de qualquer morbidade 255/1099 (23,2%).
Laboratorialmente, 33,7% e 82,1% dos pacientes apresentavam,
respectivamente, leucopenia e linfopenia; aumento da desidrogenase láctica
em 41,0%, e elevação das aminotransferases hepáticas ao redor de 22% dos
pacientes. A Tomografia Computadorizada de tórax detectou anormalidades
em 840/1099 (76,4%); a Radiografia simples de tórax apenas 162/1099
(14,7%) apresentaram alterações. Nos primeiros 41 casos descritos, a
dispnéia se desenvolveu em 22 (55%) dos pacientes (mediana do tempo do
início da doença até a dispnéia 8,0 dias).

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Complicações
Dos primeiros 41 pacientes internados em Wuhan até 2 de janeiro, todos
apresentavam pneumonia com achados anormais na TC do tórax. As
complicações incluíram síndrome respiratória aguda grave - SRAG (29%),
lesão cardíaca aguda (12%) e infecção secundária (10%). Treze (32%)
pacientes foram admitidos em uma UTI e seis (15%) morreram.
Da série de 1099 casos internados até 29 de janeiro de 2020, 869/1099
(79,1%) apresentaram pneumonia como complicação da infecção. Foram
internados na UTI, 55/1099 pacientes (5,0%), sendo que no grupo com
doença grave 33/173 (19,1%) necessitaram de cuidados na UTI. No grupo de
doença grave 24/173 (13,9%) necessitaram de ventilação mecânica invasiva,
e 14/173 (8,1%) evoluíram a óbito. A mortalidade global nesta população
observada foi 15/1099 (1,36%).
Considerando-se todos os países que divulgam os seus dados de mortalidade,
o índice de mortalidade estimado encontra-se ao redor de 2-3%.

Diagnóstico clínico
O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal. O
diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame
físico. É recomendável que todo o caso de síndrome gripal seja questionado
o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que
tenham viajado para o exterior. Essas informações devem ser registradas no
prontuário do paciente para eventual investigação epidemiológica.

Diagnóstico laboratorial
De uma forma geral, o espécime preferencial para o diagnóstico laboratorial
é a secreção da nasofaringe (SNF). Considerando novos vírus ou novos
subtipos virais em processos pandêmicos, ele pode ser estendido até o 7° dia
(mas preferencialmente, até o 3° dia).
O diagnóstico laboratorial específico para Coronavírus inclui as seguintes
técnicas: Detecção do genoma viral por meio das técnicas de RT-PCR em

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tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral. No Brasil, os
Centros Nacionais de Influenza (NICs), farão o RT-PCR em tempo real e o
sequenciamento através da metagenômica nos laboratórios parceiros do
Ministério da Saúde.

Diagnóstico diferencial
As características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas
causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de
surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza,
parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros
coronavírus, entre outros.

Tratamento
Até o momento não há medicamento específico para o tratamento da
infecção humana pelo SARS-CoV-2. No entanto, medidas de suporte devem
ser implementadas. No atendimento, deve ser levado em consideração os
demais diagnósticos diferenciais pertinentes e o adequado manejo clínico.
Em caso de suspeita para Influenza, não retardar o início do tratamento com
Fosfato de Oseltamivir, conforme protocolo de tratamento de Influenza.

Medidas de prevenção e controle


Atualmente, não existe vacina para prevenir a infecção por SARS-CoV-2. A
melhor maneira de prevenir a infecção é evitar ser exposto ao vírus.

No entanto, como lembrete, o Ministério da Saúde sempre recomenda ações


preventivas diárias para ajudar a prevenir a propagação de vírus
respiratórios, incluindo:

• Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos


20 segundos ou friccionar álcool a 70%, após tocar em objetos e

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superfícies em locais públicos (maçanetas de portas, catracas,
corrimões, barras de apoio de transporte público, etc.)
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes. Procurar manter uma
distância de pelo menos 1 a 2 metros, destas pessoas.
• Permanecer em casa se apresentar sintomas respiratórios. Tomar
antitérmicos e/ou analgésicos, alimentar-se bem, hidratar-se bem,
repousar e evitar entrar em contato com outras pessoas. Se os
sintomas se agravarem (desconforto respiratório) procurar assistência
médica, devendo fazer uso de máscara ou um lenço que cubra o nariz
e boca, antes de sair de casa.
• Não compartilhar o uso dos utensílios e artigos de cuidado pessoal
• Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e
jogar no lixo, ou cobrir o nariz e a boca na dobra do cotovelo, e em
seguida sempre higienizar as mãos conforme orientado acima.
• Limpar e desinfetar os objetos e as superfícies do domicílio tocados
com freqüência.

Esses são hábitos diários que podem ajudar a impedir a propagação de


vários vírus, inclusive o coronavírus 2019 (SARS-CoV-2).

Atendimento inicial no Pronto Socorro do HSPE


1. Triagem rápida e eficaz de pacientes com quadro de doença respiratória
aguda.
• Identificar precocemente pacientes suspeitos.
• Sinalização à entrada da unidade, apontando para o fluxo de
atendimento dessespacientes.
• Cartazes com orientações aos pacientes.
• Fornecimento de máscara cirúrgica na recepção para o paciente
sintomático e identificado como caso suspeito de Covid-19 (vide
definições operacionais).

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• Classificar como FICHA LARANJA para atendimento prioritário.
• Fluxo dos pacientes:
• PS Adulto: Encaminhar os pacientes com suspeita de
infecção pelo SARS-CoV-2 para as salas 6 e 7 da triagem e,
posteriormente, ao consultório 27 do PS Adulto. Se no
atendimento médico o paciente preencher os critérios
para CASO SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no
diagnóstico o CID 10: U07.1.

• PS Infantil: Encaminhar as crianças e os adolescentes com


suspeita de infecção pelo SARS-CoV-2 para a Sala de
Isolamento próxima a triagem do PS Infantil. Se no
atendimento médico o paciente preencher os critérios
para CASO SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no
diagnóstico o CID 10: U07.1.

• Pacientes gestantes:
1. As pacientes gestantes realizam a abertura de ficha no
PS Adulto. Assim, toda paciente gestante com sintomas
respiratórios deverá receber uma máscara cirúrgica e
ser encaminhada para atendimento no PS Adulto,
seguindo o fluxo já estabelecido. Se no atendimento
médico a paciente preencher os critérios para CASO
SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no diagnóstico
o CID 10: U07.1.

2. Se a paciente gestante estiver com sintomas


respiratórios E em trabalho de parto OU com
sangramento OU com outra intercorrência obstétrica,
a mesma deverá receber máscara cirúrgica e ser
ENCAMINHADA ao 4º andar (PA da Obstetrícia),
acompanhada por algum profissional da enfermagem)
para o atendimento obstétrico. A gestante no 4º andar

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permanecerá com a máscara cirúrgica para
atendimento prioritário na sala localizada no PA da
Obstetrícia. Concomitantemente, ao atendimento
obstétrico deverá ser solicitada interconsulta
URGENTE ao Serviço de Infectologia, pelo sistema e
comunicado via telefone interno (ramais: 8410/8578),
que definirá as condutas. O atendimento da gestante
deverá ser feito com os EPIs descritos no fluxo. Se no
atendimento médico a paciente preencher os critérios
para CASO SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no
diagnóstico o CID 10: U07.1.

• Caso o paciente seja encaminhado para a realização de exames de


imagem (RX de torax, TC de torax) ou outra sala para realização de
outros exames (ECG), o paciente deverá manter sempre o uso da
máscara cirúrgica.

2. Durante a consulta manter a porta do consultório sempre fechada e


identificada como ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO POR GOTÍCULAS E
CONTATO.

3. TODO PROFISSIONAL QUE ENTRAR NO CONSULTÓRIO COM O CASO


SUSPEITO (ATENDIMENTO/TRANSPORTE) DEVE UTILIZAR EPI:
MÁSCARA CIRÚRGICA, ÓCULOS DE PROTEÇÃO, LUVAS DE
PROCEDIMENTO E AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS
LONGAS. Vide orientações para colocar e retirar o EPI
(Anexos A e B).

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Anexo A

SEQUÊNCIA 1: PARA COLOCAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Antes de entrar no quarto ou sala de atendimento

LAVAR AS MÃOS ANTES DE INICIAR

1. AVENTAL
• Cobrir completamente o dorso, do pescoço até os
joelhos, dos punhos até os ombros, e amarrar nas
costas.
• Ajustar nas costas e na cintura.

2. MÁSCARA
• Fixar as tiras no meio da face posterior da cabeça e no
pescoço.
• Ajustar a tira flexível para a ponta do nariz.
• Ajustar de forma confortável para o rosto e para baixo
do queixo.
• Verificar o posicionamento da máscara no rosto.

3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• Coloque-o sobre o rosto e os olhos, e ajuste para
encaixar.

4. LUVAS DE PROCEDIMENTO
• Calçar e estenda-las até cobrir os punhos do avental.

Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”

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Anexo B

SEQUÊNCIA 2: PARA RETIRAR O EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Ao sair do quarto ou sala de atendimento

LAVAR AS MÃOS APÓS A RETIRADA DO EPI


Exceto pela máscara E os óculos de proteção, remova o EPI e descartar na lixeira na saída, antes de deixar o quarto ou a
sala de atendimento. A máscara deverá ser retirada somente após fechar a porta na saída do quarto ou da sala de
atendimento e descartar na lixeira. Os óculos de proteção deverão ser higienizados e desinfetados conforme orientação
abaixo (MATERIAL DE REUSO).
1. LUVAS
• O lado externo da luva está contaminado!
• Segurar pelo lado externo de uma luva com a outra mão ainda
com luva; retire-a.
• Segurar a luva retirada na mão ainda com a luva.
• Deslizar os dedos da mão sem luva por dentro da face interna
do punho da luva na outra mão.
• Retirar essa luva sobre a primeira luva.
• Descartar na lixeira
2. AVENTAL
• A parte frontal e as mangas do avental estão contaminadas!
• Afrouxar as tiras do pescoço e da cintura
• Segurar pelas tiras do pescoço e retirar deslizando pelos ombros
e tocando apenas a face interna.
• Retirar o avental pelo avesso.
• Dobrar ou enrolar em uma trouxa e descartar na lixeira.

3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• O lado externo dos óculos de proteção está contaminado!
• Para removê-los, segurar pelas hastes dos óculos.
• Realizar a limpeza completa com água e sabão, secar com
papel toalha e aplicar álcool a 70% por todas as superfícies.
Item de reuso. NÃO É MATERIAL DESCARTÁVEL.
4. MÁSCARA (Retirar após a saída do quarto ou sala de atendimento)
• O lado externo da máscara está contaminado!
• Retirar pelas tiras ou elástico na região posterior da cabeça em
direção ao nariz, sem tocar no lado externo da máscara.
• Descartar na lixeira localizada no lado externo do quarto ou da
sala de atendimento, ou na antecâmara.
5. LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO APÓS A RETIRADA DO EPI OU
FRICCIONAR ÁLCOOL A 70%

Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”

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4. SEMPRE REALIZAR A HIGIENE DE MÃOS COM ÁLCOOL A 70% OU ÁGUA E
SABÃO, ANTES DE COLOCAR E APÓS A RETIRADA DO EPI.

5. Todos os insumos, como sabão líquido, álcool espuma a 70% e os EPIs,


devem estar disponíveis nos locais de atendimento.

Limpeza e desinfecção das salas de atendimento e


equipamentos

I. A limpeza e desinfecção das superfícies das salas do PS Adulto, do PS


Infantil e do PA da Obstetrícia deverão ocorrer, imediatamente após
cada atendimento para caso suspeito. Após os procedimentos de
limpeza e desinfecção, as salas estarão habilitadas para novo
atendimento.

Os equipamentos (estetoscópio, esfigmomanômetro, termômetro,


oxímetro e lanterna) utilizados pelos profissionais que atenderem ao
paciente de caso suspeito no consultório 27 (PS Adulto) ou na sala de
isolamento (PS Infantil) ou na sala do PA da Obstetrícia são de uso
exclusivo destas salas e NÃO DEVEM SER RETIRADOS DESTES LOCAIS EM
HIPÓTESE ALGUMA. Estes equipamentos deverão ser submetidos à
limpeza e desinfecção com produtos adequados após cada atendimento.

II. Após a limpeza e a desinfecção da sala de atendimento, a sala estará


habilitada para novo atendimento.

III. Na sala de atendimento o sistema de condicionamento do ar será


desativado e a janela permanecerá aberta para que ocorra a ventilação
natural.

IV. Evitar a realização de inalação na sala de atendimento, devido ao risco


da GERAÇÃO DE AEROSSÓIS.

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V. A ÁREA DA SALA DE ESPERA 4 deverá ficar reservada, exclusivamente,
para os pacientes de casos suspeitos de infecção pelo SARS-CoV-2. Esta
medida se aplicará, obrigatoriamente, quando houver vários pacientes
aguardando o atendimento médico após a triagem. Os pacientes de
casos suspeitos deverão guardar a distância de 2 metros entre si. As
portas da sala de espera 4 nesta situação deverão permanecer abertas
para que ocorra o fluxo adequado da ventilação.

Avaliação do Serviço de Infectologia


no Pronto Socorro do HSPE

1. O Serviço de Infectologia (MI), SOMENTE ATENDERÁ APÓS A


REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO INICIAL (história, antecedentes
epidemiológicos, exame físico e solicitação dos exames) DOS CASOS QUE
PREENCHEREM OS CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO OU
CASO PROVÁVEL E APÓS OS RESULTADOS DOS EXAMES LABORATORIAIS
E DE IMAGENS (vide anexos 1 e 2). Solicitar a avaliação por via telefone
interno (ramais: 8410/8578), além do registro da solicitação formal no
sistema.

NOS CASOS QUE PREENCHAM OS CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE CASO


SUSPEITO OU PROVÁVEL E OS PACIENTES APRESENTEM SINAIS E
SINTOMAS DE GRAVIDADE (DESCONFORTO RESPIRATÓRIO, DISPNÉIA
OBJETIVA, SATURAÇÃO DE O2 < 95%), solicitar a avaliação URGENTE do
Serviço de Infectologia via telefone interno (ramais: 8410/8578), mesmo
sem os resultados dos exames, além do registro da solicitação formal no
sistema.

Anexo 1 – exames laboratoriais obrigatórios (solicitar pelo sistema


FAST):
• Hemograma completo
• Tempo de protrombina
• Proteína C reativa
• Glicemia, Uréia, Creatinina

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• TGO/TGP, Bilirrubinas, CPK total, DHL
• Lactato e gasometria arterial (apenas, se saturação de O2 <
95%)

Anexo 2 – exames de imagens:


• Raio X de tórax (a critério médico)
• Tomografia Computadorizada de tórax*/** (apenas se o
paciente apresentar sinais de desconforto respiratório E
saturação de O2 < 95%)

*Além da solicitação no sistema, deverá haver comunicação


direta com o Serviço de Diagnóstico por Imagens, para que o
paciente tenha a prioridade para a realização do exame,
MENCIONANDO TRATAR-SE DE CASO SUSPEITO DE
CORONAVÍRUS.

** Os profissionais responsáveis pelo transporte do paciente


deverão observar o uso de EPI conforme orientado no item 3.

O Serviço de Infectologia irá definir se haverá necessidade de


internação.

2. Caso o paciente TENHA INDICAÇÃO PARA INTERNAÇÃO, deverá ser


internado na enfermaria do Serviço de Infectologia ou se necessário em
UTI, em quarto privativo, preferencialmente em leito com pressão
negativa.

3. Caso o paciente NÃO TENHA INDICAÇÃO DE INTERNAÇÃO, deverá ser


dispensado com as seguintes orientações:
• a necessidade de permanecer em afastamento temporário em
isolamento domiciliar, mantendo distância dos demais
familiares, além de NÃO COMPARTILHAR OS ITENS DE USO
PESSOAL E UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS.
• O paciente deve ser isolado em ambiente privativo com
ventilação natural e limitar a recepção de contatos externos.

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• Orientar possíveis contactantes domiciliares quanto ao uso de
máscara e a importância da higienização das mãos.
• Manter isolamento domiciliar e afastamento das atividades,
até a completa remissão dos sintomas clínicos (Não existem
dados para delimitar a duração dos sintomas nos casos leves
que não requeiram internação hospitalar. Assim, sugerimos
para fins trabalhistas, o afastamento por 14 dias a partir da
data do atendimento).
• Casos descartados laboratorialmente, independentemente dos
sintomas, podem ser retirados do isolamento.
• Orientar que indivíduos próximos que manifestarem sintomas,
procurem imediatamente o serviço de saúde, com máscara ou
lenço cobrindo a boca e o nariz.

Assistência hospitalar ao paciente internado no HSPE


1. O paciente deve ser mantido em ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO +
CONTATO (precauções por gotículas e contato) em quarto privativo,
preferencialmente em leito com pressão negativa.

2. O quarto deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo para doença
respiratória (gotículas) e contato, a fim de limitar a entrada de pacientes,
visitantes e profissionais que estejam trabalhando em outros locais do
hospital.

3. O acesso deve ser restrito aos trabalhadores da saúde envolvidos no


atendimento do indivíduo no serviço de saúde.

4. Realizar higiene de mãos, respeitando os 5 momentos para a higienização


(antes de tocar o paciente, antes de realizar procedimento
limpo/asséptico, após contato com fluídos corporais ou excreções –

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mesmo se protegido com luvas, após tocar o paciente, e as superfícies
próximas ao paciente).

5. Imediatamente antes da entrada no quarto, devem ser disponibilizadas


condições para a higienização das mãos: dispensador de preparação
alcoólica; lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido; suporte
para papel toalha abastecido; lixeira com tampa e abertura sem contato
manual e EPIs como: luvas, avental e máscaras cirúrgicas.

6. Limitar a movimentação do paciente para fora da área de isolamento. Se


necessário o deslocamento, manter máscara cirúrgica no paciente
durante todo o transporte.

7. TODO PROFISSIONAL QUE ENTRAR NO QUARTO COM O CASO SUSPEITO


(ATENDIMENTO/TRANSPORTE) DEVE UTILIZAR EPI: MÁSCARA
CIRÚRGICA, ÓCULOS DE PROTEÇÃO, LUVAS DE
PROCEDIMENTO E AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS
LONGAS. A máscara e os óculos de proteção deverão ser retirados após
a saída do quarto, sendo a máscara descartada em lixo apropriado, e os

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óculos de proteção deverão ser higienizados e em seguida desinfetados
com álcool a 70%, pois são material de reuso não descartáveis e a
guarda deste item ficará sob responsabilidade do usuário.
8. QUANDO O PROFISSIONAL DA SAÚDE ENTRAR NO QUARTO E REALIZAR
UM PROCEDIMENTO GERADOR DE AEROSSOL (ITEM 12), DEVERÁ
UTILIZAR, OBRIGATORIAMENTE, MÁSCARA N95, ÓCULOS DE
PROTEÇÃO, GORRO/TOUCA, LUVAS DE PROCEDIMENTO E
AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS LONGAS. A máscara e os
óculos de proteção deverão ser retirados após a saída do quarto, sendo a
máscara descartada em lixo apropriado, e os óculos de proteção deverão
ser higienizados e em seguida desinfetados com álcool a 70%, pois são
material de reuso não descartáveis e a guarda deste item ficará sob
responsabilidade do usuário.

9. SEMPRE REALIZAR A HIGIENE DE MÃOS COM ÁLCOOL OU ÁGUA E


SABÃO, ANTES E APÓS A RETIRADA DO EPI.

10.Nos casos em que forem necessários acompanhantes, orientar quanto à


importância uso de máscara cirúrgica e da higienização das mãos, antes
da colocação e após a retirada da máscara, ou tocar nos objetos e
superfícies do quarto ou sala de atendimento.

11.Uso correto das máscaras cirúrgicas: colocar a máscara cirúrgica antes de


entrar no quarto e cobrir a boca, o nariz e fixar adequadamente, para
minimizar qualquer espaço entre a face e a máscara; enquanto em uso,
evitar tocar a máscara; remover a máscara após sair do quarto utilizando
a técnica apropriada, retirando pelas fitas de fixação atrás em direção
para frente; descartar a máscara no lixo após cada uso. Higienizar as
mãos após a retirada da máscara (lavagem com água e sabão, ou álcool
a 70%).

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12.Uso correto da máscara N95: somente para a realização de
procedimentos com risco de geração de aerossol. São exemplos de
PROCEDIMENTOS COM RISCO DE GERAÇÃO DE AEROSSÓIS:
• coleta de secreção das vias respiratórias da naso-oro-faringe para
exames;
• inalação;
• escarro induzido;
• broncoscopia;
• ventilação não-invasiva;
• manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
• ventilação manual antes da intubação;
• intubação e extubação traqueal;
• traqueotomia;
• aspiração aberta das vias aéreas;
• necropsia envolvendo tecido pulmonar.

A máscara de proteção respiratória N95 deve ser de uso individual e estar


apropriadamente ajustada à face. Descartar a máscara no lixo após cada
uso. SEMPRE HIGIENIZAR AS MÃOS ANTES DA COLOCAÇÃO E APÓS A
RETIRADA DA MÁSCARA (LAVAGEM COM ÁGUA E SABÃO, OU ÁLCOOL a
70%).

Reprocessamento de artigos utilizados pelo paciente,


limpeza de superfícies ambientais, processamento de
roupas e descarte de resíduos
• Devem ser realizados de acordo conforme a rotina já estabelecida pelo
hospital.

19
Vigilância epidemiológica do SARS-CoV-2
O Covid-19 é agravo de notificação compulsória imediata, na suspeita e/ou
confirmação do caso. CID 10: U07.1.

Esta notificação imediata será feita logo após a confirmação de caso


suspeito ou provável, através do site http://bit.ly/2019-ncov (sistema
eletrônico online), devendo ser anotado no campo E-mail do
notificador/unidade notificadora: infectologia@iamspe.sp.gov.br

Ao final do preenchimento, antes de enviar o formulário, o mesmo deverá


ser impresso (comando Ctrl-p), para ser anexado ao pedido do exame que
será encaminhado ao Instituto Adolfo Lutz. ASSEGURE-SE QUE A
IMPRESSÃO FOI REALIZADA, POIS APÓS O ENVIO NÃO SERÁ POSSÍVEL
RESGATAR O FORMULÁRIO PREENCHIDO.

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do HSPE (VIGEPI/Prevenir), deverá


preencher a Ficha de Investigação de Caso Suspeito de Novo Coronavírus
(SARS-CoV-2)
http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=53596

Indicação de coleta de amostras respiratórias para o


diagnóstico e fluxo de coleta
1. As amostras respiratórias serão coletadas pelo Serviço de Infectologia
conforme protocolo próprio e encaminhadas para o Laboratório conforme
segue abaixo.

2. USAR EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) ADEQUADO, QUE


INCLUI, OBRIGATORIAMENTE, MÁSCARA N95, ÓCULOS DE
PROTEÇÃO, GORRO/TOUCA, LUVAS DE PROCEDIMENTO E
AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS LONGAS.

3. A realização de coleta de amostra, está indicada sempre que ocorrer a


identificação de caso suspeito ou provável.

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4. Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs
combinados (1 swab de narina Direita, 1 swab da narina Esquerda, e 1
swab da faringe) ou amostra de secreção respiratória inferior (escarro
ou lavado traqueal ou lavado bronco alveolar).

5. É necessária a coleta de 2 amostras respiratórias (ou ANF, ou swabs, ou


amostra de secreção respiratória inferior):
• Uma amostra deverá ser encaminhada à Recepção do Laboratório no
4º andar, com a requisição do exame (Coronavírus -2019-nCoV, PCR
em tempo real) + FORMULÁRIO DA NOTIFICAÇÃO IMEDIATA
PREENCHIDA (OBRIGATÓRIO).

A amostra deverá ser encaminhada com urgência para o Instituto


Adolfo Lutz Central (LACEN) para realização do diagnóstico viral. Serão
realizadas análise por PCR em tempo real no Núcleo de Doenças
Respiratórias do Centro de Virologia, Centro Nacional de Influenza
(NIC) e análise de metagenômica no Laboratório Estratégico do Centro
de Procedimentos Interdisciplinares.

• A segunda amostra também deverá ser encaminhada à Recepção do


Laboratório no 4º andar, com a requisição do exame Teste Rápido
para Influenza, que será realizado pelo Laboratório do HSPE, para os
pacientes adultos e crianças, a fim de realizar o diagnóstico diferencial
com a Gripe no momento do atendimento.

• No caso das crianças (até 5 anos de idade), se o teste rápido para


Influenza resultar negativo e necessitar de internação hospitalar,
deverá realizar a Pesquisa para o Vírus Sincicial Respiratório após a
internação, no Laboratório do HSPE.

6. Cadastrar na requisição de solicitação de exame no Sistema Gerenciador


de Ambiente Laboratorial (GAL), no preenchimento do campo
“Agravo/Doença”, selecionar a opção “Influenza” ou “vírus respiratórios”.
No campo “observação” da requisição, descrever que as amostras são de

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paciente que atende a definição de caso suspeito do novo Coronavírus,
conforme boletim epidemiológico.

AS AMOSTRAS DEVERÃO ESTAR ACOMPANHADAS DAS SEGUINTES


FICHAS: REQUISIÇÃO DO GAL E FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE CASO
SUSPEITO.

Bibliografia
• Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações
de Emergências em Saúde Pública | COE-nCoV. Ministério da Saúde. 13/03/2020.

• WHO/nCoV/IPC_Masks/2020.1

• Requirements and technical specifications of personal protective equipment (PPE)


for the novel coronavirus (2019-ncov) in healthcare settings - WHO -Interim
recommendations, 2/6/2020

• Interim Infection Prevention and Control Recommendations for Patients with


Confirmed 2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV) or Persons Under Investigation for
2019-nCoV in Healthcare Settings - CDC - Updated February 12, 2020

• Clinical characteristics of 2019 novel coronavirus infection in China.


doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.06.20020974

• Severe acute respiratory syndrome-related coronavirus: The species and its viruses
– a statement of the Coronavirus Study Group
doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.07.937862

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