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2020
V2020_03_13
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Orientações gerais sobre o Covid-19
1FEBRE:
2 SINTOMAS RESPIRATÓRIOS:
• Tosse, dificuldade para respirar, produção de escarro, congestão nasal ou
conjuntival, dificuldade para deglutir, dor de garganta, coriza, saturação de O2 <
95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal e dispneia.
• IMPORTANTE OBSERVAR OUTROS SINAIS E SINTOMAS: mialgia/artralgia,
cefaléia, calafrios, exantema, linfonodomegalias, diarréia, náusea, vômito,
desidratação e inapetência.
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• Uma pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e a uma
distância inferior a 2 metros;
• Uma pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de aula,
sala de reunião, sala de espera do hospital etc.) por 15 minutos ou mais e a uma
distância inferior a 2 metros;
• Um profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de um caso
COVID-19 ou trabalhadores de laboratório que manipulam amostras de um caso
COVID-19 sem equipamento de proteção individual recomendado (EPI) ou com
uma possível violação do EPI;
• Um passageiro de uma aeronave sentado no raio de dois assentos (em qualquer
direção) de um caso confirmado de COVID-19, seus acompanhantes ou
cuidadores e os tripulantes que trabalharam na seção da aeronave em que o caso
estava sentado.
5ÁREAS AFETADAS (Esta lista será atualizada à medida que os órgãos responsáveis pela
Vigilância emitam novas orientações):
OBS: Além deles, Filipinas e Camboja, que não têm transmissão local, mas estão na
região afetada.
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*Países com transmissão local, segundo a OMS
**San Marino está em análise pelo Ministério da Saúde
Site para consulta online dos locais onde estão ocorrendo os casos confirmados:
https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd4029942
3467b48e9ecf6
Período de incubação
O período de incubação da infecção por coronavírus varia de 2 a 14 dias, com
período de incubação médio variando de 3 a 5 dias.
Período de transmissibilidade
A transmissibilidade dos pacientes infectados por SARS-CoV é em média de 7
dias após o início dos sintomas. No entanto, dados preliminares do SARS-
CoV-2 sugerem que a transmissão possa ocorrer, mesmo sem o
aparecimento dos sinais e sintomas. Até o momento, não há informação
suficiente de quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas que
uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. Os estudos epidemiológicos,
até o momento, apontam um índice de transmissibilidade, variando de 1
caso confirmado para 2,0-3,0 novos infectados, como observado para o
SARS-CoV (2 a 3) e acima do MERS-CoV (0,7), mas abaixo ao do vírus do
sarampo (12 a 18).
Vale lembrar que apesar das gotículas respiratórias se constituírem o
principal veículo de transmissão do vírus, outros materiais orgânicos, como
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a saliva e as fezes também são considerados com possíveis veículos de
transmissão. Assim as medidas higiênicas, principalmente, no tocante às
mãos são extremamente importantes para a prevenção da disseminação do
vírus, bem como evitar a autoinfecção.
Manifestações clínicas
O espectro clínico da infecção por coronavírus é muito amplo, podendo
variar de um simples resfriado até uma pneumonia grave. No entanto, neste
novo coronavírus não está estabelecido completamente o espectro clínico,
necessitando de mais investigações e tempo para caracterização da doença.
Segundo os dados mais atuais, os sinais e sintomas clínicos referidos são
principalmente respiratórios. O paciente pode apresentar febre, tosse e
dificuldade para respirar. Até 29 de janeiro de 2020, dos 1099 pacientes
internados com Síndrome Respiratória Aguda, em 552 hospitais de 31
províncias na China, confirmado por laboratório como SARS-CoV-2, a maioria
dos pacientes era do sexo masculino (58,2%); a mediana de idade era de 47
anos e os sintomas mais comuns no início da doença foram febre (87,9%),
tosse (67,7%), expectoração (33,4%), e sensação de fadiga/cansaço (38,1%);
sintomas menos comuns foram, mialgia ou artralgia (14,8%) dor de garganta
(13,9%), cefaléia (13,6%), náuseas ou vômitos (5,0%), diarréia (3,7%) e
hemoptise (0,9%). Presença de qualquer morbidade 255/1099 (23,2%).
Laboratorialmente, 33,7% e 82,1% dos pacientes apresentavam,
respectivamente, leucopenia e linfopenia; aumento da desidrogenase láctica
em 41,0%, e elevação das aminotransferases hepáticas ao redor de 22% dos
pacientes. A Tomografia Computadorizada de tórax detectou anormalidades
em 840/1099 (76,4%); a Radiografia simples de tórax apenas 162/1099
(14,7%) apresentaram alterações. Nos primeiros 41 casos descritos, a
dispnéia se desenvolveu em 22 (55%) dos pacientes (mediana do tempo do
início da doença até a dispnéia 8,0 dias).
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Complicações
Dos primeiros 41 pacientes internados em Wuhan até 2 de janeiro, todos
apresentavam pneumonia com achados anormais na TC do tórax. As
complicações incluíram síndrome respiratória aguda grave - SRAG (29%),
lesão cardíaca aguda (12%) e infecção secundária (10%). Treze (32%)
pacientes foram admitidos em uma UTI e seis (15%) morreram.
Da série de 1099 casos internados até 29 de janeiro de 2020, 869/1099
(79,1%) apresentaram pneumonia como complicação da infecção. Foram
internados na UTI, 55/1099 pacientes (5,0%), sendo que no grupo com
doença grave 33/173 (19,1%) necessitaram de cuidados na UTI. No grupo de
doença grave 24/173 (13,9%) necessitaram de ventilação mecânica invasiva,
e 14/173 (8,1%) evoluíram a óbito. A mortalidade global nesta população
observada foi 15/1099 (1,36%).
Considerando-se todos os países que divulgam os seus dados de mortalidade,
o índice de mortalidade estimado encontra-se ao redor de 2-3%.
Diagnóstico clínico
O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como síndrome gripal. O
diagnóstico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame
físico. É recomendável que todo o caso de síndrome gripal seja questionado
o histórico de viagem para o exterior ou contato próximo com pessoas que
tenham viajado para o exterior. Essas informações devem ser registradas no
prontuário do paciente para eventual investigação epidemiológica.
Diagnóstico laboratorial
De uma forma geral, o espécime preferencial para o diagnóstico laboratorial
é a secreção da nasofaringe (SNF). Considerando novos vírus ou novos
subtipos virais em processos pandêmicos, ele pode ser estendido até o 7° dia
(mas preferencialmente, até o 3° dia).
O diagnóstico laboratorial específico para Coronavírus inclui as seguintes
técnicas: Detecção do genoma viral por meio das técnicas de RT-PCR em
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tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral. No Brasil, os
Centros Nacionais de Influenza (NICs), farão o RT-PCR em tempo real e o
sequenciamento através da metagenômica nos laboratórios parceiros do
Ministério da Saúde.
Diagnóstico diferencial
As características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas
causadas por outros vírus respiratórios, que também ocorrem sob a forma de
surtos e, eventualmente, circulam ao mesmo tempo, tais como influenza,
parainfluenza, rinovírus, vírus sincicial respiratório, adenovírus, outros
coronavírus, entre outros.
Tratamento
Até o momento não há medicamento específico para o tratamento da
infecção humana pelo SARS-CoV-2. No entanto, medidas de suporte devem
ser implementadas. No atendimento, deve ser levado em consideração os
demais diagnósticos diferenciais pertinentes e o adequado manejo clínico.
Em caso de suspeita para Influenza, não retardar o início do tratamento com
Fosfato de Oseltamivir, conforme protocolo de tratamento de Influenza.
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superfícies em locais públicos (maçanetas de portas, catracas,
corrimões, barras de apoio de transporte público, etc.)
• Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
• Evitar contato próximo com pessoas doentes. Procurar manter uma
distância de pelo menos 1 a 2 metros, destas pessoas.
• Permanecer em casa se apresentar sintomas respiratórios. Tomar
antitérmicos e/ou analgésicos, alimentar-se bem, hidratar-se bem,
repousar e evitar entrar em contato com outras pessoas. Se os
sintomas se agravarem (desconforto respiratório) procurar assistência
médica, devendo fazer uso de máscara ou um lenço que cubra o nariz
e boca, antes de sair de casa.
• Não compartilhar o uso dos utensílios e artigos de cuidado pessoal
• Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e
jogar no lixo, ou cobrir o nariz e a boca na dobra do cotovelo, e em
seguida sempre higienizar as mãos conforme orientado acima.
• Limpar e desinfetar os objetos e as superfícies do domicílio tocados
com freqüência.
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• Classificar como FICHA LARANJA para atendimento prioritário.
• Fluxo dos pacientes:
• PS Adulto: Encaminhar os pacientes com suspeita de
infecção pelo SARS-CoV-2 para as salas 6 e 7 da triagem e,
posteriormente, ao consultório 27 do PS Adulto. Se no
atendimento médico o paciente preencher os critérios
para CASO SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no
diagnóstico o CID 10: U07.1.
• Pacientes gestantes:
1. As pacientes gestantes realizam a abertura de ficha no
PS Adulto. Assim, toda paciente gestante com sintomas
respiratórios deverá receber uma máscara cirúrgica e
ser encaminhada para atendimento no PS Adulto,
seguindo o fluxo já estabelecido. Se no atendimento
médico a paciente preencher os critérios para CASO
SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no diagnóstico
o CID 10: U07.1.
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permanecerá com a máscara cirúrgica para
atendimento prioritário na sala localizada no PA da
Obstetrícia. Concomitantemente, ao atendimento
obstétrico deverá ser solicitada interconsulta
URGENTE ao Serviço de Infectologia, pelo sistema e
comunicado via telefone interno (ramais: 8410/8578),
que definirá as condutas. O atendimento da gestante
deverá ser feito com os EPIs descritos no fluxo. Se no
atendimento médico a paciente preencher os critérios
para CASO SUSPEITO ou CASO PROVÁVEL, colocar no
diagnóstico o CID 10: U07.1.
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Anexo A
1. AVENTAL
• Cobrir completamente o dorso, do pescoço até os
joelhos, dos punhos até os ombros, e amarrar nas
costas.
• Ajustar nas costas e na cintura.
2. MÁSCARA
• Fixar as tiras no meio da face posterior da cabeça e no
pescoço.
• Ajustar a tira flexível para a ponta do nariz.
• Ajustar de forma confortável para o rosto e para baixo
do queixo.
• Verificar o posicionamento da máscara no rosto.
3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• Coloque-o sobre o rosto e os olhos, e ajuste para
encaixar.
4. LUVAS DE PROCEDIMENTO
• Calçar e estenda-las até cobrir os punhos do avental.
Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”
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Anexo B
3. ÓCULOS DE PROTEÇÃO
• O lado externo dos óculos de proteção está contaminado!
• Para removê-los, segurar pelas hastes dos óculos.
• Realizar a limpeza completa com água e sabão, secar com
papel toalha e aplicar álcool a 70% por todas as superfícies.
Item de reuso. NÃO É MATERIAL DESCARTÁVEL.
4. MÁSCARA (Retirar após a saída do quarto ou sala de atendimento)
• O lado externo da máscara está contaminado!
• Retirar pelas tiras ou elástico na região posterior da cabeça em
direção ao nariz, sem tocar no lado externo da máscara.
• Descartar na lixeira localizada no lado externo do quarto ou da
sala de atendimento, ou na antecâmara.
5. LAVAR AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO APÓS A RETIRADA DO EPI OU
FRICCIONAR ÁLCOOL A 70%
Adaptado do CDC: “How to properly don, use, and doff PPE in a manner to prevent self-contamination”
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4. SEMPRE REALIZAR A HIGIENE DE MÃOS COM ÁLCOOL A 70% OU ÁGUA E
SABÃO, ANTES DE COLOCAR E APÓS A RETIRADA DO EPI.
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V. A ÁREA DA SALA DE ESPERA 4 deverá ficar reservada, exclusivamente,
para os pacientes de casos suspeitos de infecção pelo SARS-CoV-2. Esta
medida se aplicará, obrigatoriamente, quando houver vários pacientes
aguardando o atendimento médico após a triagem. Os pacientes de
casos suspeitos deverão guardar a distância de 2 metros entre si. As
portas da sala de espera 4 nesta situação deverão permanecer abertas
para que ocorra o fluxo adequado da ventilação.
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• TGO/TGP, Bilirrubinas, CPK total, DHL
• Lactato e gasometria arterial (apenas, se saturação de O2 <
95%)
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• Orientar possíveis contactantes domiciliares quanto ao uso de
máscara e a importância da higienização das mãos.
• Manter isolamento domiciliar e afastamento das atividades,
até a completa remissão dos sintomas clínicos (Não existem
dados para delimitar a duração dos sintomas nos casos leves
que não requeiram internação hospitalar. Assim, sugerimos
para fins trabalhistas, o afastamento por 14 dias a partir da
data do atendimento).
• Casos descartados laboratorialmente, independentemente dos
sintomas, podem ser retirados do isolamento.
• Orientar que indivíduos próximos que manifestarem sintomas,
procurem imediatamente o serviço de saúde, com máscara ou
lenço cobrindo a boca e o nariz.
2. O quarto deve ter a entrada sinalizada com alerta referindo para doença
respiratória (gotículas) e contato, a fim de limitar a entrada de pacientes,
visitantes e profissionais que estejam trabalhando em outros locais do
hospital.
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mesmo se protegido com luvas, após tocar o paciente, e as superfícies
próximas ao paciente).
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óculos de proteção deverão ser higienizados e em seguida desinfetados
com álcool a 70%, pois são material de reuso não descartáveis e a
guarda deste item ficará sob responsabilidade do usuário.
8. QUANDO O PROFISSIONAL DA SAÚDE ENTRAR NO QUARTO E REALIZAR
UM PROCEDIMENTO GERADOR DE AEROSSOL (ITEM 12), DEVERÁ
UTILIZAR, OBRIGATORIAMENTE, MÁSCARA N95, ÓCULOS DE
PROTEÇÃO, GORRO/TOUCA, LUVAS DE PROCEDIMENTO E
AVENTAL IMPERMEÁVEL DE MANGAS LONGAS. A máscara e os
óculos de proteção deverão ser retirados após a saída do quarto, sendo a
máscara descartada em lixo apropriado, e os óculos de proteção deverão
ser higienizados e em seguida desinfetados com álcool a 70%, pois são
material de reuso não descartáveis e a guarda deste item ficará sob
responsabilidade do usuário.
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12.Uso correto da máscara N95: somente para a realização de
procedimentos com risco de geração de aerossol. São exemplos de
PROCEDIMENTOS COM RISCO DE GERAÇÃO DE AEROSSÓIS:
• coleta de secreção das vias respiratórias da naso-oro-faringe para
exames;
• inalação;
• escarro induzido;
• broncoscopia;
• ventilação não-invasiva;
• manobras de ressuscitação cardiopulmonar;
• ventilação manual antes da intubação;
• intubação e extubação traqueal;
• traqueotomia;
• aspiração aberta das vias aéreas;
• necropsia envolvendo tecido pulmonar.
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Vigilância epidemiológica do SARS-CoV-2
O Covid-19 é agravo de notificação compulsória imediata, na suspeita e/ou
confirmação do caso. CID 10: U07.1.
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4. Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs
combinados (1 swab de narina Direita, 1 swab da narina Esquerda, e 1
swab da faringe) ou amostra de secreção respiratória inferior (escarro
ou lavado traqueal ou lavado bronco alveolar).
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paciente que atende a definição de caso suspeito do novo Coronavírus,
conforme boletim epidemiológico.
Bibliografia
• Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde. Centro de Operações
de Emergências em Saúde Pública | COE-nCoV. Ministério da Saúde. 13/03/2020.
• WHO/nCoV/IPC_Masks/2020.1
• Severe acute respiratory syndrome-related coronavirus: The species and its viruses
– a statement of the Coronavirus Study Group
doi: https://doi.org/10.1101/2020.02.07.937862
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