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Núcleo de Práticas Jurídicas - UNITINS

Aluno: Pedro Henrique Macedo Silva

EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DO TRABALHO DA _ VARA DO


TRABALHO DA COMARCA DO MUNÍCIO DE _

VIRGULINO DE SOUZA, nacionalidade, estado civil, filiação, portado da cédula de


identidade n°, inscrito no CPF, portador da CTPS n°... série...PIS... residente e
domiciliado no endereço _______ e endereço eletrônico ______. Vem respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, representado por seu advogado o qual subscreve,
conforme procuração anexa, com devido endereço profissional e eletrônico, propor a
presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Tramitando pelo rito ordinário, em face da empresa de Segurança ____, cnpj n°, situada
no endereço.
Com o fim de postular a Rescisão Indireta de seu contrato de trabalho, nos termos do
artigo 483, alínea d da CLT e a partir dos fundamentos fáticos e jurídicos que se
seguem:

1. Da Justiça Gratuita
O reclamante não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e
honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família,
requerendo desde já a concessão dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que o
reclamante se encontra sem o recebimento de verbas trabalhistas desde novembro de
2019, conforme dados da CTPS anexos.
Para tanto, consta declaração de hipossuficiência da parte reclamante nos termos
do artigo 790, § 4° da CLT.

2. Do Contrato de Trabalho
O reclamante foi admitido como vigia em uma empresa de segurança, chamado
Segurança _____, na data de 01.03.2018, recebendo salário de R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais) mensais, auxílio alimentação de R$ 100,00 (cem reais) e vale
transporte no valor de R$ 108,00 (cento e oito reais) mensais.
A carga horária é de 44 (quarenta e quatro) horas semanais trabalhando de
segunda a sábado e uma vez ao mês realizava 02 (duas) horas extras no sábado. O

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reclamante sempre recebeu suas verbas trabalhistas: salário, auxílio-alimentação, vale


transporte, férias e 13º salário, com exceção das horas extras.

3. Dos Fatos
3.1. Do não pagamento salarial

No mês de novembro de 2019, a reclamada rescindiu o contrato com o Banco


Tocantins, a quem prestava serviços, e desde então não pagou qualquer verba trabalhista
ao reclamante.
O reclamante ficou prejudicado sem receber o montante de R$ 1.708,00 (um mil
e setecentos e oito reais), acrescida de R$ 20,46 (vinte reais e quarenta e seis centavos)
referentes às duas horas extras mensais trabalhadas, durante os seguintes meses:
 Novembro de 2019;
 Dezembro de 2019;
 Janeiro de 2020;
 Fevereiro de 2020.
Sendo assim são devidos ao reclamante, até o momento, o pagamento de quatro
remunerações integrais totalizando um valor de R$ 6.913,84 (seis mil e novecentos e
treze reais e oitenta e quatro centavos) de verbas trabalhistas não percebidas.
Requer-se assim a condenação da reclamada ao pagamento dos valores citados, sem
prejuízo dos referentes aos meses que vencerem no decorrer da presente demanda.

3.2. Da falta de recolhimento do FGTS

Além de não pagar as verbas referentes ao seu labor, a reclamada também não
recolheu o FGTS dos meses de novembro de 2019 a fevereiro de 2020, conforme
extrato do FGTS em anexo.
O comportamento adotada pela reclamada é completamente contrário conforme
disciplinado na CLT e Lei 8.036/90.
O Fundo de Garantia do Tempo e Serviço – FGTS, criado pela Lei n o
5.107/1966 serve para proteger o trabalhador demitido sem justa causa. O saldo da
conta vinculada é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador,
equivalentes a 8% do salário pago ao empregado, acrescido de atualização monetária e

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juros. O FGTS também é uma garantia prevista no art. 7 o, III da Constituição Federal do
Brasil. O qual prevê a obrigação da efetuação de seu correto e tempestivo recolhimento.
Também cite-se o Art. 15 da Lei 8.036/1990:
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados
a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e
458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de
1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
Sendo assim a reclamada deixou de efetuar os depósitos mensais referentes ao
FGTS do período de novembro de 2019 a fevereiro de 2020.
Desta forma, requer também a condenação da reclamada que seja compelida a
obrigação de fazer os efetivos depósitos do FGTS não realizados dos meses de
novembro e dezembro de 2019 e janeiro e fevereiro de 2020.
Levando em consideração o salário da reclamante de R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais), o depósito de 8% mensais equivalentes a R$ 120,00 (cento e vinte
reais), totalizando, até o momento, o valor de R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais).
Ainda requer que os depósitos referentes ao FGTS sejam acrescidos de atualização
monetária e juros.

3.3. Das Horas Extras

Ressalta-se também que a reclamante não recebeu as horas extras referentes a todo o
período do contrato de trabalho pela reclamada, até esta deixar de efetuar os pagamentos
das verbas trabalhistas mensais.
O reclamante realizou o labor de duas horas extras mensais desde o início da
vigência do contrato de trabalho até o mês de novembro de 2019.
O valor da hora extra sobre o salário da reclamada é de R$ 10,23 (dez reais e
vinte e três centavos). De Março de 2018 a Outubro de 2019, corresponde a 20 (vinte)
meses, totalizando um total de 40 horas extras não recebidas pelo reclamante.
Sendo assim o valor total equivalente à percepção das horas extras é de R$
409,20 (quatrocentos e nove reais e vinte centavos).

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Requer também a condenação da reclamada ao pagamento das horas-extras


realizada e não recebidas pelo reclamante, acrescido de atualização monetária bem
como os juros.

4. Do Direito
4.1. Da rescisão indireta
O reclamante tem como objetivo o que dispõe a Consolidação das Leis do
Trabalho-CLT em seu art. 483:
Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a
devida indenização quando:
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato de trabalho;

No caso acima referido e pelos fatos levantados, estão presentes diversas


circunstâncias que se enquadram perfeitamente na alínea acima destacada.
Primeiramente elenca-se o descumprimento pela reclamada ao pagamento
salarial durante o período de quatro meses ininterruptos.
Não bastasse, a reclamada não efetuou o depósito referente aos mesmos quatro
meses de salários não pagos.
Também a reclamada não realizou o pagamento de horas extras devidos ao
reclamante durante todo o período de vigência do contrato de trabalho.
Dessa forma Excelência, conforme se demonstra, o reclamante por vários meses
não recebeu seu salário, não teve seus depósitos efetuados na conta vinculada do FGTS,
caracterizando o enquadramento da atitude da reclamada na alínea d do artigo 483 da
CLT.
Não resta mais condições para a continuidade do vínculo empregatício e que a
situação causada não se deu por culpa do reclamante, mas sim por vontade e omissão da
reclamada.

5. Das verbas rescisórias


A partir da rescisão do contrato de trabalho de forma indireta conforme pleiteado
no item 4, também é direito do reclamante as seguintes verbas rescisórias:
1. Aviso Prévio indenizado, uma vez que o §1º do art. 487, CLT, estabelece
que a não concessão de aviso prévio pelo empregador dá ao empregado o

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direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, sendo garantida a


integração do período ao tempo de serviço para todos os fins legais.
Dessa forma, o aviso prévio indenizado corresponde a 30 dias de acordo com o
art. 487, inciso II da CLT.
2. Férias vencidas do período aquisitivo de 01/03/2019 a 29/02/2020
3. 13o Salário do ano de 2019 e 13o proporcional dos meses de janeiro de 2020
a março de 2020
4. Multa de 40% sobre os depósitos do FGTS.

6. Tabela de Verbas Trabalhistas Devidas

Verbas Devidas Referencia/Salário


(R$ 1.500,00)
Salários + auxílio alimentação + vale (4) meses R$ 1708 = R$ 6.832,00
transporte
Aviso Prévio Indenizado R$ 1.500,00
13° Salário de 2019 12/12 – R$ 1.500,00
13° Salário Proporcional 3/12 – R$ 375,00
13° sobre Aviso Prévio 1/12 – R$ 125,00
Férias Vencidas + 1/3 de Férias R$ 2.000,00
Férias Proporcionais + 1/3 de Férias 1/12 – R$ 166,66
Férias sobre Aviso Prévio + 1/3 de Férias 1/12 – R$ 166,66
Depósitos do FGTS R$ 480,00
Multa de 40% FGTS R$ 1.472,00
Horas Extras totais R$ 409,20 + 81,84 = 491,04

Total: R$ 15.108,36

7. Dos Pedidos:
De todo o exposto, pede-se:
1. O deferimento do pedido de justiça gratuita;
2. A citação da parte reclamada, conforme endereço indicado.
3. O conhecimento da presente reclamação e condenação da parte reclamada nos
termos explicitados;
4. O reconhecimento e aplicação da rescisão indireta do contrato de trabalho.
5. A condenação da reclamada ao pagamento das verbas trabalhistas conforme tabela
disposta no item 6, totalizando o valor de R$ 15.108,36.

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6. O levantamento dos valores e guias do FGTS depositados, diferenças de


recolhimento do FGTS e seguro desemprego devido;
7. A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios fixados em
15% sobre o valor da causa.
8. Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente a prova
documental e pericial, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.

Atribui-se à causa o valor de R$ 15.108,36. (quinze mil e cento e oito reais e trinta e
seis centavos).

Termos em que se pede deferimento,

Local, 30 de março de 2020.

Advogado 01
OAB n°

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