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FECHAR O TEMPO

Palácio das Artes


18 nov | 02 dez 2015

exposição
Fechar o Tempo

curadoria fotografi a
M. Fátima Lambert Rui Pinheiro

textos acompanhamento técnico


Adriana Baptista Politécnico do Porto | ESE
M. Fátima Lambert Alexandra Santos
Filipe Lopes
Coordenação Geral Maria João Lamas
Politécnico do Porto Pedro Rocha
António Marques Politécnico do Porto | ESMAE
M. Fátima Lambert Marco Conceição
Prudência Coimbra
Rui Pinheiro comunicação A memória
Centro de Comunicação, Imagem
coordenação técnica e Cultura do Politécnico do Porto
Palácio das Artes A memória individual, de forma laboriosa Nos arquivos, confi am os fazedores da
Alexandra Pinheiro agradecimentos e subtil, é ardilosa e traiçoeira. Mistura, História, ainda que saibam que estes não
Artistas
design Serviços Centrais reelabora, dilui. Por isso, se distingue da organizam factos, mas categorias. Ou
Dino Vázquez Unidades Orgânicas do Politécnico do Porto História e habita a dimensão fantástica do seja, todo o arquivo categoriza e nomeia,
Jorge Araújo sensível e do poético. condicionando o acesso pela designação
multimédia do sucedido.
José Morais Os arquivos, que se pretendem exaustivos e
perenes, na ânsia de organizar, categorizar Para cada um dos que habitam o presente,
e reter, eliminam de forma defi nitiva o que, mais do que a forma de reter, importa
subtraído a qualquer ordem ou arrumo, a forma de aceder. Só essa recupera o
jamais parecerá ter acontecido. Por isso, passado à História, só essa constrói. Só
apesar de serem uma estratégia técnica essa encontra, só essa conta. E aceder só
são, eles também, sujeitos ao erro. é possível na linguagem, pela narrativa.
Contar é o modo que encontramos para
Deste erro que, eliminando o registo, fugir à amnésia.
age sobre o que se passou, nasce o
esquecimento que se instala ainda sobre Aí, toda a memória é fértil e verosímil. Tão
tudo o que foi arquivado, mas dorme fértil como a imaginação. Tão verosímil
morto e sobre tudo o que caiu demasiado como a invenção.
C OM
DE
O A L T O P A T RO C Í N I O
S UA E XC E L Ê N C I A ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO fundo na memória.
Na teia narrativa que a memória sabe urdir ou catastróficas, todas assinam a prolepse
e onde todo o sujeito é presa, a evocação do momento e parecem aguardar.
mistura espaço e tempo e as personagens
que o habitaram e, com eles, cria vívidas A paisagem
histórias onde, ainda que todos os papéis
caoticamente se cruzem, quase tudo acaba Toda a paisagem é um rizoma de
por fazer sentido. acontecimentos, uma estrutura retórica
planta da exposição
de suporte à imagem. Na paisagem, a
A ruína brisa; na paisagem, o pó; na paisagem, a
humidade, a água, a madeira, a caliça, o
O espaço, fora e dentro da memória, gesso, o estuque, a tinta, o ferro, a hera.
é uma forma efi caz de registo, onde os Na paisagem, a pessoa e a persona. Toda
acontecimentos encaixam. O registo de a paisagem é tempo, ruína do que foi,
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todas as marcas, o registo cruel do tempo. construção.
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No espaço, as ruínas jogam o papel de
um personagem sobre o qual o tempo Tal como a regista Piranesi, a paisagem 6 5 4 3 2 1
diligentemente atuou. Metamorfose do é um labirinto do olhar, onde toda
tempo, transformam-se, sem que vejamos a construção caótica se assemelha à
o processo de transformação ou que jamais desconstrução.
se defi na um produto. Poucas são tão
defi nitivas como Pompeia. A narrativa do tempo
1 Olívia da Silva 5 Augusto Lemos

A metamorfose do espaço é o próprio Para esta exposição, cada artista escolheu,


2 Rui Pinheiro 6 Rui Pinheiro
tempo e não se conclui nunca. Não no universo de memória da Instituição, a
acontece. A ruína cresce. sua ruína, a sua paisagem. E, ainda que os Dimitrios Andrikopoulos
3 Olívia da Silva 7 Paulo Catrica
espaços interiores e exteriores retratados Sonoplastia

O que fica de tudo o que passou, é; o que possam ser os mesmos e todos tenham Dimitrios Andrikopoulos
4 Rui Pinheiro 8 Olívia da Silva
na mudança desaparece e na ausência ou raízes no seu próprio passado - numa Sonoplastia

no silêncio se agiganta, permanece. O rua, num bairro, numa praça, na cidade


espaço está lá. A ruína faz de paisagem – iludem a inútil pertença e fazem-se
à memória. alegóricos e distópicos.

Motivo de construção estética, índice e Aqui, como em outras memórias dos


signo inquietante, a ruína explodiu na lugares onde nunca estivemos e a que
contemporaneidade artística, expondo pertencemos, que se constroem connosco,
o poder do tempo, a força imanente do as paisagens acontecem conforme as
que resta, explorando a sensibilidade imaginamos e estão disponíveis para tantos
nostálgica da contemplação e a energia enquadramentos quantas as releituras.
disruptiva da imaginação. Ruínas Cicatrizes desenhadas crescem para ser
prandiais, urbanas, industriais, imperiais contexto da narrativa que suportam.
em colapso”, isto é, carecem ser colocados historiografadas na arte ocidental. Depois Com Rui Pinheiro, a ruína mantém a para dentro do passado, baralhando os
no solo da fotografi a ou do vídeo que dos frescos de Pompeia e Herculano, escala humana, como se cada um dos arquivos da memória. Na visão macro,
os regista. Em caso de soçobrarem e passando pelas evocações idealizadas objetos esquecidos que nela ainda habita o labirinto surge, a poeira ainda assenta,
caírem…a queda é menor. na pintura romanticista, irromperam recordasse o momento inóspito em que a folha ondula, nas confusas patas, o
as correntes e modos fotográfi cos que foi abandonado à morte, mas não tivesse artrópode erra.
Os ínfi mos detalhes, recolhidos numa cercaram as ruínas nos seus topos ainda parado de respirar. O espaço
paisagem aparentemente anónima, oitocentistas – eis as valências históricas, aparece povoado pelo sopro do próprio Com Augusto Lemos, a ruína é apenas
inundam a sublimidade matemática artísticas, estéticas e poéticas que a silêncio após a defl agração. Os seus vídeos o silêncio geométrico que se inspira num
de uma carga porventura inversa, no contemporaneidade delega em nós. [« On varrem lenta e poeticamente o momento espaço limpo e ordenado, perdido entre
tocante à argumentação kantiana. Tais se sent chez soi dans le monde et non plus em que os personagens que constituíam dois tempos. Não se assume como ruga
pormenores adquirem uma proporção comme étranger et éxilé. » (« Sentimo- o espaço agonizam, jazentes, rente ao ou cicatriz, mas como possibilidade
impositiva, transportando elementos nos em casa no mundo e não mais como chão e retiram do esquecimento os que para o pensamento. Nem tudo precisa
aderentes que lhes sejam outorgados pelo estrangeiro e exilado.”) Goethe, Voyage en sobreviveram e voltejam sob o céu. No de saber o seu destino. Basta que esteja
olhar intencionalizado. Ou seja, o olhar Italie, Trente, 11 septembre 1786] mesmo movimento arrastam o presente disponível para fazer parte do futuro.
intencionalizado é, antes de mais, o do
próprio fotógrafo que determina o quê. M. Fátima Lambert
Depois, é o olhar intencionalizado pela curadora
condição de ser espetador e visitante,
situado perante os conteúdos manifestos
(e latentes) das imagens com as quais se
confrontam.

A paisagem nunca pode ser a mesma, nem


tampouco “parecida” como fechamento e
cópia, pois nem o tempo cronológico, nem
o meteorológico, são repetíveis. Aquilo
que se vê nunca é o mesmo, o que acontece
também com as pessoas que se mudam a
si mesmas, de formas impercetíveis mas
certas e irrevogáveis.

Fechar o tempo. Acostumamo-nos a pensar


sobre o primado atualizado da estética das
ruínas; colmatam-se as lacunas mediante
a celebração da arqueologia e da memória
das civilizações quanto à sua dimensão
patrimonial (em distintas tipologias Augusto Lemos
consignadas e preservadas, desde o numa ligação entre
edificado até ao imaterial humano e vice- Gil Vicente e o
Marquês de Pombal
versa); mapeiam-se estilos e afi nidades na 2015
Descontextualizar é uma forma de onde o vazio aponta o céu à espera do Estão, certamente a fechar o tempo no num relacionamento misterioso com a
dinamitar tudo o que rodeia o que ainda zenith sobre o castro. A pedra parece, sentido português…a fi rmar a razão de vida interior do homem…”) Alexandre
não tem nome. A mecânica sempre guarda agora, estranhamente desolada de vida. um momento, distendido ou concêntrico… Humboldt, Tableaux de la nature, livre
a memória da rotação, mas a imagem parou racionalizando tanto quanto efabulando, II, chap. I, Paris, 1868]
a manivela que nos recolocava todos os Mesmo a luz que desenha o recorte e o as potencialidades iconográficas e
dias na mesma hora na mesma constelação rigor está parada no tempo e não hesita. semânticas. A paisagem tratada na fotografi a, assim
planetária, claraboia do hábito. Saímos e Vinca. como no vídeo ou no cinema, é muito
não gozamos a verdura do jardim ou os O conhecimento do mundo é mediado pela estoicamente fi gurada. Toma-se na sua
seus esconderijos. Desabitamos o vazio Com Olívia da Silva, as ruínas são condição de nele saber isolar elementos condição se matéria (imaterializada
que se afi gura sempre em cada imagem magnificentes e nostálgicas. Em cada relevantes que, associados entre si, ainda que encarnada, corporalizada em
como disponível e aprazível. fotografia, o espaço parece ter ruído viabilizem um acúmulo de unidades termos representacionais) e povoada por
silenciosamente sobre si mesmo e, agora, cognoscitivas impregnadas pela fruição organismos – de ordem vária - que se
Foi o que ficou na paisagem. A ausência. a sua ruína sobrevive alheia à escala imaginária e psicoafectiva que cada repetem, confi rmam ou desaparecem. A
humana. Ficaram imponentes, na sua um saiba explorar, queira experienciar. paisagem é inequivocamente uma decisão
Sinuosa é uma das paisagens que Paulo decadência inacabada (que pior situação [“Le monde physique se refl ète au plus (consciente ou não) humana, suscetível de
Catrica prendeu entre dois muros de decadência pode existir?), escadas, profond de nous, dans toute sa vérité ser renascida todas as vezes que o mundo
como quem regista a reminiscência da portas, janelas, corredores, espaços por vivante. Tout ce qui donne à un paysage a queira rebater ou replicar. Na verdade,
passagem, no exato fulgor da luz que onde entra e sai a memória do tempo e por son caractère individuel…dans un a razão de replicar é um ato constitutivo,
confunde cada degrau, cada pedra com onde permitimos que se evada lentamente rapport mystérieux avec la vie intérieure gerador de singularidade, nunca de
a própria possibilidade de subir e de a melancolia. de l’homme. » (« O mundo físico reflete- repetição ou cópia no sentido constritor
chegar. Fantasmagórica é a passada que se no mais profundo de nós, em toda a do termo. As respirações breves dos
se arrasta neste extenso corredor que, Quem vemos? Nesta paisagem, ainda sua verdade viva. Tudo o que confere a excertos de paisagens e naturezas mortas
como tantos outros, não conduz ao outro distante da derrocada, os decanos da uma paisagem o seu carácter individual… possuem a estranha condição de “bustos
lado. Ficamos do lado de dentro, onde Instituição, tal qual os mnemon, ganham
o santo e o cordeiro diligentes vigiam a na luz, a escala mítica de zeladores da
possibilidade do batismo, surpreendidos memória. Habitando a ruína de que
pela desarrumação da luz na pausa das sabem que fazem inevitavelmente parte,
tarefas. Como um campo de batalha, a anteveem-lhe outra luz, outro lustre, o
área de trabalho aguarda o regresso à devir. Instalarão a memória do que foi e
ação das ventoinhas. Sinuosa é a ligação trarão a pulso a mudança. Como sempre
entre o lajedo e o denso fantasma de acontece. São a persona de um corpo
sarapilheira que o estendal sustenta como orgânico. E, por isso, dão voz a cada ruína
uma escultura sem cabeça e com ideias, que habitam.
pensando no modo como vencer as dobras
do tempo e libertar-se das molas para Quem ouvimos, então? Os alunos que
regressar ao uso inusitado pelo qual ainda capacitam os espaços para o eco que
não sabe que espera. eternamente se repete em energia e
vibração.
Tão diferente é o outro lado de dentro, Rui Pinheiro
Breiner 164 #2
onde tudo fi cou exposto e iluminado e 2015
quem esteja fora do enredo da peça. As fotografi as e vídeos concebidos para Magnificente é também o cenário rubro, que sucede à ausência de defl agração ou
Percebe-se como coreografi a qualquer esta mostra geraram sinergias estéticas alegoria desta ruína social que tinge derrube. Uma ruína civilizacional que
gesto ou impulso que prossiga ou espere. para quem se posicione na condição de de morte um continente atónito, onde jaz no fundo de um oceano, como se não
Agindo com lentidão entre as pregas e as espetador. a consciência da própria decadência se existisse.
dobras, Deleuze é lembrado num resultado precipita a erguer fronteiras de arame
estético que o espetador sente oscilar entre O tempo de fechar o tempo impôs-se sobre farpado, cercos que só quem conduz o Ruínas são também as sombras onde ficam
uma ária barroca e um quase minimalismo a empreitada as imagens resgatadas que arguto cavalo do conhecimento se poderá indecifráveis as crinas com que se conduz
serial. O ambiente por que tenha optado, sobrevivem aos destroços que o imaginário atrever a derrubar. Esta é uma ruína o futuro.
convertido em cenário, já não é capaz de edificou, emergindo por sobre o real.
ser mais nada, exceto afi rmar-se impulso
para perdurar mais do que ser ímpeto e Na ilha do dia antes, parafraseando Adriana Baptista
movimento. Umberto Eco, vai fechar-se o tempo.
O tempo da demora, da duração, da
Regressando ao tempo que vai fechar. persistência, da reminiscência, do instante,
A transgressão das imagens fotográficas do efémero, do transitório, do fugaz, da
excede-se em energias que extrapolam fragilidade insustentável, da perda ou
a justiça ou a austeridade do visto que seja o tempo da geografi a de todas as
progride até ser tão-somente um excerto emoções, recheando um imaterializado
de tudo aquilo que esteja contido na opção Atlas da Emoção, (relembrando Giuliana
transformadora de ideias e compromissos: Bruno, NY, Ed. Verso, 2002). Geografi a
do ético, do estético, do societário, de fotografias fixas ou geografia de
do antropológico, do patrimonial, do imagens em movimento retardado: fechar
artístico e de tudo o mais que consigna o Cronos, redimi-lo da gula de seus fi lhos,
escopo de cada um dos 4 fotógrafos. aniquilando-os e procriando-os, de forma
incessante como Sísifo.
Nesses locais/lugares presentifi cados -
cenários urbanos e/ou naturais - quer de Fechar é uma expressão idiomática,
presença em exterior, quer de interior, utilizada no Brasil para signifi car que se
proliferam episódios pensados sob vai iniciar uma briga, criar uma confusão.
desígnio de dignas ausências humanas.
De algum modo, estes 4 fotógrafos
Os vestígios, os vazios, as formas oferecem aos espetadores um aviso – frugal
configuram-se matérias em imagens ou intenso, depende de quem vê – quanto
benfazejas; empurram-se num exercício à natureza, axiologia, hermenêutica -
dinâmico de uma estética que clama pela polissemia das imagens, nas suas aceções
sedução interpelativa dos protagonistas e complementares e rizomáticas. Talvez,
que inquietará talvez o público quanto à se torne paradoxal, se gere uma briga de
verdade ou utopia das imagens. compreensão e reconhecimento de um
Olívia da Silva
mesmo local fotografado ou fi lmado por 30 Cavalos I
pessoas diferentes. 2015
Fechar o Tempo - 4 Fotógrafos Esses espaços e lugares, convertidos em Erich Auerbach em Figura (SP, Ed. Ática, mesmo quando se movimentam rastejando
memórias, nalguns casos dissolvidas quase 1997, 33), “…designando estática e em planos alimentados por existências
no esquecimento, arquivo ou espólio, dinâmica, contorno e corpo; é aplicada sonoras que tomei em qualidade
contêm matérias, ideias, situações e fatos ao mundo, à natureza, como um todo e impercetível. Tudo são figuras, também
“...Nesse ano teria acontecido isso e de valências irreversíveis. ao objeto em particular; ao lado de forma, retóricas. Tratam-se as alegorias com
aquilo, color e assim por diante, representa a carinho e rigor conceitual.
Nessoutro – isto: viajar, ver, pensar Pensamento e cultura científica, artística aparência externa (Epist., 120, 10 ou 146,
E lembrar (...)” e/ou pedagógica, permitiram-se visíveis 3) ou pode significar o aspecto variável em Reitero e transcrevo convicções antigas
Anna Akhmatova através das fotografi as realizadas pelos 4 oposição à essência imperecível.” …somos atores de uma peça onde os
artistas. Estas substâncias imateriais são traços fisionómicos se dissolvem e a
“A realidade é apenas o que se propõe evidências ou possibilidades. Encontram- Figuras, pessoas, sopros de paisagens configuração unificadora do corpo garante
como tal. Mas devemos munir-nos sempre se consubstanciados na corporalidade e objetos despojados assumem uma a individuação que possui seu próprio
de uma ironia que coloque dubitativamente dos objetos fotografados, tanto quanto coincidência estética e arrumam-se, nome. Pode insinuar-se um movimento
a nossa proposta.” nas pessoas que são eminentemente decididamente, em alegorias hieráticas… que seja consequência de uma fuga para
Herberto Helder personagens, metaforizadas as suas
identidades.

Fechar o tempo para afi rmar tudo aquilo As pessoas desidentificam-se, adquirindo
que os olhares de 4 fotógrafos viram nos as caraterísticas, as extrapolações que
espaços do Politécnico do Porto. os demais delas transportam. Não há
pessoas, há somente figuras que são
Ao longo de meses, Augusto Lemos, antropomorfi as…: “Utque novis facils
Olívia da Silva, Paulo Catrica e Rui signatur cera figuris/ nec manet ut fuerat
Pinheiro visitaram esses locais na cidade, nec formas servas easdem, / Sed tamen
empreendendo uma missão artística de ipsa cadem est…” (“E assim como a cera
reconhecimento e enigma, perscrutando dúctil é marcada com novas figuras e não
razões de domínio e recarregando imagens permanece como tinha sido nem conserva
de toda uma pregnância da memória as mesmas formas, /embora ela seja a
compósita. mesma…” Ovídio, Metamorfoses, 15,
169 ss)
Depararam-se com uma diferencialidade
de tipologias patrimoniais, integradas [Não será por acaso que a exposição
na cartografi a urbana. Apresentaram-se anterior aqui apresentada tomou a
díspares, com predomínio de edifícios designação primordial, atribuída pelo
c a rrega ndo h istórias centená rias , artista José Rufi no, Encarnação…]
casos emblemáticos – institucionais,
comunitários, societários, arquiteturais As deambulações, quanto à conceção
– configurados pela cronologia em de figura, conduzem a Santo Agostinho, Paulo Catrica
restituição que, assim, solidifica a pertença relembrando uma defi nição que engloba A i·lha e a fá·bri·ca
Lf3080
à cidade. as variantes tradicionais, como assinalou 2015

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