Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro Custos e Formação de Preço - UNOPAR PDF
Livro Custos e Formação de Preço - UNOPAR PDF
de preço
Custos e formação
de preço
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico,
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora
e Distribuidora Educacional S.A.
ISBN 978-85-68075-20-3
CDD 658.1552
Sumário
Introdução ao estudo
Você já conhece a história da contabilidade? Sabe dizer qual a necessidade
humana que suscitou o surgimento da contabilidade? Conhece o desenvolvi-
mento da contabilidade com passar dos anos?
Essas e outras perguntas são necessárias quando nos lançamos à busca do
conhecimento de conteúdos novos, e é necessário, inicialmente, conhecer
suas raízes, sua história, onde tudo começou, como procedeu sua evolução
etc. Assim, nesta unidade veremos toda a história da contabilidade de custos,
sua origem, sua evolução através do tempo, suas novas aplicações e inovações
com o passar dos anos.
Após traçarmos essa parte da história da contabilidade, vamos a posteriori
explicitar os conceitos de contabilidade financeira, gerencial e de custos. Será
que são contabilidades iguais? Existe diferença entre elas? Qual surgiu primeiro?
Ao final desta unidade teremos essas respostas, bem como o estudo das prin-
cipais terminologias utilizadas.
Atividades de aprendizagem
1. “Concentra-se em demonstrativos para grupos externos, medindo,
registrando transações de negócios e fornecendo demonstrativos
financeiros baseados em princípios contábeis geralmente aceitos
(PCGA)”. O texto acima se refere à:
a) Contabilidade Gerencial.
b) Contabilidade Financeira.
c) Contabilidade de Custos.
d) Contabilidade Industrial.
e) Contabilidade Orçamentária.
Esse princípio possui extrema relevância e aplicação aos custos, pois con-
sidera que a empresa é desobrigada de um controle mais rigoroso os itens com
pequeno valor monetário em relação ao total de gastos.
Vamos testar nossos conhecimentos com a resolução da atividade de
aprendizagem da seção?
Atividades de aprendizagem
Analise as informações a seguir, acerca dos princípios fundamentais de
contabilidade de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade.
Quando fazemos a confrontação das receitas com as despesas incorridas
em determinado período dentro da empresa, temos um pressuposto do
princípio da competência, na qual determina que o reconhecimento de
receitas e despesas deve ocorrer nos períodos a que se referem, indepen-
dentemente da data efetiva de seu recebimento ou pagamento. Pergunto:
Por esse princípio contábil, quando temos o pagamento antecipado de
uma despesa, esse acontecimento não afeta o resultado da empresa no
momento de sua ocorrência?
( ) Certo
( ) Errado
10 Custos e formação de preço
processo de produção, por isso, não devem ser segregados como perda, e sim man-
tidos como custo. Porém, se no processo de produção algum erro anormal ocorrer,
danificando toda a produção, então, este valor deve ser classificado como perda.
Desembolso — É o pagamento pela aquisição de bem ou serviço. O desembolso
representa a saída de dinheiro da empresa através do pagamento, e essa saída pode
ocorrer antes, durante ou depois do bem já entregue ou do serviço já prestado.
Pode ser feito antes, quando a empresa faz um adian-
tamento, pagando antes de receber o bem ou serviço.
Pode ser feito durante quando a empresa paga o for-
necedor no momento da entrega do bem ou serviço.
Pode ser feito após, considerando que a empresa já
recebeu o bem ou serviço e pagará por ele no futuro.
Investimento — São gastos que a empresa incorre visando por meio deles
obter benefícios nos períodos futuros. São as aquisições de bens ou serviços que
são registrados no ativo da empresa. Investimento é todo gasto pela aquisição
de produtos ou serviços que trarão benefícios à empresa, podendo ser por um
longo período, como a compra de um imóvel, que beneficiará a empresa por
muito tempo ou por um curto período, como a compra de estoque.
Os bens comprados, enquanto não vendidos (estão ainda no Ativo), são
investimentos.
As matérias-primas compradas, mas que ainda não foram aplicadas no
processo de produção (estão na conta estoque no ativo), são investimentos. A
partir do momento que são requisitadas para aplicação no processo de produ-
ção deixam de ser investimento e passam a ser custo como mostra a Figura 1.1.
Figura 1.1 Alteração da classificação na compra de mercadoria (de gasto até custo)
Atividades de aprendizagem
A seguir têm-se os eventos ocorridos na fábrica de cadeiras “Assento
Bom”. Classifique os eventos em (I) Investimento, (C) Custo, (P) Perda ou
(D) Despesa.
1 Aquisição de computadores para a empresa ( )
2 Depreciação das máquinas da produção ( )
3 Aquisição de um caminhão para entrega das cadeiras ( )
4 Compra de espuma (matéria-prima) ( )
5 Requisição de espuma (matéria-prima) para produção ( )
6 Salários dos funcionários da área administrativa ( )
7 Aquisição de embalagens ( )
8 Requisição para utilização de embalagens ( )
9 Estrago acidental e imprevisto de lote de material ( )
10 Comissão dos vendedores ( )
11 Aluguel do escritório de vendas ( )
12 Depreciação dos computadores da área administrativa ( )
13 Mão de obra direta da produção ( )
14 Depreciação das máquinas industriais ( )
15 Encargos sociais incidentes sobre os salários dos funcionários da produção ( )
16 Encargos sociais incidentes sobre os salários dos funcionários da administração ( )
14 Custos e formação de preço
+ =
10.000 kg 10.000 kg de
de Trigo Farinha de Trigo
2 o Mês
+ =
30.000 kg 30.000 kg de
de Trigo Farinha de Trigo
Vendas $16.000,00
(-) Custo dos produtos vendidos
Custo da produção no período $12.400,00
(+) Estoque inicial de produtos em processo $0,00
Soma $12.400,00
(-) Estoque final de produtos em processo ($400,00)
(=) Custo da produção acabada no período $12.000,00
(+) Estoque inicial de produtos acabados $1.600,00
(=) Custo dos produtos disponíveis $13.600,00
(-) Estoque final de produtos acabados ($800,00) ($12.800,00)
Lucro Bruto $3.200,00
Unidades do período anterior que foram terminadas neste mês 50% ou 0,5
o
Unidades iniciadas e acabadas no 3 mês (em unidade) 20
o
Unidades iniciadas e não acabadas no 3 mês que ficaram em elaboração (em unidade) 25% ou 0,25
Total das unidades trabalhadas no mês (em unidade) 20,75
Fonte: Do autor (2014).
Vendas $20.000,00
(-) Custo dos produtos vendidos
Custo da produção no período $16.600,00
(+) Estoque inicial de produtos em processo $400,00
Soma $17.000,00
(-) Estoque final de produtos em processo ($200,00)
(=) Custo da produção acabada no período $16.800,00
(+) Estoque inicial de produtos acabados $800,00
(=) Custo dos produtos disponíveis $17.600,00
(-) Estoque final de produtos acabados ($1.600,00) ($16.000,00)
Lucro Bruto $4.000,00
Despesas administrativas
Material de consumo (escritório da administração) $20.000,00
Salários dos funcionários da administração $60.000,00
Depreciação dos computadores (administração) $10.000,00
TOTAL $90.000,00
Despesas de venda
Comissão de vendedores $50.000,00
Fretes na entrega dos produto $35.000,00
Despesa de telefone $8.000,00
TOTAL $93.000,00
a
2 Etapa: Apropriação dos custos diretos
A empresa Alfa que estamos utilizando neste exemplo produz quatro pro-
dutos: produto Beta, Delta, Gama e Ômega. Primeiro, devemos alocar a cada
produto os seus custos diretos.
Para definir o consumo de matéria-prima em cada produto, a empresa
utiliza um sistema de requisições que controla a quantidade de matéria-prima
requisitada do estoque, identificando em qual produto será aplicada a referida
matéria-prima. De posse desse controle é possível identificar a seguinte distri-
buição deste custo:
Produto Beta $100.000,00
Produto Delta $90.000,00
Produto Gama $130.000,00
Produto Ômega $80.000,00
TOTAL $400.000,00
Em relação à mão de obra, esta já não pode ser alocada tão eficientemente
quanto a matéria-prima, pois parte da mão de obra é direta e parte indireta. A
empresa consegue saber o quanto alguns funcionários dedicaram de tempo a
determinado produto, mas outros são difíceis de identificar e por isso estes são
tratados como indiretos.
Assim, temos a seguinte composição dos valores:
Mão de obra direta:
Produto Beta $30.000,00
Produto Delta $25.000,00
Produto Gama $40.000,00
26 Custos e formação de preço
Tabela 1.5 Proporção dos gastos com MOD e custos indiretos na empresa Alfa
Atividades de aprendizagem
O quadro mostra as informações sobre os produtos 1 e 2 no mês de abril
de 2014. Considere como base de rateio dos custos indiretos as horas-
-máquina trabalhadas em cada produto no mês conforme o demonstrativo
a seguir:
Custo Despesa
Indireto Direto
Critério de
Rateio
Beta
Delta
Gama Vendas
Ômega
Estoque
Custo dos
Produtos Resultado
Vendidos
Fique ligado!
Nesta unidade pudemos verificar a origem da contabilidade de custos,
seu surgimento junto com a Revolução Industrial, no século XVIII, com
a necessidade de se calcular o custo dos produtos que eram fabricados
nas primeiras indústrias.
Com o passar dos anos, notou-se que essas informações serviam não
somente para identificar o custo de produção, mas também eram fontes
de informações muito importantes para a tomada de decisão.
Podemos averiguar também que contabilidade financeira é a con-
tabilidade tradicional, de lançamentos, débitos e créditos que visam à
publicação de demonstrações para os usuários externos da empresa. A
contabilidade gerencial surgiu em outra época com a finalidade de auxílio
na tomada de decisões, usando como fonte de informações inclusive a
contabilidade de custos.
Estudamos também as nomenclaturas que são pertinentes à área da
contabilidade de custos, em outras áreas, sinônimos como custo e despesa
podem ser tratados de maneira indiferente, sendo aplicados nos mesmos
contextos, na contabilidade; no entanto, temos uma diferenciação na
aplicação desses termos.
A classificação de custos em diretos e indiretos também apresenta
importância para a contabilidade de custos, devido aos primeiros serem
mais facilmente alocados aos produtos que os demandaram, e o custo
indireto; no entanto, por ser mais difícil de identificar sua aplicação aos
produtos, implica na utilização de critérios de rateio arbitrários para efetuar
a apropriação dos custos.
Custos fixos e variáveis são de fundamental importância, principalmente
quando nos lançarmos ao aprendizado da contabilidade gerencial, uma vez
que estes custos têm naturezas diferentes, devem ser segregados e trabalhados
de forma diferente. Os custos fixos mantêm certa consistência em seus valores,
não se alterando ou alterando-se pouco em relação à quantidade produzida.
Diferente dos custos variáveis que estão diretamente relacionados
com a produção, em um mês que a produção aumente, os custos variá-
veis aumentarão, e em outro período onde haja redução na quantidade
produzida, os custos variáveis também diminuirão.
Introdução à contabilidade de custos 31
DADOS VALOR
1 - Matéria-prima
Com base nos dados do quadro acima, o custo do período, que cor-
responde à matéria-prima direta, isto é, aquela que foi consumida
pela produção, apresenta o valor de:
a) R$ 180.000,00;
b) R$ 160.000,00;
c) R$ 150.000,00;
d) R$ 120.000,00;
e) R$ 110.000,00.
34 Custos e formação de preço
Referências
FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de
contabilidade das sociedades por ações: aplicável também às demais sociedades. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1994.
LOPES, A. B.; MARTINS, E. Teoria da contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas,
2005.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
VANDERBECK, Edward J.; NAGY, Charles F. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo:
Pioneira Thomson, 2003.
Unidade 2
Departamentalização
Fábio Rogério Proença
Introdução ao estudo
Até agora vimos que o tratamento dos custos indiretos era feito por rateio a
todos os produtos, independentemente de usarem ou não os departamentos que
geraram aqueles custos. Vamos supor agora que em, nossa empresa, tenhamos
dois produtos — o X e o Y. O produto X usa todos os departamentos responsáveis
pela produção, como corte, dobra e acabamento; o produto Y, no entanto, não
utiliza o departamento de acabamento, e, assim, é justo o produto Y receber
parcela dos custos incorridos no departamento de acabamento? Todo o custo
do departamento de acabamento deve ser alocado somente ao produto X? E o
almoxarifado, que guardou a matéria-prima antes de ela entrar em produção,
deve ter seus custos rateados pelos dois produtos?
A resposta a essas perguntas serão facilmente respondidas ao final desta
unidade. Vamos nos envolver, então, nessa nova descoberta dentro da formação
de preços e custos que é a departamentalização.
Sousa e Diehl (2009) efetuam uma análise sobre a evolução das estruturas
de custos e o custeio, tendo em vista que as mudanças na competição das últi-
mas décadas têm levado as empresas a maiores gastos em atividades de apoio,
como P&D, marketing e pós-venda, provocando acentuações e alterações na
estrutura de custos das empresas.
Paralelo a isso houve grande avanço nos processos produtivos, aumentando
significativamente a produtividade da mão de obra direta (em termos relativos
e absolutos) e a eficiência no uso dos materiais diretos (em termos absolutos).
Os autores comentam que esses métodos de custeio originalmente foram
desenvolvidos considerando a realidade apresentada na situação original, sendo
que naquela situação os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) não eram motivo
de grandes preocupações, dada a sua pequena representatividade. Ademais, a
sua correta medição exigia e continua exigindo esforços significativos, gerando
custos adicionais que podem não compensar a sua obtenção.
Além disso, tendo em vista essa pequena representatividade dos CIFs, o uso
de rateio para sua atribuição aos objetos de custos (produtos, departamentos
etc.) não gerava distorções significativas. No entanto, a mudança na estrutura
de custos, com a maior relevância dos CIFs, trouxe a necessidade de maior
correção na sua alocação.
Em função do crescimento das empresas, da evolução dos seus negócios,
surge a necessidade de uma boa estruturação do seu ambiente de controle e,
para isso, algumas empresas implantam controles departamentais.
Para a gestão dos custos, o controle departamental proporciona o registro e
a evidenciação dos gastos realizados pelos diversos departamentos envolvidos
num processo produtivo. Tais departamentos não precisam, necessariamente,
produzir os produtos, alguns deles prestam serviços de apoio à produção, na
gestão de custos podemos chamar de centros de apoio ou centros de serviços.
A monitoração desses gastos departamentais contribui muito para a geração
de lucros, ou para a otimização de todos os recursos e, por consequência, a
obediência de um grande princípio chamado de economicidade de controles
e processos.
Um departamento geralmente corresponde a uma unidade operacional na
qual diversas pessoas trabalham e podem se utilizar de equipamentos seme-
lhantes. Para uma boa gestão de custos, o departamento seria uma unidade de
acumulação de recursos, ou de gastos, onde existiria um responsável.
38 Custos e formação de preço
Atividades de aprendizagem
Segundo Martins (2003, p. 65) “a unidade mínima administrativa para a
Contabilidade de Custos, representada por pessoas e máquinas, em que
se desenvolvem atividades homogêneas” é denominada:
a) Custo.
b) Perda.
c) Departamento.
d) Equivalente de produção.
e) Sunk Cost.
Para atribuirmos o custo fixo utilizando esse critério de rateio bastaria, então,
procedermos ao seguinte cálculo:
Total dos custos indiretos $135.000,00
Total de horas-máquina ÷ 1.000 hm
Custo indireto médio por hora-máquina $135/hm
Já determinado o custo médio por hora-máquina ($135/hm), resta-nos agora
apenas multiplicá-lo pelas horas-máquina que cada produto consome.
Dessa forma, os custos totais dos produtos estariam dispostos da seguinte
forma:
departamentalização 43
Manutenção $5.000,00
Controle de qualidade $4.000,00
Almoxarifado $2.000,00
TOTAL $40.000,00
Assim, podemos observar de maneira resumida na Tabela 2.5 a disposição
dos valores nos departamentos.
Controle
Adm. Manu- Almoxa- Monta- Acaba-
de Corte TOTAL
geral tenção rifado gem mento
Qualidade
Energia elétrica 30.000 40.000 30.000 20.000 120.000
Dep. das máq. 8.000 10.000 2.000 20.000 25.000 15.000 80.000
M.O. indireta 10.000 15.000 15.000 20.000 35.000 30.000 25.000 150.000
Aluguel 100.000 100.000
Materiais
6.000 5.000 2.000 4.000 9.000 7.000 7.000 40.000
requisitados
TOTAL 154.000 30.000 17.000 26.000 104.000 92.000 67.000 490.000
Fonte: Do autor (2014).
Alocação para:
Manutenção $5.000,00
Almoxarifado $8.000,00
Controle de qualidade $4.000,00
Corte $3.000,00
Montagem $4.000,00
Acabamento $6.000,00
TOTAL $30.000,00
1.2 Aluguel: o aluguel será rateado pelos departamentos em função da
área que cada departamento ocupa. Assim a alocação ficará disposta da se-
guinte maneira:
Manutenção $16.000,00
Almoxarifado $18.000,00
Controle de qualidade $6.000,00
Corte $20.000,00
Montagem $14.000,00
Acabamento $26.000,00
TOTAL $100.000,00
1.3 Depreciação, mão de obra indireta e materiais indiretos: não encon-
trando um critério adequado para distribuir os gastos de depreciação, mão de
obra indireta e materiais indiretos, a empresa resolveu unir todos esses gastos
($8.000,00 + $10.000,00 + $6.000,00 = $24.000,00) e distribuí-los proporcio-
nalmente ao número de funcionários de cada departamento, ficando os custos
assim dispostos:
Manutenção $4.000,00
Almoxarifado $1.000,00
Controle de qualidade $1.000,00
Corte $7.000,00
Montagem $6.000,00
Acabamento $5.000,00
TOTAL $24.000,00
Depois de realizados os rateios acima, poderemos visualizar a seguinte
situação na Tabela 2.6:
Tabela 2.6 Rateio do departamento de administração geral da produção
Controle de Mon-
Adm. geral Manutenção Almoxarifado Corte Acabamento TOTAL
Qualidade tagem
Energia Elé-
30.000 - - - 40.000 30.000 20.000 120.000
trica
Dep. das máq. 8.000 10.000 - 2.000 20.000 25.000 15.000 80.000
M.O. indireta 10.000 15.000 15.000 20.000 35.000 30.000 25.000 150.000
Aluguel 100.000 - - - - - - 100.000
Materiais
6.000 5.000 2.000 4.000 9.000 7.000 7.000 40.000
requisit.
TOTAL 154.000 30.000 17.000 26.000 104.000 92.000 67.000 490.000
1. Rateio do Departamento de Administração Geral da Produção
1.1 Energia
(30.000) 5.000 8.000 4.000 3.000 4.000 6.000 -
Elétrica
1.2 Aluguel (100.000) 16.000 18.000 6.000 20.000 14.000 26.000 -
1.3 Depre-
ciação +
M.O. indireta (24.000) 4.000 1.000 1.000 7.000 6.000 5.000 -
+ Materiais
Indiretos
SOMA - 55.000 44.000 37.000 134.000 116.000 104.000 490.000
Fonte: Do autor (2014).
departamentalização
51
52 Custos e formação de preço
Controle
Adm. Manu- Almoxa- Monta- Acaba-
de Corte TOTAL
geral tenção rifado gem mento
Qualidade
Soma dos
custos
iniciais +
rateio do - 55.000 44.000 37.000 134.000 116.000 104.000 490.000
dept. Adm.
Geral da
produção
2. Rateio do Departamento de Manutenção
Rateio da
- (55.000) 4.000 5.000 13.000 16.000 17.000 -
Manutenção
SOMA - - 48.000 42.000 147.000 132.000 121.000 490.000
Fonte: Do autor (2014).
Controle
Adm. Manu- Almoxa- Monta- Acaba-
de Corte TOTAL
geral tenção rifado gem mento
Qualidade
Soma dos
custos ini-
ciais + rateio
do dept.
adm. geral - - 48.000 42.000 147.000 132.000 121.000 490.000
da produção
+ rateio do
dep. manu-
tenção
3. Rateio do Departamento de Almoxarifado
Rateio do
- - (48.000) 5.000 20.000 7.000 16.000 -
Almox.
SOMA - - - 47.000 167.000 139.000 137.000 490.000
Fonte: Do autor (2014).
54 Custos e formação de preço
Controle
Adm. Almoxa- Monta-
Manutenção de Corte Acabamento TOTAL
geral rifado gem
Qualidade
Energia elétrica 30.000 - - - 40.000 30.000 20.000 120.000
Depreciação das máquinas 8.000 10.000 - 2.000 20.000 25.000 15.000 80.000
Mão de obra indireta 10.000 15.000 15.000 20.000 35.000 30.000 25.000 150.000
Aluguel 100.000 - - - - - - 100.000
Materiais indiretos requisitados 6.000 5.000 2.000 4.000 9.000 7.000 7.000 40.000
TOTAL 154.000 30.000 17.000 26.000 104.000 92.000 67.000 490.000
1. Rateio do Departamento de Administração Geral da Produção
1.1 Energia elétrica (30.000) 5.000 8.000 4.000 3.000 4.000 6.000 -
1.2 Aluguel (100.000) 16.000 18.000 6.000 20.000 14.000 26.000 -
1.3 Depreciação + M.O. indireta + Materiais
(24.000) 4.000 1.000 1.000 7.000 6.000 5.000 -
Indiretos
Atividades de aprendizagem
Uma empresa fabricante de tênis produz dois tipos de produtos — “jovem“
e “esportivo” —, neste mês foram produzidas 10.000 pares do modelo
“jovem” e 15.000 do modelo “esportivo”.
Seus custos departamentais foram os seguintes:
Departamentos Custos
Almoxarifado $75.000,00
Manutenção $78.000,00
Montagem $125.000,00
Acabamento $232.000,00
Figura 2.4 Distribuição dos custos das unidades de apoio até as unidades de produção
Atividades de aprendizagem
A empresa “Brasil” produz dois produtos, X e Y, cuja produção no último
mês foi de 1.000 un. e 2.000 un., respectivamente. Seus custos departa-
mentais e o número de empregados foram os seguintes:
Departamentos Custos No de Empregados
Administração Geral da Produção $10.000,00 3
Manutenção $8.000,00 5
Montagem $12.000,00 10
Acabamento $14.000,00 10
Adm.
Manu- Monta- Acaba-
Custos Indiretos Geral da Total
tenção gem mento
Produção
Rateio da Administração
Soma
Rateio da Manutenção
Total
Produto X
Produto Y
Total
64 Custos e formação de preço
Se você estiver encantado por esse assunto relativo aos fluxos e processos
de produção, recomendamos que estude os assuntos ligados ao ambiente
produtivo, tais como engenharia de processos, engenharia de produção, ad-
ministração da produção, administração da qualidade etc.
Esse processo de distribuição efetuado não foi totalmente concluído. O
próximo passo será a distribuição dos custos das unidades produtivas para os
produtos. Para essa distribuição a empresa poderá utilizar outros critérios de
distribuição e comumente, nessa situação, poderão ser utilizadas as horas-
-máquina como critério de rateio/distribuição.
Suponha que essa empresa tenha a produção de dois produtos, um denomi-
nado de Produto P1 e outro de Produto P2. Esses produtos passaram por todas
as unidades de produção, e cada produto consumiu certo tempo de produção
em cada unidade produtiva. Esse tempo é denominado de hora-máquina (hm),
conforme demonstrado na Figura 2.6, a seguir:
Agora ficou mais fácil, o próximo passo será a apropriação deste custo
indireto por hora-máquina a cada produto, isto é necessário em função de
os produtos consumirem diversos tempos de produção nas diversas unidades
produtivas. Observe as Figuras 2.9 e 2.10.
Atividades de aprendizagem
A empresa “Pneuzão” produz três tipos de pneus (modelos R13, R14 e
R15). A empresa tem os seguintes departamentos: almoxarifado, manuten-
ção, corte, montagem e acabamento. Os três produtos passam por todos
os departamentos produtivos.
Neste mês, foram produzidas 7.000 unidades do modelo R13, 4.000 uni-
dades do modelo R14 e 3.000 unidades do modelo R15.
Os custos indiretos de produção são os seguintes:
Custos $
Energia elétrica 190.000,00
Mão de obra indireta 85.000,00
Aluguel 15.000,00
Produtos $
R13 180.000,00
R14 70.000,00
R15 55.000,00
Sabendo-se que:
A energia elétrica será rateada de acordo com o Consumo de Energia
(kWh) de cada departamento;
A mão de obra indireta será rateada de acordo com o número de fun-
cionários de cada departamento;
O aluguel será distribuído aos departamentos de acordo com suas
respectivas áreas;
A distribuição dos custos do departamento de almoxarifado será de
acordo com o número de requisições de cada departamento; almoxa-
rifado deve ser o primeiro departamento a ser rateado;
Os custos do departamento de manutenção sejam distribuídos de
acordo com o número de horas trabalhadas em cada departamento;
E que os custos dos departamentos produtivos sejam atribuídos aos
produtos de acordo com a quantidade produzida de cada produto.
Dessa forma, elabore o mapa de apropriação de custos e responda:
a) Qual o custo total de cada produto?
b) Qual o custo unitário de cada produto?
70 Custos e formação de preço
Analise com calma a distribuição efetuada nos exemplos das figuras acima,
efetuada da seguinte maneira: multiplica-se o valor da base de rateio de cada
centro produtivo pela taxa de distribuição, resultando no valor do custo indi-
reto de fabricação para cada departamento produtivo. Observe a distribuição
do aluguel, sendo que a área da Costura era de 7.500 metros e essa área foi
multiplicada pela taxa de 0,2866666667, resultando no valor $ 2.150,00, ou
seja, a parcela de aluguel equivalente ao departamento de costura.
Essa mesma lógica de cálculo foi aplicada para os demais casos; o cálculo
do valor da taxa já foi explicado anteriormente, favor verificar o exemplo cha-
mado de composição das bases de rateio.
No próximo exemplo (Figura 2.22) será demonstrado o valor de custo indi-
reto de fabricação que cada departamento de produção recebeu.
Fique ligado!
Nesta unidade pudemos acompanhar a determinação dos custos de alguns
produtos, utilizando o conceito de departamentalização; os produtos
recebiam os custos apenas dos departamentos que contribuíam para sua
formação.
A departamentalização mostra-se como um importante recurso a ser
utilizado na apuração dos custos dos produtos industrializados, prin-
cipalmente ao pensarmos em algumas indústrias, que têm um enorme
parque fabril e produz diversos produtos; dessa forma, a utilização da
contabilidade de custos por departamento evitará possíveis injustiças na
determinação dos custos dos produtos elaborados.
INSS
a) Devida pelo empregador
Mão de obra direta R$ 16.000,00
Mão de obra indireta R$ 6.000,00
Pessoal de vendas R$ 5.600,00
Pessoal de administração R$ 8.000,00
b) Devida pelo empregado R$ 11.900,00
Durante o mês, foram produzidas 500 unidades de produtos acaba-
dos. Com base nas informações disponíveis, assinale a opção que
apresenta o custo total com a mão de obra no mês para cada unidade
produzida.
a) R$267,40;
b) R$291,20;
c) R$294,60;
d) R$356,00;
e) R$ 345,99.
2. A empresa “Nova York S.A.” produz dois tipos de estabilizadores de
energia, NY1 e NY2, cuja produção no último mês foi de 1.300 un. e
1.200 un., respectivamente. Seus custos departamentais e o número
de empregados foram os seguintes:
Soma
Rateio da
Manutenção
Total
Produto NY1
Produto NY2
Total
Sabendo que a empresa rateia os custos indiretos com base nas horas-
-máquina, assinale a alternativa que representa o valor individual dos
Custos Indiretos dos Produtos P, M e G respectivamente:
a) R$ 4.500,00; R$ 6.750,00 e R$ 11.250,00.
b) R$ 9.800,00; R$ 14.700,00 e R$ 24.500,00;
c) R$ 16.000,00; R$ 27.500,00 e R$ 46.400,00;
d) R$ 14.300,00; R$ 21.450,00 e R$ 35.750,00;
e) R$ 30.300,00; 48.950,00 e R$ 82.150,00.
4. Supondo que determinada indústria fabrique os produtos A e B e
tenha apurado os seguintes custos na produção de seus estoques.
Custos/Valores
Materiais Diretos (Produto A) / R$ 6.000,00
Materiais Diretos (Produto B) / R$ 2.000,00
Mão de obra Direta (Produto A) / R$ 14.000,00
Mão de obra Direta (Produto B) / R$ 6.000,00
Seguros da Fabrica (CIF) / R$ 700,00
Energia Elétrica da Fábrica (CIF) / R$ 1.300,00
Aluguel da Fábrica (CIF) / R$ 3.000,00
Referências
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
SOUZA, Marcos Antonio de; DIEHL, Carlos Alberto. Gestão de custos, uma abordagem
Integrada entre contabilidade, engenharia e administração. São Paulo: Atlas, 2009.
Unidade 3
Sistemas de custeio e
custeio baseado em
atividade
Joenice Leandro Diniz
Objetivos de aprendizagem:
Explicar o que é o custeio por processo e o custeio por ordem
de produção.
Qual a diferença entre o custeio por processo e por ordem.
Explicar como calcular os equivalentes de produção.
Demonstrar o custeio baseado em atividades.
Apresentar os métodos de custeio por absorção e variável.
Demonstrar os pontos positivos e negativos do método de cus-
teio por absorção em relação ao método de custeio variável e a
diferença entre eles.
Introdução ao estudo
Na Unidade 1 você conheceu a terminologia utilizada para classificar e
identificar os gastos de uma organização, seja pela alocação direta, seja pela
indireta ou pelo seu comportamento fixo ou variável.
Na verdade, além de conhecer os gastos de uma organização precisamos
saber se essa organização apresenta resultado positivo ou não.
Nosso estudo de gestão de custos está inter-relacionado diretamente com o
balanço patrimonial, mais precisamente com as contas de estoques de matéria-
-prima, produto em elaboração, produtos acabados; e também está inter-rela-
cionado com a demonstração do resultado do exercício, mais precisamente a
conta de custo da mercadoria vendida (comércio), custo do serviço prestado
(prestadora de serviço) e custo do produto vendido (indústria).
Apesar da constância do processo de industrialização que acontece em
uma indústria a qual faz parte de sua rotina, lembrando que sempre será feita a
apropriação dos custos no final de um período determinado buscando a deter-
minação do custo do produto, todo fim de mês poderá ser observada a “sobra”
de produtos não terminados, que, consequentemente, ainda serão produzidos.
Isto significa que não poderá ser atribuído o mesmo custo do produto em
elaboração ao já produzido. E os indago a responder a seguinte pergunta: como
se deve atribuir valores aos produtos que ainda não foram terminados, ou seja,
em elaboração? E quanto aos produtos completamente acabados, estes deverão
absorver os custos dos produtos ainda não terminados, ou não?
Pensando ainda no processo de produção, podemos observar dois tipos
comuns de industrialização: as padronizadas e as personalizadas. No primeiro
caso, o processo é contínuo sem variação do produto; já no segundo, como o
próprio nome diz, o processo é personalizado, com especificações distintas.
Então... lhes indago novamente: seria adequado utilizar o mesmo processo
de acumulação de custos? A divisão que se faz no fim do mês no processo de
industrialização contínua, onde se acumula o custo e divide-se igualmente
pelos produtos (totalmente adequado), seria apropriado para a empresa que
produz produtos personalizados?
Nesta unidade, nos lançaremos à descoberta do custeio por processo e
custeio por ordem de produção, que são conteúdos imprescindíveis para a
correta apuração do custo dos produtos produzidos.
86 Custos e formação de preço
Atividades de aprendizagem
1. O sistema de custeio, onde os custos são acumulados em contas
representativas das diversas linhas de produção e são encerradas
sempre ao final do período (semana ou mês), é denominado:
a) Custeio por processo
b) Custeio por ordem
c) Equivalente de produção
d) Custo equivalente
e) Custo extra
2. O sistema de custeio, onde os custos são acumulados numa conta
específica para cada produto ou encomenda, é denominado:
a) Custeio por processo
b) Custeio por ordem
c) Equivalente de produção
d) Custo equivalente
e) Custo extra
96 Custos e formação de preço
legal, é importante destacar que para finalidades gerenciais essa distinção pode
não ter relevância. Em tratamento legal está presente no Art. 290 do rIr/1999,
ao determinar que o custo de produção dos bens ou serviços vendidos com-
preenderá, obrigatoriamente, os seguintes:
a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou
serviços aplicados ou consumidos na produção;
b) o custo de pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,
manutenção e guarda das instalações de produção;
c) os custos de locação, manutenção e reparo e os referentes à depreciação
dos bens aplicados na produção;
d) os custos de amortização diretamente relacionados com a produção;
e) os custos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
Observe que esse fluxo do método de custeio por absorção demonstra que
na produção em andamento incorporam-se todos os custos de fabricação, por
consequência, ao estoque de produtos acabados e no final ao custo do produto
vendido no momento da venda.
Os gastos classificados como despesas (as despesas do período) foram alo-
cados ao resultado de forma direta, não foram envolvidas no custo do produto.
Para ilustrar, elaboraremos uma demonstração do resultado do exercício
pelo método de custeio por absorção, ilustrado na Figura 3.4, com a estrutura
de custos da X-BurgerCompany, empresa industrial fabricante de hambúrgueres.
Figura 3.5 Demonstração do resultado do exercício — método de custeio por absorção 31/12/x1
— X-Burguer Company
Agora, preste muita atenção nas explicações sobre a elaboração desta de-
monstração no resultado do exercício!
A empresa fabricou em 31/12/x1, 20.000 unidades de seu produto com um
custo total unitário de $ 5,90, vendendo neste mesmo período um volume de
18.000 unidades.
Nesse caso, o volume de produção foi maior que o volume de vendas,
gerando um estoque final de 2.000 unidades de produto.
Em contabilidade você já estudou sobre os métodos de avaliação dos esto-
ques e viu que o valor do estoque está no valor de custo. Certo? Então o estoque
de 2.000 unidades de produto estará valorizado na conta do balanço patrimonial
no grupo do ativo. Ou seja, sua valorização é de $ 11.800,00 (2.000 x $ 5,90
= $ 11.800,00).
A empresa vendeu um volume de 18.000 unidades de seu produto a
um preço de venda unitário de $ 9,50, resultando em um total vendido de
$ 106.200,00. Para apurar o resultado é necessário diminuir destas vendas o
valor do custo do produto que foi vendido e, para isto, é necessário aplicar a
seguinte equação:
Figura 3.7 Demonstração do resultado do exercício — Método de custeio por absorção 31/12/
x2 — X-BurguerCompany
Atividades de aprendizagem
No primeiro ano de funcionamento, a Companhia Uni apurou os seguintes
custos de produção:
Custos de produção ano 1 – Volume produzido de 45.000 unidades
Materiais diretos 180.000
Mão de obra direta 315.000
Custo indireto variável de fabricação 45.000
Custo indireto fixo de fabricação 270.000
108 Custos e formação de preço
Variável Estoque
RESULTADO
Custos de
produção Vendas
Próprio
Fixo e
geral (–) CPV
(–) Despesa variável
Margem contribuição
Argumenta-se que:
Fere o Princípio Contábil da confrontação das receitas com os custos que
contribuem para sua obtenção, exemplo: na demanda sazonal em que
são apurados, alternadamente: prejuízos durante a produção sem vendas
e lucro por ocasião das vendas.
Pode prejudicar a análise por parte dos credores no que se refere aos
índices de liquidez e capital circulante líquido.
Não considera os custos fixos na determinação do preço de venda.
Os custos fixos não são completamente fixos e tampouco os variáveis são
completamente variáveis (separação categórica).
No Brasil, não é aceito pelo Fisco.
Fique ligado!
Podemos verificar que cada indústria adotará determinado sistema de acu-
mulação de custos, de acordo com sua realidade; uma empresa que atue
com uma industrialização de maneira repetitiva e contínua, produzindo
produtos padronizados, poderá ter melhores informações utilizando o
sistema de acumulação por processo; já uma empresa que trabalhe com
encomendas de clientes optará por utilizar o sistema de acumulação por
ordem de produção.
E lembrando que nada impede que se possa utilizar um sistema
híbrido, ou seja, utilizando os dois sistemas de acumulação em uma
mesma empresa, podendo-se utilizar o sistema por processo até de-
terminado ponto da produção, onde todos os produtos são igualmente
sistemas de custeio e custeio baseado em atividade 125
Sabendo-se que:
Não havia quaisquer estoques no início de janeiro.
Em janeiro, foram acabadas 9.150 unidades e ainda ficaram 150
processadas pela metade (50%).
Pede-se calcular:
a) o custo unitário de janeiro do produto acabado;
b) o custo do estoque final de produtos em processo em janeiro.
3. A empresa “Papeleira” produz cadernos escolares padronizados, todos
do mesmo modelo, tamanho e cor. A seguir estão relacionados os dados
de custos relativos aos meses de novembro e dezembro (em $).
Novembro Dezembro
Matéria-prima 150.000,00 160.000,00
Mão de obra 130.000,00 135.000,00
Custos Indiretos 100.000,00 110.000,00
Sabendo-se que:
Não havia quaisquer estoques no início de novembro.
Em novembro, foram totalmente acabadas 300.000 unidades e
ainda ficaram 30.000 processadas até um quarto (25%).
Em dezembro, iniciou-se a produção de outras 300.000 unidades.
Em dezembro, conseguiu-se o término de 260.000 e ainda ficaram
40.000 processadas até a metade (50%).
Todos os custos (MP, MOD e CIP) são incorridos uniformemente,
do início ao fim do processo.
A empresa utiliza o critério PEPS, para avaliar estoques.
128 Custos e formação de preço
Referências
ATKINSON, A. A.; BANKER, R. D.; KAPLAN, R. S.; YOUNG, S. N. Contabilidade gerencial.
São Paulo: Atlas, 2000.
BRAND, F. C., MULLER, C. J. The ABC Costs Methodology applied to Logistics. Opinio:
Revista de Ciências Empresariais, Políticas e Sociais — especial logística, 12., Canoas: Ulbra,
2004.
CHING, Hong Yuh. Gestão baseada em custeio por atividade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
COGAN, S. Um modelo de reconciliação de dados para o Custeio Baseado em Atividades
(ABC). Rio de Janeiro, 1995. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Coppe.
COLLATTO, Dalila Cisco; REGINATO, Luciane. Método de Custeio Variável, Custeio Direto
e Teoria das Restrições no contexto da Gestão Estratégica de Custos: Um Estudo Aplicado
ao Instituto de Idiomas Unilínguas. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE CUSTOS,
9.,Florianópolis. Anais... Florianópolis: Universidade do Vale do rio dos Sinos, 2005. p. 1-15.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas,
1998.
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão de custos logísticos.
(2005 reimpressão 2010). São Paulo: Atlas, 2010.
FERNANDES; Luciano. Contabilidade gerencial: caderno de estudos. Indaial: Grupo
Uniasselvi, 2010.
FREITAS, Gisele de; COSTA, Thiago de Melo Teixeira da. Aplicação do Custeio ABC: o
caso de um supermercado de Viçosa — MG. In: Congresso Brasileiro de Custos, 16., 2009,
Fortaleza.
HORNGREN, Charles T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de custos. 11.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. v. 1.
KNUTH, Valdecir. Custos Industriais: caderno de estudos. Indaial: Grupo Uniasselvi, 2009.
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implementação e controle. 3. ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
LIMEIRA, T. E-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. São Paulo: Saraiva,
2007.
LUNKES, R. J. Manual de contabilidade hoteleira. São Paulo: Atlas, 2004.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MAUAD, Luiz G. A. O Custeio ABC em empresas de serviços: características observadas na
implantação em uma empresa do setor. IX Congresso Brasileiro de Custos. São Paulo, SP,
outubro de 2002.
130 Custos e formação de preço
Objetivos de aprendizagem:
Explicitar as variáveis que influenciam na decisão do preço de
venda.
Utilizar o mark-up para definir o preço de venda dos produtos.
Analisar o mix de produtos na formação do preço de venda.
Apresentar a visão geral sobre a precificação dos produtos.
Contextualizar o Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e
Financeiro.
Conceituar a Margem de Segurança.
Introdução ao estudo
A decisão de preço de venda é uma das mais importantes para a empresa,
afinal, a receita que a empresa recebe na venda de seus produtos ou serviços é
a principal entrada de recursos na empresa, recursos estes que serão utilizados
para saldar os custos e despesas incorridos e apure lucro no período, visando
assim remunerar o capital aplicado pelo proprietário na entidade.
Para Bertó e Beulke (2005, p. 264), a formação do preço de venda é “[...] ele-
mento essencial da gestão econômico-financeira e mercadológica das empresas”.
Por isso, nesta unidade aprenderemos sobre essa temática tão importante
e que impacta diretamente no resultado da empresa. Você saberia definir um
preço de venda de um produto que custou $150,00 para ficar pronto? E se
tiverem impostos incidentes sobre a receita? E os custos dos departamentos
administrativos e de vendas, que não estão inclusos no custo do produto, como
devo proceder?
Essas e outras respostas nós teremos consolidadas ao final da unidade.
com um preço menor, é natural que o consumidor irá comprar o produto que
estiver custando menos a ele.
A estratégia adotada pela empresa deve também ser levada em conta no
momento de determinar o preço de venda, pensando que a minha empresa
trabalha com diferenciação dos produtos e serviços oferecidos, proporcionando
aos seus clientes melhores produtos e serviços do que a concorrência, e por
isso pratique uma política de preços mais altos, é natural que o preço de venda
deverá acompanhar a estratégia da empresa. Se pensarmos em uma loja de grife,
que venda roupas a preços elevados, essa pode ser a estratégia da empresa,
vender produtos que não sejam acessíveis a toda a população, mas somente
para a classe que pode pagar para vestir aquela marca.
Porém, um dos fatores mais importantes a ser observado na elaboração do
preço de venda é o custo do produto, uma vez que “[...] um valor de venda
inferior ao custo implica automaticamente em perdas” (BERTÓ; BEULKE, 2005,
p. 264).
Nas unidades anteriores aprendemos a apurar o custo do produto vendido,
restando-nos agora a tarefa de definir o preço pelo qual será vendido o produto.
Como o lucro líquido atingiu os 10% sobre o preço de venda, que é o lucro
desejado pelo proprietário, podemos notar que o cálculo do preço de venda
está consoante com as informações de custos fornecidas.
136 Custos e formação de preço
Pedimos para que você analise com muita calma a demonstração anterior,
mas não se preocupe, faremos um comentário sobre as situações ocorridas.
Primeiro observe que a receita de vendas de cada produto foi encontrada
da seguinte maneira: o volume de venda de cada produto multiplicado pelo
seu preço de venda unitário.
No caso do produto “HB” o volume de vendas foi de 29.920. Multiplicado
pelo preço de venda unitário de $ 1,65 resultou no valor de $ 49.368,00, ou
seja, a receita de vendas totais do produto “HB”.
Os custos variáveis do produto “HB” foram encontrados da mesma forma,
ou seja, o volume de 29.920 multiplicado pelo custo variável unitário de $ 1,25
apresenta o valor de $ 37.400, ou seja, o custo variável total do produto “HB”.
A margem de contribuição do produto “HB” foi encontrada da mesma
forma, ou seja, o volume de vendas de 29.920 multiplicado pela margem de
contribuição unitária de $ 0,40 resulta no valor de $ 11.968,00.
Analisando a composição dos valores do produto “HS”, faremos da mesma
forma, ou seja, multiplica-se o volume de vendas do produto “HS” de 14.960
pelo preço de venda unitário de $ 1,50, resultando no valor de $ 22.440,00
classificado como receita de Vendas do produto “HS”.
Os custos variáveis do produto “HS” foram encontrados da seguinte forma:
multiplica-se o volume de vendas do produto “HS” de 14.960 pelo custo variável
unitário de $ 0,70 e resultará no valor de $ 10.472,00 de custos variáveis
desse produto. A margem de contribuição do produto “HS” foi encontrada da
seguinte maneira: multiplica-se o volume de vendas de 14.960 pela margem
140 Custos e formação de preço
Atividades de aprendizagem
A “E.A.D” Company, através do seu departamento de marketing,
apresentou uma proposta de venda dos seguintes produtos:
P1 P2 P3
Volume normal de vendas anual 105.000 280.000 315.000
Preço de venda unitário 20,00 15,50 17,50
Custo variável por unidade 10,00 12,40 10,50
Atividades de aprendizagem
1. A empresa “Paraná” já com tradição no setor em que atua, está
lançando um novo produto, chamado Califórnia. Porém, para o lan-
çamento do produto, será necessário definir qual o preço de venda
inicial do produto. Segundo ordens da diretoria esse preço deve ser
formado com base nos custos (mark-up), para que seja suficiente para
cobrir as despesas, custos e ainda trazer um retorno de 10% sobre
o preço de venda por unidade. As informações de custo do produto
estão dispostas a seguir.
Matéria-prima R$ 15,00 (por unid.)
Impostos incidentes sobre o PV 25% s/ PV
Comissões sobre venda 5% s/ PV
Dessa forma, elabore o preço de venda do produto Califórnia e faça
uma demonstração de resultado, provando que seu preço de venda
trará o retorno solicitado.
2. A empresa “Brasil” produz e vende o produto “Z”, amplamente divul-
gado e vendido nacionalmente. Em uma reunião, o diretor da empresa
chamou o Sr. Leonardo (contador de custos da empresa) e pediu-lhe
que calculasse por quanto deveria vender o produto “Z”, para obter
um lucro de $10,00 por produto. Sabendo das informações de custo
abaixo, elabore qual o preço que o Sr. Leonardo deve responder para
o diretor da empresa.
148 Custos e formação de preço
Item R$
Matéria-prima (por unid.) $30,00
Impostos 18% s/ PV
Comissão sobre a venda 5% s/ PV
Frete na entrega (por unid.) $5,00
Fique ligado!
Nesta unidade podemos destacar inicialmente os fatores importantes na de-
terminação do preço de venda, fatores estes que devem ser observados com
muita cautela no momento de definirmos o preço de venda.
De nada adiantaria nossa empresa adotar um preço ótimo aos olhos dela,
porém inadmissível para o mercado, pois pode haver algum produto concor-
rente ou substituto que está com um preço inferior ao preço que elaboramos.
Então, necessária se faz a observância de vários fatores na elaboração do
preço de venda; o principal fator seria o custo; qualquer venda abaixo do
custo impactaria de imediato em prejuízo para empresa, refletindo direta-
mente em seus resultados.
Você pôde aprofundar seus conhecimentos nos seguintes conteúdos:
A demonstração do resultado do exercício pelo método de custeio variável.
O conceito de margem de contribuição, ponto de equilíbrio contábil,
econômico e financeiro.
O impacto das alterações dos preços e custos no resultado da empresa.
O conceito de mix de produtos, ou produtos múltiplos, ou produtos di-
versos, ou seja, as organizações vendem diversos produtos que possuem
uma estrutura de volumes, preços, margens e custos diferenciados.
As organizações precisam desenvolver modelos que possam dar suporte ao
seu dia a dia, com a finalidade de responder a diversas perguntas, como:
Qual produto é mais lucrativo para minha organização?
De qual produto devo implementar o volume de vendas?
Qual produto contribui para o resultado global, independentemente de
apresentar ou não resultado satisfatório?
A representatividade do volume de vendas de cada produto não acontece
por acaso; deve-se respeitar todo um ciclo de vida do produto. Tendo em
vista que podemos estar na situação de administrador, gestor, control-
ler, contador gerencial, a nossa missão será tabular informações de alta
qualidade.
A elaboração da Demonstração do Resultado do Exercício pelo método
variável, apurando resultados marginais por produto, e um resultado global
da organização.
164 Custos e formação de preço
Referências
ATKINSON, A.; BANKER, R. KAPLAN, R.; YOUNG, S. Contabilidade Gerencial. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
BERTÓ, Dalvio José; BEULKE, Rolando. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2005.
BEULKE, Rolando; BERTÓ, Dálvio José. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2006.
______. Gestão de custos e resultados na saúde. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 1. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
BRASIL. Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Altera a legislação tributária Federal e dá
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8981.htm>.
Acesso em: 2 abr. 2014.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
CUSTÓDIO, A. A. G.; WERNKE, R. Análise custo/volume/lucro aplicada em laboratório de
próteses dentárias. In: CONGRESSOINTERNACIONAL DE CUSTOS, 16, 2005, Fortaleza.
Disponível em: <http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_CONGRESSO=20>. Acesso
em: 2 abr. 2014.
GARRISON, R. H.; NOREEN, E. W. Contabilidade gerencial. 9. ed. São Paulo: LTC, 2001.
KNUTH, Valdecir. Custos industriais: caderno de estudos. Indaial: Grupo Uniasselvi, 2009.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA — CFC. Decreto no 3.000, de 26 mar. 1999. Art.
247. regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a
renda e Proventos. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/2817905/
art-290-regulamento-do-imposto-de-renda-de-999-decreto-3000-99>. Acesso em: 2 abr.
2014.
SENS, Marcos Antonio. Caderno de Estudos Gestão de Custos. Indaial: Grupo Uniasselvi,
2011.
SOUZA, M.A.; DIEHL, C.A. Gestão de custos: uma abordagem integrada entre Contabilidade,
engenharia e administração. São Paulo: Atlas, 2009.
VANDERBECK, E. J.; NAGY, C. F. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Pioneira, 2002.
Anotações
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Anotações
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________