Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
38
A importância das normas de
ensaio de filtros de ar
Divulgação: Atmen
previsões de comportamento dos filtros em campo. Isto
é, eles não podem ser tomados como verdadeiros para
prever a eficiência, acumulação de pó ou vida útil duran-
te sua operação normal em uma instalação.
Isto posto, é válido questionar: - afinal, porque se
deve ensaiar os filtros de acordo com procedimentos de Foto 1: Filtro grosso sintético
norma?
A resposta para a pergunta está na função principal
dos ensaios que é comparar em condições normaliza-
das (e que podem ser reproduzidas em qualquer parte
do planeta), dois ou mais filtros de ar, permitindo avaliar
o desempenho de filtros produzidos por fabricantes dis-
tintos, com tecnologias e materiais diferentes, sempre
apoiado nas mesmas bases de comparação, isto é, em
condições descritas nas normas.
Divulgação: Aeroglass
Norma en 779
39
artigo técnico
Divulgação: Trox
Divulgação: Aeroglass
Foto 3: Filtro Fino plissado em V Foto 4: Filtros finos tipo Bolsa
Contador de partículas
etapa de carregamento de pó
discretas - CPD (geralmente de 30gr), com o
pó ASHRAE. Novamente se
Figura 1: Esquema do túnel de ensaio conforme EN779 Gustavsson 2003 verifica a eficiência para o ae-
40
rossol de DEHS (em 0,4µm), medindo a quantidade de
partículas conforme procedimento anterior.
Estas etapas de carregamento de pó e medição da
eficiência para o aerossol de DEHS são repetidas suces-
sivamente até que o filtro atinja a perda de pressão final
do ensaio que é de 450Pa.
A eficiência para fins de classificação será a média
das eficiências obtidas em cada etapa de carregamento
Divulgação: Trox
de pó até a perda de pressão final de 450Pa.
Assim como no relatório dos filtros grossos, deve ser
desenhado um gráfico com a evolução da acumulação
de pó no filtro (em gramas), bem como a respectiva perda Foto 5: Túnel de ensaio conforme EN 779 na Alemanha
de pressão verificada em cada etapa de carregamento.
Também devem estar descritas no relatório as efici-
ências médias verificadas até as perdas de pressão de Ensaio de meio filtrante
250Pa, 350Pa além dos 450Pa normalizados. sem tratamento
Para a classificação dos filtros nas classes de efici-
ência média, M-5 e M-6, o ensaio acima descrito é su- A versão anterior da norma EN 779 já descrevia o
ficiente. Já para a classificação dos filtros finos em F-7, procedimento de remoção da carga eletrostática nos fil-
F-8 e F-9, o ensaio do meio filtrante sem carga eletrostá- tros, no entanto, este ensaio não tinha papel decisivo na
tica deve tornar-se obrigatório. sua classificação.
artigo técnico
A discussão do acréscimo de eficiência através da remoção da carga eletrostática com Isopropanol, que
carga estática aplicada aos meios filtrantes, geralmente deve ser efetuado em amostras do meio filtrante idêntico
sintéticos, já é antiga. ao filtro ensaiado.
Através de ensaios de campo realizados nos últimos Após a comprovada descarga eletrostática das
amostras, elas são submeti-
das ao ensaio com aerossol de
(%) Eficiency 0.4 mm DEHS, sem o carregamento
100 de pó, para determinar a efi-
ciência inicial do material. Os
80
resultados são comparados
aos obtidos no ensaio do filtro
60
inteiro (conforme procedimen-
Filter 1
to descrito anteriormente) e, a
40
menor eficiência verificada em
42
Perda de
Arrestância Eficiência média (Ef) para Eficiência mínima 2) para
pressão
Grupo Classe média (Ea) partículas de 0,4 μm partículas de 0,4 μm
final
(%) (%) (%)
(Pa)
Grossos G1 250 50 # Ea , 65 – –
G2 250 65 # Ea , 80 – –
G3 250 80 # Ea , 90 – –
G4 250 90 # Ea – –
Médios M5 450 – 40 # Ef , 60 –
M6 450 – 60 # Ef , 80 –
Finos F7 450 – 80 # Ef , 90 35
F8 450 – 90 # Ef , 95 55
F9 450 – 95 # Ef 70
NOTAS:
• As características da poeira atmosférica variam amplamente em comparação com o pó de carregamento usado nos ensaios. Em razão disso, os
resultados dos ensaios não provém uma base para prever tanto o desempenho operacional quanto a vida útil. A redução da carga estática do meio
filtrante ou o desprendimento de partículas ou fibras podem também afetar negativamente a eficiência.
• A Eficiência Mínima @ 0,4 μm é a menor eficiência verificada no decorrer de qualquer uma das etapas do procedimento de ensaio (eficiência inicial
do filtro e/ou da amostra de meio filtrante, eficiência do meio filtrante carregado ou descarregado eletrostaticamente).
CM
MY
CY
CMY
100 100
80 80 Curva 4
Arrestância em função
Eficiência (0.4 μm), %
80 80
60 60
da carga de pó na
Arrestância, %
60 60
40 40 vazão de ensaio
40 40
20 20
Curva 3
20 20
0 0 Eficiência (0,4 μm) em
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
0 pó na vazão de ensaio
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
Carga de pó
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
500
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 Curva 2
Perda de Pressão, Pa
500
400 Perda de pressão em
400 função da carga de pó
300
na vazão de ensaio
300
200
200 Curva1
100
Perda de pressão
100
0 em função da vazão
0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 de ensaio. (Amostra
Vazão
0,0 0,1 de ar,
0,2 m /s
3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 limpa)
NOTA Os resultados de desempenho são válidos apenas para os itens testados e não podem
ser quantitativamente aplicados para predizer a desempenho do filtro em serviço.
44
Norma ashrae 52.2:2007 NORMA EN 1822:2009
A norma Ashrae 52.2 é frequentemente utilizada Desde a publicação da norma NBR 16401, ficou uma
por fabricantes de filtros e equipamentos norte-america- lacuna no que diz respeito à classificação dos filtros ab-
nos. Também ela é referência nos documentos voltados solutos/HEPA no Brasil. Isto porque a antiga norma NBR
a certificação LEED. Sua base reside no conceito de 6401 que classificava os filtros em A-1, A-2 e A-3 deixou
menor eficiência verificada para três faixas de tamanhos de ser aplicada.
de partículas durante o ensaio (0,3 – 1,0µm; 1,0 – 3,0µm; Como saída para este problema, o mercado vem se
3,0 – 10µm) (tabela 2). acomodando em torno da norma européia EN 1822 que,
Esta norma traz algumas inovações importantes além de ser bastante completa, também está em cons-
como a eficiência por faixas de partículas (algo de mais tante evolução.
fácil compreensão aos usuários), além de quatro faixas A norma EN 1822 foi atualizada no final de 2009.
de perdas de pressão final para o ensaio, em função da Ela trata do método de ensaio e classificação dos filtros
eficiência do filtro (75, 150, 250 e 350Pa). EPA, HEPA e ULPA.
Entretanto, como seu método e aerossol de ensaio Em relação à sua versão anterior, a inclusão da
são diferentes dos utilizados na norma EN 779 (KCL x categoria de filtros EPA (efficient air filters) subdividiu a
DEHS), não existe uma conexão direta entre as duas antiga categoria de filtros HEPA (high efficiency particu-
normas, o que exige cautela na comparação entre filtros late air filters). A classificação dos filtros ULPA (ultra low
ensaiados em uma e na outra norma. penetration air filters) permaneceu inalterada.
Arrestância Perda de
MERV 3,0 to 10,0 μm 1,0 to 3,0 μm 0,3 to 1,0 μm
(arrestance) pressão final (Pa)
8 70% ≤ E3 – – – 150
Tabela 2: Valores de eficiência mínima reportados MERV (Minimum Efficiency Reporting Values)
conforme ASHRAE 52.2:2007.
45
artigo técnico
Divulgação: Aeroglass
filtrante (flat sheet);
EN 1822-4 – com aerossol apropriado, descreve o en-
saio para verificação de vazamentos no filtro, através
do método de escaneamento. Permite o cálculo da
eficiência global do filtro ensaiado, além de apresen- Foto 6: Filtros HEPA planos
tar valores de penetração local, por ponto escaneado;
EN 1822-5 – descreve técnicas de ensaio para deter-
Divulgação: Trox
minação de eficiência em filtros que não podem ser
escaneados conforme EN 1822-4.
46
Filtro Classe conforme Valores Globais Valores Locais
EN 1822:2009
Eficiência % Penetração máxima Eficiência % Penetração
% máxima %
EPA E10 85 15 – –
EPA E11 95 5 – –
EPA E12 99,5 0,5 – –
HEPA H13 99,95 0,05 99,75 0,25
HEPA H14 99,995 0,005 99,975 0,025
ULPA U15 99,9995 0,0005 99,9975 0,0025
ULPA U16 99,99995 0,00005 99,99975 0,00025
ULPA U17 99,999995 0,000005 99,999975 0,000025
Filtro de referência
Critérios para
previamente ensaiado selecionamento de filtros de ar
em laboratório
47
artigo técnico
Divulgação: Atmen
F5
digitação, call center, consultórios
ambiente. Residências G3
Já a norma Européia EN 13779 estabelece a classe
Sala de controle – ambiente eletrônico sensível G3 + F6
de filtragem necessária ao sistema pela co-relação entre
a qualidade do ar externo ao ambiente e a qualidade do Impressão – litografia, offset G3 + F7
ar interno desejado. Os níveis ODA (outdoor air quality) Impressão – processamento de filmes G3 + F8
e IDA (indoor air quality) são válidos para instalações de
Tabela 4: tabela extraída da NBR 16401-3
conforto e estão dispostos na tabela 5. (tabela 5) com as aplicações típicas e classes de
De acordo com o nível ODA e IDA da instalação, filtragem recomendadas
ODA 1
(ar com baixo nível de F-9 F-8 F-7 F-5 (M-5)
poeira - puro)
ODA 2
(ar com poeira moderada) F-7 + F-9 F-6 (M-6) + F-8 F-5 (M-5) + F-7 F-5 (M-5) + F-6 (M-6)
48
Estrutura de sustentação Dimensões da face do filtro
Suporte do filtro (Dimensões nominais) (Dimensões reais)
Largura (mm) Altura (mm) Largura (mm) Altura (mm)
49