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Introdução:
por sublime, LOngino não entende o estilo sublime da retórica, Boileau já constatara isso (p.
09-10)
Natureza e arte:
E preciso pensar na rela~äo da natureza com a tecnica, näo como um antes e um depois, mas
em ato; e e preciso compreender como um e outro podem articular-se. E o que distingue
Longino de um simples ret6rico.
(p. 11)
Valternos ao texto. A questao te6rica e esta: como podemos estimular nossos pr6prios dons
naturais para a grandeza e ate que grau de desenvolvimento podemos faze-lo? Trata-se de
dominar, controlar, medir uma extensao provocada. Corno Longino alias afirma, precisase
tanto do freio quanto do aguilhao (II, 2). A educa~ao tem, portanto, esse duplo papel de incitar
a isso que e preciso chamar violencia, regulando-a. Encontra-se, e seria exaustivo mostra-lo,
um dos problemas que mais interessou o imaginario dos gregos, aquele da medida do
qualitativo, do encontro do numero e da qualidade.
(p. 13)
Da universalidade: segundo Longino é sublime o que agrada a todos:
De fato, existem dois criterios muito simples. Um deles e da ordern da etica: "Nenhuma coisa
cujo desprezar tenha grandeza e grande."16 (VII, 1) E a lei geral que vale para a vida cotidiana
como para o escritor. (...) Pode-se transporrar essa regra da moral a estetica. Ela permite
operar a separa<;;ao entre o essencial e o acess6rio. 0 outro criterio e o da universalidade.
(p.15)
(...)
Do ponto de vista em que ele se situa, desobstruindo a paisagem de uma s6 vez, Longino
afirma que existe um criterio universal do grande.
Afirmados esses principios, isto e, que ha passagem possivel de natureza a cultura, a oficio, e
que existem criterios objetivos do grande, vai-se poder criticar aquilo que Longino nomeia
como as cinco fontes do sublime
(p. 16)
(p. 16-17)
Os valores morais da megalophrosyne säo patentes, como veremos em seguida. Mas, por
enquanto, contentemo-nos com notarquese trata do pensamento, qualquer que seja o que ai
colocamos. A megalophrosyne e uma determinac;ao do megalophues, da grandeza de
natureza. Ela pode identificar-se com o conceito (ennoia) que e o termo que vira em seguida.
Ora, ela e sensivel. Pode-se percebe-la nua, em si mesma. Pode-se ter a experiencia dela e, 0
que e importante, fora de todo discurso. A. primeira vista, com efeito, parece surpreendente
que o exemplo proposto seja um caso de silencio.
(p. 18)
Sublime, o impossível de dizer, o paradoxo da impossibilidade de enunciação da grandeza e a
revelação do “pensamento nu, o pensamento em si mesmo”:
0 eco e o que ressoa sem expressäo. 0 sublime pode ser aquilo que näo se diz, que näo se
enuncia, mas com que se pode ter contato. Essa admirac;ao bruta e o encontro com o
pensamento nu, o pensamento em si mesmo, o grande pensamento. Pode-se ouvi-lo, de
alguma forma, ressoar no silencio23• Ele tem forc;a suficiente para se fazer ouvir sem voz, por
sua pr6pria grandeza24•
(p. 19)
O tratado do sublime
como e a antologia de
textos sublimes.