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Recuperação e Reforço de Vigas PDF
Recuperação e Reforço de Vigas PDF
GOIÂNIA
2015
FELIPE VIEIRA ADORNO
FREDERICO OLIVEIRA DIAS
JOÃO CLÍMACO DE OLIVEIRA SILVEIRA
GOIÂNIA
2015
RESUMO
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira (2015). Recuperação e reforço de vigas de concreto
armado. Goiânia, 70p. Monografia (graduação). Escola de Engenharia Civil, Universidade
Federal de Goiás.
Este estudo apresenta uma revisão das técnicas de recuperação e de reforço estrutural. São
descritas as técnicas de reforço estrutural com chapa de aço colada e compósito de fibra de
carbono comumente empregadas em vigas de concreto armado, os seus critérios de
dimensionamento e esmiuçou-se sobre a técnica de recuperação estrutural. Junto às
técnicas de reforço, são também descritos alguns modelos de cálculo de reforço de vigas de
concreto armado à flexão e a força cortante. São também apresentados exemplos de
dimensionamento de reforço estrutural em vigas de concreto armado, à flexão e a força
cortante, usando chapas de aço colada e compósitos de fibra de carbono. Adicionalmente, é
verificada a resistência da resina utilizada na colagem do reforço. Também é feita uma
conclusão acerca dos resultados obtidos e da escolha do melhor reforço estrutural.
Palavras chaves: Flexão; Cisalhamento; Reforço estrutural; Chapa de aço colada; Fibra de
carbono.
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira (2015). Recovery and reinforcement of concrete’s
beams. Goiânia, 70p. Monography (undergraduate). Escola de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Goiás.
This work presents a review about recovery and structural reinforcement techniques. There
are described the reinforcement techniques of structural reinforcement with glued steel plate
and carbon-fiber composites commonly used in reinforced concrete beams, its design criteria
and was described about recovery structural techniques. Along the reinforcement
techniques, there are also described some known calculation models for structural
reinforcement of concrete beams in shear strength and bending strength. There are
presented examples of structural reinforcement calculation in concrete beams in bending
strength and shear strength using glued steel plate and carbon-fiber composites. In addition,
is verified the resistance of the resin used in the reinforcement’s collage. Also is done a
conclusion about the results obtained and about the choice for the best structural
reinforcement.
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIMBOLOS
_
a - Altura do bloco de tensões no concreto comprimido;
fc - Tensão do concreto;
q - Carregamento uniforme;
Alfabeto grego:
σs - Tensão no aço;
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 12
1.1 - OBJETIVO ................................................................................................................................... 14
1.2 - JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................... 14
1.3 - METODOLOGIA ......................................................................................................................... 15
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 16
2.1. ASPECTOS CONSTRUTIVOS SOBRE O REFORÇO ESTRUTURAL .............................................. 16
2.2. COMPÓSITO DE FIBRA DE CARBONO .................................................................................... 22
2.3. MODELOS DE CÁLCULO PARA REFORÇO À FLEXÃO COM CHAPAS COLADAS ....................... 26
2.4. MODELO DE CÁLCULO PARA REFORÇO À FLEXÃO COM COMPÓSITO DE FIBRA DE CARBONO
(CFC)..................................................................................................................................................36
2.5. MODELO DE CÁLCULO PARA REFORÇO ao cisalhamento COM COMPÓSITO DE FIBRA DE
CARBONO (CFC) ................................................................................................................................. 43
3. EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ............................................................................................................. 48
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 67
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................................... 69
1. INTRODUÇÃO
menos armadura do que prevista em projeto pode diminuir o nível de segurança no Estado
Limite Ultimo.
Durante a utilização, as falhas mais comuns estão relacionadas com a mudança do uso
inicialmente previsto, podendo ocorrer variações significativas na sobrecarga e o
aparecimento de efeitos de segunda ordem significativos.
As ações mecânicas, causadas por choques mecânicos, são mais complicadas por se
tratarem de ações excepcionais, como por exemplo, choques de veículos automotores que
se colidem com a estrutura. Em algumas regiões, onde a incidência de sismos é frequente,
devem-se considerar essas ações no cálculo para que a estrutura não ultrapasse o Estado
Limite Ultimo.
Reforço Recuperação
1.1 - OBJETIVO
1.2 - JUSTIFICATIVA
A opção pelo tema “Recuperação e reforço estrutural” advém do fato de ser uma área da
engenharia civil ainda pouco explorada na graduação e que está cada vez mais sendo mais
solicitada. A construção civil cresceu muito nos últimos tempos, o que sugere que algumas
estruturas estão atingindo a sua vida útil e outras estão sendo impostas a outras
solicitações, o que justifica a importância de desenvolver técnicas de reabilitação de
estruturas.
Há situações em que também pode ser requerido um projeto de reforço estrutural, para
estruturas que inicialmente foram projetadas erroneamente ou construídas em desacordo
com o projeto, sendo necessário uma reanalise dos reforços da estrutura para fins de
utilização.
Embora várias obras tenham sido reabilitadas com sucesso devido ao conhecimento
empírico, os reforços ainda não são tão conhecidos ao ponto de se conhecer todos os
fatores que interferem no comportamento da estrutura reforçada.
1.3 - METODOLOGIA
O trabalho não tem por objetivo esgotar o tema de recuperação e reforço estrutural. Sendo
assim, o escopo do trabalho foi restrito às vigas de concreto armado.
O reforço, como construção civil, tem alguns detalhes construtivos que devem ser
observados. A seguir, são apresentados alguns mais importantes.
O uso de armaduras para aumento da área resistente à tração após a conclusão da obra se
dá por dois motivos principais: deterioração das armaduras pré-existentes devido à corrosão
da mesma, ou ainda, pela necessidade de aumentar a capacidade resistente da peça.
Para fazer uso desta técnica são necessários cuidados mais minuciosos em relação às
fases de projeto e execução. O projeto precisa ser mais bem detalhado, com indicação clara
de cobrimentos, espaçamentos entre as barras, sistemas de ancoragem e emendas,
ângulos de dobragem e curvatura. Durante a execução, deve-se ter cuidado com a limpeza
das barras, a realização das ancoragens, a remoção de áreas contaminadas, colagem,
dentre outras.
Existem diferentes meios para realizar as emendas, cada uma com suas vantagens e
desvantagens. A emenda por solda não é recomenda e o traspasse é o tipo de emenda
mais recomendado. No entanto, algumas vezes não há comprimento necessário disponível.
17
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
O furo, após executado, deve ter a cavidade interna limpa e seca para posteriormente se
injetar o material de enchimento, evitando a penetração do ar. Com a tecnologia atual, esses
furos podem ser preenchidos por graute ou resina epoxídica. O uso do graute é feito em
casos de compressão, como é o caso de pilares e fundações, sendo necessária a furação
com diâmetro superior ao dobro do diâmetro da barra e com folga mínima de um centímetro.
Em casos de flexão ou em casos de impossibilidade de se fazer furos com diâmetros
grandes, usa-se a resina epoxídica. O comprimento de ancoragem é ligeiramente inferior ao
tradicional, podendo-se adotar 0,4 b (SOUZA e RIPPER, 1998).
Depois de adotado todos esses procedimentos, é feita a inserção da barra com movimentos
giratórios, garantindo que fique na posição correta de projeto, eliminando o excesso de
material de preenchimento.
A furação é uma técnica que necessita de uma equipe especializada, assim como um
engenheiro qualificado e capacitado para supervisionar o correto emprego dos
procedimentos utilizados. Esses procedimentos são fundamentais para o funcionamento
perfeito do reforço, que deve garantir, dentre outros critérios, a perfeita ancoragem.
Na Figura 2 são mostrados mais alguns casos de furação para ancoragem da armadura.
Segundo Souza e Ripper (1998), em todos os casos devem ser realizados ensaios de
arrancamento, reproduzindo a real situação da obra, para garantia da ancoragem.
A colagem de chapas metálicas como reforço estrutural é uma técnica já consagrada devido
à grande quantidade de obras que foram realizadas e que atestam a eficiência dessa
técnica (Figura 3). Essa é uma solução bastante eficiente e rápida que permite, dentre
outras coisas, a pouca alteração na geometria das peças. A ligação desse elemento de
reforço à estrutura é feita por meio de colas epoxídicas aplicadas na área de contato da
chapa metálica com o concreto, ou através da injeção de resina epoxídica em alguns furos
(Figura 4).
Figura 3: Reforço com chapa metálica e fixação com resina (SOUZA e RIPPER, 1998).
Figura 4: Reforço com chapa metálica e fixação com aplicação de resina em furos (SOUZA e RIPPER, 1998).
a) Superfície do concreto:
Este item é o responsável pela aderência química entre as partes constituintes. Se essa
superfície for dotada de muita rugosidade, será difícil o acesso homogêneo de resina em
toda a área. Com isso, criam-se descontinuidades na cola, formando bolhas de ar
localizadas e ocasionando o desprendimento da cola.
A solução usual para esse problema é garantir uma superfície uniformemente rugosa.
Recomenda-se que essa aspereza seja resultante de submissão de jatos de areia ou pela
percussão de martelo de agulhas. Logo após isso, deve ser feito, assim como em qualquer
procedimento de reforço, a limpeza com jatos d’agua sob pressão e a secagem por jatos de
ar comprimido de modo que a superfície fique limpa e seca para aplicação da cola.
b) Resina epoxídica:
Essas são as responsáveis pela colagem da chapa na superfície do concreto e são as mais
utilizadas no Brasil. Elas são obtidas com a mistura e solidificação de polímeros fornecidos
em dois componentes, resultando em uma cola com alta aderência com o concreto e o aço.
c) Chapa metálica:
A superfície da chapa metálica, assim como a do concreto, deve passar por um tratamento
para potencializar a aderência da ligação. Ela deve estar isenta de material gorduroso e,
logo após essa limpeza, deve ser feita a decapagem com jato abrasivo. Em seguida, ela
deve ser protegida com uma película autocolante apropriada para proteção durante o
transporte, manuseamento e armazenagem, a qual deve ser retirada no momento da
aplicação das chapas.
Essas chapas são coladas às superfícies de concreto por meio de uma fina camada de
resina. Ao aplicar as chapas, elas devem ser submetidas a pressões constantes para
expulsar o excesso de cola e, simultaneamente a isso, deve ser feito o escoramento das
chapas até a resina estar totalmente seca (Figura 5).
A chapa deve ser dimensionada para suportar o esforço adicional à estrutura. Devem-se
tomar alguns cuidados específicos em relação ao traspasse das chapas metálicas, pois
onde existir traspasse haverá concentração de tensões, o que pode ocasionar a ruptura
nesse ponto. Outra questão que deve ser lembrada é que o traspasse deve ser feito por
solda e sempre após a colagem da chapa com a resina epóxi.
Esse sistema de reforço é vantajoso por ser de rápida execução, não apresentar ruídos ou
vibrações durante sua execução, apresentar pouco acréscimo de seção e pouca
interferência na estrutura. As desvantagens vão do impedimento de visualização de futuras
fissuras e deteriorações até a baixa resistência ao fogo em caso de incêndio (por causa da
resina e da chapa).
Este produto possui propriedades distintas dependendo da direção das fibras na formação
do compósito (longitudinal ou transversal). Para melhor aplicação como elemento de reforço
estrutural para o concreto armado, sugere-se escolher um compósito com módulo de
elasticidade similar ao do aço. Atualmente, a fibra de carbono ainda é proveniente da
Europa e possui a especificação típica mostrada na Tabela 2.
Malha Malha
Dados técnicos tipo 1 tipo 2
Modulo elástico teórico 240 kN/mm²
Fator de redução do modulo elástico devido à aplicação 1,5
Modulo elástico reduzido para fins de cálculo 160 kN/mm²
Resistência última à tração da fibra de carbono - teórica 4300 N/mm²
Gramatura da fibra de carbono 200g/m² 80g/m²
Densidade da fibra de carbono 1,7g/cm³
Alongamento de ruptura teórico 1,75%
Espessura teórica da fibra de carbono para fins de cálculo 0,117 mm 0,047 mm
Seção transversal da fibra de carbono para fins de cálculo 117mm²/m 47mm²/m
Tensão última teórica a 1,75% 500kN/m 200kN/m
Tensão recomendada para o cálculo
Flexão - aproximadamente 800N/mm² ELU 0,5% 93,6kN/m 37,6kN/m
Axial - aproximadamente 640 N/mm² ELU 0,4% 74,8kN/m 30kN/m
A seguir uma tabela para comparar os dados entre dois tipos de compósitos de fibras de
carbono: MBrace, proposta por MACHADO, 2002 e Sika, uma fabricante cujo produto é
acessível ao mercado:
Sika Wrap
MBrace CF 130
300C
(MACHADO,
(Sika, 2010)
2002)
0,165 mm 0,17 mm
Espessura
0,0065 in 0,0067 in
Tensão última 3800 MPa 3900 MPa
Módulo de elasticidade 227 GPa 230 GPa
Deformação de ruptura 1,67% 1,50%
A partir dessas informações pode-se concluir que os dois compósitos têm propriedades
similares.
- Recuperação de fissuras;
- Execução do reforço.
Lembrando que as arestas vivas devem ser arredondadas (Rmin=30 mm) e deve-se aplicar
um primer para melhorar a adesão do compósito de fibra de carbono ao concreto.
Para a aplicação do compósito CFC, deve-se aplicar o putty filler que serve para regularizar
a superfície (apenas nas irregularidades), Em seguida, cortam-se as fibras de carbono
conforme projeto, aplica-se uma “demão" da resina de colagem e faz-se a colagem imediata
da fibra de carbono previamente desenrolada e cortada, eliminando-se as bolhas e os
desvios, Em seguida, aplica-se uma segunda “demão” da resina. O excesso de resina deve
ser removido e, por fim, faz-se o acabamento necessário.
Uma vez terminado todo o procedimento, faz-se necessário a inspeção do reforço para se
precaver de descolamentos do CFC ou até mesmo rompimento do concreto.
Em caso de vigas, a aplicação do CFC pode ser feita para absorção dos esforços de tração
(positiva ou negativa) e cisalhamento como mostra na Figura 07.
Já em relação a lajes, comumente se usa esse tipo de reforço para a flexão, como mostrado
na Figura 08, podendo-se desenrolar a manta de CFC no sentido longitudinal, transversal ou
em ambos.
Essa verificação é essencial no reforço com compósito de fibra de carbono, uma vez que o
reforço é feito externamente à estrutura, ficando assim exposto ao fogo. Deve ser levado em
conta o fato da cola ser combustível, e com isso gerar fumaça, e a capacidade da estrutura
reforçada resistir ao fogo.
O emprego de chapas de aço finas em reforço estrutural é uma técnica atual bastante
eficiente. Na literatura, podem-se encontrar vários métodos de dimensionamento do reforço
à flexão com chapa de aço colada. Dentre eles, foram escolhidos para serem estudados
neste trabalho os Modelos de J. Bresson, Cánovas, Ziraba e Hussein e, por fim, o método
de Campagnolo.
O modelo de cálculo de Bresson (BRESSON, 19711 apud SILVEIRA, 1997) foi desenvolvido
para o dimensionamento de chapas de aço coladas com resina epóxi à viga de concreto. A
interação do sistema concreto-resina-aço resulta em um aumento da resistência à flexão,
considerando as hipóteses de que: As seções transversais permanecem planas após o
inicio da deformação; as deformações são, em cada ponto, proporcionais a sua distância até
a linha neutra da seção.
No método de Bresson, o dimensionamento da viga à flexão deve ser feito no Estádio II, e
os esforços solicitantes separados em Mp, referentes às cargas permanentes, e Ms,
referentes às sobrecargas. Na Figura 11 é mostrado o estado de tensão e de deformação
em uma seção transversal de acordo com Silveira (1997).
Figura 9: Estado de deformação e de tensão de uma viga reforçada segundo o método de Bresson (SILVEIRA,
1997).
Inicialmente, a viga é solicitada apenas por cargas permanentes, ou seja, Mp. Nessa
situação, o concreto encontra-se com a tensão σC1 e o aço com a tensão σa1. Sob essas
condições é feito a colagem da chapa. Dessa forma, quando a viga for submetida à
sobrecarga, surge na chapa metálica uma tensão de tração σaR.
Nesse método, as tensões normais são limitadas às tensões admissíveis dos materiais, isto
é, (SILVEIRA, 1997).
'
c1 c 2 c (2.1)
1
BRESSON, J. Nouvelles recherches et applications concernant l’utilization des collages
dans les structures, Annales de l’ITBTP, série BBA/116, Paris, 1971.
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
28
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
a1 a 2 a (2.2)
aR aR (2.3)
M p M s c1 c 2
a2
b a1 a 2 A Z 1
1
AR
AR Z 2 6 (2.4)
Sabendo que:
AR bR e R (2.5)
tem-se:
M p M s c1 c 2
a2
b a1 a 2 A Z 1
1
eR
AR Z 2 bR 6 (2.6)
A espessura necessária para a chapa é encontrada pela Eq. (2.6), sendo que as tensões
σC1, σC2 e a linha neutra podem ser obtidas por meio da teoria clássica do concreto armado
no Estádio II.
Figura 10: Estado de deformação e de tensão de uma viga reforçada segundo Cánovas (1988).
As tensões normais também são limitadas às tensões últimas dos materiais, isto é:
f ck
cp cs (2.7)
c
f yrk
srs (2.8)
s
Mp
sp (2.9)
Z1 A
f yk f yrk
srs sp (2.10)
s s
Ms
AR A (2.12)
Z S srs
Com a obtenção da armadura de reforço, deve-se fazer a verificação da resina para evitar o
seu descolamento. Isso pode ser feito limitando as tensões cisalhantes devido à força
cortante à tensão limite de aderência da resina.
Figura 11: Transmissão dos esforços da chapa de aço ao concreto (Canovas, 1988).
De acordo com a Figura 12, a força de cisalhamento horizontal na interface da viga com o
reforço, para um comprimento ds, é igual a:
M dM M dM
dN (2.13)
z z z
Porém,
dN b d d s (2.14)
V b d z (2.15)
No estado-limite último,
Vu 0,9ht b d 1 (2.16)
A tensão limite de aderência da resina (d1) dependerá do tipo de resina a ser empregado
assim como da resistência do concreto e de sua rugosidade. Assim, a tensão máxima de
cisalhamento, para uma dada força Vd, a ser absorvida pela resina após o reforço (Figura
14), será:
Vd
(2.17)
Ad1 x z1
b z r 1
A r d 2 x z 2
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
31
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
Figura 12: Tensão por cisalhamento entre a chapa de aço e o concreto armado (CÁNOVAS, 1988)
0,4 2
máx f ct ,m 0,6 0,3 f ck 3 0,6 0,4 (2.18)
4 ht 4 ht
Cánovas (1988) recomenda que a seção da chapa de aço seja 1,5 vezes maior que a seção
calculada. Recomenda, ainda, que a espessura da resina não ultrapasse a 1,5 mm e a
espessura da chapa de aço seja inferior a 3 mm, com exceção das situações em que haverá
outros dispositivos de ancoragem mecânica.
_
_
a a M
T s hs Tp hp u
2 2
(2.19)
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
32
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
Sendo:
Ts As f ys
T p b p d p f yp
h p hc d c d p / 2
0,9
Figura 13: Estado de tensão de uma viga reforçada segundo o método de Ziraba e Hussein (1994).
Esse método foi desenvolvido de acordo com a norma ACI 318 (ACI, 1998) que sugere para
o cálculo da altura do bloco de tensões no concreto comprimido a equação:
_ As f ys b p d p f yp
a
0,85 f c bc (2.20)
A1 d p A2 d p A3 0
2
(2.21)
Onde:
b p f yp b p f yp
A1 1
2 0,85 f c bc (2.22)
As f ys
A2 b p f yp hc d c (2.23)
0,85 f c bc
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
33
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
As f ys M REF
A3 As f ys h s
(2.24)
1,7 f c bc
Por fim com os valores de A1, A2 e A3, pode-se resolver a equação (2.21) como uma
equação do segundo grau onde a incógnita é a espessura da chapa (dp). O valor de dp deve
ser limitado por tpb, que é a espessura máxima da chapa para uma ruptura da viga de forma
dúctil, senão ocorrerá esmagamento do concreto, isto é:
xb 0,85 f c bc As f ys
t pb (2.25)
b p f yp
Sendo a altura da linha neutra, xb, obtida pela equação de compatibilidade, segundo a
norma ACI 318:
xb 0,003
(2.26)
d yd 0,003
Nessa expressão, yd é a deformação de escoamento do aço, calculada com a tensão f ys. Já
o parâmetro é utilizado para se obter a altura do bloco retangular equivalente na seção
comprimida do concreto. Segundo o ACI 318 (ACI, 2008), esse parâmetro vale 0,85 para
concretos com resistência à compressão de até 28 MPa. Para resistências maiores, o valor
de deve ser reduzido de 0,05 a cada 7 MPa de resistência, não tomando-se valores
menores que 0,65.
Por fim, o método de Ziraba e Hussein sugere uma metodologia para verificar a resistência
de aderência da resina. Para essa verificação, são necessárias algumas informações, tais
como o carregamento linear na viga (ws), o módulo de elasticidade (Ea) e o módulo de
cisalhamento (Ga) do adesivo, entre outras informações.
B B 2 4 AC
x (2.27)
2A
Onde,
EC bc
A (2.28)
2E p
B AS bp d p (2.29)
C hs As hpbp d p (2.30)
EC bc x 3
I As (hs x) 2 b p d p (h p x) 2 (2.31)
3E p
3
bp d p
Ip (2.32)
12
ba
K s Ga (2.33)
da
ba
K n Ea (2.34)
da
1
Kn 4
CR 2 dp
4E I
p p (2.35)
1
w L a f '
4
K s 2 La a 2
call 5 Iba
1 E b d
1 2 C R 2 tg 281 f 't b p d p h p x
L 2a s c
p p p 2
(2.36)
O método proposto por Campagnolo (CAMPAGNOLO, 1995 2 apud SILVEIRA, 1997) possui
as seguintes hipóteses básicas:
Chapa de aço de reforço no limite de sua capacidade. Sua tensão é igual à tensão
de escoamento do aço de reforço;
A tensão na chapa de reforço pode ser calculada a partir da teoria do concreto armado no
Estádio II, da qual pode-se deduzir a tensão na chapa de aço adicionada como reforço, isto
é:
(d ch x) E sch
ch M d
Ix Ec (2.37)
2
CAMPAGNOLO, J.L.; CAMPOS Fo, A.; SILVA Fo. L.C.P Técnicas de ancoragem cm vigas de concreto armado
reforçadas com chapas de aço coladas, Anais. 34" REIBRAC, São Paulo, 1995.
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
36
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
Ec Fych I x
M
E sch (d ch x) (2.38)
bw x 3 E s E E
Ix As (d x) 2 s As ' ( x d ' ) 2 sch Asch (d ch x) 2
3 Ec Ec Ec
(2.39)
[( As As ' ) Es Asch Esch ] [( As As ' ) Es Asch Esch ]2 2 Ecbw[ Es ( As d As ' ) Esch Asch dch ]
x
Ecbw
(2.40)
A partir destas equações, pode-se calcular a área necessária de aço para o reforço
estrutural.
O modelo de cálculo para reforço à flexão com compósitos de fibra de carbono (CFC) parte
das mesmas premissas utilizadas no dimensionamento de estruturas de concreto armado.
Considera-se que o compósito de fibra de carbono (CFC) possui comportamento linear até a
ruptura e que a aderência com o concreto por meio da resina é perfeita. Isto é, a ruptura
nunca ocorrerá na interface concreto-compósito. No entanto, não se realiza a verificação da
resistência de colagem da resina uma vez que o compósito é formado pelas fibras de
carbono envolvidas na própria resina. Assim, as propriedades do compósito já são definidas
pelas propriedades da resina utilizada.
Para a determinação do momento máximo resistido pela peça, utilizam-se das mesmas
premissas do dimensionamento de estruturas de concreto armado. Dessa maneira
consegue-se analisar se a viga realmente precisa ou não de um reforço. Isto é, caso o novo
carregamento gere um momento maior que o momento máximo resistente pela peça, esta
deve ser reforçada.
Deve ser considerada a deformação na face onde será colado o compósito de fibra de
carbono (CFC) denominado como εbi na figura acima (figura 16). Dessa forma, pode-se
definir a deformação máxima admissível no CFC por:
cfc ( b bi ) fu (2.41)
Sendo:
A viga deve ser projetada para que no estado limite último esteja no domínio 3. Portanto, as
premissas para iniciar o cálculo do reforço são: deformação no aço (εsd) igual a 1% e a
deformação no concreto (εc) igual a 0,35%, para concreto de até 50 MPa (ABNT,2014).
c sd
(2.42)
x dx
Determinada a primeira posição da linha neutra, deve-se avaliar se esta posição é a que
define o equilíbrio interno de esforços. Para isso, calculam-se as forças internas atuantes na
seção transversal:
Fc 0,85 . f cd .0,8 . bw
(2.43)
Fs f yd . As (2.45)
Sendo:
Os esforços aplicados são calculados como mostrados na figura a seguir (figura 17):
Por fim, calcula-se a força atuante no compósito de fibra de carbono a partir do equilíbrio de
momentos interno e externo (Mdref) em dois pontos, isto é, no eixo na armadura tracionada e
no eixo na direção da resultante da força de compressão no concreto. Do equilíbrio de
momento com relação à armadura tracionada tem-se:
M i M c M s ' M s M fc
(2.46)
M c Fc (d 0,4 x)
(2.47)
M s Fs 0 0
(2.49)
Sendo:
No equilíbrio, tem-se:
M i M dref
(2.51)
Dessa forma, consegue-se determinar a força que atua na fibra de carbono. Caso a peça
esteja em equilíbrio, o momento em qualquer ponto da seção será igual. Portanto, para
garantir que a peça esteja em equilíbrio, deve-se calcular o momento em outro ponto.
Assim, o momento interno com relação ao eixo da resultante de compressão no concreto
vale:
M i M c M s ' M s M fc
(2.52)
M c Fc 0 0
(2.53)
M s Fs (d 0,4 x) 0
(2.55)
M fc F fc (h 0,4 x)
(2.56)
No equilíbrio, tem-se:
M i M dref
(2.57)
Dessa forma, determina-se nova força que atua na fibra de carbono. Caso as duas forças
calculadas sejam diferentes, deve ser feita uma análise com relação à posição da linha
neutra de modo a aumentar ou diminuir a força de compressão no concreto. A partir da
alteração da posição da linha neutra, os cálculos devem ser refeitos até que os dois valores
de força atuante na fibra de carbono sejam próximos, dentro de uma tolerância especificada.
Ffc
Afc (2.58)
fc
f cfc b Ecfc
(2.59)
Desta maneira, pode-se determinar a área de reforço a ser utilizada como definida na
Eq.(2.58).
De acordo com o ACI 318 (ACI, 2008), a deformação que se deseja para o aço quando o
concreto ou o compósito de fibra de carbono entra na ruptura, é de, no mínimo, 0,5%. Para
atender a esses critérios, o ACI318 determina um fator de redução para a resistência do
aço:
0,20 ( s sy )
0,70 para sy s 0,005
0,005 sy
0,70 para s sy
Geralmente as fibras de carbono são pouco suscetíveis à ruptura por fluência. Os resultados
experimentais indicam que existe uma relação linear entre a resistência à ruptura por
fluência e o logaritmo do tempo, em todos os níveis de carregamento (MACHADO, 2002).
No entanto, para evitar rupturas por fadiga e fluência, o ACI 440 (ACI, 1996) recomenda que
o nível de tensão no sistema compósito CFC seja avaliado por:
Ecfc h d
cfc ,s s ,s ( ) bi Ecfc (2.60)
Es d d
O ACI 440 recomenda que a tensão no sistema compósito CFC, para evitar a ruína por
fluência, seja limitada em:
Figura 17: Distribuições das tensões de aderência no sistema CFC (MACHADO, 2002)
ldf 2 f fu t f
n f ct
(2.62)
Sendo:
n - Quantidade de camadas
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
43
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
Ecfc t fc
lt ,max 0,7
f ct ,m
(2.63)
Sendo:
3
Rostásy F.Figura
S. – Expert Opinion 98/0322
18: Configurações possíveis para o reforço ao cisalhamento (MACHADO, 2002)
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
44
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
O cálculo tem início com a determinação do valor extra de resistência ao esforço cortante
que o sistema CFC irá fornecer:
A f f f ( sen cos )d f
Vf 0,332 f cd bw d
sf
(2.65)
Onde,
Af = 2 n t f w f (2.66)
Sendo,
Manipulando a equação (2.65) e admitindo o sistema CFC colado na vertical (β=90°), chega-
se em:
Af f f d f
Vf 0,332 f cd bw d (2.67)
sf
2n t f w f f f d f
Vf
sf
(2.68)
Vf wf
2n t f f f d f sf
(2.69)
Por fim, tem-se que wf/sf é uma variável de projeto que se:
wf
1
sf
, pode se usar lâminas de carbono com um devido espaçamento entre as tiras
(Figura 20);
wf
1
sf
, deve se usar lâminas de carbono em todo o comprimento da peça reforçada;
wf
1
sf
, deve se usar mais de uma camada de lâminas de carbono;
Figura 19: Largura e espaçamento do CFC colado em uma viga (MACHADO, 2002)
Af f f d f
Como V f 0,332 f cd bw d tem-se que:
sf
Vc Vs 0,664 f cd bw d
(2.70)
f f R f fu
(2.71)
K1 K 2 Le 0,005
R
11900 fu fu
(2.72)
2
f cd 3
K1 fator de multiplicação do comprimento efetivo de aderência estabelecido em
27
função da resistência do concreto.
d fe
K2 fator de multiplicação do comprimento efetivo de aderência estabelecido em
d
f
função da configuração adotada para o reforço de cisalhamento.
No caso do reforço como mostrado nas configurações (a) ou (b) da Figura XX, usa se
d fe d f Le
.
1
Le L0
n (2.73)
2500
L0
t f Ef
0 , 58
(2.74)
Sendo:
Finalmente, a deformação última da fibra de carbono ( fu ) pode ser admitida igual a 0,017.
Porém, quando se tratar de uma seção totalmente envolvida por fibra de carbono (caso (a)
da Figura 19), a equação 2.72 pode ser resumida para:
0,005
R
fu
(2.75)
Esse método de cálculo também pode ser usado para o caso de colagem de chapa de aço,
porém deve ser necessário adaptações quanto ao fator de redução.
O ACI Committe 440 (ACI, 2008) recomenda como deformações máximas da fibra de
carbono ( fe ) o valor de 0,004 para o caso da seção (a) da Figura 19, e para os casos (b) e
Propriedades do concreto
Propriedades do reforço
Propriedades da resina
Dados do carregamento
Sabendo que:
a (n 1) n
'
n 1 n
' 2
2
d'
d
n 1 ' 2 n
Para o dimensionamento das vigas reforçadas necessitar-se-á saber qual material atingirá a
tensão admissível primeiro, para isso existem condições com relação à geometria da seção
da viga que a leva a esta informação:
cR a
n , então a armadura de tração atinge a tensão admissível.
sR 1 a
cR a
n Então o concreto atinge a tensão admissível
sR 1 a
Logo:
cR a
n 0,281 0,353
sR 1 a
Como o concreto atinge a tensão admissível, o momento MR é obtido por meio da teoria
clássica do concreto armado no Estádio II, fazendo análise do trabalho exercido durante o
processo de deformação (SILVEIRA, 1997):
M
c1
2 d ' n 1
'
a n 1 a
2
bd 2
d
3 a a
c1 cR
M R cR
2
2 a
bd
a
d '
d
2
' n 1 n1 a 2
3 a a
M R 67,97 kNm
M0
0,6 , portanto M 0 0,6 67,97 1,4 57,1 kNm
MR
M0
c1
2
a
bd 2
ad
'
d
' n 1 n 1 a 2
2
3 a a
57,10
c1 9,62MPa
0,256 2 6,5625 1 0,256 2 0,00672
0,25 0,45 2
3 0 , 256
Adotando-se
c1
n 1 a 6,5625 1 0,256 183,47 MPa
9,62
a1
0,256
c2
n 1 a 6,5625 1 0,256 70,19 MPa
3,68
a2
0,256
a2
AR
1
0
M M b a1 a 2 A Z 1
AR Z2
s c1 c2
6
0,2562
57,10 80,88 9,62 3,68 0,25 183,47 70,19 7,56 10 4 0,45
1
AR
115,1 0,5495 6
AR 13,91cm²
M0 0,6 96 1,4
sp 237,03MPa
Z1 A 0,405 8,4 10 4
f yk 500
srs sp 237,03 197,75 MPa S , REF 130,4MPa
s 1,15 1,15
Portanto será adotado, srs 130,4 MPa. O momento fletor devido à sobrecarga na viga
reforçada vale:
Por fim, a área de reforço pode ser calculada pela Eq. (2.12), isto é:
Ms 114,24
AR A 8,4 10 4 9,30 cm 2
Z s srs 0,495 130,4 10 3
Da teoria do concreto armado, determina-se que a linha neutra após o reforço vale
x 34 cm . Portanto, a distância entre as resultantes de compressão e tração na seção
transversal vale:
A 8,4 cm 2
A tensão atuante na interface entre a chapa de aço e a superfície de concreto da viga pode
ser estimada pela equação (2.17). Logo, para a força cortante Vd,ref, tem-se:
Vd ,ref 70
0,501MPa
Ad1 x z1 8,4 0,45 0,34 0,314
b z r 1 0,25 0,3681
AR d 2 x z r 9,3 0,504 0,34 0,368
2 0,4 2 0,4
máx 0,3 f ck 3 0,6 0,3 26 3 0,6 1,62MPa
4 h 4 50
Portanto, conclui-se que a tensão solicitante é inferior à tensão máxima resistente e, assim,
não deverá ocorrer a ruína da aderência, com consequente descolamento da chapa de aço.
Para este exemplo, será adotado para a espessura da resina entre a chapa e a viga (dc) o
valor de 1 mm Partindo das equações (2.22), (2.23) e (2.24), determinam-se os coeficientes
do método, isto é:
bp f yp b f
A1 1 p yp
2 0,85 f cbc
0,25 150 0,25 150
A1 1 -159,42
2 0,85 261,4 0,25
As f ys
A2 b p f yp hc d c
0,85 f c bc
(0,672% 0,25 0,45) 500
1,15
A2 0,25 150 0,50 0,001 15,66
0,85 26 0,25
1,4
As f ys Mu
A3 As f ys h s
1,7 f c bc
(0,672% 0,25 0,45) 500 1,45 96 1,4
1,15 1000 -0,06
A3 (0,672% 0,25 0,45) 500
1,15
0, 45
1,7 26 0,25 0,90
1,4
xb 0,003
d yd 0,003
xb 0,003
0,45 0,407% 0,003
xb 19,09cm
Em seguida, determina-se a espessura máxima da chapa de reforço pela Eq. (2.25), isto é:
F.V. Adorno, F.O. Dias, J.C.O. Silveira
54
Recuperação e reforço de vigas de concreto armado
xb 0,85 f c bc As f ys
t pb
b p f yp
Logo, a espessura da chapa de reforço igual a 4,6 mm, o que significa uma área de aço
igual a 10,10 cm2.
EC bc 32000 x0,25
A 2cm
2E p 2 x 200000
EC bc x 3
I As (hs x) 2 b p d p (h p x) 2
3E p
32000 x0,25 x0,17513 8,4
I (0,45 0,1751) 2 0,25 x0,0046(0,5076 0,1751) 2
3 x 200000 10000
I 0,0002622m 4
3
bp d p 0,25 x0,00463
Ip 2,02 x10 9 m 4
12 12
0,25
K s 120,1 10008,33MPa
0,003
0,25
K n 200000 23216,67 MPa
0,003
Pode-se então, a partir desses valores calcular a constante CR2 definida na Eq. (2.35):
1
23216,7 4
CR 2 0,0046 9
0,283m2
4 x 200000 x 2,02 x10
Por fim, deve-se variar a incógnita “a” a fim de se ter igualdade na Eq. (2.36):
1
w L a f '
4
5
La a
2 2
K call Iba
1 2CR 2tg 281 f 't bp d p hp h
s
1
E b d L 2a s c
p p p 2
48 6 a 26
1 4
Por meio de tentativas, chega-se aos valores mostrados na Tabela 04. Conclui-se que se a
chapa for colada a uma distância menor que 10 cm do apoio, a resina resistirá à solicitação
e não haverá descolamento da chapa. Os valores dessa tabela foram obtidas com as
propriedades da resina originalmente utilizadas no trabalho de Ziraba et al. (1994). Se forem
utilizadas a propriedades da resina comercial Sika 330 mostradas no Quadro 3.1, conclui-se
que distância da chapa ao apoio deve ser menor que 17 cm conforme os valores da Tabela
05.
a(m) resultado
1 654,9
0,5 322,69
0,2 85,36
0,1 -0,08
0,05 -43,96
a(m) resultado
1 597,06
0,5 264,85
0,2 27,53
0,17 2,22
0,15 -14,8
O método proposto por Campagnolo admite que a viga reforçada se encontra no Estádio II.
Sendo assim, deve-se calcular a posição da linha neutra e inércia da viga reforçada no
Estádio II. A linha neutra pode ser determinada pela Eq. (2.24) com As=7,56 cm2, A’s=0,
Ec=32000 MPa, Es=Esch=210000 MPa, bc=0,25 m, d=0,45 m e dch=0,504 m. Chega-se,
portanto, em:
[( As As ' ) Es Asch Esch ] [( As As ' ) Es Asch Esch ]2 2 Ecbw[ Es ( As d As ' ) Esch Asch dch ]
x
Ecbw
1
x ([(7,56.10 4 )32.109 Asch .21.109 ]
32 109.0,25
[(7,56.10 4 )32.10 9 Asch .21.10 9 ] 2 2.32.10 9 0,25[21.10 9 (7,56.10 4 .0,45) 21.10 9 Asch .0,504 )
A inércia pode ser determinada pela Eq. (2.23) com os mesmos valores já informados.
Chega-se, portanto, em:
bw x 3 E s E E
Ix As (d x) 2 s As ' ( x d ' ) 2 sch Asch (d ch x) 2
3 Ec Ec Ec
0,25 x 3 21 21
Ix 7,56 10 4 (0,45 x) 2 Asch (0,504 x) 2
3 32 32
O momento necessário para a viga reforçada vale 96 kNm (valor característico). Entretanto,
para efeito de comparação, adotou-se o momento MREF=139,2 kNm determinado no item
4.1. Este momento deve ser majorado por f = 1,4 para se obter o momento de cálculo.
Outro aspecto importante no método é que a tensão máxima na chapa é limitada pela sua
tensão admissível, logo deve-se adotar fych=S, REF=150 MPa. Portanto, obtém-se:
E c Fych I x
Md
E sch (d ch x)
Ec Fych I x
M REF c
E sch (d ch x)
32 150.10 6 I x
139,2.1,4 .
21 (0,504 x)
Na Tabela 06 é mostrado um resumo dos resultados obtidos para a área de reforço pelos
diferentes métodos. Também é apresentado o resultado obtido por Silveira (1997) para este
mesmo exemplo, para fins de comparação.
Em todos os métodos, a tensão na chapa foi limitada em S, REF de modo a permitir a
comparação dos resultados entre os diferentes modelos, mesmo que os mesmos sejam em
diferentes estádios.
Tabela 6: Quadro comparativo de área de aço de reforço de chapas coladas com resina epóxi.
Diferença
Modelo de cálculo Área de aço (cm²)
(%)
Silveira (1997) 14,51 0
J. Bresson 13,91 4,14
Cánovas 9,30 35,91
Ziraba e Hussein 10,10 30,39
Campagnolo 11,97 17,51
Se considerar o resultado expresso por Silveira (1997) que é de 14,51cm², observa-se que
as áreas de aço dos modelos de cálculo de Cánovas e Ziraba foram as menores, já que
estes usaram como hipóteses a seção no Estádio III, ocasionando uma mudança da posição
da linha neutra com consequente aumento do braço de alavanca da armadura de flexão e
da inércia, o que acarreta em uma menor área de aço. Em contrapartida, o valor referente
ao reforço de J. Bresson é superior aos calculados pelo fato de não considerar mudança na
posição da linha neutra.
da fibra da viga a ser reforçada devido à atuação apenas de seu peso próprio (
M d ,o 57,1 kN .m ). Da teoria do concreto armado, determina-se que a linha neutra devida a
Rsd z M d
Rsd 135,8 kN
Rsd 135,8 10 3
sd Es sd e sd 161,67 MPa
As 8,4 10 4
sd ,o 0,0776%
Pela Figura 16, obtém-se a deformação na fibra de carbono devido à atuação do peso
próprio, isto é:
dx d x
ch cfc ,bi 0,0887%
0,0776 cfc ,bi
26
FC 0,85 f cd 0,8 x bw 0,85 10 3 0,8 0,1167 0,25 368,44 kN
1,4
F fc 925,6 kN
A seção transversal deve estar equilibrada, logo pode-se realizar o equilíbrio de momento
fletor em relação à qualquer fibra da seção transversal. Tomando o equilíbrio em relação ao
ponto de aplicação da força resultante de compressão do concreto, tem-se que:
M REF M C M S M fc 139,2 365,4 0,45 0,4 0,1167 0,504 0,4 0,1167 Fcfc
Fcfc 103,9 kN
Nota-se que a força resultante obtida para o CFC foi diferente em ambos as equações de
equilíbrio de momento, o que mostra que a seção não está equilibrada. Dessa forma, deve-
se escolher novo valor para a altura da linha neutra e repetir os cálculos. Escolhendo x = 15
cm, obtém-se:
Tentando com x 15 cm
26
FC 0,85 10 3 0,8 0,15 0,25 473,57 kN
1,4
Fcfc 203,8 kN
M REF M C M S M fc 139,2 1,4 365,4 0,45 0,4 0,15 0,504 0,4 0,15 Fcfc
Fcfc 118 kN
26
FC 0,85 10 3 0,8 0,154 0,25 486,2 kN
1,4
Fcfc 120,8 kN
M REF M C M S M fc 139,2 1,4 365,4 0,45 0,4 0,154 0,5 0,4 0,154 Fcfc
Fcfc 119,7 kN
Como ambas o esforço no compósito de fibra de carbono obtido foi o mesmo nas equações,
destaca-se a situação ótima, dessa forma calcula-se a tensão no compósito por meio de sua
deformação, a última obtida pela Eq. (2.41):
cfc 0,795 0,088 0,707% , assim, cfc 0,707% 22700 160,5 kN cm²
120,8
Acfc 0,752 cm²
160,5
Por se tratar de um método iterativo, a situação de equilíbrio foi avaliada para a linha neutra
em (x=15,4 cm). Pelo Quadro 3.2, tem-se que a espessura do CFC é de 0,0165 cm,
portanto:
0,752
b fc 45,57cm
0,0165
Como a viga possui 25 cm de largura, pode-se adotar duas camadas de CFC com 25cm de
largura.
A tensão σs,s refere-se a tensão no aço para combinação frequente, dessa forma foi
considerado 20% do esforço relativo a carregamento acidental, assim tem-se:
M CF 130,85
s ,s z 0,39
33,94 kN cm 2
As 8,4
x x
d 0,68 1 0,4 0,200
d d
O ACI 440 (ACI, 2008) recomenda que a tensão no CFC seja limitada conforme a Eq. (2.41)
para evitar a ruptura por fluência. Logo :
Portanto, a tensão limite para evitar a ruptura por fluência, recomendada pelo ACI 440, foi
atendida para a viga em análise.
Para exemplificar o dimensionamento do reforço com CFC à força cortante, foi tomada a
mesma viga mostrada no Quadro 3.1. Algumas informações necessárias para o
dimensionamento do reforço são mostradas no Quadro 3.2. O carregamento final atuante
sobre a viga foi aumentado com relação ao exemplo do item 3.2.1 para provocar a
necessidade do reforço à força cortante para esta viga.
Propriedades do concreto
fck = 26 MPa
qk = 12kN/m
35 ᶲ6,3mm c/ 23cm
qk,ref = 49kN/m
A partir do modelo de treliça clássica e dos dados, pode-se determinar a força cortante que
carregava a estrutura no início era igual a 48kN nos apoios.
No entanto, a força cortante no apoio, após o reforço, vale 196kN (Vk,ref). Logo, o reforço
será responsável por suportar o acréscimo de força cortante em relação ao que a viga
suportava inicialmente com os estribos, isto é:
Vk ,cfc Vk ,r Vk ,ref
2 2
f 3 26 3
K1 ck 0,97
27 27
1 1
Le L0 55 38,89mm
n 2
d fe 29,61
K2 0,987
d cfc 30
K1 K 2 Le 0,005
R
11900 cfcu cfcu
R 0,19 0,30
Vdcfc w cfc
2n t cfc f cfc d cfc s cfc
w cfc 138
s cfc 2 2 0,165 10 3 988 10 3 0,30
w cfc
0,705
s cfc
Portanto, deve-se utilizar duas camadas de fibra de carbono com largura determinada para
w
manter o espaçamento maior ou igual a cfc .
s cfc
w cfc
0,705
s cfc
0,15
s cfc 0,21m 21cm
0,705
Ecfc t cfc
lt , max 0,7
f ct , m
(2.63)
f ct ,m 0,3 0,7 3 f ck
(2.64)
227000 0,165
l t ,max 0,7 99,87mm 100mm 10cm
1,84
Fica assim determinado que o comprimento de ancoragem deve ser igual a 10cm.
Com base no reforço cálculado no item 3.2.1, segue o detalhamento do mesmo. Para o
desenvolvimento deste, obtém-se o esforço que uma camada de compósito de fibra de
carbono resiste (171 kN), com isso, realiza-se o cálculo da decalagem somado do
Fazendo-se necessário o reforço de vigas de concreto armado, deve ser escolhida a técnica
mais apropriada. Pode-se escolher entre: colagem de chapa metálica, fibra de carbono e
aumento de seção. Dentre essas citadas, a mais usual no Brasil é a de chapa de aço colada
(SOUZA, 1998) a qual teve um estudo de aplicação neste trabalho.
Para o caso de chapas de aço coladas como reforço à flexão, os modelos de cálculo
estudados são baseados em teorias que divergem em alguns pontos, como: estádios limite
último ou de serviço, escolha de diagramas de tensões ou deformações, normas
regulamentadoras, tipos de ruptura entre outras hipóteses simplificadoras. Apesar das
diferenças, os resultados finais obtidos foram próximos com uma diferença de 30% entre o
maior e o menor valor encontrado para área de reforço à flexão. Porém, vale lembrar que
para a perfeita interação concreto-resina-aço, os processos construtivos, já descritos neste
trabalho, devem ser criteriosamente seguidos.
Nos casos onde se utiliza reforços com compósitos de fibras de carbono, os processos
construtivos também devem ser obedecidos para o perfeito funcionamento do reforço, e
adicionalmente, deve-se ter precaução em casos de ocorrer o aumento de temperatura - os
compósitos sofrem mais nessas situações por serem compostos orgânicos. Em casos de
incêndio, por exemplo, o reforço não resistiria ao aumento de temperatura, perdendo sua
eficácia e podendo a estrutura atingir o estado limite de serviço ou até entrar em colapso.
Para tanto, existem maneiras de prevenir que o compósito seja afetado pelo aumento de
temperatura, por exemplo, com o auxílio de cobrimentos do reforço com materiais isolantes
térmicos (mantas, concreto, etc).
Além disso, aumento excessivo da camada de reforço, seja ela com chapa metálica ou
compósito de fibra de carbono, não garantem que a eficiência do reforço. Isto é, não basta
adicionar várias camadas de reforço para tentar obter uma maior capacidade de carga da
estrutura. Existe um limite de camadas de reforço afim de atingir uma maior eficiência do
reforço. Isto foi comentado no caso do dimensionamento de chapa de aço proposto por
Cánovas, onde é recomendado que não se ultrapasse a espessura de 3mm para a chapa
colada salvo quanto ocorre outros métodos de ancoragem.
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