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Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2002 I SéRIE-Número 7


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BOLETIM DA REPUBLICA
PUBUCAÇAO OflCIAL DA REPÚBUCA DE MOÇAMBIQUE

2. SUPLEMENTO
0

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE Assim, convindo estabelecer de uma forma global mais
abrangente e consistente os princípios básicos e normas
AVISO gerais de um sistema integrado de administração financeira
dos órgãos e instituições do Estado, ao abrigo do disposto
A maténa a publicar no _Boletim da Rept1bllca_ deve ler remetida em no n,? 1 do artigo 135 da Constituição da República, a
cópia devidamente autenticada, uma por cada assunto. donde conste. 116m Assembleia da República determina:
daa IncUcaçl588nece•• 6rlas para esse eteltc, o averbamento Begulnte,
assInado e autenticado' Para publicação no cBoletlm da Aept1blica-,
TITULO I

Sistema de administração financeira do Estado


SUMÁRIO CAPfTULO I
Assembleia da República: DIsposições gerais
Lei n.· 9/2002, ARTIOO I
Cria o Sistema de Admi.t:IiSlração Financeira do Estado. (Objecto)

1. ~ criado o Sistema de Administração Financeira do


Estado, doravante designado por SISTAFE.
ASSEMBLEIA DA REPOBLJCA 2. O SISTAFE compreende os seguintes subsistemas:
a) Subsistema do Orçamento do Estado;
Lei n,o 9/2002 b) Subsistema da Contabilidade Pública;
de 12 de FevereIro c) Subsistema do Tesouro Público;
d) Subsistema do Património do Estado; e
O Sistema de Administração Financeira vigente assenta e) Subsistema do Controlo Interno.
em normas legais que remontam de há mais de cem anos,
sendo de destacar o Regulamento de Fazenda, que data 3. O SISTAFE estabelece e harmoniza regras e procedi.
de 1901 e o Regulamento de Contabilidade Pública, de mentos de programação, gestão, execução e controlo do
1881. erário público, de modo a permitir o seu uso eficaz e
A necessidade de reforma com vista a introduzir legis- eficiente, bem corno produzir a informação de forma ínte-
lação e modelos de gestão mais adequados às necessidades grada e atempada, concernente à administração financeira
actuais de administração do erário público foram determi- dos órgãos e instituições <10 Estado.
nando a adopção e implementação pontuais de algumas
medidas. ARTIOO 2
Com efeito, a partir de 1997 tem se vindo a desenvolver (Ambito de apllcaçllo)
esforços de modernização nas áreas do orçamento do
Estado, impostos indirectos, alfândegas, entre outras, com 1. A presente Lei aplica-se a todos os órgãos e institui-
o objectivo de melhorar o sistema de programação e exe- ções do Estado.
cução orçamental, harmonizar o sistema dos impostos 2. Estão compreendidas no número anterior as institui-
indirectos e a pauta aduaneira com os sistemas vigentes ções do Estado com autonomia administrativa e financeira,
nos países da região em que Moçambique se insere e nos termos previstos no artigo 6 desta Lei.
delinear circuitos de registo na área da contabilidade pú- 3. A presente Lei aplica-se também às autarquias e
blica, visando tomá-los mais eficientes, eficazes e trans- empresas eo Estado, excepto no tocante à prestação de
parentes. contas, que se rege por legislação específica.
104--(4) I S!RlB - NOMBRO 7

ARTIOO 3 com poderes próprios para praticar actos administrativos


(Objectivos do ltI8TAFE) definitivos e executôrlos, no âmbito da respectiva gestão
admínístratíva e financeira corrente.
O SISTAFE tem por objectivos:
2. Os órgãos e instituições do Estado só podem dispor
a) estabelecer c harmonizar regras e procedimentos de autonomia administrativa e financeira quando esta se
de programação, gestão, execução, controlo e justifique para a sua adequada gestão e, cumulativamente,
avaliação dos recursos públicos; as suas receitas próprias atinjam o mínimo de dois terços
b) desenvolver subsistemas que proporcionem infor- das respectivas despesas totais.
mação oportuna e fiável sobre o comportamento 3. Para efeitos do disposto neste artigo não são consi-
orçamental e patrimonial dos órgãos e ínstítui- deradas receitas próprias os recursos provenientes do orça-
ções do Estado; mento do Estado, nomeadamente 08 resultantes das trans-
c) estabelecer, implementar e manter um sistema con- ferências correntes e de capital, dos orçamentos da segu-
tabilístico de controlo da execução orçamental rança social, de quaisquer outros órgãos ou instituições
e patrimonial, adequado às necessidades de re- do Estado dotados ou não de autonomia administrativa e
gisto, da organização da informação e da ava- financeira e as receitas provenientes de donativos ou lega-
liação do desempenho das acções desenvolvidas dos.
no domínio da actividade financeira dos órgãos 4. A atribuição do regime excepcional, com fundamento
e instituições do Estado; na verificação dos requisitos previstos neste artigo, bem
d) estabelecer, implementar e manter o sistema de como a sua cessação, nos termos a regulamentar, é da
controlo interno eficiente e eficaz e procedi- competência do Governo, salvo nos casos em que a lei
mentos de auditoria interna internacionalmente expressamente defina em contrário.
aceites;
e) estabelcer, implementar e manter um sistema de CAPtTULO II
procedimentos adequados a uma correcta, eficaz
e eficiente condução económica das actividades Organização e funcionamento do 818TAFE
resultantes dos programas, projectos e demais ARTIGO 7
operações no Ilmbito da planificação programá- (OrgilnIzâvlo)
tica delineada e dos objectivos pretendidos.
1. O SISTAFE compreende um conjunto de órgãos,
ARnoo 4 subsistemas. normas e procedinlentos administrativos que
(PrInclplos fundamentala) tornam. possível a obtenção da receita, a realização da
despesa e a gestão 00 património do Estado, incluindo
O SISTAFE rege-se, de entre outros, pelos seguintes suas aplicações e correspondente registo.
príncípíos:
2. O SISTAFE compreende também a obtenção e gestão
a) regularidade financeira, pela qual a execução do das receitas que não determinem alterações ao património
orçamento do Estado deve ser feita em harmo- do Estado.
nia com as normas vigentes e mediante o cum- ARTIGO 8
prlmento dos prazos estabelecidos; (órglo oaordenador)
b) legalidade, o qual determina a observância Inte-
gra! das normas legais vigentes; A direcção e coordenação éIo SISTAFE competem ao
c) economícídade, na base do qual se deve alcançar Ministro que superintende a área das Finanças.
uma utilização racional nos recursos postos à
disposição e moa melhor gestão de tesouraria; ARTIGO 9
d) eficiência, que se traduz na minimização do des- (Exerclclo e<>on6m!co)
perdício para a obtenção dos objectivos delínea-
dos; 1. O exercício económico, no âmbito do SrSTAFE,
e) eficácia, de que resulta a obtenção dos efeitos coincide com o ano civil.
desejados com a medida adoptada, procurando 2. São consideradas no exercíeíe económico respeotívo:
a maximização do seu impacto no desenvolvi- a) as receitas nele cobradas;
mento económico e social. b) as élespesas nele pagas;
c) as despesas nele por pagar quando regularmente
ARTIOO 5
efectuadas.
(Autonomia sdm!nla\nlllVa)
TITULO II
O regime geral de administração financeira dos órgãos
e instituições do Estado é o de autonomia administrativa, Subsistemas do SISTAFE
entendendo-se, por esta, a capacidade concedida aos ser-
viços e organismos do Estado de praticar actos adminis- CAP1TULO I
trativos definitivos e executõríos, no âmbito da respectiva
gestão administrativa corrente. Subslatema do Orçamento do Eatado
SECÇAO I
ARnoo 6
Organização e competências
(Autonomia adrn'nlall'allvae financeira)
ARTIOO 10
1. O regime excepcional de administração financeira dos (!lrglWIlzaçlio)
órgãos e instituições do Estado é o de autonomia adminis-
trativa e financeira. entencendo-se, por esta, a capacidade O Subsistema do Orçamento do Estado, designado abre-
reconhecida por lei a uma entidade püblíca, dotando-a viadamente por SOE, compreende todos os 6rgli08 ou
15 DE FEVEREIRO DE 2002 104-(5)

instituições que intervêm nos processos de programação de despesas e bem assim as demais Informações
e controlo orçamental e financeiro e abrange ainda as económicas e financeiras julgadas pertinentes
respectivas normas e procedimentos. devem ser publicadas em Boletim da República.
ARTlOO 11 2. Exceptuam-se do princípio da não consignação os
(Competincf •• ) casos em que:
Compete aos órgãos e instituições que integram o SOE: a) por virtude de autonomia administrativa e finan-
ceira. as receitas tenham de ser afectadas a
a) preparar e propor os elementos necessários para a determinado fim específico ou a determinada
elaboração do Orçamento do Estado; instituição ou instituições;
b) preparar o projecto da Lei Orçamental e respectiva b) os recursos financeiros sejam provenientes de ope-
fundamentação; rações específicas de crédito público;
c) avaliar os projectos de orçamentos dos órgãos e c) 00 recursos provenientes decorrem de donativos.
instituições do Estado: heranças ou legados a favor do Estado com
d) propor medidas necessárias para que o Orçamento
destino especffico;
do Estado comece a ser executado no início d) os recursos tenham, por lei especial, destino espe-
do exercício económico a que respeita; cífico.
e) preparar, em coordenação com o Subsistema do 3. Constitui excepção ao princípio da especificação a
Tesouro Público, a programação relativa 11 exe- inscrição no Orçamento do Estado ãe uma dotação provi.
cução orçamental e financeira. mediante a ob- sionaI, sob gestão do Ministro Que superintende a área das
servância no disposto na presente Lei e respec- Finanças. por forma a permitir a sua afectação, em mo-
tiva regulamentação complementar; mento oportuno e atempado. à realização de despesas não
f) avaliar as alterações ao Orçamento do Estado; previsíveis e inadiáveis.
g) avaliar os processos de execução orçamental e fi-
nanceira. ARTIOO 14
SEcçJlOII (Receitas)
Orçamento 1. Constituem receita pública toébs os recursos mane.
ARTIOO 12 tários ou em espécie, seja qual for a sua fonte ou natureza,
(ObjecW) postos à disposição do Estado, com ressalva daquelas em
que o Estado seja mero depositário temporário.
O Orçamento do Estado é O documento no qual estão 2. Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no
previstas as receitas a arrecadar e fixadas as despesas a Orçamento do Estado Q1l cobraóa senão em virtude de lei
realizar num determinado exercício económico e tem por e, ainda que estabelecidas por lei. as receitas só podem
objecto a prossecução da pclftíca financeira do Estado. ser cobradas se estiverem previstas no Orçamento do
Estado aprovado.
13
ARTIOO
(PrJncIIll08)
3. Os montantes de receita inscritos no Orçamento o c
Estado constituem limites mínimos a serem cobrados no
correspondente exercício.
1. Na sua preparação e execução. o Orçamento do
Estado observa, de entre outros. os seguintes princípios ARTIOO 15
e regras:
(Despesas)
a) anualidade, nos termos do qual o Orçamento do
Estado tem um período de validade e de execu- 1. Constituí despesa pública todo O dispêndio de recur-
ção anual, sem prejuízo da existência de pro- sos monetários ou em espécie, seja qual for a sua prove-
gramas que impliquem encargos plurianuais; niência ou natureza, gastos pelo Estado, com ressalva'
b) unidade, na base cio qual o Orçamento do Estado daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à
é apenas um; reposição dos mesmos.
c) universalidade, pelo qual todas as receitas e todas 2. Nenhuma despesa pode ser assumida. ordenada ou
as despesas que determinem alterações ao patri- realizada sem Que, sendo l'g~1, se encontre inscrita devida-
mónio do Estado, cevem nele ser obrigatoria- mente no areamento éo Estado aprovado, tenha cabimento
mente inscritas; na correspondente verba orçamental e sela justificada
d) especificação. segundo o quai cada receita e cada auanto à sua economicidade, eficiência e eficácia.
despesa deve ser suficientemente individuali- 3. As despesas só podem ser assumidas durante o ano
zada; económico para o qual tiverem sido orcamentaz'as,
e) '1"0 compensarão, através do qual as receitas e as 4. As dotações orçamentais constituem o limite máximo
despesas devem ser inscritas de forma i1íquida; a utilizar na realização de despesas públicas, no corres-
f) não consignação. por força do qual o produto de pendente exercício.
quaisquer receitas não pode ser afectado à co- ARTlOO 16
bertura de tleterminadss despesas especificas, (Contratos e acordoa Intem_aPs)
ressalvadas as excepções previstas no n.· 2
seguinte: 1. A assinatura de contratos e acordos internacionais
g) equilíbrio. com fundamento no qual todas as des- que impliquem a assunção de responsabilidades financeiras
pesas previstas no orçamento devem ser efecti- para o Estaco ou envolvam matéria fiscel carecem de
vamente cobertas nor receitas nele inscritas; prévia autorização do Ministro que superintende a área
h) publicidade. em coeformídade com o qual a Lei das Finanças. ainda que tais despesas tenham dotação no
Orçamental, as tabelas ce
receitas e as tabelas Orçamento do Estado.

_ .. _. ~~-~-~~~~~
104-(6) 1 SSRIE - NOMERO 7
-=-------------------
2. A falta de autorização do Ministro que superitende 3. Cada medida dívíde-se em projectos ou acções, que
a área das Finanças determina a nulidade do contrato ou constam de anexo informativo, podendo existir medidas
do acordo, não podendo por isso ser licenciada qualquer com um único projecto ou acção,
transferência cambial no âmbito de algum contrato ou 4. O projecto ou acção corresponde a unidades básicas
acordo nulo. de realização do programa ou medida com orçamento e
AaTIOO 17
calendarização rigorosamente definidos. susceptíveis de.
(EllC8l_o de 8llCllI'908contreIuals) quando executadas, darem imediatamente lugar II resulta-
dos avaliáveis.
Os compromissos resultantes de leis, tratados ou con-
SECÇAO IV
tratos já firmados pelos órgãos e instituições do Estado
que envolvam despesas em mais de um ano económico Elaboração da propceta orçamental
devem apresentar o escalonamento plurianual dos respec- ARTlOO 21
tivos encargos, associado ao respectivo enquadramento orça- (Orçamento do Estado)
mental. por forma a que a liquidação do encargo esteja
garantida na dotação do próprio ano em que for determi- 1. A elaboração do Orçamento do Estado é anual e da
nado o pagamento do respectivo montante escalonado. competência do Governo.
2. Na elaboração anual dos seus programas e orçamen-
SBCÇAO III
tos, o Governo deve ter em conta a sua compatibilização
Orçamento por programas com os orçamentos de investimento plurianuals, consíde-
AaTlOO 18 rando toda a planificação delineada na preparação destes.
(RegIme) 3. A programação e execução do Orçamento do Estado
devem ser tratadas a preços correntes.
1. Sem prejuízo da sua especificação de acordo com as
classificações orgânica, territorial. económica e funcional, Aal100 22
as despesas que integram o orçamento do Estado podem (Propoal88 orçemenl818 cIaa 6rgl1os 8 Inatltu'90es do Estado)
estruturar-se. no todo ou em parte, por programas.
1. Os órgãos e instituições do Estado apresentam ao
2. Com o objectivo de racionalizar a preparação e refor- Ministério que superintende a área das Finanças, nos
çar o controlo da gestão e da execução orçamental, a prazos legalmente definidos. as suas propostas orçamen-
estruturação da programação orçamental é composta por
tais, tendo em vista as acções a desenvolver no âmbito
programas, medidas e projectos ou acções. das suas funções.
AaT/OO 19 2. nas propostas orçamentais a que alude a número
anterior constam, com base nas directrizes orçamentais
(Prellll." orçementals)
fixadas pelo Governo, através cio Ministério que superin-
1. O programa orçamental inclui as despesas corres. tende a área das Finanças. os limites quantitativos. bem
pondentes a um conjunto de medidas ou projectos ou como os objectivos a atingir a figurar na proposta do
acções de carácter plurianual que concorrem, de forma Orçamento do Estado.
articulada e complementar, para a concretização de um ou
vários obíectos específicos, relativos a uma ou mais polí- AaTIOO 23
ticas públicas, dele fazendo necessariamente parte Inte- (Claaalflc89lo ol'9lmantal)
grante um conjunto de indicadores que permitam avaliar
a economia. a eficiência e a eficácia da sua realização. 1. Compete ao Governo aprovar e manter um ciasslfi.
2. O programa orçamental pode ser executado por uma ficador orçamental de receitas e despesas do Estado, cuja
ou várias entidades gestoras. estrutura obedeça às seguintes regras:
3. Para efeito do disposto no número anterior, consí- Q) a receita orçamental é clessiflcada de acordo com
deram-se entidades gestoras dos programas orçamentais os critérios económico, territorial e por fontes
todos os órgãos e Instituições do Estado, incluindo serviços de recursos;
e organismos com autonomia administrativa e financeira, b) a despesa orçamental é classífícada de acordo com
competentes para realizar as despesas compreendidas na. os critérios orgânico, territorial. económica e
queles programas. funcional.
4. Cada nrozrama orçamental pode dividir-se em medi-
dps. nodepdo existir programas com urna dnica medida. 2. A classificação económica. tanto da receita como da
5. Os pronramas orçamentais que não se dividirem em despesa. compreende as duas categoria. seguintes:
medidas, dividem..•e em nroíectos ou acções. podendo exís- a) corrente; e
tir programas com 11mllnico proiecto ou accão, b) de capital.
6. Os proíecto« ou acoões, intewados ou não em medidas, AaTlOO 24
podem ser criados no decurso da execução do Orçamento (ProPoatll do Orçam_ do _do)
do Estado.
AaTloo 20 1. A proposta do Orçamente do Estaco observa estrita
(MedIdas) conformidade com a política econémíco-fínanceíra e o pro-
grama anual do Governo.
1. A medida comnreende despesas de um programa 2. A proposta do Orçamento do Estado compõe-se do
orçamental corresoondenre a prolectos, ou acções, ou amo articulado da respectiva proposta de Lei Orçamental e
bos, bem especificados e caracterizados. que se articulam respectivos mapas.
e se complementam entre si e concorrem para a concretí- 3. Os mapas orçamentals 8 que se refere o n.· 2 deste
zação elos obiectívos do prorrema em aue se inserem. artigo compreendem:
2. A medida ~ executada por urna dnlca entidade ges- a) mapas globais das previsões de receitas, dosllmites
tora.
das despesas e financiamento do défice;

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13 DE FEVEREIRO DE 2002 104-(1)

b) mapall das previsões das .receitas correntes e de Ai'rrao- '){l


capital, de âmbito central e provincial, classifi- iNio lIjIitii6ylio:. 0i~1lIIltA)
cados de acordo com os eritérios orgânico, ter-
ritorial e por fontes de recursos; 1. Não senão aprovada a proposta do Orçamento co
c) mapas dos limites das despesas correntes, de âmbito Estado, é reconduzido Q da 'eXCtCÍcioeconómico anterior,
central e provinclaT, ~iJos de acordo com os limites l!e1é-4efInidos. incluinc!o os ajustes verifi-
com os critérios orgânico. territorial. econó- cados 80 10ngD"desse exercíGio. mantendo-se assím em
mico e funcional; vigor até à aproVação de novo Orçamento do Estado.
tI) mapa das despesas de capital, de âmbito central 2. A manut~4a vigência co Orçamento do Estado
e provincial, classificacos de acordo com os reconduzido. nos termos do número anterior abrange a
critérios orgânico, territorial, económico, fun- manutenção da autorização para cobrança das receitas e
cional e por fontes de recursos. realização de despesas nele previstas, salvo aquelas cujos
regimes vigorariam apenas até ao final <10 respectivo exer-
4. O Governo apresenta ainda à Assembleia da Repü- cício.
blica, com a proposta do Orçamento do Estado, todos os
elementos necessários à justificação da política orçamental, 3. A realização das despesas previstas no Orçamento
nomeadamente: do Estado reconduzido deve obedecer ao princípio da
utilização por duodécimos cas verbas nele fixadas.
a) o Plano Económico e Social co Governo;
b) o balanço preliminar da execução do Orçamento SBCÇAOVI
do Estado do ano em curso; Execução do Orçamento do Estado
c) a fundamentação da previsão das receitas fiscais
e da flX8ção cos limites da despesa; A1lnoo 28
tI) a demonstração do financiamento global do Orça- (Re_ P'\I'8 a exocuçllo)
mento do Estado com discriminação das prin-
cipais fontes de recursos; Para dar início à execução orçamental, o Governo
e) a relação de todos os órgãos e instituições do aprova as disposições que se mostrem necessárias, sem
Estado, assim como de todas as instituições prejuízo da. imediata aplicação das normas da Lei do
autónomas. empresas públicas e autarquias; Orçamento do Estado que sejam directamente exequíveis.
f) a proposta de orçamento de toe'os Os organismos
A1luoo 29
com autonomia administrativa e financeira.
autarquias e empresas do Estado. (Ex8cuç1lo das r8ca:tas)

SBCÇAO v A execução das receitas compreende as três fases se-


guintes:
Apresentação do orçamento
a) lançamento e procedimento admiuistrativo de veri-
A1luoo 2S
ficação da ocorréncia do facto gerador da obrí-
(Apre •••••llIçllo) gação correspondente;
O Governo submete até ao dia 30 de Setembro de cada b) liquidação, cálculo do montante da receita devida
ano à Assembleia éa Repüblíca a proposta do Orçamento e identificação do respectivo sujeito passivo;
do Estado a que se refere o n.· 1 do artigo 21 desta Lei. c) cobrança, acção de cobrar, receber ou tomar posse
da receita e subsequente entrega ao Tesouro
A1lnoo 26 Público.
(AI*ovaçlIo do ~ do Estado) A1luoo 30
(RlIlIII:raçIo das despesas)
1. A Assembleia da República delibera sobre a proposta
de Lei do Orçamento do Estae'o até 15 de Dezembro de 1. A realização das despesas compreende as três fases
cada ano. seguintes:
2. Aprovado o Orçamento do Estado, o Governo fica
autorizado a; a) cabimento, acto administrativo de verificação. re-
gisto e cativo do valor co encargo a assumir
a) proceder à gestão e execução éo Orçamento do pelo Estado;
Estado aprovado, adoptando as medidas consí-
b) liquidação, apuramento do valor que efectivamente
deradas necessárias à cobrança das receitas pre-
há a pagar e emissão da competente ordem de
vistas e à realização das despesas fixadas;
pagamento;
b) proceder à captação e canalização de recursos ne-
cessários, tendo sempre em conta o princípio c) pagamento ou entrega de importância em dinheiro
da utilização mais racional possível das dota- ao titular do documento de despesa.
ções orçamentais aprovadas e o princípio da
2. As despesas que sejam reconhecidas juéicialmente
melhor gestão de tesouraria; no exercício em curso, pertencentes a exercícios anteriores
c) proceder à abertura de créditos pl1blicos para aten-
mas neles não liquidadas. são pagas na rubrica adequada
der ao défice orçamental; do Orçamento do Estado desse exercício em curso.
d) realizar operaçges de crédito por antecipação da
receita, para atender a défices momentâneos de 3. Pode ser autorizada a realização de despesas sob
tesouraria. o regime de adiantamentos em numerário, denominado
fundo de maneio, para atender despesas cujos valores
3. Aprovado o Orçamento CoO Estado, os deputados e as sejam de pequena monta e para as quais se dispense o
Comissões da Assembleia Ca República não podem tomar cumprimento do normal processo de realização de despesas.
iniciativas de lei que envolvam o aumento das despesas 4. Compete ao Governo aprovar, quer os limites mâxí-
ou a diminuição das receitas. mos para a realização das despesas a que se refere o
tÓ4-{8)
Jj sêlRIs - NCMBRO ,
número antetlor, quer aa 4otaç6es orçamentala II cate CAP1Tm.G !l
regime sujeitas, quer tlnda à- ~Clftá9ão sobre a sua
concessão, aplicação e prestação de contas. 8ub.l8tema d• .contabllldlld, Pl1bllCll
&IIcçaoJ
As.T1OO 31

fD•• J*JIIP por pagar)


Organlza91lo e competências
ARTlao ~
Relativamente ao per10d0 do exercício econ6mico em (°l'lJ8llll8vlo)
CII1'SO, devem ser observadas as ~eguint" regras:
a) constituem despcslltl por pagar as despesas líquí- O Subsistema de ConÚlbllldade P\1bllca, designado abre-
dadas e não pagas até 31 de Dezembro: viadamente por SCP, compreende todos os órgãos e insti.
b) as despesas por pagar devem ser anuladas, caso tulções do Estado que intervêm nos processos de execução
não sejam pagas, decorrido um ano. orçamental, recolha, registo, acompanhamento e processa.
mento das traoBacçOes IUBIleptlV\\i&de prodULk ou que
MTIOO 32 produzam modiiicaçõ\\s no Património do Estado, e lIbrange
(Anulaglo de dtllP888S • rte*tt8) ainda as respectivas nonnas e procedimento.
1. Reverte à respectiva dotação o valor da despesa MTlOO 37
anulaé a no exercício. (CompetIRo:,,)
2. Quando a anulação do valor da despesa ocorrer após
o encerramento do respectivo exercício económico, o valof Compete aos órglios ou institulç6es que integram o SCP:
anulado é considerado receita do ano em que a anulação
se efectivar. a) elaborar e propor llormas,l1rocedimento8 técnicos,
relatórios e mapas, bem como a respectiva me-
3. A restituição da receita arrecadada indevidamente, todologia II periodicidade, tendo em vista a
quando ocorra no respectivo exercício ca sua arrecadação, harmcnízação e uniformização oQutablllstlcas;
6 efectuada nesse exercício. mediante l\Uulação do valor b) elaborar II manter \\Ctualtudo o plllll\l de contas:
na rubrica orçamental respectíva.
c) proceder 11 eltecuçil.o do Orçamento do Estaco;
4. A restituição da receita ll1'recadada Indevidamente. á) acompanhar e avaliar o registo sistemático e atem.
quando ocorra em exercícios posteriores, é realizada em pado de todas as transacções:
rubrica orçamental de despesa adequada do exercício em e) elaborar os relatórios de informação períõdíca a
que ela ocorrer. apresentar pelo Governo à Assembleia da Re-
As.T1OO 33 públlea]
(R1ICt1tllll llqul~ t nllo cobradla) t) elaborar a Conta Geral do Estado.
Os valores relativos a contribulçõcs e impostos e demais 81lCÇAo
ri
créditos fiscais do Estado, liquidados e não cobrados den-
tro do exercício financeiro de origem, constituem d/vica Escrltul'lçllo eontabJllstlca
activa e são incorporados em conta própria. findo o exer- MTlOO 38
cício, pela contabilida.de pl1bUI1l\. (Objecto)

MTlOO 34 1. A Contabilidade Püblíea tem por objecto a procuçlio


(AIttra9~ orpnenta'.) e manutenção de registos e evidenciar as transacções reali.
zadas pelos 6rgãos e instituições do Estado e os seus
I. As alterações dos limites 1Jxados no Orçamento do efeitos sobre o património do Estado,
Estado são efectuadas por lei, sob proposta do Governo 2. A Contabllidade mantém os reg/stos analíticos e sinté-
devidamente fundamentada. ticos dos bens, direitos e obrigações Integrantes do patrl.
2. O Governo pode efectuar reforços de verbas no mónio dos órglíos e instituições do Estado abrangidos nos
Orçamento do Estado, utílízando, para o efeito. a dotação termos do artigo 2 da presente Lei.
provlsionlll prevista no n.· :5 do artigo 13 da presente Lei,
desde que as mesmas sejam devidamente fundamentaéas. As.TlCIO 39
3. B ainda da competência do Governo a redistribuição
das verbas dentro dos limitei estabel'lCldos pela Assem.- (Prlnclp'os • NOJOS•• peolfl_)
bleía da República.
4. A transferência de verbas de um 6rgão ou instituição A contabilidade pt1bIlca respeita, de entre outros, os
do Estado para outro deve ser tratada no Orçamento do seguintes princípios geralmente aeeítea:
Estado a crédito daquele e a débito deste. II) consistência, na base do <lual os procedimentos
contabilísticos de um exercício para o outro
ARTloo 35 não devem ser alterados;
(lnfollllllglo pllll6dloa) b) materialidade, segundo Q qual II infonnllÇlio pro-
duzida apresenta todos os elementos relevantes
1. O Governo presta informação semestral sobre a que permitam o acompanhamento da utlllzaçllo
execução do Plano Econ6mico e Social e Orçamento do dos recursos pt1bIlcos;
Estado. à Assembleia da Rep11bllca, at6 4' dias após o c) comparabilldade, em conformidl\cle com o qual o
semestre. registo das operações observa as normas deter.
2, O Governo presta ainda informação trimestral à minadas ao longo da vida dJJsre8peClivel órgãos
Assembleia da Repüblíca sobre a execução do Or~lltDento ou instituições, pOl' forma a que pOSS&n:l ser
do Estado, devendo esta ser publicada no Boletim c''Q c.OlTlparadosao longo do tempo e do espaço os
Replibllcl. daeo. produzido.:
13 DE FEVEREIRO DE 2002 104-(9)

<!) oportunidade, pelo qual a informação deve ser ARTlOO 47


produzida em tempo oportuno e útil por forma (Conteúdo)
a apoiar a tomada de decisões e a análise da
gestão. A Conta Geral do Estado deve conter informação com-
ARTlOO 40 pleta relativa a:
(Princl"'" dlgrátlco) a) receitas cobradas e despesas pagas pelo Estado;
b) financiamento ao défice orçamental;
o critério utilizado para os registos dos actos e factos c) fundos de terceiros;
administrativos, no ílmbito do SISTAFE, é o princípio d) balanço do movimento de fundos entrados e saídos
digráfico ou método das partidas dobradas. na Caixa do Estado;
e) activos e passivos financeiros e patrimoniais do
A1moo 41 Estado;
f) adiantamentos e suas regularizações.
(Reg;me de registo)
ARnoo 48
O registo contabilístico adoptado é o regime misto, (Estrutla'a ds ~ GtII'IIl do Estado)
aplicando-se para as receitas o regime de caixa e para as
despesas o regime de compromissos. 1. A Conta Geral do Estado deve conter os seguintes
documentos básicos:
A1moo 42 a) o relatório do Governo sobre os resultados da
(Moeda) gestão orçamental referente ao exerclcio econõ-
mico;
A escrituração dos actos e factos administrativos é b) o financiamento global do Orçamento do Estado
efectuada em moeda nacional. com discriminação da situação das fontes de
financiamento;
ARTIOO 43 c) o balanço;
(Oe""",shaçlles contabIlIatlcas) li) os mapas de Execução Orçamental, comparativos
entre as previsões orçamentais e a receita co-
O Governo elabora, no fim de cada exercício econó- brada e daquelas com a despesa liquidada e]
mico, o Balanço, Mapas de Controlo Orçamental, Demons- /paga, segundo a classificação prevista nos n." 1
tração de Resultados e o Inventário Contabilístico. e 2 do artigo 20 desta Lei;
e) a demonstração de resultados;
f) OS anexos às demonstrações financeiras;
ARTIOO 44
g) o mapa dos activos e passivos financeiros existentes
(AmortIzaçl5es e relntegrsç6ss) no início e no final do ano económico;
h) o mapa consolidado anual do movimento de fundos
Todo O património do Estado é amortizado e reintegrado por operações de tesouraria.
de acordo com a legislação aplicável e as regras de con-
tabilidade geralmente aceites. 2. O Governo apresenta, como anexo à Conta Geral
do Estado, o inventário consolídado do património do
SI!CÇ.110 UI Estado.
Conta Geral do Estado 3. O Governo deve ainda apresentar, como anexo infor-
mativo à Conta Geral do Estado, um resumo das receitas,
ARTIOO 45 despesas e saldos por cada instituição com autonomia
(Ob)aeto) administrativa e financeira.
A Conta Gerai do Estado tem por objecto evidenciar a ARTIOO 49
execução orçamental e financeira, bem como apresentar (Contes de lnstltulçlles lIlIl6norMs)
o resultado do exercício e a avaliação do desempenho dos
órgãos e instituições do Estado. As instituições com autonomia adniinistrativa e finan-
ceira devem proceder à entrega ao Ministério do Plano
ARTIOO 46 e Finanças da informação referida no n," 3 do artigo
(Plincfp!os • l'8gI'IS sspecfllcas) anterior, até ao dia 31 de Março de cada ano.
ARTIOO 50
1. A Conta Geral do Estado deve ainda ser elaborada
com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibi- (Pr&zos)
litar a sua análise económica e financeira.
1. O Governo deve apresentar à Assembleia da Repú-
2. A Conta Geral do Estado deve reflectir a observância blica e ao Tribunal Administrativo a Conta Gerai do
do grau de cumprimento dos princípios de regularidade Estado, até ao dia 31 de Maio do ano seguinte àquele a
financeira, Iegalídade, economicidade, eficiência e eficácia que a referida conta respeite.
na obtenção e aplicação dos recursos públicos colocados à 2. O Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo
disposição dos órgãos e instituições do Estado. sobre a Conta Geral do Estado devem ser enviados à
3. Tendo em vista reflectir a situação financeira e os Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do
resultados da execução orçamental dos órgãos e institui- ano seguinte àquele que a Conta Geral do Estado respeite.
ções do Estado, a Conta Geral do Estado deve ser elabo- 3, A Assembleia da República aprecia e aprova a Conta
rada com base nos prfncípios e regras de contabilidade Gerai do Estado, na sessão seguinte à entrega do Relatório
geralmente aceites, e Parecer pelo Tribunal Administrativo .

~---------._.-
.
104-(10') I SSRIE - NOMERD 7

CAP1TULO III menta quer a arrecadaçlio e cobrança de receitas quer o


pagamento de despesas, seja qual for a sua proveniência
8ubslstema d'o resouro Público ou natureza.
SI!CÇAO I
2. S vedada a abertura de contas bancárias de que seja
Organização e competências unicamente titular qualquer 6rgão ou inatituiçêo do Estado.
Almao 51 3. Na construção da Conta Única, compete ao Governo
(Organ!zlIÇlIo) defenir e determinar as vias mais adequadas à sua concre-
tização, tendo em vista a melhor gestão de tesouraria e
O Subsistema do Tesouro Público, designado abreviada- os superiores interesses do Estado.
mente por STP, compreende o conjunto dos órgãos e
instituições do Estado que intervêm nos processos de pro- AaTlao 56
gramação, captação de recursos e gestão de meios de (DlvIdII po1bIlcll)
pagamento e abrange ainda as respectivas normas e pro-
cedimentos. 1. A Dívida Pública compreende as obrigações finan-
Aanao 52 ceiras assumidas em virtude de leis, contratos, acordos e
(Competlncl ••••) realização de operações de crédito.
2. A Dívida Pública divide-se em:
Compete aos õrgãos ou instituições do Estado que inte-
gram o STP nomeadamente: a) Dívida Pública Interna, aquela que é contraída
pelo Estado com entidades de direito público
a) zelar pelo equilíbrlo financeiro;
ou privado, com residência ou domiciliadas no
b) administrar os haveres financeiros e mobiliários;
Paía, e cujo pagamento é exigível dentro do
c) elaborar a programação financeira;
territ6rio nacfonal;
c/) elaborar as estatfstlcas das finanças públicas;
e) gerir a conta única; b) Dívida Pública Externa, aquela que é contraída
f) propor a formulação da política de financiamento pelo Estado com outros Estados, organismos
da despesa pública e providenciar a sua execu- internacionais ou outras entidades de direito
ção; público ou privado, com residência ou domicílio
g) gerir a divida pública interna e externa; fora do País, e cujo pagamento é exigível fora
h) realizar e gerir as operações de crédito público. do territ6rio nacional.

SI!CÇAo II CAP!TULO IV
Tesouro Público
8ubslatema do PatrimónIo do Estado
AaTlOO53
SIlOÇAO I
(Ob)ecllo)
Organização e cornpetênclaa
O Tesouro Público. compreendendo os direitos, as ga- AaTlOO57
rantias e obrigações da responsabilidade do Estado, tem (OrganIuvIo)
por objecto a elaboração da programação financeira, os
desembolsos e pagamentos relativos à execução orçamental
e financeira. O Subsistema do Patrim6nio do Estado, designado abre-
AaTlOO54 viadamente por SPE, compreende os 6rgãos ou institui.
(PrInc1p1os• reg_ "peo/~)
ções do Estado que intervêm nos processos de admínls-
tração e gestão dos bens patrimoniais do Estado e abrange
1. A administração do Tesouro Público rege-se, de entre ainda as respectivas normas e procedimentos.
outros, pelos seguintes princípios:
a) unidade de tesouraria, segundo o qual tocos os Aanoo 58
recursos públicos devem ser centralizados com (Competências)
vista a uma maior capacidade de gestão, dentro
dos príncíplcs de eficácia. eficiência e econo- 1. Compete aos órgãos ou instituições que integram o
mlcldade; SPE:
b) equilíbrio de tesouraria, pelo qual as entrsdas de a) coordenar a gestão dos bens patrimoniais do Es-
recursos devem ser iguais ou superiores às saí- tado;
das de recursos;
b) organizar o tombo dos bens im6veis do Estado;
2. A cobrança de todas as receitas deve ser realizada c) elaborar anualmente o mapa de inventário flsico
em estrita observância do princípio da unidade de tesou- consolidado e das variações dos bens patrimo-
raria. niais do Estado;
3. A unidade de tesouraria abrange todos os fundos &) proceder periodicamente ao confronto dos inven-
de origem fiscal e extra-fiscal e os provenientes de opera- tários físicos com os respectivos valores conta-
ções de crédito legalmente autorizadas. bilísticos;
e) propor normas e instruções regulamentares perti-
AaTlOO55 nentes sobre os bens patrimoniais do Estado.
(Conta Onlca)
2, A inventariação e gestão do patrim6nio do Estado
1. A Conta Única é uma conta bancária tipo piramidal. compete à entidade onde se localizam os bens e direitos
com as necessárias sub-contas, através da qual se movi- patrimoniais, de acordo com a legislação vigente.
13 DE FEVEREIRO DE 2002 104-(11)

sl!CÇ1O II
regularidade, economicidade, eficiência e eficácia tendo
Património do Estado em vista a boa gestão na uti1ização dos recursos postos
ARTIGO S9 à disposição dos 6rgãos e instituições do Estado.
(Objecto) 2. O Governo, por intermédio do Ministro que superin-
tende a área das Finanças, pode submeter à auditoria
o Patrim6nio do Estado tem por objecto a coordenação
independente, pontual ou sistemática, os 6rgãos e insti-
e gestão dos bens patrimoniais do Estado, a organização
tuições do Estado.
da informação relativa à inventariação dos referidos bens
SECÇAO II
e à elaboração do respectivo inventário.
Controlo Interno
ARnoo 60 ARTIGO 64
(PrlncIpIoe e re_ 88J'!lCIfIcos) (Objecto)

O Patrim6nio do Estado rege-se, de entre outros, pelos O controlo interno tem por objecto:
seguintes princípios e regras: a) fiscalizar a correcta utilização dos recursos püblí-
a) os bens de domínio pl1blico e os de domínio prí- CDS e a exactidão e fidelidade dos dados conta-
vado de uso especial do Estado são impenho- bílístícos:
ráveis e inalienáveis; b) garantir, através da fiscalização, a uniformização
b) os bens patrimoniais do Estado são avaliados de da aplicação das regras e métodos contabílís-
acordo com critérios específicos a serem fixados ticas;
pelo Governo; c) verificar o cumprimento das normas legais e pro-
c) a aquisição e alienação de bens patrimoniais do cedimentos aplicáveis.
Estado realiza-se por concurso público, ressal-
vando-se as excepções legais; Aimoo 6S
á) os critérios e taxas de amortização e reintegração (Princlp/os e regras especificas)
dos bens patrimoniais do Estado são objecto de
legislação específica. O controlo interno rege-se pelos princípios de índepes-
dência e isenção e ainda pelos princípios e regras das
ARTIGO 61 organizações internacionais de auditoria aplicáveis.
(V618Çllea palrimonlft)
T(TULO 1lI
1. Constituem variações patrimonais os actos ou efeitos
que produzam alterações ao Patrim6nio do Estado, tais Disposições finais e tr.ansit6rias
como a obtenção e concessão de crédito, aquisição ou ARTIOO 66
alienação e depreciação ou valorização dos bens patrímo- (Regime de I'8S/lIonsabilldade)
niais do Estado.
2. Compete ao Governo definir os critérios de depre- 1. Os titulares dos cargos públicos, funcionários e agen-
ciação e valorização dos bens patrimoniais do Estado. tes do Estado e demais entidades públicas respondem
3. Toda e qualquer variação patrimonial deve obedecer fínanceíra, disciplinar, criminal e civilmente nos termos
a determinações legais aplicáveis a cada caso. da lei, pelas infracções que pratiquem no âmbito do exer-
cício das suas funções de execução orçamental ou fínan-
CAPITULO V ceíra,
2. O Estado e demais pessoas colectivas públicas res-
Subsistema do Controlo Interno pondem civilmente pelos danos causados a terceiros, nos
SECÇAO I termos da lei.
Organização e competências 3. As autoridades que ordenarem a percepção de quais-
quer contribuições directas ou indirectas, seja de que
ARnoo 62
natureza forem, não autorizadas por lei, e os funcionários
(Organização) que, por acto próprio ou em cumprimento de ordens
superiores procederem à cobrança de contribnições ou
O Subsistema do Controlo Interno, designado abrevia- impostos não autorizados, ou o fizerem por valor superior
damente por SCI, compreende os 6rgãos e entidades que ao devido, sendo disso sabedores, são punidos com a pena
intervêm na inspecção e auditoria dos processos de arre- que couber aos crimes de concussão ou imposição arbi-
cadação, cobrança e utilização dos recursos públicos e trária de contribuições, previstos no C6digo Penal.
abrange ainda as respectivas normas e procedimentos.
4. Todo o funcionário público que, por negligência,
praticar acto em contrário ou omitir acto, do. definidos
ARnoo 63 na presente Lei, responde disciplinarmente nos termos do
(Coi•••••ItI ••'•••) Estatuto Geral dos Funcionários do Estado.
5. Sem prejuízo da responsabilidade disciplinar ou crí-
1. Compete aos 6rgãos ou entidades que integram o SCI minal que ao caso couber, o Estado tem direito de regresso
exercer as actividades de verificação da aplicação dos pro- sobre todo o funcionário público que cause, por seu acto
cedimentos estabelecidos e o cumprimento da legalidade, ou omissão, prejuízos ao Estado.
104-(1"2) 1 SÉRIE.- NO'MERQ 7
A1moo67 AaTlOO 69
(R8\lUllIIlIentaolo) (R.vogeçlo)

1. Compete ao Governo regtÜl\mentar a presente Lei Fica revogada toda a legislação anterior que contrarie
. no prazo de 180 dias a contar da data da sua entrada em a presente Lei.
vigor.
2. O Governo deve criar as condições necessárias para, Aprovada pela Assembleia da República, aos 17
no prazo de um ano a contar da data da entrada em vigor de Dezembro de ~OOI,
da presente Lei, Iniciar a implementação do SISTAFE. O Presidente da Assembleia da República, Edu(I1'do
loaquim MuMmbw~.
AaTlOO 68
(EnJnlcJ. em vigor) Promulgada em 12 de Fevereiro de 2002.
A presente Lei entra eD\.vigor a partir do dia 1 de Publique-se.
Janeiro de 2002. O Presidente da Repúplica,lOAQUIMALBERTOCHISSANO.

Preço-4140.00 MT

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