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OP - ART e POP - ART

Professora: Cristiane Seibt


Derivações da arte moderna
• Os caminhos abertos pelas experimentações
modernistas propiciaram elaborações
envolvendo tecnologias, estudos científicos e
incorporações de elementos da propaganda,
da mídia, de uma forma geral, em que a
cidade se constitui como repositório, ela
mesma apropriada e reinventada nas novas
expressões artísticas. A op art, a pop art, o
grafite e a instalação são exemplos dessas
novas elaborações no campo da arte.
A Op art
• A op art surgiu dentro da segunda metade
da década de 50 e na década de 60
popularizou-se na América e na Europa.
Seu nome deriva da forma abreviada de
Optical-art. Com uma gestação
relativamente longa, foi oficialmente
apresentada ao grande público, em 1965,
numa exposição coletiva chamada The
Responsive Eye, no Museu de Arte
Moderna de Nova York.
• É uma forma de arte abstrata que utiliza
figuras geométricas (representadas
inicialmente em preto e branco), nas quais
a repetição sucessiva de elementos
resulta numa dinâmica visual, que leva o
espectador a sentir os efeitos de uma
ilusão ótica com movimentos pulsantes.
• O impacto sensorial sobre a vista do
observador é causado pela sensação de
movimento, do ritmo e das vibrações
criada pela composição, principalmente
quando ele muda seu ângulo de
observação da obra.
• Uma das principais características da Op
art é a forte sensação de movimento e
transformação que a obra sofre aos
olhos do observador, na medida em que
ele, observador, move-se em torno dela.
A obra parece “respirar”; ela cria, além
de outros efeitos, o moiré
• A Op art propõe menos expressão e mais
visualização, ou seja, vincula-se menos
às humanidades e muito mais às
ciências e às tecnologias, por suas
ilimitadas possibilidades. Tenta
reproduzir a instabilidade da sociedade
moderna, em que tudo se modifica a
cada instante e, na ilusão ótica de suas
telas, a realidade se confunde.
Victor Vasarely
• O principal representante e um dos
precursores da Op art foi Victor Vasarely
(1908-1997). Artista franco-húngaro,
após estudar arte em Budapeste,
radicou-se na França, onde, por treze
anos, trabalhou como designer gráfico
em empresas de publicidade.
• Como quase todos os artistas, iniciou
sua arte no figurativismo e seguiu depois
para o construtivismo e para a arte
geométrica abstrata. Utilizou seus
conhecimentos em artes gráficas nas
pesquisas e experiências dos
fenômenos de percepção ótica,
culminando na sua grande criação: a
plástica cinética.
• Vasarely, em seu fascínio por padrões
lineares, desenhou diversas grelhas
lineares, inicialmente em preto e branco,
depois policromáticas. Criou grandes
combinações com círculos, triângulos e
quadrados e belíssimas deformações
ondulantes, mas sempre preocupado
com a sensação de
multidimensionalidade e de
profundidade dos objetos.
• O legado de Vasarely para a Op art foi
tão rico e intenso que o nome deste
estilo estará sempre ligado ao seu.
Zebras – 1950, Victor
Vasarely, óleo sobre
tela – 92 x 116 cm.
Coleção particular.
Bélgica
Bridget Riley
• Ao lado de Vasarely, apresenta-se
também como figura de destaque da Op
art a artista inglesa Bridget Riley
(1931–....). Riley, no início dos anos 60,
inspirada em Vasarely, produziu uma
série de pinturas também com linhas
pretas e brancas apenas, mas, em 1965,
partiu para sua fase colorida, pois
descobriu nas cores a força necessária
para seus temas.
Círculos que se
movem , 1960 - Bridget
Riley
Pop Art
• A Pop art, embora tenha surgido na
Inglaterra em meados da década de 50,
ganhou força e amadureceu seus
propósitos na Nova York dos anos 60.
Seus dois polos de irradiação para o
mundo foram Londres e Nova York.
• Pop art é uma expressão abreviada, oriunda do
inglês, que significa arte popular, não no
sentido de ser feita pelo povo, mas produzida
para o consumo de massa. Ela seria mais uma
tendência que viria a combater a arte
convencional e trazia no bojo de sua proposta
o resgate das imagens “reconhecíveis”,
opondo-se ao expressionismo abstrato,
liderado por Jackson Pollock, que rejeitava os
elementos figurativos, enfatizando a
expressividade e a individualidade do artista.
Embora retornando aos temas pictóricos
figurativos, a Pop art não pretendia voltar aos
padrões da arte tradicional.
• Dois grandes artistas norte-americanos
foram responsáveis pela ruptura com o
expressionismo abstrato e precursores
da Pop art, sendo nomeados por alguns
estudiosos como pré-pop: Robert
Rauschenberg – (1925–...) pintor e
gravador, nascido no Texas, e Jasper
Johns – (1930–...), pintor nascido na
Geórgia. Ambos, ao reintroduzirem as
imagens reconhecíveis, abririam as
portas para a Pop art, que eclodiria logo
depois.
• Rauschenberg foi um artista de muito
prestígio durante os anos 60. Sua
especialidade naqueles anos eram as
pinturas chamadas Combinações, nas
quais mesclava imagens, técnicas e toda
sorte de materiais.
• Destas mesclas nasceram obras
polêmicas, como Monograma. Nela, o
artista, ao combinar materiais como um
bode (empalhado) envolvido em um pneu
de carro, apoiado sobre um painel com
colagens, tenta mostrar que todos os
materiais são válidos e importantes na
arte. Defendia também a teoria de que a
forma é igual ao fato, afirmando: “Um
quadro é mais parecido com o mundo
real quando é feito de mundo real”.
Andy Robert Rauschenberg,
Canyon, 1959
Jasper Johns (1930- )
• Amigo de Robert Rauschenberg,
participou ativamente do movimento que
romperia com o expressionismo abstrato.
Em 1955, pinta o mais famoso e
conhecido dos seus quadros, A bandeira
norte-americana, e faz outros vários
ensaios com este ícone. Os dois artistas
juntos tirariam do exílio a imagem.
• A Pop art elevou à condição de
verdadeiros ícones objetos do cotidiano
da sociedade de consumo e produtos
industrializados dirigidos às massas
urbanas, como enlatados,
hambúrgueres, lâmpadas elétricas,
estojos de batom, cortadores de grama.
• Esses artistas, na verdade, não queriam
fazer apologia de todos estes itens e
produtos, mas criticar a sociedade por
seu consumismo exacerbado e, por
outro lado, mostrar, através de imagens,
um retrato fidedigno dos grandes centros
urbanos que tiveram suas paisagens
alteradas pela moderna tecnologia
industrial.
• Outro de seus objetivos era acabar com
a distinção entre “arte erudita” e “arte
popular”, tornando seus símbolos
universais e acessíveis a todos.
• Os artistas da Pop art utilizaram também
como tema para suas obras imagens de
grandes artistas norte-americanos, como
Marilyn Monroe e Elvis Presley.
• Além do reprocessamento de imagens
populares, eles utilizaram para sua
expressão ilustrações, quadrinhos e toda
sorte de materiais, como látex, tinta
acrílica, poliéster. Valeram-se ainda de
vários recursos não tradicionais,
lançando mão até dos mesmos meios
utilizados pelos veículos de comunicação
de massa, como a publicidade, a
televisão e o cinema.
A bandeira norte-americana
– Jasper Johns
Roy Lichtenstein (1923-1997)
• Roy Lichtenstein foi um legítimo artista
pop norte-americano que, a partir de
1962, adotou como tema de suas obras
as histórias em quadrinho, mostrando a
descuidada violência que as impregnava
e como elas revelavam a futilidade da
cultura americana.
• Retirando imagens do contexto da
história e ampliando-as, deu-lhes
tratamento pictórico e a dimensão de
uma obra de arte, que era
imediatamente reconhecida por todos.
Com isso, levava o espectador a uma
reflexão sobre a linguagem e as formas
artísticas.
Lichtenstein
O Beijo, 1962
No carro - 1963 –
Lichtenstein
Andy Warhol (1930-1987)
• Polêmico artista norte-americano, é um
dos criadores e uma das figuras centrais
da Pop art. Foi um verdadeiro criador de
mitos dentro da Pop art, quando elegeu
nomes como Marilyn Monroe, Elvis
Presley, Marlon Brando e Liz Taylor para
retratá-los em suas obras.
• Da mesma maneira que na serigrafia,
Andy Warhol representava objetos
produzidos em massa, como as garrafas
de Coca-Cola e as famosas latas de
sopa Campbell. Representava os
símbolos do cinema e da música,
revelando o quanto essas
personalidades públicas eram figuras
impessoais, podendo ser comparadas a
verdadeiros artigos de consumo pela
• “No futuro, todas as pessoas serão
famosas durante quinze minutos”. Esta é
uma de suas famosas e polêmicas
frases, após analisar a efemeridade e a
condição da pessoa humana na moderna
sociedade de consumo.
Campbell’s Soup –
1965. Andy Wahrol
– Acrílico sobre
madeira,
Milwaukee Art
Museum,
Wisconsin/USA
Double Elvis – 1964, Silkscreen
e polímero sintético sobre
madeira. 207 x 208,3 cm. Tate
Turquoise Marilyn – 1962
– Serigraph – Andy
Warhol

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