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Aula 11

Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas -


2016

Professor: Daniel Mesquita

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Noções daAdministrativo
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Técnico do Seguro Social.
Teoria e exercícios comentados.
Prof. Daniel Mesquita Aula 11

AULA 11: Controle da Administração

SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO À AULA 11 2

2) CONCEITO DE CONTROLE 2

3) CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE (PROPOSTA POR


HELY LOPES MEIRELLES E ADOTADA POR MARCELO ALEXANDRINO E
VICENTE PAULO) 3

3.1. CONFORME A ORIGEM 4


3.1.1. CONTROLE INTERNO 4
3.1.2. CONTROLE EXTERNO 5
3.1.3. CONTROLE POPULAR 5
3.2. CONFORME O MOMENTO DE EXERCÍCIO 6
3.2.1. CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI) 6
3.2.2. CONTROLE CONCOMITANTE 6
3.2.3. CONTROLE SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A POSTERIORI
(MAIS COMUM) 7
3.3. QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO 7
3.3.1. CONTROLE DE LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE 7
3.3.2. CONTROLE DE MÉRITO 9
3.4. QUANTO À AMPLITUDE 12
3.4.1. CONTROLE HIERÁRQUICO 12
3.4.2. CONTROLE FINALÍSTICO 13

4) CONTROLE ADMINISTRATIVO 19

4.1. RECURSOS ADMINISTRATIVOS 25


4.1.1. ESPÉCIES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS 28
4.2. PROCESSOS ADMINISTRATIVOS 33
4.2.1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 34
4.3. PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA 38

5) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR 41

5.1. A FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA NA

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL 49

6) CONTROLE JUDICIÁRIO OU JUDICIAL 62

6.1. PROCEDIMENTOS JUDICIAIS DE CONTROLE 67

7) RESUMO DA AULA 86

8) QUESTÕES 96

9) REFERÊNCIAS 109

1) Introdução à aula 11

Bem vindos à nossa aula 11 do curso de Noções de Direito


Administrativo, preparatório para o concurso do INSS – Técnico do
Seguro Social.
Nesta aula, abordaremos a matéria do edital: “8 Controle:
controle administrativo; controle judicial; controle legislativo.”.
Chega de papo, vamos à luta!e

2) Conceito de controle

Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, controle é “o


poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria
Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos
especializados, exerce sobre sua atuação administrativa.”.

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Fernanda Marinela destaca que o controle da


Administração é uma conseqüência do conceito criado pelo Direito
Romano da “república”, no latim res publica, que transmite a idéia de
que o Estado é uma “coisa de todos”, surgindo a necessidade de
vigilância, orientação e correção de um Poder, órgão ou autoridade
sobre a conduta funcional de outro, para evitar imperfeições, falhas e
abusos.

O poder-dever de controle é exercitável por todos os Poderes,


estendendo-se a toda a atividade administrativa (lembrando que há
atividade administrativa em todos os Poderes) e abrangendo todos os
seus agentes. Por essa razão, diversas são as formas pelas quais o
controle se exercita.

A Teoria da Separação dos Poderes (trias politica)


desenvolvida por Montesquieu, tinha como objetivo o controle do Poder
do Estado por meio da divisão de suas funções, dando competência a
órgãos diferentes na mesma pessoa jurídica.

3) Classificação das formas de controle


(proposta por Hely Lopes Meirelles e
adotada por Marcelo Alexandrino e Vicente
Paulo)
Antes de adentrarmos no estudo do controle administrativo,
judicial e legislativo, importante observar as seguintes classificações
das formas de controle.

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3.1. Conforme a ORIGEM

3.1.1. Controle INTERNO


É aquele exercido dentro de um mesmo Poder,
automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria
estrutura. Exemplos: controle exercido pelas chefias sobre os atos de
seus subordinados dentro de um órgão público; controle do Conselho de
Contribuintes do Ministério da Fazenda, quando provocado, sobre as
decisões das Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita
Federal; controle interno exercido pelas Corregedorias sobre os
servidores do Judiciário.

O controle interno dispensa lei expressa, já que a Constituição


Federal, em seu art. 74, determina que os Poderes mantenham
sistemas de controle interno, estabelecendo os itens mínimos a serem
objeto desse controle.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma


integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

O §1º do referido artigo prevê que os responsáveis pelo controle


interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade
solidária.

O controle interno decorre do princípio da tutela ou da autotutela,


corolário do princípio da legalidade.

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3.1.2. Controle EXTERNO

MUITA ATENÇÃO PARA A DIFERENÇA CONCEITUAL ENTRE


CONTROLE INTERNO E EXTERNO!

É exercido por um Poder sobre os atos administrativos


praticados por outro Poder. Exemplos: sustação, pelo Congresso
Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de um ato do Poder
Executivo por decisão judicial; apreciação das contas pelos Tribunais de
Contas.

3.1.3. Controle POPULAR


Já que a Administração deve sempre atuar visando à satisfação do
interesse público, existem diversos mecanismos, constitucionalmente
previstos, para possibilitar aos administrados a verificação da
regularidade da atuação da Administração e para impedir a prática de
atos ilegítimos, lesivos ao indivíduo ou à coletividade ou possibilitar a
reparação dos danos decorrentes da prática desses atos.

Segundo Marinela, é a forma de controle dos atos administrativos


por meio da qual qualquer pessoa pode, na qualidade de cidadão,
questionar a legalidade de determinado ato, e pugnar pela sua validade.

Exemplos: ação popular (art. 5º, LXXIII, CF - qualquer cidadão é


parte legítima; visa a anulação de ato lesivo ao patrimônio público ou
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural); as contas do
Município devem ficar, durante 60 dias, anualmente, à disposição de
qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei (art. 31, §3º, CF);

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obrigatoriedade de realização de audiências públicas para discussão do


plano plurianual e determinadas licitações de grande porte ou relevante
interesse social.

3.2. Conforme o MOMENTO DE EXERCÍCIO

3.2.1. Controle PRÉVIO OU PREVENTIVO (A PRIORI)

É exercido antes do início da prática ou antes da conclusão


do ato administrativo. Constitui requisito para a validade ou para a
produção de efeitos do ato controlado.

Exemplos: autorização do Senado Federal necessária para que a


União, os Estados, o DF ou os Municípios possam contrair empréstimos
externos; concessão de uma medida liminar em mandado de segurança
preventivo que impeça a prática ou a conclusão de um ato
administrativo que o administrado entenda ferir direito líquido e certo
seu.

3.2.2. Controle CONCOMITANTE


Também chamado por Marinela de sucessivo, é exercido durante
a realização do ato. Permite a verificação da regularidade de sua
formação.

Exemplos: fiscalização da execução de um contrato


administrativo; acompanhamento de um concurso pela corregedoria
competente; realização de auditoria durante a execução do orçamento.

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3.2.3. Controle SUBSEQUENTE OU CORRETIVO OU A


POSTERIORI (mais comum)
É exercido após a conclusão do ato. É possível a correção de
defeitos do ato, a declaração de sua nulidade ou a conferência de
eficácia ao ato.

Exemplos: homologação de um procedimento licitatório;


homologação de um concurso público.

OBS: o controle judicial dos atos


administrativos é, em regra, um controle subsequente.

3.3. Quanto ao ASPECTO CONTROLADO

3.3.1. Controle de LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE

ATENÇÃO PARA ESTE PONTO!

É corolário imediato do princípio da legalidade.

Analisa-se se o ato ou procedimento administrativo foi praticado


em conformidade com a lei, fazendo-se o confronto entre uma conduta
administrativa e uma norma jurídica (que pode estar na Constituição,
na lei ou em ato administrativo de conteúdo impositivo). Entretanto,
deve também ser apreciada a observância dos princípios
administrativos, como a moralidade, finalidade, impessoalidade.

Há uma forma de controle de legalidade que ocorre para sanar a


omissão do Poder Público em garantir um direito expressamente
previsto na Constituição. O STF entende que, se o Estado deixar de
adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da
Constituição, impedindo-os de torná-los efetivos, operantes e
exeqüíveis, incidirá em violação negativa do texto constitucional; assim,

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o Judiciário poderá controlar tal omissão (ADI 1.458 MC/DF, STF –


Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 23.05.1996, DJ:
20.09.1996).

O controle de legalidade pode ser exercido pelo(a):

1. Própria Administração (de ofício ou mediante recurso):


chamado controle interno de legalidade (decorrente do
princípio da tutela ou da autotutela).

2. Poder Judiciário (hipótese de controle externo): no exercício de


sua função precípua jurisdicional, por meio da ação adequada.
Exemplo: exame pelo Judiciário, em mandado de segurança,
da legalidade de um ato do Executivo.

3. Poder Legislativo (hipótese de controle externo): nos casos


previstos na Constituição. Exemplo: apreciação pelo Poder
Legislativo, por meio do TCU, da legalidade dos atos de
admissão de pessoal do Executivo.

O resultado do controle de legalidade é a declaração da


existência de vício no ato, o que enseja a sua nulidade. Logo, a
anulação ocorre nos casos em que exista ilegalidade no ato
administrativo (ofensa à lei ou aos princípios administrativos), podendo
ser decretada pela própria Administração (controle interno) ou pelo
Poder Judiciário (controle externo) ou, ainda, pelo Poder Legislativo
(controle externo - TCU) e opera efeitos ex tunc (retroage à origem do
ato, desfazendo as relações dele resultantes).

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3.3.2. Controle de MÉRITO

ATENÇÃO PARA ESTE PONTO!

Compete, normalmente, ao próprio Poder que editou o ato.


Visa a verificação da eficiência, oportunidade e a conveniência do
ato controlado, atingindo diretamente a discricionariedade do
Administrador.

Apenas nos casos expressos na Constituição, muito


excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito
sobre atos praticados pelo Poder Executivo.

ATENÇÃO!!! Via de regra, não cabe ao Poder Judiciário exercer


controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo,
por dizer respeito ao juízo de valor do agente público, ou seja, o
controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Poder
Executivo é um controle de legalidade e legitimidade. Não é
possível a revogação de atos praticados pelo Executivo pelo
Poder Judiciário, sob pena de violar o princípio da separação dos
poderes.

Marinela destaca, no entanto, que se admite hoje que a


realização de controle de princípios constitucionais como os da
razoabilidade e proporcionalidade, implícitos na CF, além dos da
moralidade e eficiência, expressos, apesar de representar
controle de legalidade, é possível reconhecer que esses
princípios limitam a liberdade do Administrador e que, por vias
tortas, acaba atingindo o mérito, apesar de se afirmar
categoricamente que esse não é controle de mérito.
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Afirmando a regra geral, o STJ firmou jurisprudência na linha de


que o controle jurisdicional dos processos administrativos se restringe à
regularidade do procedimento, à luz dos princípios do contraditório e da
ampla defesa, sem exame do mérito administrativo (REsp
1.185.981/MS, STJ – Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julg: 27.09.2011, DJe: 03.10.2011).

Admitindo o controle excepcional de mérito, o STF, no julgamento


da ADPF 45, reconheceu a possibilidade de o Poder Judiciário controlar
a escolha e aplicação de políticas públicas:

“(...) Não obstante a formulação e a execução de políticas públicas


dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular,
receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se
revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem
a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de
modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar,
comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais,
afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de
um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intngível
consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias
a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí,
então, justificar-se-á, como pecedentemente já enfatizado – e até mesmo por
razões fundadas em um imperativo ético-jurídico, a possibilidade de
intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos
bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado (...) (ADPF
45 MC/DF, STF, Rel. Min. Celso de Mello, julg: 04.05.2004, DJ: 04.05.2004).

Em outro julgamento, noticiado no Informativo STF nº 468,


admitiu-se a inserção do Poder Judiciário no mérito administrativo:

PRIMEIRA TURMA

Princípio da Proporcionalidade e Mérito Administrativo

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A Turma manteve decisão monocrática do Min. Carlos Velloso que negara
provimento a recurso extraordinário, do qual relator, por vislumbrar ofensa aos
princípios da moralidade administrativa e da necessidade de concurso público
(CF, art. 37, II). Tratava-se, na espécie, de recurso em que o Município de
Blumenau e sua Câmara Municipal alegavam a inexistência de violação aos
princípios da proporcionalidade e da moralidade no ato administrativo que
instituíra cargos de assessoramento parlamentar. Ademais, sustentavam que o
Poder Judiciário não poderia examinar o mérito desse ato que criara cargos em
comissão, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes.
Entendeu-se que a decisão agravada não merecia reforma. Asseverou-se que,
embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos
administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a
verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à
finalidade que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido da
exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-se exceção a
criação de cargos em comissão e confiança, reputou-se desatendido o princípio
da proporcionalidade, haja vista que, dos 67 funcionários da Câmara dos
Vereadores, 42 exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de
provimento efetivo. Ressaltou-se, ainda, que a proporcionalidade e a
razoabilidade podem ser identificadas como critérios que, essencialmente,
devem ser considerados pela Administração Pública no exercício de suas
funções típicas. Por fim, aduziu-se que, concebida a proporcionalidade como
correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de compatibilidade
entre os cargos criados para atender às demandas do citado Município e os
cargos efetivos já existentes, o que não ocorrera no caso.
RE 365368 AgR/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 22.5.2007. (RE-365368)

O resultado do exercício do controle de mérito realizado pela


Administração é a revogação de atos discricionários por ela própria
regularmente editados. Logo, no caso do controle de mérito, o ato
administrativo é DISCRICIONÁRIO, é REGULAR e somente a
Administração pode revogá-lo.

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Como o ato revogado era perfeito e operante, sua revogação


somente pode produzir efeitos prospectivos, ou seja, ex nunc.

Todos os Poderes têm competência para revogar os atos


administrativos por eles próprios editados.

3.4. Quanto à AMPLITUDE

3.4.1. Controle HIERÁRQUICO


Resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos
da Administração Direta e das unidades integrantes das entidades da
Administração Indireta. É típico do Poder Executivo e é sempre um
controle interno.

Sempre que, dentro da estrutura de uma


mesma pessoa jurídica, houver escalonamento vertical de órgãos,
departamentos ou quaisquer outras unidades desconcentradas e
despersonalizadas, haverá controle hierárquico do superior sobre os
atos praticados pelos subalternos, independente de norma que o
estabeleça.

Esse controle, também denominado controle por subordinação,


pressupõe as faculdades de supervisão, coordenação, orientação,
fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades controladas.

O poder hierárquico é caracterizado por ser:

1. Pleno (irrestrito)

2. Permanente

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3. Automático (não depende de norma específica que o


estabeleça ou autorize)

Por meio do controle hierárquico, podem ser verificados todos os


aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos os atos
praticados pelos agentes ou órgãos subalternos a determinado agente
ou órgão.

3.4.2. Controle FINALÍSTICO

CLASSIFICAÇÃO MUITO IMPORTANTE!!!

É exercido pela Administração Direta sobre as pessoas


jurídicas integrantes da Administração Indireta.

Como resultado da descentralização administrativa, compõem a


Administração Pública não só os órgãos da Administração Direta, mas
também outras pessoas jurídicas, com autonomia administrativa e
financeira, vinculadas (e não subordinadas) à Administração Direta.

O controle finalístico depende de norma legal que o estabeleça,


determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as
ocasiões de realização do controle, indicando-se a autoridade
controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades
objetivadas. OBS: para Celso Antônio Bandeira de Mello, em
situações excepcionais, de condutas patentemente aberrantes
de entidades da Administração Indireta, cabe o controle por
parte da Administração Direta, mesmo na ausência de expressa
previsão legal.

Nesse tipo de controle, também denominado controle por


vinculação, a administração direta restringe-se à verificação do
enquadramento da entidade controlada no programa geral do governo e

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à avaliação objetiva do atingimento, pela entidade, de suas finalidades


estatutárias.

É um controle limitado e interno (esta última


característica é controvertida na doutrina, mas entendo ser mais correta
a posição de Odete Medauar, estabelecida no seguinte artigo jurídico:
http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67131/69741)

O controle finalístico, MUITA ATENÇÃO, não tem fundamento


hierárquico, porque não há subordinação entre a administração direta e
o ente da administração indireta (autarquia, por exemplo), mas apenas
um “vínculo” em razão da finalidade das pessoas jurídicas pertencentes
à Administração Indireta.

Segundo a doutrina, o controle finalístico deriva do denominado


poder de tutela ou supervisão ministerial.

1. (CESPE - 2013 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita


Estadual) O controle exercido por determinado órgão público sobre os
seus departamentos denomina-se controle.

a) interno.

b) de legalidade.

c) externo.

d) concomitante.

e) provocado.

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Como vimos, o controle interno é aquele exercido dentro de um


mesmo Poder, automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de
sua própria estrutura.

Gabarito: A

2. (2014/CESPE/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo)


A respeito do controle e da responsabilização da administração, julgue o
item. O controle pode ser classificado como executivo ou legislativo, a
depender do órgão que o exerça.

Os controles são classificados em: legislativo, judiciário e


administrativo, não havendo classificação em executivo, já que o
controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo.

Gabarito: Errado

3. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) O controle prévio dos atos administrativos do Poder
Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos
Poderes Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente
após sua entrada em vigor.

O controle prévio pode ser exercido pelos demais poderes. O Poder


Legislativo poderá exercê-lo nos casos previstos na Constituição
Federal, como por exemplo, autorização do Senado para que os
Estados, D.F. e Municípios façam empréstimos externos.

Podemos citar como exemplo do Controle prévio exercido pelo


Poder Judiciário o mandado de segurança que traga impedimento para
prática de ato administrativo que prejudique direito líquido e certo.

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Assim a questão está errada, pois este controle não é exercido


exclusivamente pelo Poder Executivo.

Gabarito: Errado

4. (CESPE - 2014 - MDIC - Agente Administrativo) As formas


de controle interno na administração pública incluem o controle
ministerial, exercido pelos ministérios sobre os órgãos de sua estrutura
interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério
sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas.

Perfeito. Como vimos, esse controle ministerial é o controle


finalístico, exercido pela Administração Direta sobre as pessoas
jurídicas integrantes da Administração Indireta.

Gabarito: certo

5. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao


controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.

O controle administrativo exercido com base na hierarquia


denomina-se supervisão ministerial.

O controle administrativo feito por supervisão ministerial não é com


base na hierarquia, e sim com base no poder de tutela.

Gabarito: Errado

6. (2014/ CESPE/ANTAQ/Técnico em Regulação) O controle


administrativo, que visa verificar a conveniência dos atos
administrativos, é exercido de forma exclusiva pelo Poder Executivo.

O Controle de Mérito visa a verificação da eficiência, oportunidade


e conveniência do ato controlado e compete, normalmente, ao próprio
Poder que editou o ato.

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Apenas nos casos expressos na Constituição, muito


excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito
sobre atos praticados pelo Poder Executivo.

Gabarito: Errado

7. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao


controle na administração pública, julgue o próximo item. O gestor
público, ao revogar um ato administrativo praticado por um agente não
competente, exerce o controle corretivo; ao passo que, ao homologar
um ato válido, ele pratica o controle concomitante.

A revogação do ato praticado por gestor público e a homologação


de um ato válido são formas de controle corretivo, pois são exercidas
depois do ato.

Gabarito: Errado

8. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de


Serviços de Transportes Terrestres - Direito) O controle administrativo é
exercido mediante fiscalização hierárquica, que ocorre quando os
órgãos superiores fiscalizam os inferiores, tendo como fundamento o
exercício do poder hierárquico.

Dispensa comentários, não é mesmo? Perfeito.

Gabarito: certo.

9. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao


controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.A análise
da prestação de contas de uma autarquia federal pelo Tribunal de
Contas da União é exemplo de controle posterior e externo.

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O Tribunal de Contas da União auxilia o Congresso Nacional na


realização do controle externo analisando a prestação de contas dos
entes da administração direta e indireta.

Gabarito: correta.

10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) A CGU é órgão de


controle externo.

Na verdade, a CGU é órgão de controle interno, pois é órgão do


Poder Executivo de assistência da Presidência da República na defesa do
patrimônio público. Logo, o item está errado.

11. (CESPE/TCE-RN/Assessor/2009) Entre os vários critérios


adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que
o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o
exerça integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão
controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um poder
sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.

Basta ler os conceitos acima para concluir que a questão está


correta.

12. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A autarquia, embora possua


personalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do ente
que a criou.

Basta ler o conceito de controle finalístico para “matar” essa


questão e concluir que ela está correta.

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4) Controle Administrativo

É a forma mais comum de controle, realizado pela Administração


sobre seus próprios atos e atividades. O controle administrativo é
exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do
Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias condutas (exs: controle
da nomeação de um servidor pela Câmara dos Deputados; controle dos
atos realizados no curso de um procedimento licitatório), tendo em vista
aspectos de legalidade ou de conveniência (mérito).

O controle administrativo é um controle de legalidade e de


mérito, além de ser sempre um controle interno (realizado por
órgãos integrantes do mesmo Poder que praticou o ato).

Deriva do poder-dever de autotutela que a


Administração tem sobre seus próprios atos e agentes, conforme está
consolidado na Súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”.

O art. 53 da Lei n. 9.784/99 também trata do tema: Art. 53. A


Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Lembre-se que o ato com vício de legalidade deve ser anulado


com efeitos retroativos, para que a Administração ou o Poder Judiciário

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exclua todos os efeitos pretéritos que surgiram a partir desse ato. Diz-
se que ele é anulado com efeitos ex tunc (RETROAGE).

Por outro lado, a revogação de um ato ocorre por razões de


conveniência e oportunidade, ou seja, se retirado o ato do mundo
jurídico com sua revogação, não há necessidade de extirpar todos os
efeitos pretéritos desse ato. Assim, a revogação opera efeitos ex nunca
(NÃO RETROAGE).

Conforme destaca Marinela, o controle administrativo, por ser um


típico controle interno, tem por finalidade:

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual,


a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
pessoa jurídica de direito público;

b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à


eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;

c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,


bem como dos direitos e haveres públicos;

d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão


institucional.

Para Marinela, são meios de controle administrativo: a fiscalização


hierárquica, a supervisão ministerial, o direito de petição, o processo
administrativo, incluindo os recursos administrativos (com análise nos
tópicos seguintes) e, atualmente, o moderno instrumento da
arbitragem.

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A fiscalização hierárquica (ou hierarquia orgânica) decorre do


poder hierárquico; é exercida pelos órgãos superiores sobre os
inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar,
orientar e corrigir suas atividades e agentes.

A supervisão ministerial geralmente é aplicável nas entidades


da Administração Indireta vinculadas a um Ministério da Administração
Direta, conforme a finalidade específica definida no momento de sua
criação. Não se fundamenta na hierarquia e sim no controle no
atendimento das finalidades. Exemplos de atos: nomeação de dirigentes
das pessoas da Administração Indireta; aprovação da proposta de
orçamento e programação financeira; realização de auditoria e
avaliação periódica de rendimento e produtividade.

Convém alertar que o Ministro supervisor não é


autoridade competente para conhecer de recurso contra atos de
autoridade das pessoas jurídicas da Administração Indireta, pois estas
são pessoas distintas e não há hierarquia entre elas, sendo possível o
recurso hierárquico impróprio quando previsto na lei.

Por fim, Marinela destaca os seguintes órgãos específicos de


controle:

1. Controladorias: são Órgãos do próprio Poder Executivo


responsáveis por assistir direta e imediatamente o Chefe do
Executivo quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder
Executivo, sejam relacionados à defesa do patrimônio público e
à transparência da gestão, exercendo atividades de controle
interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à
corrupção e ouvidoria.

2. Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do


Ministério Público (CNMP)

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O CNJ é órgão do Poder Judiciário destinado ao controle e à


transparência administrativa e processual do Poder Judiciário,
não podendo, entretanto, exercer a função jurisdicional
do Estado.

O CNMP foi instituído com a atribuição de controlar a atuação


administrativa e financeira do Ministério Público e o
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros.

3. Controle interno dos Tribunais

Com base no art. 74 da CF, o CNJ determinou que todos os


tribunais do país criassem núcleos de controle interno,
diretamente vinculado à presidência do respectivo tribunal ou à
unidade administrativa do Judiciário, com a finalidade de
avaliar todas as atividades administrativas do Poder Judiciário,
desde o cumprimento das metas do plano plurianual até o
monitoramento dos gastos, passando pela comprovação da
legalidade dos atos de gestão e de sua eficiência.

Ficam sujeitos a tal controle todos os tribunais ou unidades


judiciárias, as serventias judiciais e extrajudiciais e entidades
que recebam ou arrecadem recursos em nome do Poder
Judiciário.

1) A administração pública pode declarar a nulidade dos seus


próprios atos (Súmula nº 346 do STF).

2) É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de


órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem
representantes de outros Poderes ou entidades (Súmula nº 649).

3) O STF sustenta que é possível a Administração se valer da


arbitragem como meio para a resolução de seus conflitos. Segundo o

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STF o uso da arbitragem é recomendável, mas não é todo e qualquer


direito público que pode ser levado para a via arbitral, mas apenas
aqueles conhecidos como “disponíveis”, porquanto de natureza
contratual ou privada (AgRg no MS 11.308/DF, STJ – Primeira Seção,
Rel. Min. Luiz Fux, julg: 28.06.2006, DJ: 14.08.2006).

4) MUITA ATENÇÃO!!!! A jurisprudência do STF é no sentido


de que a anulação de ato administrativo que reflita em interesses
individuais deve assegurar ao prejudicado o prévio exercício do
contraditório e da ampla defesa (RE 602.013 AgR, STF – Segunda
Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 13.08.2013, acórdão
eletrônico DJe: 28.08.2013).

13. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao


controle na administração pública, julgue o próximo item. O controle
administrativo permite que a organização pública fiscalize e corrija, por
iniciativa própria, atos administrativos sob os aspectos de legalidade e
mérito.

O Controle Administrativo é a forma mais comum de controle,


realizado pela Administração sobre seus próprios atos e atividades. O
controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos
administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias
condutas, tendo em vista aspectos de legalidade ou de conveniência
(mérito).

Gabarito: Correto

14. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) O Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa,

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pode exercer controle administrativo, inclusive para revogar seus


próprios atos administrativos.

Vimos que o controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e


pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas
próprias condutas. É essencial que você se recorde da autotutela da
súmula 473 do STF: “a Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial”.

Gabarito: Certo.

15. (2014/CESPE/ANTAQ/Especialista em Regulação -


Economia) No que se refere aos tipos de controle e atuação dos
tribunais de contas, julgue o item que se segue. O Poder Judiciário
exerce controle judicial e administrativo.

O controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos


órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias
condutas.

E o controle judicial é exercido pelos órgãos do Poder Judiciário


sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo
Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário, quando realiza
atividades administrativas.

Gabarito: Correto

16. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com


relação ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos.

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O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e


fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura
organizacional, configura-se como controle de natureza interna,
privativo do Poder Executivo.

Como vimos anteriormente, o controle administrativo é exercido pelo


Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do
Judiciário sobre suas próprias condutas, tendo em vista aspectos de
legalidade ou de conveniência. Portanto, não é privativo do poder
executivo.

Gabarito: Errado.

4.1. Recursos administrativos

De uma forma geral, o exercício do controle administrativo


concretiza-se mediante as atividades de fiscalização e os recursos
administrativos.

A fiscalização independe de provocação e pode ocorrer no


âmbito do controle hierárquico e do controle finalístico.

Marinela conceitua recursos administrativos, em sentido amplo,


como todos os meios hábeis a propiciar à própria Administração o
reexame de decisão interna. Assim, o recurso administrativo é sempre
direcionado à autoridade hierarquicamente superior àquela que praticou
o ato, ou àquela que revisou o mesmo (analisou a petição do
interessado).

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Como elemento do direito de defesa e garantia constitucional (art.


5º, LV), é de se concluir que todo e qualquer ato ou decisão
administrativa é passível de recurso a ser analisado por uma autoridade
hierarquicamente superior, não podendo haver por parte da
Administração a imposição de qualquer obstáculo à sua interposição.

Geralmente, os recursos administrativos são


classificados em: recursos hierárquicos próprios e recursos hierárquicos
impróprios.

IMPORTANTE PARA O SEU CONCURSO: Para Maria Sylvia Di


Pietro e Hely Lopes Meirelles:

1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: dirigido à autoridade ou


instância imediatamente superior (há relação de hierarquia),
dentro do mesmo órgão em que o ato foi praticado.

Exemplo: recurso dirigido ao Superintendente da Receita Federal


contra ato praticado por Delegado da Receita Federal a ele subordinado.

2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: dirigido a autoridade de


outro órgão não integrado na mesma hierarquia daquele
que proferiu o ato, ou seja, entre o órgão de que emanou o ato
recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não há
relação hierárquica, embora eles possam integrar a
mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto
expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia.

Exemplos: recurso contra ato praticado por dirigente de


autarquia, interposto perante o Ministério a que é vinculada ou perante
o Chefe do Poder Executivo; recurso contra decisão das Delegacias de
Julgamento da Secretaria da Receita Federal, cuja apreciação incumbe
ao Conselho de Contribuintes (órgão integrante do Ministério da
Fazenda, mas sem relação hierárquica com a Secretaria da Receita
Federal).

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Para Celso Antônio Bandeira de Mello:

1. Recurso hierárquico PRÓPRIO: todo recurso apreciado por


órgão integrante da mesma pessoa jurídica em que
esteja inserido o órgão que praticou o ato recorrido.

2. Recurso hierárquico IMPRÓPRIO: recurso apreciado por


autoridade encartada em pessoa jurídica diversa da que
proferiu a decisão.

Em razão da previsão na Lei Federal nº 9.784/99, a regra geral é


que o prazo para interpor o recurso administrativo é de 10 dias,
contados da ciência da decisão contra a qual será proposto.

Destaca-se que a Lei nº 11.417/2006 incluiu o §3º


ao art. 56 da Lei nº 9.784/99, reconhecendo o direito de o interessado
invocar súmula vinculante a seu favor em recurso administrativo e
obrigando a autoridade a adotar o entendimento da súmula ou, caso
contrário, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, explicar
por que não adotou a súmula. Leia os dispositivos com atenção:

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de


legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade
superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo
independe de caução.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à
autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).
(...)
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula
vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído
pela Lei nº 11.417, de 2006).
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à

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autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso,


que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos
semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível,
administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).

Lembre-se que a súmula vinculante editada pelo STF vincula não


só o Judiciário, mas também a Administração Pública. Por isso a
pertinência dos dispositivos invocados.

É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de


recurso administrativo (Súmula nº 373 do STJ).

Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito


ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo.

4.1.1. Espécies de recursos administrativos


Em geral, a doutrina menciona, ainda, outras formas de
provocação da Administração pelos administrados, inseridas no amplo
direito fundamental conhecido como direito de petição (art. 5º, XXXIV,
“a”, CF). Analisaremos algumas espécies de petição, com base nos
conceitos elaborados por Maria Sylvia Di Pietro e José dos Santos
Carvalho Filho.

a) Representação

É a denúncia de irregularidades feita perante a própria


Administração.

Para os particulares, é um direito; para os servidores


públicos em geral, é um dever.

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No art. 74, §2º, da Constituição Federal, está prevista uma


hipótese ampla de representação ao TCU: “qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
da União.”. Note que, embora possa ser enquadrada como hipótese de
representação, a palavra utilizada pelo constituinte foi denúncia.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, denúncia é o “designativo
utilizado para hipótese similar [à representação], na qual, todavia,
prepondera o intuito de alertar a autoridade competente para conduta
administrativa apresentada como censurável”.

b) Reclamação administrativa

É uma expressão bastante genérica que refere-se a qualquer


forma de manifestação de discordância do administrado contra um
ato da Administração.

Maria Sylvia Di Pietro formula definição ampla de reclamação: “é


o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público,
deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter o
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause
lesão ou ameaça de lesão.”.

O art. 48 da Lei nº 9.784/99 utiliza o vocábulo “reclamações” em


acepção genérica: “a Administração tem o dever de explicitamente
emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou
reclamações, em matéria de sua competência.”. Ainda, o art. 151, III,
do CTN emprega também o termo “reclamações” com o significado de
impugnação administrativa, forma de instauração dos processos
administrativos fiscais ou tributários.

c) Pedido de reconsideração

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É a solicitação feita à própria autoridade que proferiu a


decisão ou emitiu o ato para que ela o submeta a uma nova
apreciação.

A Lei nº 9.784/99 estabeleceu como regra geral a possibilidade de


reconsideração, já que, independentemente de pedido de
reconsideração expresso, o recurso hierárquico interposto pelo
administrado acarreta para a autoridade recorrida o dever de verificar
se é cabível reconsideração, no prazo de 5 dias, antes de encaminhar o
recurso à autoridade competente para sua apreciação.

d) Revisão

É a petição utilizada em face de uma decisão administrativa que


implique aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou abrandá-la,
desde que se apresentem fatos novos que demonstrem a
inadequação da penalidade aplicada.

O art. 174 da Lei nº 8.112/90 prevê que o processo disciplinar


poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

Não ignore este ponto da aula, ele cai em concurso! Veja!

17. (2014/CESPE/TC-DF/ Auditor de Controle Externo) Acerca


do processo civil e do controle dos atos judiciais, julgue o próximo item.
No que se refere ao princípio da separação dos poderes, o controle
prévio do ato administrativo é exclusivo da administração, cabendo ao

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Poder Judiciário apreciar lesão ou ameaça de lesão somente após a


efetiva entrada em vigor do ato.

ATENÇÃO!!! Em regra, o controle judicial é exercido a posteriori e


referente à legalidade dos atos administrativos.

Mas, antes de tudo, o controle judicial é um meio de preservação


de direitos individuais dos administrados, nisso diferindo do controle
político, exercido pelo Legislativo.

Sendo assim, é possível que o controle judicial seja exercido a


priori, mas ocorrendo SEMPRE mediante provocação do interessado ou
legitimado, nos casos de lesão ou ameaça de lesão.

Gabarito: ERRADO.

18. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor de Controle Externo -


Direito) O direito de petição previsto constitucionalmente pode ser
exercido tanto para a proteção de direitos individuais do peticionário
quanto para a fiscalização de ilegalidades e abusos de poder.

Olha o que fala o art. 5º, XXXIV, “a” da CF/88: "o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder".

Gabarito: certo.

19. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) O órgão competente para


decidir o recurso administrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a
matéria for de sua competência, mesmo quando o tema não for objeto
de recurso voluntário. Da mesma maneira, não há necessidade de, na
hipótese de a nova decisão agravar a situação do recorrente, dar

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oportunidade ao interessado para formular alegações antes da nova


decisão.

A parte final da questão está incorreta, pois há a necessidade sim


de dar oportunidade ao interessado para formular alegações, quando a
situação do recorrente puder ser agravada no julgamento do recurso
(art. 64 da Lei nº 9.784/99). Portanto, o item é errado.

20. (CESPE/DPE-ES/Defensor/2009) O recurso hierárquico


próprio é dirigido à autoridade imediatamente superior, no mesmo
órgão em que o ato foi praticado, enquanto o recurso hierárquico
impróprio é dirigido à autoridade de outro órgão, não inserido na
mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo que o cabimento de
ambos depende de previsão legal expressa.

O único erro da questão reside no fato de ter afirmado que ambos


os recursos dependem de previsão legal, já que o recurso hierárquico
próprio é decorrente da hierarquia, independendo de previsão legal.
Portanto, o item está errado.

21. (CESPE/TJDFT/Analista/2008) Por integrar o Poder


Judiciário, mesmo as funções tipicamente administrativas exercidas pelo
TJDFT estão sujeitas apenas ao controle judicial.

O controle administrativo é exercido pelo Poder Executivo e pelos


órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias
condutas, por isso, a questão está errada.

22. (CESPE/MP-RR/2008) Os recursos administrativos


constituem mecanismos de controle interno, por meio do qual a

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administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao


atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.

Como vimos, os recursos administrativos são mecanismos do


controle administrativo, que sempre é um controle interno. Portanto, o
item está correto.

23. (CESPE/MP-RR/2008) Quanto ao efeito da interposição do


recurso, predomina a regra da suspensividade dos efeitos do ato
impuganado, tendo em vista a presunção de legalidade do ato
administrativo e sua autoexecutoriedade.

Os recursos administrativos só terão efeito suspensivo quando a


lei expressamente prevê, não sendo regra e sim exceção, conforme
previsto no art. 61 da Lei nº 9.784/99 (“Salvo disposição legal em
contrário, o recurso não tem efeito suspensivo”). Logo, a questão está
errada.

4.2. Processos administrativos


Como acabamos de ver, a Administração pode e deve corrigir
seus atos defeituosos, em decorrência do poder de autotutela que
possui sobre seus atos. Uma das formas de possibilitar o exercício desse
verdadeiro poder-dever é com os processos administrativos.

A instauração de processos administrativos é um meio colocado à


disposição dos administrados para que eles provoquem a
Administração, com o intuito de ver alterados ou anulados decisões ou
atos administrativos referentes a relações jurídicas em que estejam
envolvidos.

A expressão “processos administrativos” em sentido amplo


abrange qualquer procedimento da Administração desencadeado por

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alguma das diversas hipóteses de reclamações, impugnações e petições


em geral, visando a provocar a apreciação de questões de interesse dos
administrados pela própria Administração.

4.2.1. Princípios do processo administrativo


Com base na doutrina de Hely Lopes Meirelles, é possível
identificar os seguintes princípios norteadores dos recursos e processos
administrativos.

a) Legalidade objetiva

Exige que o processo administrativo seja instaurado e conduzido


com base na lei e com a finalidade de preservar o império da lei.

Caso inexista norma legal que o preveja ou ele seja conduzido


contrariamente à lei, o processo administrativo será nulo.

b) Publicidade

Por ser pública a atividade da Administração, os processos que ela


desenvolve devem estar abertos ao acesso dos interessados. Esse
direito de acesso é mais amplo do que nos processos judiciais, pois
alcança qualquer pessoa que seja titular de interesse atingido por ato
constante do processo ou que atue na defesa do interesse coletivo ou
geral.

O direito de acesso só pode ser restringido por razões


de segurança da sociedade e do Estado ou quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem.

c) Oficialidade ou Impulso oficial do processo

Compete sempre à Administração a movimentação do processo


administrativo, ainda que inicialmente provocado pelo particular.

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Uma vez iniciado, o processo passa a pertencer ao Poder Público,


a quem compete dar a ele prosseguimento, até decisão final.

Permite que os agentes administrativos encarregados do processo


atuem, de ofício, na tomada de depoimentos, na inspeção de lugares e
bens, na realização de diligências, etc.

d) Informalismo

Os atos a serem praticados no processo, principalmente os atos a


cargo do particular, não exigem formalidades especiais, bastando que
sejam estas suficientes para assegurar a certeza jurídica e segurança
processual.

Esse princípio deve ser entendido favoravelmente ao particular,


inclusive porque este não necessita de advogado para representa-lo no
processo, podendo atuar pessoalmente.

Entretanto, caso exista exigência legal expressa quanto à forma


de determinado ato, esta deverá ser cumprida, sob pena de nulidade do
ato praticado em desacordo com a formalidade legal.

e) Gratuidade

Sendo a Administração Pública uma das partes do processo


administrativo, não se justifica a mesma onerosidade que existe no
processo judicial.

Além disso, você deve DECORAR a Súmula Vinculante nº 21:

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo

f) Verdade material

No processo administrativo, importa conhecer o fato efetivamente


ocorrido, saber como se deu o fato no mundo real, independente da
fase em que se encontra o processo (desde que até o julgamento final).

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g) Contraditório e ampla defesa

É comum a todos os tipos de processos, judiciais e


administrativos, estando expresso no art. 5º, LV, da Constituição
Federal. É decorrência do princípio do devido processo legal, previsto no
inciso LIV do mesmo dispositivo constitucional.

O cerceamento de defesa, em qualquer fase do processo, acarreta


sua nulidade relativamente a todos os atos subsequentes, quando isso
for possível; caso contrário, acarreta a nulidade de todo o processo.

h) Atipicidade

Muitas infrações administrativas não são descritas com precisão


na lei, ficando sujeitas à apreciação da Administração Pública, que
deverá decidir diante das circunstâncias de cada caso concreto, levando
em consideração a gravidade do ilícito e as consequências para o
serviço público (razoabilidade e proporcionalidade). Por isso, a
motivação do ato assume fundamental relevância, pois demonstrará o
correto enquadramento da falta e a dosagem adequada da pena.

i) Pluralidade de instâncias

Decorre do poder de autotutela de que dispõe a Administração


Pública e que lhe permite rever os próprios atos, quando ilegais,
inconvenientes ou inoportunos.

Já que é dado ao superior hierárquico rever sempre os atos dos


seus subordinados, como poder inerente à hierarquia e independente de
previsão legal, haverá tantas instâncias administrativas quantas forem
as autoridades com atribuições superpostas na estrutura hierárquica.
Entretanto, na esfera federal, o direito de recorrer foi limitado a três
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

j) Economia processual

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O processo é instrumento para aplicação da lei, de modo que as


exigências a ele pertinentes devem ser adequadas e proporcionais ao
fim que se pretende atingir. Por isso, devem ser evitados os
formalismos excessivos, não essenciais à legalidade do procedimento,
que só possam onerar inutilmente a Administração Pública.

Desse princípio decorre o do aproveitamento dos atos


processuais, que admite o saneamento do processo quando se tratar de
nulidade sanável, cuja inobservância não prejudique a Administração ou
o administrado.

k) Participação popular

O princípio da participação popular na gestão e no controle da


Administração Pública é inerente à ideia de Estado Democrático de
Direito, objetivando descentralizar as formas de atuação da
Administração e de ampliar os instrumentos de controle.

Exemplos: participação dos trabalhadores e empregadores nos


colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação; gestão
democrática do ensino público; direito à informação, possibilitando
conhecer os assuntos tratados no âmbito da Administração Pública;
mandado de injunção, para suprir a omissão do Poder Público na
regulamentação de normas constitucionais.

Em processo administrativo não se aplica o princípio da non


reformatio in pejus. Isso porque, a Administração pode, a qualquer
momento, mesmo em fase de recurso, verificar que ocorreu uma
ilegalidade que agrava a situação do interessado e anular esse ato
ilegal, piorando a situação daquele que recorreu (RMS 21.981/RJ, STJ –
Segunda Turma, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, julg: 22.06.2010, DJe:
05.08.2010).
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No ponto, o seguinte dispositivo da Lei n. 9.784/99:

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,


modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a
matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer
gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que
formule suas alegações antes da decisão.

24. (CESPE/MP-RR/2008) A CF assegura, expressamente, a


ampla defesa nos processos administrativos.

Com base no art. 5º, LV, CF, nota-se que o item está correto.

4.3. Prescrição administrativa


A prescrição traduz a perda do prazo para ajuizamento de uma
ação (ou apresentação de uma petição administrativa) mediante a qual
se pretendesse defender um direito contra uma lesão ou ameaça de
lesão (o prazo de prescrição tem curso antes de ser iniciado o processo
judicial ou administrativo).

A finalidade da prescrição é assegurar a estabilidade das


relações jurídicas entre a administração pública e os administrados, ou
entre ela e seus agentes, depois de transcorrido determinado lapso
temporal, em atenção ao princípio da segurança jurídica.

Falaremos inicialmente da prescrição da pretensão do particular


contra a Administração. Depois falaremos da prescrição da pretensão da
Administração contra o particular.

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Na via judicial, o administrado tem 5 anos para ingressar com


uma demanda contra a Administração (art. 1º do Decreto 20.910/32).
Essa regra vale para pretensões contra a União, Estados, Municípios e
Fazendas federais, estaduais e municipais, bem como contra as
autarquias, e demais entidades da administração indireta e órgãos
paraestatais.

Se ocorreu algum fato que fez interromper a prescrição, o prazo


de cinco anos recomeça a ser contado pela metade, a partir do evento
interruptivo. Mas, nos termos da Súmula 383/STF, “a prescrição em
favor da Fazenda Pública recomeça a correr, por dois anos e meio, a
partir do ato interruptivo, mas não fica reduzida aquém de cinco anos,
embora o titular do direito a interrompa durante a primeira metade do
prazo”.

Mas a partir de quando é contado esse prazo prescricional de 5


anos?

O termo inicial é o nascimento do dano.

IMPORTANTE: Há casos em que a pretensão é imprescritível


para o particular?

Sim! Por incrível que pareça, contrariando o princípio da


segurança jurídica, o STJ admite como imprescritível a pretensão
indenizatória decorrente de violação a direitos humanos fundamentais
durante o Regime Militar de exceção (REsp 890930).

Passemos agora para o outro lado, da prescrição para a


Administração ingressar com algum pedido contra o particular.

A regra geral, por uma questão de isonomia, é a mesma, ou


seja: 5 (cinco) anos.

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Tecnicamente, em processo administrativo, se diz que o direito


da Administração de anular um ato administrativo que gerou efeitos
favoráveis ao administrado é de 5 anos. Veja a redação da Lei n.
9.784/99:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.

E há hipóteses de imprescritibilidade para a Administração?

OLHO ABERTO: Sim! Assim como o particular não se submete à


prescrição nos atos decorrentes da violação aos direitos humanos pelo
regime militar, a Administração não se submete a qualquer prazo
prescricional para promover a reparação de dano ao erário em
decorrência de atos ilícitos. Esse é o entendimento do STF (MS
26210 e 24519) e do STJ (AgRg no RESP 1038103, RESP 1067561,
RESP 801846 e RESP 1107833) na interpretação da parte final do art.
37, § 5º, da CF, que assim dispõe: “A lei estabelecerá os prazos de
prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento”.

Ademais, os 5 anos para a anulação dos próprios atos da


Administração não correm se a parte que se beneficiou do ato estava
de má-fé.

Com relação à prescrição, você já observou: o


prazo do particular contra a Administração é de 5 anos. Para pretensão

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de atos que violaram direitos humanos na ditadura: imprescritível. Para


a Administração a regra geral também é de 5 anos, havendo a
imprescritibilidade para a reparação ao erário.

Com relação à decadência, lembramos que, na esfera federal, o


art. 54 da Lei nº 9.784/99 estatui que é de 5 anos o prazo de
decadência para a administração pública anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo
comprovada má-fé.

Não há prazo para a administração proceder à


revogação de seus atos administrativos que se tornem inoportunos ou
inconvenientes ao interesse público.

As hipóteses de prescrição administrativa concernentes aos prazos


para a administração pública aplicar sanções administrativas aos seus
próprios agentes ou aos administrados em geral seguem as mesmas
regras acima já expostas.

Lembre-se que as ações de ressarcimento ao erário são


imprescritíveis.

5) Controle LEGISLATIVO OU
PARLAMENTAR

É exercido pelos órgãos legislativos ou por comissões


parlamentares sobre determinados atos do Poder Executivo. Em
respeito ao princípio da independência e harmonia dos Poderes (art. 2º,
CF), somente se verifica nas situações e nos limites expressamente
previstos no próprio texto constitucional.

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Esse é um controle externo e configura-se, sobretudo, como um


controle político, por isso podem ser controlados aspectos relativos à
legalidade e à conveniência pública (ou política) dos atos do Poder
Executivo que estejam sendo controlados.

Veja bem, controle legislativo: aspectos de legalidade e


conveniência pública!

Segundo Di Pietro, no controle político, exercido pelo poder


Legislativo, serão apreciados aspectos de legalidade E DE MÉRITO (=
conveniência e oportunidade).

A previsão genérica da possibilidade de controle dos atos do Poder


Executivo pelo Poder Legislativo encontra-se no art. 49, X, CF:

Art. 49 É competência exclusiva do Congresso Nacional:


(...)
X –fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.”.

OLHO ABERTO, pois agora, vamos analisar os principais


dispositivos da Constituição Federal que estabelecem hipóteses ou
mecanismos de controle legislativo.

1. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem


do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa (art. 49, V, CF).

2. As comissões parlamentares de inquérito terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo

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suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério


Público, para a promoção da responsabilidade civil ou criminal
dos infratores (art. 58, §3º, CF).

3. Ao Congresso Nacional compete julgar anualmente as


contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo (art. 49, IX,
CF).

4. Ao Senado Federal compete aprovar a escolha de


magistrados, ministros do TCU, PGR e outras autoridades
(art. 52, III, CF).

5. Ao Senado Federal compete autorizar operações externas de


natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
DF, dos Territórios e dos Municípios (art. 52, V, CF).

6. À Câmara dos Deputados compete proceder à tomada de


contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da
sessão legislativa (art. 51, II, CF).

7. Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante


controle externo, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas (art. 70).

8. Ao Senado Federal compete processar e julgar o Presidente e


o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos
crimes da mesma natureza conexos com aqueles (art. 52,
inciso I, da CF).

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9. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de


suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à
Presidência da República para prestarem, pessoalmente,
informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada (art. 50, “caput”, CF).

10. Ao Congresso Nacional compete fiscalizar e controlar,


diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49,
inciso X, CF).
11. Ao Congresso Nacional compete autorizar o Presidente da
República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar (art. 49, inciso II, da CF).

O Poder Executivo, nos regimes democráticos, há de ser um


poder constitucionalmente sujeito à fiscalização parlamentar e
permanentemente exposto ao controle político-administrativo do Poder
Legislativo – A necessidade de ampla fiscalização parlamentar das
atividades do Executivo – a partir do controle exercido sobre o próprio
Chefe desse Poder do Estado – traduz exigência plenamente compatível
com o postulado do Estado Democrático de Direito (CF, art. 1º, caput) e
com as consequências político-jurídicas que derivam da consagração
constitucional do princípio republicano e da separação dos poderes (ADI
775-MC/RS, STF – Tribunal Pleno, Rel. Min. Celso de Mello, julg:
23.10.1992, DJ: 01.12.2006).

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25. (2014/ CESPE/ ANTAQ/Técnico em Regulação) Em relação


ao controle na administração pública, julgue o próximo item. No
exercício do controle parlamentar, o agente público atua sem considerar
os direitos individuais dos administrados.

O controle judicial é um meio de preservação de direitos


individuais dos administrados, nisso diferindo do controle político,
exercido pelo Legislativo que atua sem considerar os direitos individuais
dos administrados.

Gabarito: Correto

26. (2014/CESPE/ ANTAQ/Especialista em Regulação -


Economia) No que se refere aos tipos de controle e atuação dos
tribunais de contas, julgue o item que se segue. Os tribunais de contas
exercem controle parlamentar, em auxílio ao Poder Legislativo.

Nas hipóteses de controle parlamentar temos que: o Congresso


Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante controle externo, a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas (art. 70).

Gabarito: Correto

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27. (CESPE-2014-Câmara dos Deputados-Analista Legislativo) O


controle legislativo, prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo para
fiscalizar a administração pública, não incide sobre os atos praticados
pelo Poder Judiciário, dada a previsão constitucional de autonomia
financeira desse poder.

Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante


controle externo, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração
Direta e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas (art. 70).

Gabarito: Errado.

28. (2014/CESPE/CADE/Nível Médio) A função fiscalizatória


exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se entre as
hipóteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da
administração pública.

A Constituição Federal estabelece as hipóteses de controle


legislativo, então temos como controle legislativo que: ressalvado o
julgamento das contas do Poder Executivo, as demais apreciações de
contas caberiam ao Tribunal de Contas respectivo, estendendo-se,
obrigatoriamente, aos tribunais de contas dos estados e dos municípios
o modelo de organização, composição e fiscalização do TCU (art. 75,
CF) e ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante
controle externo, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da Administração
Direta e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas (art. 70).

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Gabarito: Correto

29. (2014/ CESPE/ ANTAQ/ Técnico em Regulação) As


comissões parlamentares de inquérito são exemplos de exercício do
controle judiciário no âmbito do Congresso Nacional.

O controle legislativo é exercido pelos órgãos legislativos ou por


comissões parlamentares sobre determinados atos do Poder Executivo.

Veja o que a Constituição Federal estabelece como hipótese de


mecanismo de controle legislativo:

As comissões parlamentares de inquérito terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para a
promoção da responsabilidade civil ou criminal dos infratores (art. 58,
§3º, CF).

Gabarito: Errado

30. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O


controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete, entre outras
atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município.

Isso mesmo, pessoal. Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU,


compete, mediante controle externo, a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade,

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legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de


receitas (art. 70).

Gabarito: certo.

31. (CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal) Os atos


praticados pelos agentes públicos da PRF estão sujeitos ao controle
contábil e financeiro do Tribunal de Contas da União.

Perfeito! Reitero que ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU,


compete, mediante controle externo, a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas (art. 70).

Gabarito: certo.

32. (CESPE - 2013 - FUNASA - Todos os Cargos -


Conhecimentos Básicos) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída
ao Poder Legislativo de fiscalizar o Poder Executivo, ressalvados os atos
praticados pelos presidentes de empresas públicas e sociedade de
economia mista, em razão de sua natureza eminentemente
empresarial.

Vamos rever o que versa o art. 49, X, da CF?

Art. 49 É competência exclusiva do Congresso Nacional:


(...)
X –fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.”.

Gabarito: Errado.

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33. (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito)


É de competência exclusiva do Tribunal de Contas da União fiscalizar e
controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta.

Acabamos de ver, na questão anterior, que a competência é


exclusiva do Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

34. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) Por força do princípio da separação de poderes, não se
admite o controle da administração pública pelo Poder Legislativo.

Acabamos de estudar o controle Legislativo ou parlamentar. É claro que


ele existe! Mas somente se verifica nas situações e nos limites
expressamente previstos no próprio texto constitucional.

MUITA ATENÇÃO! Esse é um controle externo e configura-se,


sobretudo, como um controle político, por isso podem ser controlados
aspectos relativos à legalidade e à conveniência pública (ou política) dos
atos do Poder Executivo que estejam sendo controlados.

Gabarito: Errado.

5.1. A fiscalização contábil, financeira e


orçamentária na Constituição Federal
A fiscalização financeira e orçamentária é exercida sobre os atos
de todas as pessoas que administrem bens ou dinheiros públicos.
Conforme preceitua o art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal,
prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

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dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou


que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Grosso modo, a regra é essa:

MEXEU EM DINHEIRO DA UNIÃO, DEVE PRESTAR CONTAS


PARA O CONGRESSO, AUXILIADO PELO TCU.

Há previsão de um controle interno, exercido


pelo próprio Poder que esteja gerindo determinado recurso
público objeto do controle, e um controle externo, exercido pelo
Poder Legislativo com auxílio dos Tribunais de Contas. O
controle interno é pleno, de legalidade, conveniência,
oportunidade e eficiência; já o controle externo é político de
legalidade contábil e financeira e visa a comprovar a probidade
da Administração e a regularidade do emprego dos bens e
dinheiros públicos.

O controle externo tem ênfase no controle financeiro, que se


refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos, com vistas
a preservar o Erário de atividades ilícitas e desonestas. As áreas
alcançadas por esse controle são: contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.

E o que significa cada uma dessas áreas? Vamos a elas:

1. Área contábil: correção da formalização dos registros das


receitas e despesas;

2. Área financeira: acompanhamento dos depósitos bancários,


dos empenhos de despesas, dos pagamentos efetuados, dos
ingressos de valores, etc;

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3. Área orçamentária: acompanhamento da execução do


orçamento, fiscalização dos registros nas rubricas
orçamentárias adequadas, etc;

4. Área operacional: controle da execução das atividades


administrativas em geral, verificando-se a observância dos
procedimentos legais e a sua adequação à maior eficiência e
economicidade;

5. Área patrimonial: incide sobre os bens do patrimônio público,


móveis e imóveis, constantes de almoxarifados, de estoques ou
que estejam em uso pela Administração.

Ao atuar nessas áreas, o controle externo deve fiscalizar a


regularidade de gestão da coisa pública sob 5 diferentes aspectos:

1. Legalidade: confronto do ato praticado pela Administração


com as normas jurídicas de regência, respeitando o princípio
da legalidade.

2. Legitimidade: observa-se se o ato, em sua substância, se


ajusta à lei e aos demais princípios que regem uma boa
administração, aperfeiçoando o controle da legalidade.

3. Economicidade: verifica a existência de adequação e


compatibilidade na realização das despesas públicas,
analisando se o órgão procedeu do modo mais econômico,
alcançando o melhor custo-benefício.

4. Aplicação das subvenções: fiscalização do destino das


verbas públicas e se estas foram utilizadas da melhor maneira
pela entidade beneficiária. OBS: subvenções são os valores
repassados pelo poder público para subsídio e
incremento de atividades de interesse social.

5. Renúncia de receitas: dada a sua natureza excepcional,


deve ser acompanhada de perto pelo controle externo, pois, de

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regra, não pode o administrador público deixar de receber


recursos que seriam canalizados para a própria coletividade.

Quanto aos Tribunais de Contas, de acordo com a posição


dominante na doutrina, são órgãos da estrutura do Poder Legislativo,
auxiliares do Poder Legislativo, mas não praticam atos de natureza
legislativa, mas apenas atos de controle.

MUITA ATENÇÃO NOS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS, ESPECIALMENTE


QUANTO AO QUE O TRIBUNAL DE CONTAS PODE FAZER (ANALISAR?
JULGAR? ANULAR?) Esses pontos são muito cobrados em concursos!!!

Com base no art. 71 da Constituição Federal, as atribuições dos


Tribunais de Contas são:

1. apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente


da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento (inciso I).
ATENÇÃO!!! O responsável pelo julgamento das contas
do Presidente da República é o Congresso Nacional (art.
49, IX, CF).

2. julgar as contas dos administradores e demais responsáveis


por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público (inciso II). ATENÇÃO!!!
Nesse caso, a competência do TCU é de julgar as contas,
diferentemente do que ocorre no caso do Presidente da

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República, em que o TCU tem a função de apenas


apreciar as contas.

OBS: a parte final do dispositivo refere-se à chamada tomada de


contas especial.

Atualmente, há entendimento pacificado do STF de que toda e


qualquer entidade da Administração Indireta, não importa seu objeto
nem sua forma jurídica, sujeita-se integralmente ao inciso II do art. 71
da CF, inclusive à sua parte final, que trata do instituto da tomada de
contas especial, aplicável a quem dê causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

3. apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de


admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo
de provimento em comissão, bem como a das concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório (inciso III);

4. realizar inspeções e auditorias por iniciativa própria ou por


solicitação do Congresso Nacional (inciso IV);

5. fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais


(inciso V);

6. fiscalizar a aplicação de recursos da União repassados a


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (inciso VI);

7. prestar informações ao Congresso Nacional sobre fiscalizações


realizadas (inciso VII);

8. aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que

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estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao


dano causado ao erário (inciso VIII). ATENÇÃO!!! As
decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou
multa são executáveis pela Advocacia Geral da União,
tendo força e eficácia de título executivo.

9. Determinar prazo, se verificada ilegalidade, para que o órgão


ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei e, se não atendido, sustar a execução do
ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal (incisos IX e X). ATENÇÃO!!!
No caso de ato administrativo, cabe ao próprio TCU
sustar sua execução; no caso de contrato administrativo,
não lhe foi dada, em princípio, essa competência, já que
o ato de sustação será adotado diretamente pelo
Congresso Nacional; apenas se este ou o Poder
Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas
cabíveis para a sustação do contrato é que o TCU
adquirirá competência para decidir a respeito.

De acordo com a jurisprudência do STF, “o Tribunal de Contas da


União, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos
administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para
determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do
contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou” (MS 23.550,
redator do acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ de
31.10.2001).

Outras competências dos Tribunais de Contas previstas na


Constituição Federal são:

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1. emitir pronunciamento conclusivo, por solicitação da Comissão


Mista Permanente de Senadores e Deputados, sobre despesas
realizadas sem autorização;

2. apurar denúncias apresentadas por qualquer cidadão, partido


político, associação ou sindicato sobre irregularidades ou
ilegalidades na aplicação de recursos federais;

3. fixar os coeficientes dos fundos de participação dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios e fiscalizar a entrega dos
recursos aos governos estaduais e às prefeituras municipais.

O controle externo do Tribunal de Contas sobre os atos ou


contratos da Administração é feito a posteriori, salvo as inspeções e
auditorias (controle concomitante), que podem ser realizadas a
qualquer tempo.

O referido modelo de atribuições do TCU é de observância


obrigatória no âmbito dos Estados, do DF e dos Municípios, em
relação às suas Cortes de Contas, por força do art. 75 da Constituição
Federal.

Lembre-se: O STF firmou entendimento de que não pode a


Constituição do Estado-membro outorgar à Assembleia Legislativa
competência para julgar suas próprias contas, bem assim as contas dos
administradores do Poder Judiciário local, haja vista que essa medida
implicaria usurpação de competência do Tribunal de Contas do Estado.
Essa mesma vedação é aplicável, no tocante às contas da Câmara
Municipal, à Lei Orgânica do Município.

Quanto à competência para o julgamento das contas do próprio


Tribunal de Contas, diante do silêncio constitucional, formou-se corrente
doutrinária no sentido de que caberia à própria Corte de Contas o
julgamento de suas contas. Entretanto, o STF firmou entendimento de
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que não desrespeita a Constituição Federal norma da


Constituição do Estado que outorga competência à Assembleia
Legislativa para o julgamento das contas do respectivo Tribunal de
Contas (exemplo: no DF, a Lei Orgânica outorgou competência privativa
à Câmara Legislativa do DF para apreciar e julgar, anualmente, as
contas do TCDF).

As atribuições dos tribunais de contas é tema muito cobrado em


concursos!

As decisões do Tribunal de Contas que resultem em imputação de


débito ou multa tornam o valor líquido e certo e adquirem eficácia de
título executivo. Nesse caso, o responsável é notificado para, no prazo
de 15 dias, recolher o valor devido, sob pena de cobrança judicial. Mas,
ATENÇÃO, o Tribunal de Contas não pode promover a execução forçada
da cobrança, só o Poder Judiciário pode atingir diretamente o
patrimônio do devedor em um processo judicial.

Normalmente, é assim que funciona: o TCU verifica que a


empresa contratada pela Administração Pública superfaturou uma
licitação e condena a empresa a restituir R$ 100.000,00. Após o
julgamento, o TCU vai notificar a empresa para, em 15 dias, recolher o
valor. Se a empresa não pagar voluntariamente, o TCU vai mandar a
informação para a Procuradoria da Fazenda Nacional inscrever o débito
em dívida ativa. Essa dívida ativa se transforma em uma certidão de
dívida ativa que vai ser levada pela Procuradoria ao Poder Judiciário,
por meio de uma execução fiscal. Nesse processo de execução, a
Procuradoria pede ao juiz que tome o patrimônio da empresa para
saldar a dívida de R$ 100.000,00, acrescidas das multas e atualizações
legalmente estabelecidas.

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Interessante notar que o Tribunal de Contas é um órgão público


que também está sujeito ao prazo decadencial estabelecido no art. 54
da Lei nº 9.784/99 para anular situações jurídicas constituídas a mais
de 5 anos.

1) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União


asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que
beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão
(Súmula Vinculante nº 3).

2) O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode


apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público
(Súmula nº 347 do STF).

3) As empresas públicas e as sociedades de economia mista,


entidades integrantes da administração indireta, estão sujeitas à
fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante a aplicação do regime
jurídico celetista aos seus funcionários (MS 26.117/DF, Rel. Min. Eros
Grau, julg: 20.05.2009, DJe: 06.11.2009).

35. (2014/ CESPE/ Instituto Rio Branco/ Diplomata) O controle


de legalidade dos atos da administração pública somente pode ser
processado pelos órgãos do Poder Judiciário.

O Controle de Legalidade pode ser exercido pelo(a):

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Própria Administração: chamado controle interno de legalidade


(decorrente do princípio da tutela ou da autotutela).

Poder Judiciário (hipótese de controle externo): no exercício de


sua função precípua jurisdicional. Exemplo: exame pelo Judiciário, em
mandado de segurança, da legalidade de um ato do Executivo.

Poder Legislativo (hipótese de controle externo): nos casos


previstos na Constituição. Exemplo: apreciação pelo Poder Legislativo,
por meio do TCU, da legalidade dos atos de admissão de pessoal do
Executivo.

Gabarito: Errado

36. (CESPE-2014-TC/DF-Analista de Administração Pública) No


que se refere ao controle da administração pública, julgue o item
que se segue. O Poder Legislativo exerce controle financeiro sobre
o Poder Executivo, sobre o Poder Judiciário e sobre a sua própria
administração.

O Poder Legislativo exerce o controle externo com o auxílio do


TCU. O controle externo tem ênfase no controle financeiro, que se
refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos de todos os
Poderes.

Gabarito: Certo

37. (CESPE-2014-Câmara dos Deputados – Analista legislativo)


No julgamento das contas do presidente da República, cabe ao Tribunal
de Contas da União (TCU) emitir parecer prévio, que deverá ser
encaminhado ao Congresso Nacional.

Vamos relembrar o trecho da aula:

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Com base no art. 71 da Constituição Federal, algumas das


principais atribuições dos Tribunais de Contas são:

1. apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente


da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
60 dias a contar de seu recebimento (inciso I). ATENÇÃO!!! O
responsável pelo julgamento das contas do Presidente da
República é o Congresso Nacional (art. 49, IX, CF).

GABARITO: CERTA.

38. (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito)


É de competência do Congresso Nacional sustar os contratos
administrativos que apresentem ilegalidade, mediante solicitação
do Tribunal de Contas da União.

Isso mesmo, pessoal. O ato de sustação será adotado diretamente


pelo Congresso Nacional; apenas se este ou o Poder Executivo, no
prazo de 90 dias, não efetivar as medidas cabíveis para a sustação do
contrato é que o TCU adquirirá competência para decidir a respeito.

Gabarito: certo.

39. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) As contas


prestadas pelos chefes do poder executivo incluirão as suas
próprias, as dos presidentes dos órgãos dos poderes legislativo e
judiciário e do chefe do Ministério Público, e dependerão de
parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

De acordo com o art. 56, da Lei Complementar 101, “as contas


prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas
próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de
Contas.”.

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Gabarito: Correto.

40. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Julgue os


itens que se seguem, referentes à improbidade administrativa e
ao controle da administração.

O controle da administração realizado pelo Poder Legislativo com o


auxílio do TCU abrange o denominado controle de economicidade, pelo
qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica
na aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-
benefício.

Como vimos, de acordo com o art. 70 da CF, “ao Congresso


Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante controle externo, a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas”.

Gabarito: Correto.

41. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com


relação ao controle da administração, julgue os itens
subsecutivos.

Os tribunais de contas dispõem de competência para fiscalizar a


legalidade, legitimidade, economicidade, a aplicação de subvenções e a
renúncia de receitas das entidades da administração direta, razão pela
qual a Constituição Federal lhes faculta a condição de, como órgãos que
se inserem na esfera do Poder Executivo, rever o mérito dos atos
administrativos praticados no âmbito desse Poder.

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Não se esqueça de que os Tribunais de Conta são órgãos vinculados ao


poder legislativo, que o auxiliam no exercício do controle externo da
Administração. Portanto, o item está incorreto.

Gabarito: Errado.

42. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) O controle


financeiro exercido pelo Poder Legislativo alcança tanto o
Executivo como o Judiciário e sua própria administração, no que
se refere à receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos.
Sujeitas a esse controle estão as áreas de atuação contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.

De acordo com o art.70, da CF, “a fiscalização contábil, financeira,


orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder”.

Gabarito: Correto.

43. (CESPE/Natal/Assessor/2008) A fiscalização financeira e


orçamentária do Poder Executivo pelos Tribunais de Contas é uma
forma de controle da administração pelo Poder Judiciário.

Como os Tribunais de Contas não integram o Poder Judiciário (e


sim o Poder Legislativo), a questão está errada.

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44. (CESPE/TJ-SE/Juiz/2008) Os nomeados para cargos de


secretários de Estado devem ter a legalidade de sua nomeação
apreciada, para fins de registro, no TC do respectivo Estado.

As nomeações para cargos de provimento em comissão não


precisam ter sua legalidade apreciada pelo Tribunal de Contas. Logo, o
item está errado.

45. (CESPE/TJDFT/Analista/2008) O controle dos atos da


administração pública pode ser exercido de forma interna, pelos
tribunais de contas estaduais e do DF, ou de forma externa, pelo
TCU e pelo Poder Judiciário.

O controle pelos tribunais de contas é sempre um controle


externo. Logo, o item está errado.

6) Controle JUDICIÁRIO OU JUDICIAL

É exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos


administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo Poder Legislativo
ou pelo próprio Poder Judiciário, quando realiza atividades
administrativas.

Em regra, o controle judicial é exercido a posteriori e


referente à legalidade dos atos administrativos.

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Entendia-se que o controle de legalidade era realizado sob o


manto da lei, restringindo-se à aplicação da lei; hoje admite-se tal
exercício de maneira mais ampla, reconhecendo não só a lei, mas
também as regras constitucionais, especialmente os seus princípios.

Antes de tudo, o controle judicial é um meio de preservação de


direitos individuais dos administrados, nisso diferindo do controle
político, exercido pelo Legislativo.

No exercício de sua atividade


jurisdicional, o Poder Judiciário sempre age mediante provocação do
interessado ou do legitimado. OBS: em casos como o da ação
popular ou da ação civil pública, pode não existir interesse
direto do autor relativamente ao bem ou direito lesado.

ATENÇÃO!!! Mediante o exercício do controle


judicial dos atos administrativos, pode-se decretar a sua
anulação e nunca sua revogação, decorrente do controle de
mérito.

A anulação ocorre nos casos em que existe ilegalidade no ato


administrativo, podendo ser feita pela própria Administração
(controle interno) ou pelo Poder Judiciário. Opera efeitos
retroativos, ex tunc, isto é, retroage à origem do ato, desfazendo as
relações dele resultantes, ressalvados os terceiros de boa-fé.

Conforme destaca Marinela, a jurisprudência


atual orienta que o princípio da legalidade não deve ser aplicado de
forma absoluta e que outros princípios constitucionais devem ser

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considerados, realizando-se a ponderação de interesses. Dessa


maneira, caso a retirada do ato cause mais prejuízos que sua
manutenção, o ato, mesmo que ilegal, deve ser mantido na ordem
jurídica, o que se denomina “estabilização de efeitos”. Essa orientação
tem como fundamento geral o princípio da segurança jurídica. Exemplo:
determinado funcionário que ingressou na Administração Pública
irregularmente há 20 anos – o ato de sua nomeação é ilegal, porém sua
manutenção no cargo causará menor prejuízo.

Importante ressaltar que o controle jurisdicional também tem se


dado nos casos de atos omissivos da Administração para que ela
cumpra o que a lei determina e que ela deixou de fazer como, por
exemplo, nos casos em que há determinação judicial fornecimento de
medicamentos, tratamentos de saúde, etc. Tudo em face do Direito
Constitucional à saúde, ou ainda nos casos de determinação de vagas
em escolas de ensino fundamental.

ATENÇÃO!!! O ato discricionário, como qualquer outro ato


administrativo, está sujeito à apreciação judicial. Mas não
quanto aos seus critérios de conveniência e oportunidade, mas
sim quanto aos aspectos de legalidade (competência do sujeito,
forma adequada, resultado lícito etc.).

Um ponto extremamente relevante no estudo do controle externo


exercido pelo Poder Judiciário é no que diz respeito aos atos polítios.
Esses atos sujeitam-se ao controle?

Com relação aos atos políticos, é possível sim sua apreciação


pelo Poder Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais
ou coletivos.

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Quanto aos atos interna corporis (de organização interna dos


Poderes ou que não geraram qualquer efeito no ambiente externo a
esse Poder), em regra não são apreciados pelo Judiciário, pois se
limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos
órgãos.

São atos praticados nos estritos limites da competência da


autoridade e desde que apoiados em fundamentos exclusivamente
regimentais, sem qualquer conotação de índole jurídico-constitucional,
daí por que se revelam imunes à apreciação judicial. Haveria portanto
uma “incognoscibilidade” da matéria, ou seja, a matéria “interna
corporis” não poderia ser conhecida pelo Poder Judiciário.

No entanto, se esses atos “interna corporis” exorbitarem em seu


conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão também
ser apreciados pelo Judiciário.

Trata-se do reconhecimento da soberania dos pronunciamentos,


deliberações e atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário, na esfera de
sua exclusiva competência discricionária, ressalvadas, para efeito de
apreciação judicial, apenas as hipóteses de lesão ou ameaça a direito
constitucionalmente assegurado.

Conforme destaca Marinela, o STF já deixou bastate


claro que a tese da incognoscibilidade da matéria não se aplica quando
diz respeito à alegação de ofensa a direito ou garantia constitucional, o
que, por si só, afasta o caráter interna corporis do comportamento. A
hipótese é a mesma quando se está diante de matéria que ofenda
direitos assegurados pela CF na iminência de serem transgredidos. Ou
seja, só se pode falar de ato interna corporis, quando este se revela
essencialmente insindicável, se presentes aspectos discricionários
concernentes às questões políticas. Exemplo: um Tribunal de Justiça

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Estadual tem livre competência para elaborar seu regimento interno e


nele dispor sobre o modo de distribuição dos processos entre seus
Desembargadores; contudo, se a forma de distribuição do processo
impedir ou beneficiar algum Desembargador, a conduta será
considerada inconstitucional e poderá ser controlada por via judicial.

1) “No caso, o Tribunal de origem externou seu entedimento


apoiado em fundamentação constitucional, consignando que: ‘O
controle de políticas públicas pelo Judiciário é de caráter excepcional e
não poderá ser levado a cabo quanto se estiver diante de possível
ofensa à separação de poderes. O maltrato ao princípio da separação de
poderes se dá ao instante no qual é desprestigiada a discricionariedade
da Administração, existente quando esta possui possibilidade de
escolher entre o atuar e o não atuar. (...)’” (AgRg no REsp
1.211.989/RN, STJ – Primeira Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julg: 04.08.2011, DJe: 10.08.2011).

2) Não podem os direitos sociais ficar condicionados à boa


vontade do Administrador, sendo de fundamental importância que o
Judiciário atue como órgão controlador da atividade administrativa.
Seria uma distorção pensar que o princípio da separação dos poderes,
originalmente concebido com o escopo de garantia dos direitos
fundamentais, pudesse ser utilizado justamente como óbice à realização
dos direitos sociais, igualmente fundamentais. Tratando-se de direito
fundamental, incluso no conceito de mínimo existencial, inexistirá
empecilho jurídico para que o Judiciário estabeleça a inclusão de
determinada política pública nos planos orçamentários do ente público,
mormente quando não houver comprovação objetiva da incapacidade
econômico-financeira da pessoa estatal (AgRg no REsp 1.136.549/RS,

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STJ – Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julg: 08.06.2010,


DJ: 21.06.2010).
3) Não viola o princípio da separação dos poderes o controle
pelo Poder Judiciário de ato administrativo eivado de ilegalidade ou
abusividade, o qual envolve a verificação da efetiva ocorrência dos
pressupostos de fato e de direito, podendo o Judiciário atuar, inclusive,
nas questões atinentes à proporcionalidade e à razoabilidade (AI
800.892 AgR, STF – Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli, julg:
12.03.2013, DJe: 07.05.2013).
4) Para a hipótese de pena de demissão imposta a servidor
público submetido a processo administrativo disciplinar, não há falar em
juízo de conveniência e oportunidade da Administração, visando
restringir a atuação do Poder Judiciário à análise dos aspectos formais
do processo disciplinar, porquanto, em tais circunstâncias, o controle
jurisdicional é amplo, no sentido de verificar se há motivação para o ato
demissório (RMS 25.152/RS, STJ – Quinta Turma, Rel.ª Min.ª Laurita
Vaz, julg: 18.08.2011, DJe: 01.09.2011).
5) Não cabe ao Poder Judiciário, no controle jurisdicional da
legalidade, substituir-se à banca examinadora do concurso público para
reexaminar os critérios de correção das provas e o conteúdo das
questões formuladas (MS 27260/DF, Rel. Min. Carlos Britto, julg:
29.10.2009, DJe: 26.03.2010).

6.1. Procedimentos judiciais de controle

Vamos tratar, resumidamente, de alguns dos principais meios


judiciais de controle dos atos da Administração. Alguns acessíveis a
todos os administrados, outros restritos a legitimados específicos.

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a) Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, da CF)

É concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder. OBS: só não é cabível em relação a
punições disciplinares militares.

É gratuito e pode ser impetrado por qualquer pessoa, nacional ou


estrangeira, em benefício próprio ou de terceiro.

b) Habeas Data (art. 5º, LXXII, da CF)

É um remédio constitucional que tem por finalidade proteger a


esfera íntima dos indivíduos. Será concedido para:

1. assegurar o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;

2. retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

Não cabe habeas data se não houver recusa por


parte da autoridade administrativa (Súmula nº 2 do STJ).

Segundo Marinela, é possível identificar algumas características


básicas do habeas data:

1) é uma ação, pois invoca a tutela jurisdicional, devendo


preencher as condições da ação;

2) é de natureza mandamental;

3) seu conteúdo é de natureza constitutiva quando visa à


retificação;

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4) é ação personalíssima, não se admite pedido de terceiros, nem


sucessão no direito de pedir;

5) não depende de prévio pedido administrativo.

No que tange ao procedimento, enquanto não houver disciplina


legal, deve seguir o rito do mandado de segurança, desde que
desnecessária a produção de prova; se contrário, o rito será o ordinário.

Os processos de habeas data têm prioridade sobre todos os


demais, ressalva feita aos processos de HC e MS.

c) Mandado de injunção (art. 5º, LXXI, da CF)

Há a concessão de mandado de injunção sempre que a falta de


norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania, previstos em norma de eficácia limitada.

Esse instrumento pode ser ajuizado por qualquer pessoa, natural


ou jurídica, em desfavor do órgão ou poder incumbido de elaborar a
norma.

Quanto ao procedimento, aplicam-se, em adaptação, as regras


do mandado de segurança. Assim, para não comprometer a celeridade
do processo, a dilação probatória é evitada, devendo a prova ser pré-
constituída, documentada e juntada à inicial.

Como é interposto pelo próprio titular do direito, exige uma


solução para o caso concreto e não uma decisão com efeitos erga
omnes.

É interessante grifar decisões importantes para o


Direito Administrativo e que reescreveram os parâmetros do instituto do
mandado de injunção. Antigamente, o Poder Judiciário apenas

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declarava a omissão e comunicava o Congresso Nacional da existência


da mesma.

Nos MIs 670, 708 e 712, por sua vez, a decisão proferida pelo STF
deixou de ser apenas uma declaração da omissão legislativa com
consequente comunicação ao Congresso Nacional e passou a produzir
efeitos concretos, resolvendo efetivamente a questão. Essas ações
mudaram a história da greve dos servidores públicos, permitindo que,
mesmo sem a lei, o servidor faça greve, aplicando como parâmetro a lei
do trabalhador comum, oportunidade em que também atribuiu ao
mandado de injunção, em caráter excepcional, o efeito erga omnes.

46. (CESPE – 2015 – MPU - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Com relação ao controle da administração e ao poder de polícia
administrativa, julgue o item seguinte.

Compete ao Poder Judiciário, como mecanismo de controle judicial,


sustar, de ofício, os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar.

Errado, uma vez que o art. 49 inc. V, da CF/88, estabelece que: “Art.
49 da CF. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V -
sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.

Gabarito – Errado.

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47. (2014/ CESPE/Polícia Federal/ Nível Superior) Julgue o item a


seguir, no que concerne aos atos administrativos e ao controle da
administração pública. Anulação de ato administrativo consiste na
extinção de um ato ilegal determinada pela administração ou pelo poder
judiciário, sem eficácia retroativa.

A anulação ocorre nos casos em que existe ilegalidade no ato


administrativo, podendo ser feita pela própria Administração (controle
interno) ou pelo Poder Judiciário. Opera efeitos retroativos, ex tunc, isto
é, retroage à origem do ato, desfazendo as relações dele resultantes,
ressalvados os terceiros de boa-fé.

Gabarito: Errado

48. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Nível Superior). Uma das formas de


controle da administração pública é o controle judicial, que incide tanto
sobre o mérito quanto sobre a legalidade dos atos da administração
pública.

O Controle Judiciário é exercido pelos órgãos do Poder Judiciário


sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo
Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário, quando realiza
atividades administrativas.

ATENÇÃO!!! Mediante o exercício do controle judicial dos atos


administrativos, pode-se decretar a sua anulação e nunca sua
revogação, decorrente do controle de mérito.

O item está errado porque fala que o controle judicial incide


sobre o mérito, o que não ocorre.

Gabarito: Errado

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49. (CESPE-2014-TJ/SE-Técnico Judiciário) No tocante aos atos e


aos poderes administrativos, julgue os próximos itens.

O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos


administrativos por ele mesmo produzidos.

Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos,


pode-se decretar a sua anulação e nunca sua revogação, decorrente do
controle de mérito. O Poder judiciário apenas tem o poder de anular os
atos dos demais poderes quando analisada a legalidades deles, a
revogação só ocorre quando for dos seus próprios atos, por ser uma
análise de mérito.

Gabarito: Certo.

50. (CESPE-2014-TC/DF-Analista de Administração Pública) O


controle judicial dos atos da administração ocorre depois que eles são
produzidos e ingressam no mundo jurídico, não existindo margem, no
ordenamento jurídico brasileiro, para que tal controle se dê a priori.

A regra é que o controle judicial se a posteriori, mas não podemos


afirmar que não existe margem para um controle a priori, pois nesse
tipo de controle temos o controle preventivo, o mandado de segurança
preventivo, por exemplo.

Gabarito: Errado.

51. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços


de Transportes Terrestres - Direito) O Poder Judiciário poderá

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apreciar a legalidade dos atos administrativos, invalidando-os se


entender conveniente mediante iniciativa própria ou provocação.

A questão apresenta dois erros. O primeiro é de fácil percepção. Já


sabemos que o Poder Judiciário só atua mediante provocação e não de
ofício. Ademais, a invalidação dos atos administrativos pelo Judiciário
não se dá mediante conveniência e sim baseado na legalidade do ato.
Portanto, questão duplamente errada.

Gabarito: errado.

52. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços


de Transportes Terrestres - Direito ) Como instrumento de
controle, a ação popular poderá ser utilizada de forma preventiva
ou repressiva contra a atividade administrativa lesiva ao
patrimônio público.

A ação popular pode ser utilizada preventivamente (antes da


consumação ou da prática do ato lesivo) ou de forma repressiva
(posteriormente ao ato lesivo).

Gabarito: certo.

53. (CESPE - 2013 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário -


Área Administrativa) O controle judicial incidente sobre um ato
discricionário restringe-se à análise da legalidade do ato.

Lembre-se que o controle judicial é referente à legalidade dos


atos administrativos.

Gabarito: certo.

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54. (CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia) Os atos


administrativos estão sujeitos ao controle judicial; no entanto, tal
controle não autoriza que o juiz, em desacordo com a vontade da
administração, se substitua ao administrador, determinando a
prática de atos que entender convenientes e oportunos.

Isso mesmo, pessoal! Acabamos de ver que o controle judicial é


referente à legalidade dos atos administrativos e podem ensejar a
anulação e não a revogação, já que não adentra no mérito.

Gabarito: certo.

55. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A ação civil


pública e a ação popular são exemplos de uma forma específica
de controle judicial da administração.

Vimos que as duas ações são formas de controle da administração


pública. Portanto, o item está correto.

Gabarito: Correto.

56. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com relação


ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos.

O controle judicial sobre atos da administração pública é


exclusivamente de legalidade e, como regra, realizado a posteriori .
Podem haver, no entanto, situações especiais em que se admite um
controle prévio exercido pelo Judiciário.

Como vimos anteriormente, em regra, o controle judicial é exercido


a posteriori e referente à legalidade dos atos administrativos. Um
exemplo de controle preventivo é a conceder uma medida liminar em
mandado de segurança preventivo Portanto, o item está correto.

Gabarito: Correto.

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57. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de Serviços


de Transportes Terrestres - Direito) O controle jurisdicional da
administração pública é exercido a posteriori, ou seja, depois que
os atos são realizados pelos demais poderes.

Perfeito! Já vimos que em regra, o controle judicial é exercido a


posteriori.

Gabarito: certo.

58. (CESPE - 2013 - MS - Administrador) A respeito do controle e


da responsabilização da administração pública, julgue os itens a
seguir.

É vedado ao Poder Judiciário realizar controle judicial prévio dos


atos administrativos.

A resposta deste item é a mesma do item anterior. O Poder


Judiciário pode realizar um controle prévio dos atos desde que haja um
risco irreversível contra direitos individuais ou coletivos, tendo esse
controle fundamento.

Gabarito: Errado.

59. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O


controle administrativo é instrumento jurídico de fiscalização
sobre a atuação dos agentes e órgãos públicos, realizado de ofício
por iniciativa própria, não se aceitando provocação da parte
interessada.

Acabamos de estudar a ação popular em que qualquer cidadão é


parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à

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moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico


e cultural.

Gabarito: Errado.

60. (CESPE/MS/Analista/2010) No controle dos atos


discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o
administrador, o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao
exame da legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios
de conveniência e oportunidade adotados pela administração.

A regra geral é essa, por isso o item está correto.

61. (CESPE/TCU/2009) Não é possível o controle de legalidade


exercido pelo Poder Judiciário na hipótese de remoção de servidor
público de ofício, mas com características de perseguição política,
em razão de a motivação atender ao interesse da administração.

É sempre possível o controle de legalidade dos atos


administrativos pelo Poder Judiciário. Logo, o item está errado.

62. (CESPE/Natal/Assessor/2008) Ao Poder Judiciário é defeso


analisar os atos administrativos dos demais poderes.

Defeso = vedado, proibido. Desse modo, é óbvio que o item


está errado.

63. (CESPE/TRT-5/Analista/2008) Todas as pessoas físicas ou


jurídicas são partes legítimas para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural.

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MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO!!! Somente o cidadão é


parte legítima para propor ação popular. Logo, o item está errado

d) Mandado de segurança individual e coletivo (art. 5º, LXIX e


LXX, CF e Lei nº 12.016/2009)

É o remédio constitucional destinado a proteger direito líquido e


certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

Direito líquido e certo é aquele direito em que não há qualquer


necessidade de dilação probatória, devendo o impetrante comprovar o
seu direito por meio de documentação inequívoca apresentada na
inicial. Caso haja qualquer necessidade de comprovação ou de qualquer
dilação probatória, deve-se buscar as vias ordinárias.

A única exceção a esse caso trata da situação em que o


impetrante sabe que determinado documento existe, mas está fora de
seu alcance, muitas vezes porque a autoridade ou um determinado
órgão se nega a entregá-lo. Nessa hipótese, o impetrante poderá
requerer ao Juiz que ordene, por ofício, a exibição do respectivo
documento.

Quando não couber habeas corpus ou habeas data,


cabe mandado de segurança.

ATENÇÃO para as situações em que não é cabível o


mandado de segurança, previstas na Lei nº 12.016/2009:

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Art. 1º, §2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.

Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo,
independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.

O prazo decadencial para impetração do mandado de segurança


é de 120 dias contados do conhecimento oficial do ato a ser
impugnado, não se admitindo interrupção nem suspensão.

Existem 2 espécies de mandado de segurança:

1. Mandado de segurança INDIVIDUAL: pelo administrado que


tenha sofrido o ato coator. Ajuizado por uma pessoa (física ou
jurídica) ou mesmo por várias pessoas em uma mesma
situação que revele a lesão ou a ameaça de lesão de direito
líquido e certo por meio da prática de um ato emanado direta
ou indiretamente de uma autoridade coatora.

2. Mandado de segurança COLETIVO: ajuizado por partido político


com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa de direitos líquidos e certos da
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades.

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Como podemos perceber, ao contrário do que diz


o nome, o mandado de segurança coletivo não é aquele
impetrado por mais de uma pessoa.

O mandado de segurança coletivo é um remédio especial e que


só pode ser utilizado em casos muito específicos. A nova Lei do
MS estabelece, em seu art. 21, as matérias em que esse
instrumento deve ser utilizado:

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança
coletivo podem ser:
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da
totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.

Segundo Marinela, classifica-se o mandado de segurança,


ainda, em:

1. Mandado de segurança REPRESSIVO (na prática,


denominado apenas “mandado de segurança”): visa à
anulação ou à invalidação de um ato administrativo já
editado, ou à determinação judicial da prática de
determinada conduta por parte do impetrado, fazendo-se
presente quando uma determinada situação de lesão a
direito do impetrante já existe.

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2. Mandado de segurança PREVENTIVO: tem por finalidade


preservar a existência de um direito que se entende
ameaçado, ou que se prove que está prestes a ser abalroado
pela autoridade coatora.

Quanto à legitimidade ativa, qualquer pessoa, física ou


jurídica, mesmo estrangeira, é parte legítima para impetrar um
mandado de segurança. Há ainda os entes que, dotados de
personalidade apenas formal, também possuem legitimidade, tais como
o espólio, a massa falida e o condomínio.

Podem ainda, desde que agindo na defesa de suas


prerrogativas, ajuizar mandado de segurança a Presidência da
República, também a Presidência da Câmara dos Deputados, da Câmara
de Vereadores, da Mesa do Senado Federal, dos Prefeitos (MS
21.239/DF, STF – Tribunal Pleno, Min. Rel. Sepúlveda Pertence, julg:
05.06.1991, DJ: 23.04.1993).

Quanto à autoridade coatora (= o “réu” indicado no mandado


de segurança), no conceito de Marinela, é o agente público que detém o
poder de decisão, ou seja, a autoridade que possui o poder para
praticar os atos ou se abster de praticá-los, por si ou por seus
delegados. Logo, aquele que executa o ato nem sempre é a autoridade
coatora.

Lembre-se que um agente privado, sem qualquer cargo público,


pode ser autoridade coatora num mandado de segurança. Isso ocorre
quando esse sujeito exerce uma função delegada pelo poder público,
como é o caso do diretor de faculdade privada que indefere a matrícula
de aluno. Como a faculdade é autorizada a funcionar pelo MEC, ela
presta um serviço público de educação e o seu diretor, nessa condição,
é autoridade para fins de mandado de segurança.

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Em relação à possibilidade de decisão liminar, deve sempre


apenas “suspender” o ato desde que haja o preenchimento de dois
requisitos: fundamento jurídico relevante e risco de ineficácia da
medida, caso não seja concedida a liminar. O juiz pode exigir caução,
fiança ou depósito em determinados casos.

Importante observar as restrições explícitas à concessão de


liminar: compensação de créditos tributários; entrega de mercadorias e
bens provenientes do exterior; reclassificação ou equiparação de
servidores públicos; e concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

A sentença no mandado de segurança tem efeito inter partes,


pela própria natureza da ação. Na hipótese de MS coletivo, abrange
todos os filiados/integrantes da pessoa impetrante.

Por fim, no tocante à coisa julgada, nos casos de concessão e


denegação da segurança, faz coisa julgada material; já no caso de
extinção do processo sem julgamento do mérito, o MS poderá ser
ajuizado novamente.

1) O mandado de segurança não substitui a ação popular


(Súmula nº 101 do STF).

2) Não cabe mandado de segurança contra lei em tese


(Súmula nº 266 do STF).

3) Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível


de recurso ou correição (Súmula nº 267 do STF).

4) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com


trânsito em julgado (Súmula nº 268 do STF).

5) O mandado de segurança não é substitutivo de ação de


cobrança (Súmula nº 269 do STF).

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6) Concessão de mandado de segurança não produz efeitos


patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria (Súmula nº
271 do STF).

7) Decisão denegatória de mandado de segurança, não


fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação
própria (Súmula nº 304 do STF).

8) O STF não é competente para conhecer de mandado de


segurança contra atos dos tribunais de justiça dos estados (Súmula nº
330 do STF).

9) A existência de recurso administrativo com efeito


suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão
da autoridade (Súmula nº 429 do STF).

10) Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência


delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial
(Súmula nº 510 do STF).

11) Não cabe condenação em honorários de advogado na ação


de mandado de segurança (Súmula nº 512 do STF).

12) Não compete ao STF conhecer originariamente de mandado


de segurança contra atos de outros tribunais (Súmula nº 624 do STF).

13) Controvérsia sobre matéria de direito não impede


concessão de mandado de segurança (Súmula nº 625 do STF).

14) A impetração de mandado de segurança coletivo por


entidade de classe em favor dos associados independe da autorização
destes (Súmula nº 629 do STF).

15) A entidade de classe tem legitimação para o mandado de


segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma
parte da respectiva categoria (Súmula nº 630 do STF).

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16) Extingue-se o processo de mandado de segurança se o


impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte
passivo necessário (Súmula nº 631 do STF).

17) É constitucional a lei que fixa o prazo de decadência para a


impetração de mandado de segurança (Súmula nº 632 do STF).

18) O mandado de segurança constitui ação adequada para a


declaração do direito à compensação tributária (Súmula nº 213 do STJ).

e) Ação popular (art. 5º, LXXIII, CF e Lei nº 4.717/65)

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que


vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Ressalta-se que o termo “cidadão” difere do termo “pessoa”, uma


vez que para ser cidadão há a necessidade de ser uma pessoa física,
excluindo desde já as pessoas jurídicas (Súmula nº 365 do STF). Assim,
para fins de ação popular, cidadão é todo brasileiro em pleno gozo de
seus direitos políticos, devendo inclusive comprovar que votou na
eleição anterior ao ajuizamento da ação.

Por meio da ação popular, obtém-se a anulação do ato lesivo. É


um instrumento de defesa dos interesses da coletividade e não de
direito próprio do autor. Pode ser utilizada preventivamente (antes da
consumação ou da prática do ato lesivo) ou de forma repressiva
(posteriormente ao ato lesivo).

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Quanto aos legitimados passivos, podem ser: a pessoa jurídica


de direito público à qual está vinculado o ato; as autoridades,
funcionários e/ou administradores que houverem participado do ato,
bem como todos os beneficiários diretos ou indiretos, independente de
serem integrantes ou não da Administração Pública.

Importante esclarecer que, conforme entende Marinela,


o Ministério Público participa na ação popular como “parte pública
autônoma”. No seu papel de fiscal da Lei, pode o MP tomar qualquer
posição no processo, seja em defesa do ato, seja em defesa do réu.

Em relação à concessão de liminar na ação popular, é possível,


só podendo ser revista por meio de ação específica de suspensão de
execução de liminar e diante dos requisitos próprios daquela, que
consiste em evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia pública.

No tocante à sentença, quando procedente, produz efeitos erga


omnes, porém, caso seja improcedente por deficiência de prova por
parte do autor, terá efeitos apenas inter partes, nada impedindo que
outro cidadão maneje remédio idêntico.

f) Ação civil pública (art. 129, III, da CF; Lei nº 7.347/85 e


Lei nº 8.437/92)

Visa a reprimir ou impedir lesão a interesses difusos e


coletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente, e, em alguns casos, a interesses individuais
homogêneos, como os relacionados à proteção do consumidor.

É uma ação de rito especial e deve ser promovida pelo Ministério


Público (art. 129, III, CF). A Lei nº 7.347/85 prevê, ainda, como
legitimados, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o DF e os

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Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades


de economia mista, além de associações que atendam aos requisitos da
lei (esteja constituída há pelo menos 1 ano nos termos da lei civil e
inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou
ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico).

Quanto à legitimidade passiva, estende-se a todos aqueles que


de algum modo concorreram para o ato que gerou a ação, podendo ser
pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou privado.

No tocante à sentença, pode ter natureza pecuniária


(condenação em dinheiro), mandamental (cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer, constitutiva ou desconstitutiva (anulação de ato
criando ou extinguindo direitos). Seus efeitos, em regra, são erga
omnes, salvo quando o conjunto probatório for insuficiente para tanto.

O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil


pública em defesa do patrimônio público (Súmula nº 329 do STJ).

g) Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 102, I, “a”, da


CF e Lei nº 9.868/99)

É uma forma de controle pela qual se busca a anulação de


determinada lei ou ato normativo federal ou estadual em virtude de sua
afronta aos ditames constitucionais.

Pode ser ajuizada no STF (afronta à Constituição Federal) ou nos


Tribunais de Justiça dos Estados (afronta às Constituições Estaduais).

Quanto aos legitimados ativos, estão elencados no art. 103 da


CF:

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Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação


declaratória de constitucionalidade:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Por ser uma ação de controle abstrato (ataca a lei de forma


genérica, sem indicar nenhuma situação concreta ou sem apontar um
conflito entre a parte A contra a parte B), não possui parte passiva,
uma vez que visa fulminar uma determinada norma específica.
Entretanto, é necessária a oitiva da autoridade ou de órgão(s) do(s)
qual(is) emanou a Lei ou o ato impugnado e, após, o Advogado-Geral
da União e o Procurador-Geral da República.

A declaração de inconstitucionalidade pode ser total ou parcial e


seus efeitos podem ser ex tunc (é a regra) ou ex nunc (ocorre quando
há a modulação dos efeitos da decisão que declara inconstitucional a lei
ou ato normativo).

h) Outras ações (especiais ou ordinárias) que podem ser


adequadamente utilizadas pelo particular contra a
Administração (ex. as possessórias, nunciação de obra nova,
ação declaratória, consignação de pagamento etc).

7) Resumo da aula

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Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, controle é “o


poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria
Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos
especializados, exerce sobre sua atuação administrativa.”.

Controle interno é aquele exercido dentro de um mesmo Poder,


automaticamente ou por meio de órgãos integrantes de sua própria
estrutura.

Controle externo é o exercido por um Poder sobre os atos


administrativos praticados por outro Poder. Exemplos: sustação, pelo
Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar (art. 49, V, CF); anulação de um ato
do Poder Executivo por decisão judicial.

No controle de legalidade ou legitimidade analisa-se se o ato ou


procedimento administrativo foi praticado em conformidade com a lei,
fazendo-se o confronto entre uma conduta administrativa e uma norma
jurídica (que pode estar na Constituição, na lei ou em ato administrativo
de conteúdo impositivo). Entretanto, deve também ser apreciada a
observância dos princípios administrativos, como a moralidade,
finalidade, impessoalidade.

O resultado do controle de legalidade, pode ser declarada a


existência de vício no ato que implique a declaração de sua nulidade.
Logo, a anulação ocorre nos casos em que exista ilegalidade no ato
administrativo (ofensa à lei ou aos princípios administrativos), podendo
ser decretada pela própria Administração (controle interno) ou pelo
Poder Judiciário (controle externo) e opera efeitos ex tunc (retroage à
origem do ato, desfazendo as relações dele resultantes).

O controle de mérito compete, normalmente, ao próprio Poder


que editou o ato. Visa a verificação da eficiência, oportunidade e a
conveniência do ato controlado, atingindo diretamente a
discricionariedade do Administrador.
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Apenas nos casos expressos na Constituição, muito


excepcionalmente, o Poder Legislativo pode exercer controle de mérito
sobre atos praticados pelo Poder Executivo.

Lembre-se de que não cabe ao Poder Judiciário exercer controle


de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo, por dizer respeito
ao juízo de valor de agente público, ou seja, o controle exercido pelo
Poder Judiciário sobre os atos do Poder Executivo é, sempre, um
controle de legalidade e legitimidade. Em nenhuma hipótese é possível
a revogação de atos praticados pelo Executivo pelo Poder Judiciário, sob
pena de violar o princípio da separação dos poderes.

O resultado do exercício do controle de mérito realizado pela


Administração é a revogação de atos discricionários por ela própria
regularmente editados. Logo, no caso do controle de mérito, o ato
administrativo é DISCRICIONÁRIO, é REGULAR e somente a
Administração pode revogá-lo.

Como o ato revogado era perfeito e operante, sua revogação


somente pode produzir efeitos prospectivos, ou seja, ex nunc.

ATENÇÃO!!! Todos os Poderes têm competência para


revogar os atos administrativos por eles próprios editados.

O controle hierárquico resulta automaticamente do


escalonamento vertical dos órgãos da Administração Direta e das
unidades integrantes das entidades da Administração Indireta. É típico
do Poder Executivo e é sempre um controle interno.

O controle finalístico é exercido pela Administração Direta sobre


as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta, resulta da
descentralização administrativa, porque incide sobre as pessoas
jurídicas que possuem autonomia administrativa e financeira e são
vinculadas (e não subordinadas) à Administração Direta.

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O Controle Administrativo é um controle de legalidade e de


mérito, além de ser sempre um controle interno (realizado por órgãos
integrantes do mesmo Poder que praticou o ato).

Deriva do poder-dever de autotutela da Administração.

Recurso hierárquico próprio é o dirigido à autoridade ou instância


imediatamente superior (há relação de hierarquia), dentro do mesmo
órgão em que o ato foi praticado.

Recurso hierárquico impróprio é o dirigido a autoridade de outro


órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato,
ou seja, entre o órgão de que emanou o ato recorrido e o órgão a que
se endereça o recurso não há relação hierárquica, embora eles possam
integrar a mesma pessoa jurídica. Só é cabível se previsto
expressamente em lei, já que não decorre da hierarquia.

As espécies de recursos administrativos são as seguintes:

Representação: É a denúncia de irregularidades feita perante a


própria Administração.

Reclamação administrativa: É uma expressão bastante genérica


que refere-se a qualquer forma de manifestação de discordância do
administrado contra um ato da Administração.

Pedido de reconsideração: É a solicitação feita à própria


autoridade que proferiu a decisão ou emitiu o ato para que ela o
submeta a uma nova apreciação.

Revisão: É a petição utilizada em face de uma decisão


administrativa que implique aplicação de sanção, visando a desfazê-la
ou abrandá-la, desde que se apresentem fatos novos que demonstrem
a inadequação da penalidade aplicada.

Lembre-se também da Súmula Vinculante nº 21:

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É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de


dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo

A regra é que o recurso administrativo não tenha efeito


suspensivo, ou seja, a sua interposição não tem o condão de suspender
os efeitos da decisão proferida pela Administração.

Outra regra é que a situação do recorrente pode ser piorada por


quem julgará o recurso. Na revisão, contudo, não pode ser agravada a
sansão aplicada ao particular.

Com relação à prescrição, você já observou: o prazo do


particular contra a Administração perante o Judiciário é de 5 anos. Para
pretensão de atos que violaram direitos humanos na ditadura:
imprescritível. Para a Administração a regra geral também é de 5 anos,
havendo a imprescritibilidade para a reparação ao erário.

Com relação à decadência, lembramos que, na esfera federal, o


art. 54 da Lei nº 9.784/99 estatui que é de 5 anos o prazo de
decadência para a administração pública anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, salvo
comprovada má-fé.

O Controle legislativo, por sua vez, é um controle externo e


configura-se, sobretudo, como um controle político, por isso podem ser
controlados aspectos relativos à legalidade e à conveniência pública (ou
política) dos atos do Poder Executivo que estejam sendo controlados.
Assim, serão apreciados aspectos de legalidade E DE MÉRITO (=
conveniência e oportunidade).

Em respeito ao princípio da independência e harmonia dos


Poderes (art. 2º, CF), somente se verifica nas situações e nos limites
expressamente previstos no próprio texto constitucional. São hipóteses
constitucionais de controle legislativo:

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1. Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem


do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa (art. 49, V, CF).

2. As comissões parlamentares de inquérito terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais e serão criadas
para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para a promoção da responsabilidade civil ou criminal
dos infratores (art. 58, §3º, CF).

3. Ao Senado Federal compete aprovar a escolha de


magistrados, ministros do TCU, PGR e outras autoridades
(art. 52, III, CF).

4. Ao Senado Federal compete autorizar operações externas de


natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
DF, dos Territórios e dos Municípios (art. 52, V, CF).

5. À Câmara dos Deputados compete proceder à tomada de


contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de 60 dias após a abertura da
sessão legislativa (art. 51, II, CF).

6. Ao Congresso Nacional, auxiliado pelo TCU, compete, mediante


controle externo, a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas (art. 70).

A fiscalização financeira e orçamentária é exercida sobre os atos


de todas as pessoas que administrem bens ou dinheiros públicos.
Conforme preceitua o art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal,
prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

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privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre


dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

A fiscalização será exercida pelo Congresso Nacional. O Tribunal


de Contas tem o dever de “auxiliar” o Congresso.

Com base no art. 71 da Constituição Federal, algumas das


principais atribuições dos Tribunais de Contas são:

1. apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da


República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
em 60 dias a contar de seu recebimento (inciso I).
ATENÇÃO!!! O responsável pelo julgamento das contas
do Presidente da República é o Congresso Nacional (art.
49, IX, CF).

2. julgar as contas dos administradores e demais responsáveis


por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público (inciso II). ATENÇÃO!!!
Nesse caso, a competência do TCU é de julgar as contas,
diferentemente do que ocorre no caso do Presidente da
República, em que o TCU tem a função de apenas
apreciar as contas.

3. apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de


admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as

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melhorias posteriores que não alterem o fundamento


legal do ato concessório (inciso III);

4. aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao
dano causado ao erário (inciso VIII). ATENÇÃO!!! As
decisões do TCU de que resulte imputação de débito ou
multa são executáveis pela Advocacia Geral da União,
tendo força e eficácia de título executivo.

5. Determinar prazo, se verificada ilegalidade, para que o órgão


ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei e, se não atendido, sustar a execução do
ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal (incisos IX e X). ATENÇÃO!!!
No caso de ato administrativo, cabe ao próprio TCU
sustar sua execução; no caso de contrato administrativo,
não lhe foi dada, em princípio, essa competência, já que
o ato de sustação será adotado diretamente pelo
Congresso Nacional; apenas se este ou o Poder
Executivo, no prazo de 90 dias, não efetivar as medidas
cabíveis para a sustação do contrato é que o TCU
adquirirá competência para decidir a respeito.

O controle externo do Tribunal de Contas sobre os atos ou


contratos da Administração é feito a posteriori, salvo as inspeções e
auditorias (controle concomitante), que podem ser realizadas a
qualquer tempo.

Por fim, o Controle Judicial, via de regra, é exercido a posteriori


e referente à legalidade dos atos administrativos.

No exercício de sua atividade jurisdicional, o Poder Judiciário


sempre age mediante provocação do interessado ou do legitimado.
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Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos,


pode-se decretar a sua anulação e nunca sua revogação, decorrente do
controle de mérito.

Atenção: o ato discricionário, como qualquer outro ato


administrativo, está sujeito à apreciação judicial.

Com relação aos atos políticos, é possível sua apreciação pelo


Poder Judiciário, desde que causem lesão a direitos individuais ou
coletivos.

Quanto aos atos interna corporis (de organização interna dos


Poderes ou que não geraram qualquer efeito no ambiente externo a
esse Poder), em regra não são apreciados pelo Judiciário, pois se
limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos
órgãos; no entanto, se exorbitarem em seu conteúdo, ferindo direitos
individuais e coletivos, poderão também ser apreciados pelo
Judiciário.

Alguns dos principais meios judiciais de controle dos atos da


Administração:

a) Habeas Corpus

É concedido sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de


sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder. OBS: só não é cabível em relação a
punições disciplinares militares.

b) Habeas Data

É um remédio constitucional concedido para:

3. assegurar o conhecimento de informações relativas à


pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;

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4. retificar dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

c) Mandado de injunção (art. 5º, LXXI, da CF)

Há a concessão de mandado de injunção sempre que a falta de


norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania, previstos em norma de eficácia limitada.

d) Mandado de segurança individual e coletivo (art. 5º, LXIX e LXX,


CF e Lei nº 12.016/2009)

É o remédio constitucional destinado a proteger direito líquido e


certo, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.

e) Ação popular (art. 5º, LXXIII, CF e Lei nº 4.717/65)

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que


vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

f) Ação civil pública (art. 129, III, da CF; Lei nº 7.347/85 e Lei nº
8.437/92)

Visa a reprimir ou impedir lesão a interesses difusos e


coletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente, e, em alguns casos, a interesses individuais
homogêneos, como os relacionados à proteção do consumidor.

g) Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 102, I, “a”, da CF e Lei


nº 9.868/99)

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determinada lei ou ato normativo federal ou estadual em virtude de sua
afronta aos ditames constitucionais.

h) Outras ações (especiais ou ordinárias) que podem ser


adequadamente utilizadas pelo particular contra a Administração
(ex. as possessórias, nunciação de obra nova, ação declaratória,
consignação de pagamento etc)

8) Questões

1. (CESPE - 2013 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da Receita Estadual) O


controle exercido por determinado órgão público sobre os seus
departamentos denomina-se controle.
a) interno.
b) de legalidade.
c) externo.
d) concomitante.
e) provocado.

2. (2014/CESPE/ Câmara dos Deputados/Analista Legislativo)


A respeito do controle e da responsabilização da administração, julgue o
item. O controle pode ser classificado como executivo ou legislativo, a
depender do órgão que o exerça.

3. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) O controle prévio dos atos administrativos do Poder

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Executivo é feito exclusivamente pelo Poder Executivo, cabendo aos


Poderes Legislativo e Judiciário exercer o controle desses atos somente
após sua entrada em vigor.

4. (CESPE - 2014 - MDIC - Agente Administrativo) As formas


de controle interno na administração pública incluem o controle
ministerial, exercido pelos ministérios sobre os órgãos de sua estrutura
interna, e a supervisão ministerial, exercida por determinado ministério
sobre as entidades da administração indireta a ele vinculadas.

5. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao


controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.
O controle administrativo exercido com base na hierarquia
denomina-se supervisão ministerial.

6. (2014/ CESPE/ANTAQ/Técnico em Regulação) Em relação


ao controle na administração pública, julgue o próximo item. O controle
administrativo, que visa verificar a conveniência dos atos
administrativos, é exercido de forma exclusiva pelo Poder Executivo.

7. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao


controle na administração pública, julgue o próximo item. O gestor
público, ao revogar um ato administrativo praticado por um agente não
competente, exerce o controle corretivo; ao passo que, ao homologar
um ato válido, ele pratica o controle concomitante.

8. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de


Serviços de Transportes Terrestres - Direito) O controle administrativo é
exercido mediante fiscalização hierárquica, que ocorre quando os
órgãos superiores fiscalizam os inferiores, tendo como fundamento o
exercício do poder hierárquico.

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9. (CESPE-2014-ANTAQ-Técnico Administrativo) No tocante ao


controle da administração pública, julgue o item subsecutivo.
A análise da prestação de contas de uma autarquia federal pelo
Tribunal de Contas da União é exemplo de controle posterior e externo.

10. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) A CGU é órgão de


controle externo.

11. (CESPE/TCE-RN/Assessor/2009) Entre os vários critérios


adotados para classificar as modalidades de controle, destaca-se o que
o distingue entre interno e externo, dependendo de o órgão que o
exerça integrar ou não a própria estrutura em que se insere o órgão
controlado. Nesse sentido, o controle externo é exercido por um poder
sobre o outro, ou pela administração direta sobre a indireta.

12. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A autarquia, embora possua


personalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do ente
que a criou.

13. (2014/CESPE/ANTAQ/ Técnico em Regulação) Em relação ao


controle na administração pública, julgue o próximo item. O controle
administrativo permite que a organização pública fiscalize e corrija, por
iniciativa própria, atos administrativos sob os aspectos de legalidade e
mérito.

14. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) O Poder Judiciário, no exercício da atividade administrativa,

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pode exercer controle administrativo, inclusive para revogar seus


próprios atos administrativos.

15. (2014/CESPE/ANTAQ/Especialista em Regulação -


Economia) No que se refere aos tipos de controle e atuação dos
tribunais de contas, julgue o item que se segue. O Poder Judiciário
exerce controle judicial e administrativo.

16. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com


relação ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos.
O controle administrativo, que consiste no acompanhamento e
fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura
organizacional, configura-se como controle de natureza interna,
privativo do Poder Executivo.

17. (2014/CESPE/TC-DF/ Auditor de Controle Externo) Acerca


do processo civil e do controle dos atos judiciais, julgue o próximo item.
No que se refere ao princípio da separação dos poderes, o controle
prévio do ato administrativo é exclusivo da administração, cabendo ao
Poder Judiciário apreciar lesão ou ameaça de lesão somente após a
efetiva entrada em vigor do ato.

18. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Auditor de Controle Externo -


Direito) O direito de petição previsto constitucionalmente pode ser
exercido tanto para a proteção de direitos individuais do peticionário
quanto para a fiscalização de ilegalidades e abusos de poder.

19. (CESPE/BACEN/Procurador/2009) O órgão competente para


decidir o recurso administrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar,

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anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a


matéria for de sua competência, mesmo quando o tema não for objeto
de recurso voluntário. Da mesma maneira, não há necessidade de, na
hipótese de a nova decisão agravar a situação do recorrente, dar
oportunidade ao interessado para formular alegações antes da nova
decisão.

20. (CESPE/DPE-ES/Defensor/2009) O recurso hierárquico


próprio é dirigido à autoridade imediatamente superior, no mesmo
órgão em que o ato foi praticado, enquanto o recurso hierárquico
impróprio é dirigido à autoridade de outro órgão, não inserido na
mesma hierarquia do que praticou o ato, sendo que o cabimento de
ambos depende de previsão legal expressa.

21. (CESPE/TJDFT/Analista/2008) Por integrar o Poder


Judiciário, mesmo as funções tipicamente administrativas exercidas pelo
TJDFT estão sujeitas apenas ao controle judicial.

22. (CESPE/MP-RR/2008) Os recursos administrativos


constituem mecanismos de controle interno, por meio do qual a
administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.

23. (CESPE/MP-RR/2008) Quanto ao efeito da interposição do


recurso, predomina a regra da suspensividade dos efeitos do ato
impuganado, tendo em vista a presunção de legalidade do ato
administrativo e sua autoexecutoriedade.

24. (CESPE/MP-RR/2008) A CF assegura, expressamente, a


ampla defesa nos processos administrativos.

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25. (2014/ CESPE/ ANTAQ/Técnico em Regulação) Em relação


ao controle na administração pública, julgue o próximo item. No
exercício do controle parlamentar, o agente público atua sem considerar
os direitos individuais dos administrados.

26. (2014/CESPE/ ANTAQ/Especialista em Regulação -


Economia) No que se refere aos tipos de controle e atuação dos
tribunais de contas, julgue o item que se segue. Os tribunais de contas
exercem controle parlamentar, em auxílio ao Poder Legislativo.

27. (CESPE-2014-Câmara dos Deputados-Analista Legislativo)


O controle legislativo, prerrogativa atribuída ao Poder Legislativo
para fiscalizar a administração pública, não incide sobre os atos
praticados pelo Poder Judiciário, dada a previsão constitucional de
autonomia financeira desse poder.

28. (2014/CESPE/CADE/Nível Médio) A função fiscalizatória


exercida pelos tribunais de contas dos estados inclui-se entre as
hipóteses de controle do Poder Legislativo sobre os atos da
administração pública.

29. (2014/ CESPE/ ANTAQ/ Técnico em Regulação) As


comissões parlamentares de inquérito são exemplos de exercício do
controle judiciário no âmbito do Congresso Nacional.

30. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O


controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete, entre outras

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atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela


União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município.

31. (CESPE - 2013 - PRF - Policial Rodoviário Federal) Os atos


praticados pelos agentes públicos da PRF estão sujeitos ao controle
contábil e financeiro do Tribunal de Contas da União.

32. (CESPE - 2013 - FUNASA - Todos os Cargos -


Conhecimentos Básicos) O controle legislativo é a prerrogativa atribuída
ao Poder Legislativo de fiscalizar o Poder Executivo, ressalvados os atos
praticados pelos presidentes de empresas públicas e sociedade de
economia mista, em razão de sua natureza eminentemente
empresarial.

33. (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito)


É de competência exclusiva do Tribunal de Contas da União fiscalizar e
controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta.

34. (CESPE - 2013 - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista


Judiciário) Por força do princípio da separação de poderes, não se
admite o controle da administração pública pelo Poder Legislativo.

35. (2014/ CESPE/ Instituto Rio Branco/ Diplomata) O controle


de legalidade dos atos da administração pública somente pode ser
processado pelos órgãos do Poder Judiciário.

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36. (CESPE-2014-TC/DF-Analista de Administração Pública) No


que se refere ao controle da administração pública, julgue o item que
se segue.
O Poder Legislativo exerce controle financeiro sobre o Poder
Executivo, sobre o Poder Judiciário e sobre a sua própria administração.

37. (CESPE-2014-Câmara dos Deputados – Analista legislativo)


Com relação aos controles interno e externo, julgue o item a seguir.
No julgamento das contas do presidente da República, cabe ao
Tribunal de Contas da União (TCU) emitir parecer prévio, que deverá
ser encaminhado ao Congresso Nacional.

38. (CESPE - 2013 - CPRM - Analista em Geociências - Direito) É


de competência do Congresso Nacional sustar os contratos
administrativos que apresentem ilegalidade, mediante solicitação do
Tribunal de Contas da União.

39. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) As contas


prestadas pelos chefes do poder executivo incluirão as suas próprias, as
dos presidentes dos órgãos dos poderes legislativo e judiciário e do
chefe do Ministério Público, e dependerão de parecer prévio,
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.

40. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Julgue os


itens que se seguem, referentes à improbidade administrativa e ao
controle da administração.
O controle da administração realizado pelo Poder Legislativo com o
auxílio do TCU abrange o denominado controle de economicidade, pelo
qual se verifica se o órgão público procedeu da maneira mais econômica

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na aplicação da despesa, atendendo à adequada relação de custo-


benefício.

41. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com


relação ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos.
Os tribunais de contas dispõem de competência para fiscalizar a
legalidade, legitimidade, economicidade, a aplicação de subvenções e a
renúncia de receitas das entidades da administração direta, razão pela
qual a Constituição Federal lhes faculta a condição de, como órgãos que
se inserem na esfera do Poder Executivo, rever o mérito dos atos
administrativos praticados no âmbito desse Poder.

42. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) O controle


financeiro exercido pelo Poder Legislativo alcança tanto o Executivo
como o Judiciário e sua própria administração, no que se refere à
receita, à despesa e à gestão dos recursos públicos. Sujeitas a esse
controle estão as áreas de atuação contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial.

43. (CESPE/Natal/Assessor/2008) A fiscalização financeira e


orçamentária do Poder Executivo pelos Tribunais de Contas é uma
forma de controle da administração pelo Poder Judiciário.

44. (CESPE/TJ-SE/Juiz/2008) Os nomeados para cargos de


secretários de Estado devem ter a legalidade de sua nomeação
apreciada, para fins de registro, no TC do respectivo Estado.

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45. (CESPE/TJDFT/Analista/2008) O controle dos atos da


administração pública pode ser exercido de forma interna, pelos
tribunais de contas estaduais e do DF, ou de forma externa, pelo TCU e
pelo Poder Judiciário.

46. (CESPE – 2015 – MPU - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Com relação ao controle da administração e ao poder de polícia
administrativa, julgue o item seguinte.
Compete ao Poder Judiciário, como mecanismo de controle judicial,
sustar, de ofício, os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar.

47. (2014/ CESPE/Polícia Federal/ Nível Superior) Julgue o item


a seguir, no que concerne aos atos administrativos e ao controle da
administração pública. Anulação de ato administrativo consiste na
extinção de um ato ilegal determinada pela administração ou pelo poder
judiciário, sem eficácia retroativa.

48. (2014/CESPE/SUFRAMA/ Nível Superior). Uma das formas


de controle da administração pública é o controle judicial, que incide
tanto sobre o mérito quanto sobre a legalidade dos atos da
administração pública.

49. (CESPE-2014-TJ/SE-Técnico Judiciário) No tocante aos atos


e aos poderes administrativos, julgue os próximos itens.
O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos
administrativos por ele mesmo produzidos.

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50. (CESPE-2014-TC/DF-Analista de Administração Pública) No


que se refere ao controle da administração pública, julgue o item que
se segue.
O controle judicial dos atos da administração ocorre depois que
eles são produzidos e ingressam no mundo jurídico, não existindo
margem, no ordenamento jurídico brasileiro, para que tal controle se dê
a priori.

51. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de


Serviços de Transportes Terrestres - Direito) O Poder Judiciário poderá
apreciar a legalidade dos atos administrativos, invalidando-os se
entender conveniente mediante iniciativa própria ou provocação.

52. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de


Serviços de Transportes Terrestres - Direito ) Como instrumento de
controle, a ação popular poderá ser utilizada de forma preventiva ou
repressiva contra a atividade administrativa lesiva ao patrimônio
público.

53. (CESPE - 2013 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário


- Área Administrativa) O controle judicial incidente sobre um ato
discricionário restringe-se à análise da legalidade do ato.

54. (CESPE - 2013 - PC-DF - Agente de Polícia) Os atos


administrativos estão sujeitos ao controle judicial; no entanto, tal
controle não autoriza que o juiz, em desacordo com a vontade da
administração, se substitua ao administrador, determinando a prática
de atos que entender convenientes e oportunos.

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55. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A ação


civil pública e a ação popular são exemplos de uma forma específica de
controle judicial da administração.

56. (CESPE - 2013 - INPI - Analista de Planejamento) Com


relação ao controle da administração, julgue os itens subsecutivos.
O controle judicial sobre atos da administração pública é
exclusivamente de legalidade e, como regra, realizado a posteriori .
Podem haver, no entanto, situações especiais em que se admite um
controle prévio exercido pelo Judiciário.

57. (CESPE - 2013 - ANTT - Especialista em Regulação de


Serviços de Transportes Terrestres - Direito) O controle jurisdicional da
administração pública é exercido a posteriori, ou seja, depois que os
atos são realizados pelos demais poderes.

58. (CESPE - 2013 - MS - Administrador) A respeito do controle


e da responsabilização da administração pública, julgue o iten a seguir.
É vedado ao Poder Judiciário realizar controle judicial prévio dos atos
administrativos.

59. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo) O


controle administrativo é instrumento jurídico de fiscalização sobre a
atuação dos agentes e órgãos públicos, realizado de ofício por iniciativa
própria, não se aceitando provocação da parte interessada.

60. (CESPE/MS/Analista/2010) No controle dos atos


discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o
administrador, o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame
da legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios de
conveniência e oportunidade adotados pela administração.

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61. (CESPE/TCU/2009) Não é possível o controle de legalidade


exercido pelo Poder Judiciário na hipótese de remoção de servidor
público de ofício, mas com características de perseguição política, em
razão de a motivação atender ao interesse da administração.

62. (CESPE/Natal/Assessor/2008) Ao Poder Judiciário é defeso


analisar os atos administrativos dos demais poderes.

63. (CESPE/TRT-5/Analista/2008) Todas as pessoas físicas ou


jurídicas são partes legítimas para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.

Gabarito

1) A 10) E 19) C

2) E 11) C 20) C

3) E 12) C 21) E

4) C 13) C 22) C

5) E 14) C 23) E

6) E 15) C 24) C

7) E 16) E 25) C

8) C 17) E 26) C

9) C 18) C 27) E

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28) C 40) C 52) C

29) E 41) E 53) C

30) C 42) C 54) C

31) C 43) E 55) C

32) E 44) E 56) C

33) E 45) E 57) E

34) E 46) E 58) E

35) E 47) E 59) C

36) C 48) C 60) C

37) C 49) E 61) E

38) C 50) E 62) E

39) C 51) C 63) E

9) Referências

ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo


descomplicado. 18ª ed. São Paulo: Método, 2010.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo.


27ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo.


13ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª ed. São


Paulo: Editora Atlas, 2009.

GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo. 13ª ed. São Paulo:


Saraiva, 2008.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, 8ª Ed., Niterói: Impetrus,


2014.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. São Paulo:


Malheiros, 2003.

MESQUITA, Daniel. Direito Administrativo – Série Advocacia Pública,


Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo, 2011.

STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisprudencial:


doutrina e jurisprudência. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999.

Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em


www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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