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Um corpo de massa m está suspenso por um fio,


inextensível e de massa desprezível, na ponta de um suporte em
forma de L invertido verticalmente, com a barra horizontal medindo
D, conforme figura. Este conjunto gira em torno do eixo vertical do
suporte. Sendo L o comprimento do fio e g a aceleração local da
gravidade, determine a velocidade angular com que o conjunto deve
girar para que o ângulo θ que o fio forma com a vertical seja 90o.

Esquema do problema

A massa m está sob a ação da força peso ( P


) e da tração ( T ) no fio. Como o corpo realiza um
movimento circular ele está sob a ação da aceleração
centrípeta ( a CP ), apontada radialmente para centro
da trajetória. O ângulo entre a tração no fio e a vertical
passando pelo corpo será θ, mesmo ângulo que
temos entre o fio L e a vertical, pois estes ângulos são
alternos internos.

figura 1

Dados do problema

• massa do corpo: m;
• comprimento do fio: L;
• componente do suporte horizontal: D;
• aceleração local da gravidade: g.

Solução

Desenhando as forças que agem no corpo num sistema de eixos


coordenados (figura 2) e aplicando a 2.ª Lei de Newton

F = ma
T−P = m a
T x  T y −m g = m a
T x iT y j−m g j = m  a ´ x ia´ y j 
T x iT y j−m g j = m a´ x im a ´ y j

onde T x e a x são as componentes da tração e da aceleração na direção i e


T y e a y são as componentes da tração e da aceleração na direção j.
Separando as componentes figura 2
• direção I

1
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T x = m a´ x (I)

o módulo da componente T x é dado por

T x = T sen θ (II)

e a componente da aceleração a x é a aceleração centrípeta a C P responsável pelo corpo


fazer a curva, substituindo esta aceleração e a expressão (II) em (I), temos

T senθ = m a C P (III)

• direção j

T y−m g = m a ´ y (IV)

o módulo da componente T y é dado por

T y = T cos θ (V)

com não existe movimento nesta direção a componente da aceleração é nula ( a y = 0 ),


substituindo esta aceleração e a expressão (V) em (IV), temos

T cos θ−m g = m .0
T cos θ−m g = 0
T cos θ = m g (VI)

Dividindo a expressão (III) por (VI), obtemos

T sen θ m a C P
=
T cosθ mg
aC P
tg θ =
g
a C P = g tgθ (VII)

O módulo da aceleração centrípeta é dada por

2
v
aC P = (VIII)
r

a velocidade tangencial v é dada pro

v = r (IX)

substituindo (IX) em (VIII), temos

2
 r 
aC P =
r
2 2
 r
aCP=
r
2
aC P =  r (X)

onde r representa a distância do corpo ao eixo de rotação dado pela soma do comprimento do
suporte horizontal D e do deslocamento da massa R provocado pela rotação (figura 3)

2
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r = DR (XI)

Da figura 3 podemos escrever a distância R do


deslocamento corpo como

R
sen θ =
L
R = L sen θ (XII)

substituindo a expressão (XII) em (XI)

r = DL sen θ (XIII)

substituindo a expressão (XIII) em (X) e esta em (VII), temos figura 3

2
  DL sen θ  = g tg θ
2 g tg θ
 =
 D L sen θ 
1

=
g tgθ
DL sen θ [ ´
2
] (XIV)

o π
Queremos saber a velocidade angular para a qual o ângulo será θ = 90 = , para
2
este ângulo o valor da tangente da expressão (XIV) tende ao infinito, assim

[ ]
π ´
2
1 g tg 1
lim  = lim
θ
π
2
θ
π
2
[ g tg θ
D L sen θ ]
´
2
=
DL sen
2
π
= [ g.∞
D L . 1 ]
´
2
=∞
2

v =∞

Observação: na prática o ângulo nunca chega a 90o, pois para isso seria preciso uma
velocidade angular infinita, por mais rápido que se gire o corpo maior será o ângulo que ele
forma com a vertical, no entanto nunca ficará perfeitamente horizontal.

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