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Membros Titulares
Membros Suplentes
Prof. Dr. Julio Cesar Rosa e Silva
Profa. Dra. Maria de Fátima Galli Sorita Tazima
Dr. Roberto Cetlin Sather
Prof. Dr. Rodrigo de Carvalho Santana
Dra. Seila Israel do Prado
1
APRESENTAÇÃO
2
SUMÁRIO
TÓPICO PÁGINA
TERAPIA ANTIMICROBIANA DE 5
ADULTOS
QUIMIO-ANTIBIÓTICOTERAPIA EM ADULTOS COM 6
FUNÇÃO RENAL NORMAL, DE ACORDO COM A
ETIOLOGIA
TRATAMENTO DO PÉ DIABÉTICO 30
TERAPIA ANTIMICROBIANA EM 58
PEDIATRIA
DOSES DE ANTIBACTERIANOS PARA CRIANÇÃS 59
ACIMA DE 1 MÊS DE VIDA
USO DE QUINOLONAS 74
DILUIÇÃO E INFUSÃO DE ANTIMICROBIANOS EM 75
PEDIATRIA
3
INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO 104
CENTRAL
4
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE
RIBEIRÃO PRETO –UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
5
QUIMIO-ANTIBIOTICOTERAPIA EM ADULTOS COM FUNÇÃO
RENAL NORMAL
Antibióticos/Quimioterápicos
Etiologia Entidade Observações
Mórbida Primeira opção Alternativa
Acinetobacter Infecções Hospitalares Polimixina B-7500 Se sensível a Se houver
baumannii a 12500U/kg peso, carbapenêmicos: sensibilidade preferir:
12/12h EV por 10- Imipenem – 0,5g 6/6h ampicilina/sulbactam –
14 dias.Associar: EV + Gentamicina – 2/1g, 6/6h, EV, por 14
Imipenem -500mg 1mg/ Kg peso 8/8h dias. Outra alternativa
6/6h EV OU EV, 10 a 14 dias. para multirresistência:
Gentamicina- Se infecção do SNC, tigeciclina.(ver
1mg/Kg de peso preferir meropenem 2g antibiograma)
8/8h EV EV 8/8h
Actinomyces israelii Actinomicose Penicilina G Crist. 4 Doxiciclina 100mg Pode ser necessário
milhões U, 4/4h, 12/12h,VO, 21d tratar por 6- 12 meses.
EV lento, 28d ou Continuar com
Ampicilina 1g 6/6h amoxicilina 500mg
EV, 28d 8/8h VO.
Ascaris lumbricoides Ascaridíase Mebendazol 100mg Levamizol 150mg Não usar mebendazol
12/12h, VO, 3d VO, dose única. em gestantes.
6
crônica invasiva 600mg/d 8/8 h VO total 2-3g)
(necrotizante) (1mês)→400mg/d (1d)→200mg 12/12h →itraconazol (≥ 1ano)
VO (≥1ano) (≥1ano)
Aspergilose invasiva Voriconazol 6mg/ Anf B lipossomal 1. Duração da terapia
aguda pulmonar ou do kg 12/12h EV (1ºd) 3mg/Kg/dia EV; OU individualizada, se
Sistema nervoso central e depois 4mg/kg EV complexo de anf B necessário manter com
12/12h. Passar para 5mg/Kg/dia EV; OU itraconazol
VO tão logo micafungina 100mg, 2. Posaconazol –
possível: 200mg 24/24h, EV. 200mg, 6/6h VO é outra
12/12h, (≥40Kkg) alternativa.
ou 100mg 3. Caspofungina -
12/12h (<40Kg) 70mg/d (1ºd)→50mg/d
pode substituir
micafungina
Bacillus anthracis Antrax cutâneo Ciprofloxacina Doxicilina 100mg Cefalosporinas e
500mg 12/12h VO 12/12h por 60d. sulfametoxazol-
por 60dias. trimetoprim: ineficazes
7
cepacia ITU trimetoprim – 2 a EV por 10 a 14 dias. amicacina-500mg,
3ampolas 6/6h EV 12/12h EV.
Tratamento por 10 a 14
dias.
Calymatobacterium Granuloma inguinal Doxiciclina Eritromicina 500mg, Usar eritromicina em
granulomatis 100mg/d VO, 14d 6/6h, VO 14d. gestantes.
8
trachomatis venéreo de VO 6/6h, 21d. é primeira opção em
12/12h, 21d gestantes
9
imunossuprimidos gentamicina 1mg/Kg, e rifampicina são
8/8h, EV ativas in vitro
Cryptococcus Criptococose Anfotericina B Anfotericina B 1. Se disponível,
neoformans Meningencefalite desoxicolato lipossomal associar 5-fluorcitosina,
1mg/Kg/dia 3mg/Kg/dia EV para 25mg/Kg, 6/6h nas 3-6
(máximo: 50mg) até pacientes não semanas iniciais
a negativação da tolerantes à 2. Na indisponibilidade
cultura do LCR (em anfotericina B da 5FC o fluconazol
geral de 1000 a convencional, até pode ser associado à
5000mg de dose cultura do LCR anfotericina.
acumulada). A negativar. 3. Pacientes com AIDS:
seguir, fluconazol Manutenção com manter fluco-200mg
200mg/dia, VO, por fluconazol; OU VO enquanto
6 a 24 meses (ou até Fluconazol 400 a CD4<200/µL
a normalização 600mg, 12/12h EV
citológica e por 2 a 3 semanas,
bioquímica do passando p/ VO e
LCR) mantendo com
200mg/d.
Criptococose não Fluconazol Anfotericina B Suspender antifúngicos
meníngea 400mg/d EV ou desoxicolato por critérios de cura:
VO. OU Itraconazol 1mg/Kg/dia clínicos, imagem,
200 a 400mg/dia (máx:50mg/d) EV até culturas e sorologia.
por 6 a 12 semanas. estabilizar e depois
continuar com fluco
VO
Cryptosporidium Diarréia crônica em Espiramicina 1g Nitazoxamida 1g Não há tratamento
parvum pacientes com aids 8/8h, VO, 21-28d. 12/12h, VO, 21d; ou padronizado até o
Azitromicina 1200mg momento. Pode-se
12/12h, VO. associar antidiarréico ao
esquema.
Entamoeba Amebíase Metronidazol 400 a Secnidazol- 2g dose Tinidazol – 2g, 24/24h
histolytica Colite 700mg 8/8h, VO, única VO. Não usar na VO, após refeição, por 3
por 7-10 dias gestação. dias.
Abscesso hepático Metronidazol Tinidazol-2g, 24/24h, Completar tratamento
750mg 8/8h, EV VO após refeição, por com aspiração
10d. 5 dias, seguido de percutânea do abscesso.
iodoquinol-650 mg,
8/8h VO, por 20d
Enterobacter Pneumonias Ciprofloxacina- Meropenem- 1g, 8/8h Gentamicina,
aerogenes Inf. urinária 400mg, 12/12h EV; EV (2g,8/8h, se sulfametoxazol-
Sepse OU, Cefepima-2,0g infecção do SNC) trimetoprim podem
12/12h EV, por 10- atuar (ver
14dias. antibiograma).
Enterobacter cloacae Pneumonias Ciprofloxacina- Imipenem- 1g, 8/8h Sulfametoxazol/
E. cloacae complexo Inf. urinária 400mg, 12/12h EV, EV (meropenem trimetoprim e
Sepse por 10-14d + 2g,8/8h, se infecção tigeciclina: ver
Amicacina- 500mg do SNC) antibiograma. Isolados
12/12h EV lento, MDR: polimixina B.
por 10-14d.
Enterobius Enterobíase Mebendazol 100mg Pamoato de pirvínio- Albendazol- 10mg/Kg
vermicularis dose única, VO 10mg/Kg, dose única, peso, dose única, VO
(não usar em VO (máximo:1g). (máximo 400mg).
gestantes). Repetir Repetir em 2 semanas, Repetir em 2 semanas.
100mg dose única (não usar em Não usar em gestantes.
VO após 2 semanas. gestantes).
10
Enterococcus Amoxilina 500mg Vancomicina-500mg,
faecalis Infecção urinária 8/8h VO por 7d 6/6h (ou 1g 12/12h)
(14d na pielonefrite) EV, por 10-14dias)
E. gallinarum
11
Herpes oral, Aciclovir 200mg Valaciclovir 1g 12/12h, Em pacientes com aids
genital e cutâneo 4/4h , 5vezes/dia VO por 5d; ou prolongar terapia:
Herpes simplex VO, 5-7d. Fanciclovir 500mg, aciclovir 14-21d;
12/12h VO por 7 dias. valaciclovir -10dias.
Encefalite Aciclovir Foscarnet 90mg/Kg Terapia supressora
Herpes simples 10mg/Kg 8/8h, 12/12h, EV por 21d ou crônica de herpes
disseminado em EV lento, 14- Ganciclovir 5mg/Kg de recidivante –genital:
pacientes 21dias. 12/12h EV por 14-21d. aciclovir 400mg 12/12h
imunossuprimidos VO; oral: valaciclovir
500mg 12/12h VO
12
Legionella spp Pneumonia Claritromicina- Levofloxacina-750mg,
Atípica 50mg, 12/12h EV 24/24h EV, 7-10 dias.
OU Azitromicina-
500mg, 24/24h
EV, por 7-14dias.
13
Mycobacterium Hanseníase, Dapsona O tratamento com
leprae paucibacilar 100mg/d, VO + Rifampicina deve ser
Rifampicina 600 supervisionado
mg, VO, uma vez
ao mês durante
6m
Hanseníase, Dapsona 100 Dapsona 100mg/d VO Se intolerância
multibacilar mg/d, VO + + clofazimina 50mg/d substituir clofazimina
Clofazimina 50 VO, + rifampicina por minociclina -
mg/d, VO, + 600mg/d VO, por 24 100mg/d VO, por 24
Rifampicina 600 meses. meses.
mg, VO uma vez
ao mês, +
Clofazimina 300
mg, VO uma vez
ao mês, durante
24m.
Mycobacterium Tuberculose pulmonar e Comprimidos com Esquema de 2ª ou 3ª Tratamento inicial:
tuberculosis extra pulmonar isoniazida 75mg linha por intolerância reduzir para 3cp/d se
+rifampicina ou resistência peso corporal entre 36 e
150mg+ micobacteriana: enviar 50kg. Associar
pirazinamida paciente ao Amb. de piridoxina 40mg/d, VO,
400mg Tisiologia durante o tratamento
+etambutol Especializada com isoniazida.
275mg); 4 cp pela Monitorizar enzimas
manhão em jejum, hepáticas.
por 2meses. A Meningites: associar
seguir, por 4m corticoide nas 4
(7m se semanas iniciais
meningite): com
isoniazida 75mg +
rifampicina
150mg)- 4cp pela
manhã em jejum
Mycoplasma Pneumonia Doxicilina-100mg Claritromicina- 500mg Fluorquinolonas podem
pneumoniae atípica 12/12h VO, 14 12/12h, VO, 14 dias (ou ser eficazes.
dias outro macrolídeo).
Neisseria Uretrite Ceftriaxona- Azitromicina-1g, VO Doxicilina é
gonorrhoeae 250mg, dose OU doxiciclina- 100mg, recomendada para
Cervicite única, IM 12/12h VO por 7dias. tratamento empírico de
uretrite e cervicite
(7dias)
Artrite Endocardite Ceftriaxona 1 g Azitromicina 1g, Doxiciclina VO é outra
12/12h EV por 24/24h, VO por 15-21d. alternativa.
15-21d
Neisseria Meningite Endocardite Penicilina G Ceftriaxona 2g 12/12h, O tratamento deve ser
meningitidis cristalina- EV, OU cloranfenicol iniciado com
4milhões U 4/4h, 500mg 6/6h, EV ceftriaxona até
EV lento ou confirmação da
ampicilina 2g etiologia.
4/4h, EV, por 10d Contactantes
(meningite) a 28d (profilaxia): rifampicina
(endocardite) 600mg 12/12h, VO, 2d.
14
Paracoccidioides Casos Itraconazol VO, Sulfametoxazol/ Fluconazol 400mg/dia
brasiliensis não graves 200mg/d, por (30 trimetoprim 800-1200/ por 12 a 24 meses.
minutos após 160-240mg12/12h, 12 a (200mg/d VO após
refeição principal) 24meses (2cp 12/12h estabilização).
por 6 a 18meses VO, após estabilização).
ou até atender
critérios de cura
Fluconazol 600-
Casos graves ou com Anfotericina B até Sulfametoxazol- 800mg/d EV,
lesões disseminadas dose total de trimetoprim 2 a 7-14d →400-
35mg/kg seguida 3ampolas 8/8h EV 10- 600mg/d VO
de itraconazol 200 14d→2-3 comp 8/8h por ≥ 1ano
a 400mg/d por ≥1 VO ( ou itraconazol) (alternativa p/
ano, até atender por ≥ 1 ano Casos de neuro
critérios de cura. Pbm ou Pbm
associada a aids
15
Plasmodium vivax Malária vivax Cloroquina (comp Se vômitos, cloroquina Ajustar duração do uso
com 150 mg) 4 cp 5mg/Kg 8/8h,EV de primaquina: 70-
no 1ºdia, 3cp no (300mg de cloroquina 79kg-16d; 80-89kg-18d;
2º e 3ºdia,VO (3- base 8/8h) 90-99Kg-20d; 100-
2-2cp se peso 35- 109kg-22d
49kg)+
Primaquina
15mg-1cp/d VO,
por 14d
16
Rhodococcus equi Pneumonia em Vancomicina 1g, Imipenem 0,5g 6/6h, EV O tratamento dura
imunossuprimidos 12/12h, EV, + + levofloxazina -500mg, várias semanas, avaliar
claritromicina, 24/24h EV ou VO. c/ clínica e imagem.
12/12h EV ou
VO.
Rickettsia spp Tifo exantemático Doxiciclina 100 Cloranfenicol 500 mg Fluorquinolonas podem
Febre maculosa mg 12/12h VO, 6/6hs EV, 10d atuar
10d
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Sporothrix schenkii Esporotricose cutânea Itraconazol Anfotericina B 1. Preferir anfotericina
linfática ou sistêmica 200mg/dia, VO desoxicolato B p/ lesão pulmonar,
(após refeição) 1mg/Kg/dia EV até meníngea ou
por 3 a 6meses. totalizar 1000 a disseminada.
Para lesão 3000mg. Se necessário 2.Terbinafina 500mg,
osteoarticular: continuar com 12/12h VO ou iodeto de
200mg 12/12h itraconazol 200 a potássio são alternativas
por ≥12 meses. 400mg/dia VO. para doença tegumentar.
Não usar em
gestantes.
18
Pneumonia multilobar Penicilina G Ceftriaxona 1 a 2g Meningite –iniciar
Septicemia cristalina 5 12/12h, EV, por ≥10d; tratamento empírico
Meningite milhões U 4/4h, ou Levofloxacina 500 a com ceftriaxona até
EV em infusão 750mg/d, EV (dose única confirmação da
lenta diária) etiologia e
(somente para antibiograma.
pneumococo Pneumococo não
sensível à sensível á penicilina G:
penicilina G) por usar ceftriaxona,
≥10d levofloxacina ou
vancomicina
19
Toxoplasma Toxoplasmose Sulfadiazina 1 g Associar ácido folínico Doença auto-limitada,
gondii ganglionar, aguda 6/6h VO, 28d + 10mg/d, VO, durante o em geral o tratamento é
pirimetamina 25- tratamento desnecessário. Não usar
50 mg/d VO 2d e pirimetamina no
a seguir 25 mg/d 1ºtrimestre da gestação
VO por 14d
Toxoplasmose cerebral Sulfadiazina 1- Clindamicina 600 mg Associar ácido folínico
ou dis- 1,5g 6/6h VO, 6/6h VO ou EV 21-28d 10 mg/d VO;
seminada 28d + + pirimetamina 50-100 Para prevenir recaídas,
-paciente pirimetamina 50- mg/d VO 2d e a seguir pacientes com aids
imunossuprimido 100 mg/d VO 2d 50-75 mg/d VO por 28d. necessitam de
e a seguir 50-75 Após, clindamicina 300 tratamento por tempo
mg/d VO por 28d. mg 6/6h VO + indefinido, que pode ser
Após, pirimetamina 25mg/d feito também com
sulfadiazina VO, por tempo SMX-TMP 800/160
500mg 6/6h VO + indefinido. mg/d dose única, VO.
pirimetamina 25
mg/d VO, por
tempo indefinido
Toxoplasmose aguda Espiramicina 1 g Clindamicina 600mg Associar pirimetamina
em gestante 8/8h VO até o 6/6h VO, até o final da 25mg 12/12h, VO por 3
final da gestação gestação sem (depois do
1ºtrimestre de gestação)
Treponema pallidum Contactantes de sífilis Penicilina G
em fase transmissível Benzatina 2,4
milhões IM dose
única
20
Trichomonas Tricomoníase Metronidazol 500 Metronidazol, Tratar parceiro
vaginalis mg 12/12h, VO Secnidazol ou sexual:metronidazol 2g
7d Tinidazol 2g VO, dose dose única VO
única ou creme vaginal
de Metronidazol 0,75%,
5g 2 vezes/dia, por 5
dias
Trypanosoma cruzi Doença de Chagas Benzonidazol Nifurtimox-2 a Tratamento indicado
(comp 100mg) 5 2,5mg/Kg peso, 6/6h nas formas aguda,
a 7,5mg/kg/d em VO (após refeições) por crônica recente
2 ou 3 tom.. (dose 120dias. (crianças<12anos) e
máxima diária congênita.
~300mg), por Contraindicado na
60d. gestação
Vibrio cholerae Cólera Tetraciclina 500 Sulfametoxazol- A hidratação é medida
mg 6/6h, VO, 3d; trimetoprim 800/160mg prioritária.Não usar
OU doxiciclina 8/8h, VO ou EV; OU antidiarréicos e
100mg 12/12h, ciprofloxacina- 400mg, antiespasmódicos.
VO, 3d. 12/12h EV
Virus da hepatite B Hepatite B crônica Interferon-alfa 5 Indicado nas situações:
mUI/ dia OU 10 HBe reagente, baixa
mUI/d, 3 vezes carga viral, ALT
por semana, elevada, ausência de
subcutâneo, contraindicação ao IFN
por 16 a
24semanas
21
Sofosbuvir + Sofusbuvir+ Daclastavir Tempo de tratamento:
Genótipo 3 Peginterferon -+ (para casos de 12 semanas.
Ribavirina contraindicação a
Peginterferon e
ribavirina)
Vírus Varicella- Herpes Zoster Aciclovir 800 mg Valaciclovir 1g, 8/8h Fanciclovir 500mg, 8/8h
zoster localizado 4/4h, 5 vezes ao VO por 7 dias VO por 7 dias.
dia, VO, 10-14d.
Atualizado por Roberto Martinez com a colaboração de Luiz Sergio D’Oliveira Rocha – Departamento de
Clínica Médica – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
22
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO EMPÍRICO DE ADULTOS
COM PNEUMONIA, NÃO GESTANTES COM FUNÇÃO RENAL
NORMAL
Obs: Usar claritromicina (ou doxicilina VO, 100mg 12/12h) para pneumonia intersticial com
suspeita de micoplasma, clamídia ou legionella
Neste ítem reavaliar o diagnóstico de pneumonia antes do ínicio da antibioticoterapia. Fazer diagnóstico diferencial
com Tromboembolismo pulmonar, Congestão pulmonar, Neoplasias, e Tuberculose.
a) Paciente com história de aspiração (pneumonias pós-AVC, crises convulsivas, traumas, uso de
álcool e drogas): Amoxicilina+Ac. clavulânico EV, 1g de 8/8h ou Ceftriaxone EV, 1g de 12/12h
+ Clindamicina EV, 600 mg de 8/8h
b) Pacientes HIV positivos com PO2 <70mmg Hg: Sulfametoxazol+ trimetroprim EV,
23
(15mg/kg/dia de trimetroprim) dividido de 6/6horas + ceftriaxona EV, 1g 12/12h
Tratar por 7 dias quando paciente apresentar boa resposta clínica. Manter até 10-14 dias se ainda houver evidências
de infecção ativa.
Tratar por 7dias quando paciente tiver boa evolução, exceto para Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter
baumannnii onde deve-se tratar por 14 dias. Se após 48 horas paciente não apresentar resposta terapêutica tratar
como ítem 8.
Tratar por 7- 10 dias quando paciente tiver boa evolução, exceto para Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter
baumannnii onde deve-se tratar por 14 dias. Readequar e direcionar a terapia antimicrobiana assim que estiver
disponível o resultado de cultura e antibiograma.
Observações: 1) Estas recomendações são para o uso empírico, após o isolamento da bactéria
adequar antibioticoterapia. Individualizar a terapia se os dados clínicos e laboratoriais sugerirem
o uso de outros antimicrobianos ou contra-indicação daqueles aqui sugeridos. 2) Há uma
tendência na literatura para a redução do tempo de tratamento para 7 dias quando paciente tiver
boa evolução tanto nas pneumonias comunitárias como nas hospitalares. 3) Deve-se sempre se
atentar nos casos onde não está tendo boa evolução para a possibilidade de outros diagnósticos
diferenciais como tromboembolismo pulmonar, congestão pulmonar, neoplasias, tuberculose, e
atelectasia pulmonar. Também há de se cogitar de complicações do processo pneumônico como
abscessos pulmonares e empiema.
Elaborado por Luiz Sérgio D’Oliveira Rocha, Depto de Cl. Médica, Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
24
Tratamento antimicrobiano das meningites bacterianas piogênicas
em adultos não gestantes com função renal normal.
Obs: Adequar antibiótico conforme resultado de culturas, de outros exames e do contexto clínico. Atentar para a
possibilidade de bactérias multirresistentes.
Obs: Se necessário, associar dexametasona (ver observação acima). Para descolonização de vias aéreas em pacientes
que não fizeram uso de Ceftriaxona recomendamos Rifampicina 600mg VO de 12/12h por 2 dias. Para pacientes
onde não é possível o uso de rifampicina usar Ciprofloxacina 500mg VO dose única.
O tempo habitual de tratamento é de 7 a 10 dias
25
Obs.: Se necessário, associar dexametasona ( ver observação acima).
Obs: Se o estafiloco for resistente à oxacilina ou com história de procedimentos ou internação recente superior a 48
horas: Vancomicina 30 a 60 mg/kg/dia, dividida em 2 a 3 doses diárias.
O tempo habitual de tratamento é de pelo menos 14 dias.
Obs: Com história de uso prévio de antibiótico usar Meropenem 2g EV de 8/8h + Amicacina 500mg EV de 12/12h.
Adequar antibiótico conforme resultado de antibiograma.
O tempo habitual de tratamento é de 21 dias
a) Fratura de base de crânio e fístula liquórica: Não recomendamos o uso de profilaxia. Para
fístula liquórica crônica pode ser obtida prevenção parcial com penincilina benzatina – 2 400
000U via IM, uma vez por mês e vacinação para pneumococo.
b) Uso de dispositivos de drenagem como DVP, DVA, DVE: Recomendamos o uso somente na
inserção do dispositivo. Ver capítulo de Profilaxia Cirúrgica.
Obs: Associar metronidazol 500mg de 8/8h caso haja contaminação com terra ou água suja .
d) Meningite meningocóccica: Para descolonização de vias aéreas em pacientes que não fizeram
uso de Ceftriaxona recomendamos Rifampicina 600mg VO de 12/12h por 2 dias. Para pacientes
onde não é possível o uso de rifampicina usar Ciprofloxacina 500mg VO dose única.
- Contactantes domiciliares e escolares : Rifampicina 600mg VO de 12/12h por 2 dias(dose
para adultos). Para pacientes onde não é possível o uso de rifampicina usar Ciprofloxacina
500mg VO dose única (dose para adultos). Iniciar a profilaxia o mais precoce possível.
Contactantes hospitalares: Recomendamos o uso quando houver
exposição durante intubação orotraqueal ou aspiração de vias áereas sem máscara. Rifampicina
26
600mg VO de 12/12h por 2 dias. Para contactantes onde não é possível o uso de rifampicina usar
Ciprofloxacina 500mg VO dose única.
Obs: Nestes casos deve-se sempre entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica para avaliação da profilaxia.
Elaborado por Luiz Sergio D’Oliveira Rocha, Departamento de Clínca Médica do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP e aprovado pela CUCA.
27
TRATAMENTO DA CELULITE PRÉ-SEPTAL E ORBITÁRIA EM ADULTOS,
ADOLESCENTES E CRIANÇAS COM FUNÇÃO RENAL NORMAL
Introdução
As celulites pré-septais são mais comuns que as celulites orbitárias e as duas condições
são mais comuns nas crianças. O termo celulite orbitária frequentemente é usado na literatura
para incluir casos de abscesso sub-periostal e orbital associado à celulite. Abscesso sub-periostal
é tão freqüente quanto a celulite orbitária não complicada e compreende 2 a 10% de todos os
casos de infecção pré-orbital e orbitária.
Microbiologia
Oitenta a 90% dos casos de celulite orbitária e pré-septal ocorrem por extensão de
processo infeccioso localizado em seios paranasais. O seio etmoidal é o mais acometido, seguido
do maxilar. As culturas de material oriundo dos seios paranasais revelam presença de
Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae e alguns estudos apontam predomínio de
S.aureus. Culturas de abscessos mostram, como patógenos mais comuns, S. pneumoniae,
Streptococcus do grupo A, H. influenzae não tipado e S. aureus , havendo relação entre o isolado
e a idade. Há também relatos de isolamento de múltiplos patógenos, aeróbios e anaeróbios, como
Streptococcus anginosus (milleri), Streptococcus do grupo A e C, S. aureus, H. influenzae,
Moraxella catarrhalis: Peptoestreptococcus, Eikenella, Fusobacterium e Bacteroides spp.
Ver tabela na página seguinte. Consultar também o mesmo item na secção de Terapia
antimicrobiana em Pediatria.
28
TRATAMENTO DAS CELULITES PRÉ-SEPTAL E ORBITÁRIA EM ADULTOS,
ADOLESCENTES E CRIANÇAS COM FUNÇÃO RENAL NORMAL
1 a escolha: Clindamicina 25
Celulite pré-septal: 1 a escolha: Clindamicina 600mg EV de a 40 mg/kg/dia EV de 8/8h
Secundária a doença 8/8h ou 2 a escolha: Amoxicilina
periodontal 2 a escolha: Amoxicilina clavulanato 1g EV clavulanato 50 a 100
de 8/8h. mg/kg/dia EV de 8/8h.
Tratamento por no
mínimo 14 dias.
1 a escolha Oxacilina 200
a
1 escolha: Oxacilina 2 g EV de 6/6h + mg/kg/dia EV de 6/6h +
Celulite orbitária Ceftriaxone 2g EV de 12/12h ou Ceftriaxone 100 mg/kg/dia
(Inclusive secundária a 2 a escolha: Amoxicilina clavulanato. 1g EV EV 12/12h ou
doença periodontal ou de 8/8h ou 2 a escolha:Amoxicilina
a
sinusite) 3 escolha: Levofloxacina 500 EV mg/dia + clavulanato 100mg/kg/dia
Clindamicina 600 mg EV de 8/8h. EV de 8/8h ou
Tratamento por no 3 a escolha: Cloranfenicol
mínimo 14 dias. 100 mg/kg/dia EV de 6/6h
* Gestantes: Clindamicina: prescrever apenas a partir do terceiro trimestre de gestação.
Levofloxacina: contra indicada durante a gestação.
Observações: 1) A Clindamicina para administração EV deve ser diluída em 250ml de SG5% e administrada gota a
gota em 30 minutos; 2) Os sinais de alerta para o diagnóstico de celulite orbitária são: a) limitação da movimentação
do olho; b) proptose; c) decréscimo da acuidade visual; d) reflexo pupilar anormal; e) equimose conjuntival; f)
evidência radiológica de coleção ou inflamação pós-septa; 3) Nas celulites orbitárias, cogitar intervenção cirúrgica
se não houver melhora após 48 horas de uso dos antibióticos; 4) O tempo total de tratamento deve ser avaliado de acordo
com a evolução clínica do paciente; 5) Nos casos de menor gravidade, quando optado por antibióticoterapia VO, estão
disponíveis, para os adultos, adolescentes e crianças acima de 40Kg: Cefalexina 500 mg; Clindamicina 150 e 300mg;
Amoxicilina clavulanato 500 mg ; Levofloxacina 500 mg; 6) Nos casos suspeitos de infecção hospitalar, entrar em contato com a
CUCA
Elaborado por Letícia Melo- Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
29
OPÇÕES PARA TRATAMENTO ANTIMICROBIANO DAS INFECÇÕES
DO PÉ DIABÉTICO EM ADULTOS NÃO GESTANTES
30
OPÇÕES PARA TRATAMENTO ANTIMICROBIANO DA ARTRITE
SÉPTICA EM ADULTOS
A) Artrite séptica (de comunidade) em pacientes adultos com função renal normal e não-
gestantes:
Elaborado por Luiz Sergio D’Oliveira Rocha, Departamento de Clínca Médica do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP e aprovado pela CUCA.
31
TRATAMENTO DE INFECÇÕES URINÁRIAS (ITU) EM
ADULTOS COM A FUNÇÃO RENAL NORMAL
b) Com uso prévio: Aguardar urocultura se possível. Se necessário iniciar com uma das drogas
acima , selecionando aquelas que o paciente não fez uso.
32
5) Infecção urinária baixa hospitalar: Com ou sem uso de antibiótico: Aguardar resultado de
culturas e tratar por 7 dias. Se necessário iniciar antibiótico fazer conforme ítem 6 até resultado
de culturas.
Elaborado por Luiz Sérgio D’Oliveira Rocha, Departamento de Clínca Médica do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP e aprovado pela CUCA.
33
Recomendações para o manejo ambulatorial e hospitalar do
paciente com bacteriúria assintomática
1. Introdução:
Em pessoas sem qualquer anormalidade estrutural ou funcional do sistema urinário, as vias
urinárias são habitualmente estéreis na quase totalidade de sua extensão, incluindo os rins,
ureteres, bexiga e porção proximal da uretra. Já a porção distal da uretra e o meato urinário
frequentemente albergam, em condições normais, bactérias e fungos oriundos do trato digestivo,
como enterobactérias, Enterococcus spp. e Candida spp.
Eventualmente, esses microrganismos podem ascender às porções superiores do trato urinário e
lá se multiplicarem, em virtude de falha dos mecanismos inatos de defesa, ou devido a um
grande inóculo microbiano, ou ainda devido à grande virulência de um germe em especial.
Essa ascensão poderá originar uma infecção sintomática do trato urinário (ITU) ou uma
bacteriúria assintomática, cuja distinção implica em manejo clínico bastante diferenciado, o que
justifica a divulgação destas recomendações.
2. Definição
Bacteriúria assintomática é definida pelo achado de cultura de urina miccional colhida com
assepsia revelando o crescimento de 100.000 ufc/ml ou mais de uma ou mais espécies de
bactéria, em um paciente que não apresente sintomas urinários, tais como disúria, polaciúria,
tenesmo vesical, dor ou desconforto supra-púbico, febre ou dor lombar. No caso de pacientes
portadores de lesão medular, aumento da espasticidade muscular, disreflexia autonômica ou
sensação de mal-estar, não associados a outra causa são sugestivos de ITU.
No caso de se colher a urina por meio de cateterismo vesical de alívio, realizado com assepsia,
em paciente não previamente sondado, o crescimento de 10.000 ufc/ml ou mais de uma ou mais
espécies de bactéria já define bacteriúria assintomática. O mesmo pode ser dito à respeito da
urina colhida por meio de punção supra-púbica.
No caso de pacientes em uso de sondagem vesical de demora, a urocultura positiva poderá
representar simplesmente o biofilme da sonda urinária. Nestes pacientes, quando houver
necessidade de se investigar bacteriúria assintomática, o sistema de drenagem deverá ser trocado,
e a urocultura coletada imediatamente após a nova sondagem, considerando-se neste caso o
ponto de corte de 100.000 ufc/ml.
Piúria (leucocitúria) identificada em exame de urina rotina não deve ser usada rotineiramente
para o diagnóstico de bacteriúria assintomática, porque pode ser encontrada em patologias não-
infecciosas como nefrite intersticial, glomerulonefrites e litíase urinária, e tampouco serve para
diferenciar um episódio de ITU de bacteriúria assintomática, pois ocorre frequentemente em
ambas as condições. Por outro lado, a ausência de piúria praticamente exclui o diagnóstico de
ITU, excetuando-se a situação em que o paciente esteja neutropênico.
34
3. Epidemiologia
A bacteriúria assintomática é muito frequente em determinados grupos de pacientes, podendo-se
destacar os idosos, as gestantes, os portadores de diabetes mellitus, de bexiga neurogênica,
tumores prostáticos, litíase urinária, transplante renal, os cistotostomizados, usuários de
sondagem vesical de demora, entre outros.
4. Etiologia
Os agentes etiológicos mais freqüentemente envolvidos nos episódios de bacteriúria
assintomática são os mesmos responsáveis pelas ITU: Escherichia coli, Proteus spp., Klebsiella
spp., Enterococcus spp., acrescidos por Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baummannii,
quando de origem hospitalar.
5.1 Gestação
Durante a gestação, a bacteriúria assintomática acarreta risco aumentado de evolução para
pielonefrite e trabalho de parto prematuro e a literatura indica que o uso de antibióticos reduz
significativamente este risco. Os esquemas terapêuticos a serem prescritos são os mesmos
indicados para a ITU na grávida, sendo as drogas mais utilizadas: amoxicilina + ácido
clavulânico, cefalexina, cefuroxima e fosfomicina, em regimes que variam de 1 a 7 dias.
Posteriormente ao tratamento, a urocultura deverá ser repetida pelo menos 1 vez por mês até a
resolução da gestação.
5.2 Pré-operatório
No paciente que deverá se submeter a procedimentos cirúrgicos urológicos ou a cirurgias
de grande porte em qualquer topografia corporal, a bacteriúria assintomática acarreta risco
aumentado de bacteremia e infecção do sítio cirúrgico. Nesta circunstância, a terapêutica será
orientada pela urocultura e deverá ser iniciada na véspera do procedimento, ou na indução
anestésica. Entre as drogas mais indicadas para esta situação, podemos destacar gentamicina,
amicacina, ceftriaxona e ciprofloxacina.
A duração do tratamento deve ser de 24 horas, nas cirurgias de grande porte não-
urológicas, e nas cirurgias urológicas em que o paciente não fará uso de sonda urinária no pós-
operatório. Por outro lado, quando um cateter urinário fôr deixado no pós-operatório de uma
cirurgia urológica, alguns autores recomendam que a terapêutica seja estendida por 7 dias.
35
5.3 Outros grupos de pacientes
Em idosos, diabéticos, portadores de bexiga neurogênica, de lesão raqui-medular,
imunosuprimidos em geral, pacientes submetidos à sondagem vesical de demora ou intermitente,
cistostomizados, não há estudos que indiquem quaisquer benefícios associados ao tratamento da
bacteriúria assintomática, não se considerando essas condições como indicações de
antibioticoterapia de curta duração, nem tampouco de antibioticoprofilaxia contínua, posto que
os resultados destas práticas são a inefetividade profilática, seleção de bactérias multirresistentes,
aumento da incidência de efeitos colaterais e do custo de tratamento.
6. Considerações Finais
Essas diretrizes são baseadas na literatura médica e atendem à realidade da maioria dos
pacientes que procuram assistência em nível ambulatorial ou hospitalar. Entretanto, há
circunstâncias em que a diferenciação entre ITU e bacteriúria assintomática é mais complicada,
como no caso do paciente portador de colagenose, com febre e urocultura positiva, ou no caso do
idoso que apresenta confusão mental, desidratação e urocultura positiva.
Para auxiliar na condução destes casos, recomendamos que um médico da CUCA/CCIH
seja consultado.
7. Bibliografia
Anderson DJ et al. Strategies to Prevent Surgical Site Infections in Acute Care Hospitals. Infect
Control Hosp Epidemiol 2008; 29:S51–S61.
Chenoweth CE, Saint S. Urinary tract infections. Infect Dis Clin North Am. 2011; 25(1):103-15.
Gupta K et al. International clinical practice guidelines for the treatment of acute uncomplicated
cystitis and pyelonephritis in women: A 2010 update by the Infectious Diseases Society of
America and the European Society for Microbiology and Infectious Diseases. Clin Infect Dis.
2011; 52(5):e103-120.
Nicolle LE et al. Infectious Diseases Society of America Guidelines for the Diagnosis and
Treatment of Asymptomatic Bacteriuria in Adults. Clinical Infectious Diseases 2005; 40:643–
654.
Vieira neto OM. Infecção do Trato urinário. Medicina Ribeirão Preto. 2003. v36, 365-369.
Woodford HJ, George J. Diagnosis and management of urinary infections in older people. Clin
Med. 2011;11(1):80-3.
Elaborado pelo Prof. Dr. Fernando Bellíssimo Rodrigues, Departamento de Medicina Social da FMRP-USP
36
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO INICIAL DA SEPSE
37
I- Sepse em pessoas não hospitalizadas atualmente ou nos meses recentes e não
imunossuprimidas
38
II- Sepse em pacientes hospitalizados e/ou imunossuprimidos e/ou com outros fatores de
fragilização orgânica
39
ABORDAGEM DO PACIENTE COM NEUTROPENIA FEBRIL
1. Introdução
Febre é uma intercorrência frequente durante o período de neutropenia induzida por
quimioterapia. Sua incidência varia de 10% a 50% nos pacientes com tumores de órgãos sólidos,
e é maior que 80% nos pacientes com neoplasia hematológica maligna.
A ocorrência de febre durante o período de neutropenia pode ser o único indício de uma
infecção, pois nesta fase os sinais e sintomas típicos de inflamação são muito sutis ou até mesmo
ausentes. Anterior à era de terapia antimicrobiana empírica, as infecções eram responsáveis por
pelo menos 75% da mortalidade relacionada à quimioterapia.
2. Definição
Neutropenia febril pode ser definida como presença de episódio febril, caracterizado
como temperatura oral > 38,2º C ou ≥ 38,0º C sustentada por um período de pelo menos 1 hora,
na presença de contagem de neutrófilos totais (CNT) < 500 céls/mm³ ou com expectativa de
CNT < 500 céls/mm³ nas próximas 48 horas. O termo “neutropenia profunda” tem sido utilizado
ocasionalmente para descrever CNT < 100 céls/mm³.
Pacientes com certas neoplasias hematológicas que apresentam “neutropenia funcional”,
caracterizada pela presença de defeitos qualitativos de neutrófilos circulantes (ex.: prejuízo da
fagocitose e destruição de patógenos) também devem ser considerados como de risco elevado
para infecções.
Além disso, pacientes idosos ou em uso de glicocorticóides podem apresentar infecção
sem necessariamente apresentarem febre. Nestes casos é importante estar atento para
reconhecimento de outros sinais como hipotermia, hipotensão e deterioração clínica.
3. Avaliando o Paciente
Deve-se obter uma história clínica detalhada, incluindo doença de base, presença de
comorbidade (diabetes, DPOC, etc...), características da febre, interrogatório sobre os sintomas
gerais e específicos, presença de sinais de gravidade, realização de procedimentos invasivos,
presença de dispositivos invasivos, como cateter venoso central, SVD, ou outros. A data e o tipo
de quimioterapia são importantes para prever a duração do período de neutropenia, e identificar
fatores de risco, como mucosite.
O risco para certos tipos de infecção pode ser influenciado por certas neoplasias,
associadas à déficits humorais ou de imunidade celular. Produção anormal de anticorpos ou
defeitos na depuração de imunocomplexos, presentes em patologias como mieloma múltiplo,
leucemia linfóide crônica, pacientes esplenectomizados, ou com asplenia funcional resultam em
aumento do risco de sepse fulminante por bactérias encapsuladas, com pneumococo,
meningococo, Haemophilus influenza. Em pacientes com linfoma de Hodgkin, defeitos na
função de células T aumentam o risco de infecções por patógenos intracelulares, como Listeria
monocytogenes, Salmonella spp, Criptococcus neoformans e Mycobacterium tuberculosis. Em
pacientes com leucemia linfóide aguda, tumores do SNC, ou com outros tumores recebendo altas
doses de corticosteróides apresentam risco aumentado para desenvolvimento de pneumocistose.
O paciente deve ser examinado detalhadamente à procura do possível foco infeccioso.
Sintomas como dor, mesmos que discretos devem ser valorizados, uma vez que sinais e sintomas
de inflamação são freqüentemente atenuados ou até mesmo ausentes em pacientes neutropênicos.
Os sítios mais comumente acometidos são: pele (especialmente sítios punção venosa, de
punção de medula óssea, biópsia de pele, região peri-ungueal), orofaringe e região periodontica,
seios da face, pulmões, trato gastrintestinal, região perineal e perianal. Outros sítios tais como
40
trato geniturinário, olhos, sistema nervoso central também podem ser acometidos. É importante
lembrar que devido à neutropenia pode se não encontrar infiltrados pulmonares na radiografia de
tórax nos casos de pneumonia, pleocitose liquórica nos casos de meningite, ou leucocituria nos
casos de infecção do trato urinário.
Deve se realizar radiografia de tórax e colher exames laboratoriais, como hemograma,
uréia, creatinina, eletrólitos, ALT, AST, FA, γGT, DHL, urina rotina, para avaliação inicial.
Outros exames podem ser necessários conforme apresentação do quadro clínico (ex.: TC de
crânio, US de abdome, etc...).
É imprescindível a coleta de culturas. Deve se colher pelo menos duas amostras de hemocultura
de sangue periférico, colhidas de locais distintos, antes do início da terapia antimicrobiana. Se o
paciente for portador de cateter venoso central, deve se colher uma amostra de cada via do
cateter e mais uma amostra de sangue periférico. Caso o paciente persista com febre após 48
horas do início da terapia antimicrobiana empírica, mais duas amostras de hemoculturas (cateter
ou sangue periférico) devem ser colhidas, e posteriormente, a cada 2 dias caso a febre persista.
Além disso, caso ocorra recrudescimento desta após período afebril deve se colher hemoculturas
novamente.
Outras amostras para realização de cultura devem ser colhidas orientadas pela presença
de sinais e sintomas ou história clínica.
Coprocultura, Exame parasitológico de Fezes – em paciente com quadro de
gastrenterites ou diarréia aguda;
Urocultura – em paciente com presença de sintomas urinários, uso prévio ou atual de
SVD, achados anormais de urina rotina, portador de bexiga neurogênica ou outra disfunção do
Trato Geniturinário;
Cultura de Líquor – na suspeita de infecção do SNC;
Cultura de lesão cutânea – na suspeita de lesões infecciosas de pele ou subcutâneo.
Preferencialmente obter amostras por meio de aspiração ou biopsia destas lesões - também
encaminhar para o laboratório de patologia cirúrgica.
Cultura de amostras respiratórias – na suspeita de infecções das vias aéreas inferiores
com infiltrados de etiologia incerta. Preferencialmente colher amostras por meio de
broncofibroscopia (LBA).
Tomografia computadorizada (TC) de alta resolução de tórax pode revelar infiltrado
pulmonar em mais da metade dos pacientes neutropênicos com achados normais à radiografia de
tórax. Em relação às infecções dos seios da face, a TC se mostra fundamental, especialmente na
suspeita de sinusite fúngica invasiva.
Nos pacientes considerados de “alto risco”, ou com história prévia de infecção fúngica
invasiva provável ou confirmada deve-se realizar TC de tórax de alta resolução e TC de seios da
face na admissão. Durante o período de neutropenia febril nestes pacientes, a TC de tórax e seios
da face de ser repetida a cada 5-7 dias caso o paciente permaneça febril e sem sintomas
respiratórios, com o objetivo de detectar precocemente infecção fúngica invasiva. Na presença de
sintomas respiratórios estes exames podem ser realizados antes.
Nos pacientes de “baixo risco” ou sem antecedentes de infecção fúngica invasiva, a
avaliação tomográfica deve ser realizada conforme apresentação clínica ou avaliação radiológica.
4. Estratificando o Risco
A presença de febre no paciente neutropênico pode gerar variados desfechos clínicos. As
maiorias destes pacientes sobreviverão sem alguma complicação, no entanto uma pequena
41
parcela irá desenvolver graves quadros clínicos acompanhados de complicações que muitas
vezes diminuem a sobrevida destes pacientes.
Isto acontece porque a população de pacientes neutropênicos é extremamente
heterogênea, abrangendo pacientes de “baixo risco” e de “alto risco” para complicações e óbito.
Os pacientes de “baixo risco” são aqueles com expectativa de duração de neutropenia menor
que 7 dias, clinicamente estáveis e que não apresentam alguma comorbidade médica debilitante,
em que o manejo pode ser simplificado, mais confortável e menos oneroso. E os pacientes de
“alto risco” tipicamente são aqueles pacientes que apresentam expectativa de neutropenia
profunda > 7dias, ou que são clinicamente instáveis, ou que apresentam alguma das seguintes
condições médicas debilitante:
Instabilidade hemodinâmica, mucosite oral ou do trato gastrintestinal que
interfere com a deglutição ou causa diarréia,
Sintomas gastrintestinais, incluindo dor abdominal, náuseas e vômitos ou
diarréia,
Alteração neurológica ou do status mental de início recente,
Infecção associada à presença de cateter vascular, especialmente “tunelite”,
DPOC ou novo infiltrado pulmonar ou hipoxemia,
Evidencia de hepatotoxicidade (transaminases > 5x LSN) ou insuficiência renal
(clearance de creatinina <30mL/min).
Os pacientes de alto risco também podem identificados pelo tipo de câncer e/ou pela
intensidade da quimioterapia a que serão submetidos.
Em adição a esta definição clínica, sugerimos a utilização do MASCC scoring system
(Tabela 1), para a identificação de pacientes de “baixo ou alto risco”, devido à facilidade de uso
e sua boa acurácia. Neste score uma pontuação maior ou igual a 21, define “baixo risco”. No
entanto, os pacientes portadores de leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia linfóide aguda
(LLA) em fase de indução/consolidação e os pacientes submetidos a transplante de medula óssea
alogênico, serão considerados como de “alto risco” independente da pontuação.
Tabela 1: Multinacional Association for Supportive Care in Cancer Predictive Model (MASCC)
42
Tabela 2: Estratifição de risco – HCFMRP - USP
5. Escolha do Antimicrobiano
Como a progressão da infecção no paciente neutropênico pode ser muito rápida e fatal, é
recomendado iniciar imediatamente a antibioticoterapia empírica após um episódio febril.
Pacientes neutropênicos sem febre, mas com sinais de deterioração clínica ou infecção também
devem ser tratados da mesma forma. É mandatória a coleta de hemoculturas antes do início da
antibioticoterapia. Para a escolha do antimicrobiano devem ser considerados: os fatores
epidemiológicos locais (microbiota isolada no Serviço, e susceptibilidade aos antibióticos) e os
fatores relacionados ao paciente individualmente (baixo vs alto risco, presença de sinais e
sintomas de infecção). Mesmo sabendo que mais de 80% das infecções em pacientes
imunocomprometidos ocorrem a partir da microbiota colonizadora do próprio paciente, após a
admissão hospitalar esta microbiota é rapidamente substituída por germes hospitalares.
A antibioticoterapia empírica deve ser iniciada com droga(s) bactericida(s), de amplo
espectro de ação, incluindo atividade anti-Pseudomonas, com efeitos tóxicos mínimos, por via
endovenosa, e em doses terapêuticas máximas. Os pacientes devem ser reavaliados com
frequência (no mínimo duas vezes ao dia se estáveis).
Entre as opções terapêuticas descritas na literatura, os betalactâmicos em monoterapia
(cefepime, ceftazidima, piperacilina-tazobactam, carbapenêmicos) têm sido as principais opções.
Deve se lembrar que a ceftazidima tem pobre atividade sobre os cocos gram-positivos, o que
desencoraja o seu uso em monoterapia. Em relação aos carbapenêmicos, deve se restringir sua
utilização para as situações de falha terapêutica e/ou suspeita de infecções por enterobactérias
ESBL, além disso, a sua utilização tem sido associada ao aumento de colite pseudomembranosa.
Sendo assim a recomendação mais forte é a utilização de Cefepime ou Piperacilina-Tazobactam.
Outro dado importante é que publicações recentes sugerem que a monoterapia com
betalactâmicos tem mostrado taxa de sobrevida similar, mas com efeitos adversos e morbidade
menor à terapia combinada. Por isso, a monoterapia com o cefepime tem sido o esquema
preconizado em nosso Serviço.
Dados microbiológicos atuais de nosso hospital indicam aumento da resistência de
bactérias gram negativas ao cefepime, especialmente de algumas enterobactérias e Pseudomonas
aeruginosa. Sendo assim, a modificação do esquema empírico inicial pode ser considerada caso
o paciente seja colonizado ou tenha apresentado infecção prévia recente por alguns destes
microorganismos, optando-se pela associação de cefepime + aminoglicosídeo (amicacina
preferencialmente) ou carbapenêmico em monoterapia.
Na hipótese do paciente ser colonizado por bactéria gram-negativa resistente aos
carbapenêmicos (Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii,
43
etc...) e o paciente apresentar hemocultura com crescimento de bacilo gram-negativo, deverá ser
adicionada droga com ação antimicrobiana contra bactérias resistentes aos carbapenêmicos (ex.:
tigeciclina, amicacina, polimixina) até o resultado final da hemocultura.
Apesar da predominância de bactérias gram-positivas como causa de bacteremia durante
episódios de neutropenia febril, estudos randomizados comparando esquemas empíricos iniciais
com e sem vancomicina não demonstraram redução significativa da duração da febre ou
mortalidade geral. A associação de vancomicina (ou outras drogas ativas contra cocos gram
positivos) ao esquema empírico inicial deve ser considerada nas seguintes situações:
a) Presença de instabilidade hemodinâmica ou evidencia de sepse grave;
b) Presença de pneumonia documentada radiologicamente;
c) Presença de hemocultura positiva para bactéria gram positiva, até resultado de
identificação microbiológica e antibiograma;
d) Suspeita clínica de infecção relacionada à cateter venoso (presença de calafrios ou
tremores após infusão de solução através do cateter, ou presença de celulite ao
redor do sítio de inserção);
e) Presença de infecção de pele ou tecido celular subcutâneo;
f) Presença de mucosite grave, caso o paciente esteja recebendo quinolona como
profilaxia;
g) Paciente colonizado por MRSA, ou Streptococcus spp resistente à penicilinas. Na
hipótese do paciente ser colonizado por VRE a droga a ser associada deverá ser
Linezolida ou Tigeciclina.
A dose preconizada da vancomicina é de 1g de 12/12h, diluída em 100 ml de SF0,9%, e
infundida em 1 hora.
Apesar das bactérias anaeróbias estarem presentes em abundância no trato gastrintestinal,
usualmente não é necessário adicionar cobertura anti-anaeróbios na terapêutica empírica inicial.
Cobertura contra anaeróbios deve ser adicionada se há evidencia de:
Mucosite ou sinusite necrotizante,
Abscesso periodontal,
Celulite ou abscesso perianal, infecção intrabdominal ou pélvica,
Enterocolite (tiflite) neutropênica
Bacteremia por anaeróbios.
Deve-se associar metronidazol (500 mg IV 6/6h ou 8/8h) ou clindamicina (600 mg IV 6/6
h ou 900mg de8/8 h). Caso o paciente esteja em uso de piperacilina-tazobactam, ou
carbapenêmicos não se faz necessário a associação uma vez que estas drogas apresentam
atividade anaerobícida.
Pacientes classificados como de baixo risco, podem receber terapia inicial com
ciprofloxacino + amoxicilina-clavulanato, via oral, caso apresentem condição clinica.
44
ALGORÍTIMO I
45
ALGORÍTIMO II
O tratamento empírico inicial deve ser ajustado conforme os resultados das culturas
coletadas.
Se o paciente estiver em uso de vancomicina ou outro antimicrobiano com finalidade
semelhante, pode se considerar a suspensão deste antimicrobiano após 48 horas de uso caso não
haja evidência de infecção por gram positivo.
7. Infecções Relacionadas à Presença de Cateter Venoso Central
Os cateteres venosos centrais junto com o Trato Gastrointestinal são as principais fontes
de infecção de corrente sanguínea em pacientes neutropênicos. O hub e o lúmen do cateter são os
principais sítios colonizados e as principais fontes de infecção.
As infecções de corrente sanguínea relacionadas à presença de cateter venoso central
(ICS-CVC) são mais comumente causadas por microrganismos colonizadores da própria pele e
mucosa do paciente, tais como estafilococos coagulase-negativa, Staphilococcus aureus e
Candida spp. Outros microrganismos tais como: bacilos gram negativos não-fermentadores,
enterobactérias, Bacillus spp, Corynebacterium JK, enterococos e micobactérias de crescimento
rápido também podem ser causadores de ICS-CVC.
Uma maneira de se diagnosticar uma ICS-CVC, sem a retirada do cateter é por meio da
análise da diferença de tempo de positividade das hemoculturas coletadas simultaneamente do
sangue periférico e do cateter. Se a hemocultura coletada do cateter se tornar positiva 120
46
minutos antes que a coletada do sangue periférico sugere que o cateter é a fonte da bacteremia.
Uma vez que a antibioticoterapia já tenha sido iniciada no momento da coleta das hemoculturas a
diferença do tempo de positividade das amostras não é mais confiável como critério para
diagnóstico de ICS-CVC.
Para ICS-CVC causadas por S.aureus, BGN não-fermentadores (P. aeruginosa, A.
baumannii, etc...), fungos ou micobactérias é recomendado à retirada do cateter além da terapia
antimicrobiana sistêmica por pelo menos 14 dias. Além disso, nos casos de “tunelite” (define-se
tunelite como flogose ao longo do trajeto subcutâneo de cateter implantado, em mais que 2 cm
do local de saída do mesmo, com ou sem infecção concomitante da corrente sanguínea), infecção
de “portcath”, trombose séptica, endocardite, instabilidade hemodinâmica, ou bacteremia
persistente por mais de 72 horas após início de terapia antimicrobiana adequada também é
recomendado à retirada do cateter.
Para ICS-CVC causadas por estafilococos coagulase-negativos, pode se considerar a terapia
antimicrobiana sistêmica associada ou não a “lock therapy” e a manutenção do cateter.
A duração da terapia antimicrobiana vai depender de vários fatores, tais como: remoção ou
manutenção do cateter, resposta a terapia com 48-72 horas (resolução da febre e bacteremia),
presença de complicações infecciosas (abscessos, endocardite, artrite, trombose séptica, etc...).
De maneira geral, a duração de tratamento sistêmico por 14 dias é considerada adequada para
aquele paciente neutropênico que teve seu cateter removido, apresentou resposta adequada nas
primeiras 72 horas de tratamento, e não apresentou complicações infecciosas como abscessos de
pele ou subcutâneo, endocardite, etc. No paciente com ICS-CVC que evolui alguma complicação
infecciosa, como às citadas acima, deverá ter seu tratamento prolongado por além duas semanas
conforme quadro clínico. Nestes casos consultar a CUCA para definir a melhor conduta.
8. Adição de Agentes Antifúngicos
Terapia antifúngica empírica e investigação para infecção fúngica invasiva deve ser
considerada para pacientes de ALTO RISCO com febre persistente ou recorrente após 4-7 dias
de terapia antimicrobiana, e cujo tempo esperado de neutropenia é maior que 7 dias. Outra opção
para a adição de antifúngicos é a estratégia preemptiva; neste caso além da presença de febre e
dos fatores de risco, outros marcadores de infecção são utilizados, como a presença de
biomarcadores positivos (beta 1,3 glucana, galactomanana ou PCR para fungos), dados
radiológicos (TC de tórax e seios da face) e dados clínicos. A utilização da estratégia preemptiva
é interessante, pois reduz a utilização de antifúngicos sem impactar em mortalidade relacionada à
infecção fúngica.
Infecção fúngica invasiva por fungos filamentosos, tais como aspergilose invasiva,
mucormicose ou zigomicose e fusariose ocorrem quase que exclusivamente em pacientes de
ALTO RISCO com neutropenia profunda (≤ 100 céls/ml) há pelo menos 10-15 dias.
Nos pacientes de BAIXO RISCO, o risco de infecção fúngica invasiva é baixo, não sendo
recomendado rotineiramente o emprego de terapia antifúngica empírica.
9. Uso de Agentes Antivirais
Profilaxia para infecções por herpes vírus deve ser realizada nas situações em que o
paciente é de alto risco (vide tabela 2) e possui sorologia positiva ou antecedente de infecção
pelos herpes vírus, como herpes labial, cutâneo ou genital. Deve ser utilizado o aciclovir na dose
de 200 mg 3x/dia, via oral. A profilaxia deve ser retirada após a recuperação de neutrófilos ou a
resolução da mucosite. Nas situações de transplante de medula óssea seguir o protocolo da
equipe.
47
A utilização de antivirais para tratamento de infecções por herpes vírus simples (HSV) ou
vírus varicela-zoster (VZV) somente está indicada se houver evidência clínica e/ou laboratorial
de doença viral ativa. Os HSV’s são causas comuns de erupções cutâneas, além disso, podem
causar meningoencefalite, mielite, esofagite, pneumonia, hepatite, eritema multiforme e doença
ocular. A infecção pelo VZV nestes pacientes manifesta-se como um quadro de múltiplas lesões
atípicas e disseminadas, envolvendo múltiplos dermatomos, também pode haver
comprometimento pulmonar. Para o tratamento destas infecções, a dose do aciclovir deve ser de
8 a 10,5 mg/kg/dose a cada 8 horas, por 7 a 10 dias na doença mucocutânea ou esofágica, e por
14 a 21 dias nos casos de pneumonia, hepatite ou meningoencefalite. Pode ser utilizado
valaciclovir ou famciclovir com alternativa. Nos casos de doença mucocutânea ou esofágica a
medicação pode ser transicionada para VO, na dose de 400 mg 5x/dia, após melhora inicial da
lesões até completar o tratamento.
Infecções por outros herpes vírus, como EBV, CMV ou herpes vírus 6, podem ocorrer nestes
pacientes, principalmente nos pacientes submetidos à transplante de medula óssea alogênico.
Nos pacientes submetidos à transplante de medula óssea autólogo ou apenas à quimioterapia, as
infecções por esses vírus são raras.
Para pacientes que vão ser submetidos à tratamento quimioterápico, recomenda-se vacinação
contra influenza (vacina com vírus inativado). Pacientes com sintomas de infecções da vias
aéreas superiores, como coriza e/ou tosse, devem realizar radiografia de tórax, e também realizar
a pesquisa de vírus respiratórios (Influenza, Parainfluenza, Adenovirus, Vírus Sincicial
Respiratório (VSR), Metapneumovirus). Para tratamento das infecções por Influenza ou
Parainfluenza pode ser utilizado o oseltamivir ou zanamivir. Nas infecções por VRS pode ser
utilizado a ribavirina inalatória, o uso de anticorpo monoclonal (Palivizumab®) ou
imunoglobulina anti-VSR não se mostram efetivos em prevenir ou atenuar a progressão da
infecção das vias aéreas superiores para pneumonia. Para o Adenovirus não há tratamento
antiviral efetivo recomendado, apesar de alguns experts relatarem o uso de cidofovir ou
ribavirina para infecção clinicamente significativa.
Outras infecções virais tem importância epidemiológica apenas no grupo de pacientes
submetidos ao transplante de medula óssea alogênico. Poliomavírus como JC (JCV) ou BK
(BKV) podem causar infecções graves nestes pacientes levando a quadros de cistite hemorrágica,
nefropatia aguda com insuficiência renal ou leucoencefalopatia multifocal progressiva. Hepatites
virais, como HBV e HCV, podem apresentar replicação viral intensa nos hepatócitos de
receptores soropositivos na fase precoce pós transplante.
10. Uso de Fatores Estimuladores de Colônias de Granulócitos
48
11. Referências Bibliográficas
1. Freifeld AG, Bow ER, Sepkowitz KA, et al. Clinical Practice Guideline for the use of
Antimicrobial Agents in Neutropenic Patients with Cancer: 2010 Update by the Infectious
Diseases Society of America. Clin Infec Dis, 2011; 52(4): e56-e93.
49
UTILIZAÇÃO DE AGENTES ANTIFÚNGICOS EM PACIENTES ONCO-
HEMATOLÓGICOS E SUBMETIDOS A TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NO
HCFMRP-USP
INTRODUÇÃO
A infecção fúngica hospitalar, de caráter oportunista, ocorre na maioria das vezes após a
quebra de barreiras cutâneas e/ou mucosas, devido a procedimentos invasivos ou procedimentos
terapêuticos aos quais estão submetidos os pacientes (sondagem vesical de demora, acesso
venoso central, ventilação mecânica, procedimentos cirúrgicos, nutrição por sonda nasoenteral,
nasogástrica, parenteral e o uso de antimicrobianos).
As drogas mais empregadas no controle das infecções fúngicas sistêmicas são a
anfotericina B (desoxicolato, anfotericina B lipossomal e complexo lipídico de anfotericina B)
azólicos (fluconazol, voriconazol, itraconazol e posoconazol) e as equinocandinas (micafungina,
caspofungina e anidulafungina). Recomenda-se atenção aos efeitos adversos e interação
medicamentosa em pacientes onco-hematológicos.
1. Transplante autólogo.
2. Pacientes não incluídos nas definições de alto risco.
A investigação diagnóstica nestes pacientes deve incluir história clínica e exame físico
completos; colheita de amostras de hemocultura para bactérias e fungos; urocultura; swab anal e
de orofaringe; coleta de secreção de orofaringe para pesquisa de CMV; exames radiológicos (Rx
de tórax, tomografia computadorizada de tórax de alta resolução).
50
TERAPIA ANTIFÚNGICA EMPÍRICA PARA PACIENTES DE ALTO RISCO
FUNÇÃO RENAL
Voriconazol* ou
Anfotericina B
Formulação lipídica Anfotericina B desoxicolato**
* Usar a formulação oral. Caso haja impossibilidade de administração oral, usar Anfotericina B de formulação
lipídica de menor custo. Na eventual substituição da anfotericina B desoxicolato por formulação lipídica, estas
poderão ser utilizadas na dosagem de 1mg/kg/dia quando a dose acumulada total já tiver alcançado 400mg e o
paciente mostrar evidências clínicas de controle da infecção fúngica.
** Em pacientes pediátricos ou com peso inferior a 45kg, considerar apenas o clearance de creatinina como critério
de troca da medicação.
51
TERAPIA ANTIFÚNGICA EMPÍRICA PARA PACIENTES DE BAIXO RISCO
NÃO
SIM
Fluconazol 400mg/dia
Cr >2mg/dl
e/ou CL<50
Sim
Voriconazol* ou
ml/min Anfotericina B
Não Formulação lipídica
Anfotericina B desoxicolato**
______________________________________________________________________
0,5-0,8mg/kg/dia
* Usar a formulação oral. Caso haja impossibilidade de administração por via oral, usar Anfotericina B de
formulação lipídica de menor custo.
52
TERAPIA DE INFECÇÕES FÚNGICAS COM AGENTE IDENTIFICADO
OU PROVÁVEL
a) Candida albicans
Sistêmica: fluconazol 400-800mg/d EV, passando para via oral assim que possível, por14
dias a partir da última hemocultura positiva. Alternativa: anfotericina B desoxicolato 0,6-
0,8mg/kg/d, dose total: 10-20mg/kg.
Sistêmica: fluconazol 400-800mg/d, EV, passando para via oral assim que possível, por
período acima de 14 dias de tratamento. Alternativa: anfotericina B desoxicolato 0,8-1,0mg/kg/d
(limitado a 50mg/d), dose total: 15-30mg/kg.
c) Candida glabrata
53
Candida spp
Sistêmica
Localizada
Obs: Micafungina- 100mg/dia EV é uma opção para tratamento empírico da infecção da corrente sanguínea por
Candida albicans e outras espécies de Candida. Transicionar para fluconazol se o teste de sensibilidade mostrar
eficácia deste azólico.
54
d) Aspergillus spp
55
Aspergillus spp
Creat>2,0mg/dl Creat<2,0mg/dl
Voriconazol* ou
Anfotericina B de Voriconazol* ou
formulação lipídica Anfotericina B desoxicolato
1mg/kg/d
Não
Caspofungina
Falha terapêutica
* Usar a formulação oral. Caso haja impossibilidade de administração por via oral, usar Anfotericina B de
formulação lipídica de menor custo.
****Pré administração de bloqueadores de síntese de prostaglandinas, de anti-histamínicos, de meperidina ou de
corticosteróide ou, ainda, redução da velocidade da infusão diária
56
e) Fusarium spp:
__________________________________________________________________________
Obs. Capítulo elaborado por Gilberto Gambero Gaspar em 2006, com aprovação da Divisão de Hematologia do
HCFMRP-USP e da CUCA, e que foi atualizado em 2015.
57
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA
DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
58
DOSES DE ANTIBACTERIANOS PARA
CRIANÇAS ACIMA DE 1 MÊS DE VIDA
59
Cefazolina 50-150 mg/kg/dia de 8/8h 500mg - 1g/dose EV
Se > 80kg: 2g/dose IM
Cefuroxima 75-150 mg/kg/dia de 8/8h 750 mg - 1,5g/ dose EV
IM
20-30 mg/kg/dia de 250 - 500mg/ dose VO
12/12h
Cefotaxima 50-200 mg/kg/dia de 6/6 1-2g/dose EV
ou 8/8h
Meningite: 225-300
mg/kg/dia de 4/4 ou de
6/6h
60
Colistina 50.000.75.000U/kg/dia 1.000.000-2.000.000UI/dose EV Vale para as
(Polimixina E) de Colistimetato Sódico de Colistimetato Sódico formulações
de 8/8h Colomycin e
Promixin onde:
1mg =12.500 UI
de colistimetato
sódico
Para as
formulações Colis
Tek e Coly Mycin
a dose é calculada
em mg de Colistina
Base Atividade
61
Meropenem 60 mg/kg/dia de 8/8h 500mg - 1g/dose EV
Infecções graves, Infecções graves,
Meningite: Meningite: 2g/dose
120 mg/kg/dia de 8/8h
62
Penicilina G Erisipela: 100.000-150.000 UI/kg/dia de 6/6h (máx 1-2 EV
Cristalina milhões de Ui/dose)
Pneumonia: 200.000 -250.000 UI/kg/dia a cada 4-6
horas (máx 2-3 milhões de UI/dose)
Meningite: 400.000 UI/kg/dia de 4/4h (máx 4 milhões
de Ui/dose)
Endocardite: 200.000-300.000 UI/kg/dia a cada 4-6
horas (máx 3-4 milhões de UI/dose)
Síndrome do Choque Tóxico, Fasceíte Necrotizante:
240.000-400.000 UI/kg/dia de 6/6h (máx 2-4 milhões de
UI/dose)
63
Sulfametoxazol/ 8-12 mg/kg/dia de TMP de 160mg de TMP/dose EV Profilaxia
Trimetoprim 12/12h exceto para VO Pneumocistose:
Infecções por S.maltophilia: Pneumocistose que 5mg/kg/dia de TMP
12-15mg/kg/ dia de TMP de não tem dose máxima de 12/12h, 3 x/
6/6h ou 8/8h semana
Pneumocistose: 15-20 Profilaxia de ITU
mg/kg/dia de TMP de 6/6h em crianças:
2mg//kg/dose de
TMP 1x/dia,
diariamente
Máx 160 mg de
TMP 1x/dia
Teicoplanina Infecções graves: 10 400mg/dose EV
mg/kg/dose de 12/12h nas 3 Nas infecções IM
primeiras doses e após 10 moderadas usar
mg/kg 1x/dia 200mg/dose após a
Infecções moderadas: 10 terceira dose
mg/kg/dose de 12/12H nas 3
primeiras doses e após 6 mg/kg
1x/dia
Tobramicina Dose Única Diária (DUD): 300mg/dia EV IM Sempre preferir
3-7,5 mg/kg 1x/dia DUD exceto nas
Se ITU: 5mg/Kg contraindica-ções
Dose Tradicional: abaixo
3-7,5mg/kg/dia de 8/8h
Sempre que possível administrar os Aminoglicosídeos em Dose única Diária (DUD), pois:
A eficácia é maior pois os AG tem atividade concentração dependente
Previne o surgimento de resistência adaptativa
Menor toxicidade (o intervalo livre de droga reduz o acúmulo da medicação no rim e no
64
ouvido interno)
Situações onde não se recomenda o uso de Aminoglicosídeos em Dose Única Diária:
Clearance de Creatinina <20 ml/min
Função renal instável
Insuficiência renal moderada a grave e diálise
Uso de AG para sinergismo (endocardite por Enterococo ou S.viridans)
Condições que alteram farmacocinética:
Queimadura >20% SCT
Gestantes
Lactantes
Ascite ou outro terceiro espaço significativo
Instabilidade hemodinâmica
Referências:
1. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing, Drug
Adminstration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th Edition. 2009
2. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy 2009. AAP 2009
3. Red Book: Report of the Committee on Pediatric Infectious Diseases American Academy of
Pediatrics 2012
4. Tavares, Walter Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico. 2ª Ed, 2009. Editora Atheneu
5. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
6. Siberry, George K. The Johns Hopkins Hospital: The Harriet Lane Handbook 15a Ed. 2000.
Mosby
7. Extended-interval aminoglycoside administration for children: a meta-analysis. Pediatrics vol
114 no 1 July 2004
8. Vishakha Sabharwal, MD, and Colin D. Marchant, MD Fluoroquinolone Use in Children
Pediatr Infect Dis J 2006;25: 257–258
9. Committee on Infectious Diseases The Use of Systemic Fluoroquinolones Pediatrics
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10. Liu C, et al. Clinical Practice Guidelines by the InfectiousDiseases Society of America for
the Treatment of Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Infections in Adults and
Children. Clinical Infectious Diseases 2011;52(3):e18–e55
11. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Doença Falciforme. - Brasília: ANVISA, 2001.
12. Anaizi N. Once-daily dosing of aminoglycosides. A consensus document. Int. J Clin
Pharmacol Ther. 1997 Jun; 35(6): 223-6.
13. Prevention of Infective Endocarditis Guidelines from the American Heart Association
Circulation. 2007; 116:1736-1754.
14. Centers for Disease Control and Prevention. Sexually Transmitted Diseases Treatment
Guidelines MMWR 2006;55(RR-11)
15. K.L. Bowlware, T. Stull Antibacterial agents in pediatrics Infect Dis Clin N Am 18 (2004)
513–531
16. Bulas da Polimixina B (Bedfordpoly-B®), Ampicilina Sulbactam (Unasyn®), Cefepime
(Maxcef®), Piperacilina Tazobactan (Tazocin®), Amicacina (Novamin®) e Teicoplanina
(Targocid®)
65
DOSES DE ANTIVIRAIS PARA CRIANÇAS ACIMA DE 1 MÊS
66
Droga Via Dose para Crianças até 12 anos
Ganciclovir EV CMV congênito sintomático: 12mg/kg/dia de 12/12h por 6 semanas
CMV Indução: 10mg/kg/dia de 12/12h por 14-21 dias
CMV Manutenção: 5mg/kg/dose 7x/semana ou 6mg/kg/dose 5x/semana ou
10mg/kg/dose 3x/semana (crianças com HIV)
Infecção por HHV6 em imunossuprimidos: 10-20 mg/kg/ dia de 12/12h
Valganciclovir VO CMV congênito: 16mg/kg/dose de 12/12h por 6 semanas
CMV Indução: 520mg/m2/dose de 12/12h (máx 900mg/dose) por 14-21
dias
CMV Manutenção: 520mg/m2/dose 1x/dia (máx 900mg/dose)
Referências:
1. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing,
Drug Adminstration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th Edition.
2009
2. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy 2009.
AAP 2009
3. Barros, Elvino. Antimicrobianos: Consulta Rápida 3ª Ed, 2001. Artmed Editora
4. Tavares, Walter Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico. 2ª Ed, 2009.
Editora Atheneu
5. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
6. American Academy of Pediatrics Committee on Infectious Diseases, “The Use of
Oral Acyclovir in Otherwise Healthy Children With Varicella,” Pediatrics, 1993,
91(3): 674-6.
67
7. National Comprehensive Cancer Network (NCCN), “Clinical Practice Guidelines
in Oncology™: Prevention and Treatment of Cancer-Related Infections,” Version
1.2008. Available at
http://www.nccn.org/professionals/physician_gls/PDF/infections.pdf.
8. Feder Jr., H M. and Hoss, DM Herpes Zoster in Otherwise Healthy Children The
Pediatric Infectious Disease Journal Volume 23, Number 5, May 2004
9. Arvin, AM. Antiviral Therapy for Varicella and Herpes Zoster Seminars in
Pediatric Infectious Diseases, Vol 13, No 1 ( January), 2002: pp 12-21
*Especificação de doses de aciclovir:
Situação Clínica Via Idade Dose
Herpes neonatal EV Nascimento até 3 60mg/kg/dia de
meses 8/8h por 14-21 dias
VO 2 semanas até 8 Terapia supressiva
meses após término do
tratamento inicial
300mg/m2 3x/dia
por 6 meses
Encefalite herpética EV ≥ 3 meses-12 anos 60mg/kg/dia de
8/8h por 14-21 dias
(FDA)
porém a dose de 30-
45 mg/kg/dia de
8/8h por 14-21 dias
é menos nefrotóxica
EV ≥ 12 anos 30mg/kg/dia de
8/8h por 14-21 dias
Varicela no VO ≥ 2 anos ≤ 40kg:
imunocompetente 80mg/kg/dia de
6/6h por 5 dias dose
máxima
3200mg/dia
> 40kg: 800mg/dose
de 6/6h por 5 dias
EV ≥ 2 anos 30mg/kg/dia ou
1500mg/m2/dia de
8/8h por 7-10 dias
Varicela no EV < 1 ano 30mg/kg/dia de
imunodeprimido 8/8h por 7-10 dias
EV ≥ 1 ano 1500mg/m2/dia de
8/8h por 7-10 dias
Zoster no EV Todas as idades 30mg/kg/dia ou
imunocompetente 1500mg/m2/dia de
8/8h por 7-10 dias
VO ≥ 12 anos 800mg/dose 5 X/dia
por 5-7 dias
Zoster no EV Todas as idades 30mg/kg/dia de
imunodeprimido 8/8h por 7-10 dias
Infecção por HSV no EV Todas as idades 30mg/kg/dia de
68
imunodeprimido 8/8h por 7-14 dias
(localizada ou VO ≥ 2 anos 1000mg/dia em 3-5
disseminada) doses por 7-14 dias
HSV genital primeiro EV ≥ 12 anos 15mg/kg/dia de
episódio 8/8h por 5-7 dias
VO ≥ 12 anos 1000-1200mg/dia
em 3-5 doses por 7-
10 dias
Crianças 40-
80mg/kg/dia em 3-4
doses por 5-10 dias
(máx 1g/dia)
HSV genital VO ≥ 12 anos 200mg/dose 5x/dia
recorrência por 5 dias ou
800mg/dose 2x/dia
por 5 dias ou
800mg/dose 3x/dia
por 2 dias
Terapia supressiva VO ≥ 12 anos 400mg/dose de
crônica para HSV 12/12 horas por 12
genital ou ocular meses
recorrentes
Profilaxia HSV em VO ≥ 2 anos 600-1000mg/dia em
imunossuprimidos 3-5 doses durante o
soropositivos para o período de risco
HSV EV Todas as idades 15mg/kg/dia de
8/8h durante o
período de risco
69
DOSES DE ANTIFÚNGICOS EM CRIANÇAS ACIMA DE 1 MÊS DE VIDA
70
4mg/kg/dose de 12/12h após as
refeições
Não usar a
2-12 anos e 12-14 anos < 50kg: VO 1cp=50 ou formulação EV
9mg/kg/dose de 12/12h (sem dose 200mg na insuficiência
de ataque) renal
moderada-
> 15 anos ou 12-14 anos >50kg:
grave
400mg/dose de 12/12 no primeiro
(ClCr<50) pela
dia e após 200mg de 12/12h
presença de
Ciclodextrina
Anfotericina B 0,3-1,0 mg/kg 50mg/dose EV 1fr=50mg
Deoxicolato 1x/dia
Dependendo da
gravidade e do
sitio da infecção
Anfotericina B 3mg/kg 1x/dia EV 1fr=50mg
Lipossomal Leishmaniose visceral: 3mgkg/dia
por 7 dias, ou 4 mg/kg/dia por 5
dias (Recomendação do Ministério
da Saúde)
Anfotericina B 5 mg/kg 1x/dia EV 1fr=100mg
Complexo
Lipídico
Nistatina Lactente: 1ml em cada canto da boca VO 1ml/100.000UI
de 6/6h
Crianças maiores a adultos: 2-3 ml
em cada canto da boca de 6/6h,
bochechar, segurar na boca e
deglutir
Anidulafungina Dose off-label: Candidemia: EV 1fr=100mg Estudos em
Dose de Ataque: Dose de Ataque crianças a partir
1,5-3mg/ kg/ 1x e 200mg 1x e dos 2 anos de
após 0,75-1,5mg/ após 100mg idade
kg 1x/dia 1x/dia Não liberada em
Candidíase bula para
esofágica: Dose crianças
de Ataque
100mg 1x e
após 50mg
71
50mg/dose
Referências:
1. Clinical Practice Guidelines for the Management of Candidiasis: 2009 Update by
the Infectious Diseases Society of America Clinical Infectious Diseases 2009;
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2. Hope, WW. et al. ESCMID* Guideline for the diagnosis and management of
Candida diseases 2012: Prevention and Management of invasive infections in
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Tropical 41(5):524-544, set-out, 2008
4. Consenso em Paracoccidioidomicose Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 39(3):297-310, mai-jun, 2006
5. Walsh, Thomas J Treatment of Aspergillosis: Clinical Practice Guidelines of the
Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases 2008;
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6. Wheat, L. Joseph Clinical Practice Guidelines for the Management of Patients
with Histoplasmosis: 2007 Update by the Infectious Diseases Society of America
Clinical Infectious Diseases 2007; 45:807–25
7. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing,
Drug Administration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th
Edition.
8. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy 2009.
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9. Red Book: Report of the Committee on Pediatric Infectious Diseases American
Academy of Pediatrics 2012
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Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica– 7. ed. – Brasília :
2009.
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12. Smith PB. Pharmacokinetics of an elevated dosage of micafungin in premature
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13. Tavares, Walter Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico. 2ª Ed, 2009.
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14. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
15. Siberry, George K. The Johns Hopkins Hospital: The Harriet Lane Handbook 15a
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16. Groll, A. H. and Tragiannidis, A. Update on antifungal agents for paediatric
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Pediatr Infect Dis J 2008;27: 1083–88
Elaborado por Seila Prado- Departamento de Puericultura e Pediatria, Hospital das Clínicas da FMRP-
USP.
73
USO DE QUINOLONAS EM PEDIATRIA
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Pediatrics 2006;118;1287-1292
3. Schaad, UD. Will Fluoroquinolones Ever be Recommended for Common
Infections in Children? PIDJ 2007; 26 (10): 865-867
Elaborado por Seila Prado, Dep. de Puericultura e Pediatria do Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
74
DILUIÇÃO E INFUSÃO DE ANTIMICROBIANOS EM PEDIATRIA
75
Droga Apresentação Soluções Injeção Diluição Diluição Tempo de
compatíveis direta Padrão Máxima infusão
(Restrição
Hídrica)
Cloranfenicol 1fr=1g SG5% SIM ---- ---- ----
SF0,9%
Colistina 1fr=1.000.000UI SG5% NÃO 40.000UI/ ---- 30 min
SF0,9% ml
1fr=500mg Apenas NÃO 10mg/ml 20mg/ml 30min
Daptomicina
SF0,9%
1fr=1g Apenas NÃO ≤20mg/ml --- 30 min
Ertapenem
SF0,9%
Gentamicina 1fr =20, 40, 80, SG5% NÃO ≤1mg/ml --- 30-120 min
160, SF0,9%
240 ou 280 mg
Imipenem 1fr = 500mg SG5% NÃO 5mg/ml 7mg/ml 40-60 min
SF0,9%
1fr= 600mg Já vem NÃO Já vem diluído 30-120min
Linezolida
diluído
Meropenem 1fr= 500mg SG5% SIM ---- ---- ----
1fr= 1g SF0,9%
ANTIBACTERIANOS
76
Droga Apresentação Soluções Injeção Diluição Diluição Tempo de
compatíveis direta Padrão Máxima infusão
(Restrição
Hídrica)
Teicoplanina 1fr= 200 mg SG5% SIM --- --- ---
ANTIBACTERIANOS
77
Referências
1. Barros, Elvino. Antimicrobianos: Consulta Rápida 3ª Ed, 2001.Artmed
Editora
2. Tavares, Walter. Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico. 2ª Ed,2009.
Editora Atheneu
3. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
4. Young, Thomas E. Neofax®2009: A Manual of Drugs used in Neonatal Care.
22th ed. Healthcare. Thomson Reuters
5. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing,
Drug Administration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th
Edition.
6. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy
2009. AAP 2009
7. Siberry ,George K. The Johns Hopkins Hospital: The Harriet Lane Handbook
15a Ed. 2000. Mosby K.L. Bowlware, T. Stull Antibacterial agents in
pediatrics Infect Dis Clin N Am 18 (2004) 513–531
8. Bulas de Ampicilina Sulbactam (Unasyn®), Cefepime (Maxcef®),
Daptomicina (Cubicin®), Piperacilina Tazobactan (Tazocin®), Polimixina B
(Bedfordpoly-B®), Teicoplanina (Targocid®), Tigeciclilna ( Tigacyl®),
Caspofungina (Cancidas®), Anidulafungina (Ecalta®) e Voriconazol
(Vfend®).
78
AJUSTE DAS DOSES DOS ANTIMICROBIANOS PARA
CRIANÇAS COM INSUFICIÊNCIA RENAL DE ACORDO COM
O CLEARANCE DE CREATININA
K
Fórmula para Cálculo do RNPT MBP até 1 ano de idade 0,29
Clearance de Creatinina RNPT até 1 ano de idade 0,33
em Crianças
RNAT até 1 ano de idade 0,45
Estatura (cm) x K Crianças de 2-12 anos e MENINAS
Creatinina 0,55
ADOLESCENTES
MENINOS ADOLESCENTES 0,70
ANTIBIÓTICOS
CORREÇÃO
DOSE CLEARANCE CLEARANCE
DROGA CLEARANCE APÓS
HABITUAL 50 - 80 10 -50
< 10 HEMODIALISE
ClCr 30-50:
5-7,5
Dose
mg/kg/dose a
tradicional: 5-7,5
NC cada 12-18h 5mg/kg/dose após
5- mg/kg/dose a
ClCr 10-29: HD
7,5mg/kg/dos cada 48-72h
5-7,5
e de 8/8h
mg/kg/dose a
AMICACINA
cada 18-24h
ClCr 40-60:
Dose única 15mg/ kg a cada
ClCr<20: não recomendado o
diária: 36h
NC esquema de DUD. Preferir dose
15 mg/kg a ClCr 30-40:
tradicional
cada 24h 15mg/ kg a cada
48h
15-
AMOXICILINA 30mg/kg/dose
de 8/8h
ClCr > 30: NC
15- Nos dias de HD
ClCr 10-30: Dose habitual
30mg/kg/dose NC fazer a dose como
dose habitual a a cada 24h
AMOXICILINA- de 8/8h para
cada 12h
CLAVULANATO ITU: 6,7-
13,3mg/kg/
dose
ClCr 30-50:
Dose diária como
dose habitual a
25- para ClCr< 10
cada 8h Dose habitual
AMPICILINA 100mg/kg/dos NC Nos dias de HD
ClCr <30: dose a cada 12h
e de 6/6h fazer a dose após a
habitual a cada
sessão
12h
79
ClCr 15-29:
dose habitual a Nos dias de HD
25-
AMPICILINA- cada 12h Dose habitual a fazer a dose como
100mg/kg/dos NC
SUBACTAM ClCr <15: dose cada 24h para ClCr< 10
e de 6/6h
habitual a cada após a sessão
24h
CORREÇÃO
DOSE CLEARANCE CLEARANCE CLEARANCE
DROGA APÓS
HABITUAL 50 - 80 10 -50 < 10
HEMODIALISE
AZITROMICINA NÃO REQUER AJUSTE
Dose diária como
para ClCr< 10
6,25- Cl 10-40: dose
Dose habitual a Nos dias de HD
CEFALEXINA 25mg/kg/dose NC habitual a cada
cada 12-24h fazer
de 6/6h 8-12h
a dose após a
sessão
20-
Dose habitual a Dose habitual a Dose habitual
CEFALOTINA 40mg/kg/dose NC
cada 6-8h cada 12h após HD
de 6/6h
ClCr >30: não
16,7- requer ajuste
25mg/kg a cada 25mg/kg a cada
CEFAZOLINA 50mg/kg/dose NC ClCr 10-29:
24h 24h
de 8/8h 25mg/ kg a cada
12h
CLCr 30-50:
não requer
25-
CEFUROXIMA NC ajuste 25-50mg/kg a 25-50mg/kg a
50mg/kg/dose
(EV) ClCr 10-29: 25- cada 24h cada 24h
de 8/8h
50mg/kg a cada
12h
10- 10-15mg/kg a
CEFUROXIMA 10-15mg/kg a
15mg/kg/dose NC NC cada 24h
(V0) cada 24h
de 12/12h
ClCr 30-50: 35- 35-70 mg/kg a
50-
70 mg/kg a cada cada 24h
200mg/kg/dia
8-12h 35-70 mg/kg a Nos dias de HD
CEFOTAXIMA de 6/6 ou 8/8h NC
ClCr 10-29: 35- cada 24h fazer
(meningite até
70 mg/kg a cada a dose após a
300mg/kg/dia)
12h sessão
ClCr 30-50:
50mg/kg a cada
50mg/ kg a cada
25- 48h Nos dias de
12h 50mg/kg a cada
CEFTAZIDIMA 50mg/kg/dose NC HD fazer
ClCr 10-29: 48h
de 8/8h a dose após a
50mg/ kg a cada
sessão
24h
CEFTRIAXONA NÃO REQUER AJUSTE
50mg/kg/dose
a de 8/8 ou
12/12h
50mg/ kg a cada 50mg/kg a cada 50mg/kg a cada
CEFEPIME NC
24h 48h 24h
80
Dose diária como
10-
ClCr<30:dose para ClCr< 10
CIPROFLOXA- 15mg/kg/dose Dose habitual a
NC habitual a cada Nos dias de HD
CINO (EV) de 8/8 ou cada 12-24h
12-24h fazer a dose após
12/12h
a sessão
Dose diária como
10- ClCr<30:dose para ClCr< 10
CIPROFLOXA- Dose habitual a
20mg/kg/dose NC habitual a cada Nos dias de HD
CINO (VO) cada 24h
de 12/12h 24h fazer a dose após
a sessão
CORREÇÃO
DOSE CLEARANCE CLEARANCE CLEARANCE
DROGA APÓS
HABITUAL 50 - 80 10 -50 < 10
HEMODIALISE
ClCr 30-50:não
requer ajuste
CLARITROMI- 7,5mg/kg/dos 4mg/kg a cada 4mg/kg a cada
NC ClCr 10-29:
CINA e de 12/12h 24h 24h
4mg/kg a cada
12h
CLINDAMICINA NÃO REQUER AJUSTE
CLORANFENI-
NÃO REQUER AJUSTE
COL
16.666-25.000
25.000 UI/kg de 25.000 UI/kg de 25.000 UI/kg de 16.666 UI/kg após
COLISTINA UI/ kg/dose
12/12h 24/24h 36/36h HD
de 8/8h
2-6 anos:
10mg/kg/ ClCr 30-50:NC 4mg/kg a cada
dose 1x/dia ClCr 10-29: 4mg/kg a cada 48h Nos dias de
DAPTOMICINA NC
> 6 anos: 4- 4mg/kg a cada 48h HD fazer a dose
6mg/kg/ dose 24h após a sessão
1x/dia
1-
4mg/kg/dose 1mg/kg a cada 1mg/kg a cada
DOXICICLINA NC NC
de 12/12 ou 12h 12h
24/24h
30-
50% da dose
50mg/kg/dia Dose como para
ERITROMICINA NC NC habitual a cada
de 6/6 ou 8/8h ClCr < 10
6h
Se dose foi há
ClCr 30-50: NC
ERTAPENEM 50% da dose menos de 6h da
15mg/kg/dose ClCr < 30: 50%
Sem dados para NC habitual a cada HD, fazer 15% da
de 12/12h da dose habitual
crianças 24h dose habitual após
a cada 24h
HD
ClCr 30-50: 1-
Dose
2,5 mg/kg/dose
tradicional 1- 1-2,5
a cada 12-18h
1- 2,5mg/kg/dose a mg/kg/dose a 2mg /kg após HD
ClCr 10-29: 1-
2,5mg/kg/dos cada 8-12h cada 48-72h
2,5 mg/kg/dose
e de 8/8h
a cada 18-24h
ClCr>60: não
GENTAMICINA
requer ajuste
Dose única ClCr 40-60: 3-
diária 7,5 mg/kg a ClCr<20: não recomendado o esquema de DUD.
3-7,5mg/kg a cada 36h Preferir dose tradicional
cada 24h ClCr 20-40: 3-
7,5 mg/kg a
cada 48h
81
ClCr 30-50: 7,5-
12,5 mg/kg a
15- 7,5-
7,5-12,5mg/kg a cada 8h 7,5-12,5mg/kg a
IMIPENEM 25mg/kg/dose 12,5mg/kg/dose
cada 6-8h ClCr 10-29: 7,5- cada 24h
de 6/6h após a HD
12,5 mg/kg a
cada 12h
LINEZOLIDA NÃO REQUER AJUSTE
CORREÇÃO
DOSE CLEARANCE CLEARANCE
CLEARANCE APÓS
DROGA HABITUAL 50 - 80 10 -50
< 10 HEMODIALISE
ClCr 30-50: 20-
10-20mg/kg/dose
40 mg/kg/dose a
20- 10- a cada 24h
cada 12h
MEROPENEM 40mg/kg/dose NC 20mg/kg/dose a Nos dias de HD
ClCr 10-29: 10-
de 8/8h cada 24h fazer a dose após
20 mg/kg/dose a
a sessão
cada 12h
7,5mg/kg/dos
4mg/kg/dose de 4mg/kg/dose de
METRONIDAZOL e de 6/6 ou NC NC
6/6h 6/6h
8/8h
1,25-
NITROFU-
1,75mg/kg/ NC EVITAR USO SE ClCr <50 ---
RANTOÍNA
dose de 6/6h
10-
Dose habitual Dose habitual a
NORFLOXACINO 15mg/kg/dose NC ---
a cada 24h cada 24h
de 12/12h
OXACILINA NÃO REQUER AJUSTE
Dose diária como
25.000-
para ClCr< 10
100.000 75% da dose 20-50% da dose
PENICILINA G NC Nos dias de HD
Ui/kg/dose de habitual de 6/6h habitual de 6/6h
fazer a dose após
4/4 ou 6/6h
a sessão
ClCr 30-50: 35-
50-75mg/kg a
50 mg/kg a cada
80-100 cada 12h
PIPERACILINA – 6h 35-50mg/kg a
mg/kg/dose NC Nos dias de HD
TAZOBACTAM ClCr<20: 35-50 cada 8h
de 6/6 ou 8/8h fazer a dose após
mg/kg a cada 8h
a sessão
<2 anos:
7.500-20.000
ClCr>20: NC
UI/kg/dose de
POLIMIXINA B ClCr <20:
12/12h 1.125-
Alguns autores 3.750-6.250
NC 1.875UI/kg/dose Não faz
sugerem não UI/kg/dose de
>2 anos: de 12/12h
corrigir 12/12h
7.500-12.500
UI/kg/dose de
12/12h
82
ClCr< 30: 50%
da dose diária
4- Dos
habitual
6mg/kg/dose e
dividida a cada 50% da dose
de TMP de diári Nos dias
12-24h diária habitual
SULFAMETO- 12/12h a de HD
NC Pneumocistose: dividida a cada
XAZOL- Pneumocistos com fazer a
ClCr 30-50: 5- 12-24h
TRIMETOPRIM e: o dose após
7,5 mg/ kg/dose
5mg/kg/dose para a sessão
TMP a cada 8h Pneumocistose:
de TMP de ClCr
ClCr10-30: 5-10
6/6 ou 8/8h < 10
mg/ kg/dose
TMP de 12/12h
Nos dias de HD
6mg/kg dose 6 mg/Kg a cada 6 mg/Kg a cada fazer a dose como
TEICOPLANINA NC
1x/dia 48h 72h para ClCr<10
após a sessão
TOBRAMICINA IDEM GENTAMICINA
CORREÇÃO
DOSE CLEARANCE CLEARANCE
CLEARANCE APÓS
DROGA HABITUAL 50 - 80 10 -50
< 10 HEMODIALISE
Nível sérico pré
HD: < 10mg/dl:
fazer 10 mg/kg
após HD
Nível sérico pré
HD: 10-25mg/dl:
ClCr 20-50:
fazer 5-7,5mg/kg
Com dose habitual a
10- após HD
disponibilidade cada 24h Ajustar a dose
15mg/kg/dose Nível sérico pré
VANCOMICINA de nível sérico: ClCr < 20: conforme nível
de 6/6h HD: > 25 mg/dl:
Dose habitual a ajustar a dose sérico
suspender até a
cada 8-12h conforme nível
próxima dosagem
sérico
12h após.
Nível sérico pós
HD: < 10-
15mg/dl: fazer 5-
10mg/kg após a
HD
ClCr 30-50:
10mg/ kg de
Sem 12/12h
disponibilidade ClCr 10-29:
Dose habitual a
de nível sérico: 10mg/ kg a cada
cada 4-7 dias
Dose habitual a 18-24h
cada 8-12h Dose habitual a
cada 24h a 4
dias
Elaborado por Seila Prado, Dep de Puericultura e Pediatria, Hospital das Clinicas da FMRP-USP.
83
DOSES DOS ANTIMICROBIANOS MAIS USADOS EM
NEONATOLOGIA
ATENÇÃO!!!
Utilizar a idade pós menstrual (QUE EQUIVALE A IDADE GESTACIONAL
CORRIGIDA) e não a idade gestacional ao nascimento
ANTIBIÓTICOS
Ampicilina: 25 - 50 mg/kg/dose
Meningite e infecções pelo Estreptococo do grupo B: 50-100 mg/kg/dose
Ampicilina-Sulbactam
Dose mg/kg/dia Intervalo entre as doses
(horas)
RN < 7 ddv (PT ou AT) 75 12
RN de 8 a 30 ddv 150 8
Após 30 ddv 100-300 6
84
Oxacilina: 25 mg/kg/dose
Meningite: 50 mg/kg/dose
85
Cefuroxima
Idade Dose Intervalo entre as
mg/kg/ dose doses (horas)
RN pré-termo ≤ 7 dias de vida 50 12 h
RN > 7 dias de vida, a termo ou pré- 50 8h
termo
Ceftriaxona
• Não usar em recém nascidos com hiperbilirrubinemia, pois o Ceftriaxone desloca
a bilirrubina do seu sítio de ligação com a albumina
• Não usar em recém nascidos ≤ 28 dias que estejam recebendo soro ou NPT com
cálcio, pois há risco de formação de precipitados de cálcio-Ceftriaxone nos rins e
pulmões
Cefotaxima: 50 mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 28 12
> 28 8
30 a 36 0 -14 12
> 14 8
37 a 44 0a7 12
>7 8
≥ 45 Todas 6
Ceftazidima: 30mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 28 12
> 28 8
30 a 36 0 -14 12
> 14 8
37 a 44 0a7 12
>7 8
≥ 45 Todas 8
86
Cefepime
Idade Dose Intervalo entre
mg/kg/dose as doses (horas)
RN ≤ 28 dias de vida, 30 12 h
a termo ou pré-termo
RN > 28 dias de vida, a termo 50 12 h
ou pré-termo
Meningite ou sepse por Pseudomonas ou 50 8h
Enterobacter independente da idade
Meropenem
20mg/kg/dose a cada 12 horas
Meningite ou infecções por Pseudomonas: 40mg/kg/dose a cada
8h
Teicoplanina
Dose de ataque: 16 mg/kg no primeiro dia
Dose de Manutenção: 8 mg/kg 1x/dia
Vancomicina: 10 mg/kg/dose
Meningite: 15 mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 14 18
> 14 12
30 a 36 0 a 14 12
> 14 8
37 a 44 0a7 12
>7 8
≥ 45 Todas 6
Linezolida: 10mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0a7 12
>7 8
30 a 34 0a7 12
>7 8
≥ 35 Todas 8
87
Amicacina
IG corrigida Idade pós-natal Dose Intervalo entre as doses
(semanas) (dias) mg/kg (horas)
≤ 29* 0a7 18 48
8 a 28 15 36
≥ 29 15 24
30 a 34 0a7 18 36
≥8 15 24
≥ 35 todas 15 24
* Usar esta dose em RNs com asfixia grave, PCA ou uso de indometacina
Nível sérico terapêutico: Pico =20-30 mcg/ml e Vale= 2-5 mcg/ml
Gentamicina ou Tobramicina
IG corrigida Idade pós-natal Dose Intervalo entre as doses
(semanas) (dias) mg/kg (horas)
≤ 29* 0a7 5 48
8 a 28 4 36
≥ 29 4 24
30 a 34 0a7 4,5 36
≥8 4 24
≥ 35 Todas 4 24
*Usar esta dose em RNs com asfixia grave, PCA ou uso de indometacina
Nível sérico terapêutico: Pico =5-12 mcg/ml e Vale= 0,5-1,0 mcg/ml
Tobramicina= mesmas doses e intervalos da Gentamicina
Metronidazol
Dose de Ataque: 15mg/kg/dose
Dose de Manutenção: 7,5 mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 28 48
> 28 24
30 a 36 0 a 14 24
> 14 12
37 a 44 0a7 24
>7 12
≥ 45 Todas 8
88
Polimixina B
Dose: 15.000-25.000 UI/kg/dia a cada 12 h
Só a partir de 45 semanas de IG corrigida
RN com função renal normal podem receber até 40.0000 UI/kg/dia sem efeitos
adversos
Ciprofloxacina
IG corrigida Dose mg/kg/dia Intervalo entre as doses (horas)
(semanas)
30 a 34 10-20 24
≥ 35 semanas 20-30 12
Vide potenciais indicações da Ciprofloxacina em Pediatria
ANTIFÚNGICOS
Fluconazol
Candidemia e candidíase disseminada:
Dose de ataque: 25mg/kg/dose
Dose de manutenção: 12 mg/kg/dose
Candidíase Orofaríngea: 6mg/kg no primeiro dia e 3mg/kg/dia após
ITU fúngica: cistite 3 mg/kg/dia, pielonefrite 3-6mg/kg/dia
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 14 72
> 14 48
30 a 36 0 a 14 48
> 14 24
37 a 44 0a7 48
>7 24
≥ 45 Todas 24
Fluconazol Profilático
Todos os RNs com IG ≤ 27 semanas ou peso de nascimento < 1000g
Fluconazol 3mg/kg/dia 2 vezes por semana
Início no primeiro dia de vida ou no máximo com 72 horas de vida
Após primeira dose, adequar à rotina da unidade: administração às
terças e sextas-feiras
Suspender quando não necessitar mais de acesso venoso central, considerar
suspensão quando uso > 6 semanas
Na suspeita infecção por Candida (escape da profilaxia) iniciar tratamento com
Anfotericina B ou Micafungina, esta última apenas se LCR realizado e sem
evidência de meningite
89
Micafungina: 10-12mg/kg/dose 1x/dia
É a única Equinocandina liberada para recém nascidos
ANTIVIRAIS
Aciclovir: 20mg/kg/dose
IG corrigida (semanas) Idade pós-natal (dias) Intervalo entre as doses (horas)
≤ 29 0 a 28 24
> 28 12
30 a 36 0 a 14 24
> 14 12
≥ 37 Todas 8
Nevirapina
Apenas para Recém nascidos de mães que não receberam antirretroviral na gestação,
com idade gestacional ≥ 35 semanas e possibilidade de receber a medicação por via
oral ou enteral
Peso de Nascimento Dose Intervalo entre as doses
1,5-2kg 8 mg=0,8 ml da solução 1a dose nas primeiras
> 2kg 12 mg=1,2 ml da solução 48h de vida
2a dose 48h após a
primeira dose
3a dose 96h após a
segunda dose
Referências:
1. Young, Thomas E. Neofax®2009: A Manual of Drugs used in Neonatal Care.
22th ed. Healthcare. Thomson Reuters
2. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing,
Drug Administration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th
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3. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy
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11. Kaufman D, et al. Fluconazole prophylaxis against fungal colonization and
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13. Smith PB. Pharmacokinetics of an elevated dosage of micafungin in premature
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14. Bulas da Polimixina B (Bedfordpoly-B®), Ampicilina Sulbactam (Unasyn®)
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15. Ministério da Saúde, Nota Técnica 388/2012. Introdução da Nevirapina ao
esquema de quimioprofilaxia da transmissão do HIV para recém-nascidos de
mães vivendo com HIV/Aids que não receberam antirretrovirais na gestação.
Elaborado por Seila Prado- Departamento de Puericultura e Pediatria, Hospital das Clinicas da FMRP-USP.
91
SÍNDROMES CLÍNICAS PEDIÁTRICAS
92
Síndrome Patógenos Tratamento Alérgicos à Tempo de Falha
de escolha Penicilina Tratamento Terapêutica
Sinusite Amoxicilina em Azitromicina 5-7 dias após a Amoxicilina
Aguda dose habitual se: ou melhora dos Clavulanato em dose
*Quadros leves a Claritromi- sintomas (10-14 dobrada ou
S. pneumoniae moderados cina ou dias são suficien- Cefuroxima naqueles
H. influenzae *Idade > 2 anos Doxiciclina tes) em uso inicial de
M. catarrhalis *Não frequentar (esta última Azitromicina Amoxicilina dose
Vírus creche nas crianças > tratar por 5 dias habitual
isoladamente ou *Não ter usado 8 anos)
em coinfecção antibióticos nos Ceftriaxone e/ou
últimos 30 dias Quando não Clindamicina nas
Amoxicilina em se tratar de demais situações
dose dobrada hipersensibilid
SEM Clavulanato ade tipo I á
se: penicilina:
*Idade < 2 anos E Cefuroxima
frequentar creche
*Prevalência de
pneumo-coco
resistente na
comunidade
>10%
Amoxicilina em
Dose Dobrada
COM Clavulanato
se:
*Quadros severos
*Uso de
antibióticos nos
últimos 30 dias
Otite Média Amoxicilina em Crianças < 2 anos,
Aguda dose habitual se: quadros severos
*Não houve uso ou história de
de antibióticos OMA recorrente:
nos últimos 30 d. 10 dias
Amoxicilina em Quadro leve a
dose dobrada moderado:
SEM Clavulanato Crianças 2-5
se: anos: 7 dias
*Idade < 2 anos E Crianças ≥ 6 anos:
frequentar creche 5 -7 dias
Amoxicilina
Clavulanato dose
habitual se:
*Crianças
pequenas com
conjuntivite
purulenta bilateral
associada
Amoxicilina em
dose dobrada
COM Clavulanato
se:
*OMA recorrente
*Uso de
antibióticos nos
últimos 30 dias
93
Síndrome Patógenos Tratamento de escolha Tempo de
Tratamento
Mastoidite S. pneumoniae Ceftriaxone + Oxacilina ou 4 semanas
S. pyogenes Clindamicina (não usar se Fazer 7-10 dias EV e
S. aureus houver possibilidade de depois transicionar
H. influenzae acometimento do SNC) para VO com
P. aeruginosa e outros Em casos de mastoidite Amoxicilina
bacilos gram negativos crônica, onde há possibilidade Clavulanato ou
em caso de Otite Média de Pseudomonas substituir Cefuroxima para
Crônica ou Ceftriaxone por Ceftazidima completar o
imunodepressão tratamento
Epiglotite H. influenzae B (muito Ceftriaxone ou 7-10 dias
raro após vacinação) Cloranfenicol ou Cefuroxima
Hoje em dia pode
ocorrer secundária a um
quadro de IVAS, sendo
causada por
S.pneumoniae, S.
pyogenes, S. aureus ou
outras espécies de
Haemophilus
Infecção Streptococcus aeróbios Tratamento Ambulatorial: 7-10 dias
odontogênica e anaeróbios, Amoxicilina/Clavulanato ou
Fusobactérias , Clindamicina ou
Bacteroides, Prevotella Amoxicilina + Metronidazol
e Actinomyces Tratamento Hospitalar:
Amoxicilina/Clavulanato ou
Clindamicina ou
Penicilina Cristalina +
Metronidazol
Linfadenite S.pyogenes Tratamento Ambulatorial: 10 -14 dias
cervical S.aureus Cefalexina ou Clindamicina
Tratamento Hospitalar:
Aguda Cefalotina ou Oxacilina ou
(Adenite Clindamicina
Bacteriana Possível foco dentário: tratar
Aguda) como infecção odontogênica
94
CELULITES PERIORBITÁRIAS
95
INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR-COMUNITÁRIA E
HOSPITALAR
*Pneumonia afebril do lactente: lactentes entre 3 semanas e 3 meses, nascidos de parto normal.
96
Quadro Clínico: Tosse seca espástica, taquipnéia leve, estado geral preservado, estertoração com ou
sem sibilância e antecedente de conjuntivite neonatal. Rx com infiltrado intersticial bilateral e
hiperinsuflação e HMG com Eosinofilia
2.Tratamento Hospitalar da Pneumonia comunitária
Idade Antibiótico
Recém Nascidos - 2 Ampicilina ou Penicilina Cristalina
meses + Aminoglicosídeo
2 meses - 5 anos Penicilina Cristalina ou Ampicilina
Suspeita de S.aureus***: Oxacilina
> 5 anos Penicilina Cristalina
Suspeita de Pneumonia Atípica: Macrolídeos ou Doxiciclina
se > 8 anos
**Pneumonia Atípica: início abrupto de sintomas constitucionais, mal estar, mialgia, cefaleia e dor de
garganta e exantema. Tosse seca de evolução gradual. Dissociação clínico radiológica.
***Pneumonia por S. aureus: Toxemia, progressão rápida, presença de infecções de pele ou
osteoarticulares ou antecedente de influenza. Rx de tórax com múltiplos focos pneumônicos
bilateralmente, pneumatoceles e derrame pleural.
Tempo de Tratamento:
• 3-5 dias após a resolução dos sintomas. Em geral 7-10 dias são suficientes
• 14-21 dias na pneumonia estafilocócica
97
Tratamento das Pneumonia Atípicas
Via Oral:
Azitromicina 10mg/kg no 1o dia e após 5mg/kg por mais 4 dias
Alternativa: Eritromicina 40-50mg/kg/dia por 10-14 dias ou
Claritromicina 15mg/kg/dia por 10 dias
Crianças > 8 anos: Doxiciclina 2-4mg/kg/dia por 10-14 dias
Via EV:
Claritromicina 15mg/kg/dia por 10 dias
2. Coqueluche
Recomendações de 2014 DEVIT/SVS/MS
1a Escolha Azitromicina
Idade Posologia
< 6 meses 10mg/kg 1x/dia por 5 dias
≥ 6 meses 10mg/kg (máximo 500mg) no primeiro dia e após 5 mg/kg (máximo
250mg) 1x/dia por mais 4 dias
Adultos 500mg no primeiro dia e após 250mg 1x/dia por mais 4 dias
98
2a Escolha Claritromicina
Idade Posologia
< 1mês Não recomendado
1-24 meses ≤ 8kg 7,5mg/kg/dose de 12/12 h por 7 dias
> 8kg 62,5 mg/dose de 12/12 h por 7 dias
3-6 anos 125 mg/dose de 12/12 h por 7 dias
7-9 anos 187,5 mg/dose de 12/12 h por 7 dias
≥ 10 anos 250 mg/dose de 12/12 h por 7 dias
Adultos 500 mg/dose de 12/12 h por 7 dias
Eritromicina
Idade Posologia
< 1mês Não recomendado
1-24 meses 125 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias
2-8 anos 250 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias
> 8 anos 250-500 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias
Adultos 500 mg/dose de 6/6h por 7-14 dias
3. Tuberculose Pulmonar
Esquema básico de tratamento para crianças < 10 anos
<20kg 20-35kg 36-50kg >50kg Tempo de uso
Rifampicina 10mg/kg 300mg 450mg 600mg 6 meses
Isoniazida 10mg/kg 200mg 300mg 400mg 6 meses
Pirazinamida 35mg/kg 1g 1,5g 2g 2 meses
Apresentações:
- Rifampicina: 1cp=300mg ou solução 5ml/100mg
- Isoniazida: 1cp=100mg
- Pirazinamida: 1cp=500mg
- RIF + INH: Cápsula 300/200mg ou Comprimido 150/75mg
99
Esquema básico de tratamento para crianças > 10 anos e adolescentes
Regime Drogas Faixa de Dose Tempo
peso (meses)
2 RHZE 150/75/400/275 20-35kg 2 cp 2
RHZE comprimido em dose fixa
combinada 36-50kg 3 cp
> 50kg 4 cp
100
4. Pneumonia Hospitalar em Pediatria
Agentes etiológicos Antibioticoterapia Tempo de
Empirica tratamento
Pneumonia Hospitalar S.pneumoniae Amoxicilina 7 dias caso
até o 5o dia de H. influenzae Clavulanato ou o paciente
internação em Menos prováveis: S. Ceftriaxone apresente
pacientes sem história aureus sensível à boa
de internação nos Oxacilina, Bacilos evolução.
últimos 3 meses nem Gram negativos
fatores de risco para sensíveis (E.coli,
germes multi R K.pneumoniae)
Pneumonia Hospitalar Klebsiella Cefepime ou 7 dias se o
após o 5o dia de pneumoniae, E.coli, Ceftazidima paciente
internação em Serratia sp., apresentar
pacientes sem uso Enterobacter sp., Considerar boa
prévio de antibióticos Pseudomonas associação de evolução.
aeruginosa, Vancomicina em Se em 48
S.aureus resistente à pneumonias graves horas não
Oxacilina e risco de infecção houver
por S.aureus resposta
resistente à clínica
Oxacilina tratar como
abaixo
Pneumonia Hospitalar Klebsiella Meropenem + 7-10 dias se
o
após o 5 dia de pneumoniae resistente Amicacina o paciente
internação em (ESBL) apresentar
pacientes com uso Pseudomonas Associar boa
prévio de aeruginosa, Vancomicina em evolução.
a
Cefalosporinas de 3 ou S.aureus resistente à pneumonias graves Pseudomo-
4a geração Oxacilina e risco de infecção nas e
Acinetobacter sp. por S.aureus Acinetobac-
Stenotrophomonas resistente a ter tratar 14
maltophilia Oxacilina dias
S. aureus:
14-21 dias
Fatores de Risco para germes multi R: Presença de um ou mais dos seguintes:
• Hospitalização ≥ 5 dias
• Alta incidência de germes multirresistentes na unidade
• Imunodeprimidos
• Institucionalizados
101
TRATAMENTO DA ITU COMUNITÁRIA NA INFÂNCIA
Definições:
Infecção Urinária Baixa= Cistite:
Infecção limitada à bexiga
Infecção Urinária Alta=Pielonefrite
Infecção atinge o parênquima renal
Para fins de conduta terapêutica, qualquer episódio de ITU em recém nascidos e
lactentes abaixo de 2 anos, independente do sexo, deve ser considerado como ITU
alta, pois é muito difícil definir se a infecção está restrita a bexiga ou acomete o trato
urinário alto
Infecção Urinária Complicada:
Presença de alterações estruturais ou funcionais do trato urinário: malformações,
refluxo vesico ureteral, urolitíase, distúrbios miccionais ou bexiga neurogênica. ITU
no recém nascido
Bacteriúria Assintomática:
Crescimento de bactérias, em contagem significativa, na urocultura de um
paciente sem sintomas urinários. NÃO DEVE SER TRATADA, exceto em caso de
pré operatório de cirurgia urológica com provável sangramento mucoso, pois além de
selecionar bactérias resistentes pode aumentar o risco de pielonefrite.
Tratamento Via Oral:
- Indicado para todos os casos de ITU Baixa.
- Casos de ITU alta em crianças e lactentes acima de 2 meses de idade que não
estejam toxemiados nem apresentando vômitos. Neste caso, oferecer a primeira
dose intra-hospitalar para testar a aceitação.
- Sequencialmente ao antibiótico EV após o paciente apresentar melhora clínica e
estiver afebril há pelo menos 24 horas.
Tratamento Via Parenteral:
- Idade < 2 meses
- Presença de toxemia e/ou urosepsis
- Vômitos ou impossibilidade de aceitação oral
Indicações de Internação:
- Idade < 2 meses
- Urosepsis ou bacteremia
- Imunocomprometidos
- Vômitos ou incapacidade de ingesta VO
- Intolerância á medicação por via oral
- Dificuldade de seguimento adequado
- Pais não confiáveis
- Falha no tratamento ambulatorial
Tempo de Tratamento:
- ITU Alta complicada, recém nascidos e lactentes < 6 meses: 10-14 dias
- ITU Alta não complicada: 7-10 dias
- ITU baixa na ausência de malformações: 5-7 dias
102
Tipo de Bactérias Tratamento Tempo de Comentários
Infecção Empírico tratamento
Não E.coli multissensível - Sulfametoxazol - 5-7 dias Optar por uma
Complicada em mais de 80% dos Trimetoprim droga de excreção
casos - Nitrofurantoína renal que atinja
Outros bacilos gram - Cefalexina altas concentrações
negativos (Klebsiella - Ácido Pipemídico no trato urinário
INFECÇÃO URINÁRIA
103
INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM
PEDIATRIA
104
Agente Isolado Antibiótico de Alternativa Tempo de
Escolha tratamento
S. aureus Oxa S Oxacilina 14-21 dias
S. aureus Oxa R Vancomicina 14-21 dias
Quando a cultura inicial for negativa, basear-se na evolução clínica para decidir
sobre a suspensão do tratamento
Outras Situações:
a) Infecções em Derivações Liquóricas:
Antibioticoterapia Empírica: Vancomicina + Cefepime ou Ceftazidima.
Considerar o uso de Meropenem em pacientes com internação prolongada e uso
recente de Cefalosporinas.
Nas infecções tardias, secundárias a foco abdominal pode-se utilizar
Vancomicina + Ceftriaxone, associando Metronidazol caso haja perfuração de alças
intestinais
Tempo de Tratamento e inserção da nova derivação:
Quando a derivação infectada foi completamente removida no início do
tratamento e foi instalada uma DVE temporária ver tabela abaixo.
Colher uma cultura de LCR durante a inserção do novo dispositivo e manter a
antibioticoterapia no pós operatório por 48-72 horas enquanto aguarda o resultado
desta cultura.
Após ter sido completado o tempo programado de tratamento, eventuais alterações
na glicose, proteína ou celularidade não devem atrasar a instalação do novo shunt.
Agente LCR inicial Cultura do 1o Inserção do novo
bioquímica e LCR após shunt
celularidade troca do
shunt
Estafilococos coagulase Normal Negativo No 3o dia após a
negativos e remoção
Propionibacterium acnes Alterado Negativo No 7o dia após a
remoção*
Alterado Positivo LCR negativo por
S. aureus Indiferente 10 d consecutivos*
105
Bacilos Gram Negativos Indiferente LCR negativo por
10-14 dias
consecutivos*
* Além de proteinorraquia < 200
Quando a derivação não foi removida, sendo apenas exteriorizada sua porção
distal, o novo shunt pode ser inserido após 3 culturas de LCR consecutivas
negativas ou 7-10 dias após a esterilização do LCR.
Além da negativação das culturas, recomenda-se que a proteinorraquia seja <
200mg/dL.
b) Abscesso Cerebral
Situação Predisponente Antibiótico de escolha
106
c) Empiema Subdural e Abscessos Epidurais
Agentes Antibioticoterapia Tempo de
empírica tratamento
Empiema Secundário a sinusite: Secundário a sinusite: 6 semanas
Subdural estreptococos, Ceftriaxone +
estafilococos e Metronidazol
anaeróbios
Pós neurocirurgia: Vancomicina +
S.aureus, bacilos gram Ceftazidima ou
negativos Cefepime
Abscesso S. aureus, Oxacilina + Ceftriaxone 6-8 semanas
Epidural Estreptococos e + Metronidazol.
Intracraniano anaeróbios
Abscesso S. aureus, S Oxacilina ou
Epidural epidermidis, P. Vancomicina +
Espinhal aeruginosa e Ceftazidima ou
Enterobactérias Cefepime
107
INFECÇÕES DE PELE E PARTES MOLES NA INFÂNCIA
Infecções de Pele Localizadas
Infecção Agentes Opções de Tratamento
Impetigo S. pyogenes Opções de Antibióticos Tópicos:
Crostoso S. aureus Sulfadiazina de Prata 1%
Ou ambos Mupirocina 2%
Ácido Fusídico 2%
Neomicina + Bacitracina
Impetigo S. aureus Retapamulina 1%
Bolhoso Aplicar 3 vezes ao dia por 7-10 dias após limpeza
local com água e sabão
Tratamento Sistêmico: Vide abaixo as indicações
de tratamento sistêmico
Cefalexina
Nos pacientes alérgicos à Penicilina:
Clindamicina ou Eritromicina
Quando não se ratar de Hipersensibilidade
Tipo I: Cefalexina
Tempo de Tratamento: 7 dias
Foliculite S. aureus Limpeza com água e sabão, 3 vezes ao dia seguido
de ATB tópico (ver opções acima)
Furunculose S. aureus Para pequenos furúnculos apenas calor local é
suficiente.
Furúnculos maiores e carbúnculos requerem incisão
para drenagem.
Tratamento Sistêmico quando necessário com as
mesmas drogas indicadas para impetigo
Tratamento Sistêmico na Suspeita de CA-MRSA:
Clindamicina, Eritromicina, Sulfametoxazol
Trimetoprim, Doxiciclina ou Minociclina
Ectima S. pyogenes Tratamento Sempre Sistêmico:
Penicilina Benzatina dose única ou Amoxicilina por
10 dias
Nos pacientes alérgicos: Clindamicina por 10 dias
Limpeza com água e sabão e remoção das crostas.
Indicações de tratamento sistêmico nas infecções de pele localizadas:
Falha do tratamento tópico
Infecções periorais, em pálpebras ou no couro cabeludo
Lesões múltiplas (mais de 5 ou 6 lesões)
Febre e/ou calafrios
Linfadenite regional dolorosa ou Linfangite
Celulite circunjacente
Imunossuprimidos
108
Infecções de Pele Difusas e Infecções de Partes Moles
109
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES NA INFÂNCIA
ARTRITE AGUDA
Idade Agentes Droga de Escolha Alternativa Tempo de
Trata-
mento
RN - 3 meses S.aureus Oxacilina + Gentamicina Risco de MRSA (ex: 3-3-4 semanas
S. agalactiae OU Oxacilina + RN internado em UTI
Bacilos Gram negativos Cefotaxima neonatal) substituir a
N.gonorrheae Oxacilina por
Vancomicina
3 meses - 3 anos S.aureus Oxacilina Clindamicina OU S.S. aureus:
S. pyogenes N. meningitidis: Cefalotina (a 3-3-4 semanas
Kingella kingae Penicilina Cristalina Clindamicina não K.K. kingae e S.
N. meningitidis provê cobertura para pyogenes:
K.kingae) 2-3-4 semanas
Crianças > 3 anos S.aureus Oxacilina Clindamicina OU N.
S. pyogenes Cefalotina N.meningitid
N. meningitidis is: 2 semanas
Em qualquer idade infecção por CA- Vancomicina (casos Clindamicina (casos 3-3-4 semanas
MRSA (cepas comunitárias de S. aureus graves, com infecção mais leves)
resistentes à Oxacilina). Quadro clínico de disseminada e sepse)
evolução rápida, pode cursar com sepse e
pneumonia, piomiosite e tromboflebite
séptica
Situações Especiais
Crianças< 2 anos ALEM DOS GERMES Oxacilina + Ceftriaxone Cefuroxima OU Artrite por H.
não vacinadas ou MAIS COMUNS Cloranfenicol influenzae B
imunodeprimidos TAMBÉM: e
em qualquer idade H. influenzae B S. S.pneumo-
S. pneumoniae niae: 2-3
semanas
Adolescentes N.gonorrhoeae Oxacilina + Ceftriaxone 7 dias
Doença Falciforme Salmonella sp. Oxacilina + Ceftriaxone 2-3 semanas
S. pneumoniae
Próteses S. aureus, Estafilococos Oxacilina ou Ajustar após 3-4 semanas
articulares coagulase negativos, Vancomicina + resultado das culturas
bacilos gram negativos Amicacina ou Cefepime
110
INFECÇÕES OSTEOARTICULARES NA INFÂNCIA
OSTEOMIELITE AGUDA
111
TRATAMENTO DAS DIARREIAS INFECCIOSAS NA INFÂNCIA
Antibióticos não devem ser usados rotineiramente, pois a grande maioria é de
etiologia viral e mesmo as de etiologia bacteriana são autolimitadas.
Tratamento Empírico:
Diarreia Aquosa – Não Invasiva:
• Tratamento não recomendado – quadros são virais e autolimitados
Diarreia Invasiva= início agudo de diarreia muco sanguinolenta com febre
• Febre baixa ou ausente: possível EHEC – não tratar
• Febre alta: Shigella, Campylobacter ou Salmonella esta última apenas em
situações específicas (VIDE QUADRO) pois o tratamento antimicrobiano não
reduz sintomas nem previne complicações além de prolongar a excreção fecal do
agente
Indicações de antibioticoterapia EV:
• Impossibilidade de ingesta
• Imunodeprimidos
• Toxemia intensa
• Sinais de bacteremia
• RNs e lactentes < 3 meses
Tratamento Específico:
112
E.coli Não recomendado --- ---
Produtora de (risco de SHU)
Shiga toxina
(EHEC)
113
Tratamento das Parasitoses em Pediatria
Parasita Primeira Escolha Alternativa Repetição
Ancilostomíase Mebendazol: 100mg de Albendazol: 400mg dose única 15-21 dias
12/12h por 3 dias
Ascaridíase Mebendazol: 100mg de Levamisol dose única: 30-60 dias
12/12h por 3 dias < 7 anos=80mg
Albendazol: 400mg dose única > 7 anos=150mg
Pamoato de Pirantel: 11mg/kg dose
única (Máximo 1g)
Ivermectina dose única:
15-24 kg: ½ cp (3mg)
25-35 kg: 1 cp (6mg)
36-50 kg: 1 e ½ cp (9mg)
51-65 kg: 2 cp (12mg)
66-79 kg: 2 e ½ cp (15mg)
Helmintos
>8 anos= 2g
Em jejum dividido em 2 tomadas com
intervalo de 1h entre elas
Neurocisticercose Albendazol: 15 mg/kg/dia de Praziquantel: 100mg/kg/d 8/8h no 1º dia
12/12h por 8-30 d (Máx e após 50mg/kg/d de 8/8h por mais 29
800mg/dia) dias
Esquistossomose Praziquantel dose única: Oxamniquine dose única:
Crianças=70mg/kg Crianças= 20mg/kg
Adultos=50-60 mg/kg Adultos=15mg/Kg (Máximo 1g)
Dividir em 2 tomadas com 1h após as refeições, dividido em 2
intervalo de 1 hora tomadas com intervalo de 1 hora
114
Amebíase Metronidazol: 50 mg/kg/dia de Secnidazol: 30mg/kg Dose Única 20 dias
Intestinal 8/8h por 10 dias (Máximo (Máximo 1g)
750mg/dose) Tinidazol 50mg/kg (Máximo 2g) por 2-3
dias
Giardíase Metronidazol: 15mg/kg/dia de Secnidazol: 30mg/kg em Dose Única Após 15-21 dias
8/8h por 5-7 dias (Máximo (Máximo 2g)
750mg/dia) Nitazoxanida: 7,5mg/kg/dose de 12/12 h
Tinidazol: 50mg/kg em Dose por 3 dias (Máximo 500mg/dose)
Única (Máximo 2g) Albendazol: 400mg/dia por 5 dias
Larva migrans cutânea Tiabendazol tópico: pomada 10 Quadros muito extensos ou refratários
ou 15%: aplicar 4-6 vezes ao ao tratamento tópico
Protozoários
115
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Capítulo Síndromes clínicas pediátricas elaborado por Seila Prado – Médica Assistente do
Departamento de Pediatria do Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
118
NEUTROPENIA FEBRIL EM PEDIATRIA
Definições:
NEUTROPENIA: Contagem total de neutrófilos periféricos < 500 céls/mm3 ou entre
500-1.000 céls/mm3com previsão de queda para < 500 céls/mm3 nas próximas 48
horas
Neutropenia profunda: Contagem total de neutrófilos periféricos <100 céls/mm3
Incidência:
Ocorre em cerca de 1/3 dos episódios neutropênicos em crianças submetidas a
quimioterapia, sendo mais comum naquelas com neoplasias hematológicas em relação
aquelas com tumores sólidos.
Na grande maioria das vezes, não há um foco infeccioso clinico ou
microbiologicamente documentado, caracterizando Febre de Origem Indeterminada
(FOI).
Nos 10-40% dos casos em que há infecção documentada, os principais sítios
são pulmão, pele e trato gastrointestinal, já bacteremia ocorre em 10-25% dos casos,
em geral relacionada a cateteres.
O risco de infecção relaciona-se tanto com o grau quanto com a duração da
neutropenia.
Agentes Etiológicos:
Bactérias Gram-positivas:
Estafilococos coagulase negativos
S. aureus
Estreptococos do grupo viridans
Enterococos
Pneumococo
S. pyogenes
Bactérias Gram-negativas:
Escherichia coli
Klebsiella pneumoniae
Enterobacter sp.
Pseudomonas aeruginosa
Acinetobacter sp.
Vírus
Vírus respiratórios
HSV e VZV
119
Os fungos raramente são causa de infecção no curso inicial da neutropenia. As
infecções por Candida sp ocorrem após uma semana e as por fungos filamentosos (ex.
Aspergillus sp) a partir da segunda semana de neutropenia.
Manejo do Paciente:
Anamnese:
Hora de inicio da febre
Sintomas associados de qualquer espécie (queixas respiratórias, gastrointestinais
etc). A presença de dor, mesmo que pouco intensa, deve sempre ser valorizada.
Presença de cateteres
Comorbidades e cirurgias recentes
A data e o tipo de QT recebida. Tal informação ajuda a prever a duração da
neutropenia e o risco de mucosite
Exame Físico:
Sinais vitais: FC, FR, PA, perfusão, saturação de O2
Avaliação minuciosa em busca do provável foco infeccioso. Não esquecer de
avaliar períneo, região periungueal, sítios de inserção/saída de cateteres,
orofaringe e gengivas. A presença de hiperemia mesmo leve não deve ser
ignorada, já que o sinais de inflamação são sutis nos paciente neutropênicos.
Avaliação Laboratorial inicial:
Hemograma Completo
Hemoculturas:
Colher SEMPRE antes do início do antibiótico
Número de Amostras:
Pacientes COM cateter: colher ao mesmo tempo uma amostra periférica e
uma amostra de cada lúmen do cateter, sendo essencial que o volume de
sangue seja o mesmo em todas as amostras. O objetivo é diferenciar uma
infecção relacionada a cateter de uma bacteremia proveniente de outro sítio.
Pacientes SEM cateter: colher consecutivamente duas amostras de sangue
periférico de punções diferentes
Volume por Amostra:
Até 10kg: 1ml/amostra
11-40kg: 3-5ml/amostra
> 40kg: 5-10ml/amostra
Urocultura
Culturas de outros locais suspeitos (ex: coprocultura, secreção peri-cateter...).
Ureia, Creatinina, Eletrólitos, Transaminases e Bilirrubinas
RX de Tórax apenas se houver sinais/sintomas respiratórios
Ultrassom e/ou CT de abdome quando houver dor abdominal sugestiva de
tiflite (ver apêndice)
CT crânio e LCR (quando possível) na presença de sintomas neurológicos
Proteína C Reativa não deve ser colhida nestes pacientes, pois seu valor
preditivo é controverso.
120
Avaliação de Risco em Neutropênicos Febris
IMPORTANTE!!!!
Pacientes neutropênicos sem febre, mas que apresentam sinais de
infecção como apatia e hipotensão, devem ser tratados como pacientes de alto
risco.
121
Antibioticoterapia Inicial:
MONOTERAPIA com Cefepime
Exceto nas situações descritas a seguir
A Vancomicina só deve ser adicionada em caso de:
Suspeita de infecção relacionada a cateter (ocorrência de calafrios ou tremores
durante infusão no cateter, presença de hiperemia ou secreção purulenta nos sítios
de inserção ou saída do mesmo)
Suspeita de infecção de pele e partes moles
Instabilidade Hemodinâmica ou outra evidencia de sepse grave
Pneumonia documentada radiologicamente
Hemocultura mostrando crescimento de coco gram positivo até a identificação e
antibiograma do agente
Importante: Mucosite grave não é indicação de Vancomicina, pois o Cefepime
oferece boa cobertura para os Estreptococos do grupo viridans
Outras variações no esquema antimicrobiano inicial:
Pacientes com quadro diarreico, dor abdominal ou outros sinais de enterocolite
neutropênica- tiflite ou aqueles com suspeita de infecção por anaeróbios (ex.
gengivite necrotizante ou celulite perianal): associar Metronidazol.
Pacientes clinicamente instáveis com uso recente (menos de 30 dias) de
Cefalosporinas substituir Cefepime por Meropenem
Pacientes clinicamente instáveis com hemocultura mostrando crescimento de
bacilo gram negativo: associar Aminoglicosídeo até o resultado definitivo da
mesma
Pacientes sabidamente colonizados ou que tenham tido infecção recente por
bactérias multirresistentes: Discutir caso com equipe da CCIH/CUCA.
Pacientes alérgicos a Penicilina geralmente toleram bem as Cefalosporinas, mas
em caso de hipersensibilidade Tipo I (urticária, angioedema, anafilaxia...) a opção
é Ciprofloxacina + Clindamicina.
Seguimento do Paciente:
Exame físico diário detalhado
Monitorar função renal, hepática e hemograma
Checar culturas diariamente
O tempo médio para defervescência da febre após o início do antibiótico é de
5 dias nos pacientes com neoplasias hematológicas e 2 dias naqueles com
tumores sólidos
Se a febre persistir apesar da antibioticoterapia empírica, novas hemoculturas
devem ser colhidas a cada 48 horas.
Modificações no esquema terapêutico após 2-4 dias de antibioticoterapia empírica
dependem se há uma infecção documentada ou é febre de origem indeterminada,
da resposta terapêutica e da presença de fatores de risco para infecção por fungos
filamentosos (ver estratificação de risco para infecção fúngica)
a) Infecção Documentada
Se um agente infeccioso é isolado na hemocultura, o antibiótico deve ser ajustado,
inclusive reduzindo o espectro quando indicado, assim que o paciente estiver
122
afebril, porém não retirar a cobertura para Pseudomonas enquanto o paciente
estiver neutropênico.
Observação: Ceftazidima, Cefepime, Piperacilina Tazobactan e Meropenem têm
ação contra Pseudomonas enquanto que os demais betalactâmicos não têm.
Diante de uma HMC positiva para coco gram positivo, associar Vancomicina até
o resultado definitivo da mesma
Caso haja pneumonia documentada: associar Vancomicina
Infecção relacionada a Cateter: ver capítulo específico
Casos particulares discutir com esquipe da CCIH/CUCA
O tempo de tratamento é definido de acordo com o agente isolado, o sítio de
infecção (ver tabela a seguir) e a duração da neutropenia. Manter a
antibioticoterapia pelo tempo indicado ou até neutrófilos ≥ 500mm3, o que ocorrer
por último.
123
Modificações do Esquema Terapêutico
Pacientes que... Conduta
- Mantenham-se febris e neutropênicos Manter o esquema terapêutico
- Sem evidência de localização do foco
infeccioso Iniciar rastreamento de infecção
- Resultados de culturas negativos E por fungo filamentoso em
- Estado geral preservado pacientes de alto risco
- Apresentem a qualquer momento deterioração Associar Vancomicina
clínica evidente na vigência de antibioticoterapia Considerar substituir o
Cefepime por Meropenem
Considerar cobertura para
Candida quando houver fatores
de risco
- Apresentem indícios de infecção por Gram- Associar Vancomicina
positivos
- Apresentem hemocultura positiva para bacilos Associar Amicacina
gram negativos ou indícios de infecção de pele
causada por Pseudomonas sp
Se Vancomicina foi incluída no esquema inicial, a mesma deve ser suspensa após
48-72 horas se não houver evidência clinica ou microbiológica de infecção por
gram positivo
IMPORTANTE!!!
Após a febre ter cessado com a antibioticoterapia empírica, a recorrência da
mesma deve ser avaliada como se fosse um novo episódio infeccioso com coleta
de novas culturas e realização de exames de imagem quando indicado.
124
125
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Study J Clin Oncol 28:2008-2014
Elaborado por Seila Prado – Médica Assistente do Departamento de Puericultura e Pediatria do HC-
FMRP-USP.
126
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO
127
ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM CIRURGIA
Esquemas profiláticos:
Repique Alternativa
Dose na durante a Dose no Doses sub- para
Esquema Antibiótico indução cirurgia repique sequentes pacientes
(EV) (EV) (EV) (EV) alérgicos
Observações:
1) Doses para pacientes adultos com funções renal e hepática normais.
2) Vancomicina, clindamicina, e aminoglicosídeos devem ser diluídos em SG5% e administrados gota a
gota em 30 minutos.
128
2) Neurocirurgia
a) Com abertura da dura-máter:
Duração<4h=esquema 5 por 24h
Duração>4h=esquema 5 por 48h
b) Sem abertura da dura-máter:
Esquema 1 por 24h
3) Cirurgia Proctológica
a) Herniorrafias: esquema 1 por 24h
b) Colostomias: esquema 7 por 24h
c) Reconstrução de trânsito intestinal: esquema 7 por 24h
d) Excisões de lesões trans-anais: esquema 7 por 48h
e) Hemorroidectomia complicada: esquema 7 por 24h
f) Plastias anais: esquema 7por 48h
g) Retossigmoidectomia anterior, colectomia segmentar, colectomia esquerda,
colectomia direita, ileotiflectomia: esquema 6 por 24h
h) Reconstrução de ileostomia e colostomia + fístula mucosa:
Sem contaminação: esquema 6 por 24h
Com contaminação: esquema 6 por 5 dias
4) Cirurgia Vascular
a) endarterectomia de artérias carótidas: esquema 1 por 24h
b) “Bypass” femuropoplíteo/femurodistal com veia: esquema 1 por 24h
c) Implante de catéteres e amputações de MMII: esquema 1 por 24h
d) Safenectomia interna com úlcera de MMII: esquema 1 por 24h
e) Desbridamento de MMII: esquema 1 por 72h
f) “Bypass” femuropoplíteo/femurodistal com prótese: esquema 7 por 24h
g) aneurismectomia de aorta, “bypass” aorto ilíaco/aortofemural: esquema 7 ou 8
por 72h
5) Cirurgia Digestiva
a) Hernioplastia inguinal, incisional: esquema 1 dose única
b) Hernioplastia hiatal, cardiomiotomia à Heller: esquema 1 dose única
c) Esofagectomias, esofagoplastias: esquema 8 por 24h
d) Intubação esofágica: esquema 1 por 24h
e) Gastrostomia, jejunostomia: esquema 1 por 24h
f) Gastrectomias: esquema 1 por 24h
g) Hepatectomias: esquema 1 por 24h
h) Desconexão ázigo-portal: esquema 1 por 24h
i) Colescistectomia (aberta ou via laparoscópica):
Cirurgia limpa: esquema 1 dose única
Cirurgia contaminada: esquema 1 por 24h
j) Derivação biliodigestiva percutânea ou endoscópica:
Com sucesso: esquema 1 dose única
Sem sucesso: esquema 1 no intraoperatório e continuação com
esquema 6 até 24h após a resolução cirúrgica definitiva
Derivação biliodigestiva pós intubação biliar percutânea ou endoscópica (ressecções
biliopancreáticas): esquema 6 por 24h
129
6) Cirurgia Plástica
Desbridamentos e enxertias: esquema 2 por 24h, seguido de cefuroxima VO por
5 a 7 dias. Nas cirurgias em mãos e face usar esquema 9 por 5 a 7 dias.
Cirurgias cosméticas e reparadoras: esquema 1 ou 2 por 5 a 7 dias.
7) Cirurgia Torácica
Esquema 8 por 7 dias (acrescentar 1,0g de cefalotina no perfusato da circulação
extracorpórea) ou esquema 2 por 48h (acrescentar 1,5g de cefuroxina no perfusato da
circulação extracorpórea).
Pacientes internados há mais de 72h, ou com internação em CTI e UCO usar
esquema 5 (acrescentar 1,0g de vancomicina no perfusato da circulação extracorpórea).
8) Cirurgia de Urgência
a) Cirurgia limpa com fatores de risco: esquema 1 dose única
Exemplo: Herniorrafia, colecistectomia, tromboembolectomia
b) Cirurgia potencialmente contaminada: esquema 1 ou 2 por 24h.
Exemplo: Apendicectomia
c) Contaminada: esquema 3 ou 6por 24h
Exemplo: Cirurgia de cólon
130
10) Cirurgia Otorrinolaringológica
TIPO DE CIRURGIA INTRAOPERATÓRIO PÓS-OPERATÓRIO
Tonsilectomias Palatinas ou Não utilizar Somente quando houver presença de
Faríngea secreção purulenta na tonsíla faríngea
131
ANTIBIÓTICOPROFILAXIA EM FRATURAS ORTOPÉDICAS
1) Fraturas fechadas:
B) Observações:
Doses para pacientes adultos com função renal e hepática normais.
A prescrição do antibiótico deve ser feita no dia anterior a cirurgia.
O antibiótico deve ser feito necessariamente na indução anestésica.
É necessário fazer antibiótico profilático, 30 minutos antes de ser feito o garrote.
As doses de antibiótico devem ser feitas EV e em bolus.
2) Fraturas expostas:
132
ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM CIRURGIA PEDIÁTRICA
CIRURGIA ANTIBIÓTICO DOSE NA REPIQUE DOSE DOSES ALTERNATIVA
INDUÇÃO DURANTE NO SUB-
CIRURGIA REPIQUE SEQUENTES
Postectomia NÃO ---- --- --- --- ---
Dilatações(1) NÃO ---- --- --- --- ---
Herniorrafias/O NÃO ---- --- --- --- ---
rquidopexia(2)
Cirurgia Cefuroxima 40mg/Kg 3/3h 30mg/Kg 12/12h
Intersexo(3)
Drenagem NÃO --- --- --- --- ---
torácica
Hernioplastia Cefazolina 40mg/Kg/d 3/3h 60mg/Kg/d 8/8h
Hiatal
Cirurgias Ampicilina+ Obs. 8 12/12h 50mg/kg/d 12/12h
neonatais Gentamicina 5mg/Kg/dia
torácicas(4)
Cirurgias Cefazolina 40mg/Kg/d 3/3h 60mg/Kg/d 8/8h Associar
biliares(5) Gentamicina
Cirurgias Metronidazol + 7,5mg/Kg/ 4/4h A mesma 8/8h
abdominais(6) Gentamicina dose + 6/6h
5mg/Kg/dia
Cirurgias NÃO --- --- --- ---
cervicais(7)
Obs:
1) Procedimentos endoscópicos e anais.
2) Em pacientes prematuros, cardiopatas e com derivação ventrículo peritoneal
Cefazolina (60mg/Kg/dia) por 24 horas.
3) Manter esquema se ocorrer sondagem vesical prolongada.
4) As cirurgias neonatais abdominais seguem o mesmo esquema das cirurgias
5) abdominais.
6) Associa-se a gentamicina por causa das anastomoses intestinais.
7) Fístulas branquiais e cisto tireoglosso.
8) Utilizar as doses de acordo com a idade de vida.
Profilaxia em Cirurgia foi elaborado por Dra. Letícia Melo, Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
133
Profilaxia em Situações clínicas
Profilaxia de Doença Falciforme: Iniciar aos 3 Penicilina Benzatina: A cada Amoxicilina 20mg/kg/dia 1x/dia
infecção meses de idade e manter até os 5 anos 21 dias Em casos de alergia à Penicilina:
pneumocócica em de idade até 10kg: 300.000UI Eritromicina 20mg/kg/dose VO de
de 10 a 25kg: 600.000UI 12/12h
esplenectomia,
Esplenectomia: Iniciar imediatamente ≥25kg: 1.200.000UI
asplenia ou doença após a cirurgia Penicilina V: Diariamente
falciforme Manter por 3 anos após a <15kg: 125mg de 12/12h
esplenectomia ou até a idade de 5 de 15 a 25kg: 250mg de 12/12h
anos ≥25 kg: 500mg de 12/12h
Oftalmia neonatal Nitrato de prata a 1% ou As crianças nascidas de mães com doença gonocócica não tratada devem
Aplicar na primeira Colírio de eritromicina a 0,5% ou receber Ceftriaxona 25 a 30 mg/kg ou Cefotaxima 100 mg/kg, dose única
hora após o Colírio de Tetraciclina a 1%. IM, além da profilaxia local
nascimento
Doença Profilaxia de doenças bacterianas SMX/TMP 5mg/kg/dia de TMP de 12/12h diariamente pelo resto da vida.
Granulomatosa invasivas: (Máximo 320mg/dia)
Crônica Alérgicos à Sulfa: TMP como único agente ou Cefalosporinas de 1ª
geração.
134
alta dose de corticoides
Leucemia Linfóide Aguda
Após TMO Autólogo ou Alogênico (por 6 meses após o transplante ou mais de 6 meses
caso haja manutenção do uso de imunossupressores ou GVHD)
Receptores de Tx de órgãos sólidos em uso de medicações anti rejeição
Tratamento com análogos da purina (Fludarabina) ou outro agente depletor de células T
Uso concomitante de Temozolomida e radioterapia
Uso de Alemtuzumab (anticorpo monoclonal anti CD52)
Desnutrição grave, especialmente proteica
Situação Indicação Droga e Dose
Coqueluche Crianças < 1 ano que tenham tido contato íntimo com um caso de coqueluche Azitromicina:
independente da situação vacinal < 6 meses: 10mg/kg
Crianças entre 1-7 anos não vacinadas ou com vacinação incompleta (menos de 4 doses) 1x/dia por 5 dias
que tenham tido contato íntimo com um caso de coqueluche ≥ 6 meses: 10mg/kg
Comunicantes adultos que trabalhem em profissões que envolvam o contato direto e (máximo 500mg) no
frequente com menores de 1 ano ou imunodeprimidos (estes devem ser afastados de suas primeiro dia e após 5
atividades, por 5 dias após o início do uso do antimicrobiano), mg/kg (máximo
Comunicantes adultos que residam com crianças < 1 ano de idade 250mg) 1x/dia por
Comunicantes que são imunodeprimidos mais 4 dias
ALTERNATIVA:
outros Macrolídeos
ou SMX-TMP (ver
doses em texto
próprio)
135
Profilaxia da Endocardite Bacteriana
136
PROFILAXIA DA FEBRE REUMÁTICA
• Profilaxia secundária:
– Penicilina Benzatina:
• > 27 kg: 1.200.000 U
• ≤ 27 kg: 600.000 U
• a cada 3 a 4 semanas
– Penicilina V:
• < 25 kg: 125mg de 12/12h
• > 25 kg: 250 mg de 12/12h
– Sulfadiazina:
• > 25 kg: 1 g dose única diária
• < 25 kg: 500 mg dose única diária
– Eritromicina:
• Crianças 250mg VO de 12/12h
• Adultos 500mg VO de 12/12h
Categoria Duração
Período de 5 anos após o ultimo episódio, ou
Febre Reumática sem cardite
até a idade de 21 anos, o que for maior
Febre Reumática com
Período de 10 anos após o ultimo episódio,
cardite e sem sequela
ou até a idade de 21 anos, o que for maior
(doença valvar)
Febre Reumática com Período mínimo de 10 anos do último
cardite e com doença valvar episódio, estendendo-se até os 40 anos de
permanente idade. Às vezes, por toda a vida.
Elaborado por Seila Prado, Dep de Puericultura e Pediatria HC FMRP-USP.
137
INDICAÇÕES DE ANTIMICROBIANO PARA BACTERIÚRIA
ASSINTOMÁTICA ANTES DA REALIZAÇÃO DE EXAMES DIAGNÓSTICOS
Definições:
Bacteriúria: é definida apenas por urocultura. A descrição de bacteriúria em
exame de urina rotina, a presença de piúria ou alterações de cor ou odor na urina não
são indicativos de bacteriúria.
Bacteriúria é definida por:
Para pacientes não sondados (urina de jato médio) a quantificação que define
bacteriúria é:
5
o Para mulheres: 2 amostras com quantidade ≥ 10 UFC
5
o Para homens: 1 amostra com quantidade ≥ 10 UFC
Para pacientes sondados (sonda de alívio ou sonda de demora recém trocada):
quantidade ≥ 10² UFC
Caso não seja possível trocar a sonda de demora, a quantidade definida é ≥ 105
UFC
Punção supra púbica: qualquer contagem de germe gram negativo ou > 2.000
UFC se germes gram positivos
Para crianças incontinentes não é aceitável a coleta de urina por saco coletor
Desta forma, fica definido que a pesquisa de bacteriúria deve ser feita APENAS nas
seguintes situações:
a. Estudos urodinâmicos: será feita a pesquisa de bacteriúria para todos os
pacientes e tratamento antibiótico de todos os casos que apresentem urocultura
positiva.
b. Exames radiológicos contrastados:
Nesta situação, o risco de sangramento mucoso é maior quando é realizada
sondagem vesical em pacientes do sexo masculino com hipertrofia prostática. Este risco
é desprezível em pacientes do sexo feminino em qualquer idade, sexo masculino sem
hipertrofia de próstata e crianças de ambos os sexos. Nos casos em que é realizada
138
apenas a Uretrocistografia Retrógrada, os pacientes não requerem sondagem vesical,
logo não há risco de sangramento mucoso. Assim, fica definido conforme a tabela 1:
Tabela 1: Critérios para tratamento de bacteriúria assintomática nos procedimentos
urológicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto-SP
Paciente Uretrocistografia Uretrocistografia Cistoscopia Cistoscopia
Retrógrada Injetora e sem biópsia com biópsia
Miccional
Crianças de Não coletar urocultura Não coletar Colher
ambos os urocultura urocultura e
sexos tratar aqueles
com critérios
para
bacteriúria
Mulheres Não coletar urocultura Não coletar Colher
de qualquer urocultura urocultura e
idade tratar aqueles
com critérios
para
bacteriúria
Homens Não coletar urocultura Não coletar Colher
com menos urocultura urocultura e
de 50 anos tratar aqueles
de idade com critérios
para
bacteriúria
Homens Não coletar Colher urocultura Colher Colher
com mais de urocultura e tratar aqueles urocultura e urocultura e
50 anos de com critérios para tratar aqueles tratar aqueles
idade bacteriúria** com critérios com critérios
para para
bacteriúria bacteriúria
**Sondagem vesical
Para os casos com indicação de screening e profilaxia, a escolha do antibiótico
deverá ser baseada em uma urocultura colhida em no máximo 4 semanas antes do
procedimento.
O antibiótico de escolha para adultos é a CEFUROXIMA ou
NORFLOXACINA que DEVE SER INICIADA 48 HORAS ANTES DO
PROCEDIMENTO E SUSPENSO APÓS 24 HORAS.
Dose recomendada da Cefuroxima: 250mg/dose de 12/12 horas
Dose recomendada da Norfloxacina: 400mg/dose de 12/12 horas
Para crianças recomenda-se a Amoxicilina Clavulanato na dose de 40mg/kg/dia
de 8/8 horas pelo mesmo período de tempo
Caso a urocultura mostre crescimento de um germe resistente a Cefuroxima,
discutir o caso com a equipe da CUCA no ramal 2319 ou BIP 7112
c. Cistoscopia:
Só realizar screening e posterior profilaxia em homens acima de 50 anos
conforme descrito acima (ítem b).
Elaborado por Gilberto Gambero Gaspar, com a colaboração de Cinara Feliciano Silva e Seila Prado HC FMRP USP.
139
Profilaxia Antimicrobiana após Mordeduras de Animais
Animal Incidência de Bactérias mais envolvidas
infecção
Cão 15-20% Pasteurella multocida 25 a 50%
Estafilococos e estreptococos 40%
Capnocytophaga canimorsus
Anaeróbios* 50%
Gato Mais de 50% Pasteurella multocida 70 a 90%
Estafilococos e estreptococos 40%
Anaeróbios* 65%
Humana 15-20% Streptococos viridans 80%
S. aureus, S. pyogenes
Hemófilos
Eikenella corrodens
Anaeróbios* 60%
Répteis Enterobactérias e anaeróbios
e ofídios
Cada infecção pode apresentar em média 5 tipos de bactérias diferentes.
Observações:
Pasteurella multocida e Eikenella corrodens são resistentes à: Oxacilina,
Cefalosporinas de primeira geração, Clindamicina e Eritromicina mas são sensíveis a
Cefalosporinas de segunda e terceira geração, Fluorquinolonas e Sulfametoxazol-
Trimetoprim
*Anaeróbios= Bacteróides, Fusobacterium, Porphyromonas, Prevotella,
Proprionibacterium e Peptoestreptococcus. Em geral são produtores de Beta lactamases
e resistentes às penicilinas e cefalosporinas.
Indicação de Antibioticoprofilaxia:
- Lesões profundas moderadas ou graves, com edema e esmagamento
- Feridas puntiformes acometendo ossos, cartilagens, tendões ou articulações
- Mordeduras em face, mãos, pés ou genitais
- Indivíduos asplênicos, imunodeprimidos, diabéticos ou usuários crônicos de
corticoide independente do local ou gravidade da lesão.
- Mordeduras humanas independente do aspecto e da localização
Iniciar a antibioticoprofilaxia nas primeiras 8 horas após o acidente e manter por 3-5
dias.
Além da profilaxia com antibiótico são importantes: limpeza da lesão,
desbridamento cirúrgico quando necessário, avaliação da situação vacinal para tétano,
raiva e hepatite B, esta última apenas em caso de mordedura humana
Quando já houver sinais de infecção estabelecida no momento do atendimento
iniciar tratamento por 5-10 dias com as mesmas drogas recomendadas para profilaxia.
140
Opções de Antibióticos
Drogas e Doses:
Droga Dose para crianças Dose para adultos
Amoxicilina- 45-50 mg/kg/dia de 8/8h 500/125mg de 8/8h
Clavulanato
Ceftriaxona 100 mg/kg/dia de 12/12h 1g de 12/12h
Cefuroxima VO 20-30 mg/kg/dia de 12/12h VO 500 mg de 12/12h
EV 50 -100 mg/kg/dia de 8/8h EV 750 mg de 8/8h
Ciprofloxacina VO 20-30mg/kg/dia 12/12h VO 500mg de 12/12h
EV 10-20mg/kg/dia 12/12h EV 200-400mg de
12/12h
Clindamicina VO 15-30 mg/kg/dia de 6/6h VO 600mg de 6/6hEV
EV 15-30 mg/kg/dia de 8/8h 600-900mg de 8/8h
Cloranfenicol VO ou EV 50-100 mg/kg/dia de VO ou EV 500 mg- 1g
6/6h de 6/6h
Doxiciclina* 2-4 mg/kg/dia 100mg de 12/12h
Metronidazol 7,5mg/kg/dose de 6/6h 250-500mg de 6/6h
Sulfametoxazol- 40 SMX/ 8 mg/kg/dia de 12/12h 800/160mg de 12/12h
Trimetoprim
* Só pode ser utilizado a partir dos 8 anos de idade
141
Referências:
1. Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft-Tissue
Infections. Dennis L. Stevens, ET AL. Clinical Infectious Diseases 2005; 41:1373–
406
2. American Academy of Pediatrics In: Pickering LK, ed. Red Book Report of the
Committee on Infectious Committee on Infectious Diseases 29th ed.Elk Grove
Village, IL: American Academy of Pediatrics, 2012
3. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
4. Goldstein, EJC. Human Bites. In Feigin & Cherry’s Textbook of Pediatric
Infectious Diseases.6th ed. 2009. P. 3496-3502
5. Edwards, MS. Animal Bites. In Feigin & Cherry’s Textbook of Pediatric Infectious
Diseases.6th ed. 2009. P. 3502-3508
6. Goldstein, EJC. Bites. In Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of
Infectious Diseases 7th Ed. 2010. P.3911-3915
Elaborado por Seila Prado, Dep de Puericultura e Pediatria do Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
142
HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO – UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO
143
USO ENDOVENOSO DE ANTIMICROBIANOS - DOSES E MODO DE ADMINISTRAÇÃO
Volume de
Estabilidade Solução Tempo Dosagem
diluição -
Princípio Ativo Dose normal Reconstituição após para de Máxima
Acesso
Reconstituição Infusão Infusão Recomendada
Periférico
AMINOGLICOSÍDEOS
Amicacina
15mg/kg/dia ou 500mg - 30 -
500mg/2mL AMP - - SF/ SG 15mg/kg/dia
1,2 7,5mg 12/12h 100mL 60min
1-1,7mg/Kg 8/8h
Gentamicina AMP 30 a
1, 3 ou - - SF / SG 50 a 100 ml 5 mg/kg/dia
120min
3 a 5 mg/kg/dia
Tobramicina 1-1,7mg/Kg 8/8h
30 -
75mg/1,5mL AMP ou - - SF / SG 75mg - 50mL 5 mg/kg/dia
1,2,4,5 60min
3 a 5 mg/kg/dia
ANFENICÓIS
IV direto:
1min
Cloranfenicol 1g
2,5 500mg - 6/6h AD 10mL 24h TA SF / SG 50ml Infusão: 4g/dia
FR-AMP
15 -
30min
CARBAPENÊMICOS
Ertapenem 1g FR- 6h TA
1, 3 1g/dia AD 10mL SF 1g - 50mL ≥30 min 1g/dia
AMP 24h SR
Imipenem +
500mg a 1g 6/6h 4h TA 500mg -
Cilastina500mg - SF-SG 60 min 4g/dia
1,3 ou 1g 8/8h 24h SR 100mL
FR-AMP
IV direto:
Meropenem 8h TA - SF
1g - 8/8h Bolus ou 3 - 5min
500mg FR-AMP AD 10mL 3h TA – SG SF - SG 6 g/dia
1,3,5 SNC 2g - 8/8h 1g - 100mL Infusão:
15h - SR
60 min
CEFALOSPORINAS
Cefalotina1gFR- 1 a 2g - 6/6h ou 12h TA Bolus ou 1g- IV direto:
1,5 AD 10mL SF/ SG 12g/dia
AMP 4/4h 96h SR 100mL/30min 3 - 5min n
Cefazolina 1g FR- 1g - 8/8h a 12h TA Bolus ou IV direto:
1,2,5 AD 10mL SF/ SG 12g/dia
AMP 2g - 6/6h 24h SR 1g-100mL 5min
Cefepime 1g FR- 24h TA Bolus ou IV direto:
1,3,5 2g - 12/12h (8/8h) AD 10mL SF/ SG 6g/dia
AMP 7dias SR 1g-100mL 3 - 5 min
Bolus ou
Cefuroxima 750mg 24h TA IV direto:
1,2 750mg - 8/8h AD 6mL SF/ SG 1g-100mL 6g/dia
FR-AMP 72h SR 3 - 5min
(15-30min)
Cefotaxima 1g FR- 24h TA Bolus ou IV direto:
1,2 2g - 8/8h AD 10mL SF/ SG 12g/dia
AMP 7 dias SR 1-2g/100mL 3 - 5min
Ceftazidima 1g FR- Bolus ou 1g- IV direto:
1,3,5 1 a 2g - 8/8h AD 10mL 24h TA SF/ SG 6g/dia
AMP 50mL 3 - 5min
1g a 2g - 12/12h
Ceftriaxona 1g FR- 6h TA Bolus ou 1g- IV direto:
1,3,5 AD 10mL SF/ SG 4g/dia
AMP 24h SR 2g/100mL 3 - 5min
GLICILCICLINAS
50 a 100mg -
12/12h
50mg - 100mL
Tigeciclina 50mg (dose de ataque- 30 -
1,2,5 SF 5,3mL 6h TA SF - SG 100mg - -
FR-AMP 100mg) 60min
100mL
144
GLICOPEPTÍDEOS
6-12mg/Kg 12/12h
Teicoplanina
nos 3 dias iniciais. IV direto:
400mg FR-AMP AD 3mL 24h SR SF - SG Infusão: 30min 12mg/kg/dia
1,2,4,5 Continuar com 3 - 5min
3 a 12 mg/Kg/dia
1g - 12/12h ou 8/8h
Vancomicina 24h TA 500mg - 30mg/kg (8/8h
1,2 (15mg/Kg/dose AD 10mL SF - SG ≥60min
500mg FR-AMP 14 dias SR 100mL ou 12/12h)
12/12h)
LINCOSAMINAS
Clindamicina
300 a 600mg - 8/8h 16 dias TA 600mg - 30 a 60
600mg/4mL AMP - SF / SG 2700 mg/dia
1, 3 (6/6h) 32 dias SR 100mL min
MACROLÍDEOS
Claritromicina 24h TA
5 500mg 12/12h AD 10mL SF/ SG 500mg-250mL > 60min 1g/dia
500mg FR-AMP 48h SR
NITROIMIDAZÓLICOS
Metronidazol
500mg - 8/8h ou 30 a
500mg/100mL - - - - 4 g/dia
1,3 6/6h 60min
Bolsa
OXAZOLIDINONAS
Linezolida
30 a
600mg/300mL 600mg - 12/12h - - - - 1200 mg/dia
1,2,3,5 120min
Bolsa
PENICILINAS
Amoxicilina - AD Bolus ou
IV direto:
Clavulanato 1g / 500 mg a 1g - 8/8h 500mg - 10mL 4h TA SF infusão (30 a -
1,5 3 - 5min
500mg FR-AMP 1g - 20mL 40 min)
500 mg-
Bolus (500mg)
Ampicilina500mg 500mg a 2g - 6/6h bolus;
1,2,5 AD 3mL 8h TA SF ou infusão 12g/dia
FR-AMP ou 4/4h 1g a 2g-
rápida
15min
Ampicilina 2,0 g +
Sulbactam 1,0 g
1,3 AD 6,4 mL IV
FR-AMP 3g a 12g/dia Infusão: 15-
1hTA SF-SG direto:10 8 g + 4 g/ dia
Ampicilina 1,0 g + (6/6h-8/8h) 30min
AD 3,2 mL -15min
Sulbactam0,5 g
1
FR-AMP
Benzilpenicilina 4 a 24 milhões
24h TA 5.000.000UI - 30 -
5.000.000UI FR- UI/dia (4/4h ou AD 10mL SF - SG 24 milhões UI/dia
1,2,5 7 dias SR 100mL 60min
AMP 6/6h)
Oxacilina 500mg 4g a 12g/dia - 6/6h Infusão: 1-2g/ IV direto:
1,3,5 AD 5mL 3 dias TA SF - SG 12 g/dia
FR-AMP (4/4h) 100mL 10min
Piperacilina 4g + Infusão:
4/0,5g/dose - 8/8h 24h TA IV direto:
Tazobactam 0,5g AD 20 mL SF - SG 4,5g/50- 16+2g/dia
1,2,3,5 (6/6h) 48h SR 3 - 5min
FR-AMP 150mL- 30min
POLIMIXINAS
1.000.000UI a
Colistina
2.000.000UI/dose 1 a 2 milhões Acima 60Kg -
1.000.000UI FR- - - SF / SG ≥30min
1,2,5 (8/8h) UI em 100mL 6.000.000UI/dia
AMP
500.000UI –
300mL a
Polimixina B 15 a 25 mil
2h TA 500ml
500.000UI FR-AMP UI/Kg/dia (8/8h ou AD 10mL SF - SG ≥60 min 2.000.000UI/ dia
1,3 72h SR
12/12h)
145
QUINOLONAS
Ciprofloxacino
200mg-400mg -
200mg/100mL - - - - 60min 1200mg/dia
1 12/12h ou 8/8h
Bolsa
Levofloxacino
60min- 90
500mg/100 mL 250 a 750mg/dia - - - - 750 mg/dia
1,3 min
Bolsa
SULFONAMIDAS
2,5 a 5mg/Kg de 1amp - 125mL
Sulfametoxazol
trimetoprim 2amp - 250mL
400 mg + 60 - Trimetoprim
12/12h a 6/6h (2 - - SG 3amp - 500mL
Trimetoprima 80 90min 20 mg/kg/dia
1,3,5 amp 12/12h a Para restrição
mg/ 5mL AMP
4amp 6/6h) 1amp - 75mL
ANTIVIRAIS
Volume de
Estabilidade Solução Tempo Dosagem
diluição -
Princípio Ativo Dose normal Reconstituição após para de Máxima
Acesso
Reconstituição Infusão Infusão Recomendada
Periférico
500mg -
Aciclovir 250mg 5 a 10mg/kg/dose
1,2 AD 10mL 12h TA SF/ SG 100mL > 60min -
FR-AMP (8/8h)
1g-200mL
5mg/Kg/dose -
Ganciclovir
12/12h 5mg/Kg/dose -
100mg, 250mg e - - SF/SG - ≥60min
1,5 Manutenção- 12/12h
500mg Bolsa
5mg/kg/dia
ANTIFÚNGICOS
Volume de
Estabilidade Solução Tempo Dosagem
diluição -
Princípio Ativo Dose normal Reconstituição após para de Máxima
Acesso
Reconstituição Infusão Infusão Recomendada
Periférico
ANFOTERICINA B
Anfotericina B
lipossomal 50mg 1,0 a 3,0mg/kg/ dia AD 12mL 6h TA SG 50mg - 100mL 60 min -
1,2
FR-AMP
Dose <
50mg - 500mL
30mg: Obs- teste de
Anfoterina B 50mg (Fazer em y
1,2 0,7 a 1,0mg/kg/dia 4 a 6h; tolerância inicial:
FR-AMP AD 10mL 24h TA SG soro com
(max 50mg/dia) Dose ≥ 1 a 5mg/100Ml
desoxicolato heparina e
30mg: de SG/EV/2hs
dipirona)*
6-8h
EQUINOCANDINAS
Caspofungina 1a dose - 70mg 50mg - 100ml
1 AD 10,5mL 24h TA SF 60min -
50mg FR-AMP após 50mg/dia 70mg - 200mL
Micafungina 50mg
100mg -
e 100mg FR-AMP 100 - 150mg/dia SF - 5mL 24h TA SF - SG 60min -
1,5 100mL
TRIAZÓLICOS
Fluconazol 200mg
1,3 3 a 12mg/kg/dia ou 200mg -
100 mL Bolsa - - - - 12 mg/kg/dia
2 a 6mg/Kg 12/12h 30min
146
Ataque 6mg/kg
Voriconazol 12/12h (1ºdia) 200mg -
2,5 AD 19mL 24h SR SF - SG 60min 600mg/dia
200mg FR-AMP Manutenção 3 a 4 100mL
mg/kg de 12/12h
SR= sob refrigeração
TA – temp. ambiente
AMP = ampola
FR-AMP= frasco-ampola
* Para administrar Anfotericina B 50mg FR-AMP (convencional) em acesso periférico, deve-se preparar
também uma solução de 500mL de SG 5% com 1g de Dipirona + 1250UI de Heparina EV e infundir em Y
juntamente com a Anfotericina B (para reduzir efeitos adversos imediatos e tromboflebite local).
- Referências Bibliográficas:
1 - Healthcare Series Micromedex.USA.2014
2 - Up to Date on line
3 - Trissel L.A Handbook on Injetable Drugs.32º ed. Bethesda: American Society of Health-System
Pharmacists; 1998.
4 Brayfield A (ed), Martindale: The Complete Drug Reference. [online] London: Pharmaceutical Press
<http://www.medicinescomplete.com/>.
5 - Bulas dos medicamentos.
6 -Manual de Antimicrobianos - CUCA -HCRP - FMRP/USP, 2012-2013.
7- Tavares Walter Manual de Antibióticos e Quimioterápicos Antiinfecciosos 2aedição Atheneu, 1986
8- Mandell, Bennett,Dolin Principies andPracticeofInfectiousDiseases4th ed Churchill Livingstone, 1995
- Elaborado por:
Márcia Sanches - Farmacêutica UE Hospital das Clinicas da FMRP USP
Mariana Giardini - Farmacêutica UE Hospital das Clinicas da FMRP USP
Dr. Wilson Lovato - Supervisor Equipe Médica CTI Adulto UE Hospital das Clinicas da FMRP USP
-Colaboração: Giovana M. Araujo Badran – Farmacêutica HC-CAMPUS
- Revisado:
Comissão de Uso e Controle de Antimicrobianos em 08/2014
147
AJUSTES DAS DOSES DOS ANTIMICROBIANOS SUGERIDOS PARA
PACIENTES ADULTOS COM INSUFICIÊNCIA RENAL, CONFORME
VALOR DO CLEARANCE DE CREATININA.
CORREÇÃO
CLEARANCE CLEARANCE CLEARANCE APÓS
ANTIMICROBIANO DOSE NORMAL
50 - 80 10 -50 < 10 HEMODIALISE
(HD)
±10mg/Kg/dose – Não Corrigir
ACICLOVIR (EV) 12/12h ou 24/24h 5mg/Kg – 24/24h 5mg/Kg após HD
8/8h (NC)
ACICLOVIR (VO) 200 a 800mg 5x/dia NC 5x/dia ou 8/8h 200mg - 12/12h 400mg após HD
7,5mg/kg/dose – 3,7mg/Kg após
AMICACINA NC 7,5mg/Kg 24/24h 7,5mg/Kg 48/48h
12/12h HD
AMOXICILINA-
0,5 a 1g – 8/8h NC 0,5 a 1g – 12/12h 0,5 a 1g – 24/24h 1g após HD
CLAVULANATO
1g – 12/12 ou
AMPICILINA 1 a 2g – 6/6h NC 1 a 2g – 6/6h a 12/12h 1g após HD
24/24h
AMPICILINA-
2g/1g – 6/6h NC 2g/1g - 8/8h a 12/12h 2g/1g – 24/24h 2g/1g após HD
SUBACTAM
1ª dose = 200mg, e
ANIDULAFUNGINA² NC NC NC --
após 100mg/dia.
ANFOTERICINA B²
(FORMULAÇÃO 1 a 3mg/Kg/dia NC NC NC --
LIPOSSOMAL)
0,7 a 1mg/kg/dia.
ANFOTERICINA B² (Não ultrapassar NC NC NC --
(FORMUL. DESOXICOLATO)
50mg - dose diária)
AZTREONAM 2g – 8/8h NC 2g - 12/12h 2g – 24/24h 0,5g após HD
1ª dose= 70mg, e
CASPOFUNGINA² NC NC NC --
após 50mg/dia.
CEFALEXINA 500mg – 6/6h NC 500mg – 12/12h 250mg -12/12h 500mg após HD
CEFALOTINA 1-2 g – 4/4 ou 6/6h NC 500mg -6/6h 500mg 8/8h 500mg após HD
CEFAZOLINA 1g – 8/8h NC 0,5 a 1g – 12/12h 0,5 a 1g 24/24h 0,5 a 1g após HD
CEFEPIME 2g 8/8 ou 12/12h NC 2g – 12/12 ou 24/24h 1g – 24/24h 1g após HD
CEFOTAXIMA 2g – 8/8h NC 2g – 12/12h 2g – 24/24h 1g após HD
CEFTAZIDIMA 2g -8/8h 2g – 12/12h 2g – 24/24h 0,5 a 1g – 24/24h 1g após HD
CEFTRIAXONA 1 a 2g – 12/12h NC NC NC --
CEFUROXIMA (EV) 750mg - 8/8h NC 750mg – 8/8 a 12/12h 750mg – 24/24h 750mg após HD
CEFUROXIMA (V0) 250mg – 8/8h NC 250mg – 8/8h a 12/12h 250mg – 24/24h 250mg após HD
200mg 12/12h(após
CETOCONAZOL NC NC NC --
almoço/jantar)
5mg/Kg/dose –
CIDOFOVIR NC Avaliar risco/benefício
7/7 dias
CIPROFLOXACINO 200 a 600mg –
NC 200mg 12/12h 200mg 24/24h 200mg após HD
(EV) 12/12h
CIPROFLOXACINO 250 a 750mg –
NC 250mg 12/12h 250mg 24/24h 250mg após HD
(VO) 12/12h
500mg – 12/12h a
CLARITROMICINA 500mg – 12/12h NC 500mg 24/24h 500mg após HD
24/24h
--
CLINDAMICINA 600 a 900mg – 8/8h NC NC NC
148
CORREÇÃO
CLEARANCE CLEARANCE CLEARANCE APÓS
ANTIMICROBIANO DOSE NORMAL
50 - 80 10 -50 < 10 HEMODIALISE
(HD)
Se dose < 6h antes
0,5g – 24/24h
ERTAPENEM 1g – 24/24h NC 0,5g – 24/24h HD, 250mg após
p/ Clcreat < 30
HD
50 a 100% da dose 25 a 50% da dose
ETAMBUTOL¹ 550 a 1100mg/dia NC --
diária diária
10 a 15mg/Kg/dia Dose diária: a cd Dose diária:
ESTREPTOMICINA NC --
(máx: 1g/d) 48/48 ou 72/72h 72/72h ou 96/96h
500mg – 12/12h a
FAMCICLOVIR 500mg – 8/8h NC 250mg – 24/24h 250mg após HD
24/24h
1 a 1,5g – 48/48h 1 a 1,5g - após
FLUCITOSINA 4 a 6g/dia – 6/6h 1g – 6/6h 1g – 12/12h a 24/24h
(evitar uso) HD
200 a 800mg - 100 a 200 mg – Mesma dose após
FLUCONAZOL NC 100 a 400mg – 24/24h
24/24h 24/24h HD
FOSFOMICINA
3g – Dose única NC NC NC --
TROMETAMOL (£)
5mg/Kg/dose – 1,5 a 2,5mg/Kg/dose – 1,5mg/Kg/dose – 1,5mg/Kg/dose
GANCICLOVIR NC
12/12h 24/24h 3x/semana após HD
1 a 2mg/Kg/dose – 1,0 a 2 mg/Kg/dose – 1,0 a 2mg/Kg – 1,7 a 2 mg/Kg
GENTAMICINA NC
8/8h 24/24h 48/48h após HD
IMIPENEM/ 500mg -6/6h a 500mg – 12/12h 250 a 500mg –
NC 250mg após HD
CILASTATINA 1g de 8/8h a 1g – 12/12h 12/12h
100 a 600mg – dia, 100 a 400mg –
ITRACONAZOL (VO) NC NC --
após as refeições. 24/24h
75 a 100% da dose
ISONIAZIDA¹ 150 a 400mg/dia NC 50% da dose diária --
diária
250 a 750mg – 250 a 500mg –
LEVOFLOXACINO NC 250 a 500mg – 24/24h --
24/24h 48/48h
LINEZOLIDA
600mg – 12/12h NC NC NC --
(VO ou EV)
500mg a 1g –
MEROPENEM 1 a 2g – 8/8h NC 1 a 2g – 12/12h 500mg após HD
24/24h
7,5mg/Kg/dose –
METRONIDAZOL NC NC 3,7mg/Kg – 12/12h --
6/6 ou 8/8h
149
CORREÇÃO
CLEARANCE CLEARANCE CLEARANCE APÓS
ANTIMICROBIANO DOSE NORMAL
50 - 80 10 -50 < 10 HEMODIALISE
(HD)
75 a 100 mg/kg/dia
SULFADIAZINA NC 50% dose diária 25% dose diária --
– 6/6h
SULFAMETOXAZOL – 2,5 a 5 mg/kg de 2,5 a 5 mg/kg 2,5 a 5 mg/kg
2,5 a 5 mg/kg (TMP) – 2,5 a 5 mg/kg
TRIMETOPRIM TMP – 12/12h a (TMP) -8/8h a (TMP) – 24/24h
12/12h a 24/24h (TMP) após HD
(SMX-TMP) 6/6h 12/12h (evitar uso)
6 a 10mg/Kg/dose –
TEICOPLANINA5 NC 6mg/Kg – 48/48h 6mg/Kg – 72/72h --
24/24 horas
50 a 100mg –
TIGECICLINA NC NC NC --
12/12h
1 a 2mg/Kg/dose – 1,0 a 2mg/Kg/dose – 1,0 a 2mg/Kg/dose – 1,7 a 2 mg/Kg
TOBRAMICINA NC
8/8h 24/24h 48/48h após HD
1g – 24/24h
VANCOMICINA 1g – 12/12h NC 1g – 4/4d a 7/7d --
a 4/4dias
200 (400-1ºdia) mg
VORICONAZOL²(VO) NC NC NC --
de 12/12h
4mg (6mg-1ºdia)/ Evitar uso em pacientes com
VORICONAZOL² (EV) NC --
Kg/ dose, de 12/12h Clcreat < 30ml/min.
Legenda:
NC = Não corrigir ou sem necessidade de correção da dose.
h= hora(s); d= dia(s); HD= hemodiálise.
¹ = Medicamentos utilizados no tratamento da Tuberculose. Para a utilização destes, as doses devem ser
calculadas conforme o peso do paciente.
² = Antifúngicos que devem ter seu uso conforme recomendações dos capítulos “Indicação e uso de
anfotericina B lipossomal e de outras formulações lipídicas de anfotericina B no HCFMRP-USP”e
“Utilização de agentes antif´úngicos em pacientes onco-hematológicos e submetidos a transplante de
medula óssea no HCFMRP-USP”. Nas situações que não estejam contempladas neste manual discutir o
caso com a CUCA.
³ = Caso a medicação seja administrada por SNE dobrar a dose.
4
= Polimixina B – Considerando a baixa excreção renal desta droga e a necessidade de manter
concentrações séricas suficientes para inibir bactérias resistentes, diretrizes atuaias sugerem não
modificar as doses em pacientes com insuficiência renal, mas em pacientes com clearance de creatininina
< 10mL/min o intervalo entre as doses pode ser ampliado para 12 ou 24 horas.
5 = Obs.: As três primeiras doses devem ter o intervalo de 12/12h, e após, passar o intervalo para
24/24horas.
(£) = O medicamento Fosfomicina Trometamol está indicado, em dose única, para tratamento de ITU não
complicada e infecções gastrintestinais. Sua utilização em outras situações, ou com outra apresentação
farmacêutica em pacientes com insuficiência renal devem ser discutidos com a CUCA devido à
necessidade de ajuste de doses.
Fórmula para o cálculo do clearance de creatinina (Cl creat)
Clcreat = (140 – Idade) x peso(em Kg) / 72 x creat(mg/dl)
Multiplicar o resultado final por 0,85 para mulheres
Referências Consultadas
1- The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy 2010.
2- Manual de Antimicrobianos e Quimioterápicos para o Clínico, Walter Tavares, 2007.
3- Mandell GL, Bennett JE, Dolin R. Principles and Practice of Infectious Diseases; 2010.
4- Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Ministério da Saúde.
Secretaria de vigilância em Saúde. Programa Nacional de Controle da Tuberculose, 2010.
Elaborado por Lécio Rodrigues Ferreira, Dep Cl Medica do HCFMRP-USP e aprovado pela CUCA.
150
RECOMENDAÇÕES DE DOSES DE TUBERCULOSTÁTICOS PARA
PACIENTES ADULTOS COM FUNÇÃO RENAL REDUZIDA E PARA
PACIENTES ADULTOS EM HEMODIÁLISE*
* Notas: 1) Doses-padrão devem ser dadas, a menos que haja intolerância. 2) Pacientes
em hemodiálise devem receber a medicação após a diálise. 3) A monitorização de níveis
séricos deve ser considerada para garantir a absorção adequada, sem acúmulo, e evitar
toxicidade. 4) Não há dados relativos a pacientes em diálise peritoneal. Até que haja
dados, iniciar com as doses recomendadas para pacientes em hemodiálise e monitorizar
níveis séricos para avaliar a adequação.
** A propriedade de doses diárias de 250 mg não está estabelecida. Deve ser feita a
monitorizaçào neurológica cuidadosa para a pesquisa de sinais de neurotoxicidade
Observação: Pacientes com função renal reduzida, porém com o clearance de creatinina
superior a 30 ml/min devem ser tratados com a dose padrão, porém a monitorização dos
níveis séricos deve ser feita para evitar a toxicidade.
151
USO DE ANTIMICROBIANOS NA GESTAÇÃO
152
Antibiótico Categoria Efeitos nocivos fetais
de risco 1
Elaborado por Luiz Sérgio D’Oliveira Rocha, Departamento de Clinica Médica do Hospital das Clinicas da FMRP-
USP.
153
USO DE ANTIMICROBIANOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO
Sempre que possível escolher aqueles que apresentam menor passagem para o
leite materno ou aqueles que passam para o leite, mas não afetam o lactente quando
usados em doses terapêuticas.
No caso dos antibióticos, a principal preocupação é a alteração da flora intestinal
da criança, levando à diarreia e monilíase além da interferir na interpretação dos
resultados de culturas do lactente.
ANTIBIÓTICOS
Uso compatível com a amamentação
Acido Pipemídico Ertapenem
Amicacina Fosfomicina
Amoxicilina e Amoxicilina/Clavulanato Gentamicina
Ampicilina e Ampicilina/Sulbactan Lincomicima Oxacilina
Azitromicina Penicilina
Aztreonam Piperacilina/Tazobactan
Cefalosporinas Polimixina B
Claritromicina Teicoplanina
Clindamicina Vancomicina
Eritromicina
Uso criterioso durante a amamentação. Comentários
Acido Nalidíxico Observar anemia hemolítica e icterícia no lactente, sobretudo se portador de
deficiência de G6PD.
Ciprofloxacina Excretada para o leite materno em quantidades elevadas. Relato de colite
pseudomembranosa em um lactente
Daptomicina Sem dados sobre segurança na lactação. Excreção para o leite materno improvável
Doxiciclina Meia-vida longa. Possibilidade de manchas nos dentes
Levofloxacina Sem dados sobre segurança na lactação. Observar diarreia no lactente Evitar
amamentação 4-6 h após a dose
Uso criterioso durante a amamentação. Comentários
Meropenem Sem dados sobre segurança na lactação. Excreção para o leite materno provável
pelo baixo peso molecular
Metronidazol A maioria dos estudos não relatou efeitos colaterais nos lactentes. Observar perda
de apetite, vômitos e diarreia. Quando administrado na dose única de 2g VO, recomenda-se
suspender a amamentação por 24 horas.
Minociclina Uso por período inferior a 3 semanas é compatível com o aleitamento, pois níveis
da droga no leite materno são baixos e a absorção é inibida pelo cálcio do leite
Nitrofurantoína. Uso criterioso durante a amamentação de crianças pré-termo, < 1 mês, com
hiperbilirrubinemia e/ou deficiência de G6PD
154
lactentes com deficiência de G6PD. Observar hemólise e icterícia no lactente.
Tetraciclinas Uso por curto período (até 10 dias) compatível com o aleitamento porque os
níveis da droga no leite materno são baixos e a absorção pelo lactente é inibida pelo cálcio do
leite
Tigeciclina Sem dados sobre segurança na lactação.
Tobramicina Não há dados sobre transferência para o leite materno, mas a excreção deve ser
insignificante como os demais aminoglicosídeos
Totalmente Contra indicados
Cloranfenicol A droga é secretada no leite materno, apesar da sua concentração no leite não ser
suficiente para causar a síndrome do bebe cinzento podem ocorrer: vômitos, distensão
abdominal e letargia em lactentes amamentados. Teoricamente há risco de depressão de medula
óssea, mas essa condição nunca foi relatada associada à ingestão da droga por meio do leite
materno. Observar discrasias sanguíneas, anemia aplástica e icterícia no lactente Evitar
principalmente em mães de recém-nascidos.
Linezolida Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Relato de
mielossupressão em animais e trombocitopenia em adultos
TUBERCULOSTÁTICOS
Uso compatível com a amamentação
Etambutol
Rifampicina
Uso criterioso durante a amamentação. Comentários
Estreptomicina Observar exantema e diarreia no lactente.
Isoniazida. Excretada no leite materno em quantidades significativas. Observar sinais e
sintomas de neurite periférica e hepatite no lactente
Pirazinamida Observar icterícia no lactente
ANTIFÚNGICOS
Uso compatível com a amamentação
Anfotericina B
Nistatina
Fluconazol
Griseofulvina
155
Fanciclovir Efeitos colaterais mínimos. Preferir Aciclovir
Totalmente Contra indicados
Foscarnet Não há dados sobre segurança para uso durante o período da lactação. Estudos em
animais mostram níveis no leite três vezes maiores que no plasma. Observar toxicidade renal,
convulsões e deposição nos ossos e dentes no lactente
Ganciclovir Não há dados sobre segurança para uso durante o período da Lactação. Efeito
carcinogênico e mutagênico em ratos
ANTIPARASITÁRIOS E ANTI-HELMÍNTICOS
Uso compatível com a amamentação
Albendazol Piperazina
Espiramicina Praziquantel
Levamisol Niclosamida
Mebendazol Tinidazol
Pamoato de Pirvínio
Uso criterioso durante a amamentação. Comentários
Ivermectina: Não há efeitos adversos relatados em lactentes. Pico de concentração no leite
materno entre 4 e 6 horas após o uso
Secnidazol Sem dados sobre segurança na lactação.
Tiabendazol Sem dados sobre segurança na lactação.
Referências:
1. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias / Ministério da Saúde,
Secretaria da Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e
Estratégicas. – 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010
2. Taketomo, Carol K. Pediatric Dosage Handbook: Including Neonatal Dosing,
Drug Administration, & Extemporaneous Preparations. Lexi-Comp's. 16th
Edition. 2009
3. Bradley, John S. Nelson's Pocket Book of Pediatric Antimicrobial Therapy
2009. AAP 2009
4. Red Book: Report of the Committee on Pediatric Infectious Diseases American
Academy of Pediatrics 2009
5. Barros, Elvino. Antimicrobianos: Consulta Rápida 3ª Ed, 2001. Artmed Editora
6. Tavares, Walter Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico. 2ª Ed, 2009.
Editora Atheneu
7. Gilbert, David N. The Sanford Guide to Antimicrobial Therapy, 40ª Ed, 2010
8. Siberry, George K. The Johns Hopkins Hospital: The Harriet Lane Handbook
15a Ed. 2000. Mosby
9. http://toxnet.nlm.nih.gov/cgibin/sis/htmlgen?LACT
10. Chaves, RG. Medicamentos e amamentação: atualização e revisão aplicadas à
clínica materno-infantil Rev Paul Pediatr 2007; 25(3):276-88.
156
INDICAÇÃO E USO DE ANFOTERICINA B LIPOSSOMAL E DE OUTRAS
FORMULAÇÕES LIPÍDICAS DE ANFOTERICINA B NO HCFMRP-USP
157
tardia da anfotericina B convencional surge durante a terapia e não se consegue seu
controle com redução da dose diária ou outras medidas terapêuticas. Uma estratégia
terapêutica também empregada é limitar o tempo de uso dessas formulações lipídicas,
continuando o tratamento com outros antifúngicos por via oral tão logo o paciente tenha
recebido uma dose acumulada entre 1000 a 2000mg, que em geral é suficiente para o
controle inicial de micoses endêmicas, criptococose e candidíase.
Critérios para uso de formulações lipídicas
1. Toxicidade da anfotericina B desoxicolato
1.1.Nefrotoxicidade: usar formulação lipídica se preenchidas duas consições: a)
disfunção renal prévia ou elevação progressiva, acima dos valores normais,
dos níveis de uréia e de creatinina e ou do potássio sérico durante o uso de
anfotericina B desoxicolato na dose de manutenção 1mg/Kg de peso/ dia ; b)
persistência de níveis séricos de creatinina e/ou potássio superiores a,
respectivamente, 2,5mg/dL e 5,0 mEq/L em duas dosagens feitas 48 e 96h
após reduzir a dose diária da droga para 25mg ou quantidade menor.
Obtendo estabilização dos níveis de creatinina e de potássio entre valores
normais e os limites citados deve ser continuada a terapia com anfotericina
B desoxicolato até a dose total planejada. A dosagem desta medicação deve
individualizada para cada paciente, verificando qual é a dose diária tolerada,
até o limite de 50mg no adulto (ver esquema anexo)
1.2.Anemia – Redução progressiva da hemoglobina, atingindo valores inferiores
a 8g/dL ou quando o paciente manifestar sintomas decorrentes da anemia,
tornando necessária a transfusão repetida de papa de hemácias.
1.3.Reações imediatas á infusão: caracterizada por efeitos adversos graves,
repetidos a cada infusão da anfotericina B desoxicolato, não se atenuando
com a continuação da terapia, com a redução da velocidade de infusão, ou
com a prescrição de pré-medicação. As seguintes medicações usadas uma
hora antes do início da infusão de anfotericina B minimizam a sua toxicidade
imediata: inibidores da síntese de prostaglandinas, antihistamínicos,
meperidina (25-50mg EV) ou hidrocortisona (25-50mg em 500mL SG 5%
administrado ao longo da infusão). Este corticóide (50mg) e/ou uma ampola
de dipirona também podem ser usados em infusão EV lenta, em paralelo
com a anfotericina B. A substituição por anfotericina B lipídica deve ser
feita diante da ocorrência repetida, não previnível por pré-medicação, dos
seguintes efeitos adversos: temperatura> 38,5º C, freqüência cardíaca
>110/min, pressão arterial > 160x100 mmHg, freqüência respiratória
>30/min, broncoespasmo e arritmia cardíaca.
1.4.Quando a toxicidade da anfotericina B desoxicolato exigir substituição por
formulação lipídica esta deve ser administrada em dose total semelhante à
prevista para a formulação convencional ou de acordo com esquemas
terapêuticos constantes em outros capítulos deste manual. Usadas em doses
diárias maiores, geralmente a terapia com anfotericina B lipossomal ou
ABLC termina em tempo menor, devendo ser completada com antifúngicos
por via oral para consolidar a recuperação do paciente. Em pacientes já
estabilizados pela anfotericina B convencional é possível continuar com
158
formulação lipídica na dose de 1mg/Kg de peso/dia, o que prolonga a terapia
com o antibiótico, mas pode ser interessante para evitar nefrotoxicidade
pelas formulações lipídicas.
1.5.Em casos de infecção fúngica de vias urinárias, se possível manter a
anfotericina B desoxicolato em dose reduzida, em razão das formulações
lipídicas proporcionarem menores concentrações no parênquima renal(ou
substituir por fluconazol).
2. Falha de tratamento com anfotericina desoxicolato
2.1.Caracterização de falha resposta terapêutica: doentes com infecção fúngica
aos quais já tenha sido administrada dose cumulativa mínima de 400mg
(aproximadamente 7mg/Kg de peso) de anfotericina B convencional nos
quais persistam ou se agravem o processo inflamatório ou os sintomas de
foco infeccioso, ou que surjam complicações com risco de morte à curto
prazo pela infecção não controlada.
2.2.Em casos de falha de resposta e sendo o fungo sensível à anfotericina B,
administrar formulação lipossomal – 3mg/Kg de peso/dia ou ABLC-
5mg/Kg/dia, de acordo com esquema terapêutico estabelecido para cada
doença fúngica. Considerar também a conveniência de substituir a
anfotericina B por outros antifúngicos.
3. Tratamento da leishmaniose visceral
Elaborado por Roberto Martinez- Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP e aprovado pela
CUCA.
159
MANEJO DA NEFROTOXICIDADE DA ANFOTERICINA B
DESOXICOLATO (formulação convencional) (Anf B-des)
Medidas Iniciais
1) Reduzir dose diária da Anf B-des de 1mg/Kg/dia (máximo 50mg/d) para 0,7 a
0,3mg/Kg (40 a 20mg/d). A interrupção do uso de Anf B des por 24 a 48 horas é
outra alternativa, dependendo do tipo e da fase da infecção fúngica.
2) Proteger o rim com sobrecarga hídrica e de Na+: soro fisiológico – 500 a
1000mL durante 1 hora imediatamente antes da infusão de Anf B des (verificar
se as condições de saúde do paciente permitem esta sobrecarga hídrica).
3) Adotar medidas para controlar a hiperpotassemia (dieta, resina) ou
hipopotassemia (suplementação de K+), além da eventual hipomagnesemia.
160
BIODISPONIBILIDADE E INTERFERÊNCIA DAS MEDICAÇÕES
COM OS ALIMENTOS
161
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA DE ANTIBACTERIANOS E
ANTIFÚNGICOS MAIS USADOS
ANTIMICROBIANO OUTROS MEDICAMENTOS E EFEITO ADVERSO
DROGAS RESULTANTE DA
INTERAÇÃO
Aminoglicosídeos 1) Vancomicina, polimixinas, ciclosporina, 1) Aumento da nefrotoxicidade
(estrepto, genta, aciclovir, cidofovir, cisplatina,
tobra,amicacina cefalosporina, tacrolimus. 2) Aumento da ototoxicidade
2)Furosemida, vancomicina, bumetanida
3) Bloqueadores neuromusculares, 3) Bloqueio neuromuscular e
relaxantes musculares, Mg SO4 risco de apneia
Amoxicilina, amox- 1) Alopurinol 1) ↑ a frequência de exantema
clavulanato, ampicilina, 2) ↓ eficácia da contracepção
ampic. -sulbactam 2) Anticoncepcionais orais 3)↑tempo de protrombina
3) Anticoagulantes orais
Anfotericina B 1)Aminoglicosídeos, cidofovir, 1) Aumento da nefrotoxicidade
ciclosporina, pentamidina, polimixinas,
tacrolimus antineoplásicos. 2) Hipopotassemia
2) Corticosteróides, bloqueadores
neuromusculares
Azitromicina 1) Digoxina, digitoxina, ciclosporina 1) Aumento dos níveis séricos
das outras drogas e risco de
toxicidade.
2) Pimozida 2) ↑ do intervalo Q-T
Caspofungina 1) Rifampicina, efavirenz, nevirapina, 1) ↓níveis de caspofungina (↑
carbamazepina, fenitoína, dexametasona para 70mg/d a dose deste
2) Ciclosporina antifúngico)
2) ↑níveis de
3) Tacolimus caspofungina(evitar)
3)↓ níveis de tacrolimus
Cefalosporinas 1) Álcool etílico 1) Reação tipo dissulfiran com
cefamandole, cefoperazona,
cefotetam, moxalactam
2) Risco de sangramento com
2) Anticoagulantes orais moxalactam, cefamandole,
cefoperazona
3) ↑da nefrotoxicidade
3)Aminoglicosídeos, polimixinas diuréticos
Ciprofloxacina 1) Anti-inflamatórios não esteróidais 1) ↑estimulo do SNC, risco de
convulsão
2) Hipoglicemiantes VO e insulina 2) Desregulação da glicemia
3) Anticoagulantes orais 3)↑ tempo de protrombina
4) Ciclosporina, metadona, fentoína, 4)↑níveis da outra droga
teofilina, cafeína
5) Cimetidina 5)↑níveis de cipro
6) Sucralfato, medicamento e alimentos 6)↓da absorção de cipro
contento Ca++, Fe++, Mg++, Zn++, Al+++,
escopolamina
7) Hormônio tireoideano 7)↓dos níveis do hormônio
162
3) Zidovudina (AZT)
4) Efavirenz, cimetidina, rifampicina
3) ↓níveis de AZT
4) ↓níveis de claritromicina
Clindamicina 1) Relaxantes e bloqueadores musculares 1)↑risco e prolonga o efeito
2)Caolin paralisante
2) ↓absorção de clindamicina
Doxiciclina 1) Digoxina, anticoagulantes VO, 1) ↑ dos níveis séricos de outra
(tetraciclinas) fenformina, metoxifluramo droga
2) Barbitúricos, fenitoína, carbamazepina 2) ↓ dos níveis de doxi
3)Medicamentos e alimentos contendo (excreção acelerada)
Fe++, Mg++, Al+++, Bi+++, caolin, pectina 3)↓da absorção de doxicilina
Eritromicina 1) Carbamazepina, ciclosporina, digoxina, 1)↑dos níveis das outras
digitoxina, clozapina, sinvastatina, drogas, com risco de
midazolam, levostatina, triazolam, intoxicação e efeitos adversos
pimozida, teofilina, varfarina, loratadina, (evite associar com
2) Corticosteróides, alcaloides do ergot, carbamazepina)
cimetidina, fenitoina, tacrolimus, ac. 2) ↑dos níveis das outras
Valproico, ritonavir, sildenafil, quinidina, drogas, com eventual toxicidade
vimblastina
3) Zidovudina (AZT) 3) ↓níveis de AZT
4) Rifampicina, rifobutina 4) ↓níveis de eritromicina
Ertapenem 1) Acido valproico 1) ↓níveis de ac. valpróico
Etambutol 1) Medicações com Al+++ 1) ↓absorção de etambutol
Fluconazol 1) Tacolimus, ciclosporina 1) ↑dos níveis séricos da outra
2) Astemizole, cisaprida, estatinas, droga, com risco de toxicidade
terfenadina, teofilina, hipoglicemiantes renal, etc
orais, anticoagulantes orais, amitriptilina, 2)↑dos níveis da outra droga,
bloqueadores de canais de cálcio, AZT com eventual toxicidade
3) Fenitoína, rifampicina, rifabutina,
cimetidina 3) ↑dos níveis da outra droga e
4) Tiazidas ↓niveis de fluco
4) ↑níveis de fluconazol
Gentamicina (ver aminoglicosídeos)
Imipenem 1) Ac. Valproico, ciclosporina 1)↓dos níveis de outra droga
Meropenem 2) Ganciclovir 2) ↑níveis dos carbapenêmicos,
risco de convulsão
163
4) Carbamazepina, isoniazida, barbitúricos, (evitar associação,
fenitoina especialmente efavirenz)
5) Antiácidos, bloqueadores H2, sucralfato 4)↓nível de itraconazol
5)↓ da absorção de itra com
redução da ação antifúngica
Linezolida 1) Drogas serotonérgicas, antidepressivos, 1)Risco de síndrome
meperidina, tramadol serotoninérgica
2) Drogas adrenérgicas e alimentos 2)Risco de hipertensão arterial
contendo concentrações elevadas de 3) ↑dos níveis de linezolida
tiramina 4) ↓dos níveis de linezolida
3) Claritromicina
4) Rifampicina
Meropenem Ver imipenem
Metronidazol 1) Alcool etílico, disulfiram 1) Psicose toxica aguda
Tinidazol 2) Anticoagulantes orais 2) ↑ação anticoagulante
3) Barbitúricos, fenitoína, ciclosporina, 3) ↑dos níveis da outra droga
lítio, carbamazepina com eventual toxicidade
Micafungina 1) ciclosporina sirolimus, nifedipina, 1)↑ dos níveis da outra droga
itraconazol
Nitrofurantoína 1) Antiácidos 1) ↓absorção da
nitrofurantoina
Piperaciclina/ 1) Metotrexate 1) ↑nível do metotrexate
Tazobactam
Pirazimida 1) Rifampicina, izoniazida 1)↑ risco de hepatotoxicidade
Polimixina B 1) Aminoglicosídeos, vancomicina, 1) Risco aumentado de
Polimixina E anfotericina B nefrotoxicidade
(colistina) 2) Agentes curarizantes 2) Risco de bloqueio
3) Quinidina, quimino parenteral neuromuscular (evitar associar)
3) Risco de neurotoxicidade
164
Teicoplanina 1) Aminoglicosídeos anfotericina B, 1)↑risco de nefro e
polimixinas, diuréticos de alça, ototoxicidade
ciclosporina, cisplatina
Tigeciclina Anticoncepcionais VO ↓niveis dos anticoncepcionais
Vancomicina 1) Aminoglicosídeos 1)↑risco de nefrotoxicidade e de
2) Anfotericina B, cefalosporinas, ototoxicidade
polimixinas, paramomicina, cisplatina 2) ↑risco de nefrotoxicidade
3)Varfarina 3)↑risco de sangramento
Voriconazol 1)Tacrolimus, ciclosporina, sirolimus, 1)↑dos níveis da outra droga
sinvastatina, lovastatina, pimozida com ↑da toxicidade desta
2)Anticoagulantes VO, hipoglicemiantes (evitar sirolimus e pimozida).
VO, bloqueadores dos canais de cálcio, 2)↑dos níveis da outra droga.
amitriptilina, benzodiazepínicos, Monitorizar níveis e/ou reduzir
aztemizole, metadona, inibidores de doses destes medicamentos
protease do HIV,cisaprida, alcalóides do (eventual toxicidade)
ergot, quinidina, terfenadina, alcalóides da 3) ↑niveis da outra droga e
vinca. ↓dos níveis de voriconazol
3)Rifampicina, rifabutina, fenitoina, (não usar rifampicina c/
dilantina, inibidores de bomba de prótons, efavirenz)
efavirenz 4)↓niveis de voriconazol por
4)Carbamazepina, antiácidos, bloqueadores ↓absorção ou ↑excreção
H2, sucralfato, didanosida, barbituratos (evitar carbamazepina)
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CONTRA-INDICAÇÃO DE DOSE ÚNICA DIÁRIA DE
AMINOGLICOSÍDEOS EM CRIANÇAS
Aminoglicosídeos
Polimixinas
Sulfas
Eritromicina
Clindamicina
Lincomicina
Imipenem/cilastatina.
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Antimicrobianos e antiparasitários disponíveis e orientação e
controle de sua prescrição no Hospital das Clínicas da FMRP-USP
A lista de medicamentos padronizados e que estão disponíveis para uso em
pacientes internados no Hospital das Clínicas da FMRP-USP é elaborada e revisada
periodicamente pela Comissão de Farmácia e Terapêutica da instituição. Para
composição da lista de antimicrobianos (Tabela 1) o parecer da Comissão de Uso e
Controle de Antimicrobianos –CUCA também é solicitado. Medicamentos não
padronizados para uso em pacientes hospitalizados podem ser esporadicamente
solicitados mediante requisição em formulário específico, mas sua aquisição dependerá
da justificativa e conveniência.
A maioria das drogas antimicrobianas listadas na Tabela 1 tem prescrição livre
pelo médico responsável pelo paciente. A prescrição deve atender aos princípios gerais
da antibioticoterapia e da profilaxia com estes medicamentos. Basicamente, a seleção de
um antimicrobiano leva em conta seu potencial para controlar a infecção, o menor
espectro antimicrobiano possível, características farmacológicas interessantes para o
caso, a menor toxicidade para o tipo de paciente que está sendo tratado e o menor custo.
Este Manual de Antimicrobianos em seus diferentes capítulos respeita essas regras
gerais e pode auxiliar auxiliar na seleção correta da droga anti-infecciosa, inclusive por
levar em consideração as drogas existentes no Hospital e sua eficácia contra agentes
isolados dos pacientes locais. Feita a seleção do medicamento, a dose correta para o
paciente e tempo de uso adequado são importantes para o sucesso da terapia sem gerar
efeitos adversos e resistência bacteriana. Em caso de terapia empírica inicial é
igualmente relevante rever e, sempre que possível, dirigir e estreitar o espectro
antibacteriano tão logo se tenha informação sobre o agente etiológico e sua
sensibilidade a antimicrobianos.
A CUCA tem a função de orientar, disciplinar e controlar o uso de
antimicrobianos no Hospital das Clínicas da FMRP-USP, sempre atendendo os
princípios gerais de terapia antimicrobiana. Tem amparo legal e institucional para tal
função. Em conjunto, as equipes médicas da CUCA e da CCIH, do HC Campus e da
Unidade de Emergência, atuam no sentido de auxiliar o uso de antimicrobianos, o que
acontece principalmente na forma de diálogos com outros especialistas, por telefone ou
presencial, em diferentes enfermarias. Por outro lado, a equipe CUCA/CCIH analisa as
prescrições de antimicrobianos em geral no sentido de avaliar sua adequação,
eventualmente informando ao médico que a droga prescrita não é recomendada para o
tipo de infecção e/ou paciente e sugerindo alternativa.
Um grupo de antimicrobianos é controlado mais estreitamente, em geral por
terem indicações mais restritas, como o uso em infecções por bactérias multirresistentes
(Tabela 2). A prescrição destes medicamentos deve ser validada por meio de contato
prévio com o plantonista da CUCA/CCIH, o qual permanece disponível continuamente
(BIP 7112; em plantões usar o celular 992045123).
A Figura 1 esquematiza a atuação da CUCA relativa a consultorias e validação
de prescrição de antimicrobianos.
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Tabela1 – Antimicrobianos disponíveis para uso em pacientes internados no
Hospital das Clínicas da FMRP-USP.
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*Micafungina sódica injetável – fr amp 50mg e 100mg
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Continua na página seguinte.
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Tabela 2- Antimicrobianos de uso restrito e mediante validação prévia da equipe
CUCA/CCIH.
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