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TRATAMENTO PRELIMINAR
TRATAMENTO PRIMÁRIO
TRATAMENTO SECUNDÁRIO
TRATAMENTO TERCIÁRIO
Visa à remoção do material em solução que não foi tratado nas etapas de
tratamento anteriores, como é o caso da remoção de macro-nutrientes (N e P), de
metais pesados, compostos orgânicos recalcitrantes e/ou refratários ou ainda na
remoção da cor, do odor ou até mesmo na desinfecção do despejo. Dentre os
processos de tratamento terciário estão: Filtração, ultrafiltração, microfiltração,
precipitação e coagulação, adsorção (carvão ativado), troca iônica, osmose reversa,
eletrodiálise, processos de remoção de nutrientes, cloração, ozonização, como também
processos avançados de oxidação (PAOs ou POAs) (DEZOTTI, 2008).
12.5 LEGISLAÇÃO
A água foi por muito tempo considerada pela humanidade como um recurso
inesgotável (CPRH, 2001). No Brasil, país reconhecidamente rico em recursos hídricos,
onde se encontra aproximadamente 16% de toda água doce disponível no planeta,
começam a se evidenciar as questões de conflito pelo uso da água. A demanda
crescente do uso desse recurso associada com a escassez de oferta em algumas
regiões têm gerado os conflitos e conferido à água um grande valor econômico
(BRANCO, 2003).
Cabe ao poder público a administração do uso múltiplo da água, sendo dada
prioridade de uso para o abastecimento público e a dessedentação de animais, sendo
que os outros usos, como a geração de energia elétrica, irrigação, navegação,
abastecimento industrial e lazer entre outros, ainda não possuem uma ordem de
prioridade estabelecida no Brasil (BRANCO, 2003).
Na contra mão à valorização da água verifica-se a aceleração da degradação
dos recursos hídricos nas últimas décadas devido ao desenvolvimento caótico e
desordenado da urbanização imposta por políticas industriais e de expansão urbana
muitas vezes incompatíveis com o desenvolvimento sustentável e, particularmente,
com a proteção e manutenção dos corpos de água (CPRH, 2001).
Para subsidiar as ações de conservação da qualidade das águas frente a este
quadro, foram criados pelo poder público os instrumentos de licenciamento das
atividades potencialmente poluidoras e de outorga de uso da água.
No estado do Paraná, a emissão do licenciamento ambiental das estações de
tratamento de efluentes está condicionada à emissão da outorga para lançamento de
efluentes. Conforme a Resolução 021/2009 – SEMA, o licenciamento ambiental
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser
obedecidas pelo empreendedor para localizar, instalar, ampliar e operar
empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam
causar degradação e/ou modificação ambiental. Para a emissão da licença de
operação de estações de tratamento de esgotos, o IAP exige a apresentação da
Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, instrumento previsto na Lei
9.433/1997, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos.
Baseado na Lei Estadual n° 12.726/1999, que instituiu a Política Estadual de
Recursos Hídricos, e no Decreto Estadual n° 4.646/2 001, que dispõe sobre o regime
de Outorga de Direitos de Uso de Recursos Hídricos, a outorga e cobrança para
lançamento de efluentes avalia unicamente a capacidade do rio, observando a
disponibilidade hídrica para o uso e a sua capacidade de diluição, mantendo o rio com
a qualidade da classe em que está originalmente enquadrado. Quanto maior a
quantidade de poluentes lançada nos rios e maior o volume de água utilizada para diluir
a matéria orgânica, mais alta será a taxa paga com a outorga.
O CONAMA é atualmente o órgão que institui as resoluções para padrões de
lançamentos de efluentes nos corpos hídricos. Desde 2005 a resolução que tratava da
classificação dos corpos de água e também padrões para lançamentos de efluentes,
com o objetivo de controlar o lançamento de poluentes no meio ambiente de forma a
manter a qualidade ambiental do corpo receptor e preservar a vida aquática era a
CONAMA 357/05. Em 2011, a resolução 430/11 foi criada no âmbito de complementar
e alterar a resolução 357/05, deixando mais entendíveis alguns termos utilizados para a
disposição de efluentes, bem como alterando os padrões de efluentes para adequação
da atividade poluidora.
Quanto à classificação dos corpos hídricos, a resolução 430/11 não substituiu a
357/05, mantendo a mesma categorização: águas doces, águas salinas e águas
salobras. Quanto á destinação, as águas doces apresentam classe especial e classes
1, 2, 3 e 4; as águas salinas apresentam classe especial e classes 1, 2 e 3 e as águas
salobras apresentam classe especial e classes 1, 2 e 3. Cada classe engloba um
conjunto de usos e atribui padrões (valores máximos) para que o corpo de água
permita concomitantemente o conjunto de usos definidos para a classe. Números
crescentes pressupõem qualidade decrescente, ou seja, águas da classe de número
menor sempre garantem todos os usos da classe subsequente, em termos de
qualidade requerida para os usos (UMBUZEIRO, 2011).
A Resolução 430/11 apresenta alguns padrões quanto às condições em que
um efluente pode ser lançado no meio ambiente, de acordo com o tipo de atividade
poluidora, diferentemente da resolução 357/05, que não instituiu diferentes tipos de
agentes poluidores. Três classes de poluidores foram discriminadas nessa resolução:
geral, de esgotos sanitários e serviços de saúde.
Durante a síntese de metil etil cetona, não há uma corrente a ser enviada
diretamente para a ETE devido ao reciclo que é utilizado nos solventes da planta. Com
isso, a grande quantidade de efluente será gerada em processos de paradas para
manutenção do sistema. Com isso, duas opções podem ser consideradas para o
tratamento do resíduo: a construção de uma ETE própria para o tratamento desse
efluente antes de encaminhar para disposição final, ou armazenar o mesmo para ser
tratado posteriormente na ETE utilizada em conjunto pelas empresas do polo de
Camaçari.
Na segunda opção, o efluente seria destinado em quantidades condizentes à
capacidade de tratamento da ETE do polo, respeitando as características da estação
para que o sistema não sofra variações que perturbem o bom funcionamento do
mesmo. As duas opções serão estudadas no decorrer do projeto, sendo que a mais
viável economicamente será utilizada no fechamento da planta.
TRATAMENTO DE EFLUENTES GASOSOS
BRANCO, S.M. ÁGUA: Origem, uso e preservação. São Paulo: Moderna, 2003.