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Perspectiva
Esta unidade tem como foco apresentar de forma didática e acessível a maneira como a
administração começou a se desenvolver como ciência e quais as principais atribuições que um
administrador possui dentro das empresas.
Objetivos da unidade
Conteúdo programático
Aula 02: A Teoria Clássica da Administração: Administração como gestão profissional, e o papel
do administrador.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. São Paulo: Makron,
2002.
MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração. 4º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MONTANA, Patrick J; CHARNOV, Bruce H. Administração. 2ª Edição. São Paulo, Saraiva, 2006.
ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11º Edição. São Paulo: Person Prendce
Hall, 2005.
STONER, James A.F.; FREEMAN, Edward R. Administração.5ª Edição. Rio de Janeiro, LTC, 1999.
WILLIAMS, Chuck. Adm: Você está nessa?. 1º Edição. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
Aula 1 – A origem da administração: a escola da
administração científica
Também é uma forma de gestão que, de forma estruturada e sistêmica, consolida um conjunto
de normas e funções para alavancar harmonicamente o processo de planejamento da situação
futura desejada da empresa como um todo, junto à direção dos recursos empresariais de forma
otimizada com a realidade ambiental e com a harmonização das relações pessoais.
No cenário externo da empresa estão os atores com os quais a organização se relaciona: clientes,
concorrentes, fornecedores, os agentes de governança e outros ainda que a influenciam: a
sociedade, tecnologias, elementos conjunturais (economia, política, meio ambiente...), etc.,
enfim, eventos e processos sobre os quais a empresa não tem ‘governabilidade’, mas que
necessita conhecer o como, o porquê e o quando dos acontecimentos que provocam ameaças
ou possibilitam oportunidades para organização.
Seu grande foco é a estruturação da organização com o objetivo de instalar as condições exigidas
no esforço de um planejamento estratégico que promoverá a organização a níveis de maior
competitividade e consequente, vantagens no mercado de inserção. Assim, o administrador é o
responsável por criar um clima organizacional propício para a implantação do plano a partir do
envolvimento da alta-administração, lideranças intermediárias e colaboradores, obtendo
sintonia em todos os envolvidos no processo.
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Taylorismo e a administração científica
Maximiano (2002) lembra ainda que Taylor começou sua carreira como operador de máquina
em uma empresa chamada Midvale Steel, uma indústria da Filadélfia, e ali fez carreira até chegar
à posição de engenheiro. Graças à sua experiência na linha de produção, Taylor desenvolveu um
sistema que o permitiu estabelecer uma rigorosa observação das habilidades e métodos usados
pelos operários na empresa.
Ainda conforme o autor, esta observação era informada por critérios tidos por científicos, ao
contrário da prática administrativa até então aplicada que fazia pouco fazia uso da pesquisa
metódica, focando-se mais no senso comum.
Conforme explicado por Chiavenato (2002), o taylorismo caracteriza-se pela ênfase nas tarefas,
objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional. É considerado uma das vertentes na
perspectiva administrativa clássica. Em seu livro Principles of Scientific Management (Princípios
da Administração Científica), Taylor desenvolveu cinco princípios fundamentais:
2) Selecionar os trabalhadores para suas melhores aptidões e treiná-los para cada cargo, fazendo
um trabalho de seleção e se atentando para que um funcionário seja alocado sempre na melhor
posição possível (para ele e para a empresa).
5) O trabalhador deve fazer somente uma etapa do processo de montagem do produto, através
de um processo de departamentalização e singularização das funções*.
* Singularização das funções é o processo no qual um funcionário desenvolve apenas uma única
função, com o objetivo de fazê-la da forma mais rápida e eficiente possível. Este processo tinha
um ponto muito negativo, que era a mecanização do trabalho e alienação do trabalhador em
relação ao processo como um todo.
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Conforme explicado por Chiavenato (2002) e Maximiano (2002), Taylor iniciou o seu estudo
observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho do nível operacional para
o nível estratégico, dando ênfase na tarefa que era realizada. Para ele a administração tinha que
ser tratada como ciência.
Desta forma, Taylor buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, que
era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. O estudo de "tempos e movimentos"
mostrou que um exército industrial desqualificado significava baixa produtividade e lucros
decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários.
Como Maximiano (2002) observa, Taylor tinha o objetivo de acelerar o processo produtivo, ou
seja, produzir mais em menos tempo, e com qualidade. Para tanto, ele desenvolveu as seguintes
premissas:
2) A gerência não podia deixar o controle do processo de trabalho nas mãos dos trabalhadores.
Como os trabalhadores conheciam mais a função do que o gerente, este deveria aprender os
métodos de trabalho com aqueles para então cobrar de seus operários.
3) A gerência deve combater o ritmo lento de trabalho e ociosidade de forma eficaz e contínua.
4) O processo de trabalho não deveria estar nas mãos dos trabalhadores, que de fato estava por
meio do trabalho combinado; o processo e as decisões deveriam passar pela gerência e não pelo
trabalhador.
6) Pesquisas constantes devem ser feitas para analisar como o trabalhador poderia produzir
mais num ritmo de trabalho controlado.
7) O trabalhador deveria apenas aprender a executar uma função, e não podia perder tempo
analisando o nível de qualidade do trabalho, visto que ele não tinha nem tempo, nem dinheiro
para isso. Essa responsabilidade então deveria caber à gerência.
Como se pode perceber, a metodologia de trabalho desenvolvida por Taylor possuía um forte
foco na tarefa, e desconsiderava de forma significativa o trabalhador. Este enfoque gerou muitos
problemas dentro das empresas, porque os funcionários, apesar de produzirem mais a curto
prazo, estavam sempre desmotivados e com frequência desenvolviam doenças ocupacionais por
conta da mecanização do trabalho.
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f) Condições de trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, porque são
essenciais para o ganho de produtividade;
Mesmo com sua metodologia totalmente voltada para a produtividade, Taylor trouxe,
indiretamente, benefícios importantes para os operários que trabalhavam em suas fábricas.
Entre os principais, podemos destacar:
2. Ambiente de trabalho melhor, tanto para o chão de fábrica quanto para a diretoria, evitando
assim distúrbios e conflitos.
Assim, pode-se notar que apesar dos problemas que o método de trabalho taylorista poderia
trazer para os trabalhadores, o método ainda assim havia melhorado muito a condição de vida
e de trabalho dos funcionários das indústrias. E para as empresas de modo geral, o taylorismo
representou uma importante ferramenta de agregação de valor, vantagem competitiva e
crescimento de mercado.
Conforme Chiavenato (2002) explica, Fordismo foi um termo criado pelo empresário norte-
americano Henry Ford em 1914, e refere-se aos sistemas de produção em massa (linha de
produção) e gestão idealizados em 1913 em seu livro "Minha Filosofia e Indústria".
O método de Ford pode ser compreendido como uma forma de racionalização da produção
capitalista baseada em inovações técnicas e organizacionais que se articulam tendo em vista a
produção em massa e o consumo em massa.
Maximiano (2002) observa que o Fordismo poderia ser compreendido com base nas seguintes
premissas:
2) Baixo nível de qualificação dos operários: cada operário realizava apenas uma operação
simples ou uma pequena etapa da produção. Desta forma, não era necessária quase nenhuma
qualificação dos trabalhadores.
Chiavenato (2002) destaca que juntamente com o sucesso das vendas do modelo "T" e do
fordismo, criou-se o chamado Ciclo da Prosperidade, que mudou substancialmente a economia
dos Estados Unidos e a vida de muitos americanos da época. Muitos outros setores, como o
têxtil, siderúrgico e energético (combustível) foram afetados direta ou indiretamente pelo
desenvolvimento da indústria automobilística e tiveram um crescimento substancial.
Maximiano (2002) observa corretamente que o Fordismo, desta forma, teve um impacto
enorme na economia norte-americana, e que, sem exagero, ajudou a transformar o país no que
ele é hoje. Por meio da expansão das indústrias, construção de estradas e geração de empregos,
o Fordismo ajudou a expandir cidades e a impulsionar a economia nos Estados Unidos
principalmente na primeira metade do século XX.
Queda do fordismo
Apesar de sua força técnica e econômica, o fordismo sofria de sérios problemas de qualidade na
produção de carros em larga escala. Como explica Chiavenato (2002), apesar de ter possibilitado
uma explosão na produção e consumo de carros, a fabricação em série implicou na queda da
qualidade dos veículos. Além disso, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi uma
importante causa do seu declínio.
Maximiano (2002) lembra que ficou famosa a frase de Ford, que dizia que “poderiam ser
produzidos automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos”. Isto se dava pelo fato de
que a tinta preta secava mais rapidamente, e os carros poderiam ser montados em menos
tempo, maximizando o uso da mão de obra e, por consequência, do lucro.
A partir da década de 1970, o fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza sua
produção e seu modelo de gestão, lançando diversos modelos de veículos, várias cores e
adotando um sistema de gestão profissionalizado. Com isto, a GM ultrapassa a Ford, como a
maior montadora do mundo.
Maximiano (2002) reforça ainda que na década de 1970, após os choques do petróleo e a
entrada de competidores japoneses no mercado automobilístico, o fordismo e a produção em
massa entram em crise e começam gradativamente, a serem substituídos pela produção enxuta,
modelo de produção baseado no Sistema Toyota de Produção, o toyotismo.
Toyotismo é o modelo japonês de produção, criado pelo japonês Taiichi Ohno e implantado nas
fábricas de automóveis Toyota, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, o novo
modelo era ideal para o cenário japonês, ou seja, um mercado menor, bem diferente dos
mercados americano e europeu, que utilizavam os modelos de produção Fordista e Taylorista.
Na década de 70, em meio a uma crise de capital, o modelo Toyotista espalhou-se pelo mundo.
A ideia principal era produzir somente o necessário, reduzindo os estoques (flexibilização da
produção), produzindo em pequenos lotes, com a máxima qualidade, trocando a padronização
pela diversificação e produtividade. As relações de trabalho também foram modificadas, pois
agora o trabalhador deveria ser mais qualificado, participativo e polivalente, ou seja, deveria
estar apto a trabalhar em mais de uma função. As principais características do modelo toyotista
são:
• Just in time (na hora certa) – sem espaço para armazenar matéria-prima e mesmo a produção,
criou-se um sistema para detectar a demanda e produzir os bens, que só são produzidos após a
venda.
• Kanban (etiqueta ou cartão) – método para programar a produção, de modo que o just in time
se efetive.
Adaptado de:
MAXIMIANO, A.C.A. Teoria Geral da Administração. 4º ed. São Paulo: Atlas, 2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. São Paulo: Makron,
2002.
Aula 2 – A Teoria Clássica da Administração:
Administração como gestão profissional, e o papel
do administrador
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As 5 funções do administrador
Nesse contexto, Fayol atribuiu cinco funções ao administrador* dentro de uma estrutura
organizacional:
1. Planejar (visualizar o futuro e traçar o programa de ação);
2. Organizar (constituir o duplo organismo material e social da empresa);
3. Comandar (dirigir e orientar a organização);
4. Coordenar (unir e harmonizar os atos e esforços coletivos);
5. Controlar (verificar se as normas e regras estabelecidas estão sendo seguidas).
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Os 14 princípios da administração
Maximiano (2002) lembra ainda que Fayol identificou 14 princípios que levariam a uma
administração eficaz nas organizações. Esses princípios se tornaram a base da Teoria
Clássica da Administração, que segundo Fayol, devem ser aplicadas de modo flexível.
1. Divisão do Trabalho: significa dividir o trabalho em tarefas especializadas e destinar
responsabilidades a indivíduos específicos;
2. Autoridade e Responsabilidade: a autoridade se manifesta no poder legal de dar
ordens e no poder de se fazer obedecer, enquanto a responsabilidade pode ser
resumida na obrigação de prestar contas. Segundo Fayol, ambas devem ser delegadas
mutuamente.
3. Disciplina: manter sempre as normas de conduta claras e estabelecer punições justas
às violações;
4. Unidade de Comando clara e coesa: cada funcionário precisa saber exatamente quem
deve obedecer.
5. Unidade de Direção: os esforços dos empregados devem centrar-se no cumprimento
dos objetivos organizacionais previamente estabelecidos.
6. Subordinação: prevalência dos interesses gerais da organização em detrimento de
interesses individuais. Este princípio deve ser aplicado a todos, principalmente aos
membros da alta gerência.
7. Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os esforços que sustentam
a direção da organização. Deve ser justa, evitando-se a exploração.
8. Centralização*: deve haver um único núcleo de comando centralizado que comanda
a organização, para garantir um melhor nível de controle e organização.
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Habilidades da administração
Como Chiavenato (2002) lembra, o administrador será o indivíduo responsável por todo
o planejamento estratégico interno e externo de uma organização, e por isso, precisa
desenvolver ao longo do tempo diversas habilidades gerenciais. De início, o autor
destaca que há três conjuntos de habilidades muito importantes:
a) Habilidade conceitual: é a habilidade que permite visualizar a organização como um
conjunto integrado. Procura entender e diagnosticar como as diferentes funções são
interdependentes e como uma alteração em uma delas pode afetar todas as demais.
b) Habilidade técnica: é a compreensão e o domínio de determinado tipo de atividade.
Envolve conhecimento especializado, habilidade de análise precisa e facilidade no uso
das técnicas instrumentais específicas de cada área de atuação.
c) Habilidade humana: é entendida como a capacidade de trabalhar e agir com eficácia
atuando como membro de um grupo de pessoas, de conseguir reunir esforços
cooperativos em busca de objetivos comuns.
Maximiano (2002) lembra que outra atribuição importante do administrador está na
formulação das metas da organização. Neste contexto, é recomendável que seja feito:
a) Estabelecimento das metas globais/gerenciais da empresa;
b) Estabelecimento das metas setoriais.
É importante destacar que todas as metas devem ser claras, concisas e precisas e devem
prever um prazo para sua realização. Para isso, existe a chamada “administração por
objetivos”, que tem como principais agregações de valor:
a) Garantir que o foco esteja sempre nos resultados, e não nos processos.
b) Estimular as pessoas a verem a empresa de forma sistêmica.
c) Estimular a inovação e aprimoramento constantes.
d) Fortalecer a cultura organizacional.
e) Se preparar melhor para enfrentar problemas e principalmente, buscar soluções.
É importante lembrar que nenhuma organização funciona para si mesma, ou seja, ela
não pode levar em consideração somente o seu ambiente interno. É essencial que o
ambiente externo e o ambiente interno sejam considerados, uma vez que para
funcionar a organização depende de decisões do governo, de bancos, fornecedores e
pessoas que estão inseridas em outros ambientes sociais. Portanto, entende-se que
nenhuma organização funciona isoladamente, mas sim, como parte do ambiente ao
qual ela está inserida.
Para as organizações, além dos ambientes internos e externos, há outros dois tipos de
ambientes:
a) Macroambiente: amplo sistema que envolve as organizações, abrangendo aspectos
demográficos, científicos, tecnológicos, ecológicos, físicos, políticos, econômicos, sociais
e culturais. A capacidade de influência exercida nele pela organização é bem limitada.
b) Microambiente: corresponde a sistemas que estão bem próximos à empresa e que
interagem de maneira forte e permanente, como é o caso dos consumidores,
fornecedores, concorrentes e entidades regulamentadoras.
Adaptado de: WILLIAMS, Chuck. Adm: Você está nessa? 1º Edição. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
Encerramento da unidade
Olá, novamente, pessoal!
Nesta unidade pudemos analisar as principais características da administração científica
e da teoria clássica da administração, compreendendo melhor a contribuição que ambas
deram ao desenvolvimento da área no início do século XX e como, até os dias de hoje,
elas exercem influência na profissão do administrador. Além disso, fomos capazes de
perceber os problemas que as teorias possuíam, problemas que contribuíram
fortemente para o desenvolvimento de novas teorias administrativas que ajudariam a
enriquecer ainda mais o arcabouço de conhecimento dentro dos estudos
organizacionais.
Espero que tenham aproveitado bem esta primeira fase de nossos estudos, e qualquer
dúvida ou questionamento, é só me avisar.
Grande abraço a todos, cuidem-se bem!
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!