MAIO D E 2 0 1 7

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E D I Ç ÃO FÁC I L D E LE R

ARTIGOS DE ESTUDO PARA:

3 a 30 DE JULHO DE 2017
 FOTO DA CAPA: PUBLICADORES
EQUADOR 90.110
Uma pioneira regular pregando no idioma quíchua
ESTUDOS B ÍBLICOS
de Imbabura para uma vendedora. Elas estão numa
feira de artesanato na cidade de Otavalo, no norte 148.637
do Equador.
TOTAL DOS QUE FORAM
NA CELEBRAÇ ÃO ( 2016)
274.593

ARTIGOS NESTA REVISTA

________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________

3 SEMANA DE 3 A 9 DE JULHO
15 SEMANA DE 17 A 23 DE JULHO
Ajude os “residentes estrangeiros” Não deixe seu amor diminuir
a servir a Jeová com alegria
21 SEMANA DE 24 A 30 DE JULHO

9 SEMANA DE 10 A 16 DE JULHO “Você me ama mais do que a estes?”

Ajude os filhos de “residentes
A vida neste mundo não é nada fácil para os servos
estrangeiros”
de Jeová. O primeiro estudo mostra como podemos
O primeiro estudo fala sobre as dificuldades que lutar contra desejos errados e continuar amando a
os irmãos refugiados passam e dá dicas de como Jeová, a Bíblia e os irmãos. O segundo estudo mos-
podemos ajudar esses irmãos. O segundo estudo tra como podemos amar mais a Jesus do que as
mostra como a Bíblia pode ajudar os pais que são coisas deste mundo.
imigrantes a tomar decisões pensando no melhor
________________________________________________________________________________________________________________________________
para os filhos.

27 A alegria de levar uma vida simples

________________________________________________________________________________________________________________________________

28 HISTÓRIA DE VIDA
Ser surdo não me impediu de ensinar
a verdade a outros

Esta revista não é vendida.

Ela é parte de um trabalho
34567 ˙
Vol. 138, No. 8 PORTUGUESE (Brazilian Edition)
May 2017

voluntário para ajudar

´ ´ ´
pessoas no mundo todo a Se não houver nenhuma A Sentinela, numero 8, maio de 2017. A Sentinela e publicada mensalmente (com um numero
observação, os textos adicional em janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro) pela Watchtower Bible and
entender a Bíblia. As ˜
Tract Society of New York, Inc., Wallkill, New York, U.S.A., e pela Associaçao Torre de Vigia de
bíblicos citados nesta ´ ´ ˜
despesas desse trabalho Bıblias e Tratados, Cesario Lange, Sao Paulo, Brasil. 5 2017 Watch Tower Bible and Tract
revista são da Tradução ˜ ´
Society of Pennsylvania e Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados. Todos os direitos
são cobertas por donativos.
do Novo Mundo da reservados. Impressa no Brasil.
Para fazer um donativo, Bíblia Sagrada.
acesse www.jw.org.
Ajude os “residentes estrangeiros”
a servir a Jeová com alegria
“Jeová protege os residentes estrangeiros.” — SALMO 146:9.

UM IRMÃO chamado Lije conta: “Nossa família estava CÂNTICOS: 17, 109
numa assembleia. Daí, ficamos sabendo que tinha começa-
do uma guerra no nosso país. A gente via pessoas correndo COMO RESPONDERIA?
e atirando. Eu, meus pais e meus 10 irmãos fugimos de Bu- ________________________________________________________________________________________________________________________________

rundi só com a roupa do corpo. Depois de mais de 1.600 qui- Que dificuldades muitos
lômetros, alguns da nossa família conseguiram chegar num refugiados passam?
campo de refugiados em Malauí. Eu e os outros ficamos es-
palhados por vários lugares.”
2 No mundo todo, mais de 65 milhões de pessoas tiveram ________________________________________________________________________________________________________________________________

que fugir das suas casas por causa de guerra e perseguição. Como podemos encorajar
Nunca teve tantos refugiados como agora.1 (Veja a nota no e ajudar emocionalmente
os refugiados?
fim da página.) Muitos são Testemunhas de Jeová. A maio-
ria dos refugiados perdeu alguém da família ou algum amigo
na morte e quase tudo o que tinha. Que outras dificuldades
________________________________________________________________________________________________________________________________
os refugiados passam? Como podemos ajudar os irmãos que
Do que devemos nos lembrar
1 Neste estudo, os “refugiados” são pessoas que foram obrigadas a deixar as ca- quando pregamos para os
sas por causa de guerra, perseguição ou desastres naturais. Talvez os refugiados te- refugiados?
nham que viver em outro país ou em outra parte do próprio país.

1, 2. (a) Que dificuldades alguns irmãos passam? (b) Que perguntas

vamos responder no estudo de hoje?

3
 são refugiados a servir a Jeová com ale-
gria? (Salmo 100:2) Qual é o melhor jei-
to de pregar para os refugiados que não
conhecem a Jeová? Vamos ver as respos-
tas no estudo de hoje.
A VIDA DE UM REFUGIADO
3 Quando Jesus era criança, um anjo
avisou José que o rei Herodes queria ma-
tar Jesus. Por isso, eles tiveram que fugir
e ficar como refugiados no Egito até He-
rodes morrer. (Mateus 2:13, 14, 19-21)
Muitos anos depois, os discípulos tive-
ram que fugir para a região da Judeia e
de Samaria porque estavam sendo perse-
guidos. (Atos 8:1) Jesus sabia que mui-
tos seguidores dele seriam obrigados a
deixar suas casas. Ele disse: “Quando os
perseguirem numa cidade, fujam para ou-
tra.” (Mateus 10:23) Não importa o mo-
tivo, ter que fugir de casa não é nada fácil.
4 Os refugiados passam por vários pe-
rigos quando estão fugindo e quando es-
tão nos campos de refugiados. Gad, o
irmão mais novo de Lije, disse: “A gen-
te andou por várias semanas, passando
por muitas pessoas mortas. Eu tinha
12 anos. Meus pés ficaram tão inchados
que eu disse pra minha família me deixar
pra trás. Mas meu pai nunca ia fazer isso
comigo. Por isso ele me carregou. A gen-
te vivia um dia de cada vez, orando e
confiando em Jeová. Às vezes, tudo o
que tinha pra comer eram as mangas que
a gente encontrava pelo caminho.” — Fi-
lipenses 4:12, 13.
3. Por que Jesus e muitos discípulos tiveram
que viver como refugiados?
4, 5. (a) Que perigos os refugiados passam
quando estão fugindo? (b) Que perigos eles
passam nos campos de refugiados?
4 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
5 Quase todos da família de Lije passa-
ram vários anos em campos de refugia-
dos. Mesmo ali, eles não estavam segu-
ros. Lije, que hoje é superintendente de
circuito, conta: “A maioria das pessoas
não tinha emprego. Por isso, elas fica-
vam fofocando, bebendo, fazendo apos-
tas, roubando e levando uma vida imo-
ral.” Para não acabar fazendo as mesmas
coisas que essas pessoas, os irmãos pre-
cisavam ficar bem envolvidos com a
congregação. (Hebreus 6:11, 12; 10:24,
25) Eles aproveitavam para fortalecer
a amizade com Jeová. Muitos irmãos
até começaram a servir como pioneiros.
Eles se lembravam que os israelitas não
ficaram pra sempre no deserto. Isso aju-
dava os irmãos a ter esperança de um dia
sair do campo de refugiados. — 2 Corín-
tios 4:18.
MOSTRE AMOR AOS REFUGIADOS
6 Nosso amor por Jeová nos faz querer
mostrar amor por nossos irmãos. Princi-
palmente quando eles passam por situa-
ções difíceis. (Leia 1 João 3:17, 18.) Por
exemplo, teve um tempo que os irmãos
da Judeia estavam passando necessida-
de. Daí, outros irmãos se juntaram e
mandaram comida para eles. (Atos 11:28,
29) Em outra ocasião, os apóstolos Pau-
lo e Pedro lembraram os cristãos que era
importante ser hospitaleiro. (Romanos
12:13; 1 Pedro 4:9) Nós também precisa-
mos ser bondosos e hospitaleiros com os
irmãos que estão visitando nosso país.
Mas e com aqueles que estão em perigo
ou tiveram que fugir por causa da fé
6, 7. (a) O nosso amor por Jeová nos faz que-
rer mostrar o quê? (b) Dê um exemplo do que
aconteceu na Ucrânia.
em Jeová? Devemos mostrar ainda mais
amor por eles.1 (Veja a nota no fim da pá-
gina.) — Leia Provérbios 3:27.
7 Recentemente, muitas Testemunhas
de Jeová do leste da Ucrânia tiveram
que fugir por causa de guerra e persegui-
ção. É muito triste saber que algumas
delas morreram. Mas a maioria foi aju-
dada pelos irmãos da Rússia e da Ucrâ-
nia. Os irmãos refugiados continuaram
pregando com zelo “as boas novas” nes-
ses dois países e não se envolveram nos
assuntos políticos da Ucrânia. — João
15:19; Atos 8:4.
FORTALEÇA A FÉ DOS REFUGIADOS
8 Alguns refugiados têm que viver em
outra parte do próprio país. Mas muitos
precisam se mudar para um país bem di-
ferente do deles. É verdade que os go-
vernos ajudam os refugiados dando co-
mida, roupa e um lugar para morar.
Mesmo assim, a vida deles não é fácil.
Por exemplo, a comida que ganham às
vezes é bem diferente da comida que
estão acostumados. Alguns refugiados
moravam em lugares bem quentes e se
mudaram para lugares bem frios. Outros
não fazem ideia de como usar eletrodo-
mésticos modernos.
9 Alguns governos já têm tudo organi-
zado para ajudar os refugiados a se acos-
tumarem no novo país. Mas, na maioria
das vezes, depois de alguns meses os re-
fugiados têm que se virar sozinhos. Isso
1 Veja o artigo “Mostre bondade a pessoas de outros
países”, na Sentinela Fácil de Ler de outubro de 2016, pá-
ginas 3 a 8.
8, 9. (a) Que dificuldades os refugiados pas-
sam no novo país? (b) Por que precisamos aju-
dar os refugiados com paciência e respeito?
não é nada fácil. Afinal de contas, eles
precisam aprender um monte de coisas
de uma vez só. Eles precisam aprender
um novo idioma, os costumes e as leis do
novo país. Por exemplo, cada país tem
leis diferentes de como pagar contas e
impostos. Além disso, em alguns lugares,
existem leis que dizem o que os pais po-
dem ou não fazer ao criar os filhos. Pre-
cisamos ajudar os irmãos em situações
assim com paciência e respeito. Você está
fazendo isso? — Filipenses 2:3, 4.
10 Às vezes, quando chegam no novo
país, os irmãos refugiados não conse-
guem falar com a nova congregação por-
que as autoridades dificultam as coisas.
Algumas organizações do governo di-
zem que só vão ajudar os irmãos refugia-
dos e deixar que eles fiquem no país se
aceitarem trabalhar em qualquer horá-
rio, até nos horários das reuniões. Al-
guns ficam com medo e não sabem o que
fazer. Daí, acabam aceitando esse tipo
de emprego. Por isso, é importante en-
contrar esses irmãos logo que chegam.
Eles precisam saber que não estão sozi-
nhos e que nos preocupamos com eles.
Quando eles veem que nos importamos
com eles, a fé desses irmãos fica mais
forte. — Provérbios 12:25; 17:17.
COMO VOCÊ PODE AJUDAR
OS REFUGIADOS?
11Logo que os irmãos refugiados che-
gam no nosso país, precisamos dar
comida, roupa e outras coisas básicas
10. Como podemos fortalecer a fé dos irmãos
refugiados? (Veja a foto no começo do estudo.)
11. (a) Do que os refugiados precisam logo
que chegam no nosso país? (b) Como os refu-
giados se sentem com a ajuda que recebem?
MAIO DE 2017 5
 Como podemos ajudar os irmãos refugiados?
(Veja os parágrafos 11 a 13.)
para eles.1 (Veja a nota no fim da página.)
Até mesmo um pequeno presente, como
uma gravata, pode fazer grande diferen-
ça. Ficamos contentes de poder ajudar
com o que temos. É claro que os irmãos
refugiados sabem que nem todos têm
condição de ajudar. Por isso, ficam mui-
to felizes com qualquer ajuda que rece-
bem. Só que ficar sempre dependendo da
ajuda dos outros não faria bem para eles
e poderia prejudicar a amizade deles com
os irmãos. (2 Tessalonicenses 3:7-10) Mas
1 Quando um refugiado chega, assim que possível, os
anciãos devem seguir o que diz o livro Organizados para
Fazer a Vontade de Jeová, capítulo 8, parágrafo 30. Para
saber como entrar em contato com a congregação ante-
rior do refugiado, os anciãos podem escrever para o Be-
tel do seu próprio país usando o site jw.org. Enquanto
isso, eles podem com jeito fazer perguntas sobre a anti-
ga congregação do refugiado e sobre as atividades dele
na pregação. Isso vai ajudar os anciãos a saber como
está a amizade do refugiado com Jeová.
6 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
é claro que sempre que precisarem eles
podem contar com a nossa ajuda.
12 Não precisamos ser ricos para ajudar
os refugiados. O melhor que podemos
fazer é dar atenção e carinho para eles.
Podemos ensinar como usar o transpor-
te público e onde comprar comida sau-
dável e barata. Também, podemos aju-
dar a conseguir uma máquina de costura
ou uma caixa de ferramentas para que
possam fazer uns bicos e ganhar um di-
nheirinho. Mas o mais importante é fa-
zer com que eles se sintam parte da
congregação. Podemos dar carona para
irem na reunião, dar dicas de como pre-
gar no nosso território e combinar de
sair juntos no campo.
12, 13. (a) Que tipo de ajudas podemos dar
para os refugiados? (b) Dê um exemplo.
 13 Por exemplo, uma congregação re-
cebeu quatro jovens refugiados. Daí, os
anciãos fizeram de tudo para ajudar.
Eles ensinaram os jovens a dirigir, digi-
tar e fazer um currículo para conseguir
um emprego. Além disso, os anciãos aju-
daram esses jovens a fazer uma progra-
mação para que eles colocassem o servi-
ço a Jeová em primeiro lugar. (Gálatas
6:10) Não demorou muito e os quatro se
tornaram pioneiros. Eles conseguiram
fazer mais para Jeová e ficaram longe
deste mundo de Satanás. Com certeza o
esforço deles e a ajuda dos anciãos valeu
a pena.
14 Assim como todos os irmãos, os re-
fugiados precisam tomar cuidado para
não dar mais valor às coisas materiais do
que a amizade com Jeová.1 (Veja a nota
no fim da página.) Lije e os irmãos dele
lembram o que aprenderam com o pai
quando estavam fugindo. Eles disseram:
“Nosso pai foi jogando fora as poucas
coisas que a gente tinha na sacola. De-
pois ele mostrou a sacola vazia e disse
sorrindo: ‘Tão vendo? Isso é tudo o que a
gente precisa!’” — Leia 1 Timóteo 6:8.
DO QUE OS REFUGIADOS
MAIS PRECISAM?
15Já vimos que os refugiados precisam
de roupa e comida. Mas eles também
1 Veja os artigos “Ninguém pode servir a dois amos” e
“Tenha coragem — Jeová é seu ajudador!”, na Sentinela
Fácil de Ler de 15 de abril de 2014, páginas 15 a 26.
14. (a) Os refugiados precisam tomar cuidado
com o quê? (b) Dê um exemplo.
15, 16. (a) Como podemos encorajar os ir-
mãos refugiados? (b) Que qualidades precisa-
mos ter para ajudar os refugiados emocional-
mente?
precisam de encorajamento da Bíblia e
de ajuda emocional. (Mateus 4:4) Como
podemos encorajar esses irmãos? Os an-
ciãos podem conseguir publicações no
idioma dos refugiados e procurar irmãos
que falam o idioma deles. Os refugiados
foram obrigados a deixar tudo pra trás.
Eles sentem muita saudade da família,
dos amigos e da congregação. Por isso,
precisam sentir o amor de Jeová por
meio dos irmãos. Se isso não aconte-
cer, eles vão acabar procurando aju-
da de pessoas do mesmo país deles,
mas que não servem a Jeová. (1 Co-
ríntios 15:33) Quando “os residentes
estrangeiros” se sentem parte da con-
gregação, mostramos que estamos tra-
balhando com Jeová para proteger esses
irmãos. — Salmo 146:9.
16 José e Maria só puderam voltar pra
casa quando não tinha mais o perigo de
matarem Jesus. Da mesma forma, mui-
tos refugiados não podem voltar pra
casa porque correm risco de morrer. Ou-
tros, mesmo tendo a chance, não que-
rem mais voltar. Lije disse que muitos
pais viram pessoas da família ser estu-
pradas e assassinadas. Por isso, eles têm
medo de voltar pra casa e o mesmo
acontecer com os filhos. O lado emocio-
nal dos refugiados fica muito abalado.
Nessas horas, ter “empatia, amor frater-
nal, terna compaixão e humildade” faz
toda a diferença. (1 Pedro 3:8) Muitos
refugiados se afastam das pessoas por
causa do que passaram. Além disso, eles
ficam com vergonha de falar sobre o que
aconteceu, principalmente se os filhos
estão por perto. Por isso, é bom a gente
se perguntar: “Se eu estivesse no lugar
MAIO DE 2017 7
 deles, como gostaria de ser tratado?”
— Mateus 7:12.
COMO PREGAR PARA OS REFUGIADOS?
17 Em alguns países, os irmãos não
têm tanta liberdade para pregar. Mui-
tos refugiados vêm de lugares assim.
Dessa forma, grande parte dos refugia-
dos está tendo a chance de aprender
sobre Jeová e o Reino pela primeira
vez. (Mateus 13:19, 23) Eles passaram
por muitas coisas difíceis. Por isso,
quando vão nas reuniões, encontram
consolo e paz. Muitos deles logo di-
zem: “Deus está realmente entre vo-
cês.” — Mateus 11:28-30; 1 Coríntios
14:25.
18 Quando pregamos para os refugia-
dos, devemos nos lembrar de algumas
coisas. (Mateus 10:16; Provérbios 22:3)
Precisamos dar atenção quando eles fa-
lam, mas não devemos falar sobre po-
lítica. Também, temos que seguir as
orientações de Betel e das autoridades
para não correr nenhum risco. É bom
procurar saber sobre a religião e a cul-
tura dos refugiados e respeitar as opi-
niões e os sentimentos deles. Por exem-
plo, na cultura de alguns países, as
mulheres só podem vestir certo tipo de
roupa. Então, quando pregamos para
os refugiados desses países, precisa-
mos usar uma roupa que mostre respei-
to por eles.
19 Queremos ajudar todos que estão
sofrendo, mesmo que não sejam nossos
17. Como a pregação está ajudando os refugia-
dos?
18, 19. Do que devemos nos lembrar quando
pregamos para os refugiados?
8 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
irmãos. Assim, imitamos o bom sama-
ritano da história que Jesus contou.
(Lucas 10:33-37) O melhor jeito de aju-
dar as pessoas é falando sobre Jeová e
o Reino. Um ancião que sempre ajuda
os refugiados disse que é importante
falar logo que somos Testemunhas de
Jeová. Precisamos dizer a eles que es-
tamos ali principalmente para falar so-
bre a esperança que a Bíblia dá para o
futuro e não para dar ajuda material.
AJUDAR NOS DEIXA FELIZ
20 Saber que podemos fazer uma
grande diferença na vida dos refugia-
dos nos deixa muito feliz. Veja o que
aconteceu com a família de uma irmã
na Eritreia. Por causa da perseguição,
quatro filhos dessa irmã tiveram que
viajar oito dias pelo deserto até chega-
rem no Sudão. Com certeza eles fica-
ram bem cansados. A irmã disse: “Os
irmãos trataram meus filhos como par-
te da família. Eles deram comida, rou-
pa, um lugar pra ficar e dinheiro pro
transporte. Quem mais abriria as por-
tas da própria casa pra pessoas que
nunca viram, só porque adoram o mes-
mo Deus? As Testemunhas de Jeová
são as únicas que fazem isso!” — Leia
João 13:35.
21 E os filhos dos que se mudaram
para outro país? No estudo da semana
que vem, vamos ver como os filhos dos
refugiados ou dos imigrantes podem
ser ajudados a servir a Jeová com ale-
gria.
20, 21. (a) Como nos sentimos quando ajuda-
mos os refugiados? (b) O que vamos ver no es-
tudo da semana que vem?
 Ajude os filhos de
“residentes estrangeiros”
“Não tenho alegria maior do que esta: ouvir que os meus filhos
continuam andando na verdade.” — 3 JOÃO 4.

HOJE em dia, muitas famílias se mudam para outros CÂNTICOS: 134, 133
países. Isso pode trazer algumas dificuldades para os fi-
lhos. Veja o que aconteceu com Joshua. Ele contou: COMO RESPONDERIA?
“Meus pais se mudaram para outro país quando eu era ________________________________________________________________________________________________________________________________

criança. Eu falava o idioma deles em casa e na congre- O que os pais podem fazer
para dar um bom exemplo
gação. Mas daí eu fui pra escola e isso mudou. Eu come- aos filhos?
cei a gostar mais do idioma do novo país. Depois de al-
guns anos eu não conseguia mais entender as reuniões e
________________________________________________________________________________________________________________________________

parecia que eu não era da mesma cultura dos meus O que pode ajudar os chefes
pais.” de família a decidir o idioma
2 Mais de 240 milhões de pessoas são imigrantes, ou que a família vai assistir às
reuniões?
seja, se mudaram para outro país. Se você tem filhos e
é imigrante, qual o melhor jeito de ajudar seu filho a
amar a Jeová e a continuar “andando na verdade”? ________________________________________________________________________________________________________________________________

(3 João 4) O que outros podem fazer para ajudar você? O que outros podem fazer
para ajudar os pais que são
O estudo de hoje vai responder essas perguntas. imigrantes e os filhos deles?
1, 2. (a) Que dificuldades muitos filhos de imigrantes passam?
(b) Que perguntas vamos responder no estudo de hoje?

9

Os filhos são os
estudantes da Bíblia
mais importantes
que os pais têm
O EXEMPLO DOS PAIS
3 O bom exemplo dos pais pode ajudar
os filhos a ter uma amizade forte com
Jeová e a chance de viver para sempre.
Quando os filhos percebem que os pais
colocam o Reino em primeiro lugar, eles
aprendem a confiar em Jeová. Desco-
brem que ele sempre vai dar o que pre-
cisam. (Mateus 6:33, 34) Pais, colo-
quem o serviço a Jeová em primeiro
lugar em vez das coisas materiais. Te-
nham uma vida simples e tentem não fa-
zer dívidas. É mais importante ter “um
tesouro no céu” do que tentar ficar rico
neste mundo. — Leia Marcos 10:21,
22; João 12:43.
4 Também, tenham cuidado para não
ficarem tão ocupados a ponto de não
terem mais tempo para os filhos. E,
toda vez que eles escolherem colocar
Jeová em primeiro lugar na vida, di-
gam a eles que estão orgulhosos. Não
tenham a ideia do mundo de que os fi-
lhos têm que trabalhar duro para dar do
bom e do melhor para os pais. A Bíblia
diz que “não se espera que os filhos acu-
mulem para os pais, mas sim os pais
para os filhos”. — 2 Coríntios 12:14.
3, 4. (a) O que os pais podem fazer para dar
um bom exemplo aos filhos? (b) Que ideia os
pais não querem ter?
10 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
NÃO DEIXE QUE O IDIOMA ATRAPALHE
5 Pessoas de “todas as línguas das na-
ções” estão tendo a chance de aprender
sobre Jeová. (Zacarias 8:23) Mas al-
guns filhos não entendem muito bem o
idioma dos pais. Daí, pode ser difícil en-
sinar sobre Jeová para eles. Os filhos
são os estudantes da Bíblia mais impor-
tantes que os pais têm. Eles precisam
conhecer a Jeová para poder viver para
sempre. (João 17:3) Por isso, os pais de-
vem aproveitar todas as oportunidades
para falar sobre Jeová para os filhos.
— Leia Deuteronômio 6:6, 7.
6 Os pais que são imigrantes sabem
que seus filhos vão acabar aprendendo
uma nova língua na escola. Mesmo as-
sim, é bom que esses pais continuem a
conversar no próprio idioma com os fi-
lhos todos os dias. Dessa forma, os fi-
lhos se sentem mais à vontade de se
abrir com os pais. Quando seu filho fala
mais de uma língua, ele consegue usar
mais a cabeça e entender melhor os ou-
tros. Além disso, ele pode fazer mais
para Jeová. Veja o exemplo da Carolina,
que é filha de imigrantes. Ela disse: “É
bom demais fazer parte de uma congre-
gação de outro idioma. E é legal ajudar
onde precisa.”
7 Em alguns casos, depois que apren-
dem uma nova língua e cultura, os
5. Por que os pais devem aproveitar todas as
oportunidades para falar sobre Jeová para os
filhos?
6. Por que é bom quando os filhos falam mais
de um idioma? (Veja a foto no começo do estu-
do.)
7. O que você pode fazer se seu filho fala um
idioma diferente do seu?
filhos não sentem mais vontade de con-
versar com os pais na língua que fala-
vam em casa. Se esse é o caso do seu fi-
lho, o que acha de aprender algumas
palavras no idioma que ele gosta mais?
Vai ser mais fácil ensinar seu filho sobre
Jeová se você entender as conversas
dele e as coisas que ele faz para se diver-
tir. Além disso, vai ser mais fácil fa-
lar com os professores dele e saber
o que ele está aprendendo na escola.
É verdade que aprender um novo idio-
ma não é fácil. É preciso tempo, paciên-
cia e humildade, mas vale a pena o es-
forço. Se seu filho ficasse surdo, você
aprenderia língua de sinais para po-
der conversar com ele, não é mesmo?
Não acha que uma criança que entende
melhor outro idioma merece a mesma
preocupação?1 (Veja a nota no fim da
página.)
8 Pode ser que alguns pais não consi-
gam aprender e falar bem o idioma dos
filhos. Por isso, talvez achem difícil en-
sinar a Bíblia para eles. (2 Timóteo
3:15) Você está passando por isso? Fi-
que tranquilo. Você pode ajudar seu fi-
lho a conhecer e amar a Jeová. Um an-
cião chamado Shan se lembra: “Minha
mãe criou os filhos sozinha. Ela não sa-
bia muito bem o idioma que eu e mi-
nhas irmãs falávamos, e a gente não fa-
lava muito bem o idioma dela. Mas
ver nossa mãe estudando, orando e se
esforçando pra fazer a adoração em
1 Veja o artigo “Você pode aprender outro idioma!”,
na Despertai! de março de 2007, páginas 10 a 12.
8. Mesmo que não consigam aprender bem o
idioma dos filhos, o que os pais podem fazer?
família toda semana nos fez entender
que conhecer a Jeová é muito impor-
tante.”
9 Alguns filhos falam uma língua na
escola e outra em casa. Por isso, al-
guns pais talvez tenham que usar publi-
cações, vídeos e áudios nas duas lín-
guas para ensinar os filhos sobre Jeová.
Isso mostra que os pais que são imi-
grantes precisam se esforçar ainda mais
para que os filhos se tornem amigos de
Jeová.
EM QUE IDIOMA É MELHOR
ASSISTIR ÀS REUNIÕES?
10 Algumas famílias de imigrantes mo-
ram longe da congregação da língua
deles. Por isso, acabam indo numa
congregação que fala o idioma local.
O chefe da família
deve decidir em qual
língua é melhor
assistir às reuniões
(Salmo 146:9) Mas e se tiver uma con-
gregação por perto que fale a língua da
família? Nesse caso, o chefe da família
deve decidir em qual língua é melhor as-
sistir às reuniões. É claro que antes de
tomar essa decisão, ele vai orar e pensar
9. Como os pais podem ensinar os filhos sobre
Jeová em duas línguas?
10. (a) Quem deve escolher em que língua a fa-
mília vai assistir às reuniões? (b) O que o chefe
de família deve fazer antes de tomar essa deci-
são?
MAIO DE 2017 11
 bem sobre o assunto. Também, seria
bom conversar com a esposa e os filhos
sobre isso. (1 Coríntios 11:3) Mas o que
o chefe de família deve levar em conta?
Que orientações da Bíblia podem aju-
dar ele a tomar a melhor decisão?
11 É claro que os filhos não vão apren-
der de Jeová apenas por ir nas reu-
niões. Mas eles podem aprender mais
do que os pais imaginam só de assistir à
reunião na língua que entendem me-
lhor. Isso talvez não aconteça quando
os filhos assistem reunião num idioma
que eles não entendem muito bem. Por
isso, os pais precisam ver o que é me-
lhor para os filhos. (Leia 1 Coríntios
14:9, 11.) É importante lembrar que
nem sempre o primeiro idioma que uma
criança aprende vai continuar sendo o
idioma que toca o coração dela. Algu-
mas crianças até aprendem a dar co-
mentários, fazer partes e pregar na lín-
gua dos pais, mas fazem isso sem falar
do coração.
12 Esther, irmã do Joshua, disse: “Para
uma criança pequena, o idioma, a cul-
tura e a religião dos pais é tudo a mes-
ma coisa.” Isso mostra que, além do
idioma, outras coisas também podem
influenciar as escolhas de uma criança.
Às vezes, os filhos não se acostumam
com a cultura dos pais. Daí, eles aca-
bam não querendo aprender a língua
dos pais nem ser da mesma religião de-
les. Se isso estiver acontecendo com
seu filho, o que você pode fazer?
11, 12. (a) Por que o idioma falado nas reu-
niões faz diferença para o seu filho? (b) Por que
alguns filhos não querem aprender o idioma
dos pais?
12 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
13 Os pais cristãos colocam a espiritua-
lidade dos filhos na frente de suas von-
tades. (1 Coríntios 10:24) Samuel, que é
pai do Joshua e da Esther, disse: “Eu e
minha esposa ficávamos de olho para ver
que idioma tocava o coração das crian-
ças. A gente também orou pedindo aju-
da de Jeová. A resposta não foi bem o
que a gente queria. Mas, quando vi-
mos que as crianças estavam aprenden-
do muito pouco nas reuniões em nosso
idioma, decidimos mudar para uma con-
gregação no idioma local. Nós e as crian-
ças íamos juntos para as reuniões e para
o campo. Também convidávamos os ir-
mãos da congregação para passear e fa-
zer um lanche lá em casa. Tudo isso aju-
dou nossos filhos a conhecer melhor os
irmãos e a Jeová. Eles passaram a ver
Jeová como um Pai e Amigo. Para nós
isso era muito mais importante do que
eles saberem falar bem o nosso idioma.”
14 Samuel disse também: “Para man-
ter nossa fé forte, eu e minha esposa
também assistíamos às reuniões no nos-
so idioma. Nossa vida era corrida, e é
claro que a gente ficava cansado. Mas
agradecemos a Jeová por ter abençoa-
do nossos esforços e sacrifícios. Hoje
nossos três filhos servem a Jeová no
tempo integral.”
O QUE OS FILHOS PODEM FAZER?
15Alguns filhos de imigrantes deci-
dem mudar para uma congregação no
13, 14. (a) Por que uma família de imigrantes
se mudou para uma congregação que falava a
língua local? (b) O que os pais fizeram para
continuar com uma fé forte?
15. Por que Kristina decidiu se mudar para uma
congregação no idioma local?
idioma local quando ficam adultos.
Eles fazem isso porque acham que po-
dem fazer mais para Jeová numa con-
gregação no idioma que entendem me-
lhor. Se isso acontecer, os pais não
devem achar que os filhos não amam
mais eles. Uma irmã chamada Kristina
disse: “Eu só sabia o básico do idioma
dos meus pais. Daí, eu ficava boiando
nas reuniões. Eu não conseguia enten-
der muito bem o que estava sendo dito.
Quando fiz 12 anos, fui num congresso
no idioma que eu aprendi na escola.
Pela primeira vez, eu tive certeza que
estava na verdade! Outra coisa que me
marcou muito foi quando comecei a
orar nesse idioma. Eu conseguia falar
com Jeová de coração!” (Atos 2:11, 41)
Quando Kristina fez 18 anos, ela con-
versou com os pais e decidiu mudar
para uma congregação no idioma local.
Ela falou: “Aprender sobre Jeová no
meu idioma me deu vontade de fazer
mais pra ele.” Em pouco tempo, Kristi-
na se tornou pioneira regular, e é mui-
to feliz.
16 Se você é jovem e tem vontade de
fazer parte de uma congregação no
idioma local, é importante se pergun-
tar: ‘Mudar de congregação vai me aju-
dar a ficar mais amigo de Jeová?’ (Tia-
go 4:8) Será que você quer se mudar só
para ter mais liberdade? Ou quer ter
menos trabalho? Veja o caso de Nadia.
Na adolescência, ela e os irmãos que-
riam mudar para uma congregação no
idioma local. Mas os pais dela percebe-
ram que isso não seria bom para os fi-
16. Por que foi bom para Nadia continuar na
congregação dos pais?
lhos e não deixaram eles irem para ou-
tra congregação. Hoje, Nadia serve em
Betel. Ela disse: “Ainda bem que nossos
pais se esforçaram para nos ensinar o
idioma deles e não deixaram a gente
mudar de congregação. Saber dois idio-
mas nos fez enxergar as coisas com ou-
tros olhos e nos deu mais oportuni-
dades de ajudar outros a conhecer a
Jeová.”
O QUE OUTROS PODEM FAZER
PARA AJUDAR?
17 Jeová quer que os pais ensinem a
verdade para os filhos. Ele não quer que
os avós ou outros façam isso. (Leia
Provérbios 1:8; 31:10, 27, 28.) Os pais
que não entendem muito bem o idioma
local talvez precisem de ajuda para to-
car o coração dos filhos. Mas isso não
quer dizer que eles estão querendo se li-
vrar da responsabilidade que têm. Na
verdade, isso faz parte de criar os fi-
lhos “na disciplina e na instrução de
Jeová”. (Efésios 6:4) Por exemplo, os
pais podem pedir dicas para os anciãos
de como tornar a adoração em família
mais interessante. Eles também podem
perguntar quem seriam bons amigos
para os filhos.
18 De vez em quando, os pais podem
convidar outros irmãos para a adoração
em família. Além disso, é bom os filhos
pregarem ou fazerem outras coisas com
os irmãos da congregação. (Provérbios
27:17) Shan disse: “Alguns irmãos meio
17. (a) Quem deve ensinar os filhos? (b) O que
os pais podem fazer para ajudar os filhos?
18, 19. (a) O que os irmãos da congregação
podem fazer para ajudar os jovens? (b) O que
os pais devem continuar fazendo?
MAIO DE 2017 13
que me adotaram. Nunca esqueço da
ajuda que me deram. Quando eles me
ajudavam a preparar uma parte para a
reunião, eu conseguia aprender mais. E
eu gostava quando a gente passeava e
fazia outras coisas juntos.”
19 Os pais podem escolher alguns ir-
mãos para ajudar os filhos. Esses irmãos
devem falar bem dos pais para os jovens
e sempre pedir a permissão deles antes
de fazer alguma coisa. Isso ajuda os jo-
vens a entender que é importante res-
peitar os pais. Quem ajuda os filhos de
outros também precisa tomar cuidado
para não causar nenhum mal entendido
dentro ou fora da congregação. (1 Pe-
dro 2:12) Os pais devem lembrar que a
responsabilidade de ensinar os filhos é
deles, e não de outros irmãos. Por isso,
Passar tempo com os irmãos da congregação faz bem tanto para os pais como para os filhos
(Veja os parágrafos 18 e 19.)
ficam sempre de olho nos filhos, mes-
mo que eles estejam recebendo a ajuda
de outros.
20 Pais, orem pedindo a ajuda de
Jeová e façam o seu melhor. (Leia
2 Crônicas 15:7.) Coloquem a amizade
dos seus filhos com Jeová na frente de
suas vontades. Façam de tudo para que
a Bíblia toque o coração deles. Nunca
deixem de acreditar que seus filhos po-
dem servir a Jeová. Se eles seguirem o
bom exemplo de vocês e obedecerem a
Jeová, vocês poderão dizer o mesmo
que o apóstolo João: “Não tenho ale-
gria maior do que esta: ouvir que os
meus filhos continuam andando na ver-
dade.” — 3 João 4.
20. O que os pais podem fazer para ajudar os
filhos a se tornarem servos fiéis de Jeová?
Não deixe seu amor diminuir
“Por causa do aumento do que é contra a lei,
o amor da maioria esfriará.” — MATEUS 24:12.

QUANDO Jesus esteve na Terra, ele disse que nos últi- CÂNTICOS: 38, 128
mos dias o amor da maioria das pessoas ia esfriar. (Ma-
teus 24:3, 12) Isso começou a acontecer com os judeus COMO RESPONDERIA?
nos dias dos apóstolos. Esses judeus falavam que eram ________________________________________________________________________________________________________________________________

servos de Jeová, só que com o tempo o amor deles por O que vai nos ajudar
ele diminuiu. a sempre ter um amor
forte por Jeová?
2 Já a maioria dos cristãos daquela época não deixou o

amor por Jeová esfriar. O livro de Atos fala que eles ama-
vam a Jeová e pregavam “as boas novas a respeito do ________________________________________________________________________________________________________________________________

Cristo” com alegria. Eles também amavam os irmãos e as O que vai nos ajudar a
outras pessoas. (Atos 2:44-47; 5:42) Mas infelizmente aumentar nosso amor
alguns acabaram deixando o amor esfriar. Como sabe- pela Bíblia?
mos disso?
3 Veja o que aconteceu numa cidade muito rica chama-
________________________________________________________________________________________________________________________________
da Éfeso. As pessoas dessa cidade só pensavam em ter
Por que é importante
1, 2. (a) Quando as palavras de Jesus em Mateus 24:12 começaram amar os irmãos?
a acontecer? (b) O que o livro de Atos fala sobre os cristãos dos dias
dos apóstolos? (Veja o desenho no começo do estudo.)
3. Por que alguns irmãos em Éfeso deixaram o amor diminuir?

15
 dinheiro, se divertir e levar uma vida
de conforto. Além disso, elas levavam
uma vida imoral e não tinham o menor
respeito pelas leis de Jeová. Elas só
queriam curtir a vida e não estavam
nem aí para Deus e para os outros.
Parece que alguns irmãos dessa cida-
de se deixaram levar por essas pes-
soas. (Efésios 2:2, 3) Por isso, Jesus
disse para os irmãos de Éfeso que
eles tinham deixado o amor diminuir.
— Apocalipse 2:4.
4 Hoje também está acontecendo o
que Jesus disse. Muitas pessoas dão as
costas pra Deus e preferem confiar
que os homens vão resolver os proble-
mas do mundo. Por isso, o amor é cada
vez mais raro hoje em dia. Assim como
aconteceu em Éfeso, até mesmo al-
guns irmãos estão deixando o amor
esfriar. Por isso, no estudo de hoje
vamos ver três tipos de amor que pre-
cisamos ter sempre forte: (1) o amor
por Jeová, (2) o amor pela Bíblia e
(3) o amor pelos irmãos.
AMOR POR JEOVÁ
5 Por que devemos amar a Jeová em
primeiro lugar? Porque esse é o maior
e primeiro mandamento. Jesus disse:
“Ame a Jeová, seu Deus, de todo o seu
coração, de toda a sua alma e de toda
a sua mente.” (Mateus 22:37, 38) Além
disso, devemos amar a Jeová porque
isso vai nos ajudar a obedecer a ele, a
não desanimar e a odiar o que é mau.
4. (a) Por que o amor das pessoas está dimi-
nuindo hoje? (b) Que três tipos de amor preci-
samos ter sempre forte?
5. Por que devemos amar a Jeová?
16 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
(Leia Salmo 97:10.) Mas temos que
tomar cuidado porque Satanás usa o
mundo dele para tentar fazer nosso
amor por Jeová esfriar. — Veja o qua-
dro “Entenda Melhor”.
6 As pessoas hoje amam as coisas er-
radas. Elas amam mais a si mesmas do
que a Deus. (2 Timóteo 3:2) Gostam
de seguir “o desejo da carne, o desejo
dos olhos” e de levar uma vida cheia de
conforto. (1 João 2:16) O apóstolo
Paulo falou do perigo da gente só que-
rer agradar a nós mesmos. Ele disse:
“Fixar a mente na carne significa mor-
te.” Por quê? Porque quem prefere fa-
zer o que quer em vez de agradar a
Deus se torna inimigo dele. (Romanos
8:6, 7) As pessoas que só pensam em
dinheiro e levam uma vida imoral não
são felizes de verdade. — 1 Coríntios
6:18; 1 Timóteo 6:9, 10.
7 Muitas pessoas simplesmente não
acreditam em Deus ou dizem que não
tem como saber se ele existe de ver-
dade. Outras acreditam na evolução.
Essas pessoas tentam convencer ou-
tros de que eles não precisam amar a
Deus nem acreditar nele. Elas dizem
que quem acredita em Deus não é
muito inteligente. Além disso, mui-
tas pessoas respeitam mais os cientis-
tas do que o Criador. (Romanos 1:25)
Essas ideias podem ser um perigo
para os cristãos. Se nos deixarmos le-
var por isso, nossa amizade com Jeová
6. Qual é o perigo de querermos agradar a nós
mesmos em vez de a Deus?
7. Que ideias podem ser um perigo para os cris-
tãos?
Mostre amor por Jeová
(Veja o parágrafo 10.)
e nosso amor por ele vão diminuir.
— Hebreus 3:12.
8 Vivemos num mundo controlado
por Satanás. Por isso, às vezes pode-
mos ficar meio pra baixo. (1 João
5:19) Por exemplo, talvez você se sen-
te desanimado porque está ficando
mais velho, porque está com proble-
mas de saúde ou sem dinheiro. Pode
ser também que você fica triste por-
que não consegue fazer tudo o que
gostaria. Ou está chateado porque al-
gumas coisas não aconteceram do jei-
to como você imaginava. Nossa fé
e amor por Jeová podem diminuir
se ficarmos desanimados demais com
os problemas da vida. Então, se você
estiver passando por alguma dessas
coisas, não ache que Jeová te aban-
donou. O Salmo 136:23 mostra que
Jeová se lembra de nós quando esta-
8. (a) Que coisas podem nos deixar desanima-
dos? (b) Como o Salmo 136 pode nos ajudar?
mos desanimados e que o amor leal
dele dura para sempre. Podemos ter
certeza que Jeová ouve e responde
nossas “súplicas por ajuda”. — Salmo
116:1; 136:24-26.
9 O apóstolo Paulo sempre se lem-
brava das coisas boas que Jeová ti-
nha feito por ele. Isso ajudava Pau-
lo a continuar tendo um amor forte
por Jeová. Paulo disse: “Jeová é o
meu ajudador; não terei medo. O que
me pode fazer o homem?” (Hebreus
13:6) Ele confiava em Jeová. Por isso,
conseguiu enfrentar os problemas que
passou. Mesmo quando estava preso,
Paulo escreveu cartas para animar os
irmãos. (Efésios 4:1; Filipenses 1:7; Fi-
lêmon 1) Não importava o problema
que estava passando, ele continuou
tendo um amor forte por Jeová. Ele
sabia que Jeová é “o Deus de todo o
9. O que ajudou Paulo a continuar tendo um
amor forte por Jeová?
MAIO DE 2017 17
 consolo, que nos consola em todas as
nossas provações”. (2 Coríntios 1:3, 4)
Como podemos imitar Paulo?
10 Paulo falou que uma das coisas
que vai nos ajudar a continuar tendo
um amor forte por Jeová é orar sem-
pre. Ele disse: “Orem constantemen-
te” e “perseverem em oração”. (1 Tes-
salonicenses 5:17; Romanos 12:12) Por
que a oração nos ajuda a ter um amor
forte por Jeová? Porque orar é o mes-
mo que conversar com Jeová. Quan-
to mais conversamos com ele, mais
amigos dele ficamos. (Salmo 86:3)
Quando tiramos tempo para falar com
Jeová do fundo do coração, nos senti-
mos mais perto dele. (Salmo 65:2)
Além disso, quando vemos as respos-
tas de nossas orações, nosso amor por
Jeová também aumenta. E temos mais
certeza ainda que “Jeová está perto”
de todos os que pedem a ajuda dele.
(Salmo 145:18) Confiar que Jeová nos
ama e quer nos ajudar vai nos dar for-
ças para enfrentar qualquer problema
agora e no futuro.
AMOR PELA BÍBLIA
11 Precisamos ler e amar a Bíblia, afi-
nal é nela que encontramos a verdade.
(Colossenses 1:10) Jesus disse para
Jeová: “A tua palavra é a verdade.”
(João 17:17) Mas o Salmo 119 nos aju-
da a ver que precisamos fazer mais
do que só ler a Bíblia. (Leia Salmo
119:97-100.) Durante o dia, precisa-
mos tirar tempo pra pensar no que
10. O que podemos fazer para sempre ter um
amor forte por Jeová?
11, 12. O que vai nos ajudar a amar a Bíblia?
18 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
lemos e em como isso nos ajuda na
vida. Assim, vamos amar ainda mais a
Bíblia.
12 O Salmo 119:103 diz: “Como são
doces para o meu paladar as tuas de-
clarações, mais do que mel para a mi-
nha boca.” As revistas, os livros e
outras publicações são como uma co-
mida gostosa. Quando gostamos de
uma comida, aproveitamos cada peda-
cinho, não é verdade? O mesmo deve
acontecer quando estudamos a Bíblia.
Daí, vamos nos lembrar do que apren-
demos e usar isso para ajudar outros.
— Eclesiastes 12:10.
13 O profeta Jeremias amava a Bí-
blia. Ele disse: “Ao encontrar as tuas
palavras, eu as comi. E a tua palavra
tornou-se a exultação e a alegria do
meu coração, pois eu levo o teu nome,
ó Jeová, Deus dos exércitos.” (Jere-
mias 15:16) Jeremias tirava tempo pra
pensar no que lia na Bíblia. Qual foi o
resultado? Ele amava o que aprendia e
via como era importante falar para as
pessoas sobre Jeová. Se a gente amar
a Bíblia, vamos ver que é muito bom
ser Testemunha de Jeová e pregar so-
bre o Reino nestes últimos dias.
14 O que mais vai nos ajudar a au-
mentar nosso amor pela Bíblia? Ter o
costume de assistir às reuniões. Afinal
de contas, o que aprendemos nas reu-
niões vem de Jeová. Pense em quantas
13. (a) O que ajudou Jeremias a amar a Bíblia?
(b) Qual foi o resultado de Jeremias tirar tempo
pra pensar no que lia na Bíblia?
14. O que mais vai nos ajudar a aumentar nos-
so amor pela Bíblia?
Mostre amor pela Bíblia
(Veja o parágrafo 14.)
coisas a gente aprende sobre a Bíblia
no estudo da revista A Sentinela. Mas
para o estudo valer a pena, precisamos
nos preparar antes. Por exemplo, po-
demos ler todos os textos de cada es-
tudo. Hoje, podemos baixar as revistas
em vários idiomas no site jw.org ou no
aplicativo JW Library. Daí, só de clicar
no texto ele aparece na tela do tablet
ou celular. Não importa se a gente gos-
ta de preparar a revista no papel ou no
tablet, precisamos ler os textos e parar
pra pensar neles. Isso vai nos ajudar a
amar ainda mais a Bíblia. — Leia Sal-
mo 1:2.
AMOR PELOS IRMÃOS
15Na última noite de Jesus na Terra,
ele disse para os discípulos: “Eu lhes
15, 16. (a) O que Jesus disse em João 13:34,
35? (b) Por que nosso amor por Jeová está liga-
do com o nosso amor pelos irmãos? (c) Por que
nosso amor pelos irmãos está ligado com o
nosso amor pela Bíblia?
dou um novo mandamento: Amem uns
aos outros; assim como eu amei vocês,
amem também uns aos outros. Por
meio disto todos saberão que vocês
são meus discípulos: se tiverem amor
entre si.” — João 13:34, 35.
16 Nosso amor por Jeová está ligado
com nosso amor pelos irmãos. Na ver-
dade, não é possível amar a Jeová se
não amamos os irmãos. O apóstolo
João disse: “Quem não ama o seu ir-
mão, a quem vê, não pode amar a
Deus, a quem não vê.” (1 João 4:20)
Além disso, nosso amor por Jeová e
pelos irmãos está ligado com o nosso
amor pela Bíblia. Como assim? A Bí-
blia diz que devemos amar a Jeová e
os irmãos. Então, se amamos a Bí-
blia, vamos querer fazer o que ela diz.
— 1 Pedro 1:22; 1 João 4:21.
17 Leia 1 Tessalonicenses 4:9, 10.
17. O que podemos fazer para mostrar que
amamos os irmãos?
MAIO DE 2017 19
ENTENDA Deixar o amor por Jeová esfriar:
Isso acontece quando nos deixamos levar por este mundo
MELHOR mau de Satanás e damos mais valor a outras coisas do que
a nossa amizade com Jeová. Daí, sem perceber, não temos
mais tanta vontade de aprender sobre a Bíblia e de estar
com os irmãos.

Podemos fazer muitas coisas para
mostrar que amamos os irmãos. Por
exemplo, podemos dar carona para
um irmão idoso ir na reunião. Pode-
mos fazer alguns consertos na casa
de uma irmã viúva. (Tiago 1:27) Além
disso, podemos dar aten ç ão, cari-
nho e encorajar os irm ãos que es-
t ão desanimados, com depressão ou
passando por algum problema dif í-
cil. (Provérbios 12:25; Colossenses
4:11) Mostramos que amamos os que
“fazem parte da nossa família na fé”
pelo que dizemos e fazemos. — Gála-
tas 6:10.
18 A Bíblia diz que “nos últimos dias”
as pessoas amariam a si mesmas e ao di-
nheiro. (2 Timóteo 3:1, 2) Por isso, pre-
cisamos nos esforçar para aumentar
nosso amor por Jeová, pela Bíblia e pe-
los irmãos. Não somos perfeitos. Pode
ser que às vezes a gente fique chateado
com um irmão. Mas o amor vai nos aju-
dar a resolver logo qualquer problema
de modo bondoso. (Efésios 4:32; Co-
lossenses 3:14) Não deixe seu amor di-
minuir! Continue amando a Jeová, os
irmãos e a Bíblia de todo o coração.
18. O que vai nos ajudar a resolver qualquer
problema com um irmão?

Mostre amor pelos irmãos

(Veja o parágrafo 17.)
“Você me ama mais
do que a estes?”
“Simão, filho de João, você me ama mais do que a estes?”
— JOAO 21:15.

JÁ TINHA passado alguns dias depois da morte de Jesus. CÂNTICOS: 143, 65

Daí, sete discípulos decidiram ir pescar no mar da Gali-
leia. Durante a noite toda, eles não conseguiram pegar O QUE PODE NOS
nenhum peixe. Quando amanheceu, Jesus apareceu na AJUDAR A NÃO PENSAR
praia e disse: “Lancem a rede do lado direito do barco.” SÓ EM. . .
Os discípulos fizeram isso e não conseguiram puxar a rede ________________________________________________________________________________________________________________________________

de volta, de tanto peixe que tinha nela. — João 21:1-6. trabalho?

2 Depois, Jesus deu pão e peixe para os discípulos come-

rem. Daí, Jesus perguntou para Pedro o que ele amava

mais. Jesus sabia que Pedro amava pescar. Então, pode ________________________________________________________________________________________________________________________________

diversão?
ser que Jesus queria saber se Pedro amava mais a ele do
que o trabalho de pescador. Pedro disse para Jesus:
“O senhor sabe que eu o amo.” (João 21:15) Depois da-
________________________________________________________________________________________________________________________________
quele dia, Pedro provou que o que ele tinha falado não foi
coisas materiais?
da boca pra fora. Ele mostrou que amava Jesus por se
1, 2. Depois de pescar a noite toda, que conversa Pedro teve com Je-
sus?

21
 esforçar na pregação. Pedro foi muito
usado por Jesus para ajudar os irmãos.
3 O que podemos aprender do que
Jesus disse para Pedro? Que precisa-
mos tomar cuidado para não deixar
nosso amor por ele diminuir. Jesus sa-
bia que a vida neste mundo seria es-
tressante e cheia de ansiedades e difi-
culdades. Quando deu o exemplo das
sementes, Jesus disse que algumas pes-
soas iam aceitar “a palavra do Reino” e
fazer o que Deus gosta. Mas depois o
amor delas por Deus ia diminuir por
causa das “ansiedades deste mundo”
e do “poder enganoso das riquezas”.
(Mateus 13:19-22; Marcos 4:19) Se não
tomarmos cuidado, as ansiedades da
vida podem atrapalhar nosso serviço a
Nosso serviço a
Jeová deve estar em
primeiro lugar na vida
Jeová. Por isso, Jesus disse para os dis-
cípulos: “Prestem atenção a si mes-
mos, para que o seu coração nunca fi-
que sobrecarregado com o excesso no
comer e no beber e com as ansiedades
da vida.” — Lucas 21:34.
4 Pedro mostrou que amava a Jesus.
Queremos imitar Pedro e continuar co-
locando a pregação em primeiro lugar
3. Precisamos tomar cuidado com o quê?
4. O que pode nos ajudar a saber se nosso
amor por Jesus está forte? (Veja as fotos no co-
meço do estudo.)
22 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
na vida. O que pode nos ajudar a fazer
isso? É bom nos perguntar: ‘O que eu
mais amo na vida? Servir a Jeová ou fa-
zer outras coisas?’ Neste estudo, va-
mos falar sobre três coisas que podem
fazer nosso amor por Jesus diminuir:
(1) trabalho, (2) diversão e (3) coisas
materiais.
QUAL É O LUGAR DO TRABALHO
NA SUA VIDA?
5 Pescar não era só uma coisa que Pe-
dro gostava de fazer. Ele fazia isso para
poder sustentar a família dele. Hoje,
os chefes de família também precisam
se esforçar para sustentar a família.
Jeová quer que eles façam isso. (1 Ti-
móteo 5:8) Mas a verdade é que, no
mundo que vivemos hoje, o trabalho
pode trazer muita ansiedade.
6 Hoje em dia, tem muita gente pra
pouco emprego. Por isso, as pessoas
fazem de tudo para achar um trabalho.
Elas aceitam trabalhar mais horas que
o normal, mesmo ganhando menos do
que deveriam. Além disso, as empresas
querem fazer cada vez mais, só que
com menos trabalhadores. Por causa
disso, as pessoas ficam cansadas de-
mais, estressadas e até doentes. Mui-
tos fazem qualquer coisa que o chefe
manda porque ficam com medo de per-
der o emprego.
7 É verdade que queremos fazer o me-
5. O que os chefes de família precisam fazer?
6. Por que o trabalho pode deixar as pessoas
estressadas?
7, 8. (a) O que deve estar em primeiro lugar na
nossa vida? (b) O que um irmão da Tailândia
disse sobre o trabalho dele?
lhor no nosso trabalho. Mas o que deve
estar em primeiro lugar é o nosso ser-
viço a Jeová. (Lucas 10:27) Devemos
ver o trabalho como um meio para ter-
mos o sustento. Só que, se a gente não
tomar cuidado, o trabalho pode atra-
palhar nossa adoração a Jeová. Veja o
exemplo de um irmão na Tailândia. Ele
disse: “Eu trabalhava com computado-
res e gostava muito do que fazia. Só
que eu trabalhava mais que o normal.
Eu quase não tinha tempo pras coisas
espirituais. Mas aí eu me dei conta que,
pra colocar o Reino em primeiro lugar,
eu tinha que mudar de emprego.” O
que esse irmão fez?
8 Ele disse: “Depois de planejar por
um ano, decidi vender sorvete na rua.
No começo, eu não ganhava quase
nada e fiquei desanimado. Quando eu
encontrava meus ex-colegas de traba-
lho, eles riam de mim. Eles não enten-
diam por que eu achava que vender
sorvete era melhor do que trabalhar
consertando computadores, debaixo
do ar-condicionado. Orei a Jeová, pe-
dindo que me ajudasse a lidar com
aquela situação e a conseguir ter mais
tempo para ele. Não demorou muito e
as coisas começaram a mudar. Fui ven-
do o que as pessoas mais gostavam e
comecei a melhorar meus sorvetes.
Em pouco tempo, passei a vender to-
dos os sorvetes. Eu até ganhava mais
dinheiro do que quando trabalhava
com computadores. Hoje, sou mais fe-
liz porque não tenho o estresse e a
preocupação que tinha no meu outro
emprego. E, o mais importante, me
sinto mais amigo de Jeová.” — Leia
Mateus 5:3, 6.
9 Jeová gosta de quem é trabalha-
dor. E não é verdade que nos sentimos
bem quando fazemos um bom traba-
lho? (Provérbios 12:14) Mas precisa-
mos tomar cuidado para que o traba-
lho não se torne mais importante do
Será que eu gosto
muito do meu trabalho,
mas acho chato as
atividades no serviço
a Jeová?
que o nosso serviço a Jeová. Veja o que
Jesus disse: “Persistam, então, em bus-
car primeiro o Reino e a justiça de
Deus, e todas essas outras coisas lhes
serão acrescentadas.” (Mateus 6:33)
Para saber se somos equilibrados com
o nosso trabalho, podemos nos per-
guntar: ‘Será que eu gosto muito do
meu trabalho, mas acho chato as ativi-
dades no serviço a Jeová?’ Pensar nis-
so pode nos ajudar a saber o que ama-
mos de verdade.
10 Veja o que aconteceu quando Je-
sus foi visitar Marta e Maria. Assim
que Jesus chegou, Marta foi corren-
do fazer algo para ele comer. Mas
9. O que pode nos ajudar a saber se estamos
colocando o nosso serviço a Jeová em primeiro
lugar?
10. O que Jesus ensinou para Marta e Maria?
MAIO DE 2017 23
 Maria sentou perto de Jesus e ficou
ouvindo o que ele estava ensinando.
Marta reclamou que Maria não estava
fazendo nada para ajudar. Daí, Jesus
aproveitou para ensinar algo muito im-
portante. Ele disse que Maria tinha es-
colhido “a boa porção”. (Lucas 10:38-
42) O que Jesus quis dizer com isso?
Que para mostrar que amamos a ele,
não devemos deixar as coisas do dia a
dia nos atrapalhar. Precisamos colocar
nossa amizade com Jeová sempre em
primeiro lugar na vida.
O QUE VOCÊ PENSA
SOBRE DIVERSÃO?
11 Nossa vida é bem corrida. Por isso,
precisamos tirar um tempo para des-
cansar. A Bíblia diz: “Não há nada me-
lhor para o homem do que comer, be-
ber e desfrutar do seu trabalho árduo.”
(Eclesiastes 2:24) Jesus sabia que os
discípulos precisavam descansar. Por
exemplo, um dia eles voltaram bem
cansados da pregação. Daí, Jesus dis-
se: “Venham comigo, vamos sozinhos a
um lugar isolado para descansar um
pouco.” — Marcos 6:31, 32.
12 Precisamos descansar e fazer algo
para nos divertir. Mas temos que to-
mar cuidado para que isso não se tor-
ne a coisa mais importante da nossa
vida. No tempo dos apóstolos, mui-
tos diziam: “Comamos e bebamos,
pois amanhã morreremos.” (1 Corín-
tios 15:32) Hoje não é diferente. Veja
o exemplo de um jovem na Europa. Ele
11. O que a Bíblia diz sobre descansar?
12. Que cuidado precisamos ter com a diver-
são? Dê um exemplo.
24 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
começou a ir nas reuniões. Só que ele
gostava tanto de se divertir que aca-
bou parando de estudar a Bíblia e de ir
nas reuniões. Depois de um tempo,
ele começou a ter vários problemas
por causa da vida que levava. Daí, ele
voltou a estudar a Bíblia e com o
tempo começou a pregar. Depois que
se batizou, ele disse: “Me arrependo
de ter perdido tanto tempo da minha
vida. Servir a Jeová deixa a gente mui-
to mais feliz do que se divertir no
mundo.”
13 Tirar um tempo para se divertir é
muito bom. Isso recarrega as bate-
rias. Mas quanto tempo devemos gas-
tar com diversão? Por exemplo, muitas
pessoas gostam de comer doces e bo-
los. Mas nós sabemos que comer es-
sas coisas demais não faz bem. Para
ter uma boa saúde, precisamos comer
coisas saudáveis. Da mesma forma, se
gastamos muito tempo nos divertindo,
isso pode acabar atrapalhando nossa
amizade com Jeová. Como você pode
saber se está se divertindo na medida
certa? Durante uma semana, coloque
no papel quantas horas você gastou na
pregação, nas reuniões e com estudo
pessoal. Depois, faça o mesmo com
as horas que você gastou vendo TV,
jogando videogame e com esportes.
Daí, é só ver se você precisa fazer
algumas mudanças. — Leia Efésios
5:15, 16.
13. (a) Que exemplo mostra que diversão de-
mais não faz bem? (b) O que pode nos ajudar
a saber se estamos nos divertindo na medida
certa?
 14Jeová nos deixa escolher o que fa-
zer para nos divertir. Os pais podem
decidir o tipo de diversão que é bom
para a família. Os conselhos da Bíblia
podem ajudar todos a fazer uma boa
escolha. Afinal, eles mostram o que
Jeová pensa sobre esse assunto.1 (Veja
a nota no fim da página.) A diversão
é um presente de Jeová. (Eclesiastes
3:12, 13) É verdade que cada um tem
um gosto na hora de se divertir. (Gála-
tas 6:4, 5) Mas, não importa o tipo
de diversão que a gente escolhe, pre-
1 Veja o artigo “A sua recreação é benéfica?”, na Sen-
tinela de 15 de outubro de 2011, páginas 9 a 12, parágra-
fos 6 a 15.
14. O que pode nos ajudar a escolher o tipo
certo de diversão?
O que é mais importante para você?
(Veja o parágrafo 18.)
cisamos tomar cuidado. Jesus disse:
“Onde estiver o seu tesouro, ali estará
também o seu coração.” (Mateus 6:21)
Se amamos a Jesus, vamos pensar, fa-
lar e mostrar que o Reino é mais impor-
tante do que qualquer outra coisa na
nossa vida. — Filipenses 1:9, 10.
VOCÊ ESTÁ LUTANDO CONTRA
O MATERIALISMO?
15Muitos hoje só pensam em ter a
roupa da moda, os últimos celulares,
tablets e por aí vai. Isso acontece por-
que as pessoas se deixam levar pelo ma-
terialismo. Elas acham que ter coisas e
15, 16. (a) Por que precisamos tomar cuidado
com o materialismo? (b) O que Jesus disse so-
bre coisas materiais?
 dinheiro é o mais importante na vida.
Por isso, é bom se perguntar: ‘Será que
gasto mais tempo pesquisando sobre
roupas da moda e lançamentos de car-
ros do que me preparando para as reu-
niões? Tenho tantas coisas para fazer
que acabo deixando de orar e de ler a
Bíblia?’ Se a gente não tomar cuidado,
o amor pelas coisas materiais pode fi-
car mais forte do que nosso amor por
Jesus. Ele disse que devemos nos pro-
teger de “todo tipo de ganância”. (Lu-
cas 12:15) Por que ele disse isso?
16 Porque “ninguém pode ser escravo
de dois senhores”. Jesus falou: “Vocês
não podem ser escravos de Deus e das
Não tem como dar o
melhor para Jeová e ao
mesmo tempo ir atrás
de coisas materiais
Riquezas.” Não tem como a gente que-
rer dar o nosso melhor para Jeová e ao
mesmo tempo ir atrás de coisas mate-
riais. Se fizermos isso, Jesus disse que
vamos acabar odiando um e amando o
outro. (Mateus 6:24) Não somos per-
feitos. Por isso, precisamos continuar
lutando contra “os desejos da nossa
carne”, e um desses desejos pode ser o
materialismo. — Efésios 2:3.
17 As pessoas pensam tanto no que
17. (a) Por que algumas pessoas dão muito va-
lor a coisas materiais? (b) O que vai nos ajudar
a não ser materialistas?
26 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
querem e no que gostam que acabam
dando muito valor a coisas materiais.
(Leia 1 Coríntios 2:14.) Elas ficam
tão envolvidas com isso que não conse-
guem ver a diferença entre o certo e o
errado. (Hebreus 5:11-14) A vontade de
ter coisas pode ficar cada vez mais for-
te. Quanto mais uma pessoa tem, mais
ela quer. (Eclesiastes 5:10) Para que
isso não aconteça com a gente, precisa-
mos ler a Bíblia todos os dias. (1 Pe-
dro 2:2) Jesus tirava tempo para pen-
sar nos conselhos da Bíblia. Por isso,
ele conseguiu dizer não para as coisas
que Satanás ofereceu a ele. (Mateus
4:8-10) Nós também precisamos seguir
os conselhos da Bíblia. Isso vai nos aju-
dar a fugir do materialismo. Assim,
mostraremos para Jesus que amamos
mais a ele do que as coisas materiais.
18 Quando Jesus perguntou para Pe-
dro “você me ama mais do que a es-
tes?”, ele estava ensinando a Pedro que
servir a Jeová deve ser a coisa mais im-
portante da nossa vida. O nome de Pe-
dro significa “um pedaço de rocha”.
Esse nome combina bastante com Pe-
dro. O amor dele por Jesus era tão for-
te como uma pedra. (Atos 4:5-20) Nós
também queremos que nosso amor por
Jesus seja forte. Por isso, precisamos
tomar cuidado para que o trabalho, a
diversão e as coisas materiais não se-
jam o mais importante na nossa vida.
Daí, vamos poder dizer para Jesus o
mesmo que Pedro: “O senhor sabe que
eu o amo.”
18. Depois deste estudo, o que você está deci-
dido a fazer?
A alegria de levar uma vida simples
DANIEL E MIRIAM se casaram em setembro de
2000. Eles tinham uma vida muito boa em Barcelo-
na, Espanha. Daniel disse: “Com o salário que a gen-
te ganhava, dava pra comer nos melhores restauran-
tes, viajar pra outros países e comprar roupas de
marca. Mesmo assim, a gente sempre ia na prega-
ção.” Mas daí algo mudou a vida deles.
No congresso de 2006, um discurso tocou o cora-
ção de Daniel. O irmão que fez o discurso pergun-
tou: “Estamos fazendo nosso máximo para ajudar os
que estão no caminho da morte a entrar na estrada
da vida?” (Provérbios 24:11) Esse discurso explicou
que temos que pregar para as pessoas. Afinal, a vida
delas está em jogo. (Atos 20:26, 27) Daniel lembra:
“Era como se Jeová estivesse falando comigo.” O
discurso também dizia que somos mais felizes quan-
do fazemos mais no serviço a Jeová. Daniel sabia
que isso era verdade. Miriam já era pioneira, e ele via
a felicidade dela por poder fazer mais na pregação.
O discurso mexeu com Daniel. Ele viu que tinha
que fazer uma grande mudança na vida. E foi o que
ele fez. Daniel diminuiu as horas de trabalho e en-
trou no serviço de pioneiro. Ele começou a pensar
em como seria bom morar num lugar que precisas-
se de ajuda na pregação.
OS DESAFIOS E AS ALEGRIAS
No mês de maio de 2007, Daniel e Miriam saíram
do emprego. Daí, se mudaram para um país que eles
já tinham visitado antes, o Panamá. Agora, eles iam
pregar em Bocas del Toro, um lugar formado por vá-
rias ilhas que fica no mar do Caribe. A maioria das
pessoas de lá é do povo indígena ngabe. Daniel e Mi-
riam calcularam que, com o dinheiro que eles ti-
nham guardado, dava pra ficar no Panamá uns oito
meses.
Eles usavam barcos e bicicletas para pregar nas
ilhas. Daniel e Miriam ainda se lembram da primei-
ra viagem que fizeram de bicicleta subindo e descen-
do morros. Foi uma viagem de 30 quilômetros num
sol de rachar. Daniel quase desmaiou de tão cansa-
do que ficou. Mas tudo valia a pena quando eles
eram recebidos com muito carinho pelas famílias do
povo ngabe, ainda mais depois que aprenderam al-
gumas palavras na língua deles. Não demorou mui-
to e Daniel e Miriam estavam com 23 estudos da Bí-
blia.
O que aconteceu quando o dinheiro acabou? Da-
niel disse: “Com lágrimas nos olhos, começamos a
pensar na nossa volta pra Espanha. A gente ficaria
muito triste de ter que deixar nossos estudantes.”
Mas, um mês depois, eles receberam uma ótima no-
tícia. Miriam disse: “Fomos convidados para ser pio-
neiros especiais. Ficamos muito felizes de poder
continuar no Panamá!”
A MAIOR ALEGRIA DE TODAS
Em 2015, aconteceram algumas mudanças na or-
ganização. Por causa disso, Daniel e Miriam tiveram
que deixar o serviço de pioneiro especial. E agora, o
que eles fariam? Eles confiaram na promessa do Sal-
mo 37:5: “Entregue o seu caminho a Jeová; confie
nele, e ele agirá em seu favor.” Eles conseguiram um
emprego que dava para continuar como pioneiros.
Hoje, eles servem numa congregação em Veraguas,
no Panamá.
Daniel disse: “Antes de sair da Espanha, a gente
não sabia se ia conseguir levar uma vida simples,
mas conseguimos. E a gente sempre teve o que pre-
cisava!” O que faz Daniel e Miriam felizes de verda-
de? Eles falaram: “Não tem nada melhor do que aju-
dar outros a aprender sobre Jeová!”
MAIO DE 2017 27
 HISTÓRIA DE VIDA

Ser surdo não

me impediu de
ensinar a verdade
a outros
CONTADA POR WALTER MARKIN

Eu me batizei em 1941, quando tinha 12 anos. Mas foi só em

1946 que eu comecei a entender a Bíblia. Parece estranho, né?
Depois que eu explicar minha história, você vai entender melhor.

POR volta de 1910, meus pais se mu-
daram de Tbilisi, na Geórgia, para o
Canadá. Eles moravam numa chácara
perto de Pelly, Saskatchewan. Eu nasci
em 1928, e meus pais já tinham 5 filhos.
Meu pai morreu faltando seis meses
para eu nascer, e minha mãe morreu
quando eu ainda era bebê. Minha irmã
mais velha, Lucy, morreu pouco tempo
depois, quando tinha 17 anos. Por isso,
meu tio Nick teve que cuidar de mim e
dos meus irmãos.
Quando eu tinha mais ou menos uns
2 anos, algumas pessoas da minha fa-
mília me viram puxando o rabo de um
cavalo. Eles ficaram apavorados pen-
sando que o cavalo ia me dar um coice.
Daí, eles gritaram pra eu sair dali. Eu
estava de costas e não ouvi nada, por
isso nem saí do lugar. Foi aí que eles
descobriram que eu era surdo.
Um amigo do meu tio disse pra ele
que seria bom se eu fosse estudar
numa escola de surdos. Daí, o tio Nick
me matriculou numa escola em Saska-
toon, Saskatchewan. Ela ficava bem
longe de casa. Eu só tinha 5 anos e fi-
quei apavorado. Eu podia visitar minha
família só nos feriados e nas férias.
Com o tempo, aprendi língua de sinais
e fiz amizade com as outras crianças da
escola.

28 EDIÇÃO FÁCIL DE LER

COMO APRENDI A VERDADE
Em 1939, minha irmã Marion se casou
com Bill Danylchuck. Eles passaram a
cuidar de mim e da minha irmã Frances.
Os dois foram os primeiros da minha fa-
mília a estudar a Bíblia com as Testemu-
nhas de Jeová. Quando eu ia pra casa
nas minhas férias, eles me ensinavam
tudo o que podiam sobre a Bíblia. Eles
não sabiam língua de sinais, por isso não
era fácil conversar com eles. Mesmo as-
sim, eles viam que eu gostava muito de
aprender sobre Jeová. E vendo eles irem
pregar, eu pensava: ‘Bom, se eles estão
pregando, é porque isso deve estar na
Bíblia.’ Daí, comecei a ir com eles na
pregação. Não demorou muito e eu quis
me batizar. Em 5 de setembro de 1941,
Bill me batizou num barril de metal. A
água estava muito, muito fria!
Em 1946, quando eu estava de férias
em casa, nós fomos num congresso em
Cleveland, nos Estados Unidos. Para
eu entender o que era dito, minhas ir-
mãs escreviam no papel o que o orador
dizia. Mas, no segundo dia do congres-
so, fiquei sabendo que uma irmã esta-
va traduzindo os discursos em língua
de sinais. Eu fiquei tão feliz! Pela pri-
meira vez na vida eu podia entender
sem dificuldade o que a Bíblia ensina.
ENSINANDO A VERDADE A OUTROS
Naquela época, a Segunda Guerra
Mundial tinha acabado, e as pessoas
queriam mostrar que eram leais ao
país. Eu tinha acabado de voltar do
congresso e estava decidido a ser fiel a
Jeová. Na escola, eu parei de cantar o
hino nacional, saudar a bandeira e co-
memorar feriados. Também parei de ir
na igreja com as outras crianças. A di-
reção da escola não gostou nem um
pouco disso. Eles me ameaçavam e di-
ziam mentiras para eu mudar de ideia.
Meus colegas percebiam o que estava
acontecendo. Isso era bom, porque eu
tinha mais chances de dar testemu-
nho. Alguns dos meus colegas, como
Larry Androsoff, Norman Dittrick e
Emil Schneider se tornaram Testemu-
nhas de Jeová mais tarde. Eles conti-
nuam fiéis a Jeová até hoje.
Eu sempre dava testemunho para os
surdos quando viajava para outros luga-
res. Por exemplo, em Montreal, fui num
lugar onde os surdos se encontravam.
Lá, dei testemunho para Eddie Tager.
Ele era de uma gangue. Eddie mor-
reu no ano passado, mas ele fez parte
da congregação de sinais de Laval, em
Quebec, até sua morte. Também conhe-
ci um jovem chamado Juan Ardanez.
Assim como algumas pessoas do passa-
do da cidade de Bereia, ele fazia muitas
pesquisas. Ele queria ter certeza de que
o que estava aprendendo vinha da Bí-
blia. (Atos 17:10, 11) Juan se tornou
Testemunha de Jeová e serviu como an-
cião em Ottawa, Canadá, até sua morte.
Em 1950, me mudei para Vancouver.
Sempre gostei muito de pregar para os
surdos, mas nunca me esqueço de uma
experiência que tive com uma mulher
ouvinte chamada Chris Spicer. Eu esta-
va pregando na rua, e ela aceitou uma
assinatura das nossas revistas. Chris
queria que eu visitasse o marido dela,
Gary. Eu fui até a casa deles, e tivemos
uma longa conversa trocando bilhetes.
Depois disso, não vi mais eles. Daí,
MAIO DE 2017 29

num congresso em Toronto, Ontário,
Chris e Gary vieram me cumprimentar.
Pra minha surpresa, Gary ia se batizar
naquele dia. Essa experiência me ensi-
nou que é muito importante nunca dei-
xar de pregar. Afinal de contas, nunca
sabemos quem vai aceitar a verdade.
Mais tarde, voltei para Saskatoon.
Lá, encontrei uma mulher que pediu
para eu estudar a Bíblia com as duas fi-
lhas gêmeas dela, Jean e Joan Rothen-
berger. As meninas eram surdas e estu-
davam na mesma escola que eu tinha
estudado. Não demorou muito e elas já
estavam contando para os colegas o
que estavam aprendendo da Bíblia. Por
fim, cinco colegas delas se tornaram
Testemunhas de Jeová. Uma delas era
Eunice Colin. A primeira vez que vi a
Eunice foi no meu último ano na esco-
la. Ela tinha me dado um doce e per-
guntou se a gente podia ser amigos.
30 EDIÇÃO FÁCIL DE LER
Em 1946, com um grupo de surdos
num congresso em Cleveland, Ohio
Dando testemunho na rua,
lá pelos anos 1950
Depois de uns anos, Eunice se tornou
parte importante da minha vida, ela se
tornou minha esposa.
Quando a mãe da Eunice soube que
ela estava estudando a Bíblia, ela pediu
para o diretor da escola convencer Eu-
nice a parar. Daí, ele tirou os livros que
ela usava para estudar a Bíblia. Mesmo
assim, Eunice estava decidida a ser fiel
a Jeová. Quando ela falou que queria
se batizar, os pais dela disseram: “Se
você virar Testemunha de Jeová, não
vai poder mais morar aqui em casa.”
Por isso, com 17 anos, Eunice saiu de
casa e foi morar com uma família de ir-
mãos. Ela continuou estudando a Bí-
blia e por fim se batizou. Em 1960 nós
nos casamos. Os pais dela não foram
no casamento. Mas com o tempo eles
começaram a respeitar nossas crenças
por causa do jeito que a gente vivia e
criava nossos filhos.
 Da esquerda para a direita:
Com Eunice, em 1960 e em 1989
Quando eu tinha 79 anos fiz a
Escola de Pioneiro em língua de
sinais americana

JEOVÁ TEM CUIDADO DE MIM cer um mês antes da gente completar

Não foi fácil criar sete meninos ou- 40 anos de casados. Nessa fase difícil,
vintes. Mas fizemos questão que eles a fé que Eunice tinha na ressurreição
aprendessem língua de sinais. Assim, a ajudou ela a continuar firme e forte.
gente podia conversar com os meninos Não vejo a hora de poder ver a Eunice
e ensinar a eles sobre Jeová. Os ir- de novo!
mãos e irmãs da congregação também Meu filho Nicholas e sua esposa, Deborah,
nos ajudaram muito. Por exemplo, uma servindo no Betel de Londres
vez, um irmão escreveu um bilhete pra
nós dizendo que um dos nossos filhos
estava falando palavrões no Salão do
Reino. Demos um jeito nisso na mesma
hora. Quatro dos nosso filhos, James,
Jerry, Nicholas e Steven são anciãos e
servem a Jeová fielmente com suas es-
posas e famílias. Também, Nicholas e a
esposa dele, Deborah, trabalham no
Betel da Inglaterra com língua de si-
nais. E Steven e a esposa, Shannan,
trabalham com língua de sinais no Be-
tel dos Estados Unidos.
Infelizmente, Eunice morreu de cân-

MAIO DE 2017 31
 Em fevereiro de 2012 eu cai e que-
brei o quadril. Como não conseguia
mais fazer as coisas sozinho, fui morar
com um dos meus filhos e minha nora.
Agora, nós fazemos parte da congrega-
ção de sinais de Calgary, onde eu sirvo
como ancião. Na verdade, essa é a pri-
meira vez que sou de uma congregação
de língua de sinais! Sabe como eu con-
segui continuar tendo uma amizade
forte com Jeová durante todos es-
ses anos? Com a ajuda dele. Jeová
cumpriu a promessa que fez de cuidar
dos órfãos. (Salmo 10:14) Não sei nem
como agradecer todos os irmãos que
aprenderam língua de sinais, fizeram
anotações e traduziram os discursos
pra mim da melhor forma que podiam.
Às vezes eu não conseguia entender o
Meus filhos James, Jerry e Steven com suas esposas
ajudam na pregação em língua de sinais de várias maneiras
Faye e James
s
n Baixe de graça
p Você também pode ler
o
esta revista e
outras publicações
que era dito nas reuniões. Outras vezes
parecia que ninguém sabia como ajudar
de verdade os surdos. Nessas horas eu
me sentia cansado e tinha vontade de
desistir. Mas daí eu me lembrava do que
Pedro disse para Jesus: “Senhor, para
quem iremos? O senhor tem declara-
ções de vida eterna.” (João 6:66-68)
Assim como muitos irmãos e irmãs sur-
dos que servem a Jeová já por muitos
anos, eu aprendi a ter paciência. Apren-
di a confiar em Jeová e na organização
dele. Fazer isso foi muito bom pra mim.
Hoje em dia tem um monte de publica-
ções em língua de sinais. E fico muito fe-
liz de poder assistir às reuniões e con-
gressos no meu idioma. Sem dúvida,
minha vida é feliz e completa porque sir-
vo a Jeová, nosso Grandioso Deus.
Jerry e Evelyn Shannan e Steven
Entre no site
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170210