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Nada de Novo sob o Sol do Meio-Dia

“-Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?
-Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e
alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao
que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.”

Eclesiastes 2:25,26

-Então, irmãos. É assim que desejo encerrar o culto de hoje. Com um salmo que
considero muito oportuno para o tempo em que vivemos. Vejamos aqui...

Pegando no sono, Mateus mal ouve o que o homem a sua frente diz. Senta nas primeiras
fileiras para evitar de ouvir o chiado que faz a caixa de som do fundo, onde o microfone do
pastor se conecta. A maior casa da cidade é a casa do senhor. Este, só vem nas férias.

-Um de meus mais íntimos amigos, irmãos, é o senhor Frutuoso Moreira. Sim, esse
mesmo, dono da mineradora, político importante. Talvez alguns saibam disso, mas para os
desinformados, Frutuoso é dessa cidade! Ele, quando menino, costumava sentar-se logo ali-
disse o pastor, apontando para qualquer assento na plateia.- Sabe o que isso diz, irmãos? Diz
que nós, nossa cidade, é abençoada! Deus está olhando por nós, pronto para selecionar mais
um dos mais aptos para Sua glória. Qualquer um aqui, ouvindo, pode ser um escolhido do
Senhor. Mas só saberemos disso se todos continuarem aqui, assim como Frutuoso continuou.

Ocorreu a um dos coroinhas perguntar ao pastor por que é que o tal de Frutuoso, se
continuou entre nós, se mandou na primeira oportunidade. Com medo de seu senhor, resolveu
manter-se calado. A cidade era boa em estar calada. Pouco se comentava sobre os estranhos
hábitos do pastor e de sua garagem para quatro carros.

Mateus agora dormia profundamente. Só acordou com as cutucadas de sua irmã, que
assistia com tanta atenção que nem tinha visto a soneca do irmão.

-Mateus, o que é que você está fazendo?

-Dormindo...

-Pecado, homem! Se o pastor descobre...

-Não descobre, ele olha fixamente para a porta de entrada enquanto fala, eu já reparei.

-Vira essa boca pra lá! Vai ficar agora de desaforo?

-Só foi o que eu vi, Laís, vi uma vez. E eu não dormi por que quis, são onze da noite, eu
trabalhei o dia todo. É sexta-feira.

-Bom, então trate de descansar por que amanhã você vai levar o seu filho na cachoeira.

Tinha esquecido do compromisso, aliás pelos instantes que dormia tinha esquecido até
do próprio filho. Seu contato com o menino era raro, a mãe tinha se mudado para outra cidade
e levado a criança. Sua irmã, sempre insistente, foi quem conseguiu o contato da mãe e
combinou o encontro.

-Eu não sei se é uma boa ideia, o moleque nem deve saber o meu nome.
-Fica quieto, Mateus, se Ele te ouve falando assim do próprio filho...

-Ele sabe o que aconteceu. Sabe que eu e a mãe do moleque não tivemos o melhor dos
mundos. Nisso, Deus sabe que pequei.

-E muito. Mas Deus sempre dá novas chances para o homem, sempre.

É, novas chances. Pensou, enquanto se arrumava. Era um sábado bonito, apesar de uma
ou outra nuvem. Não precisar trabalhar já era um bom motivo para o dia ser bonito. Ele também
não tinha tanto o que reclamar, pelo menos não tinha que meter-se dentro daquela mina. O
lugar era apertado demais para Mateus, que era claustrofóbico.

Sua sorte foi ter sobrado vaga na parte externa, onde operava máquinas ou ajudava em
qualquer coisa. Se fazia útil a todo tempo, assim mantinha sua vaga. Assim mantinha sua mente
ocupada e suas costas cada vez mais desgastadas. Não precisaria das costas se não comesse,
pensava.

Pensou também em levar um presente ao filho, algo simples. Quem sabe algo se sua
casa, para que o menino levasse consigo um pouco do que era para ter sido seu pai. Depois
desistiu da ideia e percebeu que não tinha a intimidade necessária para dar presentes.

A última vez que o viu foi em seu aniversário. A mãe estava irritada, o pai tinha se
esquecido. Ela, dizia que o menino ia crescer traumatizado.

-Ele só tem três anos, Raissa! E, falando nisso, nem deve saber que é seu aniversário ou
que um dia é diferente de qualquer outro! Agora, eu preciso me focar em coisas importantes!
Eu não consigo só parar meu dia para olhar uma agenda de aniversários. Eu nem tenho agenda.

-Sempre é só você e seu trabalho, não é? Sempre são os tratores enguiçados, a barragem
com problema, a mina interditada. Quando seus problemas vão ser aqui, dentro de casa?

Não respondeu. Anos depois essa cena passava em sua mente, mas ainda não sabia
responder. Depois disso foi tudo ruim, Mateus não parava em casa, pois estava cansado demais
para brigar. Raissa chorava quando ele não vinha, mas toda vez que vinha se arrependia.

Ela não teve coragem de vê-lo pessoalmente, sua mágoa e sua raiva ainda não tinha
sarado completamente. Em seu lugar veio Laís, sua irmã.

-Cadê ela?

-Fernando, esse aqui é Mateus, o seu pai – ela disse, ignorando a pergunta.

-Oi, Fernando.

-...

-Escuta, não precisa falar nada. Você quer ir na cachoeira?

-...

-Se a gente for logo talvez dê para ver a onça.

-Que onça?

-Você não conhece a onça?

-Conheço. Eu só não lembro bem.


-Certo, eu te conto no caminho.

Laís sorriu ao ver o irmão feliz, não o via assim em um bom tempo. Talvez agora ele se
encontrasse com Deus, ou pelo menos... Pelo menos com o filho.

No caminho, Mateus não pensou em nada. Mas era diferente de quanto trabalhava à
exaustão ou quando assista tv. Estava focado em entreter o filho, fazer com que o garoto
gostasse dele. Nunca iria imaginar que esse fosse um de seus objetivos e que o moleque
imaginava as mesmas brincadeiras que ele, quando criança.

E era bom voltar ao que era, mesmo que por pouco tempo. Correr e brincar enquanto
seguia na trilha para a cachoeira. De que importava se a onça existia ou não? De que importava
as verdades, os números, os meses? Nada. A trilha era infinita e no caminho haviam joaninhas
e lagartos.

Um filho estranhamente lhe dava uma sensação de continuidade, de que o trabalho não
era tão cíclico e tão em vão. Claro, parte de tudo que ganhava ia para a pensão do garoto que
acabava de conhecer. Mas para ele isso era mera penitência.

O pastor, em particular, disse que Mateus não era uma alma perdida. Que seus erros,
apesar se sem justificativa, poderiam ser perdoados aos olhos do Senhor. O pecado da carne era
perdoável. Mateus não sentia, entretanto, que pecara na carne. Sentia que a mulher com quem
passava as noites longes de sua família era somente uma tentativa em vão de preencher sua
alma, lugar onde Deus nunca tocou.

Ele escondia, mas se sentia profundamente vazio por dentro. Por isso evitava ao máximo
qualquer coisa que não fosse superficial. O filho não foi planejado, e o casamento com Raissa
foi feito às pressas, com o amor rasgado por contratos.

Em outro mundo teria amado sua esposa e seu filho como gostaria de ter. Em outro
mundo, as minas nunca sequer saíram do solo. Em outro mundo brilha o mesmo sol, as mesmas
estrelas, mas os homens são somente mais uma espécie extinta. Naquele mundo ninguém sabia
o nome do homem que matara o último neandertal ou o que primeiro pousou na lua. Naquele
mundo a lua é cheia de dragões e quem não existem são os santos. Naquele mundo Mateus
nunca existiu.

Nesse mundo, chegava na cachoeira. O menino, louco para ver a onça, tira a camiseta e
pula no pequeno lago que a queda d’agua forma. O pai o segue e ambos se assustam com o frio.

-A onça nada aqui, pai?

-Nada. Mas só quando tá mais calor.

-É, acho que... nem ela aguenta.

-Você tá com frio?

-Tô

-Então vem cá! – Mateus disse enquanto pegava o filho no colo.

-Para, pai! Tá frio!- ele dizia, enquanto seu pai o colocava logo abaixo da cachoeira.

Era um frio bom, num dia um pouco mais nublado do que estava pela manhã.
O homem nem tinha notado que o garoto o chamara de pai. Para ele a cena foi tão
natural que era como se o apelido já lhe fosse habitual.

-Vem, guri. Vamos sair da água. Vai chover e as vezes cai raio.

E eles foram para um canto onde arvores grossas os poupavam da chuva. Abriram um
lanche e repartiram o pão. Riam ao lembrar do que tinham acabado de fazer e depois riam de si
mesmos. Mais algumas famílias depois se juntaram, era sábado e todos os pais e mães levavam
os filhos na cachoeira ou em algumas trilhas da região.

A cidade era muito pequena, é verdade. Mas crescia, o pastor incentivava que as moças
engravidassem, ainda que jovens demais. Era um presente divino dar a luz a alguém. Dizia o
pastor que nunca dava para saber quando uma moça pobre daria luz a um Frutuoso Moreira.
Esse também fazia a cidade crescer. Trouxe as dezenas de famílias de mineiros para sua mina,
que consigo levam tudo o que é preciso para viver o exaustivo trabalho de mineiro. Então na
cidade agora havia um pequeno posto de saúde, uma ou duas casas maiores para os
engenheiros, uma pequena praça com o nome do Frutuoso, para que ninguém o esquecesse.

E, claro, a igreja onde toda semana se reuniam todos os moradores. Era um evento, sem
dúvida. Evento esse que Mateus ia como compromisso. Não era bom também contrariar a
vontade dos senhores.

-Mateus- o menino voltava a chama-lo pelo nome, agora intencionalmente- Você tá


ouvindo esse barulho?

-Que barulho?

-Parece que tem um monte de água em algum lugar.

-É a chuva e a cachoeira, Renan. Acho que você nunca deve ter ouvido isso na cidade
grande, né?

-Minha mãe falou que a cidade que a gente mora é bem melhor que aqui.

-Deve ser. Ela sabe o que fazer para você ter o melhor.

-Como assim o melhor?

-Você sabe, uma vida boa e tudo.

-Lá não tem cachoeira.

-Mas também não tem chuva, ou tem?

-Tem. Menos forte, mas tem.- Ele parou para ouvir o barulho de novo- Mas eu gosto de
chuva.

Mateus então ouviu o que o menino estava falando. Um barulho estranho, como se uma
enxurrada caíssem em cima deles, mas vindo por todos os lados. Depois, as famílias ao lado
começaram a ouvir e quando uma mãe pegou sua filha no colo e correu ele fez o mesmo.

-O que tá acontecendo?

-Eu não sei, filho, vamos embora logo!

-E a onça?
-Outro dia a gente vê a onça. Vamos!- disse em desespero, enquanto o barulho não
parava de aumentar.

-Mas ela vai ficar em perigo!

Silêncio. Quilômetros de silêncio.

Frutuoso Moreira acaba de apertar a mão de um homem que nunca viu na vida. Não
fala a sua língua e os dois falam os termos do contrato em inglês. Riem, pois é comum aos
homens rirem, mesmo que não se entendam. Acende um charuto, busca não lembrar da infância
sofrida que passou e o que teve que fazer para chegar aonde estava. Tinha uma bela história de
vida, com certeza, mas mais que isso tinha uma excelente lábia. Aos poucos foi montando seu
império, cortando gastos aqui, subornando fiscais ali. Nada iria ruir, pois não há nada de novo
sob o sol. As empresas, quando grandes, adquirem status permanente.

As famílias, quando pobres, adquirem também outro status. Esse que Frutuoso
conseguiu se livrar. Não sabe ainda ao certo como o fez, se foi um ato de Deus ou apenas uma
junção de subprimes que fosse capaz de enganar um ou outro sujeito que precisava tanto do
dinheiro quanto de um tratamento psicológico.

Nada de novo sob o sol, os empregados trabalham, os minérios saem da mina e viram
milhares de produtos. Mas no fundo ainda são ferro e sangue. Frutuoso é ferro e também é
sangue, ainda que todas essas conversas não lhe interessassem. Para ele, o melhor a fazer era
manter-se distante. Ia ocasionalmente a pequena cidade que ajudou a expandir como se fosse
a vinda de messias. E o pastor, seu grande amigo, só ficava naquele fim de mundo pelos gordos
cheques mensais. O pastor levava sua função ao pé da letra, não deixava que muitas ovelhas
negras tivessem vontade de sair. Não havia, estrategicamente, faculdades por ali. Por outro
lado, na mina haviam vagas, no ano que vem ia duplicar a produção.

-Senhor Frutuoso.- diz a secretária.

-O que é? Não vê que estou ocupado?

-É.. é na tv. Li-liga.

-O que foi, porra? O que tu tem?

Ela não responde. Ele liga a tv e logo derruba o controle no chão.

Lama. Quilômetros de lama. Lama e resíduos de ferro, partes dispensáveis e


improdutivas. Rejeito aos rejeitados, tudo isso guardado por uma barragem de concreto. A lama
é de uma terra suja, carregada de todas as doenças que criou o homem. O lago, marrom, não é
parte dos desenhos divinos do território brasileiro.

Este fez a costa tão bela que tudo pareceria um paraíso. Fez o solo tão fértil que nunca
seria preciso sequer cavar para achar riquezas. Mas Deus fez um péssimo cálculo, não levou em
consideração qualquer um dos pecados humanos. Não considerou as chuvas e as mandou. Não
considerou o concreto e este se rompeu assim como uma coluna vertebral de um escravo no
século dezoito. Como nada.

Toneladas de lama se espalham para todo canto, rapidamente chegam no centro


administrativo da mina, no restaurante, na pousada, na estrada recém feita, nas árvores, nos
inocentes animais e na pequena cidade, deixando-a soterrada.
Um rio de lama passa por cima de uma cachoeira. O rio, que nada sente, afoga os gritos.
Um pai perde-se de seu filho. É empurrado pela correnteza de ferro e não consegue enxergar
mais nada.

Helicópteros sobrevoam a área. Não conseguem diferençar barro de ser vivo. Tudo é
uma gigantesca mancha marrom, uma cor que de certa forma esconde a morte. Para Frutuoso,
essa é a única parte boa. Fosse a lama avermelhada, sua empresa estava certa de falir.

Não tinha um plano para esse tipo de coisa, mas sabia da possibilidade. Talvez uns dias
fora do país para esfriar a cabeça.

Os bombeiros se esforçam, mas não conseguem tirar uma mulher dos escombros. Os
sobreviventes gritam desesperados por seus entes queridos. Os que nem sequer uma foto tem
em mãos esperam por um milagre.

E assim pousa às presas um dos helicópteros de resgate. Dele saem três bombeiros e
um menino, que não aparenta ter mais de dez anos. Não fala, mas parece respirar. Ele é atendido
imediatamente e levado ao improvisado centro de socorro.

Um dia se passa, depois dois. A lista de possíveis sobreviventes diminui a cada segundo.
O terceiro dia nasce e com ele morrem grande parte das esperanças. Lívia acompanha de perto
o tratamento de seu sobrinho, resgatado, e espera notícias de seu irmão. Raissa também já está
na cidade e chora copiosamente. Dos poucos sobreviventes da cidade, o pastor é um deles.

-Seu filho, minha senhora, é abençoado... O que houve com ele é um milagre de Deus!
Sobreviver a tamanha fúria da natureza. Ele é como Noé, um escolhido.

Não chovera tanto assim. Era o laudo dos especialistas. Uma chuva normal não causaria
um acidente como esse, a não ser que um ou outro problema na estrutura já estivesse sendo
negligenciado há tempos. Por enquanto nada disso era dado como verdade, todas as hipóteses,
inclusive a do dilúvio divino, eram levadas em conta pelos restantes cidadãos da vila soterrada.

Logo será meio-dia e assim a lama seca. Logo serão outros tantos meios-dias em que na
mesma área, acima da lama seca, homens darão seu suor à terra e farão todas as moradas em
que nunca sequer um convite lhes fará conhecer.

A lama em si não era problema, tudo se regeneraria, os filhos nascerão e morrerão


trabalhando na mesma terra. Outras barragens seriam feitas e mais outras ruiriam. Sempre foi
assim, é o que dizem os mais velhos para confortar os jovens.

O homem nasce e para poder morrer precisa de um enterro. É o que Lívia diz, perdendo
esperanças de que seu irmão possa estar vivo em meio ao caos. Ao menos quero segura-lo no
peito, mostra-lo ao filho, para que saiba o que é ser uma boa pessoa. Ainda que pecador, meu
irmão era bom, era bom do jeito dele, mas era.

Todos os pedidos e súplicas são anotados. Os bombeiros estão sobrecarregados, tem


saudade de suas próprias famílias, que podem estar morrendo de bala perdida ou de
atropelamento num outro lado do país. Longe de casa só se pensa o pior. E o pior normalmente
é o que se vê nos noticiários.

-Quem sabe se essa merda de helicóptero de notícias ajudasse- um bombeiro diz ao


outro.

-Ou o do presidente. Será que desce aqui embaixo?


-Não, pra que correr o risco? Não vai salvar ninguém, afinal.

-Certo.

O pastor telefona para Frutuoso, que não atende. Está transtornado com toda a
tragédia, também no fundo é gente. Mas não pode deixar de pensar como ficarão as coisas daqui
para frente, se seu Salomão irá dispor do capital necessário para reconstruir seu templo e
detalhes desse tipo. Assim que a terrar secar, tudo estará firme novamente, pensa.

Embaixo dela estarão os ossos dos esquecidos, enterrados, ao menos, com uma ou outra
pedra preciosa que se confundiu junto aos dejetos. São apenas corpos desaparecidos, sem
sepultura, não tem mais nome e logo suas famílias serão obrigadas a seguir em frente, como
sempre fizeram.

A criança ainda não fala, mas os médicos dizem que o quadro é estável. Algum dia, essa
será a história restante, nada será dito sobre Frutuosos ou sobre barragens mal construídas.
Tampouco serão mencionadas as centenas de mortes, as famílias desmembradas e separadas
por correntezas de lama podre. Só que o vai restar é a história do menino que sobreviveu, um,
dois, cem dias sozinho. O futuro dirá a sua história.

Em outro canto do país, uma igreja é construída no topo de uma montanha. A sua vista
é para o mar, o que além de ser lindo é estratégico, pois logo se vê no horizonte qualquer
caravela holandesa que ouse atracar em solo nacional. As portas de madeira grossa também são
escudo contra balas de canhão, as cadeiras são barricadas e as cruzes, espadas.

Estão protegidos não só por Deus, mas pela coroa portuguesa fundamentalmente.

Um pescador, em outro canto, encontra uma imagem de uma santa no fundo do rio.
Pulam centenas de peixes em seu barco e ele agradece não só a Deus, mas ao Rei, que lhe deixou
pescar em solo sagrado.

O peixe se lamenta e pede ao seu Senhor que apenas faça tudo se acabar em chamas.

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