Você está na página 1de 15

BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS EM BUSCA DE ACESSIBILIDADE PROGRAMÁTICA:

quebra de barreiras (in) visíveis nas políticas de formação e desenvolvimentos de


coleções no Brasil e em Portugal

Isabel Cristina dos Santos Diniz1


Ana Margarida Almeida2
Cassia Cordeiro Furtado 3

RESUMO: A pesquisa objetivou analisar as barreiras (in)


visíveis contidas nos regulamentos, normas e políticas de
formação e desenvolvimento de coleções acessíveis das
bibliotecas universitárias brasileiras e portuguesas. Como
método de estudo, elegeu-se uma abordagem de investigação
descritiva de levantamento de dados Survey, mediante a
utilização de um questionário. Os resultados apontam que: o
regulamento da biblioteca não prevê que os produtos/serviços
disponibilizados ofereçam condições de acesso e uso à
informação para o estudante com deficiência; a política de
formação e desenvolvimento de coleções não é consoante à
legislação vigente, não faz estimativa de aquisição gradual dos
conteúdos básicos do acervo em formatos alternativos; dentre
outros.
Palavras-chave: Inclusão. Acessibilidade Programática.
Biblioteca Universitária. Política de Formação e
Desenvolvimento de Coleções. Coleções Acessíveis.

ABSTRACT: The research aimed to analyze the visible and


invisible barriers contained in the regulations, norms and
policies of training and development of accessible collections of
Brazilian and Portuguese university libraries. As a method of
study, a descriptive research approach to survey data collection

1
Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências Sociais, Curso de Biblioteconomia, Centro
de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Faculdade de Biblioteconomia. Cidade Universitária Dom
Delgado, Av. dos Portugueses, 1966, Bacanga - CEP 65080-805, São Luís (MA), Brasil. E-mail:
isantosdiniz70@gmail.com

2
Universidade de Aveiro, Departamento de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro, Campus de
Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal. E-mail: marga@ua.pt

3
Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências Sociais, Curso de Biblioteconomia, Centro
de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Faculdade de Biblioteconomia. Cidade Universitária Dom
Delgado, Av. dos Portugueses, 1966, Bacanga - CEP 65080-805, São Luís (MA), Brasil. E-mail:
cf.furtado@gmail.com

Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão


(Processo BD-02885/15)
was chosen through the use of a questionnaire. The results
show that: the library regulation does not provide that the
products / services provided offer conditions of access and use
to the information for the student with a disability; the policy of
formation and development of collections is not according to the
current legislation, does not estimate the gradual acquisition of
basic contents of the collection in alternative formats; among
others.

Keywords: Inclusion. Programmatic Accessibility. University


Library. Training Policy and Collection Development. Affordable
Collections.

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa remete-se à análise das barreiras contidas nos regulamentos,


normas e políticas de formação e desenvolvimento de coleções (PFDC) acessíveis das
bibliotecas universitárias no Brasil e em Portugal. Esta investigação se justifica pelo
aumento gradativo de entrada de estudantes com deficiência no Ensino Superior (ES), pois
se entende que essa demanda requer da Universidade, bem como da sua biblioteca,
medidas quanto à acessibilidade arquitetônica, comunicacional, metodológica, instrumental,
atitudinal e, em especial a programática, foco deste estudo, uma vez que esta prioriza a
criação, fortalecimento e implementação de legislações apropriadas.
A Agenda 2030 reforça que a acessibilidade consiste num processo dinâmico,
ousado, associado não apenas ao desenvolvimento tecnológico, mas, principalmente,
reflexo do desenvolvimento da sociedade (ONU, 2016). A universidade e a biblioteca devem
procurar formas de garantir que as pessoas com deficiência tenham o direito de participar do
acesso a uma formação educacional de nível superior, bem como garantir a estas o direito
da produção e disseminação do conhecimento, de forma ativa e com qualidade, em todos os
demais setores da sociedade.
Neste caso, a ideia de inclusão deve ser suscitada e efetivada por meio de ações a
serem pensadas pelos bibliotecários, desde o momento da seleção de materiais
informacionais, até o serviço de referência, em forma de programas e projetos, que
promovam o acesso, a permanência, e a participação desses estudantes no contexto das
bibliotecas. Apresentando como ponto de partida inicial adequação das normas e PFDC.
Assim, para esta investigação, a biblioteca universitária inclusiva deve ser uma nova
biblioteca, um espaço que precisa rever, principalmente, sua legislação dentro da
perspectiva da acessibilidade e inclusão na tentativa de obter reflexos na sua estrutura
física, humana e tecnológica.
Consideramos, para a realização deste estudo, a seguinte questão norteadora:
quais as barreiras (in) visíveis contidas nos regulamentos, normas e PFDC acessíveis das
bibliotecas universitárias (federais) no Brasil e em Portugal? Esta questão de pesquisa
nasceu da necessidade de reflexões sobre a problemática da falta de acessibilidade
programática nessas bibliotecas universitárias, principalmente, em relação à ausência de
abertura para soluções acessíveis em suas legislações.
O artigo está estruturado em cinco capítulos, incluindo a introdução que contempla
a contextualização e os objetivos da pesquisa. Em seguida está o referencial teórico, que
aborda assuntos que servem de base para a pesquisa. Prosseguindo, são apresentados os
procedimentos metodológicos. Ademais, são expostos e apresentados os resultados e
análise dos dados e, por fim, as conclusões.

2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E ACESSIBILIDADE PROGRAMÁTICA

O modelo social de deficiência evidencia que a deficiência deve ser vista como um
acontecimento que se passa durante o processo de interação social da pessoa com
deficiência, externo ao indivíduo. Apresentando-se como algo criado pelas estruturas
sociais, que Bourdieu denomina de instâncias (agências) tradicionais de socialização
(SETTON, 2002), responsáveis por ditar as regras e a normalização de conduta do
indivíduo, perpetuando, também, certas práticas abusivas e exclusivas. Portanto, a
intervenção deve ser feita na sociedade, na tentativa de adequá-la à realidade da pessoa
com deficiência, além de exaltar que a diversidade e diferença devem ser celebradas como
uma forma de ver o indivíduo em sua estrutura lógica, que é o de um ser único, logo,
diferente (OLIVER, 1996).
Neste contexto, a biblioteca universitária enquadra-se como um espaço social
propício para promover a inclusão de pessoas com deficiência, dentro da perspectiva da
acessibilidade. A biblioteca, por ser lugar que não proíbe e nem limita (ou pelo menos não
deveria) o acesso a qualquer pessoa no seu recinto, será denominada no decorrer deste
artigo como “biblioteca inclusiva”. Espaço democrático e de aprendizagem que prioriza a
inclusão pela informação, devendo contemplar todas as dimensões de acessibilidade,
conforme contextualizada por Sassaki (2005, p. 4):
Acessibilidade atitudinal: através de programas e práticas de sensibilização
e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade
humana resultando em quebra de preconceitos, estigmas, estereótipos e
discriminações.
Acessibilidade comunicacional: sem barreiras na comunicação
interpessoal (face-a-face, língua de sinais, linguagem corporal, linguagem
gestual etc.), na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila etc.,
incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas para quem tem baixa
visão, notebook e outras tecnologias assistivas para comunicar) e na
comunicação virtual (acessibilidade digital).
Acessibilidade arquitetônica: sem barreiras ambientais físicas em todos os
recintos internos e externos da universidade e nos transportes coletivos.
Acessibilidade metodológica: sem barreiras nos métodos e técnicas de
estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas,
uso de todos os estilos de aprendizagem, participação do todo de cada aluno,
novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação,
novo conceito de logística didática etc.), de ação comunitária (metodologia
social, cultural, artística etc. baseada em participação ativa) e de educação
dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares etc.).
Acessibilidade instrumental: sem barreiras nos instrumentos e utensílios de
estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computador, materiais
pedagógicos), de atividades da vida diária (tecnologia assistiva para
comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, andar, tomar banho etc.) e
de lazer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações
sensoriais, físicas e mentais etc.).
Acessibilidade programática: sem barreiras invisíveis embutidas em
políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas provisórias
etc.), em regulamentos (institucionais, escolares, empresariais, comunitários
etc.) e em normas de um geral.

Assim, a biblioteca universitária inclusiva permitirá acesso igual e justo para todos
os usuários, criando ambientes com recursos na forma de mobiliário, espaço físico, acervo
acessível, sinalizações horizontais e verticais, capacitação profissional “como na adequação
da página da Web, software e hardware. Apresenta-se com o papel de buscar, por meio de
tecnologia de informação, formas alternativas para compartilhar e contribuir no processo de
aprendizagem, possibilitando o acesso ao conhecimento e favorecendo a garantia do direito
à educação”(STROPARO, 2014, p. 71).
Para tanto, o planejamento da rotina de atividades, serviços e produtos acessíveis
dentro de uma biblioteca universitária é fundamental para aperfeiçoar e inovar a qualidade
dos serviços e produtos prestados. E, dentre as diversas atividades de planejamento em
uma biblioteca universitária, o processo de formação e o desenvolvimento de coleções é
fundamental para que a biblioteca supra as necessidades informacionais dos seus usuários
reais e potenciais. Favorecendo o crescimento harmônico e coerente das coleções (seleção
e aquisição), sua preservação, conservação, desbastamento, dentre outras. Assim sendo,
torna-se necessário a existência de uma PFDC condizente com o objetivo da unidade de
informação. Informação esta que estabelece ações, regras ou legislações que vão delinear
estratégias, priorizar a determinação de instrumentos e critérios, para facilitar assim as
tomadas de decisão no que dizem respeito a todas as atividades decorrentes do
planejamento e desenvolvimento do acervo acessível e inclusivo.
No contexto da inclusão e da acessibilidade pragmática, a PFDC é o instrumento
direcionador para garantir que a qualidade e crescimento da coleção estejam realmente de
acordo com as necessidades informacionais dos usuários com deficiência, mas, para tal,
deve estar explicitamente evidenciado no texto da política. Vergueiro (1989) condiciona que
PFDC contribuirá para o estabelecimento de diretrizes para a tomada de decisão dos
bibliotecários em relação à escolha da publicação a ser introduzida à coleção, como também
a administração dos recursos informacionais. Complementando para Figueiredo (1991) é
necessário que constem na PFDC os objetivos institucionais e as necessidades de sua
comunidade, além de critérios de seleção, os instrumentos auxiliares e fontes a serem
utilizadas para a seleção, procedimentos para aquisição, bem como a informação sobre a
necessidade ou não de participação de funcionários e usuários. Aqui podemos acrescentar
a participação de outros profissionais conhecedores de materiais acessíveis que favoreçam
o processo de seleção. Complementando, acrescentamos que a criação de um plano ou
PFDC ocorre para corrigir as fraquezas das coleções enquanto mantém as fortalezas que
envolvem critérios e diretrizes relativos às ações (CUNHA; CAVALCANTI, 2008) que
deverão ser empreendidas em relação ao acervo acessível.
Na PFDC deve constar regras para selecionar materiais informacionais, em
especial, tradicionais e em outros formatos, como o e-book, Livro áudio ou Audiobook, livros
ampliados ou em Braille, e também tecnologias assistivas, como: uma lupa eletrônica, Braço
articulado, Teclado de conceitos inteligentes com grelhas predefinidas, dentre outros, que
favorecem o acesso das pessoas com deficiência à informação. Quanto às regras para
aquisição de materiais informacionais acessíveis (Braille, áudio e digital), a PFDC pode
determinar que, além das modalidades autorizadas pela instituição de ensino superior
(compra, doação e permuta), o bibliotecário deva buscar outras alternativas viáveis. Ou seja,
deve ser previsto o contato com autores/editoras para obtenção de arquivos digitais dos
conteúdos básicos do acervo, a fim de facilitar os procedimentos de transcrição dos
documentos para o formato acessíveis, por exemplo. Além da aquisição de softwares
leitores de telas de computadores, entre outros, que permite acesso aos mais diferentes
tipos de conteúdos, independente da sua condição física, facultando ainda mais a inclusão
cultural e social para os usuários com deficiência (DINIZ, 2019).
Na sequência, as regras, diretrizes e os métodos de avaliação (qualitativos ou
quantitativos) do espaço interno e externo da biblioteca e sua periodicidade, bem como a
possibilidade de consulta a especialistas sobre acessibilidade devem constar na PFDC. A
avaliação favorece o processo de implementação da acessibilidade e inclusão, pois fornece
informações sobre os pontos fortes e fracos da instituição, possibilitando traçar um plano de
ações necessárias para o bom desenvolvimento de uma biblioteca universitária inclusiva.
Na PFDC destacam-se as diretrizes referentes ao armazenamento, preservação e
conservação dos documentos, em especial, aqueles acessíveis e em Braille. Neste item
delineiam-se todas as instruções sobre o mobiliário mais adequado, recursos tecnológicos,
tecnologias assistivas, temperatura, ventilação e limpeza correta da biblioteca e do acervo.
Destaque para informações referentes ao processo de encadernação e restauração
(metodologias, responsabilidade, trâmites, etc.), bem como a possibilidade de treinamentos
ou quaisquer outras ações educativas para usuários, em especial para aqueles com
deficiência, objetivando o uso e a preservação do material utilizado pelos mesmos, dentre
outros.
Em continuidade, a PFDC deve dar abertura para que a biblioteca possa manter
parcerias com outras instituições públicas e privadas para as mais diversas finalidades,
como: formação e desenvolvimento de coleções acessíveis, aquisição de TA, treinamento e
formações específicas sobre acessibilidade e inclusão para seus bibliotecários e demais
funcionários, dentre outros (DINIZ, 2019). Além de trazer para dentro da biblioteca outros
profissionais que atuam com a inclusão e acessibilidade, especialmente: tradutores e
intérpretes de LIBRAS e Braille, ledores/as, guias-intérpretes, dentre outros.
Segundo Malheiros e Cunha (2017) o passo inicial para as bibliotecas se tornarem
inclusivas está na adequação de sua PFDC, onde as diretrizes devem abordar pontos
fundamentais para a estruturação e retroalimentação dessas bibliotecas pautadas na
legislação sobre acessibilidade. Mas, Teixeira et al (2017) afirmam que para que isto
aconteça é necessário que todas as normas ou regulamentos institucionais da IES sigam a
mesma reestruturação. Já Diniz (2019) destaca que o desenvolvimento da “acessibilidade
programática” na biblioteca universitária depende da “acessibilidade atitudinal” do
bibliotecário e dos demais atores da universidade. A postura ativa e a tomada de decisão,
ou seja, a acessibilidade atitudinal do bibliotecário, são viéses de todo o desencadeamento
do processo de acessibilidade e inclusão na IES.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este artigo relata alguns resultados de uma investigação de doutoramento iniciada
em setembro de 2016 e concluída em março de 2019, que visa estudar as boas práticas
inclusivas das bibliotecas universitárias no contexto brasileiro e português e que inclui uma
etapa de diagnóstico das experiências e casos (programas e projetos) de uso de produtos
de apoio e de soluções acessíveis por bibliotecas universitárias brasileiras e portuguesas.
Esta pesquisa caracteriza-se por ter uma abordagem de investigação descritiva de
levantamento de dados Survey4, com a utilização de um método de coleta de dados,
questionário (AMADO, 2014). O survey foi operacionalizado num inquérito por questionário
on-line aplicado a 87 (oitenta e sete) diretores/coordenadores de bibliotecas universitárias:
54 (cinquenta e quatro) bibliotecas universitárias brasileiras e 33 (trinta e três) bibliotecas
portuguesas. Nos períodos de dezembro de 2015 e janeiro a dezembro de 2016 obtivemos
o retorno de 50 (cinquenta) respostas válidas, distribuídas por 28 (vinte e oito) bibliotecas
brasileiras e 22 (vinte e duas) bibliotecas portuguesas.
O objetivo do inquérito visa diagnosticar as experiências e casos (programas e
projetos) de uso de tecnologias de apoio por bibliotecas universitárias públicas brasileiras
(federais) e portuguesas. Assim, este questionário está estruturado nas seguintes partes: (i)
informações sobre os diretores/coordenadores das bibliotecas (perfil dos inquiridos); (ii)
informações sobre os programas e projetos de uso de produtos de apoio e de soluções
acessíveis; (iii) infraestrutura do campus (quanto à acessibilidade no estacionamento
público; quanto à acessibilidade em transporte urbano coletivo; quanto ao percurso interno
entre os prédios; quanto aos sanitários e mobiliários urbanos do campus); e (iv)
infraestrutura da biblioteca (quanto à acessibilidade arquitetônica; acessibilidade
comunicacional; acessibilidade instrumental; acessibilidade metodológica; acessibilidade
programática). E, dada a limitação da extensão deste artigo, relatamos apenas alguns
resultados alcançados, relacionados aos itens (iv), especificamente sobre “acessibilidade
programática” do referido inquérito.
A análise dos dados recolhidos envolve algum tratamento em SPSS Software, em
nível de estatística descritiva básica, cujos resultados serão descritos no próximo item,
respeitando a identificação dos respondentes e preservando a autenticidade das respostas
obtidas.
Os resultados decorrentes desta análise serão apresentados na seção seguinte,
respeitando o anonimato dos inquiridos que participaram desta investigação.

4
As pesquisas de levantamento de dados ou Survey permitem ao investigador chegar à descrição, explicação e exploração do fenómeno proposto. Ao fazer um
levantamento, frequentemente se descreve como aparece, naquela amostra, aquele comportamento ou atitude. Pode-se chegar também a uma explicação para a
presença daquele fenómeno e consegue-se explorar um tema que não está claro para o pesquisador (Calais, 2013).
4 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Os resultados mostram que a maioria dos inquiridos brasileiros, seguidos pelos


portugueses, afirmou que o regulamento da biblioteca não prevê claramente que os
produtos e serviços disponibilizados ofereçam condições de acesso e uso - à informação
para os estudantes com deficiência, porém apresenta flexibilidade de modo que a equipe
possa realizar ações necessárias à acessibilidade, embora não previstas. Compreendemos
que, como o processo de inclusão é muito recente, moroso e complexo, em ambos países,
ainda não deu para rever e reformular toda as normas e regulamentos, o que se reflete
nitidamente nestes dados (Tabela 1).
Nesta situação, evidenciamos algumas situações, como: regulamentos
desatualizados; regulamentos que especificam o usuário de forma geral o que já contempla
o usuário com deficiência; bibliotecas cujo regulamento não contempla este tipo de situação
porque não possuem materiais informacionais (livros, revistas, dentre outros em áudio,
visual, Braille e em outros formatos acessíveis) preparados para estes públicos, porém
apresentam outras formas de beneficiar este tipo de usuário, ofertando flexibilidade de
prazos de devolução de livros; falta de interesse para estas questões, uma vez que os
bibliotecários ainda estão presos a questões e atividades técnicas, não pensando em incluir
e disponibilizar informações e serviços acessíveis, já que a procura e uso da biblioteca por
estes estudantes, geralmente, é baixa; dada a natureza do curso ofertado e os requisitos
específicos necessários para o acesso ao mesmo, o número de estudantes com deficiência
e as próprias necessidades que estes apresentam é mínima, tornando “nula” a necessidade
de adaptação ou redesenho dos serviços face a esta questão; dentre outros.
Do total, 16/28 dos inquiridos brasileiros afirmaram que a PFDC da biblioteca,
consoante à legislação vigente, prevê a aquisição gradual dos conteúdos básicos do acervo
em formatos alternativos como, por exemplo, Braille, áudio e digital seguidos por 18/22 dos
respondentes portugueses que responderam o oposto (Tabela 2).
Percebemos, dentre os comentários, que os inquiridos evidenciaram o quanto é
fundamental haver abertura, de forma explícita, na PFDC para a prioridade de aquisição de
materiais acessíveis, fato que não ocorre na maioria das políticas das bibliotecas
portuguesas aqui estudadas, porém estas são flexíveis. Os inquiridos explicaram que, de
acordo com o plano de seleção e de aquisições expostos na política, nesta não se encontra
consignada/prevista a aquisição de exemplares no formato acessível, fruto da falta de
atualização desta documentação e do escasso número de usuários com deficiência fazendo
usufruto da biblioteca. Esse quantitativo escasso de estudantes com deficiência não condiz
com a realidade, pois sabemos da crescente entrada de estudantes com deficiência na
universidade, mas a sua presença na biblioteca é insuficiente.
Outros informaram que a biblioteca não possui uma política própria, porque o
sistema universitário de bibliotecas ainda não tem uma política consolidada. Ou seja, na
maioria dos casos, o que existe é uma minuta de política que está a passar por análise e
ainda não foi aprovada. Porém, foram destacados que em tais minutas já estão inclusos a
possibilidade da aquisição de material alternativo e a menção da opção de aquisição de
equipamentos que transformem o conteúdo impresso para outros formatos alternativos
como, por exemplo, Braille, áudio e digital, dentre outros.
Destacaram que, mesmo não sendo especificado na política a possibilidade de
aquisição de materiais em formatos alternativos, todas as IES investigadas têm um
núcleo/gabinete de apoio aos estudantes com deficiência, podendo a biblioteca manter
contato para solicitar a transformação do material impresso para material digital e em áudio,
inclusive com descrição de imagens e também trabalham com ampliação de textos,
dependendo do caso. Em outros casos, a biblioteca não possui autonomia ao nível da
aquisição de conteúdos, sendo esta de responsabilidades das faculdades e escolas através
dos seus departamentos e coordenações de cursos.
Nesses casos específicos, Malheiros e Cunha (2017) sugerem que o bibliotecário
utilize do seu poder de comunicação e persuasão junto a estes responsáveis para justificar a
necessidade de aquisição de materiais em formatos acessíveis. Para além, “tenham
parâmetros na criação de bibliotecas ou serviços de bibliotecas para esses usuários
(MALHEIROS; CUNHA, 2017, p. 3).
Além disso, convém ressaltar que a PFDC dentro de uma biblioteca consiste no
documento que rege todo o processo de selecionar, adquirir, avaliar, conservar e desbastar
(VERGUEIRO, 1989; WEITZEL, 2012). Contribuindo, assim, para o estabelecimento de
todas as diretrizes para a tomada de decisão da equipe de bibliotecários em “relação à
escolha da publicação a ser introduzida à coleção, como também a administração dos
recursos informacionais” (MIRANDA; GALLOTTI; CECATTO, 2017, p. 19). Dessa forma, é
inconcebível que a PFDC de uma biblioteca não tenha direcionamento para a seleção e
aquisição de materiais informacionais acessíveis ou alternativos como, por exemplo, Braille,
áudio e digital (TEIXEIRA et al, 2017).
Em continuidade, 18/28 dos inquiridos brasileiros, seguidos por 20/22 portugueses,
afirmaram que a política de aquisição da biblioteca não prevê o contato com
autores/editoras para obtenção de arquivos digitais, a fim de facilitar os procedimentos de
transcrição dos documentos para formatos acessíveis (Tabela 2).
Os inquiridos que responderam “não”, alguns mostraram que a PFDC deve ser
reformulada; outros informaram que essa possibilidade nunca foi cogitada pelos
bibliotecários, até porque todo o processo de aquisição de materiais é feito pela direção dos
cursos ou por instâncias mais elevadas da IES. Já aqueles inquiridos que responderam
“sim” deixaram claro que esse tipo de contato privilegia o processo de transcrição dos
documentos para formatos acessíveis, ressaltando que os autores/editoras podem conceder
promoções e ofertas (brindes) aos consumidores de seus produtos.
É válido ressaltar que, o Art. 68 da Lei brasileira de inclusão já especifica a
possibilidade do poder público em adotar mecanismos para o incentivo “à produção, à
edição, à difusão, à distribuição e à comercialização de livros em formatos acessíveis […]
com vistas a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à informação e
à comunicação”, ou seja, dar abertura para a possibilidade de contato entre bibliotecários e
autores/editoras. E, ainda, especifica no seu parágrafo primeiro que:

Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou a


atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de
educação e de bibliotecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas
de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção
também em formatos acessíveis (BRASIL, 2015,p. 56).

Serra e Silva (2013) relatam que a biblioteca ainda enfrenta desafio quanto à
transição entre a aquisição de material tradicional e em outros formatos, como o e-book. Isto
faz parte do processo de adaptação e mudanças na forma como o bibliotecário realiza a
gestão das unidades de informação.
É necessário, portanto, que este profissional repense sobre o papel que exerce no
processo de facilitar o acesso e uso da informação por todos os tipos de usuários. E pense
como solucionar as dificuldades, geralmente, impostas por editores, distribuidores e demais
agregadores de conteúdo em formatos acessíveis para oferecer estes recursos às
bibliotecas e, consequentemente, aos seus usuários.
No que diz respeito à obtenção de recursos financeiros junto da instituição
universitária visando ao desenvolvimento de uma biblioteca acessível a todos, os dados
revelam que as respostas estão nos extremos - 15/28 dos inquiridos brasileiros afirmaram
que “sim”, enquanto que a maioria 14/22 dos respondentes portugueses afirmaram que
“não” (Tabela 3). A verdade é que a biblioteca não dispõe de recursos financeiros próprios,
logo, todas as propostas de aquisição de produtos acessíveis devem ser aprovadas pela
instituição de ensino superior. Atualmente, são muitas as bibliotecas que argumentam a
questão da prioridade de recursos para aquisição desses materiais informacionais e
tecnológicos acessíveis; porém, sabemos que na instituição de ensino superior existem
prioridades que nem sempre incluem a aquisição de material informacional acessível para a
biblioteca universitária (TEIXEIRA et al, 2017).
Ressaltamos ainda, que a aquisição de materiais informacionais junto aos órgãos
administrativos da instituição de ensino superior não distingue o acervo tradicional do
acessível, assim como não há prioridade. Falta, em muitos casos, sensibilidade/empatia e
conhecimento, por parte dos cargos superiores, para à problemática enfrentada pelos
estudantes com deficiência quanto à ausência de acervos acessíveis (BODAGHI et al.,
2016).
Klaes e Pfitscher (1991) e Diniz (2019) sugerem que a biblioteca busque inovar
quanto à captação de recursos financeiros, não se detendo apenas ao financiamento de
órgãos governamentais, mas se diversifique e mude a tática buscando prestar serviços para
a comunidade externa, como para empresas privadas e cobrar adequadamente por seus
serviços. Para Diniz (2019) cabe à biblioteca refletir a respeito e reinventar formas para
captar recursos e implementar parcerias de acordo com sua área de atuação. Mas, as
bibliotecas devem investir, principalmente, com a submissão de projetos às agências
financiadoras oficiais e pleitear recursos junto aos órgãos específicos.
Para além dessas considerações, verificamos que a maioria (16/28) dos inquiridos
brasileiros, seguidos por 15/22 dos inquiridos portugueses, afirmam que o plano orçamental
da biblioteca ou da instituição/universidade não prevê recursos para a implementação e/ou
continuidade da acessibilidade no contexto da biblioteca (Tabela 3). Esse fato é muito
preocupante, pois mostra falta de empenho e dedicação à causa, principalmente quanto à
questão do planejamento estratégico e orçamental. Mas, pontuamos que a atuação da
biblioteca, neste sentido, enfrenta problemas de ordem financeira, que envolve a
universidade como um todo, principalmente porque a biblioteca não promove lucro
financeiro. O retorno a ser conseguido relaciona-se ao alcance dos objetivos, que é permitir
acesso e disseminar informações, além da construção de novos conhecimentos,
satisfazendo as necessidades informacionais de seus usuários (KLOPPEL; SPUDEIT,
2015).

Tabela1 - Regulamento da biblioteca prevê que os produtos e serviços disponibilizados


ofereçam condições de acesso e uso acessíveis vs regulamento da biblioteca apresenta
flexibilidade para modificações necessárias, embora não prevista
Regulamento da biblioteca Regulamento da biblioteca contempla claramente
apresenta flexibilidade de modo os produtos e serviços oferecidos para os
que a equipe possa realizar ações estudantes com deficiência
necessárias à acessibilidade,
embora não previstas Não Sim Total
Não País Brasil 10 3 13
Portugal 7 0 7
Total 17 3 20
Sim País Brasil 9 6 15
Portugal 12 3 15
Total 21 9 30
Total País Brasil 19 9 28
Portugal 19 3 22
Total 38 12 50
Fonte: As autoras.

Tabela 2 - Política de aquisição da biblioteca prevê o contato com autores/editoras para


obtenção de arquivos digitais vs PFDC da biblioteca, consoante à legislação vigente, prevê a
aquisição gradual dos conteúdos básicos do acervo em formato alternativo
Política de aquisição da biblioteca PFDC da biblioteca prevê a aquisição
prevê o contato com autores/editoras gradual dos conteúdos básicos do acervo
para obtenção de arquivos digitais dos em formatos alternativos
conteúdos básicos do acervo para
facilitar os procedimentos de
transcrição dos documentos para Não Sim Total
formatos acessíveis
Não País Brasil 10 8 18
Portugal 16 4 20
Total 26 12 38
Sim País Brasil 2 8 10
Portugal 2 0 2
Total 4 8 12
Total País Brasil 12 16 28
Portugal 18 4 22
Total 30 20 50
Fonte: As autoras.

Tabela 3: Obtenção de recursos financeiros junto da instituição universitária visando ao


desenvolvimento de uma biblioteca acessível vs plano orçamental da biblioteca ou da
instituição/universidade prevê recursos para a implementação e/ou continuidade da
acessibilidade
Plano orçamentário da biblioteca ou Para a obtenção de recursos financeiros a
da instituição/universidade prevê biblioteca argumenta/justifica junto à
recursos para a implementação e/ou instituição/universidade quanto à importância de
continuidade da acessibilidade no uma biblioteca acessível a todos
contexto da biblioteca Não Sim Total
Não País Brasil 10 6 16
Portugal 10 5 15
Total 20 11 31
Sim País Brasil 3 9 12
Portugal 4 3 7
Total 7 12 19
Total País Brasil 13 15 28
Portugal 14 8 22
Total 27 23 50
Fonte: As autoras.

5 CONCLUSÃO

Considerando os argumentos relatados no decorrer desta pesquisa, podemos


destacar alguns resultados preocupantes: o regulamento da biblioteca não prevê que os
produtos/serviços disponibilizados ofereçam condições de acesso e uso à informação para o
estudante com deficiência; a PFDC não é consoante à legislação vigente, no que se refere a
aquisição gradual dos conteúdos básicos do acervo em formatos alternativos (áudio, Braille
e digital); a política de aquisição da biblioteca não prevê o contato com autores/editores para
a obtenção de arquivos digitais, objetivando facilitar os procedimentos de transcrição dos
documentos para formatos acessíveis; não há obtenção de recursos financeiros junto da IES
visando ao desenvolvimento de bibliotecas acessíveis; e o plano orçamental da biblioteca ou
da IES nem sempre considera os recursos para a implementação e/ou continuidade da
acessibilidade na biblioteca.
Assim, com base nesses resultados as bibliotecas universitárias estudadas devem
encarar o desafio de reformular sua PFDC dentro da perspectiva da inclusão e
acessibilidade: a) formar uma comissão de estudo para levantar na literatura da área de
Biblioteconomia e Ciência da Informação alguns estudos, bem como a legislação sobre
inclusão e acessibilidade que pudessem contribuir na reformulação do documento
supracitado; b) trazer para dentro dessas comissões a contribuição de outros profissionais
militantes da acessibilidade e inclusão e c) liderar as pautas que seriam tratadas em cada
encontro, a fim de abarcar todos os pontos que se referiam às atividades de seleção,
aquisição, avaliação, desbaste e descarte dos materiais informacionais acessíveis que
constituem ou constituirão o acervo das bibliotecas estudadas.
O desenvolvimento de uma PFDC de qualidade e que favoreça a inclusão e
acessibilidade é um discurso que chama atenção para avaliarmos as ações/atividades
(seleção, aquisição, avaliação, desbastamento, preservação, conservação e outras) e suas
repercussões no processo educativo dos estudantes com deficiência, mas também nos
remete a refletir as realidades de forma ampliada, principalmente, no âmbito da universidade
como um todo que também deve priorizar a acessibilidade.
Acreditamos ainda que o investimento na educação continuada dos bibliotecários
sobre inclusão e acessibilidade de usuários com deficiência é um fator relevante, uma vez
que favorece a acessibilidade atitudinal desses profissionais. É oportuno lembrar que a
partir deste tipo de acessibilidade, os demais decorrerão, naturalmente.
Nessa perspectiva, o desenvolvimento de coleções acessíveis deve ser um
processo ininterrupto e constante, principalmente, prioridade nas bibliotecas universitárias.
Entretanto, é necessário compor uma PFDC que conglomere os objetivos destinados às
necessidades de informação da comunidade incluindo os usuários reais e potencial com
algum tipo de deficiência ou limitação pertencentes ao ambiente universitário, com a
finalidade de subsidiar a tomada de decisão no processo de seleção, considerando todos os
fatores relevantes aos interesses destes, como também avaliar a coleção periodicamente
para preservar a qualidade e a idoneidade do acervo acessível e inclusivo.

REFERÊNCIAS

AMADO, J. Manual de investigação qualitativa em educação. 2. ed. Coimbra: Ed.


Coimbra, 2014.

BRASIL. Lei brasileira de inclusão (LBI): estatuto da pessoa com deficiência - Lei n o
13.146, 6 de julho de 2015. Brasilia. Disponível em: http://maragabrilli.com.br/wp-
content/uploads/2016/03/Guia-sobre-a-LBI-digital.pdf. Acesso em: 18 jan. 2019.

BODAGHI, N. B.; CHEONG, L. S.; ZAINAB, A. N. Librarians Empathy: Visually Impaired


Students’ Experiences Towards Inclusion and Sense of Belonging in an Academic Library.
Journal of Academic Librarianship, v. 42, n. 1, p. 87–96. 2016. Disponível em:
https://doi.org/10.1016/j.acalib.2015.11.003. Acesso em: 18 jan. 2019.

CUNHA, M. B.; CAVALCANTI, C. R. O. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia.


Brasília: Briquet de Lemos, 2008.

DINIZ, I. C. dos S. Bibliotecas universitárias inclusivas brasileiras e portuguesas:


ações e estratégias. 2019. Tese (Doutorado em Multimédia em Educação) – Departamento
de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal, 2019.

FIGUEIREDO, N. M. Metodologias para a promoção do uso da informação: técnicas


aplicadas particularmente em bibliotecas universitárias e especializadas. São Paulo: Nobel,
1991.

MALHEIROS, T. M.; CUNHA, M. B. da. As bibliotecas como facilitadoras no acesso à


informação por usuários com deficiência visual. RDBCI: Revista Digital Biblioteconomia e
Ciência da Informação, Campinas, v. 16, n. 1, 2017. Disponível em:
https://doi.org/10.20396/rdbci.v0i0.8646231. Acesso em: 18 jan. 2019.

MIRANDA, A. C. C. DE; GALLOTTI, M. M. C.; CECATTO, A. Desafios para a biblioteca


pública no processo de planejamento da formação e desenvolvimento do acervo. Encontros
Bibli: Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação, v. 22, n. 42, p.
15-26, 2017. Disponível em: http://doi:10.5007/1518-2924.2017v22n48p15. Acesso em: 18
jan. 2019.

ONU. Acesso e oportunidade para todos: como as bibliotecas contribuem para a agenda
de 2030 das Nações Unidas. 2016. Disponível em:
https://www.ifla.org/files/assets/hq/topics/libraries-development/documents/access-and-
opportunity-for-all-pt.pdf. Acesso em: 18 jan. 2019.

OLIVER, M. Understanding disability: From theory to practice. The Journal of Sociology &
Social Welfare, v. 23, n. 3, p. 192. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-1-349-24269-
6. Acesso em: 18 jan. 2019.

KLAES, R. R.; PFITSCHER, E. F. Bibliotecas universitárias: e agora? 1991. Disponível em:


https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1616/000214194.pdf?sequence=1.
Acesso em: 18 jan. 2019.

KLOPPEL, J. V.;SPUDEIT, D. Subsídios para o planejamento estratégico em bibliotecas


públicas: estudo de caso na biblioteca municipal de Palhoça. Revista Digital de
Bibliotecnomia e Ciência da Informação, v. 13, n. 2, p. 386–403. 2015.

SASSAKI, R. K. Inclusão: o paradigma do século XXI. Inclusão - Revista de Educação


Especial, p. 19–23. 2005. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/revistainclusao1.pdf. Acesso em: 18 jan. 2019.

SETTON, M. D. G. J. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea.


Revista Brasileira de Educação, v. 20, p. 60–70. 2002. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S1413-24782002000200005. Acesso em: 18 jan. 2019.

STROPARO, E. M. Políticas inclusivas e acessibilidade em bibliotecas universitárias:


uma análise do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Universidade Federal do Paraná. 2014. Dissertação (Mestrado em Educação) –
Departamento de Educação, Universidade Federal do Paraná, 2014. Disponível em:
http://www.ppge.ufpr.br/teses/M14_Eliane Stroparo.pdf. Acesso em: 18 jan. 2019.

TEIXEIRA, L. A. et al. Políticas de inclusão de acessibilidade para a promoção da


competência em informação: um olhar para a Biblioteca Central da UFMS. Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, n. esp., p. 331–352, 2017.

VERGUEIRO, V. C. S. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, 1989.


XWEITZEL, S. R. Desenvolvimento de coleções: Origem dos fundamentos contemporâneos.
Transinformacao, v. 24, n. 3, p. 179–190, 2012. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0103-37862012000300003. Acesso em: 18 jan. 2019.

Você também pode gostar