Você está na página 1de 70

S abemos que a poesia tem o dom de

tornar as pessoas mais sensíveis.


Através da poesia nossas crianças
descobrem
que podem e devem brincar com as
palavras, expressando seus desejos
e sentimentos. Assim, nossos
projetos não objetivam transformar
nossos alunos em escritores, mas
despertar o gosto pela leitura,
desenvolver leitores críticos e
André Ingrid
Beatriz João
Camille Lara
Caroline Larissa
Catharina Luís
Daniel Manoel
Negreiros Mariana
Douglas Natália
Emanuela Pedro
Felipo Tiago
Gustavo
Convite
José Paulo Paes
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?


Folhinha verde
                                                           Marieta Leite

nha verde
quietinha
a no ramo Vem um vento ligeirinho
balançar. Sopra de lá
 
 
Sopra de cá
   
Folhinha verde
Balança no ramo
Pra lá... pra cá.
O cavalinho Branco
 Cecília Meireles
Á tarde, o cavalinho branco
Está muito cansado;
Mas há um pedacinho do campo
Onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina
Loura e comprida
e nas verdes ervas atira
sua branca vida

Seu relincho estremece as raízes


e ele ensina aos ventos
a alegria de sentir livre
seus movimentos.

Trabalhou todo o dia, tanto!


Desde a madrugada!
Descansa entre as flores , cavalinho branco,
de crina dourada!
A bailarina
Cecília Meireles

Esta menina
Tão pequenina
Quer ser bailarina
Não conhece nem mi nem dó ré
Mas inclina o corpo para cá e para Lá
Não conhece nem lá nem si
Mas fecha os olhos e sorri
Roda, roda, roda
Com os bracinhos no ar
E não fica tonta nem sai do lugar
Põe no cabelo uma estrela e um véu
E diz que quer ser bailarina
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças
E também quer dormir como as outras crianças.

CAMILE
As Mariposa
Adoniran Barbosa
As mariposa quando chega o frio
Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá
Eu sou a lâmpida
E as muié é as mariposa
Que fica dando vorta em vorta de mim
Todas noite só pra me beijá

As mariposa quando chega o frio


Fica dando vorta em vorta da lâmpida pra si isquentá
Elas roda, roda, roda e dispois se senta
Em cima do prato da lâmpida pra descansá
Tá muitu bom...
Mas num vai si acostumá, viu
Dona mariposinha?
ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU

Carlos Drummond de Andrade

Além da Terra, além do Céu, 
no trampolim do sem-fim das estrelas, 
no rastro dos astros, 
na magnólia das nebulosas. 
Além, muito além do sistema solar, 
até onde alcançam o pensamento e o coração, 
vamos! 
vamos conjugar 
o verbo fundamental essencial, 
o verbo transcendente, acima das gramáticas 
e do medo e da moeda e da política, 
o verbo sempreamar, 
o verbo pluriamar, 
razão de ser e de viver.
O Relógio 
Vinícius de Moraes
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac…
"Zum-Zum"

Lalau e Laurabeatriz

O zumbido

Da abelha

Faz coceguinha

Na orelha
Colar de Carolina
Cecília Meireles
Com seu colar de coral,
Carolina 
corre por entre as colunas 
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina, 
põe coroas de coral
nas colunas da colina.
Convite
José Paulo Paes
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?


Viajar pela leitura

Clarice Pacheco

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça 
na imaginação!
ARGH!
Elias José

Barata não é bem-vinda
Na cozinha de ninguém;
Mas quando aparece uma
Vamos ver, tem mais de cem.
Faz de conta
 
Eu vi um coelhinho nadando
Dois  patinhos dançando
Três boizinhos cantando
Eu vi
 um gatinho  pintando
Dois peixinhos voando
Três burrinhos falando!
E você o que viu?
Um anjo em minha casa
Sandra Carrascoza

Ontem recebi a visita de um anjo


Sem auréola
Sem asinhas,
Mas de olhar puro
e sorriso iluminado
Que fez brilhar minha casa
e meu coração...
Ontem recebi a visita de um anjo
que trazia no olhar
saudade
esperança
simplicidade
E deixou em meu olhar
o brilho da alegria
e iluminou meu sorriso
com a luz da felicidade...
Obrigada, Meu Deus...
por ter mandado um anjo me visitar!
Por enquanto eu sou pequeno

Pedro Bandeira

Por enquanto eu sou pequeno
Muita coisa eu não sei.
Eu só sei que estou gostando
Deste mundo onde eu cheguei.

Não me apressem por favor,
Sei que ainda não cresci.
Mas vejam que eu estou tentando
Me esperem que eu chego aí.
Colar de Carolina
Cecília Meireles
Com seu colar de coral,
Carolina 
corre por entre as colunas 
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina, 
põe coroas de coral
nas colunas da colina.
Ana Clara Juan
Diogo Júlia
Ellen Jurandy
Fernanda Leonardo
Gabriel Lucas
Gabriella Maria
George Eduarda
Giovanna Milena
Gustavo Pablo
Iagho Pedro
João Thales
victor
A Foca
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.
Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.
Quer ver a foca
Comprar uma briga?
É espetar ela
Na barriga!
Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo
Pra garotada.
Lá vai a foca
Subindo a escada
Depois descendo
Desengonçada. Quanto trabalha
A coitadinha
Pra garantir
Sua sardinha.
A PIPA E O VENTO
Cleonice Rainho
Aprumo a máquina,
dou linha à pipa
e ela sobe alto
pela força do vento.

O vento é feliz
porque leva a pipa,
a pipa é feliz
porque tem o vento.

Se tudo correr bem,
pipa e vento,
num lindo momento,
vão chegar ao céu.
O Pingüim
Vinicius de Moraes
Bom dia, pingüim
Onde vai assim
Com ar apressado?
Eu não sou malvado
Não fique assustado
Com medo de mim
Eu só gostaria Quando você caminha
De dar um tapinha Parece o Chacrinha
No seu chapéu jaca Lelé da caixola
Ou bem de levinho E um velho senhor
Puxar o rabinho Que foi meu professor
Da sua casaca No meu tempo de escola
Pingüim, meu amigo
Não zangue comigo
Nem perca a estribeira
Não pergunte por quê
Mas todos põem você
Em cima da geladeira
A Foca
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.
Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.
Quer ver a foca
Comprar uma briga?
É espetar ela
Na barriga!

Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo Lá vai a foca
Pra garotada. Subindo a escada
Depois descendo Quanto trabalha
Desengonçada. A coitadinha
Pra garantir
Sua sardinha.
A vizinhança

Tanta gente diferente
Um triste
Outro contente
Dona Sonia 
Seu Silvério 
Ele é serio
Ela é risonha
O Manuel
Da padaria que sotaque 
Diferente 
Seu Heitor
Tão bem vestido
Lá no banco
Ele é gerente
A Foca
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.
Quer ver a foca
Comprar uma briga?
É espetar ela
Na barriga! Lá vai a foca
Subindo a escada
Quer ver a foca Depois descendo
Bater palminha? Desengonçada.
É dar a ela
Uma sardinha. Quanto trabalha
A coitadinha
Lá vai a foca Pra garantir
Toda arrumada Sua sardinha.
Dançar no circo
Pra garotada.
                     A PIPA E O VENTO
Cleonice Rainho
Aprumo a máquina,
dou linha à pipa
e ela sobe alto
pela força do vento.

O vento é feliz
porque leva a pipa,
a pipa é feliz
porque tem o vento.

Se tudo correr bem,


pipa e vento,
num lindo momento,
vão chegar ao céu.
A Casa

Vinicius de Moraes

Era uma casa muito engraçada

Não tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, não

Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede

Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi

Porque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero

na rua dos bobos numero zero


A Foca
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola Lá vai a foca
No seu nariz. Subindo a escada
Quer ver a foca Depois descendo
Comprar uma briga? Desengonçada.
É espetar ela
Na barriga! Quanto trabalha
Quer ver a foca A coitadinha
Bater palminha? Pra garantir
É dar a ela Sua sardinha.
Uma sardinha.

Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo
Pra garotada.
Corujice

Elias José 

A cara coruja
não encara
a cara do Sol,
mas à noite
fica bem na sua
cara a cara
com a lua.
Leilão de jardim
Cecília Meireles

Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
Uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?

(Este é o meu leilão!)
A  AVÓ DO MENINO
Cecília Meireles
A avó
vive só.
Na casa da avó
o galo liró
faz “cocorocó!”
A avó bate pão-de-ló
E anda um vento-t-o-tó
Na cortina de filó.
A avó
vive só.
Mas se o neto meninó
Mas se o neto Ricardó
Mas se o neto travessó
Vai à casa da avó,
Os dois jogam dominó.

.
Por do sol

A tarde
Foi embora
Mas fozeen do
Muita manha
Pintou
Com batom vermelho
As bochachas
Da montanha

Autora Neusa sorrenti


O que é que eu vou ser?
Pedro Bandeira

Bete quer ser bailarina,
Zé quer ser aviador.
Carlos vai plantar batata,
Juca quer ser um ator.

Camila gosta de música.
Patrícia quer desenhar.
Uma vai pegando o lápis,
a outra põe-se a cantar.

Mas eu não sei se vou ser
poeta, doutora ou atriz.
Hoje eu só sei uma coisa:
quero ser muito feliz!
A FOCA
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
Lá vai a foca
No seu nariz.
Subindo a escada
Quer ver a foca Depois descendo
Comprar uma briga? Desengonçada.
É espetar ela
Na barriga! Quanto trabalha
A coitadinha
Quer ver a foca
Pra garantir
Bater palminha?
Sua sardinha.
É dar a ela
Uma sardinha.

Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo
Pra garotada.
A bailarina
Cecília Meireles

Esta menina
Tão pequenina
Que ser bailarina
Não conhece nem mi nem dó ré
Mas inclina o corpo para cá e para Lá
Não conhece nem lá nem si
Mas fecha os olhas e sorri
Roda, roda, roda
Com os bracinhos no ar
E não fica tonta nem sai do lugar
Põe no cabelo uma estrela e um véu
E diz que quer ser bailarina
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina
Mas depois esquece todas as danças
E também quer dormir como as outras crianças.
A FOCA
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz? Lá vai a foca
É por uma bola Toda arrumada
No seu nariz. Dançar no circo
Pra garotada.

Quer ver a foca


Lá vai a foca
Comprar uma briga?
Subindo a escada
É espetar ela
Depois descendo
Na barriga!
Desengonçada.

Quanto trabalha
Quer ver a foca A coitadinha
Bater palminha? Pra garantir
É dar a ela Sua sardinha.
Uma sardinha.
A caixa da vovó
 
Caixa  de madeira
Em cima do armário
Vestido, rosário ?
Caixa da vovó 
Cheia de segredos
O que há na caixa?
Carrinhos/brinquedos 
O MENINO AZUL
Cecília Meireles
O menino quer um burrinho para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
- de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses, pode escrever para a
Ruas das Casas, Número das Portas, ao Menino Azul que não sabe ler.)
Amanda
Ana Leonardo
Antonio pedro Leticia
Catarina Magno
Cauê Melina
Christine Rafael
Clariana Samara
Felipe Samir
Fernando Sofia
João pedro yasmin
João victor
Kauê
Amizade
Leminski

Meus amigos quando me dão a mão
Sempre deixam outra coisa:
Presença
Olhar
Lembrança
Calor
Meus amigos quando me dão a mão,
Deixam na minha a sua mão.
A LUA É DO RAUL
Cecília Meireles
Raio de lua.
Luar.
Lua do ar
azul.
Roda da lua.
Aro da roda
na tua rua,
Raul!
Roda o luar
na rua toda
azul.
Roda o aro da lua.
Raul,
a lua é tua,
a lua da tua rua!
A lua do aro azul.
Colar de Carolina
  Cecília Meireles
Com seu colar de coral,
Carolina 
corre por entre as colunas 
da colina.

O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.

E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina, 
põe coroas de coral
nas colunas da colina.
A FOCA
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz? Lá vai a foca
É por uma bola Toda arrumada
No seu nariz. Dançar no circo
Pra garotada.
Quer ver a foca
Comprar uma briga?
Lá vai a foca
É espetar ela
Subindo a escada
Na barriga!
Depois descendo
Quer ver a foca Desengonçada.
Quanto trabalha
Bater palminha? A coitadinha
É dar a ela Pra garantir
Uma sardinha. Sua sardinha.
As Borboletas
Brancas  Vinicius de Moraes
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Riminhas
 
Um  fantasma
Com  asma
Um   anjo
Tocando  banjo
Um  macaco
Vestindo  um
Casaca
Uma  lombriga
Com  dor  de
Barriga
Uma  chuva
De  suco  de uva
E um  tchau  tchau!
A FOCA
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz? Lá vai a foca
É por uma bola Toda arrumada
No seu nariz. Dançar no circo
Pra garotada.
Quer ver a foca
Comprar uma briga?
Lá vai a foca
É espetar ela
Subindo a escada
Na barriga!
Depois descendo
Quer ver a foca Desengonçada.
Bater palminha?
É dar a ela Quanto trabalha
Uma sardinha. A coitadinha
Pra garantir
Sua sardinha.
A Casa

Vinicius de Moraes

Era uma casa muito engraçada

Não tinha teto, não tinha nada

Ninguém podia entrar nela, não

Porque na casa não tinha chão

Ninguém podia dormir na rede

Porque na casa não tinha parede

Ninguém podia fazer pipi

Porque penico não tinha ali

Mas era feita com muito esmero

na rua dos bobos número zero


Batatinha quando nasce,
Espalha ramas pelo chão
Menininha quando dorme
Põe a mão no coração.
Numa folha qualquer
Aquarela
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Toquinho
É fácil fazer um castelo... Se a gente quiser
Corro o lápis em torno Ele vai pousar...
Da mão e me dou uma luva Numa folha qualquer Nessa estrada não nos cabe
E se faço chover Eu desenho um navio Conhecer ou ver o que virá
Com dois riscos De partida O fim dela ninguém sabe
Tenho um guarda-chuva... Com alguns bons amigos Bem ao certo onde vai dar
Se um pinguinho de tinta Bebendo de bem com a vida... Vamos todos
Cai num pedacinho De uma América a outra Numa linda passarela
Azul do papel Eu consigo passar num segundo De uma aquarela
Num instante imagino Giro um simples compasso Que um dia enfim
Uma linda gaivota E num círculo eu faço o mundo... Descolorirá...
A voar no céu... Um menino caminha Numa folha qualquer
Vai voando E caminhando chega no muro Eu desenho um sol amarelo
Contornando a imensa E ali logo em frente (Que descolorirá!)
Curva Norte e Sul A esperar pela gente E com cinco ou seis retas
Vou com ela O futuro está... É fácil fazer um castelo
Viajando Havaí E o futuro é uma astronave (Que descolorirá!)
Pequim ou Istambul Que tentamos pilotar Giro um simples compasso
Pinto um barco a vela Não tem tempo, nem piedade Num círculo eu faço
Brando navegando Nem tem hora de chegar O mundo
É tanto céu e mar Sem pedir licença (Que descolorirá!)
Num beijo azul... Muda a nossa vida
Entre as nuvens E depois convida
Vem surgindo um lindo A rir ou chorar...
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Caderno de poesias
Clarice Pacheco

Caderno de poesias
é um belo lugar.

Tantas coisas lindas
que eu gostaria de falar.

Eu falo em forma de versos
para todos poderem escutar.

Agora você já sabe
por que os poetas passam os dias
escrevendo em seus cadernos de 
poesias.
A FOCA
Vinícius de Moraes/Toquinho
Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola Lá vai a foca
No seu nariz. Subindo a escada
Depois descendo
Quer ver a foca Desengonçada.
Comprar uma briga?
É espetar ela Quanto trabalha
Na barriga! A coitadinha
Quer ver a foca Pra garantir
Bater palminha? Sua sardinha.
É dar a ela
Uma sardinha.
Numa folha qualquer
Aquarela
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Toquinho
É fácil fazer um castelo... Se a gente quiser
Corro o lápis em torno Ele vai pousar...
Da mão e me dou uma luva Numa folha qualquer Nessa estrada não nos cabe
E se faço chover Eu desenho um navio Conhecer ou ver o que virá
Com dois riscos De partida O fim dela ninguém sabe
Tenho um guarda-chuva... Com alguns bons amigos Bem ao certo onde vai dar
Se um pinguinho de tinta Bebendo de bem com a vida... Vamos todos
Cai num pedacinho De uma América a outra Numa linda passarela
Azul do papel Eu consigo passar num segundo De uma aquarela
Num instante imagino Giro um simples compasso Que um dia enfim
Uma linda gaivota E num círculo eu faço o mundo... Descolorirá...
A voar no céu... Um menino caminha Numa folha qualquer
Vai voando E caminhando chega no muro Eu desenho um sol amarelo
Contornando a imensa E ali logo em frente (Que descolorirá!)
Curva Norte e Sul A esperar pela gente E com cinco ou seis retas
Vou com ela O futuro está... É fácil fazer um castelo
Viajando Havaí E o futuro é uma astronave (Que descolorirá!)
Pequim ou Istambul Que tentamos pilotar Giro um simples compasso
Pinto um barco a vela Não tem tempo, nem piedade Num círculo eu faço
Brando navegando Nem tem hora de chegar O mundo
É tanto céu e mar Sem pedir licença (Que descolorirá!)
Num beijo azul... Muda a nossa vida
Entre as nuvens E depois convida
Vem surgindo um lindo A rir ou chorar...
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
As Borboletas
Brancas  Vinicius de Moraes
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Riminhas
 
Um  fantasma
Com  asma
Um   anjo
Tocando  banjo
Um  macaco
Vestindo  um
Casaca
Uma  lombriga
Com  dor  de
Barriga
Uma  chuva
De  suco  de uva
E um  tchau  tchau!
                          O Girassol
Vinicius de Moraes
Sempre que o sol 
Pinta de anil 
Todo o céu  Sempre que o sol 
O girassol  Pinta de anil 
Fica um gentil  Todo o céu 
Carrossel O girassol
Roda, roda, roda  Fica um gentil
Carrossel  Carrossel
Roda, roda, roda  Roda, roda, roda
Rodador  Carrossel
Vai rodando, dando mel  Gira, gira, gira
Vai rodando, dando flor Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol

Você também pode gostar