Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TOLEDO – PR
2014
GILMAR CABRAL DA SILVA
TOLEDO – PR
2014
GILMAR CABRAL DA SILVA
_____________________________________
Prof. Dr Jefferson Andronio Ramundo Staduto
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
_____________________________________
Prof. Dr. Flavio Braga Almeida Gabriel
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
_____________________________________
Prof. Me. Paulo Henrique Cezaro Eberhardt
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
A Deus, a minha esposa, aos meus pais,
Embora seja impossível nomear todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram
para a realização deste trabalho, pois a lista seria infindável, manifesto a eles minha
gratidão.
Um agradecimento especial ao meu orientador Prof. Dr. Jefferson Andronio
Ramundo Staduto, que durante a construção desta monografia, contribuiu para o
redirecionamento de minha trajetória acadêmica. Foi e será sempre inspiração
intelectual, exemplo de professor e de pesquisador.
Meu agradecimento aos colegas da turma, pois raras vezes participei de um grupo
com semelhante companheirismo e ambiente intelectual em que a diversidade, de
fato, unia e fortalecia.
Aos professores e funcionários do Programa de Graduação, agradeço pelo empenho
e dedicação devotado aos alunos.
Aos amigos, em especial Rodrigo Antonio Paradella um agradecimento pelo
constante apoio e companheirismo nesses quatro anos de lutas e conquistas.
SILVA, GILMAR C. A trajetória do crédito destinados a pessoas físicas após a
década de 1990. 2014. Monografia (bacharelado em Ciências Econômicas) –
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Toledo.
RESUMO
ABSTRACT
This monograph aims to analyze the trajectory of lending to individuals in Brazil after
the 1990s with economic stability, there have been considerable changes to the
national financial system, since financial institutions would lose revenue from floating,
gains arising from inflation, so the credit would become paramount to the growth of
this sector. Then starts to configure the Brazilian banking sector, trade liberalization
and the loss of revenue from floating, breaking numerous Brazilian banks and the
purchase thereof by large domestic and foreign banks occurs, focusing this sector.
After a brief review of the literature on the changes in the banking sector after the
Real Plan and the supply of credit, the main results demonstrates a growing trend in
operations to individuals. The work demonstrates that this increase was relatively
greater after the creation of important types of credit through the policies of the
Brazilian government to encourage consumer spending. Among these methods one
of the most important was the creation of payroll loans in 2003. From 2004 this
growth of personal credit operations was becoming greater, where research indicates
that the main determinants: the creation of payroll loans and the inclusion of a
population that had no access to credit, especially for classes C, D and E; use of the
Selic rate by the Central Bank to force down interest rates; the government's
economic policies to stimulate consumption and income redistribution; increase the
average maturity; consumption tax and tax incentives; and the decrease in the
unemployment rate, decreasing the risk of default.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
1.1. O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA................................................................... 9
1.2. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS ............................................................................. 13
1.2.1. Objetivo Geral............................................................................................................ 13
1.2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 13
2. ESTADO DA ARTE ......................................................................................................... 14
2.1. SISTEMA FINANCEIRO ........................................................................................... 14
2.1.1. Análise do Sistema Financeiro e sua composição..................................................... 14
2.1.2. Funções do Banco Central ............................................................................................ 16
2.2. ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE MOEDA E CRÉDITO ..................................... 19
2.2.1. Teorias Econômicas e Demanda de Moeda ............................................................... 20
2.2.2. Mecanismos de Controle Monetário e Oferta Monetária .......................................... 22
2.2.3. Mercado de Crédito ......................................................................................................... 23
2.2.4. Assimetria de Informações, Seleção Adversa e Risco Moral ................................... 24
2.2.5. Modalidades de crédito e arrendamento mercantil para pessoas físicas .............. 26
2.2.6. Crédito Consignado ........................................................................................................ 27
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 29
3.1. MÉTODO DE ABORDAGEM .................................................................................... 29
3.2. MÉTODO DE PROCEDIMENTO ............................................................................... 29
3.3. FONTE DE DADOS E INFORMAÇÕES DA PESQUISA .......................................... 29
3.4. TRATAMENTO DOS DADOS ................................................................................... 30
3.5. DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................... 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 31
4.1. ANTECEDENTES HISTÓRICOS ANTERIORES A ESTABILIZAÇÃO
ECONÔMICA ................................................................................................................... 31
4.1.1. Inflação ........................................................................................................................ 33
4.1.2. A estabilidade econômica e o Plano Real ......................................................... 39
4.1.3. Regime de metas de Inflação ................................................................................ 42
4.1.3 Taxa de impaciência ................................................................................................ 46
4.2. DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO NO BRASIL DESTINADA ÀS PESSOAS
FÍSICAS ........................................................................................................................... 47
4.2.1. Reestruturação bancária e a oferta de crédito ................................................. 48
4.2.2. Ampliação da disponibilidade de crédito e sua relação com o consumo 50
4.2.2.1. Operações de crédito pessoas físicas de 1994 a 2013................................ 51
4.2.2.2. Características do ciclo de crédito Pessoa Física de 2003 a 2013 ............ 52
4.2.2.2.1. Crise de 2008 e a importância do crédito consignado ............................. 55
4.2.2.2.2. Desemprego no Brasil ................................................................................... 60
4.2.2.2.3. Taxa de Juros no Brasil e taxa Selic........................................................... 61
4.3. CRÉDITO PESSOA FÍSICA E SUA RELAÇÃO COM O PIB ................................ 63
4.4. COMPARATIVO ENTRE PAÍSES SELECIONADOS ............................................ 66
5. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 68
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 70
9
1. INTRODUÇÃO
2. ESTADO DA ARTE
melhor controle, por parte dos supervisores do Bacen, das operações de crédito
realizadas pelos bancos. Além de melhorar a supervisão bancária, o sistema fornece
aos bancos e às demais instituições financeiras informações mais rápidas e seguras
sobre a capacidade de endividamento dos seus clientes que autorizam a consulta
(BANCO CENTRAL, 2004).
O Sistema de Informações de Crédito (SCR) substituiu a Central de Risco de
Crédito. Com maior controle dos empréstimos, a área de supervisão bancária pode,
inclusive, antever com maior precisão possíveis quebras de instituições financeiras
e, assim, proteger os depositantes. O país reduz a possibilidade de ser surpreendido
por falências bancárias (BANCO CENTRAL, 2004).
O Sistema de Informações de Crédito é complexo porque realiza quase 15
milhões de combinações de dados sobre as operações de crédito, enquanto os
dados gerados pelo sistema anterior não permitiam nem cinquenta combinações. É
possível saber qual o percentual de empréstimos por Estado, por tipos de taxas e
por prazos de pagamentos. Estudos apurados sobre o mercado de crédito brasileiro,
gerados a partir do SCR podem ser utilizados pelo Banco Central e pelo próprio
governo federal para orientar a adoção e mesmo a revisão de políticas nessa área
(BANCO CENTRAL, 2004).
O sistema anterior recebia, em média, dois milhões de consultas externas
por mês e o SCR permite até 40 milhões de consultas mensais. O SCR incorpora os
débitos dos clientes com responsabilidade total acima de R$ 5 mil, e os bancos
conseguem saber o grau de endividamento de empresas e de pessoas físicas,
agilizando as decisões na hora da concessão do crédito. Conhecendo melhor os
tomadores de empréstimos, os bancos evitam os maus pagadores e,
consequentemente, minimizam a inadimplência e os custos administrativos,
reduzindo o impacto desses fatores nos juros dos empréstimos bancários (BANCO
CENTRAL, 2004).
O Sistema de Informações de Crédito representou um desafio para a
modernização tecnológica na Instituição. O resultado foi a construção de um sistema
moderno e eficiente, com suporte de alto nível de consultas e, ao mesmo tempo,
armazenar a maior base de dados existente no BC.
19
3. METODOLOGIA
.
31
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A inserção do crédito no Brasil foi por volta dos anos 1950 através da venda
direta a crédito pelo lojista ao consumidor. Em 1965, com a reforma do sistema
financeiro, cria-se o Crédito Direto ao Consumidor – CDC, estabelecendo por meio
da Resolução n° 45 de 31/12/1966 que 40% dos recursos das instituições
financeiras seriam destinados para o crédito direto ao consumidor. Isso é
considerado como um avanço para a economia nacional, que ao contrário da
maioria das economias desenvolvidas, teve um processo tardio no desenvolvimento
dos bancos com a sua principal função de captar os recursos dos agentes
superavitários e emprestá-los aos agentes deficitários (MARTINEZ, 2010).
No mesmo ano do golpe militar, duas leis abrem caminho para a reformulação
do sistema bancário e financeiro brasileiro e para o desenvolvimento do mercado de
capitais no Brasil. A Lei 4.357/64 instituiu a correção monetária, através da criação
da ORTN (Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional), e a reforma bancária ficou
a cargo da Lei 4.595/64, que criou o Conselho Monetário Nacional, o Banco Central
e o Banco Nacional de Habitação. Com isso, impulsionou a reformulação e
surgimento de novas sociedades corretoras, a reorganização das bolsas de valores
e o surgimento dos bancos de investimento, como se pode observar na Tabela 1.
4.1.1. Inflação
A inflação no Brasil tem uma longa história, que se confunde com o processo
de desenvolvimento de sua economia. A economia brasileira passou por
experiências marcantes com relação à inflação em períodos distintos, desde a
34
275,00 242,68
250,00
225,00
200,00
IGP-DI (%)
175,00
150,00
110,56
125,00
100,00 86,47
75,00
50,00 15,72
25,00 30,70
36,06 41,51
- 29,89
1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988
ANO
3.000,00
2.750,00 2.851,34
2.500,00
2.250,00
2.000,00 2.012,55
IGP-DI (%)
1.750,00
1.500,00
1.250,00 1.216,97 1.167,17
1.117,86
1.000,00
750,00
500,00 908,01
431,94 496,71
250,00 242,68
0,00 60,95
1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994
ANO
que seria alcançado por meio de políticas de renda apoiadas no congelamento dos
preços (BAER, 2009).
O primeiro programa deste tipo foi denominado “Plano Cruzado” Esse Plano
determinou a substituição do Cruzeiro por uma nova moeda (o Cruzado) e congelou
os preços. De imediato, a inflação cessou, proporcionando à população um ganho
real do poder de compra e, consequentemente, provocando uma explosão no
consumo interno. O congelamento de preços tornou-se cada vez mais insustentável
e o plano acabou se esgotando no início de 1987 (BAER, 2009).
crises por que passou a economia brasileira desde que o país se tornou
independente, sendo muito mais grave que a crise dos anos 1930 (SOARES, 2001).
Baer (2009, p. 217) ressalta que a inflação brasileira tem sua origem no
conflito distributivo entre vários setores socioeconômicos, que os governos não
foram capazes de resolver ou não estavam dispostos a isso. Esses problemas
podem ser identificados como resultado do mau funcionamento do setor público
brasileiro, representados por políticos que estavam interessados em usar o governo
para atender às suas ambições eleitorais em vez de adotarem políticas econômicas
consistentes.
39
atraso. Para isso, os estados deveriam alocar 9% das suas receitas para acertar
suas dívidas (BAER, 2009).
Com essas mudanças iniciais, com objetivos do ajuste fiscal e o equilíbrio nas
contas do governo, foram adotadas medidas para o combate efetivo da inflação.
Para isso, FHC propôs um novo sistema de indexação que levaria progressivamente
a uma nova moeda. O novo sistema de indexação foi introduzido em fevereiro de
1994, denominado de Unidade Real de Valor (URV), que foi atrelado ao dólar
americano numa base de um por um.
Com a URV, o governo estimulava seu uso involuntário por agentes privados,
preços oficiais, contratos e impostos eram fixados em URV. Gradativamente os
preços foram sendo fixados em URVs. Em meados de 1994, o governo decidiu
introduzir uma nova moeda cuja unidade era igual a esse indexador. Em 1° de julho
introduz a nova moeda o real, equivalente a uma URV, ou US$ 1,00, e a CR$
2.750,00 antigos (BAER, 2009).
3000,00%
2851,34%
2500,00%
2000,00%
IGP-DI
1500,00% 1167,17%
1216,97%
1000,00%
908,01%
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
42
Para atingir o objetivo, são estabelecidas bandas para a meta de inflação, por
motivos evidentes. Em primeiro lugar, nenhum banco central tem controle total sobre
o comportamento dos preços. O que ele faz é mover a taxa de juros básica de forma
a afetar, por vários mecanismos indiretos, a evolução dos preços. A inflação está
43
sujeita a vários fatores externos ao banco. Além disso, existem defasagens nos
mecanismos de transmissão da política monetária. Na ocorrência de choque
inflacionário hoje, mesmo o Banco Central respondendo prontamente, ainda se
observará aumento da inflação no curto-prazo. Em segundo lugar, a presença de
bandas permite ao Banco Central acomodar parcialmente alguns choques. A
existência de banda permite que a autoridade monetária cumpra a meta sem que a
política monetária se torne excessivamente restritiva. Contudo, tal banda não pode
ser muito ampla, pois criaria a expectativa de falta de compromisso em alcançar seu
centro. Sua utilização, portanto, deve ser feita com bastante critério e parcimônia.
Assim, se por um lado é importante que existam bandas para acomodar os choques
econômicos, por outro lado sua amplitude deve ser limitada de forma a não
prejudicar a credibilidade do regime de metas (BACEN 2014).
para a inflação como diretriz de política monetária, com a edição do Decreto nº 3.088
pelo Presidente da República, em 21 de junho de 1999. Em 30 de junho de 1999, o
Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução nº 2.615, tratando da
definição do índice de preços de referência e das metas para a inflação.
Quando a meta para a inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional não
é cumprida, isto é, quando a inflação rompe, acima ou abaixo, os limites do intervalo
45
mais o consumo futuro por um maior consumo presente. Já outros estão dispostos a
sacrificar o consumo presente para obter um maior consumo futuro.
700,00
Operações de Crédito PF
640
600,00
500,00
(milhões R$)
400,00
300,00
200,00
100,00 1 17
0,12
0,00
1990 1991 1992 1993 1994
Ano
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
120.000
Crédito PF R$ (milhões)
98.994
100.000
80.000
60.000
40.000
16.026
20.000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
No período posterior a 2003, o crédito para pessoas físicas tomou rumos com
tendência de crescimento, como é ilustrado no Gráfico 6.
900.000
767.539
800.000
Crédito PF R$ (milhões)
700.000
600.000
500.000 404.641
400.000
235.816
300.000
200.000 98.994
100.000
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
350.000 326.484
Crédito PF R$ (milhões)
300.000
235.816
250.000
188.786
200.000
136.456
150.000 98.994
100.000
50.000
0
2003 2004 2005 2006 2007
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
54
Em 2003, primeiro ano do governo Lula, a nova equipe econômica optou por
manter uma política econômica austera, de juros altos e medidas conservadoras. O
nível de crescimento manteve-se baixo, enquanto, por outro lado, a inflação foi
controlada. Os primeiros sinais de retomada do crescimento apareceram no final de
2003, com o PIB do penúltimo trimestre apontando para um crescimento de 0,4%.
em 13 das maiores instituições que operam com crédito pessoal, cresceram 110,9%
em 12 meses (no período de abril de 2004 a abril de 2005). Esse tipo de operação
tem ocorrido mais com os trabalhadores do setor privado do que com os do setor
público, pois, enquanto, no primeiro segmento, houve um crescimento de 179,9% no
período, no segundo, a expansão foi de 102,7%. Em relação à participação do
crédito consignado no crédito pessoal, esta passou de 28,3% em abril de 2004 para
39,9% no mesmo mês de 2005, sinalizando, assim, uma expansão de 11,6 pontos
percentuais.
O prazo médio das operações com pessoas físicas subiu de 308 dias, em
janeiro de 2004, para 439 dias, em dezembro de 2007, conforme dados do BACEN.
Esse relativo alongamento dos prazos viabilizou a expansão do crédito mesmo em
um cenário de taxas médias de juros nominais (e reais) extremamente elevadas,
mas que foi puxada através das operações de crédito consignado.
900.000
800.000 767.539
708.855
Crédito PF R$ (milhões)
700.000 641.626
568.039
600.000
470.096
500.000 404.641
326.484
400.000
300.000
200.000
100.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
12
10,6 10,9
10,5
Taxa de Desemprego (%)
10 9,6
8,3 8,4
8 7,5
6,8 6,8
6 5,3
4,7 4,6 4,3
4
O consumo depende da renda, pois quanto mais uma pessoa ganha, mais ela
pode gastar e, assim, uma elevação na renda leva a um aumento do consumo e,
consequentemente, do PIB. Outro fator que influencia o comportamento do consumo
é a taxa de juros, pois quanto maior o juro, mais pessoas estarão dispostas a deixar
de consumir para guardar seu dinheiro e utilizá-lo no futuro.
1800000
1600000
1400000
Milhôes (R$)
1200000
1000000
800000 PIB Brasil
600000 Crédito PF
400000
200000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
7,00% 6,17%
RELAÇÃO CRÉDITO
6,00%
5,00% 5,82%
PF/PIB (%)
4,59% 3,73%
4,00%
3,93%
3,00%
2,00% 2,31%
1,00%
0,00%
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
ANO
Fonte: Elaboração do autor com base nos dados do IPEA DATA (2014).
65
18,00%
15,49% 16,14%
RELAÇÃO CRÉDITO PF/PIB (%)
14,51% 15,07%
16,00%
15,84%
14,00%
13,34%
12,00%
12,27%
10,00%
9,95%
8,00% 8,79%
7,03%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
ANO
A figura 1 retrata essa relação crédito total/PIB e a taxa de juros reais para o
ano de 2005 comparadas com alguns países. Observa-se que no Brasil o crédito
representava apenas 31% do PIB a uma taxa média anual de 48,15%, enquanto que
nos EUA essa relação era de 191% a uma taxa média de apenas 3,16%. Para
exemplificarmos melhor essa discrepância, a África do Sul a relação é de
aproximadamente 144% a uma taxa de 7,26%. Essa relação é o inverso do que
ocorrem nos demais países selecionados. Ou seja, além do saldo total do crédito ser
um dos menores com relação ao PIB, o Brasil possui a maior taxa de juros real no
mundo.
5. CONCLUSÃO
O prazo médio das operações com pessoas físicas subiu de 308 dias, em
janeiro de 2004, para 439 dias, em dezembro de 2007. Essa média aumentou em
grande parte com as operações de crédito consignado.
69
O setor bancário brasileiro não deve ser considerado como ineficiente quando
comparados internacionalmente. No Brasil, o que se observa é um setor
concentrado e bem conservador na oferta de crédito, sempre que possível as
instituições concentram suas políticas em ofertarem produtos de crédito com
garantias no seu recebimento. Esses créditos com garantias se referem ao
consignado, financiamentos e leasing de veículos e o crédito imobiliário, ou seja,
modalidades que diminuem o risco de inadimplência ou perda no caso do não
cumprimento do tomador.
70
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Editora Atlas,
1999. 207p.
71