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ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA – EBRAMEC

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO

FLAVIANE APARECIDA DA SILVA

CRANIOPUNTURA, SUAS RELAÇÕES COM O


CÉREBRO E SUAS APLICAÇÕES CLÍNICAS

SÃO PAULO

2012
FLAVIANE APARECIDA DA SILVA

CRANIOPUNTURA, SUAS RELAÇÕES COM O


CÉREBRO E SUAS APLICAÇÕES CLÍNICAS

Projeto de Pesquisa do Trabalho de


Conclusão de Curso de Pós-Graduação
apresentado ao EBRAMEC – Escola
Brasileira de Medicina Chinesa, sob
orientação do (a) Prof. (a) Dr.
Reginaldo de Carvalho Silva Filho.

SÃO PAULO

2012

2
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais Vânia e Luiz por estarem sempre comigo.
Agradeço a todos que estiveram ao meu lado me apoiando neste período de curso.
Principalmente Elisa e Fúlvio.

Aos amigos e mestres Joana e Eduardo que me apresentaram tudo sobre a filosofia
chinesa.

Gratidão eterna.

Flaviane Aparecida da Silva

3
SUMÁRIO

Resumo 5
Abstract 6
Introdução 7
1. Metodologia 9
2. Revisão Da Literatura 10
2.1. Medicina Tradicional Chinesa 10
2.2. A Teoria Do Yin Yang 11
2.3. Substâncias Vitais 14
2.4. Os Cinco Elementos Ou Cinco Movimentos 20
2.5. Os Seis Sistemas Yang Extraordinários 31
2.6. Acupuntura 32
2.7. Craniopuntura, Suas Técnicas E Suas Aplicações Clínicas 38
2.7.1. Craniopuntura Chinesa 40
2.7.2. Nova Craniopuntura De Yamamoto 45
2.8. O Cérebro 51
2.8.1. Sistema Nervoso Central 51
2.8.2. O Córtex Cerebral 55
2.8.2.1 Áreas De Projeção 55
2.8.2.2. Áreas De Associação 57
2.8.3. Sistema Nervoso Periférico 62
2.9. Craniopuntura E Suas Relações Com O Cérebro 72
3. Discussão 77
Conclusão 79
Referências 80

4
RESUMO

A acupuntura é uma das terapias mais utilizadas para tratamento de várias


patologias físicas e emocionais.
Embasada no Yin e no Yang, nos Cinco Elementos e na teoria dos Zang Fu. A
acupuntura tem sido cada vez mais usada e divulgada no Brasil como uma eficaz terapia.
Estudos científicos comprovam a sua eficácia em vários tratamentos do corpo e
da mente.
A craniopuntura é uma das técnicas e recursos que podem ser utilizados na
terapia com acupuntura. Através de linhas ou pontos próprios e específicos para cada
diferente patologia, que se encontram na cabeça, da fronte até o occipital.
Neste trabalho contém uma reunião de informações sobre a Técnica Craniopuntura, sua
utilização e sua relação com o cérebro, associando seus pontos e linhas ás áreas cerebrais.

Palavras chaves: Acupuntura, Craniopuntura, Yin e Yang e Cinco Elementos.

5
ABSTRACT

Acupuncture is one of the most widely used therapies to treat various physical
and emotional disorders.

Grounded in Yin and Yang, the Five Elements and Zang Fu theory. Acupuncture
has been increasingly used and disclosed in Brazil as an effective therapy.

Scientific studies show their effectiveness in various treatments of body and


mind.

The craniopuntura is one of the techniques and resources that can be used in
acupuncture therapy. Through lines or dots themselves and specific to each different
pathology, which lie in the head from the forehead to the occiput.

This work contains a collection of information about the Technical


Craniopuntura, its use and its relation to the brain, linking its points and lines to areas of
the brain.

Keywords: Acupuncture, Craniopuntura, Yin and Yang and the Five Elements.

6
INTRODUÇÃO

A existência da acupuntura remonta aos primórdios da civilização chinesa, sendo


atribuída sua descoberta ao Imperador Amarelo (2797 a.C). Este deixou ensinamentos
sobre a saúde do corpo (Xing) e do espírito (Shen) e de um conjunto de receitas de vida
regrada. (19)

A acupuntura é uma das terapias mais antigas e eficazes de tratamento, praticada


na China durante os últimos 5 mil anos; visa o equilíbrio do organismo por meio de
estímulos nos acupontos, ao longo de trajetos localizados na epiderme, conhecidos como
meridianos. Alguns de seus mecanismos de ação, como a analgesia são comprovados
pela medicina ocidental. (38) Compreende uma técnica terapêutica composta por um
conjunto de saberes e procedimentos culturalmente constituídos (27). Baseia-se,
fundamentalmente, no princípio do Yin e do Yang, na teoria dos Cinco Elementos (Água,
Madeira, Terra, Fogo e Metal) e do Zang Fu (Órgão/Víscera) (43-37). O Yin e Yang
constituem duas forças opostas e complementares. No corpo humano, o interior é
considerado Yin e a superfície Yang (21).

As concepções dos antigos chineses sobre os órgãos internos eram diferentes das
atuais. Eles consideravam o órgão interno associado à sua representação encefálica,
principalmente com as emoções, assim como as estruturas orgânicas e características
especiais. Esta é a concepção do Zang Fu (Órgão/Víscera), que não pode ser confundida
com o órgão anatômico da Medicina Ocidental (27). Cada função possui, na superfície do
corpo, uma série de pontos que, ligados entre si, constituem os meridianos, em número
de doze, bilaterais e correspondentes à função dos órgãos (Zang) e vísceras (Fu) (21-32).

A utilização da técnica de acupuntura tem crescido consideravelmente, tanto para


profilaxia como para a cura de algumas enfermidades, contribuindo para o controle da
dor, a atividade física dirigida e a melhora do padrão postural. (10-42-18)

Atualmente, pesquisas científicas têm comprovado a eficácia da acupuntura (31).


Os efeitos benéficos pesquisados incluem: liberação de substâncias vasoativas induzidas
por processo inflamatório asséptico provocado pelo microtrauma acupuntural (7);
melhora da oxigenação celular e das trocas metabólicas pelo aumento do aporte
sanguíneo local (6); ativação do sistema imunológico (7); aumento do fluxo linfático

7
local (20); analgesia e relaxamento muscular, por liberação de serotonina e opiáceos
(endorfina, encefalina, dinorfina) (13).

Assim sendo, entre os efeitos neurobiológicos da acupuntura, está a atuação nos


neurotransmissores relacionados à dor e à depressão (25). Esse fato qualifica o método
como útil e adequado na terapêutica da dor crônica (9-22), uma vez que a sensação de
dor é desencadeada pelo bloqueio da circulação fisiológica de substâncias essenciais,
pelos meridianos de acupuntura (5).

A craniopuntura de Yamamoto (40) é uma das técnicas da acupuntura que usa


métodos de punção tradicionais de acupuntura, em combinação com o conhecimento
ocidental de anatomia, fisiologia, patologia e neurologia, sobre as partes relacionadas do
couro cabeludo que correspondem ao córtex cerebral.

O objetivo deste trabalho é reunir e detalhar como funciona a craniopuntura com


trabalhos já existentes e também relacionando as linhas e pontos com as áreas corticais.
Esta revisão bibliográfica fará uma reunião de todas as informações que possuímos
referente à técnica Craniopuntura para que a sua utilização seja entendida e assim
utilizada para que obtenha um melhor resultado com grande eficácia em um tratamento.

8
1. METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho revisando a bibliografia sobre a Craniopuntura,


foram utilizadas informações contidas em livros clássicos e fundamentais para o
entendimento da acupuntura sua filosofia e seus fundamentos.
Do mesmo modo foram utilizados livros clássicos que descrevem a
craniopuntura, sua técnica, suas indicações e as localizações de linhas e pontos.
Para a descrição da Craniopuntura também forma utilizadas referências de sites,
principalmente para descrever a Craniopuntura chinesa.
As explicações fisiológicas dos efeitos da acupuntura estão esclarecidas por
artigos científicos com comprovada eficácia perante tratamento, esses artigos foram
retirados de sites de busca como Scielo e Lilacs, além de achados no próprio Google.
As descrições referentes ao cérebro foram retiradas de livros de anatomia e
neuroanatomia.
As fotos usadas foram retiradas de sites e algumas foram modificadas para que
fossem mais explicativas.
Tabelas foram montadas de acordo com informações retiradas das referências
que foram escolhidas para fazerem parte deste trabalho. Após sua montagem foram
salvas como foto para que o leitor as visse de melhor maneira.
Após reunir todas as bibliografias, foram escolhidas as melhores referências com
maiores embasamentos. Aquelas as quais suas informações eram insuficientes foram
descartadas para que neste trabalho fossem usadas somente as melhores referências.
Depois de reunidas e estudas foi realizada a montagem do trabalho, resumindo e
reunindo numa só obra informações referentes á Craniopuntura, sua relação como
cérebro e suas aplicações clínicas.

9
2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Medicina Tradicional Chinesa

A Medicina Tradicional Chinesa tem seus fundamentos no Taoismo e para


estudá-la é necessário que se conheça bem suas bases filosóficas, bem como, as
substâncias e sua filosofia.
A Medicina Chinesa foi formulada em cima de observações, não só do corpo
humano, mas de todo o Universo. Para o Taoismo, o corpo humano é uma réplica do
Cosmo, e tudo que ocorrer fora, ocorre dentro do corpo também. (35)

Homem Universo
Pequeno Tao Grande Tao
Uma vez o Yin, uma vez o Yang, eis o Tao. Hong Fang do Yin Jing.

O Tao se define pelo indefinível, inominável, inefável. Presente em tudo e em


todos, está acima de um princípio - que significa estrutura interna regente e ordenada de
todas as coisas, estabelecendo as leis do Universo.
Elucidar o Tao é dizer que se trata da origem do Céu/ Terra.
O Tao, dotado de Ação, origina as coisas do Universo. Tal ação pode ser
nomeada de Ação Criadora (do Tao) que em chinês chama potência ou eficácia (De) que
literalmente se traduz em Virtude, não no sentido moral de virtude, mas, no sentido
tradicional do termo, geradora de manifestação. Pode ainda ser traduzido como sendo a
Via, a origem (Yuan) de todas as coisas do Universo.
A noção do Tao supera as noções de força e de substância e o Yin/ Yang, que
equivalem indistintamente às forças, substâncias e gêneros, que são ainda outra coisa
porque esses emblemas têm por função classificar e assinar todo conjunto dos aspectos
antiéticos da Ordem Universal: O Tao, o Yin e o Yang evocam sinteticamente e suscitam
globalmente a ordenação rítmica que rege a vida no mundo e a atividade do Espírito. O
pensamento chinês parece inteiramente comandado pelas ideias unidas de Ordem,
Totalidade e Ritmo. (La Pensée Chinoise – Marcel Granet). (3-17).

10
2.2. A Teoria do Yin Yang

Chama-se Yin Yang, a reunião das duas partes opostas que existem em todos os
fenômenos e objetos em relação recíproca no meio natural.
A teoria do Yin Yang considera o mundo como um todo e que esse todo é o
resultado da unidade contraditória dos dois princípios, o Yin e o Yang.
Para os chineses antigos: “Há um Yin, há um Yang, que se chama Dao”, quer
dizer o Céu e a Terra. Não pode haver Yin sem Yang, nem Yang sem Yin. O Su Wen
(capítulo 5) declara: “O Yang puro é o Céu, o Yin turvo é a Terra. O Qi da Terra sobe
como nuvem, o Qi do Céu desce como chuva”. (3-23)
Todos os fenômenos do universo encerram os dois aspectos opostos do Yin e do
Yang, como o dia e a noite, o tempo claro e o tempo sombrio, o calor e o frio, a
atividade e o repouso. Tudo é constituído pelo movimento e a transformação dos dois
aspectos Yin e Yang.
A teoria do Yin Yang permite classificar os fenômenos e as manifestações
concretas da natureza segundo vários critérios:

 Conforme os caracteres físicos:


De um modo geral, tudo o que é animado, em movimento, exterior, ascendente,
quente, luminoso, funcional, cujas capacidades se desenvolvem, tudo o que corresponde
a uma ação é Yang. Tudo o que está em repouso, tranquilo, interior, descendente, frio,
sombrio, material, cujas funções decrescem, tudo o que corresponde a uma substância é
Yin.

 Conforme a natureza da manifestação:


“O Céu é Yang, a Terra é Yin”. O Céu está no alto, assim é Yang, a Terra está
embaixo, assim é Yin.
“A Água é Yin, o Fogo é Yang”, a Água é de natureza fria e escorre, assim é Yin,
o Fogo é de natureza quente e suas chamas se elevam, assim é ele Yang.

 Conforme os movimentos:
“Não se mover é Yin, mover-se é Yang”.

11
 Conforme as transformações:
“O Yang muda-se em princípio em Qi, o Yin torna-se forma, aparência”.

O Yin e o Yang são a lei geral das transformações, das estruturas do mundo
material. Todas as transformações são produzidas pela interação desses dois princípios
antiéticos. Eis porque o Yin e o Yang são a origem da produção e do desenvolvimento
dos fenômenos manifestados, mas também a causa da destruição e do desaparecimento
deles.
O fato de pertencer ao Yin ou ao Yang não é absoluto, mas relativo, pois de um
lado o Yin e o Yang podem sobre certas condições transformar-se um no outro, do outro
lado todos os fenômenos podem se fragmentar ao infinito em subpartes Yin e Yang. Por
exemplo, o dia é Yang, a noite é Yin, mas a manhã e Yang dentro do Yang, a tarde é.
Yin dentro do Yang, o antes da meia-noite é Yin dentro do Yin, e após meia-noite é Yang
dentro do Yin.
Assim, no universo, qualquer fenômeno manifestado pode ser reconduzido às
duas categorias Yin e Yang, podendo ainda cada um se separar em Yin ou Yang, e isso
até o infinito.

Elementos de Base da Teoria do Yin Yang

A oposição do Yin e do Yang

Segundo a teoria do Yin Yang, a antítese entre o Yin e o Yang encontra-se em


qualquer manifestação, e se expressa principalmente por um condicionamento e uma
oposição mútuos.
Em um corpo humano em boa saúde, os dois aspectos opostos do Yin e do Yang
não coexistem de modo pacífico e sem relação de um sobre o outro, ao contrário, eles se
afrontam e se repelem mutuamente. Porém, sua oposição cria um equilíbrio dinâmico, e
origina o desenvolvimento e a transformação dos objetos.

Relação recíproca do Yin e do Yang

A relação recíproca que liga intimamente o Yin e o Yang faz com que não se
possa separar um princípio do outro e que nenhum dos dois possa existir separadamente.

12
O Alto é Yang, o Baixo é Yin, se não houver Alto, não se pode falar de Baixo, se não
houver Baixo, não se pode falar de Alto. A Esquerda é Yang, a Direita é Yin, sem
Esquerda não se pode falar de Direita e vice-versa. O Calor é Yang, o Frio é Yin, sem
Calor, não há Frio, sem Frio, não há Calor.
Todos os aspectos do Yin e do Yang são assim, o Yin existe pelo Yang, o Yang
existe pelo Yin. Cada um dos dois tem o outro como condição de existência.
Essa relação mútua é geralmente denominada “a Raiz recíproca”. A este respeito,
o Su Wen, capítulo 5 diz: “O Yin está no interior, é o sustentador do Yang, o Yang está
no exterior, é o enviado do Yin”. Esta frase, chave da relação de interdependência entre
Yin e Yang, tem o seguinte significado: O Yin determina a matéria, portanto, a
substância do corpo humano, o que está no interior. O Yang é a função, o que se
manifesta exteriormente. O Yin é a base material da capacidade de funcionar, é a esse
título que é o sustentador do Yang. O Yang é a manifestação, no exterior, do movimento
da matéria interna, de onde ser chamado o enviado do Yin. (3).

Figura1. Tai Ji.

O Tai Ji (figura1) aparece pela primeira vez no canônico Yi Jing (Clássico da


Transmutação), foi atribuído ao mítico imperador chinês Fu Xi e talvez sua existência
data de mais de 6.000 anos.
O Tai Ji simboliza no Yi Jing, as emanações originais do Tao geradoras de
transformação e movimento. (19)
Os termos yin e yang não retêm um significado específico como forças ou
substâncias, servindo apenas como emblemas para caracterizar duas linhas de
correspondência onde os atributos de cada elemento determinam sua natureza Yin ou
Yang indicando a linha a que pertencem.
Na linha de correspondência Yin estão arrolados os fenômenos mais materiais,
mais densos, mais profundos, mais frios, mais inertes, mais escuros. Na linha Yang os
fenômenos mais imateriais, mais voláteis, mais quentes, mais claros e com mais
movimento. (17)

13
O Yin e o Yang são as manifestações transitórias do Tao.
Ambos interagem, transformando-se num ciclo ritmado o Tai Ji. (19)

2.3. Substâncias Vitais

As Substancias Vitais são a base para as interações fisiológicas e patológicas no


organismo.
O corpo e a mente não são vistos como um mecanismo (mesmo que complexo),
mas como um círculo de Qi e substâncias vitais interagindo uns com os outros para
formar o organismo.
Sua origem, desenvolvimento, circulação e sua distribuição, só podem efetuar- se
graças à atividade funcional das vísceras. Mas, inversamente, a atividade funcional das
vísceras não se pode manifestar sem que o Qi, o sangue e os líquidos orgânicos lhes
sirvam de base material.
As Substancias Vitais são definidas como sendo: Qi, Xue (Sangue), Jin Ye
(Líquido Corpóreos), Jing (Essência).

Qi

Só há um ponto vital que é a matéria fundamental que constitui o universo, e tudo


no mundo é o resultado de seus movimentos e transformações.
Para o homem, microcosmo e macrocosmo só existem um Qi que é a raiz dele.
Esse Qi se apresenta de dois modos:
O Qi participando na formação dos elementos constitutivos do corpo e
permitindo á vida de se manifestar. É ele representado seja pela essência (Yang), seja
pela substância (Yin).
O Qi é constituído pela atividade fisiológica dos tecidos orgânicos.
O Qi (pronuncia-se 'tchi') é uma palavra não traduzível do léxico chinês significa
uma tendência, movimento.
O caractere para Qi indica algo que seja material e imaterial ao mesmo tempo,
isso indica que a noção de Qi traz em si o dualismo entre material e o imaterial.
“Qi e a base para todos os fenômenos no universo” (24) e também a origem das
outras substancias vitais, e é sua característica que vai diferenciar entre uma estrutura
viva e uma estrutura mineral.

14
No corpo humano o Qi sofre muitas variações.
As Funções básicas do Qi no organismo são: transformação, transporte,
manutenção, ascendência, proteção e aquecimento.

Classificação dos Qi

Apesar de o Qi ser único, como suas representações são múltiplas, na prática,


associa-se sempre um qualificativo que determina sua localização ou sua função.

Yuan Qi

O Yuan Qi é conhecido como “Qi original”. É o Qi mais importante do corpo


humano, é produzido primeiramente pela transformação do Jing inato. Após o
nascimento ele ainda precisa ser alimentado e completado pelo Jing adquirido da
nutrição.
Ele é repartido pelo Triplo aquecedor nos órgãos (Zang Fu); no exterior atinge os
músculos, o espaço subcutâneo e a pele. Não há lugar onde ele não penetre.
Todos os tecidos orgânicos que recebem o impulso do Yuan Qi poderão cumprir suas
diferentes funções.

Ying Qi ou Rong Qi ou Yong Qi

É o Qi nutriente, é proveniente do Jing Qi da alimentação elaborada pelo baço e


pelo estômago. É formado pelas matérias mais nutritivas do Qi da alimentação.
Su Wen, cap. 43: “O Ying Qi é a essência dos alimentos. Acomodado pelas vísceras
(Fu), é distribuído pelos órgãos (Zang) antes de ser introduzido nos vasos, ele atravessa
as vísceras e atinge os órgãos. (3)
Circula com o sangue nos vasos e mantém com esse último, relações
extremamente estreitas. Por isso, pode-se distingui-los, mas não se pode separá-los. Sua
atuação é de nutrir o corpo inteiro.
O Ying Qi circula com o sangue e percorre o organismo seguindo os meridianos,
em um duplo movimento que realiza uma revolução em cada 24 horas.

15
Primeira circulação: segundo o Ling Shu, cap. 16: “Essa Qi circula conforme a
ordem dos meridianos, começando ás 3 horas da manhã ao nível do Pulmão”. Percorre o
conjunto dos meridianos em 24 horas, demorando 2 horas em cada meridiano.
Segunda circulação: Inicia-se no Pulmão ás 3 horas da manhã e continua nos
meridiano Du Mai e Ren Mai, onde circula também durante 24 horas.

Figura 2. A circulação do Qi.

Wei Qi

É o Qi protetor ou Qi de defesa.
O Su Wen (cap. 43) assim descreve essa Qi: “O Wei Qi é o ardor dos alimentos.
É de natureza demais fluida para ser contida nos vasos, assim circula ele na pele e entre
as fibras da carne. Sublima-se nas membranas do diafragma para se espalhar nas
cavidades torácicas e abdominais”. (3)
Sua atuação é múltipla:
 Proteger a superfície do corpo contra as agressões externas.
 Controlar a abertura das glândulas sudoríparas.
 Regular a temperatura do corpo.
 Aquecer os órgãos.
 Dar brilho à pele e lustro aos pêlos.
A circulação do Wei Qi é inteiramente própria, visto que faz 50 voltas no
organismo em 24 horas: 25 voltas durante o dia na parte Yang do corpo, percorrendo os

16
meridianos Yang, partindo do 1 Bexiga (Jing Ming) e descendo até o pé onde torna a
subir até o 1 Bexiga, seguindo o vaso maravilhoso Qiao Mai. 25 voltas durante a noite
circulando na parte Yin do corpo, isto é, nos órgãos (Zang), seguindo o ciclo de
dominação.
A troca entre os dois se faz pelo Rim na sola do pé.

Zhong Qi

Esse Qi é formado pela reunião do Qi puro inalado pelos Pulmões e do Qi da


alimentação produzido e posto em circulação pelo Baço e pelo Estômago.
A atividade essencial do Zhong Qi é dar impulso à respiração pulmonar e à
circulação do sangue do coração.

Zhen Qi

Zhen Qi, Qi correto (de boa saúde) é o termo da associação dos Yuan Qi, Zhong
Qi e Wei Qi dos órgãos. (3).

Sangue (Xue)

O conceito de Sangue (Xue) da MTC e um pouco diferente daquele da Medicina


Ocidental.
Além do liquido vermelho que circula nos vasos, na MTC, o Sangue (Xue) e
visto como uma força, que está envolvido com a sensibilidade dos órgãos dos sentidos, e
é uma localização profunda que pode ser afetada por doenças. (26). O Sangue (Xue) é
uma condensação de Qi, sendo, portanto material e pesado, no entanto não pode ser
separado do Qi, formando com esse último uma dupla, Yin e Yang. Assim temos que o
Qi e necessário para mover o Sangue (Xue), mas o Sangue (Xue) é necessário para
“nutrir” o Qi dando a esse sua força. (26)
Sua função Fisiológica na MTC se resume a: nutrir o organismo (como uma
forma mais densa de Qi) e hidratar o organismo (função essa que o Qi não possui). (24)
Outro aspecto muito importante do Sangue (Xue) e o de ser a morada da Mente. Se
houver patologias com o Sangue (Xue) a Mente encontra-se muitas vezes “sem morada”,
causando os sintomas de insônia ou sono perturbado. (3-24-26).

17
Formação do Sangue (Xue)

Segundo a MTC o Sangue (Xue) e formado por elementos vindos de vários


sistemas, Baço (Pi), Pulmão (Fei), Coração (Xin) e Rim (Shen), interferem de uma
maneira ou outra na formação do Sangue (Xue). (24)
No entanto, os principais sistemas serão responsáveis pela formação do Sangue
(Xue) são: Baço (Pi) e Rim (Shen). Como explica Maciocia: “podemos dizer que o
Sangue (Xue) e gerado pela interação do Qi Pós-Celestial do Estomago (Wei) e do Baço
(Pi) (os quais são as fontes do Qi dos Alimentos), e o Qi Pré-Celestial (já que o Rim
(Shen) tem participação na sua formação” (24).
O Sangue (Xue) também tem dois aspectos importantes a ele associados: e ele
que vai, nos órgãos correspondentes, nos dar os cinco sentidos especiais (tato, audição,
paladar, olfação e visão); e é a morada da Mente, e onde a Mente vai repousar na hora de
dormir (insônia e sono interrompido seriam a falta de “morada” da Mente). (24)

Jin Ye (Líquidos Orgânicos)

Os Líquidos Corpóreos são denominados de Jin Ye.


Esse termo é composto de dois caracteres, Jin que significa ‘úmido’ ou saliva, e
Ye, que significa ‘fluido’. O Jin indica alguma coisa liquida, enquanto Ye quer dizer
fluidos de organismos vivos (achados em frutas, por exemplo). Assim, Jin Ye pode ser
traduzido como 'fluidos orgânicos'. (24)
O Jin Ye e um termo que vai incluir o suor, a urina, a saliva, as lagrimas e as
diversas outras secreções do organismo. (26)
O Jin Ye se origina de um intrincado processo de purificação, e tendo como
principal órgão relacionado o Baço (Pi). O Baço (Pi) vai primeiro separar os líquido
puros e impuros dos alimentos, enviando o puro em ascendência para o Pulmão (Fei) e
Rim (Shen) e os impuros em descendência para Intestino Delgado (Xiaochang), onde são
separados novamente em puros e impuros, e assim por diante até chegar as duas formas
de retirada do impuro do corpo: as fezes e a urina. (24)
Ha dois tipos de Jin Ye, a parte Yang, leve e aquosa (Jin) e a parte pesada, densa,
turva e Yin (Ye). (24-26)

18
Jin, mais aquoso e leve servira para umedecer músculos, pele, partes moles e as
membranas e mucosas que revestem os órgãos dos sentidos e os orifícios naturais.
Ye são mais densos e espessos, umedecem e nutrem os órgãos, as medulas (incluindo
aqui o cérebro) e facilitam os movimentos dos ossos e articulações. (26).

Jing (Essência)

Jing, traduzido usualmente como “Essência” (24), e o que existe de mais precioso
no organismo, e sua “reserva especial”.
Jing é formado por duas partes: Pré Celestial (ou inato) e Pós Celestial (ou
digestivo).
Jing Pré Celestial e herdado dos pais (fazendo uma comparação forçada com a
Medicina Ocidental, seria a nossa carga genética), o Pós Celestial e aquele adquirido
pelos alimentos (3-24-26) e é esse Jing Pós Celestial aquele no qual podemos mais atuar.
(26)
Como a forma mais densa de Qi, Jing e a reserva material de Qi para o corpo,
todo Qi do corpo necessita de Jing para sua formação. Isso quer dizer que e Jing o
responsável pelo crescimento e desenvolvimento, alem disso diz-se que e a raiz das
medulas (dessa maneira também do cérebro) e base da força constitucional (24).
A força e qualidade dessa substância denominada Jing é o que vai nos determinar
a força constitucional básica, e, consequentemente nossa habilidade para lidar com as
agressões patogênicas. As medulas (os chineses acreditavam que o cérebro e um tipo de
medula) vão necessitar de Jing para que se consiga ter concentração, memória e
raciocínio. O desenvolvimento e crescimento são intrinsecamente relacionados ao Jing, e
é esse que vai fazer com que o feto venha a ser uma criança, dessa para idade adulta e
quando começa a decair os níveis de Jing começamos a ver a velhice. (24)
Sinais de problemas com o Jing são: impotência, cabelos brancos precoces,
calvície precoce, doenças genéticas, deficiências mentais e físicas, problemas
imunológicos crônicos (com inicio na infância), atraso de desenvolvimento infantil,
puberdade e adolescência precoce, más formações fetais.
Todas essas alterações do Jing são uma manifestação de duas causas distintas: ou
Jing é consumido muito precocemente (excesso de trabalho, atividade física sem o
devido repouso ou atividade sexual desmedida), ou Jing já vem “impuro” do nascimento
(doenças com componente ou francamente de etiologia genética). (3-4-26)

19
Figura 3. Formação dos diferentes tipos de Qi.

2.4. Os cinco elementos ou Cinco movimentos

São fenômenos que ocorrem dentro e fora do corpo humano podem ser
explicados pela teoria dos Cinco Elementos ou Movimentos. Cada elemento tem suas
manifestações no Universo; e no corpo humano, através das atividades orgânicas, órgãos
e vísceras, emoções, tecidos, sentidos e outras funções a eles relacionadas.
A Teoria do Yin Yang originou-se antes da Teoria dos Cinco Elementos. A
primeira referência ao Yin Yang é encontrada na Dinastia Zhou (por volta de 1000-770
a.C.), enquanto a primeira referência registrada dos Cinco Elementos é do período de
guerra entre os Estados (476-221 A.C.).
O SHANG SHU, escrito durante a Dinastia Ocidental Zhou (1000-771 a.C.)
disse: “Os Cinco Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. A Água umedece
em descendência, o Fogo chameja em ascendência, a Madeira pode ser dobrada e
esticada, o Metal pode ser moldado e endurecido, a Terra permite a disseminação, o
crescimento e a colheita”. Retornaremos a esta afirmação mais adiante, uma vez que
contém muitos conceitos importantes sobre a natureza dos Cinco Elementos. (24)

20
Figura 4. Os cinco elementos ou cinco movimentos.

Cinco elementos como movimentos

Os Cinco Elementos também simbolizam cinco direções diferentes de


movimentos dos fenômenos naturais. A Madeira representa o movimento expansivo e
exterior em todas as direções, o Metal representa o movimento contraído e interior, a
Água representa movimento descendente, o Fogo indica movimento ascendente e a Terra
representa neutralidade ou estabilidade.

Figura 5. Os cinco elementos e seus vetores.

Cinco elementos como qualidades básicas

É importante repetir e entender a passagem do SHANG SHU: “Os Cinco


Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. A Água umedece em descendência,
o Fogo chameja em ascendência, a Madeira pode ser dobrada e esticada, o Metal pode ser
moldado e endurecido, a Terra permite a disseminação, o crescimento e a colheita.
Aquilo que absorve e descende (Água) é salgado, o que chameja em ascendência (Fogo)
é amargo, o que pode ser dobrado e esticado (Madeira) é azedo, o que pode ser moldado

21
e enrijecido (Metal) é picante e o que permite disseminar, crescer e colher (Terra) é
doce”.

Figura 6. Os cinco elementos com seus sabores.

Cinco elementos como estágio de um ciclo sazonal

Cada um dos Cinco Elementos representa uma estação no ciclo anual. A Madeira
corresponde à Primavera, sendo associada ao nascimento; o Fogo corresponde ao Verão,
e está associado ao crescimento; o Metal corresponde ao Outono, associado à colheita; a
Água corresponde ao Inverno, e está associada ao armazenamento; a Terra corresponde à
estação anterior, associada à transformação. (8).

Figura 7. Os cinco elementos e as estações climáticas.

Ciclo de geração

Representa um ciclo do tempo, da vida, da formação de novos elementos.


A Água gera a Madeira, a Madeira gera o Fogo, Fogo gera a Terra, Terra gera o
Metal e Metal gera a Água.

22
Figura 8. Ciclo de geração.

De modo simbólico, a Água irriga a planta (madeira) que brota e cresce, a


Madeira alimenta o Fogo, o Fogo queima a madeira e deposita as cinzas, alimentando a
Terra, que gera em seu interior diversos Metais e a Água brota da pedra e das fontes
minerais.
O ciclo de geração é de natureza Yang (natureza única) e não tem uma inversão
patológica.

Ciclos de dominância e Contradominância

O ciclo de dominância é um ciclo de controle, de limite, que impede em última


análise, o crescimento descontrolado de qualquer um dos elementos. Nesse ciclo a Água
controla o Fogo, o Fogo controla o Metal, o Metal controla a Madeira, a Madeira
controla a Terra e a Terra controla a Água. Simbolicamente tem-se: a Água apaga o
Fogo, o Fogo forja o Metal, o Metal corta a Madeira, a Madeira tira da Terra seus
nutrientes para crescer e, portanto controla a Terra que, finalmente, absorve a Água.
Desse modo, há um equilíbrio entre os cinco elementos, de forma que nenhum
sobressaia ou torne-se excessivo. O ciclo de dominância é de natureza Yin e, portanto,
dual como o próprio Yin. Sua dualidade se expressa nas duas direções em que o ciclo de
dominância pode assumir: nessa ou na oposta.
O ciclo de dominância pode transformar-se em ciclo de agressão se sua direção
for inversa.
Os ciclos de geração e dominância funcionam o tempo todo como um mecanismo
de autorregulação do homem. (8).

23
Figura 9. Ciclo de dominância e contradominância.

Teoria dos Zang Fu

Na Medicina Tradicional Chinesa os Zang Fu são as unidades morfológicas


fundamentais. O termo Zang Fu pode ser traduzido como órgãos e vísceras, mas na
verdade expande o significado que atribuímos aos órgãos e vísceras na Medicina
Ocidental. Constituem-se em entidades “morfo-psíquicofisiológicas” no organismo
humano. Zang são os órgãos maciços, de natureza Yin, responsáveis pela produção e
armazenamento das substâncias vitais. O Fígado (Gan), Coração (Xin), Baço (Pi),
Pulmão (Fei), Rim (Shen) e Pericárdio (Xin Biao) são os Zang. Fu são as vísceras ocas,
de natureza Yang, responsáveis por digerir os alimentos, absorver substâncias e
nutrientes, distribuir e excretar excessos. Vesícula biliar (Dan), Intestino delgado
(Xiaochang), Estômago (Wei), Intestino grosso (Dachang) e Bexiga (Pangguan) são Fu.
O Triplo Aquecedor (San Jiao) não é uma víscera, mas uma função considerada Fu.
Os Zang Fu interagem em pares que se associam aos canais de Qi acoplados e
aos cinco elementos. O cérebro e o útero são órgãos extraordinários, pois apresentam
características tanto de Zang quanto de Fu. O canal de Qi associado ao sistema nervoso e
consequentemente ao cérebro é o Du Mai ou vaso governador, e ao útero o Ren Mai ou
vaso concepção. Esses canais são considerados vasos maravilhosos devido à importância
de suas funções. (17)

24
Figura 10. Cinco elementos e os Zang Fu.

Elemento Madeira

A Madeira é o símbolo do crescimento, da semente que germina e tornar-se-á


árvore. Evoca direção, objetivo e desenvolvimento. Representa união do interior (terra)
com o exterior (céu) e se expressa nas relações do homem com o mundo. Na MTC, o
elemento madeira está representado pelo Fígado (Gan) e pela Vesícula Biliar (Gan). (8)
O Fígado (Gan) dentro da MTC as funções do Fígado são: harmoniza o fluxo
livre de Qi, armazena o sangue (Xue), harmoniza os tendões e músculos, abre-se nos
olhos e manifesta-se nas unhas.
A Vesícula Biliar (Dan) é considerada como uma víscera curiosa porque parece
ser uma víscera (yang) na forma, uma vez que é oca, porém apresenta funções yin como
se fosse um Zang (órgão), pois armazena um fluido puro, a bile, mas é diferente dos
outros sistemas Fu, os quais todos estão envolvidos no processo de receber e transformar
alimentos e bebidas e eliminar os resíduos.
O Fígado (Gan) e Vesícula Biliar (Dan) estão, também, intimamente ligados nos
aspectos emocionais e intelectuais, ambos caracterizam-se pela manifestação de irritação.
O Fígado (Gan) é o responsável pelo raciocínio e a Vesícula Biliar (Dan) pelas decisões e
fazer julgamentos. (30)
Hum pode ser traduzido por alma etérea ou, segundo os caracteres chineses,
nuvem, instabilidade, sopro, algo flutuante e, portanto, alma/espírito ou movimento sutil.
O Hun aloja-se no Fígado (Gan) e tem como características o movimento, a ação,
o fluxo livre de Qi, é responsável pelo relacionamento do indivíduo com o mundo e por
sua capacidade de projetar seus pensamentos para fora.

25
É capaz de prever. Está ligado aos sonhos, pois percebe o movimento do aspecto
sutil (fluxo livre de Qi), antes que apareça no ambiente. Confere ao Hun a capacidade de
planejar, traçar objetivos e metas na vida. Governa as pulsões da vida e de movimento,
permite a comunicação, e expressão de vontade e ideias. Tem a capacidade de ir e vir, o
que possibilita projetar e também receber as projeções dos outros.
Do ponto de vista somático, o Hun dá conotação emocional ás experiências
físicas. No caso, o sistema nervoso autônomo é ativado pelo Po, mas é o Hun que
distinguirá o desprazer do prazer e fará um movimento em direção ao último. (8)

Elemento Fogo

O Fogo é o elemento que simboliza o calor, movimento, paixão, circulação,


alegria. Está representado pelo órgão Coração (Xin) e pela víscera Intestino delgado
(Xiaochang), pelo Pericárdio (Xin Biao) e pelo Triplo aquecedor (San Jiao). (8)
Coração (Xin), na MTC as funções do Coração são: regular o sangue (Xue) e os
vasos sanguíneos, armazenar a consciência (Shen), abre-se na língua e manifesta-se na
face.
O Intestino Delgado (Xiao Chang) tem como funções, receber os alimentos e as
bebidas em transformação do estômago e tem a função primordial de separar o puro do
impuro.
Pericárdio (Xin Biao) é considerado o envoltório do coração. Sendo o protetor
externo do coração (Xin), protegendo este órgão contra a invasão de fatores patogênicos
externos. Sua função principal é guiar as pessoas nos seus prazeres e alegrias.
O San Jiao ou Triplo Aquecedor é conhecido no ocidente como o triplo
aquecedor, constituindo o sexto Fu do sistema das vísceras.
É visto como:
Aquecedor superior – Pulmão (Fei) e Coração (Xin) / Pericárdio (Xin Biao).
Aquecedor médio – Baço/ Pâncreas (Pi) e Estômago (Wei).
Aquecedor inferior – Fígado (Gan) e Rins (Shen).
Existem alguns aspectos principais a serem considerados:
Transformação e circulação dos líquidos
Transformação e circulação de Qi (30)

26
Shen é princípio criador e organizador. Cria e organiza o homem, comandando os
aspectos múltiplos do corpo e a relação desse corpo, e de todo o homem com o mundo.
Shen dá origem ao funcionamento do corpo e da mente. Shen é o suporte da vida.
A formação do Shen, segundo a MTC, ocorre no momento de união do óvulo
com o espermatozoide, do encontro da Qi da mãe e do pai, a partir do qual se forma um
novo ser e uma nova consciência. Mais precisamente, o Shen forma-se a partir do
encontro do Jing (Qi essencial) dos pais, que dá origem ao novo ser. Em cada órgão
formado, aloja-se o Shen. O Shen está, portanto, relacionado ao Jing que é a raiz da
mente. Isso significa que a “mente” ou o “espírito” estão intrinsecamente enraizados no
corpo. O encontro do Jing dos pais pode ser simbolizado pelo encontro do céu e da terra,
do Yang e do Yin, trazendo novamente a totalidade.

O Shen e o neocórtex

As funções mentais atribuídas ao Shen podem ser relacionadas ás funções do


neocórtex, mas isso não significa que o Shen é apenas a mente ou o neocórtex. O Shen é
o espírito que ilumina e guia a vida.
O neocortéx foi um salto evolutivo que ocorreu na espécie humana e trouxe a
possibilidade de consciência, a noção do tempo e do espaço, à cognição, à
tridimensionalidade. Possibilita processos cognitivos superiores do tipo lógico, o
entendimento de causa e efeito e a metacomunicação.
O Shen aloja-se no coração, que é órgão que funciona com receptáculo das
funções ativas da consciência, ele abriga ou expressa sentimentos, emoções, desejos mais
profundos, imaginação, intelecto e memória de eventos passados. (8)

Elemento Terra

O elemento terra permeia todos os outros elementos na MTC: é na terra que está
a semente da árvore (Madeira), que germina irrigada pela Água; o Fogo queima a
madeira que vira cinzas e volta á terra; o Metal acumula-se no interior da Terra. Na
representação dos cinco elementos a Terra está após o Fogo e antes do Metal (no ciclo de
geração), contudo, na prática, a Terra está no centro de todos os outros elementos por
permear a existência de todos eles. Está representada pelos órgãos Baço (Pi) e pela
víscera Estômago (Wei). (8)

27
O Baço (Pi) faz toda regulação, transformação e transporte, rege a parte carnosa
dos músculos e os membros, governa o sangue (Xue), mantém os órgãos fixos, abre-se na
boca e manifesta-se nos lábios.
O Estômago (Wei) é o mar dos grãos e da água, dos alimentos e dos líquidos, tem
a função de receber e preparar o alimento e a bebida. A transformação dos alimentos
inicia-se no estômago em que a parte mais pura vai através da função do Baço (Pi) para o
Pulmão (Fei), onde torna-se Qi, sangue e líquido orgânico. A parte mais densa, mais
turva é encaminhada para o Intestino Delgado (Xiaochang) para fazer a digestão e
separar o puro do impuro dos alimentos contidos nesta víscera. As funções do Baço (Pi) e
do Estômago (Wei) são complementares, enquanto o primeiro governa o movimento de
subida das frações menos puras. Se a força de descida do Estômago (Wei) está
prejudicada e o Qi do Estômago (Wei) torna-se a contracorrente provocando arrotos,
náuseas, vômitos, dor epigástrica, desconforto e digestão gástrica. (30)
Yi significa direção de pensamento e intenção. O Yi contém memórias corporais,
ou seja, experiências que foram armazenadas no corpo, ele guarda as imagens, as ideias e
as intenções. É responsável por opiniões, pensamentos, pela abstração, pela lógica, pela
capacidade de decorar (memória) e pelo conhecimento que pode ser traduzido em
palavras. Se o Yi se aloja no Baço (Pi) e pertence ao elemento Terra, então, tem, assim
como a Terra, a função de recepção, de acolhimento e de nutrição. Ele fornece o alimento
para o Shen, ou seja, dá todas as informações armazenadas em sua memória para que o
Shen possa agir no momento atual, em concordância com as experiências passadas.
Baço (Pi) é considerado sábio e ajuda a ordenar e descriminar intenções e ideias. (8)

Elemento Metal

O Metal é um elemento que representa a recepção, a condensação e a


transformação do Qi. Ele é sólido e acumula dentro de si um grande potencial que pode
ser transformado por meio de um processo químico. Ele se expressa, na MTC, pelo
Pulmão (Fei) e o Intestino Grosso (Dachang). (8)
O Pulmão (Fei) harmoniza o Qi e controla a respiração, funções de difusão e de
descida, circula e harmoniza as vias de água, harmoniza o exterior do corpo, abre-se no
nariz e manifesta-se nos pêlos.

28
O Intestino grosso (Dachang) recebe a fração impura dos produtos de
transformação dos alimentos e do intestino delgado que os movimenta para baixo,
absorvendo a água e eliminando o restante como fezes. (30)
Po é a camada mais primitiva da consciência e é chamado de alma corporal. Está
relacionado aos reflexos, aos sentidos e aos instintos. Controla também os esfíncteres e o
reflexo do orgasmo. É responsável pelas reações de luta e fuga, por ataques de pânico,
por atos impulsivos. Durante a reação de luta ou fuga, observa-se que o medo pode levar
a uma resposta ora inconsciente ora de obstinação e retenção urinária. Po controla essa
resposta esfincteriana. Aloja-se no Pulmão (Fei), no tórax. O Pulmão (Fei) é um centro
de distribuição e difusão de Qi, como um mercado, em que se pode abastecer-se de
mantimentos.
Chamado de alma corpórea. Po é um espírito estruturante, que ajuda na
condensação do Qi para a formação da estrutura de cada ser, proporcionando sua
individualidade. O Po dá ao corpo a capacidade de coordenação motora, de equilíbrio e
agilidade física, o arco reflexo. Os sentidos são regidos pelo Po, embora cada elemento
possa estar relacionado a um elemento diferente. A sensação de coceira, formigamento e
também de dor, as primeiras sensações ao fazer acupuntura, a resistência elétrica da pele
e a pele em si são atributos de Po.
O Po é uma manifestação do sopro da vida, pois reside nos Pulmões (Fei) e está
intrinsecamente ligado á respiração. Emoções como a tristeza e o pesar podem afetar Po
diretamente. (8)

Elemento Água

O símbolo da Água representa, na MTC, o órgão Rim (Shen) e a víscera Bexiga


(Pangguan). Associam-se, ainda, ao elemento Água os ouvidos, o cérebro, os ossos, os
dentes, a região lombar, o aparelho reprodutor e o Jing (a essência). (8)
Rins (Shen) armazenam a essência ou o Qi ancestral (controlam o nascimento,
crescimento, desenvolvimento e reprodução e ainda controlam os ossos), base do Yin e
Yang, controla a Água, controlam a recepção do Qi, abrem-se nas orelhas e manifestam-
se nos cabelos.
A Bexiga (Pangguan) tem a função de receber, de armazenar e de transformar
previamente os líquidos do corpo para serem excretados como urina. O líquido recebido

29
por esta víscera é a fração impura recebida pelos Rins (Shen) encaminhada pelo Pulmão
(Fei) e pelos Intestinos grosso (Dachang) e delgado (Xiaochang). (30)
Zhi é à força de vontade, que pode ser vista como sinal de vitalidade. É a
potência, a aspiração do coração (Xin), a ambição, o interesse, o poder criador e de
adaptação presente em cada um de nós. O Zhi aloja-se nos Rins (Shen), que são a base
da ancestralidade, das tendências, dos condicionamentos e também do desejo. O Zhi é
força de viver. Gera o movimento do Tao e, portanto, é a base para o funcionamento do
Shen. Por se alojar nos Rins (Shen), ele permite a realização das aspirações pessoais
utilizando-se do Qi da bateria do corpo. O Zhi possibilita a concretização de um projeto
levando em conta a hereditariedade e o potencial de cada um.
As alterações do Zhi podem gerar medo, sentimento de inferioridade, timidez,
desconfiança e, no polo oposto, sentimento de superioridade, autoritarismo e falta de
limites.
A força de vontade (Zhi) inclui objetivo, intensidade e direcionamento da atenção
e da vontade a ser investido em algum projeto. Porém, a força de vontade (Zhi) não
significa apenas o desejo ativo de realizar algo; pode ser também a vontade passiva de
estar vivo, a força que traz alegria de estar simplesmente vivo. Zhi é o poder de
adaptação e transformação adequado á realidade (quantidade e qualidade de Qi dos Rins
(Shen)) de cada pessoa. (8)

Figura 11. Os cinco elementos com suas “almas”.

30
2.5. Os seis sistemas yang extraordinários

São chamados de sistema extraordinários porque funcionam como um sistema


yin (ou seja, armazenam a Essência (Jing) yin, e não excretam), mas apresentam a forma
de um sistema yang (ou seja, oco). Eles são: útero, cérebro, ossos, medula, vesícula biliar
e vasos sanguíneos.
Todos os seis sistemas extraordinários armazenam algum tipo de essência (Jing)
Yin, além da essência (Jing) do Rim (Shen), e funcionalmente são todos direta ou
indiretamente relacionados com o Rim (Shen).

Útero
É o mais importante dos seis sistemas yang extraordinário. Apresentam as
funções de regularizar a menstruação, concepção e gravidez. Está intimamente vinculado
ao Rim (Shen), e aos vasos extraordinários Ren mai e Du mai, estes se originam do Rim
(Shen) e apresentam as funções de regularizar a menstruação, concepção e gravidez,
sendo que ambos fluem através do útero.

Cérebro
Também é denominado de “Mar da Medula”. Na medicina chinesa, o cérebro
controla a memória, concentração, visão, audição, tato e olfato.
A essência do Rim (Shen) produz a medula que abastece o cérebro e a coluna espinhal. E
uma vez que a medula se origina no Rim (Shen), o cérebro está funcionalmente
vinculado ao sistema Yin. Capta essências as quais serão impregnadas pela estrutura
mental para desenvolver funções cerebrais como o pensamento e a percepção. Também
funciona como um reservatório das essências puras, permitindo os processos energéticos
e fisiológicos dos órgãos sensoriais. (19)
O cérebro também depende do Coração (Xin), particularmente do sangue do
Coração (Xin), para sua nutrição, de maneira que as atividades fisiológicas do cérebro
dependem do estado do Rim (Shen) e do Coração (Xin).

Medula
Matriz comum da medula óssea e cérebro, é produzida pela essência (Jing) do
Rim, abastece o cérebro e a coluna espinhal e forma a medula óssea.
Sua função consiste em nutrir o cérebro e a medula espinhal para formar a medula óssea.

31
Está intimamente relacionada ao Rim (Shen) uma vez que a essência (Jing) do Rim
(Shen) é a origem da medula.

Ossos
Os ossos como todos os outros sistemas yang extraordinários estão relacionados
com o Rim (Shen). Eles são considerados um dos sistemas Yang extraordinários porque
estocam a medula óssea.

Vasos sanguíneos
Estes contêm Sangue (Xue). Estão relacionados ao Rim (Shen) pelo fato de que a
essência do Rim (Shen) produz a medula, a qual contribui para a produção do Sangue
(Xue) e do Qi original do Rim (Shen), o Jing e também contribui para a transformação do
Qi dos alimentos em Sangue.

Vesícula Biliar
Ao contrário dos outros sistemas Yang, estoca a bile a qual é uma substância
pura. Sua função é a mesma da Vesícula biliar (Dan) como um sistema Yang regular.
(24)

2.6. Acupuntura

A Acupuntura promove diversas funções na Medicina Tradicional Chinesa. Ela


controla o livre fluxo de Qi através dos Canais por onde o Qi flui e dos órgãos, remove
bloqueios, fortalece o Qi protetor do corpo e diminui a patogenicidade dos excessos. Para
poder utilizar a Acupuntura de modo efetivo contra a variedade de doenças que esta é
capaz de tratar, deve-se compreender o significado de Qi, dos canais de Qi dos órgãos.
(38)
A Acupuntura visa reestabelecer, em principio, a circulação da Qi ao nível dos
canais de Qi e dos Órgãos e das Vísceras e, com isso, levar o corpo a uma harmonia de
Qi e de matéria.
O reconhecimento dos principais pontos de Acupuntura não foi um mero achado
experimental, mas deriva-se de todo o conceito do Yang e do Yin e dos Cinco Elementos,
o alicerce da Filosofia Chinesa. Assim, a origem dos pontos Shu Antigos, situados nos
canais principais de Qi, nada mais representa que a relação Yang/ Yin, Alto/ Baixo,

32
Superficial/ Profundo, Direito/ Esquerdo, enquanto que o dinamismo desses pontos de
Acupuntura está recalcado nos cinco movimentos.
A Qi precede a forma física, por conseguinte, as estruturas físicas teciduais,
responsáveis pelo controle do dinamismo e da nutrição, mantém uma nítida relação com
os canais de Qi, que se sobrepõem á rede nervosa central e periférica e á distribuição dos
vasos sanguíneos. Por isso, as variações intrínsecas ou extrínsecas de Qi dos canais
repercutiam sobre estes tecidos de modo local ou sistêmico.
A Acupuntura, não somente aborda os aspectos funcionais dos pontos de
Acupuntura, mas principalmente o estudo das diferentes funções dos canais de Qi, que
são, sem dúvida, o mais importante sistema de consolidação e de comunicação dos Zang
Fu com o meio exterior, formando na sua trajetória, a forma física do homem.
Reconhecem as alterações produzidas na forma física pelos canais pelos canais de Qi é
saber reconhecer o estado dos órgãos e das vísceras.

Mecanismos de Ação da Acupuntura

Os mecanismos de ação da acupuntura estão intimamente relacionados com a


origem de nosso corpo mais sutil e de nossa forma física.
A fim de se compreender o mecanismo de ação da Acupuntura deve-se reportar a
duas força básicas, o yang e o yin, e á evolução destes na sua transmutação, que passa
sucessivamente por fases intermediárias representadas pelo yin do yang e yang do yin.
Quando estas formas de Qi são aplicadas na fisiologia do mecanismo de ação da
acupuntura, tem-se:
 Yang do yang: representa os estímulos que promovem a ação da acupuntura,
estão relacionados com os canais de Qi.
 Yin do yang: representa o substrato anatomofisiológico da condução dos
estímulos da acupuntura; está relacionado com a bainha de mielina, por isso, o
estímulo da acupuntura se manifesta ao nível dos nervos periféricos mielinizados,
principalmente do sistema nervoso periférico. Constitui a via neural do
mecanismo de ação da acupuntura.
 Yang do yin: representa os estímulos de acupuntura que chegam aos zang fu e
promovem a formação ou ativação do Qi, que é circulado pelo corpo através de
duas vias: a dos canais de Qi e a do sangue (Xue). Constitui a via humoral do
mecanismo da acupuntura.

33
 Yin do yin: representa os estímulos de ação da acupuntura chegando aos órgãos e
às vísceras, promove à atividade funcional destas, cujo resultado é a produção de
substâncias de ação local ou sistêmica.

Efeitos da ação da acupuntura

As respostas dos estímulos produzidos pelas agulhas de acupuntura são globais,


utilizando-se as vias energética, neural e humoral (sanguínea).
Os efeitos são imediatos, daí o porquê da sensação (Te Qi) ao inserir a agulha no
ponto de acupuntura, assim como a irradiação da sensação ao longo do trajeto do canal
de Qi, acompanhada ou não de manifestações somáticas, tais como sensação de peso,
adormecimento, formigamento, leveza ou calor.
As repostas neurais estão nitidamente relacionadas com os nervos periféricos
mielinizados, desde os troncos até as suas menores ramificações. A bainha de mielina,
veículo material dos estímulos da acupuntura, uma vez estimulada, interfere na fisiologia
da condução dos estímulos nervosos, principalmente do sistema nervoso autônomo,
excitando-o de tal modo que é possível a formação de arco reflexo e ao mesmo tempo
estimula as fibras nervosas do sistema nervoso central, atuando na liberação maior de
hormônios protetores contra a dor (endorfinas, encefalinas,...). O arco reflexo que se
forma ao nível da medula é a via utilizada na resposta somática aos estímulos do Qi com
a agulha inserida.
O estímulo do Qi que segue pela via dos canais, estes excitando o sistema
nervoso autônomo tanto periférico quanto central, leva a uma modificação de
comportamento celular produzindo-se substâncias, do tipo hormônios, enzimas,
catalisadores, que tem ação local ou sistêmica; neste caso, transportadas pela via
sanguínea, estas substâncias modificam o comportamento do Qi e do sangue (Xue).
O mecanismo humoral de ação da acupuntura é a mais abrangente, envolvendo
os princípios da vida. É através desta via que o feto recebe a Qi celeste e a terrestre,
elaborada pela mãe e manifestada sob a forma de Qi materno, responsável pela forma
física e psíquica da criança. (42)

34
Meridianos ou Canais do Qi

Os meridianos são divididos em 4 categorias:


Os meridianos principal, regular e ordinário (Jing Zheng)
Os meridianos tendinomusculares (Jing Jin)
Os meridianos divergentes ou distintos (Jing Bie)
Os meridianos irregulares ou extraordinários (Qi Jing Ba Mai)
Neste trabalho presente somente será descrito os meridianos principais que pelo seu
trajeto interno ou externo, passam, começam ou terminam na cabeça e no cérebro.

Os meridianos principais

Os meridianos são em número de 12 e bilaterais. Apresentam ambos os cursos em


superficial e em profundo.
Sua principal função é distribuir o Qi visceral para todos os tecidos do corpo.
Eles abrangem o sistema baseado em Yin e Yang e asseguram a comunicação entre os
órgãos Zang e os órgãos Fu:
De acordo com a natureza da Qi, os 12 meridianos são divididos em 6 yin e 6 yang.
Os 6 meridianos Yin pertencem aos Zang (Baço (Pi), Pulmão (Fei), Rim (Shen), Fígado
(Gan), Coração (Xin), Pericárdio (Xin Biao)) e os 6 meridianos Yang pertencem aos
órgãos Fu (Estômago (Wei), Intestino Grosso ( Dachang), Bexiga (Pangguan), Vesícula
Biliar (Dan), Intestino Delgado (Xiaochang), Triplo Aquecedor (San Jiao)).
A intensidade do Qi que flui no meridiano Yin ou Yang é Shao, Tai, Ming ou Jue.
Os meridianos Yin e Yang que terminam ou começam na mão, levam o nome dos
principais da mão. Os meridianos Yin e Yang que terminam ou começam no pé, levam o
nome de meridianos principais do pé.
A natureza do Yang é ascendente, e a do Yin é descendente. No entanto, o Yang participa
do Yin e o Yin participa do Yang. A Qi dos 3 meridianos Yang da mão (Intestino grosso
(Dachang), Intestino delgado (Xiaochang) e Triplo Aquecedor (San Jiao)) e os 3
meridianos Yin do pé (Fígado (Fei), Rim (Shen) e Baço ( Pi)) ascendem. Já a Qi dos 3
meridianos Yin da mão ( Coração (Xin), Pulmão(Fei) e Pericárdio (Xin Biao)) e os 3
meridianos Yang do pé (Estômago (Wei), Vesícula biliar (Dan) e Bexiga (Pangguan)),
descendem. (24)

35
Formando assim um circuito fechado:

Figura: 12. A troca de Qi no corpo de acordo com a polaridade (Yin ou Yang) dos meridianos.

Os meridianos que passam em seu trajeto, comoçam ou terminam na cabeça são


todos meridianos Yang, sendo eles, Bexiga (Pangguan), Vesícula Biliar (Dan),
Estômago (Wei), Intestino delgado (Xiaochang), Triplo aquecedor (San Jiao) e Intestino
grosso (Dachang).

O meridiano da Bexiga (Pangguan), Zu Tai Yang começa no interno dos olhos,


sobe para a cabeça lateral a linha média, dividi-se em dois ramos aonde um vai em
direção à parte superior do ouvido, cruzando com o meridiano da Vesícula Biliar (Dan).
O segundo ramo penetra profundamente no cérebro, saindo pelo VG 20 percorrendo
posteriormente o pescoço, o occipital, a coluna vertebral, a coxa, as pernas e termina no
canto lateral do quinto dedo do pé.

O meridiano da Vesícula Biliar (Dan), Zu Shao Yang tem início no canto lateral
dos olhos, ascende a borda lateral superior do arco zigomático, desce para a têmpora,
passando pela orelha, se insere na linha dos cabelos, circula em torno do ouvido para o
processo mastoide, retorna para cima da testa na região supraorbital, curva-se para baixo
até retroauricular, indo para a base do occipital, continuando lateralmente ao corpo
passando pelo tórax, nádegas, coxas perna e termina no ângulo lateral da unha do quarto
dedo do pé.

O meridiano do Estômago (Wei), Zu Yang Ming nasce na borda inferior dos


olhos, desce nas bochechas, faz uma curva em torno dos lábios, segue a parte horizontal
da mandíbula e um ramo ascende anteriormente até o ouvido, alcança o arco zigomático
e corre até a área temporal, passando pelo canto da testa logo acima da linha dos cabelos.
Desce novamente pela face, pescoço, tórax, abdome, anterior da coxa, anterior da perna e
termina no ângulo lateral do segundo dedo do pé.

36
Shou Tai Yang, meridiano do Intestino delgado (Xiaochang), tem início na borda
medial do quinto dedo da mão. Ascende pela ulna passando pelo processo estiloide,
cotovelo e úmero, segue posteriormente para a escápula na fossa infraescapular, ascende
na fossa supraescapular, desce até a clavícula onde ascende novamente na lateral do
pescoço anteriormente ao músculo esternocleidomastoide, une-se á bochecha na borda
inferior do arco zigomático diretamente abaixo do canto externo do olho. A partir deste
ponto (ID18) um ramo vai para o canto interno do olho (B1), outro ramo vai para o canto
externo do olho (VB1) e outro ramo segue para a região anterior do ouvido penetrando
no ouvido, onde termina.

O Shou Shao Yang, Triplo aquecedor (San Jiao) começa na extremidade ulnar do
quarto dedo da mão, segue posteriormente na mão entre os ossos dos quarto e quinto
dedos, corre posteriormente entre o rádio e a ulna, alcança o olecrano, ascendendo
posteriormente no braço, ombro, seguindo medialmente ao acrômio, seguido o trapézio
superior. Passa na fossa supraescapular, descendo até a clavícula, quando sobe pelo
pescoço na borda do esternocleidomastoide. Circula o ouvido alcançando o ápice da
orelha, chega até a área temporal, descendo a bochecha vai novamente para cima até a
órbita inferior do olho abaixo da borda inferior do zigomático. A partir daí um ramo
penetra no ouvido passando anteriormente ao trago e termina na extremidade lateral da
sobrancelha.

O Intestino grosso (Dachang), Shou Yang Ming começa no aspecto medial do


segundo dedo da mão, entra na tabaqueira anatômica, faz seu trajeto ao longo da borda
póstero-lateral do rádio entre os músculos extensor longo do rádio e o extensor curto do
rádio, sobe para o cotovelo, para o braço, até o ápice do músculo deltoide, alcança o
acrômio, passa no ombro, vai para a fossa supraespinhosa da escápula, então retorna
anteriormente para a clavícula passando pela mandíbula, pela bochecha, emerge a
comissura labial, cruza o lábio superior seguindo contralateral onde termina no sulco
nasolabial oposto. (36)

37
2.7. CRANIOPUNTURA, SUA TÉCNICA E SUAS APLICAÇÕES CLÍNICAS

A acupuntura na cabeça é reconhecida desde os tempos primitivos. No capítulo


70 do Su Wen está escrito: “A cabeça é a sede da essência Zhang Jieberi”. (42)

A craniopuntura foi descoberta por um neurocirurgião chinês, Chiao Shum Fa,


médico do Hospital do povo da comarca de Chi Shan, norte da china. Desiludido com
resultados da Medicina Ocidental no tratamento das sequelas neurológicas passou a
estudar a acupuntura e teve a brilhante hipótese de que o estímulo de pontos do couro
cabeludo, que têm maior proximidade com o córtex cerebral do que os pontos sistêmicos
teriam efeito mais rápido sobre as doenças cerebrais. Com o apoio dos colegas, passou a
realizar pesquisas, até mesmo estimular os pontos da própria cabeça, diante de um
espelho.

Em março de 1971, conseguiu curar a hemiplegia de um paciente causada pós


endoarterite de vaso cerebral. Ficou muito entusiasmado e continuou intensivamente seu
trabalho.

Em 1975, após tratar 600 casos, publicou suas descobertas no livro “Scalp-
Needling Therapy”. (16)

De acordo com a doutrina dos meridianos: “Todos os meridianos Yang passam


pela cabeça” e os vasos maravilhosos Du Mai e Ren Mai também. Assim, pela cabeça,
todo o corpo pode ser controlado. (16)

A nova técnica usava o uso de áreas do crânio para o tratamento da acupuntura.


Os pacientes escolhidos eram principalmente aqueles com sequelas de AVC (acidente
vascular cerebral), com paralisia, com dor ou distrofia muscular. (14)

A técnica da Craniopuntura seguia um protocolo diferente da acupuntura clássica


que usava os pontos tradicionais, ao longo dos canais de Qi. Os pacientes recebiam os
tratamentos sentados, com as agulhas direcionadas horizontalmente, próximas ao córtex
cerebral. A manipulação era manual, quase contínua, por 5 a 10 minutos para cada
tratamento. Na época, foi tentada a estimulação elétrica, mas não se chegou a qualquer
melhora nos resultados. (14)

38
Cerca de 10 anos após o início da técnica da Craniopuntura chinesa, o médico
japonês Dr. Yamamoto, que já estudava na China nos anos 70, acrescentou novos pontos
de tratamento no crânio. Criou o protocolo denominado Craniopuntura de Yamamoto,
também conhecido por NCY ou Nova Craniopuntura de Yamamoto. Também o médico
chinês, Dr. Zhu, na mesma época, descobriu, nas suas atividades clínicas, outras áreas do
crânio para tratamentos de Craniopuntura.

Recentemente houve o desenvolvimento de acupuntura escalpeana ou


craniopuntura com o reconhecimento moderno sobre as áreas representativas do córtex
cerebral. Foram feitas muitas pesquisas pioneiras durante a revolução cultural no hospital
Jishan da província de Xhanxi, onde foram obtidos resultados excelentes no tratamento
de certas doenças do sistema nervoso central.

Atualmente essa técnica está evoluindo principalmente com a ajuda de


equipamentos de imagem como a Ressonância Magnética Funcional que relacionam com
precisão as áreas do cérebro relacionadas aos locais doentes do corpo. Os resultados
clínicos atuais são surpreendentes. (14)
A craniopuntura pode bloquear qualquer tipo de dor e também outras doenças
sistêmicas, mas, sem dúvida, os pacientes que sofrem por sequelas de AVC serão os mais
beneficiados pela craniopuntura moderna.
A resposta mais comum da acupuntura craniana é a sensação de calor que é
geralmente sentida no membro oposto ao local de inserção da agulha e menos
frequentemente, esta sensação pode ser percebida, em todo o corpo ou localizada em uma
articulação ou em um músculo. Porém outras manifestações que incluem entorpecimento
e sensação de aperto, sensação de frio e de dor; contudo, essas sensações geralmente
desaparecem durante a retenção da agulha.

A craniopuntura chinesa diferente da acupuntura clássica, não utiliza pontos de


acupuntura ou meridianos; as agulhas são inseridas em couro cabeludo, procurando
correspondência com áreas funcionais corticais (1-41).

A Nova Craniopuntura de Yamamoto (YNSA) foi publicada, por ocasião do 25°


Encontro da Sociedade Japonesa de Ryodoraku, realizado em Osaka, Japão. A YNSA é
uma acupuntura somatotrópica. De acordo com essa técnica, acredita-se que o corpo tem
representação em pequenas áreas predeterminadas no crânio, que são puncionadas para
se conseguirem resultados nas áreas representadas (1).

39
2.8. 1. CRANIOPUNTURA CHINESA

Criada por um médico chinês, a partir da hipótese de que o estímulo de pontos do


couro cabeludo, que têm maior proximidade com o córtex cerebral do que os pontos
sistêmicos teriam efeito mais rápido sobre as doenças cerebrais. Com o apoio dos
colegas, passou a realizar pesquisas, até mesmo estimular os pontos da própria cabeça,
diante de um espelho. (16)

Possui como referencia a linha longitudinal do limite posterior dos cabelos até a
borda anterior: 12 cun. A linha longitudinal da fronte: 3 cun. E o ponto VG20. (16)

Linha da região motora

Localização: 0,5 cm atrás do ponto médio VG20.

Sendo divida em três partes:

1/5 superior: Indicações: paralisia do membro inferior contralateral.

2/5 médio: Indicações: paralisia do membro superior contralateral.

2/5 inferior: Indicações: paralisia facial contralateral, afasia motora ( incapacidade de


expressão da linguagem) e disartria ( dificuldade da fala).

Figura 13. Linha da região motora.

Linha sensorial

Localização: 1 cm anterior ao ponto médio VG20.

40
Sendo dividio em:

1/5 superior: Indicações: alterações do membro inferior contralateral e dores lombares


acompanhdas de dormência ou formigamento.

2/5 médio: Indicações: paralisia do membro superior contralateral, acompanhdas de


dormência ou formigamento.

2/5 inferior: Indicações: paralisia facial contralateral, acompanhdas de dormência ou


formigamento.

Figura 14. Linha sensorial.

Área sensitiva-motora do pé

Localização: segmento de reta paralela a linha mediana, lateral a 1 cm desta linha

iniciando á partir do ponto médio da linha sagital entre a proeminência occipital e a

base do nariz. N altura do VG20.

Indicações: dor, parestesia e paresia de membro inferior contralteral e lombalgia aguda.

Figura 15. Área sensitiva-motora do pé.

Linha vestíbulo-coclear

Localização: segmento de reta horizontal de 4cm, á 1,5 cm acima do ápice da orelha.

41
Indicações: labirinto, equilíbrio, vertigem, problemas auditivos.

Figura 16. Linha vestíbulo-coclear.

Segunda linha da linguagem

Localização: segmento de reta de 3 cm no plano sagital, acompanhando o contorno do


crânio, iniciando a 2 cm atrás da orelha e abaixo da proeminência parietal.

Indicações: afasia motora.

Figura 17. Segunda linha da linguagem.

Segunda linha da linguagem

Localização: segmento de reta horizontal. Inicia no ponto médio da linha Vestibulo

coclear e termina 4cm aacima da orelha.

Indicações: zumbido no ouvido, problemas de audição e afasia sensorial.

42
Figura 18. Segunda linha da linguagem.

Linha psicomotora

Localização: 3 segmentos de reta, 3 cm cada, iniciando na proeminência parietal, 1


segmento vertical, 1 formando um ângulo de 40° para frente e o outro para trás.

Indicações: apraxia (incapacidade em realizar movimentos voluntários e coordenados,


dificuldade na coordenação temporal e espacial dos movimentos).

Figura 19. Linha psicomotora.

Linha visual

Localização: segmento de reta, iniciando a 1 cm lateral á protuberância occipital, 4 cm


vertical acima.

Indicações: perturbações visuais de origem cortical e dores oculares.

43
Figura 20. Linha visual.

Área de equilíbrio

Localização: segmento de reta, iniciando a 3,5 cm lateral á proeminência occipital, 4 cm


verticalmente abaixo.

Indicações: alterações de equilíbrio de origem cerebelar.

Figura 21. Área do equilíbrio.

Princípios de seleção local

Para o tratamento das afecções unilaterais, seleciona-se a área da cabeça


contralateral: se for bilateral, trata-se ambos os lados da cabeça. Enquanto distúrbios dos
órgãos internos, doenças sistêmicas, doenças difíceis de distinguir os lados, são tratadas
pela estimulação bilateral da cabeça.

Geralmente, seleciona-se a área principal que corresponde à área representativa


no córtex cerebral de um determinado distúrbio e acrescenta-se uma área complementar.
(16)

44
2.7.2. NOVA CRANIOPUNTURA SEGUNDO YAMAMOTO

A Nova Acupuntura Craniana segundo Yamamoto (YNSA) é bem semelhante à


Acunputura Auricular ou à Reflexologia Palmo- Plantar, ou à Quiropuntura Coreana, ou
ainda à Acupuntura Naso- Facial, sendo que todas atuam baseadas em Somatotopias ou
Microssistemas, que são representações do organismo como um todo, mas em formato
pequeno, em áreas circunscritas do corpo. Quando há doença esta se mostra através de
pontos reativos situados em áreas de correspondência à parte enferma e através do
manejo destes mesmos pontos reflexos pode-se agir positivamente sobre a doença e curá-
la. (41)
Diferente da Auriculoterapia Francesa ou da Reflexologia Plantar Clássica,
Yamamoto tratou de dar a sua técnica uma conotação toda particular, deixando-a em
parte como reflexoterapia pura e simples, acrescentando uma abordagem energética,
utilizando as concepções da MTC. Nisto se aproxima da Quiropuntura de Yoo Woo
(Manopuntura Coreana ou sooji Chim, bem como do Sujok).
Yamamoto também lhe agregou esquemas especiais de diagnóstico rápido e eficaz dos
desequilíbrios, o diagnóstico Abdominal e o diagnóstico através do pescoço.
YNSA é dividida em 3 grupos:
 Pontos básicos;
 Pontos Sensoriais;
 Pontos Cerebrais.

As Somatotopias de Yamamoto

Pontos básicos Yin


Correspondem mais à áreas ou linhas que a verdadeiros pontos. Por questões de
simplificação quaisquer das três denominações são empregadas para caracterizar. De
ação tipicamente reflexológica, localizam-se na parte anterior do crânio, mais exatamente
na linha capilar, tanto na fronte como nas têmporas. São um total de 9.
Suas indicações são para problemas músculo- esqueléticos, alterações e dor
envolvendo o aparelho cinético, alterações patológicas (ferimentos pós-operatório),
paralisias, hemiplegias, parestesias, sendo facilmente detectáveis à pressão (tornando-se
dolorosos). Os resultados de sua aplicação são, em geral, imediatos, sendo as agulhas
empregadas apenas de um lado, o mesmo do problema em questão.

45
Ponto A
Localização: na implantação frontal dos cabelos, a aproximadamente 1 cm
lateralmente à linha mediana, com cerca de 2 cm de extensão. Dividido em 8 sessões, que
correspondem a cabeça e coluna cervical (A1 à A8), os pontos reflexos referentes à
cabeça estão mais alto e os cervicais (apenas os superiores) mais em baixo.
Indicações: Nos tratamentos de cefaleias, enxaqueca, neuralgia do trigêmeo,
problemas de ATM, paralisia facial, dores de dente, tontura, labirintite, herpes facial,
síndrome cervical, pós- operatório de amigdalectomias, etc.
Agulhas postas subcutaneamente, direcionadas para trás, aprofundando 2 a 3 cm.

Ponto B
Localização: aproximadamente a um cm lateral do ponto A ou dois cm
lateralmente a linha mediana na linha de implantação dos cabelos. Corresponde à coluna
cervical e ao ombro.
Indicações: no tratamento de bursites e tendinites de ombro e da região do
trapézio.
Mesma tática e profundidade de inserção das agulhas que o ponto A.

Ponto C
Localização: aproximadamente 2,5 cm do ponto B, também com extensão de 2
cm, corresponde à escapula e ao membro superior. Subdividido em 9 sessões, na região
mais cranial relaciona-se ao ombro, ficando bem na linha de implantação dos cabelos o
cotovelo e no extremo inferior a mão, sendo que os polegares tem localização medial
(pois os 5 dedos podem ser isoladamente detectados e tratados).
Indicações: síndromes ombro- mão, síndrome do túnel do carpo (em fase inicial),
paralisias, etc.

Ponto D
Localização: encontra-se na região temporal, também na linha de implantação
dos cabelos, há aproximadamente 1 cm acima do arco zigomático e 2 cm à frente da
orelha, pode também ser localizado através de uma linha onde que corre do ângulo
externo dos olhos (canto do olho) ao ângulo superior da orelha. Corresponde à coluna
lombar, à bacia e às extremidades inferiores.

46
Indicações: lombalgias, lombociatalgias, coxartrose, luxação habitual da patela,
paralisias dos membros inferiores, enfermidades urogenitais, impotência sexual.
Possui uma extensão na frente da orelha verticalmente onde aparece subdividido
em 6 sessões, que distribuem-se da altura da implantação das orelhas até a altura da
incisura tragal, como um colar de contas, que são auxiliares no tratamento de problemas
lombares, sacrais e coccígeos.

Ponto E
Localização: acima da sobrancelha, aproximadamente a 1 cm lateral à linha
mediana, se estendendo por 2 cm inclinado 15º para cima. Corresponde à caixa torácica e
à coluna dorsal. Subdividido em 12 sessões, T1 à T12.
Indicações: neuralgias intercostais, herpes zoster, asma bronquial, alergias,
respiratórias, palpitações, bem como problemas de nariz e laringe. As agulhas são
aprofundadas de 1 à 23 cm a cerca de 30º.

Ponto F
Localização: situado na região retro auricular, no ponto mais alto do processo
mastoide, não possui subdivisões. Corresponde ao nervo ciático.
Indicações: ciatalgias

Ponto G
Localização: também na região retro auricular, possui 3 subdivisões situadas ao
longo do bordo inferior do processo mastoide. Corresponde aos joelhos, do mais anterior
para o mais posterior referem-se à parte medial, central e lateral do mesmo
respectivamente.
Indicações: Patologias do joelho

Ponto H
Localização: aproximadamente a 0,5cm posterior ao ponto básico B.
Indicações: ponto adicional para lombalgias

Ponto I
Localização: situado a aproximadamente 1 cm posteriormente ao ponto básico C.
Indicações: lombalgias, problemas relacionados às extremidades inferiores,

47
como parestesias, hemiplegias, lombociatalgias, etc.

Figura 22. Pontos básicos Yin.

Pontos básicos Yang


Corresponde aos mesmos Pontos Básicos Yin, localizados na parte posterior do
cérebro tomando como linha básica a sutura lânguida. Sua descrição é um pouco difícil
por tomarem como referência uma sutura não detectável visualmente. Segundo as
colações de Dr. Yamamoto sua utilização se dá apenas quando os resultados com Pontos
Yin são negativas, o que raramente acontece, pois na prática cotidiana as Somatotopias
Yin são suficientes nas quase totalidades dos casos.

Figura 23. Pontos básicos Yang.

Pontos Sensoriais

Pontos relativos aos órgãos dos sentidos, olhos, nariz, boca e ouvido.

48
Ponto do Olho
Localização: lateralmente a 1 cm da linha mediana, 1 cm abaixo do ponto básico A .
Indicações: doenças oculares em geral, quaisquer tipos de conjuntivite, infecciosa ou
alérgica, estrabismo, catarata, glaucoma, visão obstruída, situações pós operatórias,
lacrimejamento ou ressecamento ocular observado com o avanço da idade, etc.

Ponto do Nariz
Localização: na vertical 1 cm abaixo do ponto do olho.
Indicações: todas as infecções do nariz, desde obstrução nasal, alergias, rinites, sinusites,
dor após ferimentos ou cirurgia, secura ou mucosidade excessiva, epstaxes ocasionais,
entre outras.

Ponto da Boca
Localização: também na vertical, 1 cm do ponto do nariz.
Indicações: todas as infecções da boca, estomatites, herpes simples, gengivites, dores de
dente, queimor na língua, distúrbios do paladar, distúrbios da fala, afasia, situações pós-
operatórias, ferimentos, etc.

Ponto do Ouvido
Localização: situado no prolongamento caudal que vai do ponto C ao Yintang (ponto
extra).
Indicações: todas as afecções dos ouvidos, otites, labirintites, surdez, zumbido, situações
pós e pré- operatórias.

Figura 24. Pontos sensoriais Yin e Yang.

49
Pontos do Cérebro

Situados a 1 cm bilateralmente ao lado da linha mediana em continuação ao


ponto básico A na direção posterior a linha de inserção dos cabelos, encontramos pontos
correspondentes ao cérebro, cerebelo e ao gânglio situado exatamente na linha central.
Indicações: todos os distúrbios motores neurológicos, hemiplegias, paralisias,
mal de Parkinson, esclerose múltipla, disfunções endócrinas, vertigem, zumbido, dores
de cabeça, nevralgia do trigêmeo, demência, mal de Alzheimer, depressão, insônia,
distúrbios psicológicos.
Geralmente estes pontos são utilizados de forma contralateral. (41)

Figura 25. Pontos do cérebro, cerebelo e gânglios basais.

50
2.8. O Cérebro

2.8.1. O Sistema Nervoso Central

O sistema nervoso central (SNC) é formado pelo encéfalo e medula espinhal, que
se alojam na cavidade craniana e canal vertebral. O SNP compreende todos os nervos e
gânglios nervosos, situados fora do neuro-eixo (12). É formado por nervos encarregados
de fazer as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo (15).

Figura 26. Divisão do sistema nervoso central (SNC) e do sistema nervoso periférico (SNP).

Figura 27. As divisões do cérebro.

No eixo nervoso do sistema diferenciam-se em encéfalo e medula espinhal que


emitem nervos, pelos quais transitam impulsos nervosos de e para todas as partes do

51
corpo. Entre suas funções regula as funções de outros sistemas orgânicos, é substrato
para a percepção de mudanças internas do corpo, ou do ambiente externo bem como de
memória, pensamentos e emoções (12).
Para isto, a parte aferente do sistema nervoso somático conduz aos centros
nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando estes centros sobre o
que se passa no meio ambiente. A parte eferente do sistema nervoso somático leva aos
músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando movimentos que
levam a um maior relacionamento ou integração com o meio externo (23).
Durante a formação e crescimento do embrião, o sistema deriva de uma faixa
médio-dorsal de ectoderma, a placa neural, que se aprofunda no centro e eleva as bordas
para formar o tubo neural, de cujas células se diferenciam os neurônios do encéfalo e
medula espinhal.
As células nervosas concentram-se mais nas paredes laterais do tubo neural e
formam a substância cinzenta da medula. Delas partem prolongamentos que crescem
longitudinalmente pelo tubo neural; uma minoria emerge da medula, para outras partes
do corpo. Os prolongamentos longitudinais formam a substância branca, externamente à
cinzenta.
As células nervosas acumulam-se na superfície externa da parede, formando
substância cinzenta chamada córtex (12).

Os ossos do crânio

O esqueleto cefálico é composto por 22 ossos articulados, em grande parte por


junturas fibrosas denteadas que se ossificam no adulto. A função primária desse
esqueleto é proteger o encéfalo e os órgãos a ele associados para os sentidos da visão,
audição, paladar e olfato.
O crânio é esferoidal, forma muito útil para a proteção do encéfalo, pois
pancadas tendem a desviar-se em sua superfície curva e lisa.
Ao nascimento, os ossos do crânio estão mais separados e suas membranas
articulares são mais separadas são mais amplas. Ademais, os ossos frontais direito e
esquerdo ainda não se fundiram na linha mediana em osso único. A fontanela anterior é
um espaço losângico ocluído por membrana fibrosa e delimitada pelas partes adjacentes
dos ossos frontais e parietais. No encontro das suturas sagital e lambdoide há outro
espaço, menor, triangular, a fontanela posterior. Ambas as fontanelas reduzem-se e

52
desaparecem na infância pelo crescimento e encontro dos ossos, cujos ligamentos
suturais se ossificam. (12)

A fontanela anterior, ou bregmática, tem em média ao nascimento dois cm, no


sentido coronal e 3 cm, no sagital. Até os nove meses, 50%, e, até um ano e meio 100%
das crianças não mais a apresenta (29). A fontanela posterior ou lambdoide está presente
em 40% dos bebês a termo ao nascimento, mas não ultrapassa um centímetro em sua
maior extensão (28), e o seu fechamento ocorre no primeiro mês. (11)

Figura 28. Ossos do crânio vista superior, divisão pelas suturas.

Vascularização

O sistema nervoso é formado por estruturas nobres e altamente especializadas,


que exigem para seu metabolismo um suprimento permanente e elevado de glicose e
oxigênio.
O consumo de oxigênio e glicose pelo encéfalo é muito elevado, o que requer um
fluxo sanguíneo geralmente intenso.
A parada da circulação cerebral por mais de sete segundos leva o indivíduo à
perda da consciência. Após cerca de cinco minutos começam a aparecer lesões que são
irreversíveis, pois, como se sabe, as células nervosas não se regeneram.

Fluxo sanguíneo cerebral

O fluxo sanguíneo cerebral é muito elevado, sendo superado apenas pelo do rim e
do coração.
Calcula-se que em um minuto circula pelo encéfalo uma quantidade de sangue
aproximadamente igual a seu próprio peso.

53
A resistência cerebrovascular depende principalmente dos seguintes fatores:

 Pressão intracraniana - cujo aumento, decorrente de condições diversas, eleva a


resistência cerebrovascular;

 Condição da parede vascular - que pode estar alterada em certos processos


patológicos, como as arterioscleroses, que aumentam consideravelmente a resistência
cerebrovascular;

 Viscosidade do sangue;

 Calibre dos vasos cerebrais - regulado por fatores humorais e nervosos, estes
últimos representados por fibras do sistema nervoso autônomo, que se distribuem na
parede das arteríolas cerebrais. Entre os fatores humorais, o mais importante é o CO2,
cuja ação vasodilatadora dos vasos cerebrais é muito grande.

O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no


pescoço, onde, entretanto, não dão nenhum ramo importante, sendo, pois, especializadas
para a irrigação do encéfalo. Na base do crânio estas artérias formam um polígono
anastomotico, o polígono de Willis (é formado pelas porções proximais das artérias
cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante anterior e pelas artérias
comunicantes posteriores, direita e esquerda), de onde saem as principais artérias para a
vascularização cerebral.
Estas artérias penetram no encéfalo a partir de vários pontos de sua superfície.
Elas têm de um modo geral, paredes finas, comparáveis às paredes de veias de mesmo
calibre situadas em outras áreas do organismo. Este é um fator que torna as artérias
cerebrais especialmente propensas às hemorragias.
As veias do cérebro dispõem-se em dois sistemas: o sistema venoso superficial e
o sistema venoso profundo. Embora anatomicamente distintos estes dois sistemas são
unidos por numerosas anastomoses.
É constituído por veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente,
anastomosam-se amplamente na superfície do cérebro, onde formam grandes troncos

54
venosos, as veias cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-máter.
Distinguem-se veias cerebrais superficiais superiores e inferiores.
Compreende veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no
cérebro, tais como: o corpo estriado, a cápsula interna, o diencéfalo e grande parte do
centro branco medular do cérebro. A mais importante veia deste sistema é a veia cerebral
magna ou veia de Galeno, para a qual converge quase todo o sangue do sistema venoso
profundo do cérebro. (23)

2.8.2. O Córtex Cerebral

No córtex cerebral chegam impulsos provenientes de todas as vias da


sensibilidade que aí se tornam conscientes e são interpretadas. Do córtex saem os
impulsos nervosos que iniciam e comandam os movimentos voluntários e com ele estão
relacionados os fenômenos psíquicos.
Na classificação anatômica do córtex a divisão mais aceita é a de Brodmann, que
identificou 52 áreas designadas por números.
As localizações funcionais devem, no entanto ser consideradas como
especializações funcionais de determinadas áreas.
As várias áreas funcionais do córtex foram inicialmente classificadas em dois
grandes grupos: áreas de projeção e áreas de associação.

2.8.2.1. Áreas de projeção

Áreas de projeção são as que recebem ou dão origem a fibras relacionadas


diretamente com a sensibilidade e com a motricidade. As demais áreas são consideradas
de associação e, de modo geral, estão relacionadas a funções psíquicas complexas.
As áreas de projeção podem ser divididas em dois grandes grupos, de função e
estrutura diferentes: áreas sensitivas e áreas motoras.

55
Áreas sensitivas primárias

Área Somestésica

A área somestésica primária ou área da sensibilidade somática geral está


localizada no giro pós-central, que corresponde às áreas 3, 2, 1 do mapa de Brodmann.
Trazem, por conseguinte, impulsos nervosos relacionados à temperatura, dor, pressão,
tato propriocepção consciente da metade oposta do corpo.

Área Visual

Localiza-se nos lábios do sulco calcarino e corresponde à área 17 de Brodmann.

Área Auditiva

A área auditiva está situada no giro temporal transverso anterior e corresponde às


áreas 41 e 42 de Brodmann.

Área Vestibular

Sabe-se hoje que a área vestibular localiza-se no lobo parietal, em uma pequena
região próxima ao território da área somestésica correspondente à face.
Os receptores do vestíbulo já foram classificados como proprioceptores especiais, pois
informam sobre a posição e o movimento da cabeça.

Área Olfatória

Ocupa no homem apenas uma pequena área situada na parte anterior do uncus e
do giro para-hipocampal. Mais precisamente nas áreas pré-piriforme e Peri-amigdalóide,
que constituem a porção anterior do lobo piriforme.

56
Área Gustativa

Corresponde à área 43 dc Brodmann e se localiza na porção inferior do giro pós-


central, próxima a insula, em uma região adjacente á parte da área somestésica
correspondente á língua.

Figura 29. Áreas Sensitivas Primárias

Área motora primária

Ocupa a parte posterior do giro pré-central correspondente à área 4 de Brodmann.

Figura 30. Área Motora Primária

2.8.2.2. Áreas de associação do córtex

Esquematicamente pode-se considera como áreas de associação do córtex


aquelas que não se relacionam diretamente com a motricidade ou com a sensibilidade. E
se relaciona com áreas emocionais.

57
Áreas de associação secundárias

Essas áreas são unimodais, ou seja, relacionam-se, ainda que indiretamente, com
alguma modalidade de sensação ou com a motricidade, estando geralmente justapostas às
áreas primárias correspondentes. Podem ser sensitivas ou motoras.

Áreas de Associação Secundárias Sensitivas

São conhecidas três áreas sensitivas secundárias ou áreas sensitivas dc


associação:

 Área somestésica secundária - situa-se no lóbulo parietal superior, logo atrás da


área somestésica primária, e corresponde à área 5 e parte da área 7 de Brodmann.

 Área visual secundária - até há pouco tempo acreditava-se que essa área estaria
limitada ao lobo occipital, situando-se adiante de área visual primária, correspondendo às
áreas 18 e 19 de Brodmann. Sabe-se hoje, entretanto, que nos primatas, inclusive no
homem, ela se estende ao lobo temporal, onde também ocupa as áreas 20, 21 e 37 dc
Brodmann.

 Área auditiva secundária - situa-se no lobo temporal, circundando a área auditiva


primária, e corresponde à área 22 de Brodmann.

As áreas secundárias recebem aferências principalmente das áreas primárias


correspondentes e repassam as informações recebidas às outras áreas do córtex, em
especial às áreas supramodais.
Para que se possa entender melhor o significado funcional das áreas secundárias,
cabe descrever os processos mentais envolvidos na identificação de um objeto. Essa
identificação se faz em duas etapas: uma de sensação e outra de interpretação. Essas duas
etapas dependem de áreas corticais diferentes. A etapa dc sensação faz-se em uma área
sensitiva de projeção, ou área primária; já a etapa de interpretação, envolve processos
psíquicos muito mais complexos.

58
Figura 31. Áreas de Associação Secundárias Sensitivas

Áreas de Associação Secundária Motoras

Área Motora Suplementar

A área motora suplementar ocupa a parte mais alta da área 6, situada na face
medial do giro frontal superior relaciona-se com a concepção ou planejamento de
sequências complexas de movimentos, envolvendo, por exemplo, os dedos, e sabe-se que
ela é ativada juntamente com a área motora primária, quando esses movimentos são
executados.

Área Pré-motora

A área pré-motora localiza-se no lobo frontal, adiante da área motora primária,4 e


ocupa toda a extensão da área 6. Coloca o corpo, especialmente os membros, em uma
postura básica preparatória para a realização de movimentos mais delicados, a cargo da
musculatura distal dos membros. Existe também evidência dc que participa do processo
de programação de determinadas atividades, motoras, especialmente daqueles
movimentos guiados por estímulos sensoriais externos.

Área de Broca

Situada nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior, correspondendo


à área 44 e parte da área 45 de Brodmann, a área de Broca é responsável pela
programação da atividade motora relacionada com a expressão da linguagem.

59
Figura 32. Áreas de associação secundária motoras.

Áreas de associação terciárias

Elas são supramodais, ou seja, não se relacionam isoladamente com nenhuma


modalidade sensorial. Recebem e integram as informações sensoriais já elaboradas por
todas as áreas secundárias e são responsáveis também pela elaboração das diversas
estratégias comportamentais.

Área Pré-frontal

A área pré-frontal compreende a parte anterior não motora do lobo frontal.


Sua funcionalidade se da ao nível da realização de escolha das opções e estratégias
comportamentais mais adequadas à situação tísica e social do indivíduo, assim como a
capacidade de alterá-las quando tais situações se modificam; manutenção da atenção e o
controle do comportamento emocional, função exercida juntamente com o hipotálamo e
o sistema límbico.

Área Temporoparietal

Compreende todo o lóbulo parietal inferior, ou seja, os giros supra marginal, área
40, e angular, área 39 estendendo-se também às margens do sulco temporal superior e
parte do lóbulo parietal superior. A área temporoparietal é importante para percepção
espacial, permitindo ao indivíduo determinar as relações entre os objetos no espaço extra
pessoal. Ela permite também que se tenha uma imagem das partes componentes do
próprio corpo.

60
Figura 33. Áreas de associação terciária

Áreas Encefálicas Relacionadas com as Emoções

O Sistema Límbico

Alegria, tristeza, medo, prazer e raiva são exemplos do fenômeno da emoção.


O componente periférico é a maneira como a emoção se expressa e envolve
padrões de atividade motora, somática e visceral, que são característicos de cada tipo de
emoção e de cada espécie.
Os processos emocionais ocupam territórios bastante grandes do encéfalo,
destacando-se entre elas o hipotálamo, a área pré-frontal e o sistema límbico. O
interessante é que a maioria dessas áreas está relacionada também com a motivação, em
especial com os processos motivacionais primários, ou seja, aqueles estados de
necessidade ou de desejo essenciais à sobrevivência da espécie ou do indivíduo, tais
como fome, sede e sexo.

Conceito de sistema límbico

Na face medial de cada hemisfério cerebral observa-se um anel cortical contínuo


constituído pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e hipocampo. Este anel cortical
contorna as formações inter-hemisféricas e foi considerado por Broca como um lobo
independente, o grande lobo límbico (de limbo, contorno).
Sistema relacionado fundamentalmente com a regulação dos processos emocionais e do
sistema nervoso autônomo é de regular os processos emocionais. Intimamente
relacionadas com esta função, estão as de regular o sistema nervoso autônomo e os
processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo, como
fome, sede e sexo.

61
Sabe-se também que alguns componentes do sistema límbico estão ligados
diretamente ao mecanismo da memória e aprendizagem e participam da regulação do
sistema endócrino. As áreas encefálicas relacionadas com o comportamento emocional
ocupam territórios muito amplos do telencéfalo e do diencéfalo, nos quais se encontram
as estruturas que integram o sistema límbico, a área pré-frontal e o hipotálamo. Além de
sua participação nos fenômenos emocionais, estas áreas regulam as atividades viscerais
através do sistema nervoso autônomo (23).

2.8.3. Sistema nervoso periférico

O sistema nervoso periférico (SNP) é formado por nervos encarregados de fazer


as ligações entre o sistema nervoso central e o corpo (22). No SNP distinguem-se partes
cranianas (nervos cranianos) estes partem do encéfalo e os espinhais (nervos espinhais ou
raquidianos) partindo da medula espinhal (12-15).
Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas
reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos órgãos
periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a medula
espinhal ou com o encéfalo. A função dos nervos é conduzir, através de suas fibras,
impulsos nervosos do sistema nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da
periferia para o sistema nervoso central (impulsos aferentes) (23).

Nervos cranianos

Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo de onde partem doze
pares. Três deles são exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes
são mistos (15).
Os nervos cranianos as origens aparentes são diferentes para cada nervo (29). E
estão expostas na tabela abaixo:

62
Tabela 1 . Origem dos nervos cranianos. Fonte:

Nervos Espinhais

Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os


músculos esqueléticos. Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da
medula: a raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é
motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os nervos
raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas
dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora dela, reunindo-se em
estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos celulares dos neurônios que
formam as fibras motoras localizam-se na medula. De acordo com as regiões da coluna
vertebral, os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma:
 Oito pares de nervos cervicais;
 Doze pares de nervos dorsais;
 Cinco pares de nervos lombares;
 Seis pares de nervos sagrados ou sacrais.

63
Figura 34. Coluna Vertebral e Coluna Espinhal.

Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico pode ainda subdividir-
se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autônomo (15).

Sistema nervoso Voluntário ou Somático

Tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é


constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos
músculos esqueléticos. O corpo celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica
localizado dentro do SNC e o axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o
órgão que inerva (15).

Figura 35. Dermátomos.

64
Sistema nervoso autônomo

O sistema nervoso autônomo é um sistema exclusivamente eferente ou motor.


Divide-se em simpático e parassimpático (15). Esses dois sistemas influenciam de
maneira diferente nas funções orgânicas viscerais.

Figura 36. Sistema Autônomo e suas associações com os órgãos.

No sistema nervoso simpático, os neurônios pré-ganglionares localizam-se na


medula torácica e lombar (entre TI e L2). Diz-se, pois, que o sistema nervoso simpático é
tóraco-lombar. Neste sistema, os neurônios pós-ganglionares, ou seja, os gânglios
localizam-se longe das vísceras e próximo da coluna vertebral assim, no sistema nervoso
simpático, a fibra pré-ganglionar é curta e a pós-ganglionar é longa (15).
O sistema nervoso parassimpático se localiza no tronco encefálico (portanto,
dentro do crânio) e na medula sacral (S2, S3, S4). Diz-se que o sistema nervoso
parassimpático é crânio-sacral. No sistema nervoso parassimpático, os neurônios pós-
ganglionares localizam-se próximo ou dentro das vísceras, a fibra pré-ganglionar é longa
e a pós-ganglionar é curta (23).
O sistema simpático e parassimpático difere no que se refere à disposição das
fibras adrenérgicas e colinérgicas. As fibras pré-ganglionares, tanto simpáticas como
parassimpáticas, e as fibras pós-ganglionares parassimpáticas são colinérgicas. Contudo,
a grande maioria das fibras pós-ganglionares do sistema simpático é adrenérgica (23).

65
Tabela 2. As funções dos sistemas simpático e parassimpático.

Grandes vias aferentes

As grandes vias aferentes, ou seja, aquelas que levam aos centros nervosos
suprassegmentares os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos.
Sabe-se hoje que existem duas vias principais através das quais os impulsos de
dor e temperatura chegam ao sistema nervoso suprassegmentar: uma via
filogeneticamente mais recente, neoespino-talâmica, constituída pelo tracto espino-
talâmico lateral, e outra, mais antiga, paleoespino-talâmica consumida pelo tracto espino-
reticular, e as fibras retículo-talâmicas (via espino-retículo-talâmicas).
Através dessa via chegam ao córtex cerebral impulsos originados em receptores
térmicos e dolorosos situados no tronco e nos membros do lado oposto (23).

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Tabela 3. As diferenças entre as vias Talâmicas.

Via de pressão e tato protopático

Os receptores de pressão e tato são tanto os corpúsculos de Meissner como os de


Ruffini. Também são receptores táteis as ramificações dos axônios em torno dos folículos
pilosos. Por este caminho chegam ao córtex os impulsos originados nos receptores de
pressão e de tato situados no tronco e nos membros.

Via de propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória

Os receptores de tato são os corpúsculos dc Ruffini e de Meissner e as


ramificações dos axônios em torno dos folículos pilosos. Os receptores responsáveis pela
propriocepção consciente são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. Já os
receptores para a sensibilidade vibratória são os corpúsculos de Vater Paccini.
Por esta via chegam ao córtex impulsos nervosos responsáveis pelo tato
epicrítico, a propriocepção consciente (ou cinestesia) e a sensibilidade vibratória. O tato
epicrítico e a propriocepção consciente permitem ao indivíduo a discriminação de dois
pontos e o reconhecimento da forma e tamanho dos objetos colocados na mão
(estereognosia).
Os impulsos que seguem por esta via se tornam conscientes exclusivamente em
nível cortical, ao contrário das duas vias estudadas anteriormente.

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Via de propriocepção inconsciente

Os receptores são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos situados


nos músculos e tendões.
Através destas vias, os impulsos proprioceptivos originados na musculatura
estriada esquelética chegam até o cerebelo. Os impulsos originados no tronco e membros
inferiores seguem pelos dois tractos espino-cerebelares; os originados nos membros
superiores e no pescoço seguem pelo tracto cuneo-cerebelar, após passagem pelo núcleo
cuneiforme acessório.

Vias da sensibilidade visceral

O receptor visceral geralmente é uma terminação nervosa livre, embora existam


também corpúsculos de Vater Paccini na cápsula de algumas vísceras. Os impulsos
nervosos originados nas vísceras em sua maioria são inconscientes, relacionando-se com
a regulação reflexa da atividade visceral.

As grandes vias eferentes

Vias eferentes somáticas, ou do sistema nervoso da vida de relação, e vias


eferentes viscerais, ou do sistema nervoso autônomo. As primeiras controlam a atividade
dos músculos estriados esqueléticos, permitindo a realização de movimentos voluntários
ou automáticos, regulando ainda o tônus e a postura. As segundas, ou seja, as vias
eferentes do sistema nervoso autônomo destinam-se aos músculos lisos, músculo
cardíaco ou às glândulas, regulando o funcionamento das vísceras e dos vasos.

Vias eferentes somáticas

As estruturas e vias que influenciam a motricidade somática eram agrupadas em


dois grandes sistemas, piramidal e extrapiramidal.
O sistema piramidal - compreendendo os tractos córtico-espinhal e córtico-
nuclear, assim como suas áreas corticais de origem - seria o único responsável pelos
movimentos voluntários.

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Já o sistema extrapiramidal - compreendendo todas as demais estruturas e vias
motoras somáticas - seria responsável pelos movimentos automáticos, assim como pela
regulação do tônus e da postura.
O termo piramidal e extrapiramidal é usado para indicar respectivamente as vias
motoras que passam e não passam pelas pirâmides bulbares em seu trajeto até a medula
(23).

Impulso nervoso

Impulso nervoso é o nome dado aos sinais que os nervos transmitem ao encéfalo,
através dos nervos e da medula espinhal. O impulso nervoso, que percorre o neurônio, é
de natureza eletroquímica e resulta de modificações internas e externas da membrana
neural. Internamente a membrana do neurônio possui carga elétrica negativa e
externamente ela é positiva. (11)

Figura 37. O axônio.

Para que um impulso passe de um órgão receptor ao encéfalo ou do encéfalo a


um órgão efetor ele necessita percorrer vários neurônios. (2)

Transmissão do impulso nervoso

A bomba de sódio (Na+) e potássio (K+): Seu funcionamento dar-se na


proporção de que para Bomba cada três íons Na+ bombeados para o liquido extracelular,
apenas dois íons de K+ são bombeados para o liquido intracelular, causando um déficit
negativo no interior da célula e caracterizando assim um transporte ativo, pois os
movimentos dos íons vão contra o gradiente de concentração, visto que há maior
concentração de Na+ no meio extracelular e K+ no meio intracelular.

69
Vale ressaltar que a membrana da célula em repouso é praticamente impermeável
ao Na+, porem é muito permeável ao K+, uma das causas dessa característica é a de que
a membrana possui maior numero de canais de vazamento ao K+ do que ao Na+.
Uma agressão no mecanismo da bomba Na+/K+ pode ocasionar Degeneração
hidrópica, pois com a ação do agente agressor haverá a retenção de Na+ no citoplasma da
célula e extrusão do K+, com isto acontecerá um aumento de água no citoplasma para
manter as condições isosmóticas acarretando o inchaço da célula.

Estágios do impulso

 Repouso:
Caracterizado pelo potencial de repouso da membrana advindo do potencial
eletronegativo criado no interior da fibra, devido a bomba de Na+/K+, ficando assim
o exterior da membrana “positivo” e o interior “negativo”, na realidade o termo mais
adequado é “o meio interior com déficit negativo em relação ao exterior”.

 Estágios do impulso Despolarização:


Estágio o qual ocorre o potencial de ação decorrente da inversão do fluxo das
cargas, ou seja, o meio intracelular e caracterizado por estar “positivo” e o
extracelular “negativo”.
Ao ser estimulado, uma pequena região da membrana torna-se permeável ao
Na+, acarretando assim a entrada do Na+ que é acompanhada pela saída de K+, tudo
isso é baseado no transporte a favor do gradiente. Essa inversão vai sendo transmitida
ao longo do axônio, e todo esse processo é considerado um impulso nervoso ou onda
de despolarização (potencial de ação). Ocasionado pela entrada do Na+ e saída do K+
através dos canais de comportas, sendo os de Na+ mais rápidos dão assim déficit
positivo interior da célula.
 Repolarização:
Momento em que a célula está voltando a sua polaridade normal (potencial de
repouso). Ao receber um estimulo maior que o normal para atingir seu limiar de
potencial de ação a célula responderá desencadeando a despolarização, esta resposta
não ocorre no estágio de hiperpolarização caracterizado pela inativação total da célula
a qualquer estímulo enquanto ela não retornar ao potencial de repouso.

70
 Condução Saltatória:
Nas regiões do nódulo de Ranvier, por causa da propriedade isolante da bainha de
mielina, a onda de despolarização “salta” diretamente de um modulo para o outro,
sendo chamada de condução saltatória acarretando assim o aumento da velocidade de
impulso. Patologias ocasionadas por movimentos repetitivos podem ocasionar danos
à bainha de mielina causando assim uma diminuição considerável na velocidade e
controle dos movimentos do membro ou região afetada. (2)

Arcos Reflexos

Os arcos reflexos ou simplesmente reflexos são respostas automáticas,


involuntárias a um estímulo sensorial. O estímulo chega ao órgão receptor, é enviado à
medula através de neurônios sensitivos ou aferentes (chegam pela raiz dorsal). Na
medula, neurônios associativos recebem a informação e emitem uma ordem de ação
através dos neurônios motores (saem da medula através da raiz ventral). Os neurônios
motores ou eferentes chegam ao órgão efetor que realizará uma resposta ao estímulo
inicial. Esse caminho seguido pelo impulso nervoso e que permite a execução de um ato
reflexo é chamado arco reflexo. (2)

Figura 38. O arco reflexo.

71
2.9. CRANIOPUNTURA E SUAS RELAÇÕES COM O CÉREBRO

Para os primeiros autores chineses, o cérebro era tão somente o término, o ponto
de encontro de todas as medulas do corpo humano, daí as asseverações: “O cérebro é o
suor das medulas” (Ling Shu, Cap. 33) e todas as medulas se ligam ao cérebro” ( Su
Wen, cap. 80). Por isso que na teoria dos Zang Fu, a fisiologia e a patologia do cérebro
estão incluídas nas dos 5 Zang. Assim:
O Coração (Xin) encerra o Shen e governa a alegria.
O Pulmão (Fei) encerra o Po e governa a tristeza.
O Baço (Pi) encerra o Yi e governa a reflexão.
O Fígado (Gan) encerra o Hun e governa a raiva.
O Rim (Shen) encerra o Zhi e governa o medo.
Coração (Xin), Fígado (Gan) e Rim (Shen) têm maior importância; o Coração
(Xin) pois encerra o espírito e é o mestre do 5 Zang e das 5 Fu; o Fígado (Gan), porque
dirige a regulação dos sentimentos; os Rins (Shen) pois encerram o Jing “base material
de tudo” e da medula em particular.
No Ling Shu está escrito: “o cérebro é a moradia do Shen primordial” e “o Coração (Xin)
contém o Shen” , podem parecer contraditórios, porém a medicina chinesa considera que
o espírito e a inteligência que provêm do cérebro, necessitam de sangue para poderem
existir. (3- 39)

As linhas que se puntuam na craniopuntura chinesa, tem correspondências com


as áreas cerebrais descritas por Brodman, são divididas em motores e sensoriais assim
como se dividem as áreas cerebrais.

A linha correspondente á região motora está muito próxima a área somestésica


motora (23), esta linha é dividida em três partes onde o terço superior está ligado a
paralisia contralateral de membros inferiores, o terço médio está ligada a paralisia
contralateral de membros superiores e o terço inferior esta ligado a paralisia facial, afasia
motora e disartria ambas as patologias ligadas a fala esta linha está muito próxima á área
de Broca que tem correspondência com a fala e a linguagem (23).

Linha sensorial também se divide em três terços com as mesmas


correspondências da linha motora, porém estão associadas a dores acompanhadas de

72
dormência e ou formigamento. A área sensorial está em sua maior parte no lobo parietal
por onde passa a linha sensorial da craniopuntura.

As linhas motora e sensitiva estão próximas uma da outra completando as suas


ações. Sendo que uma linha sensitivo-motora do pé também ligada a dor e parestesia de
membro inferior contralateral, próxima a área somestésica primária que está ligada a
impulsos de dor e temperatura, tato e propriocepção do lado oposto do corpo. (23)

A linha vestíbulo-colclear, situada à 1,5cm acima do ápice da orelha, trata


problemas do labirinto, problemas de equilíbrio, vertigem e problemas auditivos, esta
linha situa-se no lobo temperoparietal que é importante para a percepção espacial, se
relacionando também com problemas de equilíbrio. No lobo temporal também está o
centro da audição, sendo esta linha correspondente a mesma área tratando problemas
auditivos. (23)

As duas linhas da craniopuntura chinesa relacionadas a linguagem estão


localizadas nos lobos parietal e temporal, assim como essas linhas, existem duas áreas
corticais para a linguagem: uma anterior e outra posterior, ambas de associação. A área
anterior da linguagem corresponde à área de Broca e está relacionada com a expressão da
linguagem. A área posterior da linguagem situa-se na junção entre os lóbulos temporal e
parietal e corresponde à parte mais posterior da área 22 de Brodmann. Ela é conhecida
também como área de Wernicke. Está relacionada basicamente com a percepção da
linguagem. Ou seja, eles correspondem á áreas corticais de linguagem. (23)

A linha chamada psicomotora está localizada na área somestésica secundária esta


linha está relacionada ao tratamento de apraxia, ou seja, a incapacidade em realizar
movimentos voluntários e as áreas secundárias, identificação de objetos. Essa
identificação se faz em duas etapas: uma de sensação e outra de interpretação. Essas duas
etapas dependem de áreas corticais diferentes. Estas áreas agem na identificação de
objetos como já foi descrito, porém quando lesadas a pessoa perde tanto a capacidade de
reconhecer objetos (agnosia) e perde a capacidade em realizar movimentos voluntários
correspondendo, portanto a área cerebral utilizada para o mesmo fim. (23)

A linha visual está exatamente acima o lobo occipital, que ocupa uma porção
relativamente pequena e nele está a área visual. (23)

73
A linha de equilíbrio se localiza no lobo occipital, porém está próxima ao
cerebelo que tem papel no controle dos movimentos voluntários já é conhecido há muito
tempo graças à observação de casos clínicos em que ele é lesado. Lesões do cerebelo têm
como sintomatologia uma grave ataxia, ou seja, falta de coordenação dos movimentos
voluntários decorrentes de erros na força, extensão e direção do movimento. O
mecanismo através do qual o cerebelo controla o movimento envolve duas etapas: uma
de planejamento do movimento e outra de correção do movimento já em execução. O
planejamento do movimento é elaborado na zona lateral do órgão, a partir de
informações trazidas, de áreas do córtex cerebral ligadas a funções psíquicas superiores
(áreas de associação) e que expressam a intenção do movimento.

O plano motor é então enviado às áreas motoras do córtex cerebral e colocado em


execução através da ativação dos neurônios apropriados dessas áreas, os quais, por sua
vez, ativam os neurônios motores medulares através do tracto cortiço espinhal. Uma vez
iniciado, o movimento passa a ser controlado pela zona intermédia do cerebelo, através
de suas inúmeras aferências sensoriais. (23)

A nova craniopuntura de Yamamoto possui pontos específicos para a utilização


em tratamento. Esses pontos são divididos em áreas sendo estas áreas yin e áreas yang.
As áreas Yin, com pontos Yin que vão de A á I, estão na porção anterolateral da cabeça.

As áreas Yang têm as mesmas correspondências que as áreas Yin também


possuindo pontos de A á I, e são utilizadas somente quando os pontos Yin não
correspondem ao tratamento com melhora suficiente. Porém os pontos estão localizados
na região posterolateral da cabeça. Assim como é a divisão do Yin e do Yang, sendo a
parte anterior do corpo Yin a parte posterior do corpo Yang.

A distribuição dos pontos de A á I e suas funções estão separadas de acordo com


a divisão anatômica corporal em cabeça, tronco e membros, anterior e posterior e ainda
em superior e inferior. Sendo que as funções dos pontos para tratamento estão
distribuídas de forma decrescente, do ponto A ao ponto I.

O ponto A se relaciona com a cabeça, coluna cervical e ombro. O ponto B com a


coluna cervical, ombro e região escapular. No ponto C estão, região escapular, ombro e
membros superiores. O ponto D se relaciona com a coluna lombar e membros inferiores.
No ponto E estão as regiões da coluna torácica, costelas e a cavidade torácica. Com o

74
ponto F somente o nervo ciático está relacionado. O ponto G com o joelho. E os pontos
H e I com a região lombar.

E suas localizações também estão de forma decrescente assim como mostram as figuras
35 e 36.

Esta representação lembra a somatotopia usada por Penfield c Rasmussen (figura 39)
para descrever as áreas motoras e sensitivas com representação de um homúnculo dc
cabeça para baixo.

Para a área somestésica e pode ser representada por um homúnculo dc cabeça para baixo,
como mostra a Fig. É interessante notar a grande extensão da área correspondente â mão
quando comparada com as áreas do tronco e membro inferior. Isso mostra que a extensão
da representação cortical dc uma parte do corpo na área 4 (área motora primária) é
proporcional não a seu tamanho, mas á delicadeza dos movimentos realizados pelos
grupos musculares aí localizados. (23)

Figura 39. Representação das partes do corpo na área motora.

Para representar essa somatotopia sensitiva também o homúnculo (figura 40) de cabeça
para baixo no giro pós-central. Na porção superior desse giro, na parte medial do
hemisfério, localiza-se a área dos órgãos genitais c do pé, seguida, já na parte
superolateral do hemisfério, das áreas da perna, do tronco e do braço, todas pequenas.
Mais abaixo vem a área da mão, que é muito grande, seguida da área da cabeça, onde a
face e a boca têm uma representação também bastante grande. (23)

75
Figura 40. Representação das partes do corpo na área somestésica.

Os pontos sensoriais estão localizados da mesma forma, á frente da cabeça e atrás


da cabeça. Eles levam o nome de acordo com a sua função desempenhada. Divididos e
nomeados em Boca, Olho, Nariz e Ouvido. E sua função é desempenhada de acordo com
o seu próprio nome para que possam ser utilizados em tratamento também específicos e
direcionados.

Esses pontos se localizam no lobo frontal, os pontos anteriores. E os pontos


posteriores no lobo occipital. As diferentes formas de sensibilidade estão divididas entra
todos os lobos e nas diferentes áreas sinestésicas já descritas neste trabalho.

E por fim os pontos do cérebro, cerebelo e gânglios basais.

Eles possuem como função tratar todos os distúrbios motores neurológicos,


hemiplegias, paralisias, mal de Parkinson, esclerose múltipla, disfunções endócrinas,
vertigem, zumbido, dores de cabeça, nevralgia do trigêmeo, demência, mal de Alzheimer,
depressão, insônia, distúrbios psicológicos. Ou seja, problemas de ordem emocional e
algumas patologias mais complexas. Também estão divididos em Yin e Yan e estão
localizados na linha média do crânio, acima da divisa entre os hemisférios cerebrais.
Observando essas relações vemos que a utilização da craniopuntura não se limita
apenas porque os pontos estão na cabeça, eles possuem uma ligação com as áreas que
desempenham as funções das quais esses pontos são direcionados ao tratamento dos
distúrbios apresentados em cada patologia.

76
3. DISCUSSÃO

Em todas as pesquisas a craniopuntura apresentou-se eficaz, não somente em


casos neurológicos como também em casos de alívio de dor e para tratamentos com o
intuito de aumento na amplitude de movimento. Sendo a maioria dos estudos realizados
comprovando sua eficácia no alívio de dores.

Um estudo realizado com o objetivo de verificar os efeitos da craniopuntura de


Yamamoto na dor, na amplitude de movimento, qualidade de vida e funcionalidade de
paciente com osteoartrite (OA) de joelho. Utilizando os pontos G1, G2 e G3 (Figura 1),
indicados para gonartrose. Realizando duas sessões semanais de 40 minutos, totalizando
10 sessões. O resultado obtido foi uma diminuição de 100% na dor no joelho, enquanto a
amplitude de movimento aumentou 20% em ambos os joelhos. Com a melhora da
qualidade de vida da pessoa. Houve melhora em todos os itens avaliados (dor e rigidez).
Os resultados obtidos mostram que a craniopuntura foi efetiva no alívio da dor, na
amplitude de movimento, qualidade de vida e funcionalidade da paciente. (34)

A craniopuntura se mostrou eficaz também no tratamento LER/DORT como


demonstra um estudo que propôs avaliar o efeito da craniopuntura na qualidade de vida e
melhora da dor em portadores desta patologia em estágios de dor crônica, antes, durante
e após 10 sessões de terapia. Os indivíduos passaram por 10 sessões de craniopuntura.

O tratamento, com duração de 40 minutos, foi realizado por dez semanas.


Foram utilizados os pontos de craniopuntura A (relacionado com cabeça e cervical), B
(relacionado com cervical e escápulas), C (relacionado com ombros e membros
superiores) e, em alguns casos, os pontos D (relacionado a região lombar, pelve e
membros inferiores).
Também, antes do tratamento, sete indivíduos apresentavam dores na cabeça, três
apresentavam dores na região lombar; oito apresentavam dores nos ombros e apenas dois
sentiam dores.
Antes do tratamento, sete indivíduos apresentavam dor cervical com irradiação
bilateral para os membros superiores; nenhum apresentava dor cervical com irradiação
unilateral para o membro superior e apenas um sujeito apresentava dor cervical associada
à dor.
Concluindo que a craniopuntura foi eficaz não somente na melhora dos sintomas de
portadores de LER/DORT podendo ser incluída como ferramenta de tratamento da dor

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crônica, como também foi eficiente na melhora geral no quadro de dor em outros locais,
mesmo sendo o tratamento com prioridade em resultados na melhora da doença crônica
causada pela LER/DORT. (33)
A craniopuntura utilizada para alívio de dor, na melhora do sono e da qualidade
de vida de paciente com fibromialgia, mostrou-se eficazmente com a melhora dos
sintomas após sessões de acupuntura. Foram realizadas duas sessões por semana, com
duração de 40 minutos cada, totalizando 20 sessões.
A craniopuntura foi realizada sobre os três pontos indicados para fibromialgia
(Baço, Fígado, Rim) e cinco pontos reflexos (Coluna torácica e lombar, Ombros, Joelhos,
Pés).
Dos estudos mostrados neste trabalho bem como todos os estudos realizados
quando surgiu à técnica, todos apresentaram melhora no alívio de dor, aumento da
amplitude de movimento, melhora no sono e na disposição de quem recebeu o tratamento
com a craniopuntura, melhorando assim a qualidade de vida de quem sofre com dores
crônicas.
Todos estes trabalhos descritos acima vêm para exemplificar e mostrar a eficácia
da técnica craniopuntura como um recurso a ser explorado por quem pratica a medicina
alternativa. (4)

78
CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalha foi reunir a as informações sobre a técnica da


craniopuntura. Esta é uma técnica pouco utilizada, porém muito eficaz em muitos tipos
de tratamento de ordem motora, sensitiva em ambas e também em distúrbios emocionais.
Há certa resistência diante da aplicação de agulhas no crânio devido a imagem de
que essa inserção cause dor e desconforto o que não foi relatado em nenhum estudo
citado neste trabalho.
Os pontos como foram observados correspondem sim á áreas cerebrais em que de
acordo com suas funções desempenham diferentes papeis no andamento do corpo
humano. E que as linhas ou pontos em questão estão acima ou próximo ás áreas em que
estas linhas ou pontos se propõem a tratar disfunções.
Observei também que em todos os trabalhos e estudos de caso foi usada a Nova
Craniopuntura de Yamamoto. Não sendo explicado o motivo da preferência, mesmo que
a craniopuntura chinesa expressada por linhas seja também eficaz, me parece que esta foi
esquecida pelo tempo, mesmo porque a dificuldade em achar relatos sobre a técnica foi
de difícil acesso.
Esta revisão bibliográfica conclui que a craniopuntura é um recurso útil e eficaz
para o tratamento de diversas patologias assim como melhora da qualidade de vida de
quem se trata. E ainda que a ligação dos pontos com o cérebro é realmente significativa,
assim como qualquer ponto utilizado na acupuntura.

79
REFERÊNCIAS:

1. Altman S – Técnicas e Instrumentação, em: Schoen AM- Acupuntura Veterinária da Arte


Antiga à Medicina Moderna. 2ª ed., São Paulo, Roca, 2006;91-108.

2. Arthur C. Guyton, John E. Hall – Tratado de Fisiologia Médica. Ed. Elsevier, ano. 2006 -
11ª Edição
3. Auteroche, B., Navailh, P. O diagnóstico na medicina chinesa – Organização Andrei
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