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Tarcísio Francisco

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM

Necessidades Educativas Especiais

Universidade Licungo

Centro de Recursos de Gurué

Abril, 2020
Tarcísio Francisco

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM

Trabalho
Necessidades científico
Educativas a ser apresentado ao
Especiais
Departamento de Ciências Naturais e
Matemática da Universidade Licungo
(UL). CR - Gurué como requisito parcial
para avaliação na cadeira de
Necessidades Educativas Especiais.

Tutor de especialidade:

Dr. Ronaldo João

Universidade Licungo

Centro de Recursos de Gurué

Abril, 2020
Introdução

A linguagem Para Vigotsky, a linguagem converte-se na ferramenta mais poderosa que temos
para interagir com o que nos rodeia. Quando nos referimos à linguagem, temos de deixar claro
que não estamos só a falar de linguagem oral, mas também de linguagem escrita.

A linguagem é fundamental para o ensino, para a comunicação entre o indivíduo e o meio que o
rodeia. Nesse contexto a Disciplina de Necessidades Educativas Especiais não deixa de se
preocupar com as problemáticas dos estudantes ou alunos com deficiência.

Neste trabalho que serve como requisito para a avaliação no quadro dos testes para a
qualificação dos estudantes na cadeira de Necessidades Educativas Especiais (NEE) pela
Universidade Licungo. As Necessidades Educativas Especiais são dificuldades que contribuem
para o não sucesso no contexto da aprendizagem, são muitas as dificuldades que interferem na
aprendizagem negativa dos alunos, mas aqui focou-se de sobre as Necessidades Educativas
Especiais de Linguagem com o objectivo de identificar e clariar quão são as dificuldades
enfrentadas pelos professores ao se depararem com os alunos que possuem essas dificuldades.
Com a metodologia quantitativa, validando várias pesquisas bibliográficas, o trabalho conta com
o quadro teórico de Sandra Maria Vaz, MARIA FERNANDA ESTEVES DA COSTA PAULO,
e outros.

Este trabalho, conta com uma estrutura que segue as normas de publicação de trabalhos
científicos da Universidade Licungo. No primeiro capítulo trata sobre os conceitos de
Necessidades Educativas Especiais de Linguagem em particular, suas causas. No segundo
capítulo trata-se de Principais alterações na Linguagem, pois a cada alteração se vai Mencionar
os sinais de alerta. E no último capítulo trata-se de Estratégias Psicopedagógicas em lidar como
os alunos disléxicos na sala e aulas.
CAPÍTULO 1: Conceito de Necessidades Educativas Especiais de Linguagem

Necessidades educativas especiais são situações onde são evidentes dificuldadesem de


aprendizagem em aceder ao curriculum oferecido pela escola, exigindo um atendimento
especializado, de acordo com as características específicas do aluno.1

Nisso, Necessidades Educativas Especiais de Linguagem, são dificuldades de produção,


recepção, produção e compreensão de mensagens que a criança apresenta. Deixa a criança
complexada/insegura, tendo vergonha de se exprimir em público ou relacionar com os outros
com medo de ser julgado negativamente.

Causas

De acordo com Sim-Sim (1998), citado por DA COSTA PAULO (Lisboa, 2011), as causas
principais para as Necessidades Educativas Especiais de Linguagem são genéticas, ambientais e
Psicopedagógico.

Referência que as causas genéticas têm a ver com a mal formação congénita que originou uma
perturbação no cérebro;

As ambientais, refere dos traumas que possivelmente terá sofrido, como em casos de acidentes, e
falha nas fases de desenvolvimento da linguagem; e as causas Psicopedagógicas que tem haver
com uma educação precoce, que cria essas dificuldades e os métodos e o currículo usados pela
instituição de ensino.

1
MARIA FERNANDA ESTEVES DA COSTA PAULO. Lisboa 2011. Dificuldades de Linguagem
Oral/Dificuldades de Aprendizagem
CAPÍTULO 2: Principais alterações da linguagem

De acordo com APA, 2002; RIDEAU, 1977, citado por Camilo Ussene e Lúcia Suzete Simbine,
Setembro (2015) as principais dificuldades ou alterações na linguagem são: dislexia, discalculia
e disgrafia. Pois desistem mais outros que deram referenciados adiante por outros autores.

2.1. Dislexia

A dislexia é entendida como uma dificuldade em identificar, compreender e reproduzir os


símbolos, o que origina problemas na aprendizagem da leitura e da ortografia (RIDEAU, 1977,
citado por USSENE & SIMBIONE 2015 MAPUTO).

A principal característica é a perturbação no rendimento da leitura. A criança com esta


dificuldade apresenta dificuldade em aprender a ler e, sobretudo, não chega a ler bem. Confunde
as letras de formas parecidas (p, q; b, d), inverte letras no meio das sílabas (par torna-se para; bor
transforma-se em bro) ou nas palavras omite letras (comboio pode ficar coboio).

2.2. Causas

As possíveis causas são:

Os factores hereditários, o sexo, a educação demasiado precoce durante a maturação motriz,


intelectual e social da criança favorecem o aparecimento da dislexia. Certos métodos de
aprendizagem da leitura e da escrita agravam a dislexia em indivíduos com predisposição assim
como factores socioculturais (APA, 2002; RIDEAU, 1977), citado por USSENE & SIMBIONE
(Maputo 2015).

Para além da atenção e acompanhamento, tem outras estratégias a seguir para minimizar o
problema da dislexia, como aplicar técnicas de ensino que facilitem a aquisição dos primeiros
passos em direcção a leitura e escrita e é necessário a atenção de todos os membros envolvidos
na educação da criança, como os pais e encarregados de educação junto aos Professores.

3. Discalculia
É uma dificuldade em integrar as noções numéricas, em compreender o mecanismo da
numeração, as operações simples como adição, divisão, subtração entre outras. As dificuldades
dizem respeito à integração e utilização dos símbolos numéricos (RIDEAU, 1977), citado por
USSENE & SIMBIONE (Maputo 2015).

3.1. Causas de discalculia

As causas das discalculias podem ser encontradas em crianças com uma lesão cerebral sensorial
ou intelectual, doentes motores cerebrais e surdos.

3.2. Possíveis soluções param a discalculia

As possíveis soluções para a discalculia, podem ser: realização de exercícios que tenham em
vista favorecer o espírito de investigação; de raciocínio; de criação; estimulando a evocação
verbal e fazendo com que a criança adquira a noção de número e das diferentes operações e é
necessário estimular, encorajar e recompensá-la constantemente.

4. Disgrafia

Essa dificuldade é marcada pela dificuldade em aprender a escrever tendo em conta a idade
cronológica da criança, o seu quoeficiente de inteligência e o nível de escolaridade próprio da
sua idade.

4.1. Causas

As causas da disgrafia podem ser a aprendizagem prematura; as carências educativas; as


perturbações da motricidade como tremores, contrações, paralisias.

4.2. As possíveis soluções

É necessário utilizar técnicas especializadas que permitam a recuperação de uma motricidade


adaptada.

5. Mutismo
O mutismo para Ajuriaguerra (1979) consiste no desaparecimento total da linguagem de uma
forma progressiva ou repentina. O mutismo caracteriza-se pela ausência total e persistente da
linguagem, em determinadas circunstâncias ou determinadas pessoas.

5.1. Causas

As possíveis causas podem ser, febris, alteração ou afastamento do meio a que está habituada. É
recomendado o tratamento psiquiátrico.2

6. Dislalia

Segundo Bruno (1992) in Lima (2000:179) define como “presença de erros na articulação dos
sons da fala em pessoas que não apresentam patologia comprometida com o SNC mas sim com
os órgãos fonoarticulatórios.” 3

6.1. Causas

Normalmente, as causas estão na origem de malformações congénitas, paralisias periféricas,


traumatismos, alterações do crescimento, entre outros. Estas alterações podem situar-se nos
lábios, na língua, no palato, nos dentes, nos maxilares, nas cavidades nasais.

6.2. As possíveis soluções

Neste caso, é de extrema importância uma intervenção terapêutica que se centre em actividades
de discriminação auditiva para conseguir um registo adequado da voz, assim como a correcção
dos fonemas mal emitidos e aquisição dos inexistentes.

7. Disfemia (guaguez)

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Aquisição e Desenvolvimento da Comunicação e da Linguagem em Crianças com Necessidades Educativas
Especiais
3
Aquisição e Desenvolvimento da Comunicação e da Linguagem em Crianças com Necessidades Educativas
Especiais
Disfemia é uma alteração da fluência da fala e caracteriza-se por interrupções do ritmo e na
melodia do discurso.

7.1. Causas

As causas têm a ver com o controlo neuromuscular. No entanto, também é importante referir que
muitas das vezes esta sintomatologia inicial não implica que a gaguez continue na criança e se
mantenha em idades posteriores.

7.3. Sinais de alerta

 Aspectos linguísticos: abuso de sinónimos, discurso incoerente, desorganização entre


pensamento e linguagem.

 Aspectos comportamentais: mutismo, retraimento, ansiedade, evitar conversa, bloqueios,


entre outros.

 Aspectos corporais e respiratórios: tiques, espasmos, alterações respiratórias, rigidez


facial.

7.4. Possíveis soluções

A “verdadeira” disfemia, segundo Dinville (1980) in Ruiz e Ortega (1997), “poderá situar-se por
volta dos dez anos, pelo que se torna aconselhável uma intervenção da 4terapeuta da fala, com
implicações da família na terapia.

8. Disortografia

A disortografia é uma perturbação que afecta as aptidões da escrita, e que se traduz por
dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor textos escritos.

8.1. Causas

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Aquisição e Desenvolvimento da Comunicação e da Linguagem em Crianças com Necessidades Educativas
Especiais
Uma aprendizagem incorrecta da leitura e da escrita, especialmente na fase de iniciação, pode
originar lacunas de base com a consequente insegurança para escrever. Igualmente, numa etapa
posterior, a aprendizagem deficiente de normas gramaticais pode levar à realização de erros
ortográficos que não se produziriam se não existissem lacunas no conhecimento gramatical da
língua.

8.2. Possíveis soluções

A atenção e o acompanhamento, e técnicas básicas na iniciação da escrita.

9. Disgrafia

A disgrafia é uma perturbação de tipo funcional na componente motora do acto de escrever, que
afecta a qualidade da escrita. É causada por uma dificuldade na grafia, no traçado e na forma das
letras, surgindo estas de forma irregular e disforme.

9.1. Causas

A disgrafia está associada a problemas biológicos (perturbação da lateralidade, do esquema


corporal e das funções perceptivo-motoras e perturbação de eficiência psicomotora),
pedagógicos.

9.2. Sinais de alerta

A escrita disgráfica pode observar-se através das seguintes manifestações: traços pouco precisos
e incontrolados; falta de pressão com debilidade de traços; traços demasiado fortes que vinquem
o papel; grafismos não diferenciados nem na forma nem no tamanho; escrita desorganizada que
se pode referir não só a irregularidades e falta de ritmo dos signos gráficos, mas também a
globalidade do conjunto escrito e realização incorrecta de movimentos de base, especialmente
em ligação com problemas de orientação espacial.

Capítulo 3: Estratégias Psicopedagógicas em Lidar com Alunos Disléxicos na sala de aulas.


Sabendo que dislexia dentre outras dificuldades é o essencial para este capítulo, ela é
entendida como uma dificuldade em identificar, compreender e reproduzir os símbolos, o que
origina problemas na aprendizagem da leitura e da ortografia (RIDEAU, 1977, citado por
USSENE & SIMBIONE 2015 MAPUTO). Nisso várias são as estratégias para lidar com esses
alunos em sala de aulas.

São então sujeitas algumas actividades ou estratégias:

Afirmações de verdadeiro ou falso.


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1. Construa um bom número de afirmações verdadeiras e em seguida reescreva a metade,


tornando-as falsas;

2. Evite o uso da negativa e também de expressões absolutas;

3. Construa as afirmações com bastante clareza e aproximadamente com a mesma extensão;

4. Inclua somente uma ideia em cada afirmação;

5. Evite formular questões negativas.

Ao empregar questões de associações:

1. Trate de um só assunto em cada questão;

2. Redija cuidadosamente os itens para que o aluno não se atrapalhe com os mesmos.

3. Use somente um claro, no máximo dois, em cada sentença;

4. Faça com que a lacuna corresponda à palavra ou expressão significativas, que envolvam
conceitos e conhecimentos básicos e essenciais – também chamados de “ferramentas” e
não a detalhes secundários;

Conclusão

5
http://www.dislexia.org.br/como-interagir-com-o-dislexico-em-sala-de-aula/
Ninguém nasce a falar, mas comunicar é muito mais do que falar. Nosso querendo com esta
afirmação dizer que a linguagem é uma armação para o Processo de Ensino e Aprendizagem,
para o seu sucesso é necessário que está esteja bem desenvolvido e envolvida com a maturação
para uma boa apresentação na aprendizagem. Pois neste trabalho deu se a conhecer várias formas
estratégicas para que o Professor possa conseguir mediar as suas aulas no Processo de Ensino e
Aprendizagem, de modo que tome atenção aos alunos com diferentes tipos de dificuldades
relacionadas a linguagem. Deu para entender melhor como trabalhar com alunos ou crianças com
dislexia, dislalia, disgrafia e muitas outras dificuldades, pois também deu para entender o quanto
a atenção e o acompanhamento para além de outras estratégias são os primórdios para o sucesso
e a identificação dos sinais de alerta dos alunos que possuem essas dificuldades. Tem que se ter
em conta que, os alunos disléxicos ou com outras dificuldades é necessário que o Professor
estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro, aí estará a
contribuir não só para o sucesso do aluno mas também para o seu sucesso.

Bibliografia
CLÁUDIA SOFIA RODRIGUES FERREIRA DIAS (Coimbra, 2015).Departamento de
Educação. Mestrado em Educação Especial, Domínios Cognitivo e Motor. Intervenção Afectivo
- Comportamental em Crianças com NEE: Estudo de uma Aluna com DID e PHDA.

SANDRA MARIA VAZ. Covilhã, Maio de 2011. Aquisição e Desenvolvimento da


Comunicação e da Linguagem em Crianças com Necessidades Educativas Especiais.

SANDRA MARIA CAVALCANTI REBEL. Diagnóstico Psicopedagógico.

Internet

http://www.dislexia.org.br/como-interagir-com-o-dislexico-em-sala-de-aula/.Visitado no dia 22
de Abril de 2020/10:45 PM.

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