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Raquel do Monte1
RESENHA
Raquel do Monte
“A arte não traduz o visível, mas torna-se visível.” Essa fala de Paul Klee
ano 1 número 2 dialoga estreitamente com um dos últimos livros de Jacques Rancière lançado
no Brasil, pois, tal qual o pintor, o pensador francês tenta compreender e apontar
Resenhas
os sistemas de visualidades, visibilidades, dizibilidades e representações que
envolvem o conceito de imagem. Autor sensação do momento, seu pensamento
é referência constante nos debates sobre as conexões entre arte, estética
e política. Regimes estéticos da arte e partilha do sensível, por exemplo, são
conceitos que impregnam os discursos e os pensamentos dos pesquisadores
brasileiros, formando grandes linhas de força que não cessam de penetrar as
análises, as observações e as compreensões dos fenômenos estéticos e artísticos.
Em O destino das imagens2 há questões pontuais que alimentam as reflexões
contemporâneas ligadas a um conhecimento transdisciplinar que envolve arte,
representação e historicidade.
Para refletir sobre o destino das imagens, o filósofo coloca a seguinte questão:
sobre o que são as imagens da arte e as transformações contemporâneas que elas
ocupam? Nesse sentido, ele nos adverte que para pensar o conceito de imagem
hoje é necessário desconstruir aquele olhar que tentava traçar o percurso e as
257 2. O destino das imagens foi lançado no Brasil pela editora Contraponto quase simultaneamente a outro
livro de Rancière que também dialoga com o campo, o As distâncias do cinema.
revista brasileira de estudos de cinema e audiovisual
258 posto falaciosamente como o anúncio de uma condição na qual não haverá
Fraturas e dissonâncias das imagens no regime estético das artes
Raquel do Monte
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