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PROJETO DE PESQUISA

QUADRINHOS DIDÁTICOS: DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MATERIAL


DIDÁTICO DIGITAL PARA O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Prof. Dr. Marcelo Magalhães Foohs


Prof. Me. Eduardo Elisalde Toledo

Porto Alegre, 2019.


1 APRESENTAÇÃO

Muito se discute sobre o papel dos quadrinhos na educação e sua aplicação em sala de aula.
Há muitas sugestões (SANTOS, 2001; SANTOS, VERGUEIRO, 2012) de como usar os títulos já
publicados no Brasil para auxiliar na aprendizagem dos mais variados conteúdos, como geografia,
história, física, química. Nesse tipo de proposta, destaca-se o papel do professor na seleção de
obras que podem de forma indireta servir de ilustração, mais concreta e lúdica, para um conteúdo
exposto em aula.
Portanto, além do uso dos quadrinhos por suas temáticas como ciências, geografia, história,
entende-se que os quadrinhos podem propor a instrução direta, por meio da forma que constitui a
linguagem dessa mídia, ou seja, por meio do leiaute da página, transição entre quadros,
combinação entre linguagem verbal e linguagem não-verbal, entre outros aspectos. Assim como o
rádio, a televisão e, agora, a internet podem servir a propósitos educacionais, acredita-se que várias
produções da nona arte já provaram que os quadrinhos também podem oferecer uma forma
alternativa de ensino ao leitor.
Nesta pesquisa pretende-se desenvolver materiais didáticos digitais e impressos utilizando
a linguagem dos quadrinhos para apresentar conteúdos de língua portuguesa, como aspectos
morfológicos, sintáticos e semânticos. Esses materiais serão utilizados nas aulas de turmas de
sétimo, oitavo e nono ano do ensino fundamental de uma escola da rede municipal de Porto Alegre.
2 PROBLEMÁTICA

Ao abordar a linguagem dos quadrinhos na sala de aula, muitas vezes o ensino dessa mídia
adquire uma característica “gratuita”, ou seja, desempenha um papel frágil, que poderia ser
exercido por um filme, uma música ou um jogo. Nesse caso, não há uma justificativa intrínseca a
essa mídia que justifique sua escolha; mesmo que haja um esforço, válido, de oferecer ao aluno
acesso a diversas mídias, como cinema, canções e literatura. Não há mal algum em apresentar ao
aluno diversas mídias em sala de aula; isso sempre enriquecerá seu repertório e, talvez, permita
que ele busque outras formas de conhecimento e experiência estética além daquelas a que já está
habituado. A crítica a esse modelo de uso dos quadrinhos advém do fato de não permitir que o
aluno usufrua de todas as potencialidades que essa mídia oferece.
Ao se utilizar os quadrinhos como meio para desenvolver novas competências e
habilidades, o aluno terá a oportunidade de conhecer a linguagem dos quadrinhos e sua eficácia
comunicativa para além da mera interpretação de temas narrativos que não são exclusivos dessa
mídia. Surge, assim, a necessidade de aprofundar o estudo das ferramentas que são exclusivas
dessa mídia (que resultam da combinação única entre imagem e texto) e que podem ser
aproveitadas para auxiliar os alunos a desenvolver competências e habilidades que podem ser
utilizadas em outras áreas do conhecimento, como a reflexão metalinguística e a percepção da
variedade de recursos expressivos que a língua materna oferece.
3 OBJETIVOS

1. Identificar, nas obras estudadas, o tipo mais frequente de apresentação do conteúdo ao leitor:
direto, como se estivesse diretamente sobre um palco ou uma sala de aula, lembrando uma palestra
ou monólogo, ou indireto, por meio de uma narrativa ou um diálogo.
2. Descrever quais são os assuntos mais frequentes nessas obras.
3. Analisar a organização do conteúdo: unidades ou uma sequência ininterrupta.
4. Identificar os tipos de transições mais comuns (McCloud, 1995, p. 71-73) e o número de quadros
por página.
5. Analisar o uso dos elementos da linguagem dos quadrinhos, como onomotopeias, metáforas
visuais e outros.
6. Descrever o tipo de abordagem didática predominante: verbal (expositiva, discursiva,
explicativa) ou visual (como se faz de forma concreta)
7. Descrever os efeitos de metáforas visuais, onomatopeias e outros elementos da linguagem dos
quadrinhos na aprendizagem do leitor das competências e habilidades previstas para o componente
curricular de língua portuguesa, como reflexão linguística, produção textual e interpretação
textual.
8. Identificar os tipos de conteúdo de língua portuguesa mais adequados para essa mídia: reflexão
linguística ou gêneros textuais (leitura e produção), por meio da análise bibliográfica e da aplicação
de experimentos em sala de aula.
9. Propor um leiaute (transições entre os quadros e número de quadros por página) para uma página
de quadrinhos com o propósito de ensinar língua portuguesa.
10. Com base na análise bibliográfica e em experimentos em sala de aula, analisar os tipos de
estratégia didática numa história em quadrinhos: “explicar” ou “mostrar” o conteúdo, ou seja, por
meio de discurso abstrato ou concreto.
11. Elaborar uma proposta para apresentar conteúdos de língua portuguesa numa história em
quadrinhos.
12. Validar a proposta desenvolvida com alunos das séries finais do ensino fundamental.
4 TEORIZAÇÃO

No contexto da educação, os quadrinhos vêm conquistando legitimidade nos últimos


anos. Conforme Ramos (2009, p. 13),

Vê-se uma relação entre quadrinhos e educação bem mais harmoniosa. A presença deles
nas provas de vestibular, a sua inclusão no PCN (Parâmetro Curricular Nacional) e a
distribuição de obras ao ensino fundamental (por meio do Programa Nacional Biblioteca
na Escola) levaram obrigatoriamente a linguagem dos quadrinhos para dentro da escola
e para a realidade pedagógica do professor.

A linguagem dessa mídia, que alia texto e imagem, “consegue tornar mais claros, para a
criança, conceitos que continuariam abstratos se confinados unicamente à palavra” (SANTOS,
2001, p. 48). Quadrinhos podem ser aplicados às mais diversas áreas do conhecimento: a leitura
dos quadrinhos importados no aprendizado de línguas estrangeiras, o primeiro contato com
clássicos da literatura universal por meio de adaptações em quadrinhos, o uso de técnicas
artísticas e os diversos estilos de artistas consagrados como Jack Kirby e Frank Miller nas aulas
de artes, noções de história e geografia associados a diversos momentos da história dessa mídia e
suas particularidades locais (fumetti italianos, mangás japoneses, bandas desenhadas
portuguesas, historietas espanholas, comics americanos, bandés dessinées francesas), princípios
científicos que subjazem à ciência dos super-heróis nos quadrinhos (SANTOS, VERGUEIRO,
2012).
Consultando a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), encontra-se, para os
anos finais do ensino fundamental, a referência aos quadrinhos em duas habilidades: EF67LP28
e EF67LP30. A primeira refere-se à prática da leitura:

Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de


leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e
suportes –, romances infanto-juvenis, contos populares, contos de terror, lendas
brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos,
crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa
(como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando
avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.

A segunda refere-se à prática de produção textual:


Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério,
terror, humor, narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros,
que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os elementos
da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens,
tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos
passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história
e de inserir os discursos direto e indireto.

Na habilidade referente à leitura, pode-se perceber como os termos “histórias em


quadrinhos” e “mangá” são considerados no mesmo patamar de gêneros e suportes como
romances, contos, mitos, crônicas etc. Há um aspecto positivo, a legitimação dos quadrinhos como
um objeto cultural de valor comparável a gêneros literários como poemas e contos. Por outro lado,
temos o equívoco de considerar os quadrinhos como um gênero e não como uma mídia, o que
parece expressar um entendimento confuso (e ainda muito difundido) sobre os quadrinhos como
um gênero literário. Na verdade, quadrinhos não são literatura, mesmo que se utilizem da
linguagem verbal; quadrinhos possuem sua própria linguagem, que mescla elementos da
linguagem verbal e da linguagem não-verbal (EISNER, 1985; MCCLOUD, 1995). O ideal seria
se houvesse na BNCC a previsão de uma habilidade específica da linguagem dos quadrinhos,
abrangendo suas particularidades de uma forma que os estudantes pudessem experienciar uma
verdadeira “alfabetização” nesta mídia verbo-visual, assim como a lei 13.006, que prevê a
obrigação de exibição de filmes nacionais nas escolas públicas.
Para a habilidade referente à produção textual, novamente há uma comprovação da
legitimação dos quadrinhos no ambiente educacional; aqui também se estabelece uma relação de
igualdade entre gêneros literários como contos de mistério e contos de humor. Mas, como na
habilidade de leitura, ocorre o equívoco de considerar os quadrinhos um gênero em vez de uma
mídia, como a literatura, o cinema etc. A apropriação por parte dos alunos da linguagem dos
quadrinhos implica um caminho diverso daquele da linguagem literária; além disso, reduzir a
linguagem dos quadrinhos aos gêneros narrativos não é justo em relação à imensa variedade de
gêneros que constituem essa mídia (quadrinhos instrucionais ou poéticos, por exemplo). Para
produzir quadrinhos, mesmo quadrinhos narrativos, é necessário considerar os diferentes
elementos linguísticos dessa mídia e sua relação com a expressão de ideias por meio de imagens e
palavras.
Tomando como ponto de partida a indagação proposta por McCloud (1995, p. 4),
“Quadrinhos” é um termo que merece ser definido, porque se refere não a um objeto específico
como “revista” ou “gibi”. Todos podem visualizar um gibi, mas o que são “quadrinhos”? Entende-
se que somente estabelecendo as particularidades que definem essa mídia é possível começar a
compreender como aplicar a linguagem dos quadrinhos ao contexto escolar. Há dois grandes
pioneiros que se debruçaram sobre os elementos que constituem a linguagem dos quadrinhos: Will
Eisner, nas obras Quadrinhos e Arte Sequencial (1985) e Narrativas Gráficas (1996), e Scott
McCloud, nas obras Desvendando Quadrinhos (1995), Reinventando Quadrinhos (2000) e
Desenhando Quadrinhos (2006).
Eisner (1985, 1996) cunhou o termo “arte sequencial” para definir a mídia dos quadrinhos.
O autor considera essa arte “como um veículo de expressão criativa, uma disciplina distinta, uma
forma artística e literária que lida com a disposição de figuras ou imagens e palavras para narrar
uma história ou dramatizar uma ideia” (EISNER, 1985, p. 5). Conforme Eisner (1985, p. 11), até
mesmo o letreiramento tem uma função expressiva na narrativa visual dos quadrinhos.
McCloud (1995, p. 9) expande o escopo do termo cunhado por Eisner, definindo histórias
em quadrinhos como “imagens pictóricas e outras justapostas em sequência deliberada destinadas
a transmitir informações e/ou a produzir uma resposta no espectador”. Para o autor (McCLOUD,
1995, p. 63), a leitura dos quadrinhos prevê um papel ativo do leitor, que preenche as elipses entre
os painéis (conhecidas como gutters, ‘sarjetas’ em inglês) e participa da elaboração da narrativa,
experienciando o fenômeno de “conclusão”.
Ademais há o trabalho recente de Neil Cohn (2013), que propõe a Teoria da Linguagem
Visual (VLT, Visual Language Theory), aplicando princípios e conceitos da Linguística para
analisar a estrutura dos quadrinhos do ponto de vista cognitivo. Para o autor, os quadrinhos
refletem o uso de uma gramática visual, que apresenta traços universais e particularidades
“idiomáticas” - diferenças entre quadrinhos norte-americanos (comics), quadrinhos franceses
(bande dessinée), quadrinhos japoneses (mangá), quadrinhos italianos (fumetti) etc. Conforme
Cohn (2018, p. 2),

A VLT argumenta que os desenhos usam princípios estruturais e cognitivos semelhantes


aos da linguagem (Cohn, 2013b). Isso envolve a codificação em mapeamentos
sistemáticos de memória entre forma (sons, gráficos) e significado para criar “itens
lexicais” (palavras, imagens), que são ordenados sequencialmente usando um sistema
gramatical (sintaxe, narrativa). Essa idéia geral é guiada pela suposição de “equivalência”
de que a mente / cérebro usa estruturas e princípios semelhantes entre os domínios, exceto
aqueles motivados pelas diferenças nas próprias modalidades. Assim, enquanto sons
sequenciais sistemáticos formam línguas faladas no mundo, imagens sequenciais
sistemáticas estruturadas se manifestam em linguagens visuais do mundo.1

1
VLT argues that drawings use similar structural and cognitive principles as language (Cohn, 2013b). This involves
encoding into memory systematic mappings between form (sounds, graphics) and meaning to create “lexical items”
(words, images), which are then sequentially ordered using a grammatical system (syntax, narrative). This overall idea
is guided by the assumption of “equivalence” that the mind/brain uses similar structures and principles across domains,
except for those motivated from the differences in modalities themselves. Thus, while systematic sequential sounds
form spoken languages of the world, structured systematic sequential images manifest in visual languages of the world.
(COHN, 2018, p. 2)
5 METODOLOGIA

De modo geral. numa primeira etapa, procede-se a uma pesquisa bibliográfica com o intuito
de descrever uma seleção de quadrinhos didáticos sobre temas diversos. Utiliza-se como critério
para a escolha dos títulos a finalidade didática das obras, ou seja, seu caráter instrucional ou
explicativo, do tipo “como se faz” ou “o que é?”.
Numa segunda etapa, tomam-se os resultados da descrição dos quadrinhos didáticos como
base para a produção de quadrinhos didáticos sobre conteúdos de língua portuguesa. Nessa etapa
também serão elaboradas orientações que possam ajudar, em termos gerais, educadores que
queiram produzir material didático em quadrinhos para seus alunos e em termos específicos
professores de língua portuguesa que desejem apresentar seus conteúdos numa mídia alternativa
ao livro didático e à linguagem verbal.
Numa terceira etapa, procede-se à validação do material produzido. Para isso, serão
realizadas oficinas em uma turma dos anos finais do ensino fundamental. Nessas oficinas, será
observado o potencial de ensino e aprendizado da língua portuguesa por meio da linguagem dos
quadrinhos. A coleta de dados se dará de três maneiras: observação direta; análise do material
produzido pelos alunos; questionário ao final das oficinas.

Desse modo, a partir dos objetivos propostos, a pesquisa procederá às seguintes etapas:
1. Classificar as obras selecionadas de quadrinhos didáticos com base nos seguintes
fatores:
(i) Tipos de conteúdo: humanas; exatas; biológicas.
(ii) Organização do conteúdo: unidades distintas; sequência ininterrupta.
(iii) Tipo de abordagem didática predominante: verbal (expositiva, discursiva,
explicativa); visual (como se faz de forma concreta).

2. Medir a frequência para os seguintes fatores em cada obra analisada:


(i) Tipos de transições entre os quadros: momento-a-momento; ação-a-ação; tema-a-
tema; cena-a-cena; aspecto-a-aspecto; non-sequitur.
(ii) Tipo de leiaute de página: predomínio de páginas de até quatro quadros; predomínio
de páginas de até seis quadros; predomínio de páginas de até nove quadros;
predomínio de páginas de mais de nove quadros.
(iv) Uso de elementos da linguagem dos quadrinhos: metáforas; onomatopeias; metáforas
visuais; recordatórios; balões.

3. Aplicar dois tipos de instrumentos: material didático em quadrinhos com exposição


de conteúdo em formato de diálogo e em formato de narrativa. Em seguida aplicar
questionário de múltipla escolha para que seja possível comparar em qual tipo de
abordagem os alunos têm um aproveitamento maior.

4. Aplicar instrumentos em sala de aula para medir o efeito no aprendizado dos


conteúdos do componente curricular de língua portuguesa do uso de elementos da
linguagem dos quadrinhos: material didático com metáforas, onomatopeias, metáforas
visuais, recordatórios e balões, e material didático em quadrinhos apenas com
imagens e textos. Em seguida aplicar questionário de múltipla escolha para que seja
possível comparar em qual tipo de abordagem os alunos têm um aproveitamento
maior
5. Aplicar instrumentos em sala de aula para identificar os tipos de conteúdo de língua
portuguesa mais adequados para essa mídia: material didático contendo reflexão
linguística ou contendo gêneros textuais (leitura e produção). Em seguida aplicar
questionário de múltipla escolha para que seja possível comparar em qual tipo de
abordagem os alunos têm um aproveitamento maior
6. Com base nos resultados da análise da bibliografia selecionada, comparar diferentes
leiautes de página e seus efeitos para o aprendizado dos conteúdos do componente
curricular de língua portuguesa. Com esse propósito, aplicar instrumentos em sala de
aula para identificar qual leiaute é mais produtivo: com seis quadros, nove quadros ou
doze quadros. Em seguida aplicar questionário de múltipla escolha para que seja
possível comparar em qual tipo de abordagem os alunos têm um aproveitamento
maior.
7. Com base nos resultados da análise da bibliografia selecionada, comparar diferentes
abordagens didáticas e seus efeitos para o aprendizado dos conteúdos do componente
curricular de língua portuguesa. Com esse propósito, aplicar instrumentos em sala de
aula para identificar qual abordagem é mais produtiva: verbal (expositiva, discursiva,
explicativa); visual (como se faz de forma concreta). Em seguida aplicar questionário
de múltipla escolha para que seja possível comparar em qual tipo de abordagem os
alunos têm um aproveitamento maior.
8. Com base na comparação entre resultados da análise bibliográfica e da aplicação de
instrumentos, elaborar e aplicar um material didático em quadrinhos para o
componente curricular de língua portuguesa. Em seguida aplicar questionário de
múltipla escolha para que seja possível comparar em qual tipo de abordagem os
alunos têm um aproveitamento maior, a fim de validar a proposta desenvolvida.
6 QUALIFICAÇÃO

Entende-se que, por meio da linguagem multimodal dos quadrinhos, os alunos podem
estabelecer relações entre palavras e imagens para desenvolver competências e habilidades
relacionadas ao estudo da língua portuguesa. O contato mais dinâmico e aprofundado com a
linguagem dos quadrinhos com o propósito de ensino e aprendizagem oportuniza usufruir dos
potenciais didáticos dos quadrinhos que ainda não foram explorados no espaço escolar.

O projeto será coordenado pelo Prof. Dr. Marcelo Magalhães Foohs, com participação do
Prof. Me. Eduardo Elisalde Toledo (currículos em ANEXO).
7 CRONOGRAMA

Jan a Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Dez 2020
2019
Análise de
quadrinhos
didáticos,
desenvolvimento de
material didático
para língua
portuguesa e
publicação de
resultados parciais
Oficinas (validação
do material
desenvolvido) em
sala de aula e
publicação de
resultados parciais
Análise dos
resultados e
publicação
Proposta de
desenvolvimento de
materiais didáticos
em língua
portuguesa
8 ÉTICA

Durante a pesquisa, as oficinas e questionários a que os alunos serão expostos não trarão risco
algum para os participantes da validação do material desenvolvido. O modelo de autorização da
escola e o termo de consentimento livre e esclarecido (Pais ou responsáveis) estão no Apêndice.
9. ORÇAMENTO

Valor em R$
MATERIAL BIBLIOGRÁFICO (obras 500,00
selecionadas)
MATERIAL DE DESENHO (lápis, folhas, 200,00
canetas, réguas etc. para produção dos
quadrinhos)
MATERIAL PARA IMPRESSÃO (scanner e 500,00
impressora)
TOTAL 1200,00
REFERÊNCIAS

BACH, David; GOODWIN, Michael; BURR, Dan E. Economix: How Our Economy Works (and
Doesn't Work) in Words and Pictures. New York: Abrams Comicarts, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Governo Federal. Base Nacional Curricular Comum: BNCC.
Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download-da-bncc>. Acesso em: 20 de
Ago. 2018.

CHELSEA, David. Perspective! For comic book artists: How to Achieve a Professional Look in
your Artwork. New York: Watson-Guptill, 1997.

CIRNE, Moacy. Para Ler os Quadrinhos: da narrativa cinematográfica à narrativa quadrinizada.


Petrópolis: Vozes, 1975.

CIRNE, Moacy. A explosão criativa dos quadrinhos. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.

COHN, Neil. The Visual Language of Comics: Introduction to the Structure and Cognition of
Sequential Images. London: Bloomsbury, 2013.

COHN, Neil. In defense of a “grammar” in the visual language of comics. Journal of Pragmatics.
127: 1-19. 2018.

EISNER, Will. Narrativas Gráficas. São Paulo: Devir, 2005.

EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

EISNER, Will. Joe's Dope Sheet. In: PS Magazine, the Preventive Maintenance Monthly (1951-
1972). Disponível em:<https://digital.library.vcu.edu/digital/collection/psm>. Acesso em 19 nov
2018.

GONICK, Larry. The Cartoon Guide to Physics. New York: Harper Collins, 1992.

GONICK, Larry. The Cartoon Guide to Chemistry. New York: Harper Collins, 2005.
LENTE, Fred Van; DUNLAVEY, Ryan Van. Action Philosophers!The Lives and Thoughts of
History's A-list Brain Trust. Brooklyn: Evil Twin Comics, 2009.

LENTE, Fred Van; DUNLAVEY, Ryan Van. The Comic Book History of Comics. San Diego:
IDW, 2012.

MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 1995.

MCCLOUD, Scott. Reinventando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 2005.

MCCLOUD, Scott. Desenhando quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 2008.

MOYA, Álvaro. A história da história em quadrinhos. Porto Alegre : L&PM Editores S/A, 1986.

RAMOS, Paulo. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.

RIO DE JANEIRO. Quadrinhos Guia Prático. MultiRio.

SANTOS, R.E. Aplicações da história em quadrinhos. Comunicação & Educação, n.22, p.46-51,
2001. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36995/39717>. Acesso
em: 20 ago. 2018.

SANTOS, R. E. ; VERGUEIRO, W. . Histórias em quadrinhos no processo de aprendizado: da


teoria à prática. Eccos Revista Científica, v. 27, p. 81-95, 2012.
APÊNDICE

1) MODELO DE AUTORIZAÇÃO DA ESCOLA

Estamos realizando uma pesquisa que tem como objetivo investigar o uso de material didático em
quadrinhos nas aulas de língua portuguesa. Para tanto, solicitamos autorização para realizar este estudo
nesta instituição. Também será utilizado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cada
participante.
A coleta de dados envolverá a aplicação de um questionário que deverá ser respondido individualmente por
cerca de 30 jovens no espaço da sala de aula com a presença do professor. A coleta será realizada por um
pesquisador treinado.
Os participantes do estudo serão claramente informados de que sua contribuição é voluntária e pode ser
interrompida em qualquer tempo sem nenhum prejuízo. A qualquer momento, tanto os participantes quanto
os responsáveis pela Instituição poderão solicitar informações sobre os procedimentos ou outros assuntos
relacionados a este estudo.
Este projeto foi aprovado pela Comissão de Pesquisa da Faculdade de Educação da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. Todos os cuidados serão tomados para garantir o sigilo e a confidencialidade das
informações, preservando a identidade dos participantes bem como das instituições envolvidas. Os
procedimentos utilizados nesta pesquisa obedecem aos critérios de ética na pesquisa com seres humanos
conforme Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos realizados
oferece riscos à dignidade do participante. Todo material desta pesquisa ficará sob responsabilidade da/do
pesquisador(a) coordenador(a) do estudo, Prof. Marcelo Magalhães Foohs, e, após cinco anos, será
destruído. Dados individuais dos participantes coletados ao longo do processo não serão informados às
instituições envolvidas ou aos familiares, e será realizada a devolução dos resultados, de forma coletiva,
para a escola, se assim for solicitado.

Por intermédio deste trabalho, esperamos contribuir para a compreensão da Linguagem dos quadrinhos e
suas relações com o ensino e aprendizado de língua portuguesa em anos finais do ensino fundamental.
Agradecemos a colaboração dessa instituição para a realização desta atividade de pesquisa e colocamo-nos
à disposição para esclarecimentos adicionais. O pesquisador(a) responsável por esta pesquisa é o Prof. Dr.
Marcelo Magalhães Foohs do Departamento de Estudos Especializados da Faculdade de Educação da
UFRGS. Caso queiram contatar a equipe, podem entrar em contato diretamente com Prof. Dr. Marcelo
Magalhães Foohs pelo fone (51) 3308 - 3693.
Local e data

Prof./Profª (FACED/UFRGS)

Concordamos que os jovens, que estudam na Escola Aramy Silva, participem do presente estudo.

Local e data

Responsável e cargo
2) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS OU
RESPONSÁVEIS

PESQUISA: Quadrinhos didáticos: desenvolvimento de uma proposta de material didático digital para o
ensino de língua portuguesa
COORDENAÇÃO: Prof. Dr. Marcelo Magalhães Foohs

NATUREZA DA PESQUISA: Você está sendo convidado a participar desta pesquisa que tem como
finalidade investigar o uso de quadrinhos didáticos para o ensino de língua portuguesa. Este projeto foi
aprovado pela Comissão de Pesquisa da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. PARTICIPANTES DA PESQUISA: Participarão desta pesquisa em torno de 30 alunos dos anos
finais do ensino fundamental em uma escola da rede municipal de Porto Alegre. ENVOLVIMENTO NA
PESQUISA: Ao participar deste estudo, seu(sua) filho(a) – ou criança ou adolescente sob sua
responsabilidade – preencherá um questionário sobre o material didático utilizado em sala de aula na escola
junto com outros alunos que aceitem participar da pesquisa. É previsto em torno de meia hora para o
preenchimento do questionário. Você tem a liberdade de se recusar a autorizar o jovem a participar; e o
jovem tem a liberdade de desistir de participar em qualquer momento que decida sem qualquer prejuízo.
No entanto solicitamos sua colaboração para que possamos obter melhores resultados da pesquisa. Sempre
que o Senhor/a Senhora e/ou o adolescente queiram mais informações sobre este estudo podem entrar em
contato diretamente com o Prof. Eduardo Elisalde Toledo, pelo número (51)3084-1894. SOBRE O
QUESTIONÁRIO: Serão solicitadas algumas informações básicas e perguntas de múltipla escolha ou
escolha simples sobre a aprendizagem com o material didático em quadrinhos. RISCOS E
DESCONFORTO: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais de nenhuma ordem e os
procedimentos utilizados obedecem aos critérios da ética na Pesquisa com Seres Humanos conforme a
Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos utilizados oferece
riscos à sua dignidade. CONFIDENCIALIDADE: Todas as informações coletadas nesta investigação são
estritamente confidenciais porque, acima de tudo, interessam os dados coletivos e não aspectos particulares
de cada jovem. BENEFÍCIOS: Ao participar desta pesquisa, o jovem não terá nenhum benefício direto;
entretanto, esperamos que futuramente os resultados deste estudo sejam usados em benefício de outros
jovens. PAGAMENTO: Você não terá nenhum tipo de despesa por participar deste estudo, bem como não
receberá nenhum tipo de pagamento por sua participação.
Após esses esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para que seu(sua) filho(a) – ou
criança ou adolescente sob sua responsabilidade – participe desta pesquisa.

Para tanto, preencha os itens que se seguem:

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma
livre e esclarecida, autorizo meu filho/minha filha – ou criança ou adolescente sob minha responsabilidade
– a participar desta pesquisa.

Nome do adolescente

Nome do responsável

Assinatura do responsável

Local e data

Coordenador(a) da pesquisa

Agradecemos a sua autorização e colocamo-nos à disposição para esclarecimentos adicionais. A/O


pesquisador(a) responsável por esta pesquisa é o Prof. Dr. Marcelo Magalhães Foohs do Departamento de
Estudos Especializados da Faculdade de Educação da UFRGS. Caso queiram contatar a equipe, podem
entrar em contato diretamente com Prof. Dr. Marcelo Magalhães Foohs pelo fone (51) 3308 - 3693.

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